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Universidade Federal Rural do Semiárido-UFERSA

Departamento de Ciências Exatas e Naturais


Curso: Bacharelado em Ciência e Tecnologia e Computação
Disciplina: Álgebra Linear
Aluno(a):

Turno:  Manhã  Tarde  Noite

Foi para entregar dia 19/10

1. Se T : V → W é uma transformação linear, mostre que:


(a) Ker(T ) é um subespaço de V .
(b) Im(T ) é um subespaço de W .
Solução:

(a) De fato, se T é linear, T (0) = 0, ou seja 0 ∈ Ket(T ). Agora se u, v ∈ Ker(T ), então


T (u) = 0 = T (v). Agora,

T (u + v) = T (u) + T (v) (pela linearidade da T )


= 0 + 0 (pois T (u) = 0 = T (v))
= 0.

E, portanto, T (u + v) = 0 ⇒ (u + v) ∈ Ker(T ). Sejam λ ∈ R e u ∈ Ker(T ). Então, T (u) = 0.


Ora,
T (λu) = λT (u) (pela linearidade da T )
= λ0 (pois T (u) = 0)
= 0.

E, portanto, T (λu) = 0 ⇒ λu ∈ Ker(T ). Logo, concluímos que Ker(T ) é um subespaço


vetorial de V .
(b) De fato, se T é linear, T (0) = 0, ou seja existe 0 ∈ V onde T (0) = 0, assim 0 ∈ Im(T ). Sejam
w1 , w2 ∈ Im(T ). Queremos mostrar que (w1 + w2 ) ∈ Im(T ). Isto é, existe v ∈ V tal que
w1 + w2 = T (v). Ora, se w1 , w2 ∈ Im(T ), então existem vetores v1 , v2 ∈ V tais que

w1 = T (v1 ) e w2 = T (v2 ).

Agora, somando-se membro a membro estas duas equações vetoriais, vem


w1 + w2 = T (v1 ) + T (v2 )
= T (v1 + v2 ) (pela linearidade da T )
= T (v) (fazendo v = (v1 + v2 ) ∈ V ).

Isto é, existe v ∈ V tal que w1 + w2 = T (v), basta tomarmos v = v1 + v2 ∈ V e, portanto,


(w1 + w2 ) ∈ Im(T ). Agora, se λ ∈ R e w ∈ Im(T ), então queremos mostrar que λw ∈ Im(T ).
Isto é, existe v ∈ V tal que λw = T (v). Ora, se w ∈ Im(T ), então existe u ∈ V tal que
w = T (u). Agora, multiplicando ambos os membros desta equação vetorial por λ e usando a
linearidade de T , vem
λw = λT (u) = T (λu) = T (v),
fazendo v = λu ∈ V . Isto é, existe v ∈ V tal que λw = T (v), basta tomarmos v = λu ∈ V e,
portanto, λw ∈ Im(T ). Daí, concluímos que Im(T ) é um subespaço vetorial de W .
2. Considere a transformação linear T : R3 → R3 dada por T (x, y, z) = (z, x − y, −z).
(a) Determine uma base do núcleo de T .
(b) Dê a dimensão da imagem de T .
(c) T é sobrejetora? Justique.
(d) Faça um esboço de Ker(T ) e Im(T ).
Solução:

(a) Ker(T ) = {(x, y, z) ∈ R3 |T (x, y, z) = (z, x − y, −z) = 0}, daí



 z =0
x−y =0 ⇒x=y
−z =0

Assim, Ker(T ) = {(x, x, 0) = x(1, 1, 0)|x ∈ R}. Base de Ker(T ) = {(1, 1, 0)}.
(b)
Im(T ) = {w = (z, x − y, −z) = z(1, 0, −1) + x(0, 1, 0) + y(0, −1, 0)|x, y, z ∈ R}
= [(1, 0, −1), (0, 1, 0), (0, −1, 0)]
= [(1, 0, −1), (0, 1, 0)]

assim, DimIm(T ) = 2.
(c) Não. A imagem não é igual ao contradomínio já que DimIm(T ) = 2 e o contradomínio tem
dimensão 3.

3. No plano, uma rotação anti-horária de 45◦ é seguida por uma dilatação de 2. Ache a aplicação
A que representa esta trasnformação do plano.

Solução: Podemos representar uma rotação (R) no plano por:

x0
    
cos θ − sin θ x
=
y0 sin θ cos θ y

Que pode ser escrito como uma transformação:


R(x, y) = (x cos θ − y sin θ, x sin θ + y cos θ)

Para θ = 45◦ , temos: √ √ √ √


x 2 y 2 x 2 y 2
R(x, y) = ( − , + )
2 2 2 2
√ √
Uma
√ dilatação D de 2 equivale a uma multiplicação do vetor (x, y) por 2, assim D(x, y) =
2(x, y). Como queremos dilatar a transformação R, teremos
√ √ √ √ √ √ √ √
x 2 y 2 x 2 y 2 √ x 2 y 2 x 2 y 2
D( − , + )= 2·( − , + ) = (x − y, x + y)
2 2 2 2 2 2 2 2
.
4. Seja A : E → F uma transformação linear. Mostre que se os vetores Av1 , . . . , Avm ∈ F são L.I.,
então v1 , . . . , vm ∈ E também são L.I..

Solução: Escreva
α1 v1 + α2 v2 + · · · + αm vm = 0.
Aplicando T e sabendo que ela é linear, temos:
α1 T v1 + α2 T v2 + · · · + αm T vm = T (0) = 0.

Como T v1 , T v2 , . . . , T vm são L.I., a última equação acima só é verdadeira se


α1 = α2 = . . . = αm = 0.

Ou seja, v1 , v2 . . . , vm são L.I.


 
1 2 −1
5. Seja T o opererador linear dado pela matriz:  2 0 1 
1 −2 2

(a) Calcular Ker(T ) e dim(Ker(T )).


(b) Calcular Im(T ) e dim(Im(T )).
Solução:

(a) Podemos escrever essa transformação na forma:


T (x, y, z) = (x + 2y − z, 2x + z, x − 2y + 2z)

Para o encontrar o Ker(T ), fazemos:



 x + 2y − z =0
2x + z =0
x − 2y + 2z =0

Daí, encontra-se z = −2x e y = − 3x


2 . A solução será (x, −3x/2, −2x) = x(1, −3/2, −2).

Ker(T ) = [(2, −3, −4)] e dim(Ker(t)) = 1

(b) Para a imagem, teremos


(x + 2y − z, 2x + z, x − 2y + 2z) = x(1, 2, 1) + y(2, 0, −2) + z(−1, 1, 2)
       
1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 0 −1
 2 0 −2  ∼  0 −4 −4  ∼  0 1 1  ∼  0 1 1 
−1 1 2 0 3 3 0 0 0 0 0 0
Por que podemos fazer isto?

Im(T ) = [(1, 0, −1), (0, 1, 1)] e dim(Im(T )) = 2


6. Mostrar que a matriz do operador linear indentidade
I : Rn → Rn , I(v) = v

em uma base qualquer, é a matriz identidade n × n.

Solução: Tomemos α = {v1 , v2 , . . . , vn } uma base de Rn . A transformação I é a identidade, ou


seja, I(v) = v, ∀v ∈ Rn , assim,
T (v1 ) = 1 · v1 + 0 · v2 + . . . 0 · vn
T (v2 ) = 0 · v1 + 1 · v2 + . . . + 0 · vn
.. .
. = ..
T (vn ) = 0 · v 1 + 0 · v2 + . . . + 1 · vn

Daí, a matriz de transformação será


 
1 0 ··· 0
 0 1 ··· 0 
In =  . . .. .. 
 
 .. .. . . 
0 0 ··· 1
7. Dados T : U → V linear e injetora e u1 , u2 , . . . , uk , vetores L.I. em U , mostre que {T (u1 ), . . . , T (uk )}
é L.I.

Solução: Escreva a combinação


a1 · T u1 + a2 · T u2 + . . . + ak · T uk = 0(= T (0))

Como T é linear,
T (a1 · u1 + a2 · u2 + . . . + ak · uk ) = T (0).
Sendo T injetiva,
a1 · u1 + a2 · u2 + . . . + ak · uk = 0.
Como u1 , u2 , . . . , uk são vetores LI, teremos a1 = a2 = . . . = ak = 0, e portanto {T (u1 ), . . . , T (uk )}
é L.I.
8. (a) Qual é a transformação linear T : R2 → R3 tal que T (1, 1) = (3, 2, 1) e T (0, −2) = (0, 1, 0)
(b) Ache T (1, 0) e T (0, 1)
(c) Qual é a transformação linear S : R3 → R2 tal que S(3, 2, 1) = (1, 1), S(0, 1, 0) = (0, −2) e
S(0, 0, 1) = (0, 0)
(d) Ache a transformação linear P : R2 → R2 tal que P = S ◦ T
Solução:

(a) Expressando o vetor genérico (x, y) como combinação da seguinte base do R2 , {(1, 1), (0, −2)},
temos:
(x, y) = a(1, 1) + b(0, −2)
= (a, a − 2b)


a =x
a − 2b = y ⇒ b = x−y 2
 
x−y
(x, y) = x(1, 1) + (0, −2)
2


x−y
T (x, y) = x(3, 2, 1) + (0, 1, 0)
2
 
x−y
= (3x, 2x, x) + 0, ,0
2
 
x−y
= 3x, ,x ,
2
ou seja,  
x−y
T (x, y) = 3x, ,x .
2
(b)
T (1, 0) = (3, 1/2, 1) e T (0, 1) = (0, −1/2, 0)
(c)
(1, 0, 0) = a(3, 2, 1) + b(0, 1, 0) + c(0, 0, 1)
= (3a, 2a, a) + (0, b, 0) + (0, 0, c)
= (3a, 2a + b, a + c)

Daí, temos: a = 1/3, b = −2/3 e c = −1/3 e (1, 0, 0) = 1/3(3, 2, 1)−2/3(0, 1, 0)+−1/3(0, 0, 1).
Como (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1), aplicando S , teremos
S(x, y, z) = xS(1, 0, 0) + yS(0, 1, 0) + zS(0, 0, 1)
 
1 2 1
= x S(3, 2, 1) − S(0, 1, 0) − S(0, 0, 1) + yS(0, 1, 0) + zS(0, 0, 1)
3 3 3
 
1 2 1
= x (1, 1) − (0, −2) − (0, 0) + y(0, −2) + z(0, 0)
3 3 3
 
1 5
= x , + y(0, −2)
3 3
 
x 5x
= , + (0, −2y)
3 3
 
x 5x
= , − 2y ,
3 3
ou seja,  
x 5x
S(x, y, z) = , − 2y
3 3
(d)   
3x 5 · 3x 5x − y
S◦T = , −2 = (x, 5x − 5x + y) = (x, y).
3 3 2
Temos: P (x, y, z) = (x, y).
9. Ache a transformação linear T : R3 → R2 tal que T (1, 0, 0) = (2, 0), T (0, 1, 0) = (1, 1) e
T (0, 0, 1) = (0, −1). Encontre v ∈ R3 tal que T (v) = (3, 2).

Solução:

T (x, y, z) = xT (1, 0, 0) + yT (0, 1, 0) + zT (0, 0, 1)


= x(2, 0) + y(1, 1) + z(0, −1)
= (2x, 0) + (y, y) + (0, −z)
= (2x + y, y − z),

ou seja,
T (x, y, z) = (2x + y, y − z)

T (v) = (3, 2)
(2x + y, y − z) = (3, 2)

2x + y =3
1−z
y−z = 2 ⇒ y = 2 + z; ⇒ 2x = 1 − z ⇒ x = 2

2 , 2 + α, α para α ∈ R.
Fazendo z = α, temos a solução: 1−α

10. Seja T : V → W uma transformação. Mostre que se T é linear, então T (0) = 0.

Solução: Como ~0 é o elemento neutro da adição em V :


T (0) + 0 = T (0)

O fato de T ser linear e o fato do ~0 ser o vetor nulo de V dão:


T (0) = T (0 + 0) = T (0) + T (0).

Comparando os resultados obtidos tiramos


0 = T (0) − T (0) = T (0).

Daí,
T (0) = 0

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