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Álgebra Linear I B

Caderno de Exercícios com Soluções


Simone Moraes
UFBA - Versão 2021
Sumário

1 Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1 Definição de Matrizes 5
1.2 Operações com Matrizes 7
1.3 Matrizes Simétricas e Matrizes Ortogonais 10
1.4 Matrizes Hermitianas e Matrizes Normais 15
1.5 Determinante 18
1.6 Matriz Inversa 23
1.7 Miscelânea 32
1.8 Matriz na Forma Escalonada e na Forma Escada 36

2 Sistemas de Equações Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41


2.1 Forma Matricial de um Sistema Linear 41
2.2 Classificação e Solução de Sistemas Lineares 42
2.3 Teorema do Posto 45
2.4 Resolução de Sistemas Lineares 56
2.5 Método da Matriz Inversa 64
2.6 Regra de Cramer 66
2.7 Miscelânea 68
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 70

3 Espaços Vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
3.1 Espaços Vetoriais 87
3.2 Subespaços Vetoriais 90
3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais 97
3.4 Combinação Linear 105
3.5 Subespaço Gerado 108
3.6 Dependência e Independência Linear 119
3.7 Base e Dimensão 124
3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 143
1. Matrizes

1.1 Definição de Matrizes


1. As matrizes A, B, C, D e E tem ordens 4 × 3, 4 × 5, 3 × 5, 2 × 5 e 3 × 5, respectivamente.
Determine quais das seguintes expressões matriciais são possíveis e a ordem de cada uma:
(a) AE + BT ; (b) C(DT + B); (c) AC + B; (d) E T (CB).
Solução:
(a) Não é possível, pois AE tem ordem 4 × 5, mas não é possível somar com BT que tem ordem
5 × 4, distintas.
(b) Não é possível somar DT5×2 e B4×5 pois têm ordens distintas.
 
(c) A4×3 ·C3×5 + B4×5 tem ordem 4 × 5;
4×5
(d) Não é possível multiplicar C por B, pois o número de colunas de C é igual 5 que é diferente
do número de colunas de B, que é igual a 4.

2. Sejam A, B, C e D matrizes tais que ABT de ordem 5 × 3 e que (CT + D)B de ordem 4 × 6.
Determine a ordem de cada uma destas matrizes.
Solução:
ABT que tem ordem 5 × 3 =⇒ A5×k e BTk×3 =⇒ B3×k .
Como (CT + D)B de ordem 4 × 6 =⇒ CT e D têm ordem 4 × l e Bl×6 .
Logo, B3×6 , A5×6 , CT e D são de ordem 4 × 3 e portanto C3×4 .
 
1 −3 7 8 2
 −4 0 11 3 −6 
3. Seja a matriz A =  2 −1
, determine:
5 1 3 
3 1 −4 0 7
(a) A ordem de A;
(b) Os elementos a23 , a35 e a43 .
6 Capítulo 1. Matrizes

Solução:
(a) A matriz A tem ordem 4 × 5, pois tem 4 linhas e 5 colunas.
(b) a23 = 11, a35 = 3 e a43 = −4, pois são os elementos localizados, respectivamente, 2ª linha
e 3ª coluna; 3ª linha e 5ª coluna e 4ª linha e 3ª coluna.

4. Determine a matriz quadrada, A = (ai j ), de ordem 4 cujos elementos são dados por:

2i − 3 j,
 se i < j
2
ai j = i + 2 j, se i = j .

−3i + 4 j, se i > j

Solução:
12 + 2 × 1
 
2×1−3×2 2×1−3×3 2×1−3×4
 −3 × 2 + 4 × 1 22 + 2 × 2 2×2−3×3 2×2−3×4 
A =  
 −3 × 3 + 4 × 1 −3 × 3 + 4 × 2 32 + 2 × 3 2×3−3×4 
−3 × 4 + 4 × 1 −3 × 4 + 4 × 2 −3 × 4 + 4 × 3 42 + 2 × 4
 
3 −4 −7 −10
 −2 8 −5 −8 
 −5 −1 15 −6  .
=  

−8 −4 0 24
   
2x + y t 3 −1
5. Determine números reais x, y, z e t tais que = .
z−t 3 0 y + 2z
Solução:


 2x + y = 3 t 
 = −1

2x + y t
 
3 −1
 

t = −1 z=t 
 = −1
= ⇐⇒ ⇐⇒ y = 3 − 2z = 5
z−t 3 0 y + 2z z−t = 0
 x = 3−y

 

y + 2z = 3 = −1
 
2
1
6. (a) A matriz de Hilbert em Mn (R) é a matriz Hn = [hi j ] definida por: hi j = , deter-
i+ j−1
mine a matriz de Hilbert para n = 4.
(i + j − 2)!
(b) A matriz de Pascal em Mn (R) é a matriz Pn = [pi j ] definida por: pi j = ,
(i − 1)!( j − 1)!
determine a matriz de Pascal para n = 5.
Solução:
1 1 1 1
   
1 1 1
 1+1−1 1
 1+2−1 1+3−1 1+4−1  
  2 3 4 

   

 1 1 1 1  
  1 1 1 1 

 2+1−1 2+2−1 2+3−1 2+4−1   2 3 4 5 
   
(a) H4 = 

=
 


 1 1 1 1   1 1 1 1 
   
 3+1−1 3+2−1 3+3−1 3+4−1   3 4 5 6 
   
   
 1 1 1 1   1 1 1 1 
4+1−1 4+2−1 4+3−1 4+4−1 4 5 6 7
é a matriz de Hilbert para n = 4.
1.2 Operações com Matrizes 7
(1 + 1 − 2)! (1 + 2 − 2)! (1 + 3 − 2)! (1 + 4 − 2)! (1 + 5 − 2)!
 
 (1 − 1)!(1 − 1)! (1 − 1)!(2 − 1)! (1 − 1)!(3 − 1)! (1 − 1)!(4 − 1)! (1 − 1)!(5 − 1)! 
 
 (2 + 1 − 2)! (2 + 2 − 2)! (2 + 3 − 2)! (2 + 4 − 2)! (2 + 5 − 2)! 
 
 (2 − 1)!(1 − 1)! (2 − 1)!(2 − 1)! (2 − 1)!(3 − 1)! (2 − 1)!(4 − 1)! (2 − 1)!(5 − 1)! 
 
 
 (3 + 1 − 2)! (3 + 2 − 2)! (3 + 3 − 2)! (3 + 4 − 2)! (3 + 5 − 2)! 
 
P5 = 
 (3 − 1)!(1 − 1)! (3 − 1)!(2 − 1)! (3 − 1)!(3 − 1)! (3 − 1)!(4 − 1)! (3 − 1)!(5 − 1)! 

 
 (4 + 1 − 2)! (4 + 2 − 2)! (4 + 3 − 2)! (4 + 4 − 2)! (4 + 5 − 2)! 
 
 (4 − 1)!(1 − 1)! (4 − 1)!(2 − 1)! (4 − 1)!(3 − 1)! (4 − 1)!(4 − 1)! (4 − 1)!(5 − 1)! 


 
 (5 + 1 − 2)! (5 + 2 − 2)! (5 + 3 − 2)! (5 + 4 − 2)! (5 + 5 − 2)!

(5 − 1)!(1 − 1)! (5 − 1)!(2 − 1)! (5 − 1)!(3 − 1)! (5 − 1)!(4 − 1)! (5 − 1)!(5 − 1)!

(b) 
0! 1! 2! 3! 4!

 0!0! 0!1! 0!2! 0!3! 0!4! 
 
 
 1! 2! 3! 4! 5! 
   
 1!0! 1!1! 1!2! 1!3! 1!4! 
  1 1 1 1 1
1 2 3 4 5 
  
 2! 3! 4! 5! 6!  
  
=  = 1 3 6 10 15 
 2!0! 2!1! 2!2! 2!3! 2!4!   
   1 4 10 20 35 
1 5 15 35 70
 
 3! 4! 5! 6! 7! 
 
 3!0! 3!1! 3!2! 3!3! 3!4! 
 
 
 4! 5! 6! 7! 8! 
4!0! 4!1! 4!2! 4!3! 4!4!
é a matriz de Pascal para n = 5.

1.2 Operações com Matrizes


x3 y2
     
−x 3y 0 4
1. Determine números reais x e y tais que + = .
y2 x2 4y 2x 5 −1
Solução:
 3 2    3
x − x y2 + 3y
     
x y −x 3y 0 4 0 4
+ = ⇐⇒ =
y2 x2 4y 2x 5 −1 y2 + 4y x2 + 2x 5 −1
 3
x −x = 0 
 x(x2 − x) = 0


 2 
y + 3y = 4 x = −1
⇐⇒ =⇒ y = 1 =⇒ .
y2 + 4y = 5 2 y = 1
(x + 1) = 0

 
 2
x + 2x = −1

 
 0  3 2
1 −1 3 2  −2 1 4 
2. Sejam as matrizes A =  0 1 4 −3 , B = 
 −1
 , C = A · B e D = B · A,
2 1 
1 2 −1 5
4 3 1
determine os elementos c32 e d43 .
8 Capítulo 1. Matrizes

Solução:
c32 = a31 b12 +a32 b22 +a33 b32 +a34 b42 = 1×3+2×1+(−1)×2+5×3 = 3+2−2+15 = 18;
d43 = b41 a13 + b42 a23 + b43 a33 = 4 × 3 + 3 × 4 + 1 × (−1) = 12 + 12 − 1 = 23.
 
2 −1
3. Seja a matriz A = , determine A2 ; A3 ; A31 ; A42 .
3 −2
Solução:
     
2 −1 2 −1 2 × 2 + (−1) × 3 2 × (−1) + (−1) × (−2)
A2 = A·A = · =
  3 −2 3 −2 3 × 2 + (−2) × 3 3 × (−1) + (−2) × (−2)
1 0
= = I2 .
0 1
Logo, A3 = A2 · A = I2 · A = A.

I2 se k é par
De modo geral, para k ∈ N, k ≥ 1 temos: Ak = .
A se k é ímpar
Consequentemente, A31 = A e A42 = I2 .

4. Considere as matrizes:
     
3 0     1 5 2 6 1 3
4 −1 1 4 2
A =  −1 2 , B = ,C= , D =  −1 0 1 , E =  −1 1 2 .
0 2 3 1 5
1 1 3 2 4 4 1 3
Determine, se possível:
T T
(a) 4E − 2D; (b) 2AT +C; (c) 2E T − 3DT ; (d) BAT − 2C ;
(e) (−AC)T + 5DT ; (f) BT CCT − AT A ; (g) DT E T − (ED)T .


Solução:
       
6 1 3 1 5 2 24 4 12 2 10 4
(a) 4E − 2D = 4 −1 1 2 − 2 −1 0 1 = −4 4 8 − −2 0
       2 
 4 1 3  3 2 4 16 4 12 6 4 8
22 −6 8
=  −2 4 6 .
10 0 4
 T
3 0      
T 1 4 2 3 −1 1 1 4 2
(b) 2A +C = 2 −1 2
  + =2 +
3 1 5 0 2 1 3 1 5
 1 1     
6 −2 2 1 4 2 7 2 4
= + = .
0 4 2 3 1 5 3 5 7
     
6 1 3 1 5 2 9 −13 0
(c) T T T
(2E − 3D ) = 2E − 3D = 2 −1 1 2 − 3 −1 0 1 =
     1 2 1 .
4 1 3 3 2 4 −1 −4 −6
 
3 0  T  T
T T T T 4 −1 1 4 2
(d) (BA − 2C) = AB − 2C =  −1 2  · −2
0 2 3 1 5
  1 1       
3 0   1 3 12 0 2 6 10 −6
4 0
=  −1 2  · −2  4 1  =  −6 4  −  8 2  =  −14 2 .
−1 2
1 1 2 5 3 2 4 10 −1 −8
1.2 Operações com Matrizes 9
 T  T
 T 3 0 1 5 2
1 4 2
(e) (−AC)T + 5DT = −CT AT + 5DT = − ·  −1 2  + 5  −1 0 1 
3 1 5
1 1 3 2 4
   
1 3   1 −1 3
3 −1 1
=− 4 1 ·
  +5 5
 0 2 
0 2 1
2 5 2 1 4
     
3 5 4 5 −5 15 2 −10 11
= −  12 −2 5  +  25 0 10  =  13 2 5 .
6 8 7 10 5 20 4 −3 13
  T   
 T T 3 0 3 0
4 −1
 
(f) BT (CCT −AT A) =  1 4 2 1 4 2
−  −1 2   −1 2  
0 2 3 1 5 3 1 5
1 1 1 1
     
    1 3   3 0
4 0  1 4 2  3 −1 1 
= · 4 1 −
 · −1 2  
−1 2 3 1 5 0 2 1
2 5 1 1
             
4 0 21 17 11 −1 4 0 10 18 40 72
= · − = · = .
−1 2 17 35 −1 5 −1 2 18 30 26 42

(g) DT E T − (ED)T = DT E T − DT E T = 03×3 .


5. Uma matriz A em Mn (K) é chamada idempotente se A2 = A, mostre que:
(a) Se A, B ∈ Mn (K) são tais que A · B = A e B · A = B, então A e B são idempotentes.
 
2 −2 −4
(b) A matriz  −1 3 4  é idempotente.
1 −2 −3
Solução:
AB=A BA=B AB=A
(a) A2 = A · A = (AB) · (AB) = A(BA)B = (AB)B = AB = A, logo A é idempotente.
Analogamente mostramos que B é idempotente.
     
2 −2 −4 2 −2 −4 2 −2 −4
(b)  −1 3 4  ·  −1 3 4  =  −1 3 4  , portanto é idempotente.
1 −2 −3 1 −2 −3 1 −2 −3
6. Determine, se possível:
   
1 2 0 1
(a) Números reais x e y tais que A = eB= comutam.
1 0 x y
 
1 1
(b) Todas as matrizes em M2 (R) que comutam com a matriz .
0 1
Solução:

      
1 2 0 1 0 1 1 2
(a) As matrizes A e B comutam se, e somente se, · = ·
1 0 x y x y 1 0

    2x = 1 
2x 1 + 2y 1 0 x = 1/2

⇐⇒ = ⇐⇒ x+y = 1 =⇒ − 1/2
.
0 1 x + y 2x y =
1 + 2y = 0

1 1
Logo, as matrizes A e B comutam se, e somente se, x = ey=− .
2 2
10 Capítulo 1. Matrizes
           
a b 1 1 1 1 a b a a+b a+c b+d
(b) · = · ⇐⇒ =
c d 0 1 0 1 c d c c+d c d

 a+c = a 
c = 0
=⇒ b + d = a + b =⇒ .
a = d
c+d = d

   
1 1 a b
Logo, as matrizes que comutam com a matriz são do tipo .
0 1 0 a
 
2 3 1
7. Dada a matriz A =  3 4 2 , calcule A + AT e A · AT .
1 2 0
Solução:
Observemos que a matriz A é simétrica, pois A = AT , logo
   
2 3 1 4 6 2
A + AT = A + A = 2A = 2  3 4 2  =  6 8 4  .
1 2 0 2 4 0
     
2 3 1 2 3 1 14 20 8
A · AT = A · A =  3 4 2  ·  3 4 2  =  20 29 11  .
1 2 0 1 2 0 8 11 5

8. Sejam A e B matrizes em Mn (R), se A · B = B · A, mostre que:


(a) (A ± B)2 = A2 ± 2AB + B2 ;
(b) (A − B)(A + B) = A2 − B2 ;
(c) (A − B)(A2 + AB + B2 ) = A3 − B3 .
Solução:
AB=BA
(a) (A ± B)2 = (A ± B) · (A ± B) = A2 ± AB ± BA + B2 = A2 ± 2AB + B2 .
AB=BA
(b) (A − B)(A + B) = A2 + AB − BA − B2 = A2 − B2 .
(A − B)(A2 + AB + B2 ) = A3 + A2 B + AB2 − BA2 − BAB − B3
(c) = A3 + A(AB) + (AB)B − (BA)A − (BA)B − B3
AB=BA
= A3 + A(BA) + (AB)B − (AB)A − (AB)B − B3 = A3 − B3 .

1.3 Matrizes Simétricas e Matrizes Ortogonais


1. Determine, em cada um dos casosabaixo, números reais x, y e z tais quea matriz A seja simétrica.
x2 + 3 −5

  8 x + 3 −10 8
−2 x
(a) A = , (b) A =  15 −5 −8 , (c) A =  7 −9 4 .
4 1
y − 2 2z 9 y + x z + 3x 11
Solução:
(a) A é simétrica se, e somente se, A = AT , ou seja, se, e somente se,
   
−2 x −2 4
= ⇐⇒ x = 4.
4 1 x 1
1.3 Matrizes Simétricas e Matrizes Ortogonais 11

(b) A é simétrica se, e somente se, A = AT , ou seja, se, e somente se,


     
8 x + 3 −10 8 15 y − 2  x+3 = 15  x = 12
 15 −5 −8 = x + 3 −5 2z
   ⇐⇒ y − 2 = −10 ⇐⇒ y = −8 .
y − 2 2z 9 −10 −8 9 2z = −8 z = −4
 

(c) A é simétrica se, e somente se, A = AT , ou seja, se, e somente se,

x2 + 3 −5
   
8 8 7 y+x
 7 −9 4  =  x2 + 3 −9 z + 3x 
y + x z + 3x 11 −5 4 11
 2 
 x +3 = 7  x = 2, y = −7, z = −2
2
⇐⇒ y + x = −5 =⇒ x = 4 =⇒ ou .
z + 3x = 4 x = −2, y = −3, z = 10
 

2. Classifique, se possível, as matrizes abaixo em simétrica e anti-simétrica:


   
0 2 −3 1 1−i 2
A =  −2 0 1 , B =  1 + i 10 5i ,
3 −1 0 2 −5i 8
   
4i 3 + 2i 7 + i 2 1 4
C =  3 + 2i 4 + i 8 + 2i  , D =  1 5 8 ,
7 + i 8 + 2i 3 − i 4 8 8
   
0 2 − i −3 3i −i −3 +√6i
E =  −2 + i 0 i , F =  −i 20i√ 1 + 5i  .
−i 1
3 0 3 + 6i −1 + 5i 3i
Solução:
 T    
0 2 −3 0 −2 3 0 2 −3
AT =  −2 0 1  = 2 0 −1  = −  −2 0 1  = −A, logo A é anti-
3 −1 0 −3 1 0 3 −1 0
simétrica.

Se B fosse matriz simétrica teríamos b jk = bk j , para todo j e todo k, mas b12 = 1 − i 6= 1 + i = b21 ,
portanto B não é simétrica.
Se B fosse matriz anti-simétrica teríamos b jk = −bk j , para todo j e todo k, em particular
os elementos da diagonal principal seriam todos nulos, mas b11 = 1 6= 0, portanto B não é
anti-simétrica.
 T  
4i 3 + 2i 7 + i 4i 3 + 2i 7 + i
CT =  3 + 2i 4 + i 8 + 2i  =  3 + 2i 4 + i 8 + 2i  = C, portanto C é simétrica.
7 + i 8 + 2i 3 − i 7 + i 8 + 2i 3 − i
 T  
2 1 4 2 1 4
DT =  1 5 8  =  1 5 8  = D, portanto D é simétrica.
4 8 8 4 8 8
 T    
0 2 − i −3 0 −2 + i 3 0 2 − i −3
E T =  −2 + i 0 i  =  2−i 0 −i  = −  −2 + i 0 i  = −E,
3 −i 0 −3 i 0 3 −i 0
portanto E é anti-simétrica.
12 Capítulo 1. Matrizes

Se F fosse matriz simétrica teríamos f jk = fk j , para todo j e todo k, mas f13 = −3 + 6i 6=


3 + 6i = b31 , portanto F não é simétrica.
Se F fosse matriz anti-simétrica teríamos f jk = − fk j , para todo j e todo k, em particular os
elementos da diagonal principal seriam todos nulos, mas f22 = 20i 6= 0, portanto F não é
anti-simétrica.

3. Sejam A e B matrizes em Mn (K), com n > 1 e α e β escalares em K, mostre que:


(a) A + AT é simétrica e A − AT é anti-simétrica.
(b) Se A e B são simétricas, então αA + β B também o é.
(c) Se A e B são anti-simétricas, então αA + β B também o é.
(d) Se A e B são simétricas, então A · B é simétrica se, e somente se, A e B comutam.
Solução:
T T
(a) (A + AT )T =2 AT + (AT )T =1 AT + A = A + AT , portanto A + AT é simétrica.
T T
(A − AT )T =2 AT − (AT )T =1 AT − A = −(A − AT ), portanto A − AT é anti-simétrica.
T2 e T3 A, B simét.
(b) (αA + β B)T = αAT + β BT = αA + β B, portanto αA + β B é simétrica.
T eT A, B anti-sim.
(c) (αA + β B)T 2= 3 αAT + β BT = α(−A) + β (−B) = −(αA + β B), portanto
αA + β B é anti-simétrica.
T A, B simét.
(d) Se A · B é simétrica, então (A · B)T = A · B, mas (A · B)T =4 BT · AT = B · A, logo
A · B = B · A.
T A, B simét.
Reciprocamente, se A e B são simétricas e comutam, então (A · B)T =4 BT · AT =
B · A = A · B, ou seja, A · B é simétrica

4. Determine, se possível, números reais x e y de modo que a matriz A seja ortogonal, nos seguintes
casos:
   √ 
−1 0 2 √x
(a) A = ; (b) A = .
0 x y 2
Solução:
(a) A é ortogonal se, e somente se, A · AT = I2 se e somente se,
         
−1 0 −1 0 1 0 1 0 1 0
· = ⇐⇒ =
0 x 0 x 0 1 0 x2 0 1

⇐⇒ x2 = 1 ⇐⇒ x = 1 ou x = −1.

(b) A é ortogonal se, e somente se, A · AT = I2 se e somente se,


 √   √     2
√   
2 √x 2 √y 1 0 √ 2 + x 2(y + x) 1 0
· = ⇐⇒ = .
y 2 x 2 0 1 2(y + x) 2 + y2 0 1

Mas, como x ∈ R a equação 2 + x2 = 1 ⇐⇒ x2 = −1 não tem solução.


 √ 
2 √x
Portanto, não existem x e y números reais tal que a matriz A = seja ortogonal.
y 2
1.3 Matrizes Simétricas e Matrizes Ortogonais 13

5. Verifique quais das matrizes abaixo é ortogonal.  √ √ √ 


3 3 3
 √  3 3 3
1 2 2  
   
3 3  √ √ √
0 1 1 −2

A= , B= , C= , D =  − 36 6 6 .
   
1 0 2 1 √ 6 6
2 2
− 31
 
√ √
3
 
0 − 22 2
2

Solução:
     
0 1 0 1 0 1
A · AT = · = , portanto A é ortogonal.
1 0 1 0 1 0
     
T 1 −2 1 2 5
B·B = · = 6= I2 , portanto B não é matriz ortogonal.
2 1 −2 1
 √   √   √ √ 
1 2 2 1 2 2 1 8 2 2 2 2
+ −  
T  3 3   3 3  9 9 9 9  0 1
C ·C =  √ · √ = √ = .

√ 1 0
2 2 1 2 2 1 2 2 2 2 8 1
3 −3 3 −3 9 − 9 9+9

Portanto, C é matriz ortogonal.


 √ √ √   √ √ 
3 3 3 3 6
3 3 3 3 − 3 0
   
 √ √ √   √ √ √ 
D · DT =  − 36 6 6 · 3 6
− 22
   
6 6 3 6

   
√ √ √ √ √
   
3
0 − 22 2
2
3 6
6
2
2

 √ √ √ √ √ 
1 2 2 2 6 6
3 + 31 + 13 − 3 + 6 + 6 − 6 + 6
  
1 0 0

 √ √ √ √ √ 
=  − 32 + 62 + 62 2
+ 16 + 16 − 63 3  = 0 1 0 .
  
3 + 6
0 0 1
 
√ √ √ √
 
3 3
− 66 + 66 − 6 + 6
1
2 + 12
Portanto, D é matriz ortogonal.

6. Sejam A e B em Mn (R), mostre que se A e B são ortogonais, então A · B também o é.


Solução:
Suponhamos que A e B em Mn (R) são matrizes ortogonais, logo:

T M B é ortog. A é ortog.
(A · B) · (A · B)T =4 (A · B) · (BT · AT ) =2 A · (B · BT ) · AT = A · AT = In .

 
cos θ − sin θ
7. Dado θ número real considere a matriz Tθ = .
sin θ cos θ
(a) Dados θ e φ em R, mostre que Tθ · Tφ = Tθ +φ .
(b) Calcule T(−θ ) .
(c) Mostre que para todo número θ a matriz Tθ é ortogonal.
14 Capítulo 1. Matrizes

Solução:
(a) Sejam θ e φ números reais, então:
   
cos θ − sin θ cos φ − sin φ
Tθ · Tφ = ·
sin θ cos θ sin φ cos φ
 
cos θ cos φ − sin θ sin φ − cos θ sin φ − sin θ cos φ
= .
sin θ cos φ + cos θ sin φ − sin θ sin φ + cos θ cos φ
 
cos(θ + φ ) − sin(θ + φ )
= = Tθ +φ
sin(θ + φ ) cos(θ + φ )

(b) Dado θ ∈ R, então:


     
cos(−θ ) − sin(−θ ) cos θ − (− sin θ ) cos θ sin θ
T−θ = = = .
sin(−θ ) cos(−θ ) − sin θ cos θ − sin θ cos θ

(c) Seja θ um número real qualquer, então:


   T
cos θ − sin θ cos θ − sin θ
Tθ · TθT = ·
sin θ cos θ sin θ cos θ
   
cos θ − sin θ cos θ sin θ
= ·
sin θ cos θ − sin θ cos θ

cos2 θ + sin2 θ
   
cos θ sin θ − sin θ cos θ 1 0
= = = I2 .
sin θ cos θ − cos θ sin θ sin2 θ + cos2 θ 0 1
Logo, Tθ é matriz ortogonal.

8. Em M2 (R) determine todas as matrizes que são simultaneamente:


(a) Simétricas e ortogonais.
(b) Anti-simétricas e ortogonais.
Solução:
 
a b
(a) A = ∈ M2 (R) é simétrica se, e somente se,
c d
   
T a b a c
A = A ⇐⇒ = ⇐⇒ b = c.
c d b d
 
a b
Por outro lado, A = é ortogonal se, e somente se,
b d
     
T a b a b 1 0
A · A = I2 ⇐⇒ · =
b d b d 0 1
 2
 2 2
    a + b2 = 1
a + b b(a + d) 1 0
⇐⇒ = =⇒ b(a + d) = 0 .
b(a + d) b2 + d 2 0 1  2
b + d2 = 1

2 2 a = cos θ
Como a e b são números reais tais que a +b = 1, existe θ ∈ [0, 2π) tal que
b = sin θ
e como b(a + d) = 0 segue ainda que b = 0 ou a = −d.
1.4 Matrizes Hermitianas e Matrizes Normais 15

d = cos φ
Mas, temos também b2 + d 2 = 1, então existe φ ∈ [0, 2π) tal que , assim
 b = sin φ
a = cos θ = − cos φ
como a = −d segue que: =⇒ φ = π − θ , pois
b = sin θ = sin φ

b = sin φ = sin(π − θ ) = sin


|{z}π cos θ − cos
| {zπ} sin θ = sin θ
=0 =−1
d = cos φ = cos(π − θ ) = cos
| {zπ} cos θ + sin
|{z}π sin θ = − cos θ = −a.
=−1 =0

Logo, as matrizes de M2 (R) que são simétricas e ortogonais simultaneamente são do tipo:
 
cos θ sin θ
A= .
sin θ − cos θ
 
0 b
(b) Se A ∈ M2 (R) é anti-simétrica, então A = .
  −b 0
0 b
Por outro lado, A = é ortogonal se, e somente se, A · AT = I2
−b 0
       2   
0 b 0 −b 1 0 b 0 1 0
⇐⇒ · = ⇐⇒ =
−b 0 b 0 0 1 0 b2 0 1

⇐⇒ b2 = 1 ⇐⇒ b = 1 ou b = −1.
Logo, as únicas matrizes reais quadradas de ordem 2 que são simultaneamente anti-
simétricas e ortogonais são
   
0 −1 0 1
e .
1 0 −1 0

1.4 Matrizes Hermitianas e Matrizes Normais


1. Classifique, se possível, as matrizes abaixo em hermitiana e anti-hermitiana:
   
0 2 −3 1 1−i 2
A =  −2 0 1 , B =  1 + i 10 5i ,
3 −1 0 2 −5i 8
   
4i 3 + 2i 7 + i 2 1 4
C =  3 + 2i 4 + i 8 + 2i  , D =  1 5 8 ,
7 + i 8 + 2i 3 − i 4 8 8
   
0 2 − i −3 3i −i −3 +√6i
E =  −2 + i 0 i , F =  −i 20i√ 1 + 5i  .
−i 1
3 0 3 + 6i −1 + 5i 3i
Solução:
Vimos no exercício 2 da Seção 1.3 que:
T
• A é matriz real anti-simétrica, logo A = −AT = −A = −A∗ , portanto A é anti-hermitiana.
• C é matriz complexa simétrica, logo C = CT .
T
Porém C 6= C∗ = C , ou seja, C não é hermitiana, por exemplo

c12 = 3 + 2i 6= c21 = 3 + 2i = 3 − 2i.


16 Capítulo 1. Matrizes
T
A matriz C tampouco é anti-hermitiana, pois C = CT 6= −C∗ = −C , por exemplo

c23 = 8 + 2i 6= −c32 = −8 + 2i = −(8 − 3i) = −8 + 2i.

T
• D é matriz real simétrica, logo D = DT = D = D∗ , portanto D é hermitiana.

• E é matriz complexa anti-simétrica, logo E = −E T .


T
Porém, E 6= −E ∗ = −E , ou seja, E não é anti-hermitiana, por exemplo,

−e21 = −2 + i = −(−2 − i) = 2 + i 6= 2 − i = e12 .


T
A matriz E tampouco é hermitiana, pois E 6= E ∗ = E , por exemplo

e12 = 2 − i = 2 + i 6= −2 + i = e21 .

 T  T  
1 1−i 2 1 1+i 2 1 1−i 2
B∗ =  1 + i 10 5i  =  1 − i 10 −5i  =  1 + i 10 5i  = B.
2 −5i 8 2 5i 8 2 −5i 8
Logo, a matriz B é hermitiana.

 T  T
3i −i −3 +√6i −3i i −3 −
√6i
F∗ =  −i 20i√ 1 + 5i  =  i −20i √ 1 − 5i 
1
3 + 6i −1 + 5i 3i 3 − 6i −1 − 5i − 13 i
   
−3i i 3−√ 6i 3i −i −3 +√6i
=  i −20i
√ −1 − 5i  = −  −i 20i√ 1 + 5i  = −F.
−3 − 6i 1 − 5i − 13 i 3 + 6i −1 + 5i 1
3i

Logo, a matriz F é anti-hermitiana.

2. Sejam A ∈ Mn (C), mostre que:


(a) Se A é matriz real e simétrica (ou anti-simétrica), então A é matriz normal.
(b) Se A é matriz hermitiana (ou anti-hermitiana), então A é matriz normal.
(c) As matrizes A + A∗ e A · A∗ são matrizes hermitianas.
Solução:
(a) Seja A ∈ Mn (R), se A é simétrica, então AT = A, logo
A simét. A simét.
A · AT = A·A = AT · A.

Agora, se A é anti-simétrica, então:


A anti-sim. A anti-sim.
A · AT = A · (−A) = (−A) · A = AT · A.

Logo, se A é matriz real simétrica ou anti-simétrica, então A é matriz normal.


1.4 Matrizes Hermitianas e Matrizes Normais 17

(b) Seja A ∈ Mn (C), se A é hermitiana A∗ = A, então:


A herm. A herm.
A · A∗ = A·A = A∗ · A.

Já se A é anti-hermitiana, então A∗ = −A e temos:


A anti-herm. A anti-herm.
A · A∗ = A · (−A) = (−A) · A = A∗ · A.

Logo, se A é matriz complexa hermitiana ou anti-hermitiana, então A é matriz normal


complexa.
T
(c) Observemos que A + A = A + A∗ e
T
T T T T T T
(A+A∗ )∗ = (A+A )∗ = A + A = A+A = (A+AT )T = A +(AT )T = A +A = A∗ +A.
T
Portanto, A + A é matriz hermitiana.

T
T T T T T T
(A · A∗ )∗ = (A · A )∗ = A · A = A·A = (A · AT )T = (AT )T · A = A · A = A · A∗ .
T
Portanto, A · A também é matriz hermitiana

3. Classifique, se possível, as matrizes abaixo em normais e unitárias:


     
i 0 5 − i −1 + i i i
A= , B= , C= .
0 1 −1 − i 3 − i 2 3
Solução:
   ∗      
∗ i 0 i 0 i 0 −i 0 1 0
A·A = · = · = = I2 .
0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
Analogamente mostramos que A∗ · A = I2 .
Portanto, a matriz A é normal e unitária.

   ∗
5 − i −1 + i 5 − i −1 + i
B · B∗ = ·
−1 − i 3 − i −1 − i 3 − i

   T
5 − i −1 + i 5 − i −1 + i
= ·
−1 − i 3 − i −1 − i 3 − i
   T
5 − i −1 + i 5 + i −1 − i
= ·
−1 − i 3 − i −1 + i 3 + i
     
5 − i −1 + i 5 + i −1 + i 28 −8 + 8i
= · = 6= I2 .
−1 − i 3 − i −1 − i 3 + i −8 − 8i 12

Logo, B não é matriz unitária.


     
∗ 5 + i −1 + i 5 − i −1 + i 28 −8 + 8i
Como B · B = · = , segue que B
−1 − i 3 + i −1 − i 3 − i −8 − 8i 12
é matriz normal complexa.
18 Capítulo 1. Matrizes

   T      
∗ i i i i i i −i 2 2 5i
C ·C = · = · = 6= I2 .
2 3 2 3 2 3 −i 3 −5i 13
     
−i 2 i i 5 7
Mas C∗ ·C = · = 6= C ·C∗ , portanto C também não é normal.
−i 3 2 3 7 10

1.5 Determinante
1. Seja A uma matriz quadrada de ordem 5, cujo determinante é igual a −3.
(a) Calcule o determinante da matriz P dada por P = 4A−1 AT .
(b) P é invertível?
(c) Calcule o determinante da matriz B obtida de A após serem realizadas as seguintes opera-
ções: L3 ←→ L2 ; L1 −→ L1 + 2L5 ; L4 −→ −3L4 .
Solução:
1
(a) det P = det(4A−1 AT ) = 45 det A−1 det AT = 1.024 det A = 1.024.
det A
(b) Como det P 6= 0, segue que P é invertível.
(c) Ao efetuar a operação elementar L3 ←→ L2 o sinal do determinante é alterado, ao efetuar
a operação L1 −→ L1 + 2L5 o determinante não se altera e ao efetuar L4 −→ −3L4 o
determinante deve ser multiplicado por −3 a operação elementar, portanto

det B = (−1) × (−3) × det A = 3 × (−3) = −9.

 
4 −5 3 2
 −1 0 3 0 
2. Calcule o determinante da matriz A =  .
 1 2 −1 3 
2 1 0 4
(a) Teorema de Laplace (usando cofatores de uma linha ou de uma coluna de A).
(b) Usando operações elementares sobre as linhas de A.
Solução:

−5 3 2 4 −5 2
pela 2ª linha
det A = −(−1) 2 −1 3 − 3 1
2 3

1 0 4 2" 1 4
#
3 2 −5 3 2 3
(a) +5 1 3
+3 1 2

=
−1 3
+4
2 −1 − 3 4
1

4 2 4
2 1

= (9 + 2) + 4(5 − 6) − 3 4(8 − 3) + 5(4 − 6) + 2(1 − 4)
= 11 − 4 − 3(20 − 10 − 6) = 7 − 12 = −5.
1.5 Determinante 19
   
4 −5 3 2 L1 ↔ L2 −1 0 3 0
 −1  4 −5
0 3 0  L2 → L2 + 4L1 ∼
3 2 

  ∼
 1 2 −1 3   1 2 −1 3  L3 → L3 + L1
2 1 0 4 2 1 0 4 L4 → L4 + 2L1
   
−1 0 3 0 −1 0 3 0
 0 −5 15 2  L2 ↔ L4  0 1 6 4 
  ∼  ∼
 0 2 2 3   0 2 2 3  L3 → L3 − 2L2
0 1 6 4 0 −5 15 2 L4 → L4 + 5L2
(b) .
   
−1 0 3 0 −1 0 3 0
 0 1 6 4 

 0 1
 6 4 
 1 ∼ 
 0 0 −10 −5  L3 → L3  0 0 −1 −1/2 
0 0 45 22 10 0 0 45 22 L4 → L4 + 45L3
 
−1 0 3 0
 0 1 6 4 
∼
 0 0 −1 −1/2 

0 0 0 −1/2

−1 0 3 0

0 1 6 4 1
Como
= − , pelas operações elementares temos:
0 0 −1 −1/2 2

0 0 0 −1/2

1 1 10
− = (−1)(−1) det A ⇐⇒ det A = − = −5.
2 10 2

 
1 5 −1 3
 −1 2 −2 4 
3. Dada a matriz A =  , determine:
 6 7 3 −1 
5 3 0 4
(a) det A utilizando as operações elementares sobre as linhas de A;
(b) det AT ; (c) det A2 ; (d) det A−1 ; (e) det(−A); (f) det(3AAT ).
Solução:
   
1 5 −1 3 1 5 −1 3
 −1 2 −2 4  L → L + L 0 7 −3 7
 2 2 1
 
 ∼  ∼
 6 7 3 −1  L3 → L3 − 6L1  0 −23 9 −19 
L3 → L3 − L2
5 3 0 4 L4 → L4 − 5L1 0 −22 5 −11
   
1 5 −1 3 1 5 −1 3
 0 7 −3 7  L2 ↔ L3  0 −1 4 −8 
(a) 
 0 −1
 ∼  L3 → L3 + 7L2 ∼

4 −8   0 7 −3 7
0 −22 5 −11 0 −22 5 −11 L4 → L4 − 22L2
   
1 5 −1 3 1 5 −1 3
 0 −1 4 −8   0 −1 4 −8 
  ∼ .
 0 0 25 −49   0 0 25 −49 
0 −83 165 83 58
0 L4 → 25 L3 0 0 0 25
20 Capítulo 1. Matrizes


1 5 −1 3
0 −1 4 −8
Como = −58, pelas operações elementares temos:
0 0 25 −49
58
0 0 0 25

−58 = (−1) det A ⇐⇒ det A = 58.

(b) det AT = det A = 58.


(c) det A2 = (det A)2 = 582 = 3.364.
1 1
(d) A−1 = = .
det A 58
(e) det(−A) = (−1)4 58 = 58.
(f) det(3AAT ) = 34 det A det AT = 34 582 = 272.484.

4. Calcule os seguintes determinantes:



2 −1 5 1+a b c c −4 3

(a) 1 9 −4 ; (b) a 1+b c ;
(c) 2 1 c2 ;
3 0 0 a b 1+c 4 c−1 2

0 0
0 0 −3
0 0
0 −4 0
(d) 0 0 −1 0 0 .
0 2 0 0 0

5 0 0 1 0
Solução:

2 −1 5
pela 3ª linha −1 5
(a) 1 9 −4 = 3 · 3 × (4 − 45) = 4 × (−41) = −123.
3 9 −4
0 0

1+a b c 1+a b c

a
1+b c L2 → L2 − L1 = −1
1 0
a b 1 + c L3 → L3 − L2 0
−1 1

(b) 1+a c 1+a b

pela 3ª linha
= −(−1) +
−1 0 −1 1
= c + (1 + a) + b = 1 + a + b + c.

c −4 3 c −4 3

2
2

2
1 c = 2
1 c

4 c − 1 2 L3 → L3 − 2L2 0 c − 3 2 − 2c2

pela 3ª linha c 3
+ (2 − 2c2 ) c −4
(c) = −(c − 3) 2 2

2 c 1
= (3 − c)(c3 − 6) + (2 − 2c2 )(c + 8)
= −c4 + 3c3 + 6c − 18 + 2c + 16 − 2c3 − 16c2
= c4 + c3 − 16c2 + 8c − 2.

0 0 0 0 −3 5 0 0 1 0
L ↔ L5
0 1

0 0 0 −4 0 2 0 0 0
L ↔ L4
0 2

0 0 −1 0 = (−1) × (−1) 0 0 −1 0 0
(d)
0 2 0 0 0 0 0
0 −4 0
5 0 0 1 0 0 0 0 0 −3
= 5 × 2 × (−1) × (−4) × (−3) = −120.
1.5 Determinante 21

5. Resolva as seguintes equações:



x
5 7 2
x − 2 3
(a) 0 x + 1 6 = 0; (b) 2x + 3 x − 1 4 = 16;
0 0 2x − 1 5 1 0

x −1 1 0 −3


(c) = 2 x −6 .
3 1 − x
1 3 x−5
Solução:


 x=0 
 x=0
 ou
 
x 5 7 ou

 



(a) 0 x + 1
6

= 0 ⇐⇒ x(x + 1)(2x1) = 0 ⇐⇒ x + 1 = 0 ⇐⇒ x = −1 .
0 0 2x − 1


 ou

 ou
 x= 1

 

2x − 1 = 0
 
2

2 x − 2 3
x−2 3 2

3
(b) 2x + 3 x − 1 4 = 16 ⇐⇒ 5
− = 16
5 x − 1 4 2x + 3 4
1 0

⇐⇒ 5 4(x − 2) − 3(x − 1) − (8 − 3(2x + 3)) = 16

⇐⇒ 5(x − 5) + 1 + 6x = 16 ⇐⇒ 5x − 25 + 1 + 6x = 16
40
⇐⇒ 11x = 40 ⇐⇒ x = .
11

1 0 −3
x −1
⇐⇒ x(1 − x) + 3 = x −6 + (−3) 2 x

(c) = 2 x −6
3 1−x
1 3 x−5


3 x−5 1 3

⇐⇒ −x2 + x + 3 = x(x − 5) + 18 + (−3)(6 − x)


⇐⇒ −x2 + x + 3 = x2 − 5x + 18 − 18 + 3x
 √
3 + 33
√ x=


4

3 ± 9 + 24 
⇐⇒ 2x2 − 3x − 3 = 0 ⇐⇒ x = ⇐⇒ ou √ .
4
 x = 3 − 33



4
 
−2 2 3
6. Seja A =  −2 3 2 , determine x ∈ R tal que det(xI − A) = 0.
−4 2 5
Solução:

   
1 0 0 −2 2 3 ! x + 2 −2
−3

det(xI − A) = 0 ⇔ det x 0 1 0 − −2 3 2
    =0⇔ 2
x − 3 −2 =0

0 0 1 −4 2 5 4 −2 x − 5

x − 3 −2
+ 2 2 −2 + (−3) 2 x − 3

⇐⇒ (x + 2) =0
−2 x − 5 4 x−5 4 −2
22 Capítulo 1. Matrizes

⇐⇒ (x + 2)(x − 3)(x − 5) − 4(x + 2) + 4(x − 5) + 16 + 12 + 12(x − 3) = 0

⇐⇒ (x + 2)(x − 3)(x − 5) − 4x − 8 + 4x − 20 + 16 + 12 + 12x − 36 = 0



⇐⇒ (x + 2)(x − 3)(x − 5) + 12x − 36 = 0 ⇐⇒ (x − 3) (x + 2)(x − 5) + 12 = 0

⇐⇒ (x − 3)(x2 − 3x − 10 + 12) = 0 ⇐⇒ (x − 3)(x2 − 3x + 2) = 0




 x=3
x−3 = 0  ou


⇐⇒ ou ⇐⇒ x=1
2
x − 3x + 2 = 0

 ou


x = 2.

 
0 0 0 a14
 0 0 a23 a24 
7. Calcule o determinante da matriz A =   0 a32 a33 a34  . Generalize o resultado para

a41 a42 a43 a44


uma matriz A = [ai j ]n×n na qual ai j = 0 sempre que i + j ≤ n.
Solução:
 
0 0 a23  
0 a 32
det A = a14 ×  0 a32 a33  = a14 × (−a23 ) ×
a41 a42
a41 a42 a43
= a14 × (−a23 ) × (−a32 × a41 ) = a14 × a23 × a32 × a41 ,
ou seja, se A é matriz quadrada de ordem 4 com ai j = 0 sempre que i + j ≤ 4, então det A é o
produto dos elementos da diagonal secundária.
Observemos que

0 0 a13  
0 a22 a23  = (−a13 ) × 0 a22 = (−a13 ) × (−a22 × a31 ) = a13 × a22 × a31 .


a31 a32 a33 a31 a42

Logo, a generalização deste é resultado é: se A é matriz quadrada de ordem n, com ai j = 0


sempre que i + j ≤ n e n > 4, então det A é o produto dos elementos da diagonal secundária, mas
os elementos da diagonal secundária de A são os elementos Ai j tal que i + j = n + 1, logo temos:

n
det A = a1n × a2(n−1) × · · · × a(n−1)2 × · · · × an1 = ∏ ai,(n+1)−i .
i=1

8. Dizemos que uma matriz A quadrada de ordem n é semelhante à uma matriz B, também quadrada
de ordem n, se, e somente se, existe uma matriz quadrada de ordem n invertível P tal que
B = P · A · P−1 .
(a) Mostre que se A é uma matriz semelhante a B, então B é semelhante a A.
(b) Mostre que se A é semelhante a B e B é semelhante a C, então A é semelhante a C.
(c) Prove que matrizes semelhantes têm o mesmo determinante.
1.6 Matriz Inversa 23

Solução:
(a) Se A é semelhante a B, então existe uma matriz invertível P tal que B = P · A · P−1 , isto
implica que:

P−1 · B · P = P−1 · (P · A · P−1 ) · P ⇐⇒ P−1 · B · P = (P−1 · P) · A · (P−1 · P) = A.

Logo, A = P−1 · B · (P−1 )−1 , ou seja, B é semelhante a A.

(b) Suponhamos que B = P · A · P−1 e C = Q · B · Q−1 , então

C = Q · (P · A · P−1 ) · Q−1 = (Q · P) · A · (P−1 · Q−1 ) = (Q · P) · A · (Q · P)−1 ,

portanto A é semelhante a C.

det A−1 =1/det A 1


(c) det B = det(P · A · P−1 ) = det P · det A · det P−1 = det P · det A · = det A.
det P

1.6 Matriz Inversa


1. Verifique se as matrizes abaixo são invertíveis, em caso afirmativo determine as inversas.
 
  1 0 0
5 3
A= ; B =  3 2 0 .
8 6
6 4 1
Solução:
Como det A = 30 − 24 = 6 6= 0, segue que A é invertível.
 
a11 a12
Vimos que para A = com det A 6= 0 a inversa de A é dada por
a21 a22
 
−1 1 a22 −a12
A = · .
det A −a21 a11
 
1 6 −3
Logo, no nosso caso temos A−1 = · .
6 −8 5

Como det B = 2 6= 0, então B é invertível, vamos determinar B−1 efetuando operações sobre as
linhas de B e de I3 :

1 0 0 | 1 0 0 1 0 0 | 1 0 0
3 2 0 | 0 1 0 L2 −→ L2 − 3L1 ∼ 0 2 0 | −3 1 0 L2 −→ 12 L2
6 4 1 | 0 0 1 L3 −→ L3 − 2L2 0 0 1 | 0 −2 1

1 0 0 | 1 0 0
3 1
∼ 0 1 0 | −2 2 0 .
0 0 1 | 0 −2 1
 
1 0 0
Portanto, B−1  3
= −2 1
2 0
.
0 −2 1
24 Capítulo 1. Matrizes

2. Determine os valores de a para que a matriz seja invertível em cada um dos seguintes casos:

   
1 1 1 a+3 7 6
(a) A =  2 1 2 ; (b) A =  −1 a − 5 −6  .
1 2 a 1 1 a+2

Solução:

Vimos que uma matriz quadrada A é invertível se, e somente se, det A 6= 0.


1 1 1
1 2 2 2 2 1
(a) det A = 2 1 2 = − + = a − 4 − (2a − 2) + 4 − 1 = −a + 1.
2 a 1 a 1 2
1 2 a

Logo, det A 6= 0 ⇐⇒ −a + 1 6= 0 ⇐⇒ a 6= 1.

Portanto, a matriz A é invertível se, e somente se, a 6= 1.


a+3 7 6 L3 →L3 +L2 a + 3 7 6


det A = −1 a − 5 −6

= −1 a − 5 −6


1 1 a+2 0 a−4 a−4

a+3 6
+ (a − 4) a + 3 7

= −(a − 4)
−1 −6 −1 a − 5
(b)
= (a − 4)(6(a + 3) − 6 + (a + 3)(a − 5) + 7)

= (a − 4)(6a + 18 + a2 − 2a − 15 + 1)

= (a − 4)(a2 + 4a + 4) = (a − 4)(a + 2)2 .

 
a − 4 6= 0
  a 6= 4
Logo, det A 6= 0 ⇐⇒ (a − 4)(a + 2)2 6= 0 ⇐⇒ ou ⇐⇒ ou .
 2
(a + 2) 6= 0

a 6= −2

Portanto, a matriz A é invertível se, e somente se, a 6= −2 ou a 6= 4.

3. Sejam A, B e C matrizes invertíveis em Mn (K), encontre a expressão da matriz X, nos seguintes


casos:

(a) ABT X = C; (b) AB +CX = In ; (c) (CB)−1 AX = In ; (d) (AB)T XC = In .


1.6 Matriz Inversa 25

Solução:
(a) Multiplicando a igualdade ABT X = C por A−1 à esquerda obtemos BT X = A−1C, multipli-
cando esta igualdade por (BT )−1 à esquerda obtemos X = (BT )−1 A−1C.
(b) Somando o oposto de AB na igualdade AB +CX = In obtemos CX = In − AB, multiplicando
esta igualdade por C−1 à esquerda obtemos X = C−1 (In − AB).
(c) Multiplicando a igualdade (CB)−1 AX = In por CB à esquerda obtemos AX = CB, multipli-
cando esta igualdade por A−1 à esquerda obtemos X = A−1CB.
−1
(d) Multiplicando a igualdade (AB)T XC = In por (AB)T à esquerda obtemos XC =
−1 −1 −1
(AB)T , multiplicando esta igualdade por C−1 à direita obtemos X = (AB)T

C .

4. Seja A = [ai j ] uma matriz diagonal com a11 , a22 , · · · , ann todos não nulos, determine A−1 , a
inversa de A, se existir.
Solução:
Como a11 , a22 , · · · , ann são todos não nulos, então det A = a11 a22 · · · ann 6= 0, logo existe A−1 .
Mas,
1
···
     
a11 0 ··· 0 a11 0 0 1 0 ··· 0
1
 0 a22 ··· 0   0 a22 ··· 0   0 1 ··· 0 
· = .. . . ..  .
     
 .. .. ... .. .. .. ... .. ..
 . . .   . . .   . . . . 
0 0 · · · ann 1 0 0 ··· 1
0 0 ··· ann
Portanto,
1
···
 
a11 0 0
1
−1
 0 a22 ··· 0 
A = .
 
.. .. .. ..
 . . . . 
1
0 0 ··· ann

5. Em cada caso verifique se A é invertível; determine cofA, a matriz co-fatora de A, e A−1 , a matriz
inversa de A, se esta existir.
   
1 −2 3 cos θ sen θ 0
(a) A =  6 7 −1  ; (b) A =  −sen θ cos θ 0  ;
−3 1 4 0 0 1
   
0 1 1 1 3 5 6 0
 1 1 1 1   2 −1 0 0 
(c) A =  2 2 2 ; (d) A =  .
 2 1 1 0   4 0 0 0 
3 3 3
1 2 5 2 −4 3
−3 3 0 0
Solução:
(a) Lembrando que a matriz cofatora de A, cof(A) = [cof(ai j )], com cof(ai j ) = (−1)i+ j det Ai j
e Ai j a matriz obtida de A retirando a i-ésima linha e j-ésima coluna, por exemplo

6 7
1+3
cof(a13 ) = (−1) = 6 + 21 = 27,
−3 1

3+2 1 3

cof(a32 ) = (−1) = −(−1 − 18) = 19.
6 −1
26 Capítulo 1. Matrizes
 
29 −21 27
Com cálculos análogos aos acima concluímos que cof(A) =  11 13 5  , como
−19 19 19
−1
det A = 152 6= 0, então existe A e vimos que:
1 1
A−1 = · adj(A) = · (cof(A))T .
det A det A
Logo,
29 11
− 18
 
  152 152
29 11 −19  
−1 1   21 13 1

A = −21 13  − 152
19  =  152 8
.
152 
27 5 19  
27 5 1
152 152 8
 
cos θ sen θ 0
(b) Com cálculos análogos aos anteriores concluímos que cof(A) =  −sen θ cos θ 0  ,
0 0 1
−1
como det A = 1 6= 0, então existe A e
 
T cos θ −sen θ 0
A−1 = cof(A) =  sen θ cos θ 0  .
0 0 1
 2 5 7 
18 2 − 18 18
 
 4 1 5 4 

 − − −
 18 9 9 9 
(c) Com cálculos análogos aos anteriores concluímos que cof(A) = 

,

1 1 1 1 

 3 6 − 3 6 
 
− 61 1
6
1
6 − 13
1
como det A = 6= 0, então existe A−1 e
6
 2 4 1 1   2 4 
18 − 18 3 −6 3 −3 2 −1
   
1 1 1 
   1 2

 2 − 9 6 6 

 3 − 3 1 1 
−1
 
A = 6 
=
 
.

 −5 5
− 1 1   − 5 10
−2 1 
 18 9 3 6   3 3 
   
7
18 − 49 1
6 − 13 7
3 − 83 1 −2
 
0 0 12 16
 0 −72 60 128 
(d) Com cálculos análogos aos anteriores concluímos que cof(A) =  ,
 18 36 −39 −106 
0 0 0 24
−1
como det A = 72 6= 0, então existe A e
 1 
0 0 4 0
   
0 0 18 0 
 0 −1 1

2 0 
1  0 −72 36 0  
A−1 =
   
= .
72  12 60 −39 0   1 5 13

 − 0 
16 128 −106 24 

6 6 24 

2 16
9 9 − 53
36
1
3
1.6 Matriz Inversa 27

6. Mostre que se A é invertível e A · B = A ·C, então B = C.


Solução:
existe A−1
AB = AC =⇒ A−1 (AB) = A−1 (AC) ⇐⇒ (A−1 A)B = (A−1 A)C ⇐⇒ I · B = I ·C ⇐⇒ B = C.
   
1 −5 −1 2 −3 0 0 0
 0 2 −3 4   3 −4 0 0 
7. Dadas as matrizes A =   e B=  , determine:
 0 0 4 −2   2 2 −1 0 
0 0 0 3 2 1 1 −2
(a) det(AB); (b) A−1 ; (c) B−1 ; (d) (AB)−1 .
Solução:
Sabemos que o determinante de uma matriz quadrada triangular é o produto dos elementos da
diagonal principal, logo det A = det B = 24.
(a) Portanto, det(AB) = det A det B = 242 = 576.
(b) Determinemos A−1 efetuando operações sobre as linhas de A e de I4 :

1 −5 −1 2 | 1 0 0 0 1 −5 −1 2 | 1 0 0 0 L1 → L1 − 2L4
0 2 −3 4 | 0 1 0 0 0 2 −3 4 | 0 1 0 0 L2 → L2 − 4L4

0 0 4 −2 | 0 0 1 0 0 0 4 −2 | 0 0 1 0 L3 → L3 + 2L4
0 0 0 3 | 0 0 0 1 L4 → 31 L4 0 0 0 1 | 0 0 0 1
3

1 −5 −1 0 | 1 0 0 − 32 1 −5 −1 0 | 1 0 0 − 23 L1 → L1 + L3
0 2 −3 0 | 0 1 0 − 34 0 2 −3 0 | 0 1 0 − 43 L2 → L2 + 3L3
∼ 2 ∼
0 0 4 0 | 0 0 1 3 L3 → 41 L3 0 0 1 0 | 0 0 1
4
1
6
1 1
0 0 0 1 | 0 0 0 3 0 0 0 1 | 0 0 0 3

1
1 −5 0 0 | 1 0 4 − 12 1 −5 0 0 | 1 0 1
4 − 12 L1 → L1 + 5L2
3
0 2 0 0 | 0 1 4 − 56 L2 → 1
2 L2 0 1 0 0 | 0 1
2
3
8
5
− 12
∼ 1 1 ∼ 1 1
0 0 1 0 | 0 0 4 6 0 0 1 0 | 0 0 4 6
1 1
0 0 0 1 | 0 0 0 3 0 0 0 1 | 0 0 0 3

1 0 0 0 | 1 52 17
8 − 31
12
0 1 0 0 | 0 12 3
8
5
− 12
∼ 1 1 .
0 0 1 0 | 0 0 4 6
1
0 0 0 1 | 0 0 0 3
5 17
− 31
 
1 2 8 12
 
 0 1 3 5
 
2 8 − 12 
Portanto, A−1 = 
 
.
 
 0 0 1 1 
 4 6 
 
1
0 0 0 3
− 31
 
0 0 0
 
 −1 −1
 
4 4 0 0 
(c) Analogamente, obtemos B−1 = 
 
;
 
 −7 −1 −1 0 
 6 2 
 
25
− 24 − 38 − 21 − 21
28 Capítulo 1. Matrizes

− 31 5 17
− 31
   
0 0 0 1 2 8 12
   
 −1 −1 1 3 5
   
4 4 0 0 
  0 2

8 − 12 
(AB)−1 = B−1 · A−1 = 
 
· 
   
 −7 −1 −1 0  1 1
  0 0
 
 6 2 4 6 
   
− 25 3 1 1
24 − 8 − 2 − 2 0 0 0 1
3
(d) .
− 31 − 65 − 17 31
 
24 36
 
 −1 −3 − 58 3
 

 4 3 4 
= 



 − 7 − 19 − 35 55 
 6 6 12 18 
 
25
− 24 − 67 119
24 − 48
187
72

8. Seja A uma matriz quadrada de ordem n, mostre que:


(a) Se A satisfaz a igualdade A2 − 3A + I = 0, então A−1 = 3I − A.
(b) Se A é tal que An+1 = 0 para n ∈ N, então (I − A)−1 = I + A + A2 + · · · + An .
Solução:
(a) Primeiro observemos que

A2 − 3A + I = 0 ⇐⇒ A(A − 3I) = −I ⇐⇒ A(3I − A) = I.

Portanto, A é invertível e A−1 = 3I − A.


(b) Basta mostrar que (I − A)(I + A + A2 + . . . + An ) = I.
Mas,

(I − A)(I + A + A2 + . . . + An ) = I + A + A2 + . . . + An − A − A2 − . . . − An − An+1
An+1 =0
= I − An+1 = I.

9. Supondo que A e B são matrizes quadradas de ordem n invertíveis, prove as seguintes igualdades:
(a) (A−1 + B−1 )−1 = A(A + B)−1 B.
(b) (I + AB)−1 A = A(I + BA)−1 .
(c) (A + BBT )−1 B = A−1 B(I + BT A−1 B)−1 .
Solução:
 −1  −1  −1
(a) A(A + B)−1 B = B−1 (A + B)A−1 = B−1 AA−1 + B−1 BA−1 = B−1 + A−1 .
 −1  −1  −1
(b) (I + AB)−1 A =
−1
A (I + AB) −1 −1
= A + A AB −1
= A +B
 −1
= (I + BA)A−1 = A(I + BA)−1 .
 −1  −1
(c) A−1 B(I + BT A−1 B)−1 T −1 −1
= (I + B A B)B A −1
= B A+B T
 −1
= B−1 (A + BBT ) = (A + BBT )−1 B.
1.6 Matriz Inversa 29

10. Mostre que:


(a) Uma matriz quadrada A é invertível se, e somente se, AT A é invertível.
1
(b) Se A é invertível, então adjA é invertível e (adjA)−1 = A = adj(A−1 ).
det A
(c) Se A é uma matriz quadrada de ordem n invertível, então det(adjA) = (det A)n−1 .
Solução:
(a) A é invertível se, e somente se, det A 6= 0

det AT =det A
⇐⇒ (det A)2 6= 0 ⇐⇒ det A · det A 6= 0 ⇐⇒ det AT · det A 6= 0

det B detC=det(BC)
⇐⇒ det(AT A) 6= 0.

Portanto, A é invertível se, e somente se, AT A é invertível.

(b) Sabemos que se A é invertível, então

1
A−1 = adjA.
det A

Logo, multiplicando a igualdade acima por (adjA)−1 à direita obtemos:

1
A−1 (adjA)−1 = In .
det A
Agora multiplicando a última igualdade por A à esquerda obtemos:

1
(adjA)−1 = A.
det A
1
(c) Pelo item anterior temos (adjA)−1 = A, então
det A
   n
−1
 1 1 1 1
det (adjA) = det A = det A = det A = .
det A det A (det A)n (det A)n−1

1
Como det(adjA) =  = (det A)n−1 .
det (adjA)−1

11. Determine A−1 , se existir, utilizando operações elementares sobre as linhas da matriz, em cada
um dos seguintes casos:
   
  2 1 3 1 2 1
3 −1
(a) A = ; (b) A =  4 2 2  ; (c) A =  0 1 2  ;
2 4
2 5 3 1 1 1
 
  1 0 0 0
2 1 −4  2 1 0 0 
(d) A =  −4 −1 6 ; (e) A = 
 3 2 1 0 .

−2 2 −2
4 3 2 1
30 Capítulo 1. Matrizes

Solução:
(a) Como det A = 12 + 2 = 14 6= 0, então A é invertível, vamos determinar A−1 efetuando
operações sobre as linhas de A e de I2 :

3 −1 | 1 0 L1 −→ 13 L1 1 − 13 | 31 0

2 4 | 0 1 2 4 | 0 1 L2 −→ L2 − 2L1
1 − 31 | 1
3 0 1 − 13 | 1
3 0 L1 −→ L1 + 13 L2
∼ 14 2 3 ∼ 1 3
0 3 | − 3 1 L2 −→ 14 L2 0 1 | −7 14
2 1
1 0 | 7 14
∼ .
0 1 | − 17 3
14
2 1
 
 
7 14
Portanto, A−1 = = 1 4 1
.
14 −2 3
− 17 3
14

2 1 3

(b) Como det A = 4 2 2 = 2(6−10)−(12−4)+3(20−4) = 32 6= 0, então A é invertível,
2 5 3
vamos determinar A−1 efetuando operações sobre as linhas de A e de I3 :

2 1 3 | 1 0 0 2 1 3 | 1 0 0
4 2 2 | 0 1 0 L2 −→ L2 − 2L1 ∼ 0 0 −4 | −2 1 0 L2 −→ − 41 L2
2 5 3 | 0 0 1 L3 −→ L3 − L1 0 4 0 | −1 0 1 L3 −→ 14 L3

2 1 3 | 1 0 0 L1 −→ L1 − L2 − 3L3
1 1
∼ 0 1 0 | 2 − 4 0
0 0 1 | − 14 0 41
2 0 0 | − 14 3 1 1
4 − 4 L1 −→ 2 L1 1 0 0 | − 18 3
8 −8
1
1 1 1 1
∼ 0 1 0 | 2 −4 0 ∼ 0 1 0 | 2 −4 0
0 0 1 | − 14 0 1
4 0 0 1 | − 1
4 0 1
4
 1 3 1 
−8 8 −8
 
−1
 1 1

Portanto, A =   2 −4 .
0 
 
1 1
−4 0 4

1 2 1

(c) Como det A = 0 1 2 = −(1 − 1) + (1 − 0) = 1 6= 0, então A é invertível, vamos
1 1 1
determinar A−1 efetuando operações sobre as linhas de A e de I3 :

1 2 1 | 1 0 0 1 2 1 | 1 0 0
0 1 2 | 0 1 0 ∼ 0 1 2 | 0 1 0
1 1 1 | 0 0 1 L3 −→ L3 − L1 0 −1 0 | −1 0 1 −L3 −→ L2

1 2 1 | 1 0 0 L1 −→ L1 − 2L2 1 0 1 | −1 0 2
∼ 0 1 0 | 1 0 −1 ∼ 0 1 0 | 1 0 −1
0 1 2 | 0 1 0 L3 −→ L3 − L2 0 0 2 | −1 1 1 L3 −→ 12 L3
1.6 Matriz Inversa 31

1 0 1 | −1 0 2 L1 −→ L1 − L3 1 0 0 | − 12 − 21 3
2
∼ 0 1 0 | 1 0 −1 ∼ 0 1 0 | 1 0 −1
0 0 1 | − 12 21 1
2 0 0 1 | − 12 1
2
1
2

− 21 − 21 3
 
2
 
A−1
 
Portanto, =
 1 0 −1 
.
 
− 12 1
2
1
2

2
1 −4

(d) Como det A = −4 −1
6 = 2(2 − 12) − (8 + 12) − 4(−8 − 2) = −20 − 20 + 40 = 0,
−2 2 −2
portanto A não invertível e não existe A−1 .
(e) Como det A = 1 6= 0, pois A é matriz triangular e o determinante é o produto dos elementos
da diagonal principal.
Determinemos a inversa de A efetuando operações sobre as linhas de A e de I4 :

1 0 0 0 | 1 0 0 0 1 0 0 0 | 1 0 0 0
2 1 0 0 | 0 1 0 0 L2 → L2 − 2L1 0 1 0 0 | −2 1 0 0

3 2 1 0 | 0 0 1 0 L2 → L3 − 3L1 0 2 1 0 | −3 0 1 0 L3 → L3 − 2L2
4 3 2 1 | 0 0 0 1 L4 → L4 − 4L1 0 3 2 1 | −4 0 0 1 L4 → L4 − 3L2

1 0 0 0 | 1 0 0 0 1 0 0 0 | 1 0 0 0
0 1 0 0 | −2 1 0 0 0 1 0 0 | −2 1 0 0
∼ ∼ .
0 0 1 0 | 1 −2 1 0 0 0 1 0 | 1 −2 1 0
0 0 2 1 | 2 −3 0 1 L4 → L4 − 2L3 0 0 0 1 | 0 1 −2 1
 
1 0 0 0
−2 1 0 0 
Portanto, A−1 = 

.
 1 −2 1 0 
0 1 −2 1

12. Considere as seguintes matrizes invertíveis:


     
1 1 1 1 −1 0 1 2 1
A =  1 −1 1  , B= 0 1 0  e C =  0 1 2 .
0 1 2 0 0 1 1 1 1

(a) Encontre a expressão de X tal que BAX = C.


(b) Determine, caso exista, a inversa da matriz X do item acima.
Solução:
(a) Multiplicando a igualdade BAX = C por (BA)−1 à esquerda obtemos X = (BA)−1C.
(b) Como as matrizes A, B e C são invertíveis segue que (BA)−1 é invertível e também
X = (BA)−1C.
−1
Além disso, X −1 = (BA)−1C = C−1 BA.
32 Capítulo 1. Matrizes

− 21 − 12 3
 
2
 
C−1
 
No exercício 11 (c) temos: =
 1 0 −1 
 e com cálculos simples concluímos
 
  − 12 1
2
1
2
0 2 0
que BA = 1 −1 1  .

0 1 2
 1
− 2 − 12 3

2   1 5
 
  0 2 0 − 2 1 2
Logo, X −1 = 
 
 1 0 −1 
 · 1 −1 1 =
   0 1 −2  .
1 3
2 −1
  0 1 2 2
− 21 1
2
1
2

1.7 Miscelânea
Decida se a afirmação dada é (sempre) verdadeira ou (às vezes) falsa. Justifique sua resposta dando um
argumento lógico matemático ou um contra-exemplo.
1. ( ) Se a soma de matrizes A · B + B · A está definida, então as matrizes A e B têm a mesma
ordem.
2. ( ) Se A · AT é uma matriz não invertível, então A não é invertível.
3. ( ) Se A é invertível de ordem n e A · Bn×m = 0n×m , então B é a matriz nula de ordem n × m.
4. ( ) A soma de duas matrizes invertíveis é sempre uma matriz invertível.
5. ( ) Se A é uma matriz quadrada de ordem n tal que A4 = 0, então (In − A)−1 = In + A + A2 + A3 .
6. ( ) Se A é matriz quadrada de ordem n, com n ≥ 2, então det(2A) = 2 det A.
7. ( ) Se A é matriz quadrada de ordem n, com n ≥ 2, então det(In + A) = 1 + det A.
8. ( ) Não existe matriz quadrada real A para a qual det(A · AT ) = −1.
9. ( ) Se det(AT · A) = 4, então det A = 2.
10. ( ) det(A + B) = det A + det B.
1 
2 T −1

11. ( ) Se A é uma matriz quadrada de ordem 4 com det A = − , então det − 2A A · A = −4.
2
12. ( ) Se A é uma matriz quadrada de ordem n, com n > 1, então det(−A) = − det A.
13. ( ) Toda matriz diagonal é invertível.
−1 −1
14. ( ) Dadas A e B em Gn (K), então I + A−1 · BT · A−1 = A + BT .
15. ( ) Se A100 é invertível, então 3A também o é.
16. ( ) Se A é uma matriz anti-simétrica, então a matriz Ak é anti-simétrica para todo k ∈ N∗ .
17. ( ) Se A ∈ Mn (K), então A é a soma de uma matriz simétrica e uma matriz anti-simétrica.
18. ( ) Toda matriz complexa simétrica é uma matriz normal.
19. ( ) Se A é uma matriz real simétrica, então A é matriz normal.
20. ( ) O conjugado da soma de duas matrizes simétricas é uma matriz normal.
21. ( ) O produto de duas matrizes simétricas é uma matriz simétrica.
1.7 Miscelânea 33

22. ( ) A soma de matrizes reais hermitianas é uma matriz simétrica.


23. ( ) A transposta do produto de matrizes ortogonais é o produto de suas inversas.
24. ( ) A soma de matrizes idempotentes é uma matriz idempotente.
25. ( ) Se A e B matrizes quadradas de mesma ordem tais que AB = A e BA = B, então A e B são
matrizes idempotentes.
26. ( ) A soma de duas matrizes hermitianas é uma matriz normal.
27. ( ) O traço de uma matriz quadrada é igual ao traço de sua transposta.
28. ( ) O traço de uma matriz ortogonal é igual ao traço de sua inversa.
29. ( ) O traço de uma matriz quadrada complexa é igual ao traço de sua conjugada transposta.
30. ( ) O conjugado do traço de uma matriz hermitiana é igual ao traço da matriz.
Solução:
1. (V) Dizer que a diferença de matrizes AB − BA está definida, é equivalente a dizer que AB e BA
têm a mesma ordem.
Já que estão definidos os produtos AB e BA, então o número de colunas de A é igual ao número
de linhas de B e o número de colunas de B é igual ao número de linhas de A, ou seja, A e B são
matrizes de ordens n × m e m × n, respectivamente.
Consequentemente, (AB)n×n e (BA)m×m .
Portanto, AB e BA têm a mesma ordem se, e somente se, m = n, ou seja, se A e B são matrizes
quadradas de mesma ordem.
2. (V) Se A · AT é uma matriz não invertível, então
det(BC)=det B detC det AT =det A
det(A · AT ) = 0 ⇐⇒ det A · det AT = 0 ⇐⇒ (det A)2 = 0 ⇐⇒ det A = 0.
Portanto, A não é invertível.
3. (V) Se A é invertível e A · B = 0, então multiplicando por A−1 à esquerda obtemos A−1 · A · B =
A−1 · 0n×m ⇐⇒ B = 0n×m , ou seja, B é a matriz nula n × m.
   
2 0 −2 0
4. (F) As matrizes A = eB= são invertíveis, pois det A = det B = −6 6= 0,
 0 −3 0 3
0 0
porém A + B = que não é uma matriz invertível.
0 0
A4 =0
5. (V) De fato, (In + A + A2 + A3 ) · (In − A) = In + A + A2 + A3 − A − A2 − A3 − A4 = In , conse-
quentemente, (I − A)−1 = I + A + A2 + A3 .
n≥2
6. (F) Se A é matriz quadrada de ordem n, com n ≥ 2, então det(2A) = 2n det A ≥ 2 det A e a
igualdade só ocorre se det A = 0, logo tomando A tal que det A 6= 0 a igualdade não se verifica.
 
1 0 0
7. (F) Por exemplo, se A =  0 1 0  , então 1 + det A = 1 + 3 = 4, porém
0 0 3
2 0 0

det(I3 + A) = 0 2 0 = 18 6= 1 + 3.
0 0 4
det A∈R
8. (V) De fato, se A ∈ Mn (R), então det(A · AT ) = det A · det AT = (det A)2 ≥ 0 .
Portanto, não existe matriz quadrada real A tal que det(A · AT ) = −1.
34 Capítulo 1. Matrizes

9. (F) Se A ∈ Mn (R), então det(A · AT ) = 4 ⇐⇒ det A · det AT = 4



 det A = 2
2
⇐⇒ (det A) = 4 ⇐⇒ ou .
det A = −2

     
1 0 1 0 2 0
10. (F) Sejam as matrizes A = eB= , então A + B = .
0 2 0 3 0 5
Logo, det(A + B) = 10 6= 5 = 2 + 3 = det A + det B.
11. (F) Pois,
 

det − 2A2 AT · A−1 = (−2)4 · det(A2 ) · det AT · det A−1
∗∗ 2 1 2
= 16 · det A · det A · = 16 · det A
 2 det A
1 16
= 16 · − = = 4 6= −4.
2 4

∗ det(kA) = kn det A e det(A · B) = det A · det B.


1
∗∗ (det A)k = det Ak , det AT = det A e det A−1 = .
det A
12. (F) Se A é uma matriz quadrada invertível de ordem n, com n número par, então:

n é par det A6=0


det(−A) = (−1)n det A = det A 6= − det A.
 
−7 0 0
13. (F) Por exemplo, se A =  0 0 0  , então A é matriz diagonal, mas det A = 0 e portanto
0 0 3
A não é invertível.
14. (V) Se estão em A e B em Gn (K), então A e B são invertíveis e:

−1 T −1 −1

−1
−1 −1
T
= A + A · A−1 · BT = (A + BT )−1 .

I +A ·B ·A = A· I +A ·B

15. (V) Se A100 é invertível, então det(A100 ) 6= 0 ⇐⇒ (det A)100 6= 0 ⇐⇒ det A 6= 0.


Como det(3A) = 3n det
|{z}A 6= 0, consequentemente 3A é matriz invertível.
6=0

16. (F) Pois, A é uma matriz quadrada anti-simétrica, se, e somente se, A = −AT .
Logo, dado k ∈ N∗ , então Ak = (−AT )k = (−1)k (AT )k = (−1)k (Ak )T .
Portanto, se k é ímpar temos Ak = −(Ak )T e Ak é anti-simétrica, mas se k é par temos Ak = (Ak )T
e Ak é simétrica e não anti-simétrica.
17. (V) Seja A ∈ Mn (K) uma matriz qualquer, então podemos escrever:

1  1 1
A= A + A + AT − AT = (A + AT ) + (A − AT ) .
2 |2 {z } |2 {z }
simétrica anti-simétrica
1.7 Miscelânea 35

T AT +A
18. (F) Se A é simétrica, então A = AT , portanto A · A∗ = A · A = A · AT = A · A, analogamente
A∗ · A == A · A.
 
0 1+i i
Por exemplo A =  1 + i 0 1 − i  é simétrica, no entanto
i 1−i 0
     
0 1+i i 0 1 − i −i 3 −1 + i 2i
A · A∗ = A · A =  1 + i 0 1 − i  ·  1 − i 0 1 + i  =  1 + i 4 1−i 
i 1−i 0 −i 1 + i 0 −2i 1 + i 3

e
     
0 1 − i −i 0 1+i i 3 1 − i −2i
A∗ · A = A · A =  1 − i 0 1 + i  ·  1 + i 0 1 − i  =  −1 + i 4 1 + i  .
−i 1 + i 0 i 1−i 0 i 1−i 3

Portanto, A · A∗ 6= A∗ · A e A não é matriz complexa normal.


19. (V) Se A é uma matriz real simétrica, então A = AT , logo A · AT = A · A = AT · A e A é matriz
real normal.
   
0 1 0 0 −i −i
20. (F) Por exemplo, tomando A =  1 0 1  e B =  −i 0 i  são simétricas e
  0 1 0 −i i 0
0 1+i i
A + B =  1 + i 0 1 − i , como vimos no item 18 esta matriz não é normal.
i 1−i 0
   
0 1 2 1 1 2
21. (F) Por exemplo, tomando A =  1 0 3  e B =  1 2 3  são matrizes reais simétricas,
2 3 0 2 3 0
porém o elemento ab12 = 8 6= 7 = ba12 , logo (A · B)T = BT · AT = B · A 6= A · B, portanto A · B
não é simétrica.
T A∈Mn (R)
22. (V) Se A é matriz real hermitiana, então A = A∗ = A = AT , portanto A é simétrica e a
soma de matrizes reais simétricas é uma matriz simétrica.
De fato, se AT = A e BT = B, matrizes de mesma ordem, então (A + B)T = AT + BT = A + B.
23. (F) Sejam A e B matrizes ortogonais em Mn (R), então AT = A−1 e BT = B−1 , logo (A · B)T =
BT · AT = B−1 · A−1 é o produto das inversas de B e A, porém como o produto de matrizes não é
comutativo, em geral (A · B)T 6= A−1 · B−1 .
24. (F) A matriz In ∈ Mn (K) é idempotente, no entanto In + In = 2In não é idempotente, pois
(2In )2 = 4In 6= 2In .
25. (V) De fato,

A2 = A · A = (AB) · (AB) = Aa · (BA) · B = A · B · B = (AB) · B = A · B = A,

B2 = B · B = (BA) · (BA) = B · (AB) · A = B · A · A = (BA) · A = B · A = B.,


Portanto,A e B são matrizes idempotentes.
36 Capítulo 1. Matrizes

26. (V) Sejam A e B matrizes hermitianas, então A∗ = A e B∗ B = B, logo:

(A + B) · (A + B)∗ = (A + B) · (B∗ + A∗ ) = AB∗ + BB∗ + AA∗ + BA∗


A∗ =A B∗ =B
= AB + B2 + A2 + BA = (A + B)2 .

Analogamente, (A + B)∗ · (A + B) = (A + B)2 .


Portanto, A + B é uma matriz normal.
27. (V) De fato, se A ∈ Mn (K), então a diagonal principal de A é igual à diagonal principal de AT ,
como
tr(A) = a11 + a22 + · · · + ann = tr(AT ).
item27
28. (V) Se A ∈ Mn (R) é matriz ortogonal, então A−1 = AT , logo tr(A−1 ) = tr(AT ) = tr(A).
 
1+i 0 0
29. (F) Por exemplo, tomando A =  0 2 + i 0  , então tr(A) = 1+i+2+i+3−i = 6+i
  0 0 3−i
1−i 0 0

eA =  0 2 − i 0  , logo tr(A∗ ) = 1−i+2−i+3+i = 6−i, portanto tr(A) 6= tr(A∗ ).
0 0 3+i
T
30. (V) Seja A uma matriz hermitiana, então tr(A) = tr(A) = tr(A ) = tr(A∗ ) = tr(A).

1.8 Matriz na Forma Escalonada e na Forma Escada


Observação: Nesta seção, dada uma matriz A vamos indicar por p(A) o posto de A e n(A) a nulidade
de A.

1. Encontre a forma escalonada reduzida (forma escada) das seguintes matrizes:


     
1 4 0 0 1 −1 0 3 0
A =  2 2 1 0 ; B =  −2 2 0 ; C =  0 0 ;
0 0 0 1 0 1 0 0 2
 
  0 1 3
1 −3 2 −1
D= ; E = 2 1 −4 .

2 −1 2 −2
2 3 3
Solução:
•    
1 4 0 0 1 4 0 0
 2 2 1 0  L2 → L2 − 2L1 ∼  0 −6 1 0 
L2 → − 16 L2
0 0 0 1 0 0 0 1
2
   
1 4 0 0 L1 → L1 − 4L2 1 0 3 0
∼  0 1 − 16 0  ∼  0 1 − 16 0  .
0 0 0 1 0 0 0 1
2
 
  1 0 3 0
1 4 0 0 



1
 0 1 −6 0 .
Logo, a forma reduzida da matriz A =  2 2 1 0  é a matriz  
0 0 0 1  
0 0 0 1
1.8 Matriz na Forma Escalonada e na Forma Escada 37

•    
1 −1 0 1 −1 0 L1 → L1 + L3
 −2 2 0  L2 → L2 + 2L1 ∼ 0
 0 0 
0 1 0 0 1 0
   
1 0 0 1 0 0
∼  0 0 0  L2 ↔ L3 ∼  0 1 0  .
0 1 0 0 0 0
   
1 −1 0 1 0 0
Logo, a forma reduzida da matriz B =  −2 2 0  é a matriz  0 1 0  .
0 1 0 0 0 0

L1 → 13 L1
     
3 0 1 0 1 0
L ↔ L3
 0 0  ∼ 0
 0  2 ∼  0 1 .
1
0 2 L2 → 2 L3 0 1 0 0
   
3 0 1 0
Logo, a forma reduzida da matriz C = 0
 0  é a matriz  0 1  .
0 2 0 0
•    
1 −3 2 −1 1 −3 2 −1

2 −1 2 −2 L2 → L2 − 2L1 0 5 −2 0 L2 → 15 L2
4
   
1 −3 2 −1 L1 → L1 + 3L2 1 0 5 −1
∼ ∼ .
0 1 − 25 0 0 1 − 25 0
4
 
  1 0 5 −1
1 −3 2 −1
Logo, a forma reduzida da matriz D = é a matriz  .
2 −1 2 −2 2
0 1 −5 0

0 1 3
2 −4 2 1
• Como det E = 2 1 −4 = −

+ 3 2 3 = −(6 + 8) + 3(6 − 2) − 14 +

2 3 2 3
3
12 = −2 6= 0, segue que a forma reduzida de E é a matriz identidade I3 .

2. Verifique, se possível, para quais valores de m ∈ R as matrizes abaixo são linhas equivalentes à
matriz identidade I3
   
2 −5 1 m 2 m
A= 1 1 1 ; B =  2 1 1 .
2 0 m 2 m 2
Solução:
Uma matriz A quadrada de ordem n termo forma reduzida a matriz identidade In se, e somente
se, det A 6= 0.


2 −5 1
= 2 −5 1
2 −5
det A = 1 1 1 +m = 2(−5 − 1) + m(2 + 5) = −12 + 7m.
1 1 1 1
2 0 m

12
Logo, det A 6= 0 ⇐⇒ −12 + 7m 6= 0 ⇐⇒ m 6= .
7
38 Capítulo 1. Matrizes


m 2 m
1 1 2 1 2 1
det B = 2 1 1 = m −2 2 2 +m 2 m

2 m 2 m 2
= m(2 − m) − 2(4 − 2) + m(2m − 2) = 2m − m2 − 4 + 2m2 − 2m = m2 − 4.

Logo, det B 6= 0 ⇐⇒ m2 − 4 6= 0 ⇐⇒ m2 6= 4 ⇐⇒ m 6= 2 e m 6= −2.

3. Determine o posto e a nulidade de cada uma das seguintes matrizes:


 
1 4 0 0    
0 1 0 0 1 −4
A =  2 2 1 0 ; B= ; C= ;
0 0 0 1 0 2
0 0 0 1
   
1 0 1 0 0
 0 1   0 1 0 
D=  0 0 
; E =  0 0 1 .
 

1 2 0 1 1
Solução:
• Pelo item (a) do exercício 1 p(A) = 3 e n(A) = 1.
• A matriz B está na forma escalonada e não tem linhas nulas, logo n(B) = número de linhas de B =
2, consequentemente n(B) = número de linhas de B − p(B) = 4 − 2 = 2.
• detC = 2 6= 0, logo p(C) = número de linhas de C = 2 e n(C) = 0.
 
1 0
 0 1 
• A forma escalona de D é  0 0 , logo p(D) = 2 e n(D) = 0.

0 0
 
1 0 0
 0 1 0 
• A forma escalona de E é  0 0 1 , logo p(E) = 3 e n(E) = 0.

0 0 0

4. Dê exemplos, se possível, de matrizes satisfazendo as condições em cada um dos seguintes


casos:
(a) A ∈ M2×3 (R) com p(A) = 2; (b) A ∈ M3×2 (R) com p(A) = 3;
(c) A ∈ M2×4 (R) com p(A) = 3; (d) A ∈ M2×3 (R) com n(A) = 2;
(e) A ∈ M4×3 (R) com n(A) = 0; (f) A ∈ M3 (R) com n(A) = 0;
(g) A ∈ M3 (R) com p(A) = 2.
Solução:
 
1 0 0
(a) A matriz A = é tal que p(A) = 2.
0 1 0 2×3
(b) Dada Am×n vimos que p(A) ≤ min{m, n}, logo se A3×2 , então p(A) ≤ min{3, 2} = 2,
portanto não há matriz A3×2 com p(A) = 3.
(c) Pelo mesmo argumento do item anterior não há matriz A2×4 com p(A) = 3.
1.8 Matriz na Forma Escalonada e na Forma Escada 39
 
1 0 0
(d) A matriz A = é tal que n(A) = 2.
0 0 0 2×3
 
1 0 0
 0 1 0 
(e) A matriz A =  
 0 0 1  é tal que n(A) = 0.
0 0 0 4×3
 
1 0 0
(f) A matriz A =  0 1 0  é tal que n(A) = 0.
0 0 1 3×3

5. Dada a matriz Bm×n , determine a matriz N, linha forma reduzida de B (forma escada) e a matriz
invertível M, de ordem m, tal que N = M · B, em cada um dos seguintes casos:
 
1 1 1 1 "
2 2−i 0
#
(a) B =  2 1 1 −3  ; (b) A = 3+i .
1+i −5 − i
1 2 −1 0 3×4 2 2×3

Solução:
Para determinar as matrizes N e M basta efetuar operações elementares, simultaneamente, na
matriz B e na matriz identidade Im até B estar forma escalonada reduzida.
(a)
1 1 1 1 | 1 0 0 1 1 1 1 | 1 0 0 L1 → L1 + L2
2 1 1 −3 | 0 1 0 L2 → L2 − 2L1 ∼ 0 −1 −1 −5 | −2 1 0
1 2 −1 0 | 0 0 1 L3 → L3 − L1 0 1 −2 −1 | −1 0 1 L3 → L3 + L2

1 0 0 −4 | 1 0 0 1 0 0 −4 | −1 1 0
∼ 0 −1 −1 −5 | −2 1 0 L2 → −L2 ∼ 0 1 1 5 | 2 −1 0 L2 → L2 − L3
0 0 −3 −6 | −3 1 1 L3 → − 13 L3 0 0 1 2 | 1 − 13

1 0 0 −4 | −1 1 0
∼ 0 1 0 3 | 1 − 23 1
3 .
0 0 1 2 | 1 − 31 − 13
  
1 0 0 −4 −1 1 0
Portanto, N =  0 1 0 3  e M =  1 − 32 1 
3 .
1 1
0 0 1 2 1 −3 −3
(b)
2 2−i 0 | 1 0 L1 −→ 12 L1
3+i
1+i −5 − i | 0 1
2
1 − 2i
1 0 | 12 0
∼ 3+i
1+i −5 − i | 0 1 L2 −→ L2 − (1 + i)L1
2
1 1
1 1 − 2i 0 | 0 1 1 − 2i 0 | 0
∼ 2 ∼ 2
1+i 1 3 + 2i −5 + i .
0 0 −(5 + i) | − 1 L2 −→ − 5+i L2 0 0 1 | 1
2 26 26
   
i 1
1 1− 0 0
 2   2 
Portanto, N =  eM= .
   
 3+i   3 + 2i −5 + i 
1+i −5 − i 1
2 26 26
2. Sistemas de Equações Lineares

2.1 Forma Matricial de um Sistema Linear

1. Escreva os seguintes sistemas na forma matricial:



  x + y − z = 2
3x + y = 5
(a) , (b) 2x + 3y = −7 ,
x − 2y = 4
2x − y + 3z = 1

 
 x + 3y = 1  x + 2y − z + 3t = 3
(c) 2x + 2y = 4 , (d) 2x + 4y + 4z + 3t = 9 .
4x − 7y = 2 3x + 6y − z + 8t = 10
 

Solução:
     
3 1 x 5
(a) · = .
1 −2 y 4
     
1 1 −1 x 2
(b)  2 3 0  ·  y  =  −7  .
2 −1 3 z 1
   
1 3   1
x
(c)  2 2 ·
 = 4 .

y
4 −7 2


  x  
1 2 −1 3  y  3
(d)  2 4 4 3 ·
 z =
  9 .
3 6 −1 8 10
t
42 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

2.2 Classificação e Solução de Sistemas Lineares


1. Determine os valores reais de k, em cada um dos casos, para que o sistema linear dado seja
compatível.
 
 −4x + 3y = 2  a1 + 2a2 = −1
(a) 5x − 4y = 0 , (b) −3a1 + 4a2 = k .
2x − y = k 2a1 − a2 = −7
 

Solução:
 
−4 3 | 2
(a) A matriz ampliada do sistema é  5 −4 | 0 , escalonando obtemos:
2 −1 | k

   
−4 3 | 2 −4 3 | 2
 5 −4 | 0  L2 −→ L2 + 5/4 L1 ∼  0 − 1/4 | 5/2 

2 −1 | k L3 −→ L3 + 1/2 L1 0 1/2 | k + 1 L3 −→ L3 + 1/2 L2

 
−4 3 | 2
∼ 0 − 1/4 | 5/2  .

0 0 | k+6

Pelo escalonamento p(A) = 2 = p(M) ⇐⇒ k + 6 = 0 ⇐⇒ k = −6


Portanto, o sistema é compatível se, e somente se, k = −6, neste caso o sistema é compatível
determinado.
 
1 2 | −1
(b) A matriz ampliada do sistema é  −3 4 | k , escalonando obtemos:
2 −1 | −7

   
1 2 | −1 1 2 | −1
 −3 4 | k  L2 −→ L2 + 3L1 ∼  0 10 | k − 3 
2 −1 | −7 L3 −→ L3 − 2L1 0 −5 | −5 L3 −→ L3 + 1/2 L2

 
1 2 | −1
∼ 0 10 |
 k −3 .
0 0 | (k − 13)/2

k − 13
Pelo escalonamento p(A) = 2 = p(M) ⇐⇒ = 0 ⇐⇒ k − 13 = 0 ⇐⇒ k = 13
2
Portanto, o sistema é compatível se, e somente se, k = 13, neste caso o sistema é compatível
determinado.
2.2 Classificação e Solução de Sistemas Lineares 43


 3x − 7y = a
x + y = b

2. Determine os valores de a e b que tornam o sistema linear S :

 5x + 3y = 5a + 2b
x + 2y = a + b − 1

compatível e determinado.
Solução:
 
3 −7 | a
 1 1 | b 
A matriz ampliada do sistema é  , escalonando obtemos:
 5 3 | 5a + 2b 
1 2 | a+b−1
   
3 −7 | a 1 1 | b
 1 1 | b  L1 ←→ L2  3 −7 | a  L2 −→ L2 − 3L1
  ∼  L3 −→ L3 − 5L1 ∼

 5 3 | 5a + 2b   5 3 | 5a + 2b
1 2 | a+b−1 1 2 | a+b−1 L4 −→ L4 − L1

   
1 1 | b 1 1 | b
 0 −10 | a − 3b   0 1 | a−1 
 0 −2 | 5a − 3b  L2 ←→ L4 ∼  0 −2
   
| 5a − 3b  L3 −→ L3 + 2L2
0 1 | a−1 0 −10 | a − 3b L4 −→ L4 + 10L2
 
1 1 | b
 0 1 | a−1 
∼ .
 0 0 | 7a − 3b − 2 
0 0 | 11a − 3b − 10

Pelo escalonamento p(A) = 2 = p(M) ⇐⇒ k + 6 = 0 ⇐⇒ k = −6


Portanto, o sistema é compatível se, e somente se,

7a − 3b − 2 = 0
=⇒ 3b = 7a − 2 e 3b = 11a − 10 =⇒ 7a − 2 = 11a − 10
11a − 3b − 10 = 0

⇐⇒ 4a = 8 ⇐⇒ a = 2 =⇒ 3b = 14 − 2 = 12 ⇐⇒ b = 4.

Logo, o sistema é compatível determinado se, e somente se, a = 2 e b = 4.



ax + by = e
3. Considere o sistema linear . Mostre que:
cx + dy = f
(a) se ad − bc 6= 0, então o sistema tem uma única solução, dada por

de − b f a f − ce
x= e y= ;
ad − bc ad − bc

a b e
(b) se ad − bc = 0 e = 6= , então o sistema não tem solução.
c d f
a b e
(c) se ad − bc = 0 e = = , então o sistema tem infinitas soluções.
c d f
44 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

Solução:
 −1  
a b a b 1 d −b
(a)
= ad − bc 6= 0, logo existe = · .
c d  c d   ad  −bc  −c a  
a b x e 1 d −b
Portanto, multiplicando a igualdade · = por ·
c d y f ad − bc −c a
obtemos:
         
1 d −b a b x 1 d −b e
· · · = · ·
ad − bc −c a c d y ad − bc −c a f
| {z }
I2

de − b f
 
   ad − bc 
x de − b f a f − ce
⇐⇒ =  , ou seja, x = e y= .
 
y  a f − ce  ad − bc ad − bc
ad − bc
ad
(b) ad − bc = 0 ⇐⇒ ad = bc, supondo c 6= 0, então b = , logo no sistema temos:
c
ad

 ax +
 y = e a
c , multiplicando a 2ª equação por − obtemos o sistema equi-

 c
cx + dy = f
ad

 ax + y = e
c


valente: .

 ad a f
 −ax + − y = −

c c
af ce − a f
Somando a 1ª equação e a 2ª equação obtemos: 0 = e − = .
c c
a e ce − a f
Como 6= ⇐⇒ a f 6= ce ⇐⇒ ce − a f 6= 0, portanto temos 0 = 6= 0, uma
c f c
contradição, consequentemente o sistema linear não tem solução.
ad ce − a f
(c) Fazendo o desenvolvimento do item anterior obtemos: 0 = e − = , como
c c
a e 0
= ⇐⇒ a f = ce ⇐⇒ ce − a f = 0, logo temos 0 = = 0.
c f c
ad
Portanto, temos ax + y = e.
c
• Se a = 0, então como estamos supondo c 6= 0, segue de a f = ce que e = 0, portanto
temos 0 · x + 0 · y = 0, como x e y são números reais quaisquer.
ad e d
• Se a 6= 0, então ax = e − y ⇐⇒ x = − y, com y ∈ R.
c a c
Logo, o sistema linear tem infinitas soluções.

2x + 3y − z = 0
4. Dado o sistema linear S : .
x − 4y + 5z = 0
(a) Verifique que x1 = 1, y1 = −1 e z1 = −1 é uma solução de S;
(b) Verifique que x2 = −2, y1 = 2 e z1 = 2 também é uma solução de S;
(c) É verdade que x = x1 + x2 , y = y1 + y2 e z = z1 + z2 é uma solução de S?
(d) É verdade que 3x, 3y e 3z, onde x, y e z são como no item (c), é uma solução de S?
2.3 Teorema do Posto 45

(e) Se as respostas de (c) e (d) forem afirmativas, então responda: Por que isso ocorre?
Solução:
(a) Como 2 × 1 + 3 × (−1) − (−1) = 2 − 3 + 1 = 0 e 1 − 4 × (−1) + 5 × (−1) = 1 + 4 − 5 = 0,
segue que x1 = 1, y1 = −1 e z1 = −1 é uma solução de S.
(b) Como 2 × (−2) + 3 × 2 − 2 = −4 + 6 − 2 = 0 e −2 − 4 × 2 + 5times2 = −2 − 8 + 10 = 0,
segue que x2 = −2, y1 = 2 e z1 = 2 também é uma solução de S.
(c) Como

2 × (x1 + x2 ) + 3 × (y1 + y2 ) − (z1 + z2 ) = 2 × x1 + 3 × y1 − z1 + 2 × x2 + 3 × y2 − z2 = 0;


| {z } | {z }
=0 =0

(x1 + x2 ) − 4 × (y1 + y2 ) + 5(z1 + z2 ) = x1 − 4 × y1 + 5z1 + x2 − 4 × y2 + 5z2 = 0.


| {z } | {z }
=0 =0
Seque que x = x1 + x2 , y = y1 + y2 e z = z1 + z2 é uma solução de S.
(d) Como
2 × (3x) + 3 × (3y) − (3z) = 3 × (2 × x + 3 × y − z) = 3 × 0 = 0;
| {z }
=0
(3x) − 4 × (3y) + 5(3z) = 3 × (x − 4 × y + 5z) = 3 × 0 = 0.
| {z }
=0
Portanto, 3x, 3y e 3z, onde x, y e z são como no item (c), é uma solução de S.
(e) Isso ocorre por que em um sistema linear homogêneo, nas variáveis x, y e z, se (x1 , y1 , z1 ) e
(x2 , y2 , z2 ) são soluções, então

k1 (x1 , y1 , z1 ) + k2 (x2 , y2 , z2 ) com k1 , k2 ∈ R

também é solução.

2.3 Teorema do Posto

1. Considere os sistemas lineares abaixo, determine o posto e a nulidade das matrizes: matriz dos
coeficientes e matriz ampliada, para os diferentes valores de m ∈ R.
 
 mx + 2y + mz = 0  2x − 5y + z = 0
(a) S : 2x + y + z = 0 , (b) S : x + y + z = 0 .
2x + my + 2z = 0 2x + mz = 0
 

Solução:
Como ambos os sistemas são homogêneos, então p(A) = p(M).
   
m 2 m L1 ←→ L2 2 1 1
(a)  2 1 1  ∼  m 2 m  L2 → L2 − m/2 L1 ∼
2 m 2 2 m 2 L3 → L3 − L1
   
2 1 1 2 1 1
 0 − (m − 4)/2 m/2  ∼ 0 − (m − 4)/2 m/2 .
m−46=0
0 m−1 1 L3 −→ L3 + (2(m − 1))/m − 4 L2 0 0 (m2 − 4)/m − 4
46 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

Logo,
• Se m − 4 = 0 ⇐⇒ m = 4 e no escalonamento obtemos:
     
m 2 m 2 1 1 2 1 1
 2 1 1 ∼ 0 0 2  ∼  0 3 1 ,
L2 ←→ L3
2 m 2 0 3 1 0 0 2

consequentemente p(A) = p(M) = 3.


• Se m − 4 6= 0 e m2 − 4 = 0, então m = −4 e no escalonamento obtemos:
     
m 2 m 2 1 1 2 1 1
 2 1 1  ∼  0 − (m − 4)/2 m/2  m=−4
=  0 4 −2  ,
2
(m − 4)/m − 4
2 m 2 0 0 0 0 0

consequentemente p(A) = p(M) = 2.


 
  2 1 1
m 2 m  0 −(m − 4)/2 m/2 
• Se m − 4 6= 0 e m2 − 4 6= 0, então  2 1 1  ∼  ,
 | {z } 
6= 0

2 m 2
 0 0 (m2 − 4)/m − 4 
| {z }
6= 0
consequentemente p(A) = p(M) = 3.
   
2 −5 1 L1 ←→ L2 1 1 1
(b)  1 1 1  ∼  2 −5 1  L2 → L2 − 2L1 ∼
2 0 m 2 0 m L3 → L3 − L2
   
1 1 1 1 1 1
 0 −7 −1  ∼  0 −7 −1 .
0 5 m−1 L3 −→ L3 + 5/7 L2 0 0 (7m − 12)/7
Logo,
12
• Se 7m − 12 = 0 ⇐⇒ m = , então no escalonamento obtemos:
7
   
2 −5 1 1 1 1
 1 1 1  ∼  0 −7 −1  ,
2 0 m 0 0 0

consequentemente p(A) = p(M) = 2.


12
• Se 7m − 12 6= 0 ⇐⇒ m 6= , então no escalonamento obtemos:
7
   1 1 1

2 −5 1
 1 1 1  ∼  0 −7 −1
,
 
0 (7m − 12)
0 | {z }/7
2 0 m
6= 0

consequentemente p(A) = p(M) = 3.



 mx + 2y + mz = 0
2. Seja o sistema de equações linear S : mx + y + z = 0 .
2x + my + 2z = 0

(a) Estude o conjunto solução do sistema S utilizando o posto e a nulidade das matrizes
relacionadas para os diferentes valores de m ∈ R.
2.3 Teorema do Posto 47

(b) Para m = 1, determine o conjunto solução deste sistema utilizando, se possível, a inversa
da matriz dos coeficientes.
Solução:
 
m 2 m L1 ←→ L3
(a)  m 1 1  ∼
2 m 2
   
2 m 2 2 m 2
 m 2 m  L2 → L2 − m/2 L1 ∼  0 − (m2 − 4)/2 0  L2 ←→ L3 ∼
m 1 1 L3 → L3 − L2 0 −1 1−m

   
2 m 2 2 m 2
 0 −1 1−m  ∼  0 −1 1−m .
0 − (m2 − 4)/2 0 L3 −→ L3 − (m2 − 4)/2 L2 0 0 (m2 − 4)(m − 1)/2

Logo,
• Se (m2 −4)(m−1) = 0 ⇐⇒ m2 −4 = 0 ou m−1 = 0 ⇐⇒ m = 4 ou m = −4 ou m = 1,
então no escalonamento obtemos:
   
m 2 m 2 m 2
 m 1 1  ∼  0 −1 1 − m  ,
2 m 2 0 0 0

consequentemente p(A) = p(M) = 2.


• Se (m2 − 4)(m − 1) 6= 0 ⇐⇒ m2 − 4 6= 0 e m − 1 6= 0 ⇐⇒ m 6= 4, m 6= −4 e m 6= 1,
então no escalonamento obtemos:
   1 1 1

m 2 m
 m 1 1  ∼  0 −7
 −1
,

2
0 0 (m − 4)(m − 1)/2
2 m 2 | {z }
6= 0

consequentemente p(A) = p(M) = 3.


(b) Se m = 1, então p(A) = 2 < 3, logo A não é invertível, portanto não é possível determinar
o conjunto solução utilizando a inversa da matriz dos coeficientes, pois esta não existe.
     
m 2 m 2 m 2 2 1 2
Se m = 1, então  m 1 1  ∼  0 −1 1 − m  =  0 −1 0  , e esta matriz
2 m 2  0 0 0 0 0 0
2x + y + 2z = 0 x = −z
corresponde ao sistema linear: S0 : =⇒ .
− y = 0 y = 0
Portanto, se m = 1, então Sol(S) = Sol(S0 ) = (x, y, z) ∈ R3 ; x = −z e y = 0 .


3. Determine os valores reais de k, em cada um dos casos, para que o sistema linear dado admita
solução não-trivial:
 
 x − y − z = 0  2x − 5y + 2z = 0
(a) x − 2y − 2z = 0 , (b) x + y + z = 0 .
2x + ky + z = 0 2x + kz = 0
 
48 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

Solução:
Como ambos os sistemas são homogêneos, então p(A) = p(M).
 
1 −1 −1
(a)  1 −2 −2  L2 → L2 − L1 ∼
2 k 1 L3 → L3 − 2L1
   
1 −1 −1 1 −1 −1
 0 −1 −1  ∼  0 −1 −1  .
0 k+2 3 L3 −→ L3 + (k + 2)L2 0 0 −k + 1

O sistema homogêneo tem solução não trivial, se e somente se, p(A) não é máximo, ou
seja, se e somente se, p(A) < 3 ⇐⇒ −k + 1 = 0 ⇐⇒ k = 1.
Portanto, o sistema tem solução não trivial, se e somente se, k = 1.
   
2 −5 2 L1 ←→ L2 1 1 1
(b)  1 1 1  ∼  2 −5 2  L2 → L2 − 2L1 ∼
2 0 k 2 0 k L3 → L3 − L2
   
1 1 1 1 1 1
 0 −7 0  ∼  0 −7 0 .
0 5 k−2 L3 −→ L3 + 5/7 L2 0 0 k−2

O sistema homogêneo tem solução não trivial, se e somente se, p(A) não é máximo, ou
seja, se e somente se, p(A) < 3 ⇐⇒ k − 2 = 0 ⇐⇒ k = 2.
Portanto, o sistema tem solução não trivial, se e somente se, k = 2.

 −4x1 + 3x2 = 2
4. Determine k de modo que o sistema linear 5x1 − 4x2 = 0 admita solução.
2x1 − x2 = k

Solução:
 
−4 3 | 2
A matriz ampliada do sistema é: M =  5 −4 | 0  logo:
2 −1 | k
   
−4 3 | 2 L1 ←→ L2 2 −1 | k
 5 −4 | 0  ∼  5 −4 | 0  L2 −→ L2 − 5/2 L1 ∼
2 −1 | k −4 3 | 2 L3 −→ L3 + 2L1
   
2 −1 | k 2 −1 | k
 0 − 3/2 | − 5k/2  L2 ←→ L3 ∼  0 1 | 2k + 2 
0 1 | 2k + 2 0 − 3/2 | − 5k/2 L3 −→ L3 + 3/2 L2
 
2 −1 | k
∼ 0 1 | 2k + 2  .
0 0 | (k + 6)/2
Pelo desenvolvimento acima p(A) = 2, para que o sistema tenha solução devemos p(A) = p(M)
k+6
e p(M) = 2 se e somente se, = 0 ⇐⇒ k + 6 = 0 ⇐⇒ k = −6.
2
Portanto, o sistema tem solução, se e somente se, k = −6.
2.3 Teorema do Posto 49

 x + y − 2z = 0
5. Determine os valores reais de a e b para que o sistema linear 2x + y + z = b
x + ay + z = 0

tenha: (a) uma única solução; (b) infinitas soluções; (c) nenhuma solução:
Solução:  
1 1 −2 | 0
A matriz ampliada do sistema é: M =  2 1 1 | b  , escalonando M obtemos:
  1 a 1 | 0
1 1 −2 | 0
 2 1 1 | b  L2 → L2 − 2L1 ∼
1 a 1 | 0 L3 → L3 − L1
   
1 1 −2 | 0 1 1 −2 | 0
 0 −1 5 | b  ∼  0 −1 5 | b .
0 a−1 3 | 0 L3 −→ L3 + (a − 1)L2 0 0 5a − 2 | b(a − 1)
(a) O sistema tem uma única solução se, e somente se,
2
p(A) = p(M) = 3 ⇐⇒ 5a − 2 6= 0 ⇐⇒ a 6= .
5
(b) O sistema tem infinitas soluções se, e somente se,
2
p(A) = p(M) < 3 ⇐⇒ 5a − 2 = 0 e b(a − 1) = 0 ⇐⇒ a = e b = 0.
5
(c) O sistema não tem solução se, e somente se,
2
p(A) 6= p(M) ⇐⇒ 5a − 2 = 0 e b(a − 1) 6= 0 ⇐⇒ a = e b 6= 0.
5
6. Determine os valores reais de k, em cada um dos casos, tais que o sistema linear dado tenha:
(i) uma única solução; (ii) infinitas soluções; (iii) nenhuma solução:

 −4x + 3y = 2 
x + y − kz = 0
(a) S : 5x − 4y = 0 , (b) S : ,
kx + y − z = 2
22x − y = k

 
 2x − 2y + kz = 2  x + kz = −2
(c) S : 2x − y + kz = 3 , (d) S : x − y − 2z = k ,
x − ky + z = 0 x + ky + 4z = −5
 
 
 x + y − z = 1  kx + y + z = 1
(e) S : 2x + 3y + kz = 3 , (f) S : x + ky + z = 1 ,
x + ky + 3z = 2 x + y + kz = 1
 

  x + y + kz = 2
x + 2y + kz = 1
(g) S : , (h) S : 3x + 4y + 2z = k .
2x + ky + 8z = 3
2x + 3y − z = 1

Solução:
   
−4 3 | 2 −4 3 | 2
(a) M =  5 −4 | 0 ∼
  0 − 1/4 | 5/2 .
22 −1 | k 0 0 | k + 166
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ k + 166 = 0 ⇐⇒ k = −166, segue que se k 6= −166 o
sistema S tem uma única solução e se k = −166 o sistema S não tem solução.
50 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
   
1 1 −k | 0 1 1 −k | 0
(b) M = ∼ .
k 1 −1 | 2 0 −k + 1 k2 − 1 | 2
Como p(M) = 2, p(A) = 2 ⇐⇒ −k + 1 6= 0 ou k2 − 1 6= 0 ⇐⇒ k 6= 1 e S tem três variáveis,
segue que se k 6= 1 o sistema S tem infinitas soluções e se k = 1 o sistema S não tem
solução.
   
2 −2 k | 2 1 −k 1 | 0
(c) M =  2 −1 k | 3  ∼  0 2k − 2 k − 2 | 2  .
1 −k 1 | 0 0 2k − 1 k − 2 | 3
• Se 2k − 2 = 0 ⇐⇒ k = 1, então
     
2 −2 k | 2 1 −0 1 | 0 1 −0 1 | 0
M =  2 −1 k | 3  ∼  0 0 −1 | 2  ∼  0 1 −1 | 3  ,
1 −k 1 | 0 0 1 −1 | 3 0 0 −1 | 2

portanto p(A) = p(M) = 3 é máximo, consequentemente S tem uma única solução.


• Se 2k − 2 6= 0 ⇐⇒ k 6= 1, então
   
2 −2 k | 2 1 −0 1 | 0
M =  2 −1 k | 3  ∼  0 2k − 2 k − 2 | 2 
1 −k 1 | 0 0 2k − 1 k − 2 | 3
 
1 −0 1 | 0
∼  0 2k − 2 k−2 | 2 .
0 0 − (k − 2)/2k − 2 | (k − 2)/k − 1

Se k −2 = 0 ⇐⇒ k = 2, então p(A) = p(M) = 2 < 3, consequentemente S tem infinitas


soluções.
Se k − 2 6= 0 ⇐⇒ k 6= 2, então p(A) = p(M) = 3, consequentemente S tem uma única
solução.
Portanto, S tem uma única solução se k 6= 2 e S tem infinitas soluções se k = 2.
   
1 0 k | −2 1 0 k | 2
(d) M =  1 −1 −2 | k  ∼  0 −1 −k − 2 | k−2 .
1 k 4 | −5 0 2 2
0 −k − 3k + 4 | k − 2k − 7
Como p(A) = 2 ⇐⇒ −k2 − 3k√+ 4 = 0 ⇐⇒ k = √ 1 ou k = −4, neste caso p(M) = 3, pois
k2 − 2k − 7 = 0 ⇐⇒ k = 1 + 2 2 ou k = 1 − 2 2, portanto se k = 1 ou k = −4 o sistema
S não tem solução.
Se k 6= e k 6= −4, então p(A) = 3 = p(M), como o sistema tem três variáveis segue que
tem uma única solução.
   
1 1 −1 | 1 1 1 −1 | 1
(e) M =  2 3 k | 3 ∼ 0 1 k+2 | 1 .
1 k 3 | 2 2
0 0 −k − k + 6 | −k + 2
Como p(A) = 2 ⇐⇒ −k2 − k + 6 = 0 ⇐⇒ k = 2 ou k = −3, se k = 2, então
p(M) = 2 e o sistema tem infinitas soluções, pois tem três variáveis, porém se k = −3,
então p(M) = 3 6= p(A) e o sistema S não tem solução.
Se k 6= 2 e k 6= −3, então p(A) = 3 = p(M), como o sistema tem três variáveis segue que
tem uma única solução.
2.3 Teorema do Posto 51
   
k 1 1 | 1 1 k 1 | 1
(f) M =  1 k 1 | 1  ∼  0 −k2 + 1 −k + 1 | −k + 1  .
1 1 k | 1 0 −k + 1 k − 1 | 0
• Se −k2 + 1 = 0 ⇐⇒ k2 = 1 ⇐⇒ k = 1 ou k = −1, se k = 1, então
 
1 1 1 | 1
M∼ 0 0 0 | 0 
0 0 0 | 0

e p(A) = p(M) = 1, portanto S tem infinitas soluções.


Se k = −1,
   
1 −1 1 | 1 1 −1 1 | 1
M∼ 0 0 2 | 2 ∼ 0 2 −2 | 0 
0 2 −2 | 0 0 0 2 | 2

e p(A) = p(M) = 3, portanto S tem uma única solução.


• Se −k2 + 1 6= 0 ⇐⇒ k2 6= 1 ⇐⇒ k 6= 1 e k 6= −1, então
 
1 k 1 | 1
M ∼  0 −k2 + 1 −k + 1 | −k + 1 
0 −k + 1 k − 1 | 0
 
1 k 1 1
∼  0 −k2 + 1 −k + 1 −k + 1  ,
0 0 (k2 + k − 2)/k + 1 (k − 1)/k + 1

logo se k2 + k − 2 6= 0 ⇐⇒ k 6= −2 e k 6= 1, então p(A) = p(M) = 3 e o sistema S tem


uma única solução.
Se k = −2 teremos p(A) = 2 6= p(M) = 3 e o sistema S não tem solução.
Portanto, S tem uma única solução se k 6= −2 e k 6= 1, S tem infinitas soluções se k = 1 e S
não tem solução k = −2.
   
1 2 k | 1 1 2 k | 1
(g) M = ∼ .
2 k 8 | 3 0 k − 4 −2k + 8 | 1
Como p(M) = 2, p(A) = 2 ⇐⇒ k − 4 6= 0 ou − 2k + 8 6= 0 ⇐⇒ k 6= 4 e S tem três variáveis,
segue que se k 6= 4 o sistema S tem infinitas soluções e se k = 4 o sistema S não tem solução.
   
1 1 k | 2 1 1 k | 2
(h) M =  3 4 2 | k  ∼  0 1 −3k + 2 | k − 6  .
2 3 −1 | 1 0 0 k − 3 | −k + 3
Como p(A) = 2 ⇐⇒ k − 3 = 0, neste caso p(M) = 2, pois −k + 3 = 0 ⇐⇒ k = 3, portanto
se k = 3 o sistema S tem infinitas soluções, pois tem três variáveis .
Se k 6= 3, então p(A) = 3 = p(M), portanto S tem uma única solução.

7. Determine a condição que os números reais a, b e c devem satisfazer para que, em cada um dos
casos abaixo, o sistema dado tenha solução.
 
 x + 2y − 3z = a  x + 2y − 3z = a
(a) S : 2x + 6y − 11z = b , (b) S : 3x − y + 2z = b ,
x − 2y + 7z = c x − 5y + 8z = c
 
52 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

 3x − 7y = a
 x − 2y + 4z = a


x + y = b

(c) S : 2x + 3y − z = b , (d) S : ,
5x + 3y = 5a + 2b
3x + y + 2z = b
 

x + 2y = a + b − 1


 −a + 3b = x
x + 2y = a


2a − b = y
 
(e) −3x + 4y = b , (f) .
−2a + b = z
2x − y = c
 

3a + b = t

Solução:
   
1 2 −3 | a 1 2 −3 | a
(a) M =  2 6 −11 | b  ∼  0 2 −5 | −2a + b  .
1 −2 7 | c 0 0 0 | −5a + 2b + c
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ −5a + 2b + c = 0 ⇐⇒ c = 5a − 2b, segue que se
c = 5a − 2b o sistema S tem infinitas soluções, pois o tem três variáveis, e se c 6= 5a − 2b o
sistema não tem solução.
   
1 2 −3 | a 1 2 −3 | a
(b) M =  3 −2 2 | b  ∼  0 −7 11 | −3a + b  .
1 −5 8 | c 0 0 0 | 2a − b + c
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ 2a − b + c = 0 ⇐⇒ c = b − 2a, segue que se c = b − 2a
o sistema S tem infinitas soluções, pois o tem três variáveis, e se c 6= b − 2a o sistema não
tem solução.
   
1 −2 4 | a 1 −2 4 | a
(c) M =  2 3 −1 | b  ∼  0 7 −9 | −2a + b  .
3 1 2 | c 0 0 −1 | −a − b + c
Como p(A) = 3 = p(M) = 2 e S tem três variáveis, segue que para quaisquer valores de a,
b e c o sistema tem uma única solução.
   
1 1 | b 1 1 | b
 3 −7 | a   0 −10 | a − 3b 
(d) M =  ∼ .
 5 3 | 5a + 2b   0 0 | (24a − 12b)/5 
1 2 | a+b−1 0 0 | (11a − 3b − 10)/10
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ 24a − 12b = 0 e 11a − 3b − 10 = 0 ⇐⇒ b = 2a e
11a − 10
b= , mas se b = 2a, então 11a − 3b − 10 = 11a − 6a − 10 = 5a − 10, logo
3
11a − 3b − 10 = 0 =⇒ 5a − 10 = 0 ⇐⇒ a = 2 e b = 4.
Se a = 2 e b = 4 então p(A) = p(M) = 2, como S tem três variáveis, segue que S tem
infinitas soluções.
Se a = 2b e a 6= 2, como então p(A) = 2 6= p(M) = 3, portanto S não tem solução.
Se b 6= 2a, então p(M) = 3 6= p(A) = 2, consequentemente S não tem solução.
Logo, S tem infinitas soluções se a = 2 e b = 4, caso contrário S não tem solução.
   
1 2 | a 1 2 a
(e) M =  −3 4 | b  ∼  0 10 3a + b  .
2 −1 | c 0 0 (−a + b + 2c)/2
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ −a + b + 2c = 0 ⇐⇒ a = b + 2c, segue que se a = b + 2c
o sistema S tem infinitas soluções, pois tem três variáveis, e se a 6= b + 2c o sistema não
tem solução.
2.3 Teorema do Posto 53
   
−1 3 | x −1 3 | x
 2 −1 | y   0 5 | 2x +y 
(f) M =  ∼ .
 −2 1 | z   0 0 | y+z 
3 1 | t 0 0 | t − x − 2y
Como p(A) = 2 e p(M) = 2 ⇐⇒ y + z = 0 e t − x − 2y = 0 ⇐⇒ z = −y e t = x + 2y,,
portanto S tem uma única solução, porém se z 6= −y ou t 6= x + 2y, então p(M) = 3 6= p(A),
daí que S não tem solução.

 x + 2y − z = 1
8. Seja o sistema de equações lineares S : 2x + 2y + kz = 4 . com k ∈ R.
x + 3y + kz = 3

Efetue operações elementares sobre as linhas das matrizes para responder os seguintes itens.
Justifique suas respostas!
(a) Determine o posto e a nulidade da matriz dos coeficientes e da matriz ampliada do sistema
S para os diferentes valores de k ∈ R.
(b) Para k = −1, determine, se possível, a inversa da matriz dos coeficientes e o conjunto
solução do sistema S utilizando esta matriz.
(c) Para k = 0, determine o conjunto solução do sistema S utilizando o método de eliminação
de Gauss.
(d) Para k = −2, determine o conjunto solução do sistema S utilizando o método de eliminação
de Gauss-Jordan.
Solução:
 
1 2 −1 | 1
A matriz ampliada do sistema é: M =  2 2 k | 4  , escalonando M obtemos:
  1 3 k | 3
1 2 −1 | 1
 2 2 k | 4  L2 → L2 − 2L1
1 3 k | 3 L3 → L3 − L1
   
1 2 −1 | 1 1 2 −1 | 1
∼  0 −2 k + 2 | 2  L2 ←→ L3 ∼  0 1 k+1 | 2 
0 1 k+1 | 2 0 −2 k + 2 | 2 L3 −→ L3 + 2L2
 
1 2 −1 | 1
∼  0 1 k +1 | 2 .
0 0 3k + 4 | 6
(a) Pelo desenvolvimento acima temos:

4
p(A) = p(M) = 3 ⇐⇒ 3k + 4 6= 0 ⇐⇒ k 6= − , neste caso null(A) = 0.
3
4
Se k = − =⇒ p(A) = 2 6= p(M) = 3, neste caso null(A) = 1.
3
(b) Se k = −1, então    
1 2 −1 1 2 −1
A =  2 2 −1  ∼  0 1 0 ,
1 3 −1 0 0 1
54 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

como as operações elementares efetuadas foram L2 ←→ L3 e as demais do tipo Li −→


Li + kL j , segue que det A = −1 6= 0, portanto existe A−1 e
 
−1 1 0
A−1 =  −1 0 1  .
−4 1 2
Portanto, pelo método da matriz inversa a solução do sistema é
       
x −1 1 0 1 3
−1
X = A · B ⇐⇒ y = −1 0 1 · 4 = 2  .
      
z −4 1 2 3 6

Logo, Sol(S) = (3, 2, 6) .
(c) Se k = 0, pelo desenvolvimento ao escalonarmos M obtemos:
   
1 2 −1 | 1 1 2 −1 | 1
M= 2 2 k | 4 ∼ 0 1 1 | 2 
1 3 k | 3 0 0 4 | 6
←− 4z = 6
3 1
Logo, z = , substituindo em y + z = 2 obtemos y = , substituindo em x + 2y − z = 1,
2 2
3
obtemos: x1 = .
2
 
3 1 3
Logo, Sol(S) = , , .
2 2 2
(d) Se k = −2, prosseguimos o escalonamento acima a fim de obter a forma escada de M:
   
1 2 −1 | 1 1 2 −1 | 1 L1 −→ L1 − 2L2
M= 2 2
 k | 4 ∼ 0 1 −1 | 2
  
1 3 k | 3 0 0 −2 | 6 L3 −→ − 1/2 L3
 
1 0 1 | −3 L1 −→ L1 − L3
∼  0 1 −1 | 2  L2 −→ L2 + L3 ∼
0 0 1 | −3
 
1 0 0 | 0
 0 1 0 | −1  .
0 0 1 | −3

Portanto, Sol(S) = (0, −1, −3) .

9. Seja o sistema de equações lineares




 3x1 + 5x2 + 12x3 − x4 = −3
x1 + x2 + 4x3 − x4 = −6

,

 2x2 + 2x3 + x4 = 5
2x3 + kx4 = 9

com k ∈ R.
Efetue operações elementares sobre as linhas das matrizes para responder os seguintes itens.
Justifique suas respostas!
2.3 Teorema do Posto 55

(a) Determine o posto e a nulidade da matriz dos coeficientes e da matriz ampliada do sistema
S para os diferentes valores de k ∈ R.
(b) Para k = 2, determine, se possível, a inversa da matriz dos coeficientes e o conjunto solução
do sistema S utilizando esta matriz.
(c) Para k = 1, determine o conjunto solução do sistema S utilizando o método de eliminação
de Gauss.
(d) Para k = 0, determine o conjunto solução do sistema S utilizando o método de eliminação
de Gauss-Jordan.
Solução:
 
3 5 12 −1 | −3
 1 1 4 −1 | −6 
A matriz ampliada do sistema é: M =   , escalonando M obtemos:
 0 2 2 1 | 5 
0 0 2 k | 9
   
3 5 12 −1 | −3 L1 ←→ L2 1 1 4 −1 | −6
 1 1 4 −1 | −6   3 5 12 −1 | −3  L2 → L2 − 3L1
  ∼  
 0 2 2 1 | 5   0 2 2 1 | 5 
0 0 2 k | 9 0 0 2 k | 9
   
1 1 4 −1 | −6 1 1 4 −1 | −6
 0 2 0 2 | 15   0 2 0 2 | 15 
∼  ∼  
 0 2 2 1 | 5  L3 −→ L3 − L2  0 0 2 −1 | −10  L3 −→ L3 − L2
0 0 2 k | 9 0 0 2 k | 9
 
1 1 4 −1 | −6
 0 2 0 2 | 15 
∼ 0 0 2 −1 | −10  .

0 0 0 k+1 | 19
(a) Pelo desenvolvimento acima temos:
p(A) = p(M) = 4 ⇐⇒ k + 1 6= 0 ⇐⇒ k 6= −1, neste caso null(A) = 0.
Se k = −1 =⇒ p(A) = 3 6= p(M) = 4, neste caso null(A) = 1.

(b) Se k = 2, então    
3 5 12 −1 1 1 4 −1
 1 1 4 −1   0 2
∼ 0 2 
A= ,
 0 2 2 1   0 0 2 −1 
0 0 2 k 0 0 0 3
como as operações elementares efetuadas foram L1 ←→ L2 e as demais do tipo
Li −→ Li + kL j , segue que det A = −12 6= 0, portanto existe A−1 e
 
3/2 − 7/2 −2 0
 1/6 − 1/2 1/3 − 1/3 
A−1 =  − 1/3 1/3 1/6 
.
1
1/3 −1 − 1/3 1/3

Portanto, pelo método da matriz inversa a solução do sistema é


       
x1 3/2 − 7/2 −2 0 −3 13/2
 x2   1/6 − 1/2 1/3 − 1/3   −6  7/6
X = A−1 · B ⇐⇒ 
 
= · = .
 x3   − 1/3 1 1/3 1/6   5   − 11/6 

x4 1/3 −1 − 1/3 1/3 9 19/3


56 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
 
13 7 11 19
Logo, Sol(S) = , ,− , .
2 6 6 3
(c) Se k = 1, pelo desenvolvimento ao escalonarmos M obtemos:
   
3 5 12 −1 | −3 1 1 4 −1 | −6
 1 1 4 −1 | −6   0 2 0 2 | 15 
M= ∼ 
 0 2 2 1 | 5   0 0 2 −1 | −10 
0 0 2 1 | 9 0 0 0 2 | 19 ←− 2x4 = 19

19 1
Logo, x4 = , substituindo em 2x3 − x4 = −10 e em 2x2 + 2x4 = 15 obtemos x3 = −
2 4
1 19
e x2 = −2, substituindo em x2 = −2, x3 = − e x4 = em x1 + x2 + 4x3 − x4 = −6,
4 2
13
obtemos: x1 = .
2
 
13 1 19
Logo, Sol(S) = , −2, − , .
2 4 2

(d) Se k = 0, prosseguimos o escalonamento acima a fim de obter a forma escada de M:


   
3 5 12 −1 | −3 1 1 4 −1 | −6 L1 −→ L1 + L4
 1 1 4 −1 | −6   0 2 0 2 | 15  L2 −→ L2 − 2L4

M= ∼
 0 2 2 1 | 5   0 0 2 −1 | −10  L3 −→ L3 + L4
0 0 2 0 | 9 0 0 0 1 | 19
 
1 1 4 | 0 13
 0 2 0 | −23 
0  L2 −→ /2 L2
1
∼ ∼
 0 0 2 | 0 9  L3 −→ 1/2 L3
0 0 0 | 1 19
   
1 1 4 0 | 13 L1 −→ L1 − L2 − 4L3 1 0 0 0 | 13/2
 0 1 0 0 | − 23/2   0 1 0 0 | − 23/2 

 0 0 1 0 |
 ∼ .
9/2   0 0 1 0 | 9/2 
0 0 0 1 | 19 0 0 0 1 | 19
 
13 23 9
Portanto, Sol(S) = , − , , 19 .
2 2 2

2.4 Resolução de Sistemas Lineares



2x − (1 − i)y + w = 0
1. Determine a solução do sistema linear S : , no
3y − 2iz + 5w = 0
conjunto dos números complexos.
Solução:
A matriz ampliada de S é:
 
2 −1 + i 0 1 | 0
M= ,
0 3 −2i 5 | 0

2i 5
que já está forma escalonada, da 2ª equação obtemos: y = z − w.
3 3
2.4 Resolução de Sistemas Lineares 57

1−i 1
Na 1ª equação temos x = y − w, substituindo em y a igualdade acima obtemos:
2 2
 
1 − i 2i 5 1 1+i 5 − 5i 1 1+i 8 − 5i
x= z− w − w = z− w− w = z− w.
2 3 3 2 3 6 2 3 6
 
4 1+i 8 − 5i 2i 5
Portanto, Sol(S) = (x, y, z, w) ∈ C ; x = z− w e y = z− w .
3 6 3 3

2. Resolva os seguintes sistemas utilizando o Método de Gauss ou o Método de Gauss-Jordan.


Classifique-os.

 x + 2y − z = 2
 x + 2y + z = 0


2x − y + z = 5

(a) S : 2x + y − z = 0 , (b) S : ,
x + 3y + 2z = 9
3x − y − 2z = 0
 

3x − y + 4z = 13


 x + 3y + 2z = 2 
x + 6y − 8z = 1
(c) S : 3x + 5y + 4z = 4 , (d) S : ,
2x + 6y − 4z = 0
5x + 3y + 4z = −10


x + 2y − z + w= 0 
 x + y − 3z + t = 1


−x − y + 2z − 3t + w = 0

(e) S : , (f) S : 3x + 3y + z + 2t = 0 ,
x + y − 2z − w= 0
2x + y + z − 2t = 4

 
z + t + w= 0

 
 3x + 5y = 1  x + y + z = 4
(g) S : 2x + z = 3 , (h) S : 2x + 5y − 2z = 3 ,
5x + y − z = 0 x + 7y − 7z = 5
 

 2x − y + 3z = 11

 x + 2y + 3z = 0

4x − 3y + 2z = 6

(i) S : 2x + y + 3z = 0 , (j) S : ,
x + y + z = 0
3x + 2y + z = 0
 

3x + y + z = 4


 3x + 2y − 4z = 1
x + y + z + t= 0


 x − y + z = 3

 

x + 3y + z − t = 4

(k) S : , (l) S : x − y − 3z = −3 ,
x + y − z + t = −4
3x + 3y − 5z = 0

 

x − 2y + z + t = 2
 

−x + y + z = 1

 
 x + 2y + 3z = −6  3x + 2y + z = 2
(m) S : 2x − 3y − 4z = 15 , (n) S : 4x + 2y + 2z = 8 ,
3x + 4y + 5z = −8 x − y + z = 4
 

 2x + 3y = 13 
x + 4y − z = 12
(o) S : x − 2y = 3 , (p) S : ,
3x + 8y − 2z = 4
5x + 2y = 27


 2x − y + z − t = 4
 x + 3y = −4


3x + 2y − z + 2t = 1

(q) S : 2x + 5y = −8 , (r) S : ,
2x − y − z − t = 0
x + 3y = −5
 

5x + 2t = 1

 
 3x + 3y − 2z − t = 2  x + 2y − 5z + 4t = 0
(s) S : 5x + 2y + z − 2t = 1 , (t) S : 2x − 3y + 2z + 3t = 0 ,
2x − y + 3z + t = −1 4x − 7y + z − 6t = 0
 
58 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
 
 x + 5y + 4z − 13t = 3  x + 2y − 3z + 2t = 2
(u) S : 3x − y + 2z + 5t = 2 , (v) S : 2x + 5y − 8z + 6t = 5 ,
2x + 2y + 3z − 4t = 1 3x + 4y − 5z + 2t = 4
 

 x + 3y + 2z + 3t − 7w = 14
(x) S : 2x + 6y + z − 2t + 5w = −2 .
x + 3y − z + 2w = −1

Solução:
Vamos resolver os sistemas lineares pelo método de Gauss.
 
1 2 1 | 0
(a) A matriz ampliada do sistema é: M = 2  1 −1 | 0  , efetuando operações ele-
 3 −1 −2 | 0
1 2 1 | 0
mentares nas linhas de M obtemos: 0 −3 −3 |
 0  ∼ M.
0 0 2 | 0
• A 3ª equação nos fornece 2z = 0 ⇐⇒ z = 0.
z=0
• Na 2ª equação temos −3y − 3z = 0 =⇒ y = 0.
y=z=0
• Na 1ª equação temos x + y + z = 0 =⇒ x = 0.

Logo, Sol(S) = (0, 0, 0) .
 
1 2 −1 | 2
 2 −1 1 | 5 
(b) A matriz ampliada do sistema é: M =   , efetuando operações
 1 3 2 | 9 
3 −1 4 | 13
 
1 2 −1 | 2
 0 −5 3 | 1 
elementares nas linhas de M obtemos:   ∼ M.
 0 0 /5 |
18 36/5 

0 0 0 | 0
18 36
• A 3ª equação nos fornece z= ⇐⇒ z = 2.
5 5
z=2 6−1
• Na 2ª equação temos −5y + 3z = 1 =⇒ y = = 1.
5
y=1, z=2
• Na 1ª equação temos x + 2y − z = 2 =⇒ x = 2.

Logo, Sol(S) = (2, 1, 2) .
 
1 3 2 | 2
(c) A matriz ampliada do sistema é: M = 3 5 4 |
 4  , efetuando operações ele-
 5 3 4 | −10 
1 3 2 | 2
mentares nas linhas de M obtemos: 0 −4 −2 | −2
  ∼ M.
0 0 0 | −14
Como p(A) = 2 6= p(M) = 3, segue que o sistema linear S não tem solução.
De fato, a 3ª equação nos diz que 0x + 0y + 0z = −14 ⇐⇒ 0 = −14, uma contradição!!
Portanto, Sol(S) = 0.
/
2.4 Resolução de Sistemas Lineares 59
 
1 6 −8 | 1
(d) A matriz ampliada do sistema é: M = , efetuando operações elemen-
 2 6 −4 | 0
1 6 −8 | 1
tares nas linhas de M obtemos: ∼ M.
0 −6 12 | −2
1
• A 2ª equação nos fornece −6y + 12z = −2 ⇐⇒ y = 2z + .
3
• Substituindo na 1ª equação x + 6y − 8z = 1 obtemos
x = 1 − 6y + 8z = 1 − 12z − 2 + 8z = −1 − 4z.
 
1
Logo, Sol(S) = (x, y, z) ∈ R3 ; y = 2z + e x = −1 − 4z .
3
 
1 2 −1 0 1 | 0
 −1 −1 2 −3 1 | 0 
(e) A matriz ampliada do sistema é: M =   , efetuando
 1 1 −2 0 −1 | 0 
0 0 1 1 1 | 0
 
1 2 −1 0 1 | 0
 0 1 1 −3 2 | 0   ∼ M.
operações elementares nas linhas de M obtemos: 0 0 1 1 1 | 0 
0 0 0 −3 0 | 0
• A 4ª equação nos fornece −3t = 0 ⇐⇒ t = 0.
t=0
• Na 3ª equação temos z + t + w = 0 =⇒ z = −w.
t=0, z=−w
• Na 2ª equação temos y + z − 3t + 2w = 0 =⇒ y = −w.
y=z=−w
• Na 1ª equação temos x + 2y − z + w = 0 =⇒ x = 0.
Logo, Sol(S) = (x, y, z,t, w) ∈ R5 ; x = 0, y = −w, z = −w e t = 0 .

 
1 1 −3 1 | 1
(f) A matriz ampliada do sistema é: M =  3 3 1 2 | 0  , efetuando operações
 2 1 1 −2 | 4 
1 1 −3 1 | 1
elementares nas linhas de M obtemos:  0 −1 7 −4 | 2  ∼ M.
0 0 10 −1 | −3
• A 3ª equação nos fornece 10z − t = −3 ⇐⇒ t = 10z + 3.
• Substituindo na 2ª equação −y + 7z − 4t = 2 obtemos
y = 7z − 4t − 2 = 7z − 40z − 12 − 2 = −33z − 14.

• Substituindo t = 10z + 3 e y = −33z − 14 na 1ª equação x + y − 3z + t = 1 obtemos


x = −y + 3z − t + 1 = 33z + 14 + 3z − 10z − 3 + 1 = 26z + 12.
Logo, Sol(S) = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = 12 + 26z; y = −14 − 33z e t = 3 + 10z .

 
3 5 0 | 1
(g) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 0 1 | 3  , efetuando operações elemen-
 5 1 −1 | 0 
3 5 0 | 1
tares nas linhas de M obtemos:  0 − 10/3 1 | 7/3  ∼ M.
0 0 − 16/5 | − 34/5
60 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

16 34 17
• A 3ª equação nos fornece − z = − ⇐⇒ z = .
5 5 8
• Na 2ª equação temos

10 7 z=17/8 3 17 7 51 − 56 1
− y + z = =⇒ y = × − = =− .
3 3 10 8 10 80 16

• Na 1ª equação temos

1 5 y= − 1/16 1 5 1 16 + 5 7
3x + 5y = 1 ⇐⇒ x = − y =⇒ x = + × = = .
3 3 3 3 16 3 × 16 16
 
7 1 17
Logo, Sol(S) = ,− , .
16 16 8
 
1 1 1 | 4
(h) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 5 −2 | 3  , efetuando operações elemen-
 1 7 −7 | 5
1 1 1 | 4
tares nas linhas de M obtemos: 0 3 −4 | −5  ∼ M.

0 0 0 | 11
Como p(A) = 2 6= p(M) = 3, segue que o sistema linear S não tem solução.
De fato, a 3ª equação nos diz que 0x + 0y + oz = 11 ⇐⇒ 0 = 11, uma contradição!!
Portanto, Sol(S) = 0.
/
 
1 2 3 | 0
(i) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 1 3 | 0  , efetuando operações elementa-
 3 2 1 | 0
1 2 3 | 0
res nas linhas de M obtemos: 0 −3 −3 | 0  ∼ M.

0 0 −4 | 0
• A 3ª equação nos fornece −4z = 0 ⇐⇒ z = 0.
z=0
• Na 2ª equação temos −3y − 3z = 0 =⇒ y = 0.
y=z=0
• Na 1ª equação temos x + 2y + 3z = 0 =⇒ x = 0.

Logo, Sol(S) = (0, 0, 0) .
 
2 −1 3 | 11
 4 −3 2 | 6 
(j) A matriz ampliada do sistema é: M =   , efetuando operações ele-
 1 1 1 | 0 
3 1 1 | 4
 
1 1 1 | 0
 0 −7 −2 | 6 
mentares nas linhas de M obtemos:   ∼ M.
 0 0 13/7 | 59/7 
0 0 0 | 114/13
Como p(A) = 3 6= p(M) = 4, segue que o sistema linear S não tem solução.
114 114
De fato, a 4ª equação nos diz que 0x + 0y + 0z = ⇐⇒ 0 = , uma contradição!!
13 13
Portanto, Sol(S) = 0.
/
2.4 Resolução de Sistemas Lineares 61
 
1 1 1 1 | 0
 1 3 1 −1 | 4 
(k) A matriz ampliada do sistema é: M =   , efetuando operações
 1 1 −1 1 | −4 
1 −2 1 1 | 2
 
1 1 1 1 | 0
 0 2 0 −2 | 4 
 ∼ M.
elementares nas linhas de M obtemos: 
 0 0 −2 0 | −4 
0 0 0 −3 | 8
8
• A 4ª equação nos fornece −3t = 8 ⇐⇒ t = − .
3
• A 3ª equação nos fornece −2z = −4 ⇐⇒ z = 2.
8 8 2
• Substituindo t = − na 2ª equação 2y − 2t = 4 ⇐⇒ y = t + 2 = − + 2 = − .
3 3 3
8 2
• Substituindo t = − , z = 2 e y = − na 1ª equação x+y+z+t = 0 ⇐⇒ x = −y−z−t
3 3
2 8 4
obtemos x = − 2 + = .
3 3 3
 
4 2 8
Logo, Sol(S) = , − , 2, − .
3 3 3
 
3 2 −4 | 1
 1 −1 1 | 3 
 
(l) A matriz ampliada do sistema é: M =   1 −1 −3 | −3  , efetuando operações

 3 3 −5 | 0 
−1 1 1 | 1
 
−1 1 1 | 1
 0 6 −2 | 3 
 
elementares nas linhas de M obtemos:  0 0 −2 | −2 

 ∼ M.
 0 0 0 | 2 
0 0 2/3 | 3/2
Como p(A) = 3 6= p(M) = 4, segue que o sistema linear S não tem solução, de fato:
2 3 9
• A 4ª equação nos fornece z = ⇐⇒ z = .
3 2 4
• A 3ª equação nos fornece 0x + 0y + 0z = 2 ⇐⇒ 0 = 2, uma contradição!!
Portanto, Sol(S) = 0.
/
 
1 2 3 | −6
(m) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 −3 −4 | 15  , efetuando operações
 3 4 5 | −8 
1 2 3 | −6
elementares nas linhas de M obtemos: 0 −7 −10
 | 27  ∼ M.
0 0 − 8/7 | 16/7
−8 16
• A 3ª equação nos fornece z= ⇐⇒ z = −2.
7 7
z=−2 −27 + 20
• Na 2ª equação temos −7y − 10z = 27 =⇒ y = = −1.
7
y=−1, z=−2
• Na 1ª equação temos x + 2y + 3z = −6 =⇒ x = −6 + 2 + 6 = 2.

Logo, Sol(S) = (2, −1, −2) .
62 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
 
3 2 1 | 2
(n) A matriz ampliada do sistema é: M =  4 2 2 | 8  , efetuando operações elemen-
 1 −1 1 |  4
1 −1 1 | 4
tares nas linhas de M obtemos: 0
 6 −2 | −8  ∼ M.
0 0 1 | 10
• A 3ª equação nos fornece z = 10.
z=10 −8 + 20
• Na 2ª equação temos 6y − 2z = −8 =⇒ y = = 2.
6
y=2, z=10
• Na 1ª equação temos x − y + z = 4 =⇒ x = 4 + 2 − 10 = −4.

Logo, Sol(S) = (−4, 2, 10) .
 
2 3 | 13
(o) A matriz ampliada do sistema é: M =  1 −2 | 3  , efetuando operações elementa-
 5 2 | 27
2 3 | 13
res nas linhas de M obtemos: 0 1 | 1  ∼ M.

0 0 | 0
• Na 2ª equação temos y = 1.
y=1 13 − 3
• Na 1ª equação temos 2x + 3y = 13 =⇒ x = = 5.
2

Logo, Sol(S) = (5, 1) .
 
1 4 −1 | 12
(p) A matriz ampliada do sistema é: M = , efetuando operações elemen-
 3 8 −2 | 4
1 4 −1 | 12
tares nas linhas de M obtemos: ∼ M.
0 −4 1 | −32
• A 2ª equação nos fornece −4y + z = −32 ⇐⇒ z = 4y − 32.
• Substituindo na 1ª equação x + 4y − z = 12 obtemos

x = 12 − 4y + z = 12 − 4y + 4y − 32 = −20.

Logo, Sol(S) = (x, y, z) ∈ R3 ; x = −20 e z = 4y − 32 .



 
1 −2 4 | a
(q) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 3 −1 | b  , efetuando operações elemen-
3 1 2 | c
1 3 | −4
tares nas linhas de M obtemos: M = 2 5 | −8  , efetuando operações elementares

 1 3 | −5
1 3 | −4
nas linhas de M obtemos: 0 −1 |
 0  ∼ M.
0 0 | −1
Como p(A) = 2 6= p(M) = 3, segue que o sistema linear S não tem solução.
De fato, a 3ª equação nos diz que 0x + 0y = −1 ⇐⇒ 0 = −1, uma contradição!!
Portanto, Sol(S) = 0.
/
2.4 Resolução de Sistemas Lineares 63
 
2 −1 1 −1 | 4
 3 2 −1 2 | 1 
(r) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 −1 −1 −1 | 0  , efetuando operações

5 0 0 2 | 1
 
2 −1 1 −1 | 4
 0 7 −5 7 | −10   ∼ M.
elementares nas linhas de M obtemos: 
 0 0 −2 0 | −4 
0 0 0 2 | −4
• A 4ª equação nos fornece 2t = −4 ⇐⇒ t = −2.
• A 3ª equação nos diz que −2y = −4 ⇐⇒ z = 2.
z=2, t=−2 −10 + 10 + 14
• Na 2ª equação temos 7y − 5z + 7t = −10 =⇒ y= = 2.
7
y=z=2, t=−2 4+2−2−2
• Na 1ª equação temos 2x − y + z − t = 4 =⇒ x= = 1.
2

Logo, Sol(S) = (1, 2, 2, −2) .
 
3 3 −2 −1 | 2
(s) A matriz ampliada do sistema é: M =  5 2 1 −2 | 1  , efetuando operações
2 −1 3 1 | −1
3 3 −2 −1 | 2
elementares nas linhas de M obtemos:  0 9 −13 1 | 7  ∼ M.
0 0 0 1 | 0
• A 3ª equação nos fornece t = 0.
t=0 7 13
• A 2ª equação nos diz que 9y − 13z + t = 7 =⇒ y = + z.
9 9
7 13
• Substituindo t = 0 e y = + z na 1ª equação obtemos 3x + 3y − 2z − t = 2 =⇒ x =
9 9
2 − 3y + 2z 2 7 13 2 1 7
= − − z + z = − − z.
3 3 9 9 3 9 9
 
4 1 7 7 13
Logo, Sol(S) = (x, y, z,t) ∈ R ; x = − − z, y = + z e t = 0 .
9 9 9 9
 
1 2 −5 4 | 0
(t) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 −3 2 3 | 0  , efetuando operações
 4 −7 1 −6 | 0 
1 2 −5 4 | 0
elementares nas linhas de M obtemos:  0 −7 12 −5 | 0  ∼ M.
0 0 33 79 | 0
79
• A 3ª equação nos fornece 33z + 79t = 0 ⇐⇒ z = − t.
33
79
• Substituindo z = − t na 2ª equação −7y + 12z − 5t = 0 obtemos:
33
 
12z − 5t 12 79 5 −316 − 55 371 53
y= = × − t − t= t =− t = − t.
7 7 33 7 77 77 11

79 53
• Substituindo z = −
t e y = − t na 1ª equação x + 2y − 5z + 4t = 0, obtemos:
33 11
   
53 79 106 395 209 19
x = −2 × − t + 5 − t − 4t = t− t − 4t = − t = − t.
11 33 11 33 33 3
64 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
 
19 53 79
Logo, Sol(S) = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = − t, y = − t e z = − t .
3 11 33
 
1 5 4 −13 | 3
(u) A matriz ampliada do sistema é: M =  3 −1 2 5 | 2  , efetuando operações
2 2 3 −4 | 1 
1 5 4 −13 | 3
elementares nas linhas de M obtemos: ∼  0 −16 −10 44 | −7  ∼ M.
0 0 0 0 | − 3/2
Como p(A) = 2 6= p(M) = 3, segue que o sistema linear S não tem solução.
3 3
De fato, a 3ª equação nos diz que 0x + 0y + 0z + 0t = − ⇐⇒ 0 = − , uma contradição!!
2 2
Portanto, Sol(S) = 0.
/
 
1 2 −3 2 | 2
(v) A matriz ampliada do sistema é: M =  2 5 −8 6 | 5  , efetuando operações
3 4 −5 2 | 4 
1 0 1 −2 | 0
elementares nas linhas de M obtemos sua forma escada:  0 1 −2 2 | 1  ∼ M.
0 0 0 0 | 0
• A 2ª equação nos fornece y − 2z + 2t = 1 ⇐⇒ y = 1 − 2z + 2t.
• A 1ª equação x + z − 2t = 0 ⇐⇒ x − z + 2t.
Logo, Sol(S) = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = −z + 2t, e y = 1 − 2z + 2t .

 
1 3 2 3 −7 | 14
(x) A matriz ampliada do sistema é: M = 2 6
 1 −2 5 | −2  , efetuando opera-
1 3 −1 0 2 | −1 
1 3 2 3 −7 | 14
ções elementares nas linhas de M obtemos: 0 0 −3 −8
 19 | −30  ∼ M.
0 0 0 5 −10 | 15
• A 3ª equação nos fornece 5t − 10w = 15 ⇐⇒ t = 3 + 2w.
• Substituindo t = 3 + 2w na 2ª equação −3z − 8t + 19w = −30, obtemos
30 − 8t + 19w 30 − 8(3 + 2w) + 19w 6 + 3w
z= = = = 2 + w.
3 3 3

• Substituindo z = 2 + w e t = 3 + 2w na 1ª equação x + 3y + 2z + 3t − 7w = 14 obtemos:

x = 14 − 3y − 2(2 + w) − 3(3 + 2w) + 7w = 1 − 3y − w.

Logo, Sol(S) = (x, y, z,t, w) ∈ R5 ; x = 1 − 3y − w, z = 2 + w e t = 3 + 2w .




2.5 Método da Matriz Inversa

1. Resolva os seguintes sistemas lineares utilizando o Método da Matriz Inversa:



  2x − y − 3z = 5
5x − 2y = 4
(a) S : , (b) S : 3x − 2y + 2z = 5 .
3x − y = 3
5x − 3y + z = 16

2.5 Método da Matriz Inversa 65

Solução:
(a) A forma matricial do sistema linear S é:
     
5 −2 x 4 5 −2
· = , com = 1 6= 0.
3 −1 y 3 3 −1

Portanto,
   −1        
x 5 −2 4 −1 2 4 2
= · = · = .
y 3 −1 3 −3 5 3 3

Portanto, Sol(S) = (2, 3) .

(b) A forma matricial do sistema linear S é:


     
2 −1 −3 x 5 2 −1 −3

 3 −2 2  ·  y  =  5  , com 3 −2 2 = −2 6= 0.
5 −3 1 z 16 5 −3 1
Portanto,
   −1        
x 2 −1 −3 5 −4 −10 8 5 29
 y  =  3 −2 1
2  ·  5  = ·  −7 −17 13  ·  5  =  44  .
2
z 5 −3 1 16 −1 1 1 16 3

Portanto, Sol(S) = (29, 44, 3) .
 
λ 0 1
2. Considere a matriz A =  1 λ − 1 0 , encontre os valores reais de λ para os quais o
0 0 λ +1
sistema homogêneo S : A · X3×1 = 03×1 admite apenas a solução trivial.
Solução:
O sistema homogêneo S tem uma única solução se, e somente se, det A 6= 0, observemos que

λ 0 1
λ 0
det A = 0 ⇐⇒ 1 λ − 1
0 = 0 ⇐⇒ (λ + 1) ·
=0
1 λ −1
0 0 λ +1

⇐⇒ λ · (λ − 1) · (λ + 1) = 0 ⇐⇒ λ = 0, ou λ = 1, ou λ = −1.
Portanto, o sistema homogêneo S têm uma única solução se, somente se, λ ∈ R \ {−1, 0, 1}.

3. Sejam
        
1 2 3 x1 1 0 −2
A =  1 1 2 , X =  x2  , B1 =  2  , B2 =  −2  , B3 =  2  .
0 1 2 x3 3 −1 0

(a) Determine, se possível, a inversa de A.


(b) Utilize o item (a) para resolver a equação matricial AX = Bk para k = 1, 2, 3.
66 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

Solução:
 
1 2 3 1 1 −3
= 2 6= 0, segue que existe A−1 e A−1 == 1 ·  2 −2

(a) Como det A = 1 1 2 0 .
2
0 1 2 −1 1 1
(b) AX = Bk ⇐⇒ X = A−1 · Bk para k = 1, 2, 3.
• Para k = 1 temos:
      
x1 1 1 −3 1 −3
1
X =  x2  = ·  2 −2 0  ·  2  =  −1  .
2
x3 −1 1 1 3 2

• Para k = 2 temos:
       
x1 1 1 −3 0 1/2
1
X =  x2  = ·  2 −2 0  ·  −2  =  2 .
2
x3 −1 1 1 −1 − 3/2

• Para k = 3 temos:
       
x1 1 1 −3 −2 0
1
X =  x2  = ·  2 −2 0  ·  2  =  −4  .
2
x3 −1 1 1 0 2

2.6 Regra de Cramer

1. Resolva os seguintes sistemas utilizando a Regra de Cramer:



  2x + 3y − z = 1
2x − 3y = 7
(a) S : , (b) S : 3x + 5y + 2z = 8 ,
3x + 5y = 1
x − 2y − 3z = −1



 2x + 5z + 2w = 0
y + z + w = 0

(c) S : .

 2y + z + 3w = 4
3y − z + w = 1

Solução:
(a) A forma matricial do sistema linear S é:
     
2 −3 x 7 2 −3
· = , com D = = 19 6= 0.
3 5 y 1 3 5
Pela regra de Cramer
   
D1/D 7 −3
x = 38 e D2 = 2 7

= D2 , com D1 = = −19.
y /D 1 5 3 1
 
x 
38/19
  
2
Portanto, y = − 19
  = .
/19 −1
z

Consequentemente, Sol(S) = (2, −1) .
2.6 Regra de Cramer 67

(b) A forma matricial do sistema linear S é:


     
2 3 −1 x 1 2
3 −1

 3 5 2  ·  y  =  8  , com D = 3 5 2 = 22 6= 0.
1 −2 3 z −1 1 −2 −3
   
x D1/D

Pela regra de Cramer  y  =  D2/D  , com


z D3/D


1
3 −1 2
1 −1

2
3 1

D1 = 8
5 2 = 66, D2 = 3
8 2 = −22 e D3 = 3 5 8 = 44.

−1 −2 −3 1 −1 −3 1 −2 −1
     
x − 66/22 3
Portanto,  y  =  − 22/22  =  −1  .
z 44/22 2

Consequentemente, Sol(S) = (3, −1, 2) .

(c) A forma matricial do sistema linear S é:


     
2 0 5 2 x 0 2 0
5 2
 0 1 1 1   ·  y  =  0  , com D = 0 1 1 1
   

 0 2 = 12 6= 0.
1 3   z   4  0 2
1 3
0 3 −1 1 w 1 0 3 −1 1
   
x D1/D
 y   D2/D 
Pela regra de Cramer  z  =  D3/D  , com
  

t D4/D


0 0 5 2 2 0 5 2

0 1 1 1 0 0 1 1
D1 = = 15, D2 = = −12,
4 2 1 3 0 4 1 3
1 3 −1 1 0 1 −1 1

2 0 0 2 2 0 5 0

0 1 0 1 0 1 1 0
D3 = = −18 e D4 = = 30.
0 2 4 3 0 2 1 4

0 3 1 1 0 3 −1 1
   
  15/12 5/4
x  − 12/12   −1 
Portanto,  y  =  − 18/12  =  − 3/2  .
  
z 30/12 5/2
 
5 3 5
Consequentemente, Sol(S) = , −1, − , .
4 2 2

 x + 2y + z = 1
2. Considere o sistema de equações lineares: S : y + 2z = −4 , verifique se é
x + y + z = 2

um sistema de Cramer. Em caso afirmativo, determine o conjunto solução do sistema utilizando
a regra de Cramer.
68 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

Solução:
A forma matricial do sistema linear S é:
     
1 2 1 x 1 1 2 1

 0 1 2  ·  y  =  −4  , com D = 0 1 2 = 2 6= 0.

1 1 1 z 2 1 1 1
   
x D1/D

Portanto, podemos aplicar a regra de Cramer, obtendo:  y  =  D2/D  , com


z D3/D


1 2 1 1 1 1 1 2 1

D1 = −4 1 2 = 8, D2 = 0 −4 2 = −2 e D3 = 0 1 −4 = −3.
2 1 1 1 2 1 1 1 2
   
x 9/2

Portanto,  y  =  − 2/2  .
z − 3/2
 
9 3
Consequentemente, Sol(S) = , −1, − .
2 2

2.7 Miscelânea

Decida se a afirmação dada é (sempre) verdadeira ou (às vezes) falsa. Justifique sua resposta dando um
argumento lógico matemático ou um contra-exemplo.
1. ( ) Se o sistema de equações lineares S : An · Xn×1 = 0n×1 possui apenas a solução trivial,
Xn×1 = 0n×1 , então S é também um sistema de Cramer.
2. ( ) Um sistema de equações lineares homogêneo é sempre compatível.
3. ( ) Um sistema de equações lineares S : An · Xn×1 = Bn×1 possui uma única solução se, e
somente se, o posto de A é igual a n.
4. ( ) Se S é sistema de equações lineares homogêneo que possui solução diferente da solução
trivial, então S é um sistema incompatível (impossível).
5. ( ) Se o sistema linear S : An · Xn×1 = 0n×1 admite as soluções X1 e X2 , então também admite
k1 X1 + k2 X2 como solução, quaisquer que sejam os números reais k1 e k2 .
6. ( ) Uma condição necessária e suficiente para que o sistema linear S : An · Xn×1 = 0n×1 tenha
somente a solução trivial é que det A 6= 0.
7. ( ) Se X1 e X2 são soluções do sistema linear S : An · Xn×1 = Bn×1 , com B matriz não nula,
então X1 + X2 também é solução de S.
8. ( ) Se um sistema de equações lineares S0 : An · Xn×1 = 0n×1 tem apenas a solução trivial, então
todo sistema de equações lineares S : An · Xn×1 = Bn×1 , com B 6= 0n×1 , tem uma única solução.
9. ( ) Se um sistema de equações lineares S é compatível indeterminado, então toda forma
linha-reduzida da matriz ampliada de S contém alguma linha nula.
10. ( ) Existem números reais a, b e c tais que o sistema de equações lineares:

 x − y − 3z = a
S: 2x + 6y + z = b é compatível determinado.
x + 15y + 11z = c

2.7 Miscelânea 69

Solução:
1. (V) Como a matriz dos coeficientes do sistema homogêneo é An , matriz quadrada, e este possui
apenas a solução trivial, então det An 6= 0, logo S é também um sistema de Cramer.
2. (V) Sim, pois todo sistema de equações lineares homogêneo possui pelo menos a solução
trivial.
3. (V) Sabemos que um sistema de equações lineares S : An · Xn×1 = Bn×1 possui uma única
solução se, e somente se, a matriz An dos coeficientes é invertível, e isto é equivalente a dizer
que p(An ) é máximo, ou seja, o posto de p(An ) = n.
4. (F) Pois, todo sistema linear homogêneo é compatível.

5. (V) Se X1 e X2 são soluções do sistema linear S : An · Xn×1 = 0n×1 , então

A · (k1 X1 + k2 X2 ) = A · (k1 X1 ) + A · (k2 X2 ) = k1 (A · X1 ) + k2 (A · X2 ) = k1 · 0n×1 + k · 0n×1 = 0n×1 .


| {z } | {z }
0n×1 0n×1

Portanto, k1 X1 + k2 X2 também é solução de S, quaisquer que sejam k1 e k2 .


6. (V) Pelo teorema do posto o sistema linear S tem uma única solução, a solução trivial,
se, e somente se, p(A) = p(M) = n, mas como S é homogêneo segue que p(A) = p(M) e
p(A) = n ⇐⇒ A é invertível ⇐⇒ det A 6= 0.
7. (F) Se X1 e X2 são soluções do sistema linear dado matricialmente por: S : A · X = B, com B
matriz não nula, então

A · (X1 + X2 ) = A · X1 + A · X2 = B + B = 2B 6= B,

pois B não é matriz nula.


Portanto, X1 + X2 não é solução de S.
8. (V) O sistema linear homogêneo S0 tem apenas a solução trivial se, e somente se, det An 6= 0
e isto é equivalente a dizer todo sistema linear S : An · Xn×1 = Bn×1 tem uma única solução,
qualquer que seja a matriz Bn×1 .

x + 6y − 8z = 1
9. (F) O sistema linear S : tem matriz ampliada M com forma esca-
 2x + 6y − 4z = 0
1 0 4 | −1
lonada reduzida ∼ M, sem linhas nulas, no entanto como
0 1 −2 | 1/3
p(A) = p(M) = 2 < 3 = número de variáveis de S , segue que S tem infinitas soluções
10. (F) A matriz ampliada escalonada do sistema linear S é a seguinte:
 
1 −1 −3 | a
 0 8 7 | −2a + b  .
0 0 0 | 3a − 2b + c

Logo, a matriz dos coeficientes de S tem posto 2 para quaisquer valores de a, b e c, porém
o sistema tem três variáveis livres, portanto pelo teorema do posto o sistema não pode ser
compatível determinado.
70 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

2.8 Aplicações de Sistemas Lineares


Resolva os seguintes problemas utilizando sistemas de equações lineares e seus métodos de resolução.
Em cada caso construa o sistema linear correspondente ao problema e estude o seu conjunto solução
utilizando posto e nulidade das matrizes relacionadas ao sistema.

1. Uma refinaria de petróleo processa dois tipos de petróleo: com alto teor de enxofre e com baixo
teor de enxofre. Cada tonelada de petróleo de baixo teor necessita de 5 minutos no setor de
mistura e 4 minutos no setor de refinaria; já o petróleo com alto teor são necessários 4 minutos
no setor de mistura e 2 minutos no setor de refinaria. Se o setor de mistura está disponível por 3
horas, e o setor de refinaria por 2 horas, quantas toneladas de cada tipo de combustível devem
ser processadas de modo que os dois setores não fiquem ociosos?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Tempo Petróleo de baixo teor Petróleo de baixo teor


(em minutos)
Mistura 5 4
Refinaria 4 2

Indicando por x a quantidade, em toneladas, de petróleo de baixo teor de enxofre e y a quantidade,


em toneladas, de petróleo de alto teor de enxofre, como a refinaria dispõe de 3 horas para mistura
e 2h para refinaria temos o seguinte sistema linear:

5x + 4y = 180
S: ,
4x + 2y = 120

5 4
Como = −6 6= 0, podemos aplicar o método da matriz inversa:
4 2
       
x 1 2 −4 180 20
=− · = .
y 6 −4 5 120 20
Portanto, devem processadas 20 T de cada tipo de combustível.

2. Um fabricante de plástico produz dois tipos de plástico: normal e especial. Para produzir uma
tonelada de plástico especial são necessárias duas horas na fábrica A e 5 horas na fábrica B; já
na produção de uma tonelada de plástico normal são necessárias 2 horas na fábrica A e 3 horas
na fábrica B. Se a fábrica A funciona 8 horas por dia e a fábrica B funciona 15 horas por dia,
quantas toneladas de cada tipo de plástico devem ser produzidas diariamente para que as duas
fábricas se mantenham totalmente ocupadas?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Tempo Plástico normal Plástico especial


(em horas)
Fábrica A 2 2
Fábrica B 3 5
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 71

Indicando por x a quantidade, em toneladas, de plástico normal e y a quantidade, em toneladas,


de plástico especial, como a Fábrica A funciona 8 horas por dia e a Fábrica B funciona 15 horas
por dia temos o seguinte sistema linear:

2x + 2y = 8
S: ,
3x + 5y = 15

2 2
Como = 4 6= 0, podemos aplicar o método da matriz inversa:
3 5
       
x 1 5 −2 8 2, 5
= · = .
y 4 −3 2 15 1, 5
Portanto, devem ser produzidas 1, 5 T de plástico normal e 2, 5 T de plástico especial.

3. Um nutricionista está elaborando uma refeição que contenha os alimentos A, B e C. Cada grama
do alimento A contém 2 unidades de proteína, 3 unidades de gordura e 4 unidades de carboidrato.
Cada grama do alimento B contém 3 unidades de proteína, 2 unidades de gordura e 1 unidade de
carboidrato. Já o alimento no alimento C encontramos 3 unidades de proteína, 3 unidades de
gordura e 2 unidades de carboidrato. Se a refeição deve fornecer exatamente 25 unidades de
proteína, 24 unidades de gordura e 21 unidades de carboidrato, quantos gramas de cada tipo de
alimento devem ser utilizados?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Quantidade Alimento A Alimento B Alimento C


(em unidades)
Proteína 2 3 3
Gordura 3 2 3
Carboidrato 4 1 2

Indicando por x a quantidade de Alimento A, y a quantidade de Alimento B e z a quantidade


de Alimento C, na refeição, como a refeição deve ter 25 unidades de proteína, 24 unidades de
gordura e 21 unidades de carboidrato temos o seguinte sistema linear:

 2x + 3y + 3z = 25
S: 3x + 2y + 3z = 24 ,
4x + y + 2z = 21

 
2 3 4 1 6 −5
1
Como 3 2 1 = 4 6= 0, existe A−1 e A−1 = ·  −3 −8 10  , podemos aplicar o

5
3 3 2 3 3 −5
método da matriz inversa:
       
x 1 6 −5 25 16/5
 y  = 1 ·  −3 −8 10  ·  24  =  21/5  .
5
z 3 3 −5 21 2
Portanto, devem ser utilizadas 3, 2 g do alimento A, 4, 2 g do alimento B e 2 g do alimento C.
72 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

4. Um cooperativa produz três tipos de ração: A, B e C, utilizando farelo de soja, gordura animal
e milho. Cada quilograma da ração A contém 100 g de farelo de soja e 200 g de milho e não
contém gordura animal; cada quilograma da ração B contém 300 g de farelo de soja, 100 g de
gordura animal e 400 g de milho; cada quilograma da ração C contém 200 g de farelo de soja,
200 g de gordura animal e 100 g de milho.
Sabendo que a disponibilidade destes produtos na cooperativa nos meses de abril, maio e junho
foi dada como na tabela abaixo. Pede-se para determinar qual a quantidade de cada tipo de ração
foi produzido em cada um destes meses.

Quant./ Mês Farelo de Soja Gordura Animal Milho


(em tonelada)
Abril 1,3 0,8 1,3
Maio 1,8 1,2 1,7
Junho 1,7 0,6 2,3

Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Quantidade Ração A Ração B Ração C


(em quilogramas)
Farelo de soja 0,1 0,3 0,2
Gordura animal 0 0,1 0,2
Milho 0,2 0,4 0,1

Indicando por x a quantidade de Ração A, y a quantidade de Ração B e z a quantidade de Ração


C, produzidas por mês.
Pela tabela do problema, em abril há 1, 3 T de farelo de soja, 0, 8 T de gordura vegetal e 1, 3 T
de milho, assim temos o seguinte sistema linear:

 0, 1x + 0, 3y + 0, 2z = 1300
S: 0, 1y + 0, 2z = 800 ,
0, 2x + 0, 4y + 0, 1z = 1300

com as quantidades em quilograma.


 
1/10 3/10 1/5 −70 50 40
1
6= 0, existe A−1 e A−1 =  40 −30 −20  , podemos

Como 0 1/10 1/5 =
1000
1/5 2/5 1/10 −20 20 10
aplicar o método da matriz inversa:
       
x −70 50 40 1300 1000
 y  =  40 −30 −20  ·  800  =  2000  .
z −20 20 10 1300 3000
Portanto, no mês de abril devem ser produzidas 1 T de ração A, 2 T de ração B e 3 T de ração C.
Analogamente, concluímos que em maio serão produzidas 2 T de ração A, 2 T de ração B e 5 T
de ração C e em junho serão produzidas 3 T de ração A, 4 T de ração B e 1 T de ração C.
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 73

5. Um biólogo colocou três espécies de bactéria (denotadas por I, II e III) em um tubo de ensaio,
onde elas serão alimentadas por três fontes diferentes de alimentos (A, B e C). A cada dia serão
colocadas no tubo de ensaio 2.300 unidades de A, 800 unidades de B e 1.500 unidades de C.
Cada bactéria consome um certo número de unidades de cada alimento por dia, como mostra a
tabela abaixo.

Alimento Bactéria I Bactéria II Bactéria III


A 2 2 4
B 1 2 0
C 1 3 1

Determine quantas bactérias de cada espécie podem coexistir no tubo de ensaio de modo a
consumir todo o alimento.
Solução:
Designando por:
• x - quantidade de bactérias I no tubo de ensaio;
• y - quantidade de bactérias II no tubo de ensaio;
• z - quantidade de bactérias III no tubo de ensaio,
temos o seguinte sistema linear:

 2x + 2y + 4z = 2300
S: x + 2y = 800 ,
x + 3y + z = 1500

com as quantidades em quilograma.


 
2 2 4 2 10 −8
1
Como 1 2 0 = 6 6= 0, existe A−1 e A−1 = ·  −1 −2

4  , podemos aplicar o
6
1 3 1 1 −4 2
método da matriz inversa:
       
x 2 10 −8 2300 100
 y  = 1 ·  −1 −2 4  ·  800  =  350  .
6
z 1 −4 2 1500 350
Portanto, podem coexistir no tubo de ensaio 100 bactérias I, 350 bactérias II e 350 bactéria III.

6. Num torneio de triatlon as competições: nado, corrida e ciclismo foram pontuadas com pesos x,
y e z, respectivamente. A tabela abaixo apresenta a pontuação dos quatro primeiros colocados
em cada categoria e sua respectiva classificação final.

Nado Corrida Ciclismo Classificação


Geral
Atleta 1 7,5 9 9 8,4
Atleta 2 8 7 9 8
Atleta 3 9 7,5 8,5 7,9
Atleta 4 7,5 8 8 7,8

O terceiro atleta alegou que se as classificações dos 1, 2 e 4 atletas estivessem corretas, então sua
classificação estaria incorreta. Sabendo que a classificação geral foi obtida pela média ponderada
74 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

da pontuação de cada uma das competições e supondo que alegação do terceiro atleta está correta
determine:
(a) o peso de cada competição;
(b) a classificação do terceiro atleta.
Solução:
(a) Pelos dados da tabela acima temos o seguinte sistema linear:

 7, 5x + 9y + 9z = 8, 4
S: 8x + 7y + 9z = 8 ,
7, 5x + 8y + 8z = 7, 8

com x, y e z pesos de nado, corrida e ciclismo, respectivamente.


 
7, 5 9 9 − 16/15 0 6/5

Como 8 7 9 = 15 6= 0, existe A−1 e A−1 = 



7/30 − 1/2 3/10  , podemos
7, 5 8 8 23/30 1/2 − 13/10
aplicar o método da matriz inversa:
       
x − 16/15 0 6/5 8, 4 2/5
 y = 7/30 − 1/2 3/10  ·  8  =  3/10  .

z 23/30 1/2 − 13/10 7, 8 3/10

Portanto, o peso de nado é 0, 4, corrida e ciclismo têm o mesmo peso 0, 3.


(b) A nota do 3º atleta é 9 × 0, 4 + 7, 5 × 0, 3 + 8, 5 × 0, 3 = 8, 4, portanto ele fica empatado
com o 1º atleta.

7. No meu bairro há três cadeias de supermercados: A, B e C. A tabela abaixo apresenta os preços


( em reais por quilo) do produto X, do produto Y e do produto Z, nessas cadeias.

Produto X Produto Y Produto Z


A 3 4 2
B 1 6 4
C 1 4 7

Comprando-se x quilos do produto X, y quilos do produto Y e z quilos do produto Z em qualquer


dos supermercados pagarei R$31, 00. Determine x, y e z.
Solução:
Pelos dados da tabela acima temos o seguinte sistema linear:

 3x + 4y + 2z = 31
S: x + 6y + 4z = 31 ,
x + 4y + 7z = 31

com x, y e z pesos de nado, corrida e ciclismo, respectivamente.


 
3 4 2 | 31
A matriz ampliada de S é M =  1 6 4 | 31  .
1 4 7 | 31
3 4 2 | 31 L1 ←→ L3 1 4 7 | 31
1 6 4 | 31 ∼ 1 6 4 | 31 L2 −→ L2 − L1
1 4 7 | 31 3 4 2 | 31 L3 −→ L3 − 3L1
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 75

1 4 7 | 31 1 4 7 | 31
∼ 0 2 −3 | 0 ∼ 0 2 −3 | 0 .
0 −8 −19 | −62 L3 −→ L3 + 4L2 0 0 −31 | −62
Da 3ª equação temos −31z = −62 ⇐⇒ z = 2, substituindo na 2ª equação 2y − 3z = 0 ⇐⇒ 2y =
3z = 6 =⇒ y = 3, finalmente na 1ª equação x + 4y + 7z = 31 obtemos x = −4y − 7z + 31 =
−12 − 14 + 31 = 5.
Portanto, x = 5, y = 3 e z = 2.

8. Uma firma fábrica dois produtos: A e B. Cada um deles passa por duas máquinas: I e II. Para se
fabricar uma unidade de A gasta-se 1h da máquina I e 1, 5h da máquina II. Cada unidade de B
gasta 3h de I e 2h de II. Quantas unidades de cada produto poderão ser fabricadas em um mês
se, por motivos técnicos, I só funciona 300 horas e II só 250 horas por mês?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Tempo Produto A Produto B


(em horas)
Máquina I 1 3
Máquina II 1,5 2

Indicando por x a quantidade de produto A e y a quantidade de produto B, produzidos por mês,


como, por mês, a máquina I funciona 300 horas e a máquina II funciona 250 horas temos o
seguinte sistema linear: 
x + 3y = 300
S: .
1, 5x + 2y = 250

= − 5 6= 0, podemos aplicar o método da matriz inversa:
1 3
Como 3

/2 2 2
       
x − 4/5 6/5 300 60
= 3/5 − 2/5
· = .
y 250 80
Portanto, por mês serão fabricados 60 unidades do produto A e 80 unidades do produto B.

9. Dois metais x e y são obtidos de dois tipos de minérios I e II. De 100 kg de I se obtém 3 gramas
de x e 5 gramas de y e de 100 kg de II obtém-se 4 gramas de x e 2, 5 gramas de y. Quantos
quilos de minério de cada tipo serão necessários para se obter 72 gramas de x e 95 gramas de y,
usando-se simultaneamente os dois minérios?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Quantidade 100 kg de minério I 100 kg de minério II


(em gramas)
Metal x 3 4
Metal y 5 2,5

Indicando por a a quantidade de minério I e b a quantidade de minério II para se obter 72 g de x


e 95 g de y, temos o seguinte sistema linear:

3a + 4b = 72
S: .
5a + 2, 5b = 95
76 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

= − 25 =
3 4
Como 5/2
6 0, podemos aplicar o método da matriz inversa:
5 2
       
a − 1/5 8/25 72 16
= 2/5 − 6/25
· = .
b 95 6
Portanto, são necessários 1600 kg de minério I e 600 kg de minério II para produzir 72 g do
metal x e 95 g do metal y.

10. Três pessoas jogam juntas. Na primeira rodada a primeira pessoa perde para as outras duas
pessoas a mesma quantia que cada uma delas tinha no início do jogo. Na 2ª rodada, a segunda
pessoa perde para cada uma das outras a mesma quantia que elas tinham no final da 1ª rodada.
Na terceira rodada, o 1º e o 2º jogadores ganham do 3º a mesma quantia que cada um tinha no
final da segunda rodada. Neste momento, os jogadores verificaram que cada um deles possui
R$24, 00. Quanto cada jogador tinha ao começar o jogo?
Solução:
Designando por:
• x - quantia que a 1ª pessoa tinha no inicio do jogo;
• y - quantia que a 2ª pessoa tinha no inicio do jogo;
• z - quantia que a 3ª pessoa tinha no inicio do jogo,
temos a seguinte tabela:

1ª Pessoa 2ª Pessoa 3ª Pessoa


Início x y z
Final da 1ª rodada x-y-z 2y 2z

Final da 2ª rodada 2x-2y-2z 2y-(x-y-z)-2z 4z


=-x+3y-z
Final da 3ª rodada 4x-4y-4z -2x+6y-2z 4z-(2x-2y-2z)-(-x+3y-z)
= -x-y+7y

Como ao final da 3ª rodada todas as pessoas ficam com R$24, 00 temos o seguinte sistema linear:

 −x − y + 7z = 24
S: −2x + 6y − 2z = 24 .
4x − 4y − 4z = 24

 
−1 −1 7 | 24
A matriz ampliada de S é M =  −2 6 −2 | 24  .
4 −4 −4 | 24
−1 −1 7 | 24
−2 6 −2 | 24 L2 −→ L2 − 2L1
4 −4 −4 | 24 L3 −→ L3 + 4L1
−1 −1 7 | 24 −1 −1 7 | 24
∼ 0 8 −16 | −24 ∼ 0 8 −16 | −24 .
0 −8 24 | 120 L3 −→ L3 + L2 0 0 8 | 96
Da 3ª equação temos
8z = 96 ⇐⇒ z = 12,
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 77

substituindo na 2ª equação
z=12
8y − 16z = −24 =⇒ 8y = −24 + 16z = 168 =⇒ y = 21,

finalmente na 1ª equação −x − y + 7z = 24 obtemos


y=21, z=12
x = −24 − y + 7z =⇒ x = −24 − 21 + 84 = 39.

Portanto, no início do jogo a 1ª pessoa tinha R$39, 00, a 2ª pessoa tinha R$21, 00 e 3ª pessoa
tinha R$12, 00.

11. Uma indústria produz três produtos, A, B e C, utilizando dois tipos de insumos, X e Y . Para
a manufatura de cada quilo de A são utilizados 1 grama do insumo X e 2 gramas do insumo
Y ; para cada quilo de B, 1 grama do insumo X e 1 grama do insumo Y e, para cada quilo de
C, 1 grama do insumo X e 4 gramas do insumo Y . O preço da venda do quilo de cada um dos
produtos A, B e C é de R$2, 00, R$3, 00 e R$5, 00, respectivamente. Com a venda de toda a
produção de A, B e C manufaturada com 1 quilo de X e 2 quilos de Y , essa indústria arrecadou
R$2500, 00. Determine quantos quilos de cada um dos produtos A, B e C foram vendidos.
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Produto A Produto B Produto C


Insumo X 1 1 1
Insumo X 2 1 4
Preços 2 3 5

Designando por:
• x - quantidade do produto A;
• y - quantidade do produto B;
• z - quantidade do produto C,
em quilograma, assim para 1 kg do insumo X, 2 kg do insumo Y e R$2500, 00 temos o seguinte
sistema linear:

 x + y + z = 1000
S: 2x + y + 4z = 2000 .
2x + 3y + 5z = 2500

 
1 1 1 | 1000
A matriz ampliada de S é M =  2 1 4 | 2000  .
2 3 5 | 2500
1 1 1 | 1000
2 1 4 | 2000 L2 −→ L2 − 2L1
2 3 5 | 2500 L3 −→ L3 − 2L1
1 1 1 | 1000 1 1 1 | 1000
∼ 0 −1 2 | 0 ∼ 0 −1 2 | 0 .
0 1 3 | 500 L3 −→ L3 + L2 0 0 5 | 500
Da 3ª equação temos
5z = 500 ⇐⇒ z = 100,
78 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

substituindo na 2ª equação
z=100
8 − y + 2z = 0 =⇒ 8y = 2z = 200,

substituindo esses valores na 1ª equação x + y + z = 1000 obtemos


y=200, z=100
x = 1000 − y − z =⇒ x = 700.

Portanto, foram vendidos 700 kg do produto A, 200 kg do produto B e 100 kg do produto C.

12. Uma cooperativa produz três tipos de ração, as quantidades de proteínas (P), carboidratos (C)
e gorduras (G) em cada 10 kg de cada ração estão indicadas na tabela abaixo à esquerda, e as
quantidades de proteínas (P), carboidratos (C) e gorduras (G), em toneladas, que a cooperativa
tem disponível, nos meses de dezembro e janeiro, são mostradas na tabela abaixo à direita

Quantidade P C G
(em quilograma) Quant./mês P C G
(em tonelada)
Ração 1 1 0 2
Dezembro 2019 15 10 14
Ração 2 3 1 4
Janeiro 2020 13 5 17
Ração 3 2 2 1

Nestas condições determine a quantidade de cada tipo de ração é produzido em cada mês.
Solução:
Designando por:
• x - quantidade da ração 1;
• y - quantidade da ração 2;
• z - quantidade da ração 3,
em 10 quilograma, assim pela tabela acima à direita, em dezembro, temos o seguinte sistema
linear:

 x + 3y + 2z = 15000
S: y + 2z = 10000 .
2x + 4y + z = 14000

 
1 3 2 | 15000
A matriz ampliada de S é M =  0 1 2 | 10000  .
2 4 1 | 14000
1 3 2 | 15000
0 1 2 | 10000
2 4 1 | 14000 L3 −→ L3 − 2L1
1 3 2 | 15000 1 3 2 | 15000
∼ 0 1 2 | 10000 ∼ 0 1 2 | 10000 .
0 −2 −3 | −16000 L3 −→ L3 + 2L2 0 0 1 | 4000
z=4000
Da 3ª equação temos z = 4000, substituindo na 2ª equação y + 2z = 10000 =⇒ 8y = 10000 −
2z = 2000, substituindo esses valores na 1ª equação x + 3y + 2z = 15000 obtemos
y=200, z=4000
x = 15000 − 3y − 2z =⇒ x = 4000.
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 79

Portanto, em dezembro foram produzidos 10 T da ração 1, 20 T da ração 2 e 40 T da ração 3.


Analogamente, concluímos que, em janeiro foram produzidos 20 T da ração 1, 30 T da ração 2
e 10 T da ração 3.

13. Necessita-se adubar um terreno acrescentando a cada 10 m2 140g de nitrato, 190g de fosfato e
205g de potássio. Dispõe-se de quatro qualidades de adubo com as seguintes características:
(i) Cada quilograma do adubo I custa R$5, 00 e contém 10g de nitrato, 10g de fosfato e 100g
de potássio.
(ii) Cada quilograma do adubo II custa R$15, 00 e contém 10g de nitrato, 100g de fosfato e
30g de potássio.
(iii) Cada quilograma do adubo III custa R$5, 00 e contém 50g de nitrato, 20g de fosfato e 20g
de potássio.
(iv) Cada quilograma do adubo IV custa R$10, 00 e contém 20g de nitrato, 40g de fosfato e
35g de potássio.
Quanto de cada adubo devemos misturar para conseguir o efeito desejado se estamos dispostos a
gastar R$40, 00 a cada 10 m2 com a adubação?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Adubo I Adubo II Adubo III Adubo IV


Preços 5 15 5 10
Nitrato 10 10 50 20
Fósforo 10 100 20 40
Potássio 100 30 20 35

Designando por:
• x - quantidade do adubo I;
• y - quantidade do adubo II;
• z - quantidade do adubo III;
• t - quantidade do adubo IV,
para 10 m2 , como para essa área se dispõe a gastar R$40, 00 e são necessárias 140g de nitrato,
190g de fosfato e 205g de potássio temos assim o seguinte sistema linear:


 5x + 15y + 5z + 10t = 40
10x + 10y + 50z + 20t = 140

S: .

 10x + 100y + 20z + 40t = 190
100x + 30y + 20z + 35t = 205

 
5 15 5 10 | 40
 10 10 50 20 | 140 
A matriz ampliada de S é M =  .
 10 100 20 40 | 190 
100 30 20 35 | 205
5 15 5 10 | 40
10 10 50 20 | 140 L2 −→ L2 − 2L1
10 100 20 40 | 190 L3 −→ L3 − 2L1
100 30 20 35 | 205 L4 −→ L4 − 20L1
80 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

5 15 5 10 | 40
0 −20 40 0 | 60

0 70 10 20 | 110 L3 −→ L3 + 7/2L1
0 −270 −80 −165 | −595 L4 −→ L4 − 27/2L2

5 15 5 10 | 40
0 −20 40 0 | 60

0 0 150 20 | 320
0 0 −620 −165 | −1405 L4 −→ L4 + 62/35L3

5 15 5 10 | 40
0 −20 40 0 | 60
∼ .
0 0 150 20 | 320
0 0 0 − 247/3 | − 247/3

Da 4ª equação temos t = 1, substituindo na 3ª equação 150z + 20t = 320 =⇒ z = 2 substituindo


t = 1 e z = 2 na 2ª equação −20y + 40z = 60 obtemos 20y = 20 =⇒ y = 1, substituindo esses
valores na 1ª equação obtemos:

y=1, z=2, t−1


5x + 15y + 5z + 10t = 40 ⇐⇒ x = 8 − 3y − z − 2t =⇒ x = 1.

Portanto, para fazer a mistura para 10 m2 devem ser utilizados 1 kg do adubo I, 1 kg do adubo II,
2 kg do adubo I, e 1 kg do adubo IV.

14. Uma florista oferece três tamanhos de arranjos de flores com rosas, margaridas e crisântemos.
(i) Cada arranjo pequeno contém uma rosa, três margaridas e três crisântemos.
(ii) Cada arranjo médio contém duas rosas, quatro margaridas e seis crisântemos.
(iii) Cada arranjo grande contém quatro rosas, oito margaridas e seis crisântemos.
Um dia a florista notou que havia usado um total de 24 rosas, 50 margaridas e 48 crisântemos ao
preparar as encomendas desses três tipos de arranjos. Quantos arranjos de cada tipo ela fez neste
dia?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Arranjo P Arranjo M Arranjo G


Rosa 1 2 4
Margarida 3 4 8
Crisântemo 3 6 6

Designando por:
• x - quantidade de arranjos P;
• y - quantidade de arranjos M;
• z - quantidade de arranjos G,
se neste dia a florista tinha 24 rosas, 50 margaridas e 48 crisântemos, então temos o seguinte
sistema linear:

 x + 2y + 4z = 24
S: 3x + 4y + 8z = 50 .
3x + 6y + 6z = 48

2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 81
 
1 2 4 | 24
A matriz ampliada de S é M =  3 4 8 | 50  .
3 6 6 | 48
1 2 4 | 24 1 2 4 | 24
3 4 8 | 50 L2 −→ L2 − 3L1 ∼ 0 −2 −4 | −22 .
3 6 6 | 48 L3 −→ L3 − 3L1 0 0 −6 | −24
z=4
Da 3ª equação temos −6z = −24 ⇐⇒ z = 4, substituindo na 2ª equação −2y − 4z = −22 =⇒
8y = 11 − 2z = 3, substituindo esses valores na 1ª equação x + 2y + 4z = 24 obtemos
y=3, z=4
x = 24 − 2y − 4z =⇒ x = 2.

Portanto, foram feitos 2 arranjos pequenos, 3 arranjos médios e 4 arranjos grandes.

15. Um comerciante vende três tipos distintos de caixas com chocolates. A caixa tipo-I contém 2
unidades do chocolate branco, 2 unidades do chocolate ao leite e 4 unidades do chocolate amargo.
A caixa tipo-II contém 1 unidade do chocolate branco, 2 unidades do chocolate ao leite e não
contém chocolate amargo. A caixa tipo-III contém 1 unidade do chocolate branco, 3 unidades
do chocolate ao leite e a unidade do chocolate amargo; a ∈ R. Sabe-se que o comerciante
dispõe de 50 unidades do chocolate branco, 100 unidades do chocolate ao leite e 60 unidades
do chocolate amargo. Quantas caixas de cada tipo o comerciante consegue preparar utilizando
todos os chocolates?
Verifique também se é possível, para quais valores de a ∈ R, que o sistema correspondente ao
problema do comerciante seja um sistema de Cramer.
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Caixa Tipo I Caixa Tipo II Caixa Tipo III


Chocolate branco 2 1 1
Chocolate ao leite 2 2 3
Chocolate amargo 4 0 a

Designando por:
• x - quantidade de caixas tipo I;
• y - quantidade de caixas tipo II;
• z - quantidade de caixas tipo III,
como o comerciante dispõe de 50 unidades do chocolate branco, 100 unidades do chocolate ao
leite e 60 unidades do chocolate amargo, temos o seguinte sistema linear:

 2x + y + z = 50
S: 2x + 2y + 3z = 100 .
4x + az = 60

 
2 1 1 | 50
A matriz ampliada de S é M =  2 2 3 | 100  .
4 0 a | 60
2 1 1 | 50 2 1 1 | 50
2 2 3 | 100 L2 −→ L2 − L1 ∼ 0 1 2 | 50
4 0 a | 60 L3 −→ L3 − 2L1 0 −2 a − 2 | −40 L3 −→ L3 + 2L2
82 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares

2 1 1 | 50
∼ 0 1 2 | 50
0 0 a + 2 | 60
Logo, temos as seguintes situações:
• Se a + 2 6= 0 ⇐⇒ a 6= −4, então p(A) = p(M) = 3 e o sistema linear S tem uma única
solução, e é um sistema de Cramer.
60
Neste caso, da 3ª equação temos (a + 2)z = 60 ⇐⇒ z = , substituindo na 2ª equação
a+2
120 50a − 20
y + 2z = 50 ⇐⇒ y = 50 − 2z = 50 − = ,
a+2 a+2
substituindo esses valores na 1ª equação 2x + y + z = 50 obtemos
50a − 20 60 60 30
2x = 50 − y − z = 50 − − = ⇐⇒ x = .
a+2 a+2 a+2 a+2
Observemos que x e y são quantidades não negativas, portanto 50a − 20 ≥ 0 ⇐⇒ a ≥ 2/5,
e como
30 50a − 20 60
x= , y= e z= são inteiros,
a+2 a+2 a+2
as possibilidades de quantidades de caixas são as seguintes:
f a = 1 =⇒ x = 10 y = 10 e z = 20;
f a = 4 =⇒ x = 5 y = 0 e z = 10;
f a = 13 =⇒ x = 2 y = 42 e z = 4;
f a = 28 =⇒ x = 1 y = 46 e z = 2,

• Se a + 2 = 0 ⇐⇒ a = −2, então p(A) = 2 6= p(M) = 3, portanto o sistema linear S não


tem solução.

16. Um comerciante de café vende três misturas de grãos.


(i) Um pacote com a mistura da casa contém 300g de café colombiano e 200g de café tostado
tipo francês.
(ii) Um pacote com a mistura especial contém 200g de café colombiano, 200g de café queniano
e 100g de café tostado tipo francês.
(iii) Um pacote com a mistura gourmet contém 100g de café colombiano, 200g de café queniano
e 200g de café tostado tipo francês.
O comerciante tem 30kg de café colombiano, 15kg de café queniano e 25kg de café tostado tipo
francês. Se ele deseja utilizar todos os grãos de café, quantos pacotes de cada mistura ele deve
preparar?
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Quantidade Mistura Mistura Mistura


(em gramas) da Casa Especial Gourmet
Café colombiano 300 200 100
Café francês 200 100 200
Café queniano 0 200 200
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 83

Designando por:
• x - quantidade de mistura da casa;
• y - quantidade de mistura especial;
• z - quantidade de mistura gourmet,
em pacotes, como o comerciante dispõe de 30kg de café colombiano, 15kg de café queniano e
25kg de café tipo francês, temos o seguinte sistema linear:

 300x + 200y + 100z = 30000
S: 200x + 100y + 200z = 15000 .
200y + 200z = 25000

 
300 200 100 | 30000
A matriz ampliada de S é M =  200 100 200 | 15000  .
0 200 200 | 25000
300 200 100 | 30000 L1 −→ 1/100L1
200 100 200 | 15000 L2 −→ L2 − 2/3L1
0 200 200 | 25000
3 2 1 | 300 3 2 1 | 300
∼ 0 − 100/3 | 5000 L2 −→ 3/100L2 ∼ 0 −1
400/3 4 | 150 .
0 200 200 | 25000 L3 −→ L3 + 6L3 0 0 1000 | 45000
Da 3ª equação temos 100z = 45000 ⇐⇒ z = 45, substituindo na 2ª equação
z=45
8 − y + 4z = 150 ⇐⇒ y = 4z − 150 =⇒ 8y = 180 − 150 = 30,

substituindo esses valores na 1ª equação 3x + 2y + z = 30 obtemos


y=30, z=45
3x = 300 − 2y − z =⇒ 3x = 195 ⇐⇒ x = 65.

Portanto, podem ser preparados 65 pacotes de mistura da casa, 30 pacotes de mistura especial e
45 pacotes de mistura gourmet.

17. Faça o balanceamento da equação química para a seguinte reação:

C4 H10 + O2 −→ CO2 + H2 O

“Queima do gás butano na presença de oxigênio para formar dióxido de carbono e água.”
Solução:
Devemos encontrar números x1 , x2 , x3 , x4 tais que a quantidade de átomos seja a mesma em
ambos os lados da equação:

x1C4 H10 + x2 O2 = x3CO2 + x4 H2 O,

ou seja,
4x1 = x3 equação do carbono
10x1 = 2x4 equação do hidrogêneo
2x2 = 2x3 + x4 equação do oxigênio,
assim temos o seguinte sistema linear:

 4x1 − x3 = 0
S: 10x1 − 2x4 = 0 .
2x2 − 2x3 − x4 = 0

84 Capítulo 2. Sistemas de Equações Lineares
 
4 0 −1 0 | 0
A matriz ampliada de S é M =  10 0 0 −2 | 0  .
0 2 −2 −1 | 0
4 0 −1 0 | 0
10 0 0 −2 | 0 L2 −→ L2 − 5/2L1
0 2 −2 −1 | 0

4 0 −1 0 | 0 4 0 −1 0 | 0
∼ 0 0 /2 −2 | 0 L2 ←→ L3 ∼ 0 2 −2 −1 | 0 .
5

0 2 −2 −1 | 0 0 0 5/2 −2 | 0
5 4
Da 3ª equação temos x3 − 2x4 = 0 ⇐⇒ x3 = x4 , na 2ª equação temos
2 5
4 13 13
2x2 − 2x3 − x4 = 0 ⇐⇒ 2x2 2 = 2x3 + x4 = 2 x4 + x4 = x3 ⇐⇒ x2 = x4 .
5 5 10
4 1
Na 1ª equação temos: 4x1 − x3 = 0 ⇐⇒ 4x1 = x3 = x4 =⇒ x1 = x4 .
5 5
1 13 4
Assim, como x − 1 = x4 , x2 = x4 , x3 = x4 , x4 são inteiros não negativos, não todos nulos,
5 10 5
devemos ter x4 múltiplo de 10, por exemplo para x4 = 10 obtemos x1 = 2, x2 = 13 e x3 = 8 e
temos a seguinte equação balanceada:

2C4 H10 + 13O2 −→ 8CO2 + 10H2 O.

18. Um aluno de Álgebra Linear A precisa distribuir o seu tempo no mês a fim de revisar os seguintes
assuntos: matrizes, sistemas de equações lineares e métodos de solução. Para revisar matrizes
ele necessita na semana de 1h na segunda-feira, 3h na quarta-feira e 3h na sexta-feira. Para
revisar sistemas de equações lineares ele necessita na semana de 2h na segunda-feira, 4h na
quarta-feira e 6h na sexta-feira; e, para revisar métodos de solução ele necessita na semana
de 4h na segunda-feira, 8h na quarta-feira e 6h na sexta-feira. Organizando o seu tempo de
estudo, ele constatou que tem disponível no mês: 24 horas/mês na segunda-feira, 50 horas/mês
na quarta-feira e 48 horas/mês na sexta-feira. Agora ele deseja saber quantas vezes no mês ele
conseguirá revisar cada assunto.
Solução:
Pelos dados do problema temos a seguinte tabela:

Quantidade Segunda-feira Quarta-feira Sexta-feira


(em horas)
Matrizes 1 3 3
Sistemas Lineares 2 4 6
Métodos de solução 4 8 6

Designando por:
• x - tempo dedicado ao estudo de matrizes;
• y - tempo dedicado ao estudo de sistemas lineares;
• z - tempo dedicado ao estudo de métodos de solução,
2.8 Aplicações de Sistemas Lineares 85

em horas, como o aluno dispõe de 24 horas/mês na segunda-feira, 50 horas/mês na quarta-feira


e 48 horas/mês na sexta-feira, temos o seguinte sistema linear:

 x + 2y + 4z = 24
S: 3x + 4y + 8z = 50 .
3x + 6y + 6z = 48

 
1 2 4 −2 1 0
Como 3 4 8 = 12 6= 0, existe A−1 e A−1 =  1/2 − 1/2

1/3  , podemos aplicar o
3 6 6 1/2 0 − 1/6
método da matriz inversa:
       
x −2 1 0 24 2
 y  =  1/2 − 1/2 1/3  ·  50  =  3  .

z 1/2 0 − 1/6 48 4
Portanto, por vez, o aluno deve dedicar 2 horas para revisar matrizes, 3 horas para revisar
sistemas lineares e 4 horas para revisar métodos de solução.
3. Espaços Vetoriais

3.1 Espaços Vetoriais


1. Considere em V = {(x, y) ∈ R2 ; x > 0} com as operações:
• Adição: (x1 , y1 ) ⊕ (x2 , y2 ) = (x1 · x2 , y1 + y2 ) para quaisquer (x1 , y1 ), (x2 , y2 ) ∈ R2 .
• Multiplicação por escalar: λ (x, y) = (xλ , λ · y) para todo (x, y) ∈ R2 e todo λ ∈ R.
(a) Exiba o elemento neutro da adição ⊕.
(b) Exiba o simétrico aditivo de (x, y).
(c) Exiba a unidade da operação .
(d) Mostre que V é um espaço vetorial real.
Solução:
(a) A adição está bem definida, pois dados (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) em V , então x1 > 0 e x2 > 0,
consequentemente

(x1 , y1 ) ⊕ (x2 , y2 ) = (x1 · x2 , y1 + y2 ) ∈ V, pois x1 · x2 > 0.


|{z} |{z}
>0 >0

Além disso, dados (x1 , y1 ), (x2 , y2 ) e (x3 , y3 ) em V temos:


• (x1 , y1 )⊕(x2 , y2 ) = (x1 ·x2 , y1 +y2 ) = (x2 ·x1 , y2 +y1 ) = (x2 , y2 )⊕(x1 , y1 ), portanto
⊕ é comutativa.

• (x1 , y1 ) ⊕ (x2 , y2 ) ⊕ (x3 , y3 ) = (x2 · x1 , y2 + y1 ) ⊕ (x3 , y3 ) = (x1 · x2 · x3 , y1 + y2 +
y3 ) = (x1 , y1 ) ⊕ (x2 · x3 , y2 + y3 ) = (x1 , y1 ) ⊕ (x2 , y2 ) ⊕ (x3 , y3 ) , portanto ⊕ é
associativa.
Agora vejamos se existe 0V = (a, b) ∈ V tal que

(x, y) ⊕ (a, b) = (x, y) para todo (x, y) ∈ V.

(x, y) ⊕ (a, b) = (x, y), ∀ (x, y) ∈ V ⇐⇒ (x · a, y + b) = (x, y), ∀ (x, y) ∈ V


 
x·a = x a=1
⇐⇒ , ∀ ∈ V ⇐⇒
y+b = y b=0
88 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Portanto, o elemento neutro da operação ⊕ é 0V = (1, 0).


(b) Dado um elemento arbitrário (x, y) ∈ V , vejamos agora se existe (a, b) ∈ V tal que

(x, y) ⊕ (a, b) = 0V = (1, 0).


1
(
x>0
a = x−1 =

x·a = 1
(x, y) ⊕ (a, b) = (1, 0) ⇐⇒ (x · a, y + b) = (1, 0) ⇐⇒ ⇐⇒ x
y+b = 0 b = −y
 
1
Logo, o elemento simétrico de (x, y), com x > 0, em relação à ⊕ é , −y .
x
Consequentemente, as propriedades A1 , A2 , A3 e A4 se verificam para ⊕ em V
A multiplicação por escalar está bem definida, pois dados (x, y) em V , então x > 0, logo
x>0
α (x, y) ⊕ (x2 , y2 ) = (xα , α · y) ∈ V, pois xα > 0.

Assim, dados α, β ∈ R e (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) em V temos: 


• α (x1 , y1 ) ⊕ (x2 , y2 ) = α (x1 · x2 , y1 + y2 ) = (x1 · x2 )α , α · (y1 + y2 )
= (x1α · x2α , α · y1 + α · y2 ) = (x1α , α · y1 ) ⊕ (x2α , α · y2 ).
Vale a condição M1 .
(α+β )  β
• (α + β ) (x1 , y1 ) = x1 , (α + β ) · y1 = (x1α · x1 , α · y1 + β · y1 ) = (x1α , α · y1 ) ⊕
β  
(x1 , α β · y1 ) = α (x1 , y1 ) ⊕ β (x1 , y1 ) .
Vale a condição M2 .
α·β β  β
• (α · β ) (x1 , y1 )= (x1 , (α · β ) · y1 ) = (x1 )α , α · (β · y1 ) = α (x1 , β y1 ) =
α β (x1 , y1 ) .
Vale a condição M3 .
• A unidade de , se existir, é um número α ∈ R tal que

α (x, y) = (x, y), ∀(x, y) ∈ V.

α (x, y) = (x, y), ∀(x, y) ∈ V ⇐⇒ (xα , α · y) = (x, y), ∀(x, y) ∈ V


 α
x =x
⇐⇒ , ∀(x, y) ∈ V ⇐⇒ α = 1.
α ·y = y

(c) Portanto, a unidade da operação é o número 1 e a condição M4 se verifica.


(d) Assim, deste desenvolvimento concluímos que V com a adição ⊕ e a multiplicação por
escalar é um espaço vetorial sobre R.

2. Verifique se M2 (R), com as operações: soma usual e a multiplicação por escalar dada por
   
a11 a12 λ · a11 a12
λ = ,
a21 a22 a21 λ · a22

é um espaço vetorial sobre R.


Solução:
Já sabemos M2 (R) com a soma usual verifica as propriedades A1 , A2 , A3 e A4 da definição de
espaços vetoriais.
3.1 Espaços Vetoriais 89

Porém, a propriedade
 M2 da multiplicação por escalar não se verifica, de fato, tomando α = 1 e
1 3
β =3eA= , então
2 4
     
1 3 1 3 4 3
(α + β ) A = (1 + 3) = 4 =
2 4 2 4 2 16
         
1 3 1 3 1 3 3 3 4 6
6= 1 +3 = + = .
2 4 2 4 2 4 2 12 4 16
Portanto, M2 (R) com a soma usual e a multiplicação por escalar não é um espaço vetorial
sobre R.

3. Verifique se C2 com a multiplicação por escalar usual e a adição dada por:



(a1 + b1 i, c1 + d1 i) ⊕ (a2 + b2 i, c2 + d2 i) = a1 + a2 + (b1 + 2b2 )i, (c1 − c2 ) + (d1 + d2 )i

para quaisquer (a1 + b1 i, c1 + d1 i), (a2 + b2 i, c2 + d2 i) em C2 é:


(a) Sobre R.
(b) Sobre C.
Solução:
A soma ⊕ não é comutativa em C2 , de fato, tomando u = (1 + i, 2 − 3i) e v = (5 + 4i, −3 + i)
temos:
u ⊕ v = (1 + i, 2 − 3i) ⊕ (5 + 4i, −3 + i) 
= 1 + 5 + (1 + 2 × 4)i, (2 − (−3)) + (−3 + 1) = (6 + 9i, 5 − 2i)
e
v ⊕ u = (5 + 4i, −3 + i) ⊕ (1 + i, 2 − 3i) 
= 5 + 1 + (4 + 2 × 1)i, (−3 − 2) + (1 + (−3))i = (6 + 6i, −5 − 2i).
Claramente, u ⊕ v 6= v ⊕ u.
Portanto, C2 com a multiplicação por escalar usual e a adição ⊕ não é espaço vetorial sobre R,
nem sobre C.

4. Considere a e b números reais com a < b, o conjunto das funções reais contínuas com domínio
[a, b] é indicado por:
C ([a, b]) = { f : [a, b] −→ R; f é uma função contínua}.
Mostre que com C ([a, b]), com as operações

adição ( f + g)(x) = f (x) = g(x) e multiplicação
por um escalar (α · f )(x) = α · f (x) definidas em F (R), é um espaço vetorial sobre R.


Solução:
Primeiro observemos que:
• Da definição de soma de funções e multiplicação por escalar, segue que se f , g ∈ C ([a, b])
e α ∈ R, então f + g ∈ C ([a, b]) e α · f ∈ C ([a, b]).
• C ([a, b]) é um subconjunto de F (R), o conjunto de todas funções de R em R.
Como as propriedades A1 , A2 , A3 e A4 , M1 , M2 , M3 e M4 valem em F (R), a função nula definida
em [a, b] está em C ([a, b]) e se f ∈ C ([a, b]), então − f ∈ C ([a, b]), segue que estas propriedades
valem em C ([a, b]).
Portanto, C ([a, b]) com a soma e a multiplicação por escalar usuais é um espaço vetorial sobre
R.
90 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

3.2 Subespaços Vetoriais


1. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de R3 espaço vetorial sobre R.
(a) W = (x, y, z) ∈ R3 ; y ≤ 0 ; (b) W = (x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 + z2 ≤ 1 ;
 

(c) W = (x, y, z) ∈ R3 ; z = 0 ; (d) W = Q3 ; com Q conjunto dos números racionais;




(e) W = (x, y, z) ∈ R3 ; x · y = 1 ; (f) W = (x, y, z) ∈ R3 ; y = x2 .


 

Solução:
(a) (1, −1, 3) ∈ W , pois −1 < 0, porém (−1) · (1, −1, 3) = (−1, 1, −3) ∈
/ W , já que 1 > 0.
Logo, W não é subespaço de R3 .

(b) (1, 0, 0) ∈ W , pois 12 + 02 + 02 = 1 ≤ 1, porém 2 · (1, 0, 0) = (2, 0, 0) ∈


/ W , já que
2 2 2
2 + 0 + 0 = 4 > 1.
Logo, W não é subespaço de R3 .

(c) (0, 0, 0) ∈ W , logo W 6= 0.


/
(i) Dados u = (x1 , y1 , z1 ) e v = (x2 , y2 , z2 ) em W , então u = (x1 , y1 , 0) e v = (x2 , y2 , 0)
Logo, u + v = (x1 , y1 , 0) + (x2 , y2 , 0) = (x1 + x2 , y1 + y2 , 0) ∈ W.
(ii) Além disso, dado α ∈ R, então

α · (x1 , y1 , 0) = (α · x1 , α · y1 , α · 0) = (α · x1 , α · y1 , 0) ∈ W.

Portanto, de (i) e (ii) concluímos que U é subespaço vetorial de R3 .


√ √ √ √ √
(d) (1, 1, 1) ∈ W , porém 2 · (1, 1, 1) = ( 2, 2, 2) ∈ / W , pois 2 ∈ / Q.
Logo, W não é subespaço de R3 .

(e) (0, 0, 0) ∈
/ W , pois 0 · 0 = 0 6= 1.
Logo, W não é subespaço de R3 .

(f) (1, 1, 0), (−2, 4, 0) ∈ W , pois 12 = 1 e (−2)2 = 4, mas


(1, 1, 0) + (−2, 4, 0) = (−1, 5, 0) ∈/ W , pois (−1)2 = 1 6= 5.
Portanto, W não é subespaço de R3 .

2. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de Mn (R) espaço vetorial sobre R, com
n ≥ 2.
 
(a) W = A ∈ Mn (R); A é simétrica ; (b) W = A ∈ Mn (R); A é invertível ;
(d) W = A ∈ Mn (R); A2 = A ;
 
(c) W = A ∈ Mn (R); A não é invertível ;

(e) WB = A ∈ Mn (R); A · B = 0n×n , com B ∈ Mn (R) matriz não nula e fixa;
  
a11 a12
(f) W = ∈ M2 (R); a11 = a22 e a21 = −a12 .
a21 a22
Solução:
(a) Como 0Tn×n = 0n×n , então W 6= 0.
/
T
(i) Sejam A e B estão em W , então (A + B)T =2 AT + BT = A + B.
Portanto, A + B ∈ W .
3.2 Subespaços Vetoriais 91
T
(ii) Sejam A em W e α ∈ R, então (α · A)T =3 α · AT = α · A.
Assim, α · A ∈ W .
De (i) e (ii) segue que W é um subespaço de Mn (R).

(b) 0n ∈
/ W , pois det)n = 0 e 0n não é invertível, consequentemente W não é subespaço de
Mn (R).
   
1 0 0 0
(c) A = e B= não são invertíveis, pois det A = det B = 0, porém
0 0 1 0
A + B = I2 ∈
/ M2 (R), pois I2 é invertível.
Portanto, W não é subespaço de Mn (R).

/ W , pois (2 · In )2 = 4 · In 6= 2 · In .
(d) In ∈ W , porém 2 · In ∈
Portanto, W não é subespaço de Mn (R).

(e) Como 0n×n · B = 0n×n , então W 6= 0.


/
(i) Sejam A e C em W , então A · B = 0n×n e C · B = 0n×n , logo

(A +C) · B = A · B +C · B = 0n×n + 0n×n = 0n×n .

Portanto, A +C ∈ W .
(ii) Sejam A em W e α ∈ R, então (α · A) · B = α · (A · B) = α · 0n×n = 0n×n .
Assim, α · A ∈ W .
De (i) e (ii) segue que W é um subespaço de Mn (R).
 
0 0
(f) 02×2 = ∈ W , pois 0 = 0 e 0 = −0, portanto W 6= 0.
/
0 0
   
a11 a12 b11 b12
(i) Sejam A = eB= em W , então a11 = a22 e a21 = −a12 e
a21 a22 b21 b22  
a11 + b11 a12 + b12
b11 = b22 e b21 = −b12 , logo A + B = , com
a21 + b21 a22 + b22
a11 + b11 = a22 + b22 e a21 + b21 = (−a12 ) + (−b12 ) = −(a12 + b12 ).
Portanto, A +C ∈ W .
 
a11 a12
(ii) Sejam A = em W e α ∈ R, então a11 = a22 e a21 = −a12 .
a21 a22
 
α · a11 α · a12
Logo, α · A = com α · a11 = α · a22 e
α · a21 α · a22
α · a21 = α · (−a12 ) = −(α · a12 ).
Assim, α · A ∈ W .
De (i) e (ii) segue que W é um subespaço de Mn (R).

3. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de R4 espaço vetorial sobre R.


(a) W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + t ≥ 0 ; (b) W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = z e t = 3z ;
 

(c) W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y − z + 2t = 0 ; (d) W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; t ∈


 
/Q .
92 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Solução:
(a) (−1, 2, −3, 5) ∈ W , pois −1 = 5 = 4 > 0, porém (−1)·(−1, 2, −3, 5) = (1, −2, 3, −5) ∈
/ W,
já que 1 + (−5) = −4 < 0.
Portanto, W não é subespaço de R4 .

(b) (0, 0, 0, 0) ∈ W , pois 0 = 0 e 3 × 0 = 0, logo W 6= 0.


/
(i) Dados u = (x1 , y1 , z1 , t1 ) e v = (x2 , y2 , z2 , t2 ) em W , então u = (z1 , y1 , z1 , 3z1 ) e
v = (z2 , y2 , z2 , 3z2 )
Logo,

u + v = (z1 , y1 , z1 , 3z1 ) + (z2 , y2 , z2 , 3z2 ) = (z1 + z2 , y1 + y2 , z1 + z2 , 3z1 + 3z2 )


= (z1 + z2 , y1 + y2 , z1 + z2 , 3(z1 + z2 )) ∈ W.

(ii) Além disso, dado α ∈ R, então



α · (z1 , y1 , z1 , 3z1 ) = α · z1 , α · y1 , α · z1 , α · (3z1 )
= α · z1 , α · y1 , α · z1 , 3(α · z1 ) ∈ W.

Portanto, de (i) e (ii) concluímos que W é subespaço vetorial de R4 .

(c) (0, 0, 0, 0) ∈ W , pois 0 + 0 − 0 + 2 × 0 = 0, logo W 6= 0.


/
(i) Dados u = (x1 , y1 , z1 , t1 ) e v = (x2 , y2 , z2 , t2 ) em W , então
u = (x1 , y1 , x1 + y1 + 2t1 , t1 ) e v = (x2 , y2 , x2 + y2 + 2t2 , t2 )
Logo,

u + v = (x1 , y1 , x1 + y1 + 2t1 , t1 ) + (x2 , y2 , x2 + y2 + 2t2 , t2 )


= (x1 + x2 , y1 + y2 , (x1 + y1 + 2t1 ) + (x2 + y2 + 2t2 ), t1 + t2 )
= (x1 + x2 , y1 + y2 , (x1 + x2 ) + (y1 + y2 ) + 2(t1 + t2 ), t1 + t2 ) ∈ W.

(ii) Além disso, dado α ∈ R, então

α · (x1 , y1 , x1 + y1 + 2t1 , t1 ) = (α · x1 , α · y1 , α · (x1 + y1 + 2t1 ), α · t1 )


= (α · x1 , α · y1 , α · x1 + α · y1 + 2(α · t1 ), α · t1 ) ∈ W.

Portanto, de (i) e (ii) concluímos que W é subespaço vetorial de R4 .

(d) (0, 0, 0, 0) ∈
/ W , pois 0 ∈ Q.
Portanto, W não é subespaço de R4 .

4. Considere Pn (R), com n ≥ 2, conjunto dos polinômios de grau ≤ n reunido com o polinômio
nulo. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de Pn (R), +, · é espaço vetorial
sobre R.
(a) W = p(t) ∈ Pn (R); 0 é raíz de p(t) ;


(b) W = p(t) ∈ Pn (R); p(t) é o polinômio nulo ou p(t) tem grau ímpar ;


(c) W = p(t) ∈ Pn (R); p(t) é divisível por 1−t ; (d) W = p(t) ∈ Pn (R); p(0) = p(1) ;
 

(e) W = p(t) ∈ Pn (R); p(t) tem todos os coeficientes iguais ;




(f) W = p(t) ∈ Pn (R); a soma dos coeficientes de p(t) é igual a zero .



3.2 Subespaços Vetoriais 93

Solução:
(a) W = p(t) ∈ Pn (R); p(0) = 0 , W 6= 0,

/ pois o polinômio nulo p0 está em W , já que
p0 (0) = 0.
Dados p e q em W e α ∈ R, então p(0) = 0 e q(0) = 0, logo:
(i) (p + q)(0) = p(0) + q(0) = 0 + 0 = 0, portanto p + q ∈ W .
(ii) (α · p)(0) = α · p(0) = α · 0 = 0, portanto α · p ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Pn (R).

(b) Sejam p(t) = 2 + t e q(t) = 5 − t estão em W , pois ambos são polinômios reais de grau
1, porém p + q ∈/ W , já que (p + q)(t) = p(t) + q(t) = (2 + t) + (5 − t) = 7, polinômio
constante de grau 0.
Portanto, W não é subespaço de Pn (R).

(c) Observemos que W = p(t) ∈ Pn (R); p(t) = (1 − t) · q(t) com q(t) ∈ Pn (R) , conse-


quentemente W 6= 0,
/ pois o polinômio nulo p0 (t) = (1 − t) · p0 (t), e portanto p0 ∈ W .
Dados p1 e p2 em W , então p1 (t) = (1 − t) · q1 (t) e p2 (t) = (1 − t) · q2 (t), com
q1 (t), q2 (t) ∈ Pn (R), logo dado α ∈ R temos:
  
(i) (p + q)(t) = p(t) + q(t) = (1 −t) · q1 (t) + (1 −t) · q2 (t) = (1 −t) · q1 (t) + q2 (t) ,
| {z }
∈Pn (R)
portanto p1 + p2 ∈ W .
 
(ii) (α · p1 )(t) = α · (1 − t) · q1 (t) = (1 − t) · α · q1 (t) , portanto α · p1 ∈ W .
| {z }
∈Pn (R)

De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Pn (R).

(d) W 6= 0,
/ pois o polinômio nulo p0 está em W , já que p0 (0) = 0 = p0 (1).
Dados p e q em W e α ∈ R, então p(0) = p(1) e q(0) = q(1), logo:
(i) (p + q)(0) = p(0) + q(0) = p(1) + q(1) = (p + q)(1), portanto p + q ∈ W .
(ii) (α · p)(0) = α · p(0) = α · p(1) = (α · p)(1), portanto α · p ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Pn (R).
(e) Observemos que W = p(t) = a0 + a1t + · · · + ant n ∈ Pn (R); a0 = a1 = · · · = an ,

consequentemente W 6= 0, / pois o polinômio nulo p0 (t) = a0 + a1t + · · · + ant n , com


a0 = a1 + · · · = an = 0 e portanto p0 ∈ W .
Dados p e q em W , então p(t) = a0 + a1t + · · · + ant n e q(t) = b0 + b1t + · · · + bnt n , com
a0 = a1 = · · · = an e b0 = b1 = · · · = bn , logo dado α ∈ R temos:
(i) (p + q)(t) = p(t) + q(t) = a0 + a1t + · · · + ant n + b0 + b1t + · · · + bnt n
 

= (a0 + b0 ) + (a1 + b1 )t + · · · + (an + bn )t n , com a0 + b0 = a1 + b1 = · · · = an + bn ,


portanto p + q ∈ W .
(ii) (α · p)(t) = α · a0 + a1t + · · · + ant n = (α · a0 ) + (α · a1 )t + · · · + (α · an )t n , com
 

α · a0 = α · a1 = · · · = α · an , portanto α · p ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Pn (R).
94 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(f) W = p(t) = a0 + a1t + · · · + ant n ∈ Pn (R); a0 + a1 + · · · + an = 0 , consequentemente




/ pois o polinômio nulo p0 (t) = a0 + a1t + · · · + ant n , com a0 = a1 + · · · = an = 0 e


W 6= 0,
portanto p0 ∈ W .
Dados p e q em W , então p(t) = a0 + a1t + · · · + ant n e q(t) = b0 + b1t + · · · + bnt n , com
a0 + a1 + · · · + an = 0 e b0 + b1 + · · · + bn = 0, logo dado α ∈ R temos:
(i) (p + q)(t) = p(t) + q(t) = a0 + a1t + · · · + ant n + b0 + b1t + · · · + bnt n =
 

(a0 + b0 ) + (a1 + b1 )t + · · · + (an + bn )t n , com (a0 + b0 ) + (a1 + b1 ) + · · · + (an + bn ) =


(a0 + a1 + · · · + an ) + (b0 + b1 + · · · + bn ) = 0 + 0 = 0, portanto p + q ∈ W .
(ii) (α · p)(t) = α · a0 + a1t + · · · + ant n = (α · a0 ) + (α · a1 )t + · · · + (α · an )t n , com


(α · a0 ) + (α · a1 ) + · · · + (α · an ) = α · (a0 + a1 + · · · + an ) = α · 0 = 0, portanto
α · p ∈ W.
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Pn (R).

5. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de F (R) espaço vetorial sobre R.


(a) W = f ∈ F (R); f é função ímpar ; (b) W = f ∈ F (R); f (0) = 1 ;
 

(c) W = f ∈ F (R); f (0) = f (1) ; (d) W = f ∈ F (R); f (x) > 0 para todo x ∈ R ;
 

(e) Wa,b = f ∈ F (R); f (x) = aex + be−x , com a, b ∈ R .




Solução:
(a) Observemos que W = f ∈ F (R); f (−x) = − f (x) para todo x ∈ R , logo W 6= 0,

/ pois
a função nula f0 está em W , já que: f0 (x) = 0 = − f0 (−x) para todo x ∈ R.
Dados f e g em W , então f (−x) = − f (x) e g(−x) = −g(x) para todo x ∈ R, logo dado
α ∈ R, temos:
f , g∈F (R)   
(i) ( f + g)(−x) = f (−x) + g(−x) = − f (x) + − g(x) = − f (x) + g(x) =
−( f + g)(x), portanto f + g ∈ W .
f ∈F (R)  
(ii) (α · f )(−x) = α · f (−x) = α · − f (x) = − α · f (x) = (−α · f )(x), portanto
α · f ∈ W.
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de F (R).

(b) A função nula f0 ∈ F (R) não está em W , pois f0 (0) = 0 6= 1.


Portanto, W não é subespaço de F (R).

(c) Idem ao exercício 4(d) desta seção 3.2.

(d) A função f (x) = ex está em W , pois f (x) = ex > 0 para todo x ∈ R, no entanto
(−1) · f (x) = − ex = −ex < 0 para todo x ∈ R, e portanto (−1) · f ∈
/ W.
Logo, W não é subespaço de F (R).

(e) A função nula f0 está em W , pois f0 (x) = 0 = 0 · ex + 0 · e−x , para todo x ∈ R.


Se f e g estão em W , então f (x) = a · ex + b · e−x e g(x) = c · ex + d · e−x , com a, b, c, d ∈ R,
logo

( f + g)(x) = f (x) + g(x) = (a · ex + b · e−x ) + (c · ex + d · e−x ) = (a + c) · ex + (b + d) · e−x ,

portanto f + g ∈ W .
3.2 Subespaços Vetoriais 95

E, dado α ∈ R, então: α · f (x) = α · (a · ex + b · e−x ) = (α · a) ·ex + (α · b) ·e−x , portanto


| {z } | {z }
∈R ∈R
α · f ∈ W.
Logo, W é subespaço de F (R).

6. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço de C ([0, 1]) espaço vetorial sobre R, com
C ([0, 1]) = { f : [0, 1] −→ R; f é uma função contínua}.
(a) W = f ∈ C ([0, 1]); f é crescente ; (b) W = f ∈ C ([0, 1]); f 0 (0) = f 0 (1) = 0 .
 

Solução:
(a) A função f (x) = x + 1 para todo x ∈ [0, 1] está em C ([0,  1]) e é crescente, pois
f (x) = x + 1 > x para todo x ∈ [0, 1]. No entanto (−1) · f (x) = − f (x) = −(x + 1),
e por exemplo (−1) · f (2) = − f (2) = −(2 + 1) = −3 < 2 portanto (−1) · f não é função
crescente, consequentemente (−1) · f ∈ / W.
Logo, W não é subespaço de C ([0, 1]).

/ pois a função nula f0 está em W , já que f00 (0) = 0 = f00 (1).


(b) W 6= 0,
Dados f e g em W , então f 0 (0) = f 0 (1) e g0 (0) = g0 (1), logo dado α ∈ R, temos:
(i) ( f + g)0 (0) = f 0 (0) + g0 (0) = f 0 (1) + g0 (1) = ( f + g)0 (1), portanto f + g ∈ W .
(ii) (α · f )0 (0) = α · f 0 (0) = α · f 0 (1) = (α · f )0 (1), portanto α · f ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de C ([0, 1]).

7. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço do espaço vetorial Mn (C), com n ≥ 2.



(a) W = A ∈ Mn (C); A é hermitiana , sobre o corpo R.

(b) W = A ∈ Mn (C); A é hermitiana , sobre o corpo C.

(c) W = A ∈ Mn (C); A é anti-hermitiana , sobre o corpo R.

(d) W = A ∈ Mn (C); A é anti-hermitiana , sobre o corpo C.
Solução:
T T
(a) Observemos que W = A ∈ Mn (C); A∗ = A = A , portanto W 6= 0,
/ pois In∗ = In = In ,


consequentemente In ∈ W .
T T
Dados A e B em W , então A∗ = A = A e B∗ = B = B, logo dado α ∈ R, temos:
T T T
(i) A + B = A + B = (A + B)T = A + B , portanto A + B ∈ W .
∗ T T α∈R
(ii) α · A = α · A = ᾱ · A = α · A, portanto α · A ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Mn (C) sobre R.

(b) Vimos no item acima que In ∈ W , porém (1 + i) · In ∈ / W uma vez que


∗
(1 + i) · In = (1 + i) · In = 1 + i · In = (1 − i) · In 6= (1 + i) · In .

Logo, W não é subespaço de Mn (C) sobre C.


T T
/ pois 0∗n = 0n = 0n = −0n , conse-
(c) W = A ∈ Mn (C); A∗ = A = −A , portanto W 6= 0,


quentemente 0n ∈ W .
T T
Dados A e B em W , então A∗ = A = −A e B∗ = B = −B, logo dado α ∈ R, temos:
96 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
T T T
(i) −(A + B) = (−A) + (−B) = A + B = (A + B)T = A + B , portanto A + B ∈ W .
∗ T T α∈R 
(ii) α · A = α · A = ᾱ · A = = α · (−A) = − α · A , portanto α · A ∈ W .
De (i) e (ii) concluímos que W é subespaço de Mn (C) sobre R.
(d) Observemos que se A é matriz anti-hermitiana, então sua diagonal principal é com-
posta apenas de imaginários puros, logo se A é uma matriz anti-hermitiana com a j j = i,
para algum j, com 1 ≤ j ≤ n, então o elemento da posição j j da matriz (1 + i) · A é
(1 + i) × i = −1 + i que não é imaginário puro, portanto (1 + i) · A não é uma matriz
anti-hermitiana, consequentemente (1 + i) · A ∈
/ W.
Portanto, W não é subespaço de Mn (C) sobre C.
8. Verifique em cada um dos casos se W é um subespaço do espaço vetorial C2 .
(a) W = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) ∈ C2 ; a1 − a2 = 1 e b1 + b2 = 0 , sobre o corpo C.


(b) W = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) ∈ C2 ; a1 + b1 i = 3(a2 + b2 i) , sobre o corpo C.




(c) W = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) ∈ C2 ; a1 − 2a2 = 0 e b1 + b2 = 0 , sobre o corpo R.




(d) W = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) ∈ C2 ; a1 − 2a2 = 0 e b1 + b2 = 0 , sobre o corpo C.




Solução:
(a) 0C2 = (0, 0) ∈
/ W , pois 0 − 0 = 0 6= 1.
Portanto W não é subespaço de C2 sobre C, nem sobre R.
(b) (0, 0) ∈ W , pois 3 × (0 + 0i) = 0 + 0i, consequentemente W 6= 0.
/
(i) Dados u = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) e v = (c1 + id1 , c2 + id2 ) em W , então a1 + b1 i =
3(a2 + b2 i) = (3a2 ) + (3b2 )i e c1 + d1 i = 3(c2 + d2 i) = (c2 ) + (3d2 )i, logo u = (3a2 +
(3b2 )i, a2 + ib2 ) e v = (3c2 + (3d2 )i, c2 + id2 ), logo:
u + v = (3a2 + (3b2 )i, a2 + ib2 ) + (3c2 + (3d2 )i, c2 + id2 ) 
= (3a2 + (3b2 )i) + (3c2 − +(3d2 )i), (a2 + ib2 ) + (c2 + id2 )
= (3(a2 + c2 ) + 3(b2 + d2 )i, (a2 + c2 ) + i(b2 + d2 ) ∈ W.
(ii) Além disso, dado α ∈ K, então

α · u = α · (3a2 + (3b2 )i, a2 + ib2 ) = α · (3a2 + (3b  2 )i), α · (a 2 + ib2 )
= 3(α · a2 ) + 3(α · b2 )i, (α · a2 ) + i(α · b2 )) ∈ W.

Portanto, de (i) e (ii) concluímos que W é subespaço vetorial de C2 sobre R e sobre C.


(c) e (d) (0, 0) ∈ W , pois 0 = 0 + 0i e portanto 0 − 2 × 0 = 0 e 0 + 0 = 0, consequentemente W 6= 0.
/
(i) Dados u = (a1 + ib1 , a2 + ib2 ) e v = (c1 + id1 , c2 + id2 ) em W , então a1 − 2a2 = 0,
b1 + b2 = 0, c1 − 2c2 = 0 e d1 + d2 = 0, logo u = (2a2 − ib2 , a2 + ib2 ) e v = (2c2 −
id2 , c2 + id2 ), logo:
u + v = (2a2 − ib2 , a2 + ib2 ) + (2c2 − id2 , c2 + id2 ) 
= (2a2 − ib2 ) + (2c2 − id2 ), (a2 + ib2 ) + (c2 + id2 )
= 2(a2 + c2 ) − i(b2 + d2 ), (a2 + c2 ) + i(b2 + d2 ) ∈ W.
(ii) Além disso, dado α ∈ K, então

α · u = α · (2a2 − ib2 , a2 + ib2 ) = α · (2a2 − ib2), α · (a2 + ib2 )
= 2(α · a2 ) − i(α · b2 ), (α · a2 ) + i(α · b2 )) ∈ W.

Portanto, de (i) e (ii) concluímos que W é subespaço vetorial de C2 sobre R e sobre C.


3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais 97

3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais


1. Determine, em cada um dos casos, os subespaços U + W e U ∩ W de R3 e verifique se o
subespaço U +W é uma soma direta.
(a) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x − 2y + 3z = 0 e W = (x, y, z) ∈ R3 ; x + y + z = 0 .
 

(b) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x = y = z e W = (x, y, z) ∈ R3 ; x = y − z .


 

Solução:
(a) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x − 2y + 3z = 0 e W = (x, y, z) ∈ R3 ; x + y + z = 0 , logo:
 
 
x − 2y + 3z = 0 x = 2y − 3z
(i) (x, y, z) ∈ U ∩W ⇐⇒ ⇐⇒
x+y+z = 0 x = −y − z
=⇒ 2y − 3z = −y − z ⇐⇒ z = 3/2 y e x = 5/2 y.
Logo, U ∩W = (x, y, z) ∈ R3 ; x = 5/2 y e z = 3/2 y .


(ii) U +W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y, z) = (2a − 3b, a, b) + (c, −c − d, d) .



| {z } | {z }
∈U ∈W

 2a − 3b + c = x
Logo, (x, y, z) ∈ U + W ⇐⇒ a − c − d = y , cuja solução é:
b+d = z



 b = z−d
d ∈ R
 
b = z


 

 x + y + 3z 2d 

d = 0
a = − , logo tomando podemos escre-
 3 3  a = (x + y + 3z)/3
 
c = (x − 2y + 3z)/3
 



 x 2y + 3z 2d
 c =
 −
3 3
ver qualquer vetor (x, y, z) de R3 como soma de um vetor de U e um vetor de W .
Portanto, U +W = R3 , porém a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0R3 }.

(b) (x, y, z) ∈ U ⇐⇒ x = y = z e (x, y, z) ∈ W ⇐⇒ x = y − z, logo:



 x = y
(i) (x, y, z) ∈ U ∩W ⇐⇒ z = y ⇐⇒ x = y = z = 0.
x = −y − z


Logo, U ∩W = (0, 0, 0) .
(ii) U +W = (x, y, z) ∈ R3 ; (x, y, z) = (a, a, a) + (b − c, b, c) .

| {z } | {z }
∈U ∈W

 a+b−c = x
Logo, (x, y, z) ∈ U + W ⇐⇒ a + b = y , cuja solução é:
a+c = z


 a = x−y+z
b = −x + 2y − z , portanto podemos escrever qualquer vetor (x, y, z) de R3
c = −x + y

como soma de um vetor de U e um vetor de W .
Portanto, U ⊕W = R3 e a soma é direta, pois U ∩W = {0R3 }.

2. Determine, em cada um dos casos, os subespaços U + W e U ∩ W de R4 e verifique se o


subespaço U +W é uma soma direta.
98 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(a) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = t e y = 2z e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; y − z + t = 0 .


 

(b) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y + z − t = 0 e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x − y + z + t = 0 .


 

(c) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y = 0 W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; z + t = 0 .


 
e
Solução:
(a) (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ x = t e y = 2z e (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ y − z + t = 0, logo:
 
 x = t  x = t
(i) (x, y, z,t) ∈ U ∩W ⇐⇒ y = 2z ⇐⇒ y = −2t .
z = y+t z = −t
 

Logo, U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = t, y = −2t e z = −t .




(ii) U +W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; (x, y, z,t) = (a, 2b, b, a) + (c, d, d + e, e) .



| {z } | {z }
∈U ∈W


 a+c = x
2b + d = y

Logo, (x, y, z,t) ∈ U + W ⇐⇒ , cuja solução é:

 b+d +e = z
 a+e = t



 e ∈ R 
 e = 0
 a = t −e  a = t

 

b = y−z+e , portanto tomando b = y−z vemos que qualquer
c = x − t + e c = x − t

 


 

d = −y + 2z − 2e d = −y + 2z
 
4
vetor (x, y, z,t) de R pode ser escrito como soma de um vetor de U e um vetor de W .
Portanto, U +W = R4 e a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0R4 }.

(b) (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ x + y + z − t = 0 e (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ x − y + z + t = 0, logo:


  
x+y+z−t = 0 x+y+z−t = 0 y = t
(i) (x, y, z,t) ∈ U ∩W ⇔ ⇔ ⇒ .
x−y+z+t = 0 −2y + 2t = 0 z = −x
Logo, U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; y = t e z = −x .


(ii) U +W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; (x, y, z,t) = (a, b, c, a + b + c) + (d, d + e + f , e, f ) .



| {z } | {z }
∈U ∈W


 a+d = x
b+d +e+ f = y

Logo, (x, y, z,t) ∈ U + W ⇐⇒ , cuja solução é:

 c+e = z
a + b +
c+ f = t



 f ∈ R 
 f = 0
e ∈ e = 0
 


 R 



a = (x − y − z + t)/2 + e

a = (x − y − z + t)/2
, portanto tomando vemos que

 b = (−x + y − z + t)/2 − f  b = (−x + y − z + t)/2

c = z−e c = z

 


 

d = (x + y + z − t)/2 − e d = (x + y + z − t)/2
 
4
qualquer vetor (x, y, z,t) de R pode ser escrito como soma de um vetor de U e um
vetor de W .
Portanto, U +W = R4 e a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0R4 }.
3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais 99

(c) (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ y = −x e (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ t = −z, logo:


(i) (x, y, z,t) ∈ U ∩W ⇐⇒ (x, y, z,t) = (x, −x, z, −z).
Logo, U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; y = −x e t = −z .


(ii) U +W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; (x, y, z,t) = (a, −a, b, c) + (d, e, f , − f ) .



| {z } | {z }
∈U ∈W


 a+d = x
−a + e = y

Logo, (x, y, z,t) ∈ U + W ⇐⇒ , cuja solução é:

 b+ f = z
c− f = t

 

 f ∈ R 
 f = 0
e ∈ R e = 0

 


 

a = −y + e a = −y
 
, portanto tomando podemos escrever qualquer

 b = z− f 
 b = z
c = t+ f  c = t

 


 
d = x+y−e d = x+y
 
4
vetor (x, y, z,t) de R como soma de um vetor de U e um vetor de W .
Portanto, U +W = R4 e a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0R4 }.

3. Determine, em cada um dos casos, os subespaços U +W e U ∩W de P2 (R) e verifique se o


subespaço U +W é uma soma direta.
(a) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 − a2 = 0

e
W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = 0 .


(b) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = a1 = a2



e
W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 + a1 + a2 = 0 .


Solução:
(a) p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ⇐⇒ a0 = a2 e p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ W ⇐⇒ a0 = 0, logo:
(i) p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ∩W ⇔ a0 = a2 = 0.
Logo, U ∩W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = 0 e a2 = 0 .


a0 + a1t + a2t 2 P2 (R);



(ii) U + W = p(t) = ∈
2 2 2

p(t) = a0 + a1t + a2t = b0 + b1t + b0t + c1t + c2t .
| {z } | {z }
∈U ∈W

 b0 = a0
Logo, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U +W ⇐⇒ b1 + c1 = a1 , podemos tomar por
b0 + c2 = a2



 b0 = a0
b1 = a1

exemplo , consequentemente todo p(t) = a0 +a1t +a2t 2 ∈ P2 (R)

 c1 = 0
c2 = a2 − a0

pode ser escrito como soma de um elemento de U e um elemento de W .
Portanto, U ⊕W = P2 (R) e a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0P2 (R) }.
(b) p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ⇐⇒ a0 = a1 = a2 e p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ W
⇐⇒ a0 = −a1 − a2 , logo:
100 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(i) p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ∩W ⇐⇒ a0 = a1 = a2 = 0.



Logo, U ∩W = 0P2 (R) .

a0 + a1t + a2t 2 P2 (R);



(ii) U + W = p(t) = ∈
p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = b0 + b0t + b0t 2 + (−c1 − c2 ) + c1t + c2t 2 .

| {z } | {z }
∈U ∈W

 b0 − c1 − c2 = a0
2
Logo, p(t) = a0 + a1t + a2t ∈ U +W ⇐⇒ b0 + c1 = a1 , podemos tomar
b + c = a2

 0 2
 b0 = (a0 + a1 + a2 )/3
por exemplo c1 = (−a0 + 2a1 − a2 )/3 , consequentemente todo
c2 = (−a0 − a1 + 2a2 )/3

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R) pode ser escrito como soma de um elemento de
U e um elemento de W .
Portanto, U ⊕W = P2 (R) e a soma é direta, pois U ∩W = {0P2 (R) }.

4. Determine, em cada um dos casos, os subespaços U + W e U ∩ W de M2 (R) e verifique se o


subespaço U +W é uma soma direta.
  
a11 a12
(a) U = ∈ M2 (R); a11 = −a12 e a21 = a22 e
a21 a22
  
a11 a12
W= ∈ M2 (R); a11 − a12 − a21 + a22 = 0 .
a21 a22

(b) U = A ∈ M2 (R); A = λ · I2 , com λ ∈ R e
  
a11 a12
W= ∈ M2 (R); a11 + a12 + a22 = 0 .
a21 a22
Solução:
   
a11 a12 a11 a12
(a) A = ∈ U ⇐⇒ a11 = −a12 e a21 = a22 e A = ∈ W ⇐⇒
a21 a22 a21 a22
a11 = a12 + a21 − a22 . 
   a11 = −a12 
a11 a12 a11 = −a12 = 0
(i) A = ∈ U ∩W ⇔ a21 = a22 ⇔ .
a21 a22 a21 = a22
a11 = a12 + a21 − a22

  
a11 a12
Logo, U ∩W = ∈ M2 (R); a11 = −a12 = 0 e a21 = a22 .
a21 a22
 
a11 a12
(ii) U + W = ∈ M2 (R);
     a21 a22 
a11 a12 −b12 b12 c + c21 − c22 c12
= + 12
a21 a22 b21 b21 c21 c22
| {z } | {z }
∈U ∈W

  
 −b12 + c12 + c21 − c22 = a11
a11 a12 b12 + c12 = a12

Logo, ∈ U +W ⇐⇒ , cuja solução
a21 a22 b + c21 = a21
 21


b21 + c22 = a22
3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais 101
 

 c22 ∈ R 
 c22 = 0

b
 12
 = (−a 11 + a 12 + a 21 − a 22 )/2  12 =

 b (−a11 + a12 + a21 − a22 )/2

é: b21 = a22 − c22 , portanto tomando b21 = a22



c12 = (a11 + a12 − a 21 + a 22 )/2

c = (a11 + a12 − a21 + a22 )/2
 12

 

 
c21 = a21 − a22 + c22 c = a21 − a22

  21
a11 a12
podemos escrever qualquer matriz A = de M2 (R) como soma de um
a21 a22
vetor de U e um vetor de W .
Portanto, U +W = M2 (R), porém a soma não é direta, pois U ∩W 6= {0M2 (R) }.
   
a11 a12 a11 a12
(b) A = ∈ U ⇐⇒ a11 = a22 = λ e a12 = a21 = 0 e A = ∈ W ⇐⇒
a21 a22 a21 a22
a11 = −a12 − a22 . 
a11 a12
(i) A = ∈ U ∩W ⇔ a11 = a12 = a21 = a22 = 0.
a21 a22

Logo, U ∩W = 0M2 (R) .
 
a11 a12
(ii) U + W = ∈ M2 (R);
     a21 a22
a11 a12 b11 0 −c12 − c22 c12
= +
a21 a22 0 b11 c21 c22
| {z } | {z }
∈U ∈W

  
 b11 − c12 − c22 = a11
a11 a12 c12 = a12

Logo, ∈ U + W ⇐⇒ , cuja solução é:
a21 a22 c = a21
 21


 b11 + c22 = a22

 c12 = a12
c21 = a21

, portanto podemos escrever qualquer matriz
b = (a11 + a12 + a22 )/2
 11


c22
 = (−a11− a12 + a22 )/2
a11 a12
A= de M2 (R) como soma de um vetor de U e um vetor de W .
a21 a22
Portanto, U ⊕W = M2 (R) e a soma é direta, pois U ∩W = {0M2 (R) }.

5. Seja V um espaço vetorial sobre um corpo K, dados U e W subespaços próprios de V , ou seja,


U ( V e W V . Mostre que a reunião U ∪W é um subespaço de V se, e somente se, U ⊂ W ou
W ⊂ U.
Solução:
Suponhamos que U ∪W é um subespaço de V e que U não está contido em W .
Logo, existe u ∈ U tal que u ∈
/ W , U ∪ W é um subespaço então para todo w ∈ W , temos
vw = u + w ∈ U ∪W , mas vw = u + w ∈/ W , pois caso contrário teríamos u = vw + (−w) ∈ W .
Portanto, vw = u + w ∈ U, consequentemente w = vw + (−u) ∈ U para todo w ∈ W , logo W ⊂ U.
Analogamente se supomos que U ∪W é um subespaço de V e que W não está contido em U,
concluímos que U ∪W .
Reciprocamente, suponhamos que U ⊂ W , é claro que U ∪W 6= 0,
/ pois U 6= 0/ e W 6= 0.
/
Dados v1 , v2 ∈ U ∪W , se v1 , v2 ∈ U ou v1 , v2 ∈ W , como U e W são subespaços de V segue
que v1 + v2 ∈ U ou em v1 + v2 ∈ W , e portanto v1 + v2 ∈ U ∪W .
102 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

No caso em que v1 ∈ U e v2 ∈ W , como U ∪W então v1 ∈ W e, portanto v1 + v2 ∈ W , e portanto


v1 + v2 ∈ U ∪W .
Já a multiplicação por escalar é imediata, pois se α ∈ K e v ∈ U ∪W , então v ∈ U ou v ∈ W , e
portanto, α · v ∈ U ou α · v ∈ W , consequentemente α · v ∈ U ∪W .
Logo, U ∪W é um subespaço de V .
De maneira análoga mostramos que se W ⊂ U, então U ∪W é um subespaço de V .

6. Dê exemplos de subespaços próprios U e W em V tais que U +W = V e U ∩W 6= {0V }, nos


seguintes casos:
(a) V = R4 ; (b) V = M2 (R); (b) V = P3 (R).
Solução:
(a) Sejam U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = 0 e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; z = 0 subespaços de R4 .
 

Logo, U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = 0 e z = 0 6= 0R4 .


 

Por outro lado, para todo (x, y, z, t) ∈ R4 podemos escrever


(x, y, z, t) = (0, y, z, 0) + (x, 0, 0, t) .
| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U +W = R4
  
a11 a12
(b) Sejam U = ∈ M2 (R); a11 = a22 e
  a21 a22 
a11 a12
W= ∈ M2 (R); a12 = a21 .
a21 a22
  
a11 a12 
Logo, U ∩W = ∈ M2 (R); a11 = a22 e a12 = a21 6= 0M2 (R) .
a21 a22
 
a11 a12
Por outro lado, para todo A = ∈ M2 (R) podemos escrever
a21 a22
     
a11 a12 a11 0 0 a12
= + .
a21 a22 a21 − a12 a11 a12 a22 − a11
| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U +W = M2 (R)

(c) Sejam U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a0 = a1



e
W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a3 = 0 .
Logo, U ∩W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a0 = a1 e a3 = 0 6= 0P3 (R) .
 

Por outro lado, para todo p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R) podemos escrever

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 = (a0 + a0t + a3t 3 ) + ((a1 − a0 )t + a2t 2 ) .


| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U +W = P3 (R).
3.3 Soma e Intersecção de Subespaços Vetoriais 103
3 ; x = z ; U = (x, y, z) ∈ R3 ; x + y + z = 0
 
7. Dados os subespaços vetoriais U1 = (x, y, z) ∈ R 2
e U3 = (x, y, z) ∈ R3 ; x = y = 0 do espaço vetorial R3 .


(a) Verifique que U1 +U2 = R3 , U1 +U3 = R3 e U2 +U3 = R3 .


(b) Em algum dos casos a soma é direta? Quais?
Solução:
(a) Como (x, y, z) = (x, y, x) + (0, x + z, z − x), segue que U1 +U2 = R3 .
| {z } | {z }
∈ U1 ∈ U2

Já que (x, y, z) = (x, y, x) + (0, 0, z − x), então U1 +U3 = R3 .


| {z } | {z }
∈ U1 ∈ U3

Finalmente, (x, y, z) = (0, 0, z) + (x, y, −y − x), então U2 +U3 = R3 .


| {z } | {z }
∈ U3 ∈ U2

(b) Já que U1 ∩U2 = (x, y, z) ∈ R3 ; x = z e y = −2z 6= 0R3 , então U1 +U2 = R3 não é


 

soma direta.
Como U1 ∩U3 = 0R3 e U2 ∩U3 = 0R3 , segue que U1 ⊕U3 = R3 e U2 ⊕U3 = R3 .
 

8. Determine, em cada um dos casos, um subespaço W de V tal que V = U ⊕W .


(a) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y = 0 e z + t = 0 em V = R4 .


(b) U = A ∈ M2 (C); A é diagonal em V = M2 (C) como espaço vetorial complexo.
(c) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C); a1 + a2 = 0 em V = P2 (C) como espaço vetorial


complexo.
Solução:
(a) Tomando o subespaço W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = 0 e z = 0 de R4 temos:


(i) U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y = 0, z + t = 0, x = 0 e z = 0 = 0R4 .


 

(ii) Para todo (x, y, z, t) ∈ R4 podemos escrever

(x, y, z, t) = (x, −x, z, −z) + (0, y + x, 0, z + t) .


| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U ⊕W = R4
  
a11 a12
(b) Tomando o subespaço W = ∈ M2 (C); a11 = 0 de M2 (C), então:
a21 a22
  
a11 a12 
(i) U ∩W = ∈ M2 (C); a11 = a22 , a12 = a21 = 0 e a11 = 0 = 0M2 (C) .
a21 a22
 
a11 a12
(ii) Para todo A = ∈ M2 (C) podemos escrever
a21 a22
     
a11 a12 a11 0 0 a12
= + .
a21 a22 0 a11 a21 a22 − a11
| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U ⊕W = M2 (C)
104 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(c) Tomando o subespaço W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C); a0 = a1 = 0 de P2 (C)




temos:
(i) U ∩W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C); a0 = a1 = 0 e a1 + a2 = 0 = 0P2 (C) .
 

(ii) Para todo p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C) podemos escrever

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = (a0 + a1t + (−a1 )t 2 ) + (a2 + a1 )t 2 .


| {z } | {z }
∈U ∈W

Portanto, U ⊕W = P2 (C).

9. Verifique, em cada um dos casos, se a soma dos subespaços do espaço vetorial complexo é direta.
(a) Em C3 a soma U + W , com U = 3; z + z = 0

(z1 , z 2 , z3 ) ∈ C 1 3 e
3

W = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C ; z1 + z2 = 0 e z3 = 0 .

(b) Em M2 (C) as somas U1 +U 2 , U1 +U3 e U2 +U3 com U1 = A ∈ M2 (C); A é diagonal ,
U2 = A ∈ M2 (C); AT = A e U3 = A ∈ M2 (C); AT = −A .
(c) Em P 2 ∈ P (C); a = 0 e

2 (C) a soma U + W , com U = p(t) = a 0 + a 1 t + a 2 t 2 2
W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C); a0 = 0 e a1 + a2 = 0 .


Solução:

 z1 + z3 = 0
(a) Como (z1 , z2 , z3 ) ∈ U ∩W ⇐⇒ z1 + z2 = 0 =⇒ (z1 , z2 , z3 ) = (0, 0, 0) = 0C3 .
z3 = 0

Portanto, a soma U +W é direta.


Além disso, para todo (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 temos:

(z1 , z2 , z3 ) = (−z3 , z1 + z2 + z3 , z3 ) + (z1 + z3 , −(z1 + z3 ), 0) .


| {z } | {z }
∈U ∈W

Logo, U ⊕W = C3 .

(b) Observemos que U1 ⊂ U2 , pois toda matriz diagonal é simétrica, logo U1 +U2 = U2 e a
soma não é direta.

Por outro lado, U2 ∩U3 = 0n×n , pois a única matriz
 simétrica
e anti-simétrica é a matriz
nula, como U1 ⊂ U2 , segue ainda que U1 ∩U3 = 0n×n .
Portanto, as somas U2 +U3 e U2 +U3 são diretas.
A + AT A − AT
Além disso, vimos que se A ∈ M2 (C), então A = + .
2 } | {z
| {z 2 }
∈ U2 ∈ U3

Logo, U2 ⊕U3 = M2 (C).


  
a11 a12
Também podemos ver que U1 ⊕U3 = ∈ M2 (C); a11 = a22 e a21 = −a12 .
a21 a22

 a2 = 0
(c) Observemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ∩ W ⇐⇒ a0 = 0
a1 + a2 = 0

=⇒ p(t) = p0 = 0P2 (C) .
3.4 Combinação Linear 105

Portanto, a soma U +W é direta.


Além disso, para todo p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (C), temos:

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = (−a2t + a2t 2 ) + (a0 + (a1 + a2 )t) .


| {z } | {z }
∈U ∈W

Logo, U2 ⊕U3 = P2 (C).

10. Seja V um espaço vetorial qualquer sobre um corpo K e sejam U e W subespaços vetoriais de V .
Verifique se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas.
(a) ( ) U ∩W é subespaço vetorial de V se, e somente se, U ∩W = U ou U ∩W = W .
(b) ( ) U +W é subespaço vetorial de V se, e somente se, U ⊂ W ou W ⊂ U.
(c) ( ) V é um espaço vetorial, então está definida em V a soma e a multiplicação entre seus
vetores, satisfazendo as propriedades: comutatividade, associatividade, elemento neutro e
elemento simétrico.
(d) ( ) O próprio espaço vetorial V e o subespaço {0}
/ são os chamados subespaços vetoriais
triviais de V .
Solução:
(a) (F) Se U e W são subespaços vetoriais de V , então U ∩W é sempre um subespaço vetorial
de V .
(b) (F) Se U e W são subespaços vetoriais de V , então U +W é sempre um subespaço vetorial
de V .
(c) (F) V é um espaço vetorial, estão definidas em V a soma e a multiplicação por escalar,
porém não há multiplicação entre seus vetores definida.
(d) (F) Os subespaços vetoriais triviais de V são o próprio espaço vetorial V e o subespaço
nulo {0V }.

3.4 Combinação Linear


1. Determine, em cada um dos casos, números reais a e b ou a, b, e c tais que v se escreva como
combinação linear dos vetores de S, subconjunto do espaço vetorial V .
(a) V = R3 , S = (1, −3, 2), (2, −1, 1)

e v = (1, 2, −1).
(     )  
1 −1 0 1 1 0 3 4
(b) V = M2 (R) S = , , e v= .
0 2 −1 1 −1 3 −7 13

(c) V = P3 (R) S = 1 + t + t 3 , t 2 − 5t 3 , 2t + t 2 + t 3 e v = 5 + t − 2t 2 + 3t 3 .


Solução:
(a) a(1, −3, 2) + b(2, −1, 1) = (1, 2, −1) ⇐⇒ (a + 2b, −3a − b, 2a + b) = (1, 2, −1)
  
 a + 2b = 1  a + 2b = 1  a + 2b = 1
⇐⇒ −3a − b = 2 ∼ 5b = 5 ∼ 5b = 5 .
2a + b = −1 −3b = −3 0 = 0
  

Logo, b = 1 e a = −1.
106 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
       
1 −1 0 1 1 0 3 4
(b) a +b +c =
0 2 −1 1 −1 3 −7 13
   
a+c −a + b 3 4
⇐⇒ =
−b − c 2a + b + 3c −7 13
 
a+c = 3 a+c = 3 
 c ∈ R

 

−a + b = 4 b+c = 7
 
⇐⇒ ∼ =⇒ a = 3−c .
−b − c = −7 −b − c = −7
b = 7−c

 
 
2a + b + 3c = 13 b+c = 7
 

Logo, podemos tomar por exemplo c = 0, a = 3 e b = 7.

(c) a(1 + t + t 3 ) + b(t 2 − 5t 3 ) + c(2t + t 2 + t 3 ) = 5 + t − 2t 2 + 3t 3


⇐⇒ a + (a + 2c)t + (b + c)t 2 + (a − 5b + c)t 3 5 + t − 2t 2 + 3t 3

a = 5 
 a = 5


a + 2c = 1

⇐⇒ =⇒ c = −2 .
b + c = −2
b = 0

 
a − 5b + c = 3

Logo, a = 5, b = 0 e c = −2.

2. Seja S = (1, 2, 1, 0), (4, 1, −2, 3), (1, 2, 6, −5), (−2, 3, −1, 2) subconjunto de R4 , verifique


se v se escreve como combinação linear dos vetores de S nos seguintes casos:


(a) v = (3, 6, 3, 0); (b) v = (1, 0, −1, 0); (c) v = (3, 6, −2, 5).
Solução:
(a) Observemos que (3, 6, 3, 0) = 3(1, 2, 1, 0), portanto:
3(1, 2, 1, 0) + 0(4, 1, −2, 3) + 0(1, 2, 6, −5) + 0(−2, 3, −1, 2) = (3, 6, 3, 0).

(b) Devemos verificar se existem a, b, c e d números reais tais que:


a(1, 2, 1, 0) + b(4, 1, −2, 3) + c(1, 2, 6, −5) + d(−2, 3, −1, 2) = (1, 0, −1, 0)
⇐⇒ (a + 4b + c − 2d, 2a + b + 2c + 3d, a − 2b + 6c − d, 3b − 5c + 2d) = (1, 0, −1, 0)
 

 a + 4b + c − 2d = 1 
 a + 4b + c − 2d = 3
2a + b + 2c + 3d = 0 −7b + 7d = −2
 
⇐⇒ ∼ .

 a − 2b + 6c − d = −1 
 5c − 5d = − 2/7
3b − 5c + 2d = 0 0 = 8/7
 

Portanto, não é possível escrever v = (1, 0, −1, 0)como combinação linear dos vetores de S.

(c) Devemos verificar se existem a, b, c e d números reais tais que:


a(1, 2, 1, 0) + b(4, 1, −2, 3) + c(1, 2, 6, −5) + d(−2, 3, −1, 2) = (3, 6, −2, 5)
⇐⇒ (a + 4b + c − 2d, 2a + b + 2c + 3d, a − 2b + 6c − d, 3b − 5c + 2d) = (3, 6, −2, 5)
  

 a + 4b + c − 2d = 3 
 a + 4b + c − 2d = 3 
 d ∈ R
2a + b + 2c + 3d = 6 −7b + 7d = 0 c = −1 + d
  
⇐⇒ ∼ =⇒ .

 a − 2b + 6c − d = −2 
 5c − 5d = −5 
 b = d
3b − 5c + 2d = 5 0 = 0 a = 4 − 3d
  

Logo, podemos tomar por exemplo a = 4, b = 0, c = −1 e d = 0.


3.4 Combinação Linear 107

3. Sejam u1 = (1, 2, 1) e u2 = (0, 1, −1) vetores em R3 , determine:


(a) Uma combinação linear de u1 e u2 .
(b) O conjunto de todas as combinações lineares de u1 e u2 .
Solução:
(a) Tomemos por exemplo: v = 3u1 − u2 = 3(1, 2, 1) − (0, 1, −1) = (3, 5, 4).
(b) (x, y, z) ∈ R3 é combinação linear de u1 e  u2 se, e somente se, (x, y,
z) = a(1, 2, 1) +
 a = x  a = x
b(0, 1, −1) = (a, 2a + b, a − b) ⇐⇒ 2a + b = y =⇒ b = y − 2x
a−b = z b = x−z
 
=⇒ y − 2x = x − z ⇐⇒ 3x − y − z = 0.
Portanto, (x, y, z) ∈ R3 ; 3x − y − z = 0 é o conjunto de todas as combinações lineares de


u1 e u2 .

4. Sejam p1 (t) = t 2 − 1 e p2 (t) = 2t − t 2 vetores em P2 (R), determine:


(a) Uma combinação linear de p1 (t) e p2 (t).
(b) O conjunto de todas as combinações lineares de p1 (t) e p2 (t).
(c) Se v = t 2 + 2t − 2 é combinação linear de p1 (t) e p2 (t).
Solução:
(a) Tomemos por exemplo: p(t) = −2p1 (t) + 3p2 (t) = −2(t 2 − 1) + 3(2t −t 2 ) = 2 + 6t − 5t 2 .
(b) p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R) é combinação linear de p1 (t) e p2 (t) se, e somente se,
p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = a(t 2 − 1) + b(2t − t 2 ) = −a + (2b)t + (a − b)t 2 ⇐⇒
 
 −a = a0  a = a0
2b = a1 =⇒ b = a1/2 =⇒ −a0 − a1/2 = a2 ⇐⇒ 2a0 + a1 + 2a2 = 0.
a − b = a2 a − b = a2
 

Portanto, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); 2a0 + a1 + 2a2 = 0 é o conjunto de todas as




combinações lineares de p1 (t) e p2 (t).


(c) Se v = t 2 + 2t − 2, então 2 × (−2) + 2 + 2 × 1 = −4 + 2 + 2 = 0, portanto v é combinação
linear de p1 (t) e p2 (t).
   
1 −1 0 1
5. Sejam A1 = I2 , A2 = e A3 = vetores em M2 (R).
0 2 0 −1
 
3 7
(a) Verifique se A = se escreve como combinação linear de A1 , A2 e A3 , em caso
0 −4
afirmativo verifique se a combinação linear é única.
(b) Determine o conjunto de todas as combinações lineares de A1 , A2 e A3 .
 
3 0
(c) Escreva B = como combinação linear de A1 , A2 e A3 , se possível.
0 1
Solução:
 
3 7
(a) A = é combinação linear de A1 , A2 e A3 se, e somente se, existem a, b e c reais
0 −4
tais que
       
1 0 1 −1 0 1 3 7
a · A1 + b · A2 + c · A3 = A ⇐⇒ a +b +c =
0 1 0 2 0 −1 0 −4
108 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

    a+b = 3 
a+b −b + c 3 7 a = 3−b

⇔ = ⇔ −b + c = 7 ⇒
0 a + 2b − c 0 −4 c = 7 + cb
a + 2b − c = −4

Logo, para b = 0, a = 3 e c = 7 temos:


       
3 7 1 0 1 −1 0 1
= 3× +0× +7× .
0 −4 0 1 0 2 0 −1

 
a11 a12
(b) Uma matriz A = é combinação linear de A1 , A2 e A3 se, e somente se, existem
a21 a22
a, b e c reais tais que
       
1 0 1 −1 0 1 a11 a12
a · A1 + b · A2 + c · A3 = A ⇐⇒ a +b +c =
0 1 0 2 0 −1 a21 a22

    
 a+b = a11
a+b −b + c a11 a12 −b + c = a12

⇐⇒ = ⇐⇒
0 a + 2b − c a21 a22 
 0 = a21
a + 2b − c = a22



 a = a11 − b
c = a12 + b

=⇒ =⇒ a21 = 0 e a22 = a11 − a12 .

 0 = a21
a + 2b − c = a22

   
a11 a12
Portanto, A = ∈ M2 (R); a21 = 0 e a22 = a11 − a12 é o conjunto de todas
a21 a22
as combinações lineares de A1 , A2 e A3 .
 
3 0
(c) Como B = , então b21 = 0 e b11 − b12 3 − 0 = 3 6= 1 = b22 , portanto B não se
0 1
escreve como combinação linear de A1 , A2 e A3 .

3.5 Subespaço Gerado

1. Determine, em cada um dos casos, um sistema de geradores para o subespaço U de R3 :


(a) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x + z = 0 e x − 2y = 0 .


(b) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x + 2y − 3z = 0 .


Solução:
(a) Observemos que
  
x+z = 0 z = −x x = 2y
(x, y, z) ∈ U ⇐⇒ ⇐⇒ =⇒ .
x − 2y = 0 x = 2y z = −2y

Portanto, (x, y, z) ∈ U ⇐⇒ (x, y, z) = (2y, y, −2y) = y(2, 1, −2).


Logo, S = (2, 1, −2) é um sistema de geradores para o subespaço U de R3 .

3.5 Subespaço Gerado 109

(b) Observemos que (x, y, z) ∈ U ⇐⇒ x + 2y − 3z = 0 ⇐⇒ x = −2y + 3z.


Portanto, (x, y, z) ∈ U se, e somente se,

(x, y, z) = (−2y + 3z, y, z) = (−2y, y, 0) + (3z, 0, z) = y(−2, 1, 0) + z(3, 0, 1).

Logo, S = (−2, 1, 0), (3, 0, 1) é um sistema de geradores para o subespaço U de R3 .




2. Determine, em cada um dos casos, um sistema de geradores para o subespaço U de R4 :


(a) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + 3y − 2t = 0 e y − z = 0 .


(b) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x − t = 0, y + 5t = 0 e y + z − 2t = 0 .




Solução:
(a) Observemos que (x, y, z,t) ∈ U se, e somente se,
  
x + 3y − 2t = 0 x = −3y + 2t x = −3z + 2t
⇐⇒ =⇒ .
y−z = 0 y = z y = z

Portanto,

(x, y, z, t) ∈ U ⇐⇒ (x, y, z, t) = (−3z + 2t, z, z, t) = z(−3, 1, 1, 0) + t(2, 0, 0, 1).



Logo, S = (−3, 1, 1, 0), (2, 0, 0, 1) é um sistema de geradores para o subespaço U
de R4 .
 
 x−t = 0  x = t
(b) Observemos que (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ y + 5t = 0 ⇐⇒ y = −5t
y + z − 2t = 0 z = 7t
 
Portanto,

(x, y, z, t) ∈ U ⇐⇒ (x, y, z, t) = (t, −5t, 7t, t) = t(1, −5, 7, 1).

Logo, S = (1, −5, 7, 1) é um sistema de geradores para o subespaço U de R4 .




3. Determine, em cada um dos casos, um sistema de geradores para o subespaço U de M3×2 (R):
   
 a11 a12 
(a) U =  a21 a22  ; a11 = a21 + a31 e a22 = 0 .
a31 a32
 
   
 a11 a12 
(b) U =  a21 a22 ; a11 + 2a22 = 0, a12 − a21 + 3a31 + 4a22 = 0 .

a31 a32
 

Solução:
 
a11 a12 
a11 = a21 + a31
(a) Observemos que  a21 a22  ∈ U ⇐⇒ ⇐⇒
a22 = 0
a31 a32
   
a11 a12 a21 + a31 a12
 a21 a22  =  a21 0 
a31 a32 a31 a32      
0 1 1 0 1 0 0 0
= a12 ·  0 0  + a21 ·  1 0  + a31 ·  0 0  + a32 ·  0 0  .
0 0 0 0 1 0 0 1
110 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
         
 0 1 1 0 1 0 0 0 
Logo, S =  0 0 ,  1 0 ,  0 0 ,  0 0  é um sistema de geradores
0 0 0 0 1 0 0 1
 

para o subespaço Ude M3×2 (R).


 
a11 a12
(b) Uma matriz  a21 a22  está em U se, e somente se,
a31 a32
 
a11 + 2a22 = 0 a11 = −2a22
⇐⇒
a12 − a21 + 3a31 + 4a22 = 0 a12 = a21 − 3a31 − 4a22
   
a11 a12 −2a22 a21 − 3a31 − 4a22
 a21 a22  =  a21 a22 
a31 a32 a31  a32      
0 1 −2 −4 0 −3 0 0
= a21 ·  1 0  + a22 ·  0 1  + a31 ·  0 0  + a32 ·  0 0  .
0 0 0 0 1 0 0 1
         
 0 1 −2 −4 0 −3 0 0 
Logo, S =  1 0 ,   0 1 , 0
  0 , 0 0 
  é um sistema de ge-
0 0 0 0 1 0 0 1
 
radores para o subespaço U de M3×2 (R).

4. Determine, em cada um dos casos, um sistema de geradores para o subespaço U de P3 (R):


(a) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a1 = a2 e a3 = 0 .


(b) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a0 + 3a2 = 0 .




(c) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a0 + 2a1 + a2 − 2a3 = 0



e
3a0 + 7a1 − a2 − 3a3 = 0 .
Solução:
(a) Observemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U ⇐⇒

a1 = a2
⇐⇒ p(t) = a0 +a1t +a2t 2 +a3t 3 = a0 +a2t +a2t 2 = a0 ×1+a2 ×(t +t 2 ).
a3 = 0
Logo, S = 1, t + t 2 é um sistema de geradores para o subespaço U de P3 (R).


(b) Um polinômio p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U ⇐⇒ a0 + 3a2 = 0 ⇐⇒ a0 = −3a2


⇐⇒ p(t) = (−3a2 ) + a1t + a2t 2 + a3t 3 = a1 × t + a2 × (−3 + t 2 ) + a3 × t 3 .
Logo, S = t, −3 + t 2 , t 3 é um sistema de geradores para o subespaço U de P3 (R).


a0 − 2a1 + a2 − 2a3 = 0
(c) Observemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U ⇐⇒
3a0 + 7a1 − a2 − 3a3 = 0
 
a0 + 2a1 + a2 − 2a3 = 0 a0 = −9a2 + 8a3
⇐⇒ =⇒ .
a1 − 4a2 + 3a3 = 0 a1 = 4a2 − 3a3
Logo, p(t) = a0 + a2t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U se, e somente se
p(t) = (8a3 − 9a2 ) + (4a2 − 3a3 )ta2t 2 + a3t 3 = a2 × (−9 + 4t + t 2 ) + a3 × (8 − 3t + t 3 ).
Portanto, S = − 9 + 4t + t 2 , 8 − 3t + t 3 é um sistema de geradores para o subespaço U


de P3 (R).
3.5 Subespaço Gerado 111

5. Em M2 (C) determine um sistema de geradores para o subespaço


   
a11 + b11 i a12 + b12 i
U= , a12 + b12 i = 0 e a21 + b21 i = −2(a22 + b22 i) .
a21 + b21 i a22 + b22 i

(a) M2 (C) como espaço vetorial real.


(b) M2 (C) como espaço vetorial complexo.
Solução:
  
a11 + b11 i a12 + b12 i a21 = −2a22
(a) A = ∈ U ⇔ a21 +b21 i = −2(a22 +b22 i) ⇔ .
a21 + b21 i a22 + b22 i b21 = −2b22
 
a11 + b11 i a12 + b12 i
Logo, A = ∈ U se, e somente se,
a21 + b21 i a22 + b22 i
   
a11 + b11 i a12 + b12 i a11 + b11 i a12 + b12 i
=
a21 + b21 i a22 + b22 i −2a22 − 2b22 i a22 + b22 i
     
1 0 0 1 0 0
= a11 · + a12 · + a22 ·
0 0 0 0 −2 1
     
i 0 0 i 0 0
+ b11 · + b12 · + b22 · .
0 0 0 0 −2i i
             
1 0 0 1 0 0 i 0 0 i 0 0
Portanto, S = , , , , ,
0 0 0 0 −2 1 0 0 0 0 −2i i
é um sistema de geradores para o subespaço U de M2 (C) como espaço vetorial real.
 
z11 z12
(b) Sendo z jk = a jk + b jk i, então A = e A ∈ U ⇐⇒ z21 = −2z22 ⇐⇒
    z21 z22     
z11 z12 z11 z12 1 0 0 1 0 0
A= = = z11 · + z12 · + z22 · .
z21 z22 −2z22 z22 0 0 0 0 −2 1
       
1 0 0 1 0 0
Logo, S = , , é um sistema de geradores para o
0 0 0 0 −2 1
subespaço U de M2 (C) como espaço vetorial complexo.

6. Em cada um dos casos, determine analiticamente o subespaço U do espaço vetorial V , verifique


se U é subespaço próprio de V e exiba um elemento de U.
em V = R2 .
 
(a) U = (2, −2), (−1, 1)
em V = R3 .
 
(b) U = (1, −1, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)
 
4 2
(c) U é o subespaço gerado pelas colunas da matriz: A =  1 5  em V = R3 .
0 5
em V = R4 .
 
(d) U = (1, 0, 0, 1), (1, 2, 1, 0)
(e) U = 1 − 2t 2 + t 3 , 3 + t − 5t 2 , t + t 2 − 3t 3 em V = P3 (R).
 
       
1 2 0 3 0 0
(f) U = , , em V = M2 (R).
0 1 0 1 2 0
112 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
       
0 0 0 1 0 1
(g) U =   1 1  ,  0 −1  ,  0 0   em V = M3×2 (R).
0 0 0 0 1 0
     
1+i 0 0 1−i
(h) U = , em V = M2 (C) como espaço vetorial sobre C
0 i 0 0
e como espaço vetorial sobre R.
Solução:
(a) Um vetor (x, y) ∈ U se, e somente se, existem a, b ∈ R tais que:

2a − b = x
(x, y) = a·(2, −2)+b·(−1, 1) = (2a−b, −2a+b) ⇐⇒ =⇒ x+y = 0.
−2a + b = y

Logo, U = (x, y) ∈ R2 ; x + y = 0 .


(b) Um vetor (x, y, z) ∈ U se, e somente se, existem a, b ∈ R tais que:

(x, y, z) = a · (1, −1, 0) + b · (0, 1, 0) + c · (0, 0, 1) = (a, −a + b, c)


 
 a = x  a = x
⇐⇒ −a + b = y ⇐⇒ b = x+y .
c = z c = z
 

Não há relação alguma entre x, y e z, portanto são números reais quaisquer, consequente-
mente U = R3 .

(c) Um vetor (x, y, z) ∈ U se, e somente se, existem a, b ∈ R tais que:

(x, y, z) = a · (4, 1, 0) + b · (2, 5, 5) = (4a + 2b, a + 5b, 5b)


 
 4a + 2b = x  4a + 2b = x
⇐⇒ a + 5b = y ⇐⇒ 5b = z
5b = z a = y−z
 

=⇒ 4y − 4z + 2/5z = x ⇐⇒ 5x − 20y + 18z = 0.


Logo, U = (x, y, z) ∈ R3 ; 5x − 20y + 18z = 0 .


(d) Um vetor (x, y, z,t) ∈ U se, e somente se, existem a, b ∈ R tais que:

(x, y, z,t) = a · (1, 0, 0, 1) + b · (1, 2, 1, 0) = (a + b, 2b, b, a)



 a+b = x
 
2b = y y = 2z

⇐⇒ =⇒

 b = z x = z+t
a = t

Logo, U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x = z + t e y = 2z .




(e) Observemos que p(t) = a − 0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U, ou seja, se e somente se, existem
a, b, c ∈ R tais que:

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 = a · (1 − 2t 2 + t 3 ) + b · (3 + t − 5t 2 ) + c · (t + t 2 − 3t 3 )


= (a + 3b) + (b + c) t + (−2a − 5b + c) t 2 + (a − 3c) t 3
3.5 Subespaço Gerado 113
 

 a + 3b = a 0 
 a + 3b = a0 
b + c = a1 b + c = a1 a2 = −2a0 + a1
 
⇐⇒ ∼ =⇒

 −2a − 5b + c = a2 
 b + c = 2a0 + a2 a3 = a0 − 3a1
a − 3c = a3 −3b − 3c = a3 − a0
 

Logo, U = p(t) = a − 0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ P3 (R); a2 = −2a0 + a1 e a3 = a0 − 3a1 .




 
a11 a12
(f) Uma matriz A = ∈ U, ou seja, se, e somente se, existem a, b, c ∈ R tais que:
a21 a22
         
a11 a12 1 2 0 3 0 0 a 2a + 3b
= a· +b· +c· =
a21 a22 0 1 0 1 2 0 2c a + b
 

 a = a11 
 a = a11
2a + 3b = a12 3b = a12 − 2a11
 
⇐⇒ =⇒

 2c = a21 
 2c = a21
a + b = a22 b = a22 − a11
 

=⇒ 3(a22 − a11 ) = a12 − 2a11 ⇐⇒ a12 + a11 − 3a22 = 0.


   
a11 a12
Logo, U = ∈ M2 (R); a12 + a11 − 3a22 = 0 .
a21 a22
 
a11 a12
(g) Uma matriz A =  a21 a22  ∈ U, ou seja, se, e somente se, existem a, b, c ∈ R tais que:
a31 a32
         
a11 a12 0 0 0 1 0 1 0 b+c
 a21 a22  = a ·  1 1  + b ·  0 −1  + c ·  0 0  =  a a − b 
a31 a32 0 0 0 0 1 0 c 0
 

 a11 = 0 
 a11 = 0
a = b + c a32 = 0
 
12

 

  
a21 = a a21 = a a11 = a32 = 0
 
⇐⇒ =⇒ =⇒ .

 a 22 = a − b 
 a31 = c a21 − a22 = a12 − a31
a = c a − a22 = b
 
 31  21

 

 
a32 = 0 a12 − a31 = b
   
 a11 a12 
Logo, U =  a21 a22  ∈ M3×2 (R); a11 = a32 = 0 e a21 − a22 = a12 − a31 .
a31 a32
 
 
a11 + b11 i a12 + b12 i
(h) (h1 ) Uma matriz A = ∈ U se, e somente se, existem a, b ∈ R
a21 + b21 i a22 + b22 i
tais que:
       
a11 + b11 i a12 + b12 i 1+i 0 0 1−i a + ai b − bi
A= = a· +b· =
a21 + b21 i a22 + b22 i 0 i 0 0 0 ai


 a11 = a
b = a

11



a12 = b

 
 a11 = b11 = b22


b12 = −b

⇐⇒ =⇒ b12 = −a12 .
a21 = 0
a21 = b21 = a22 = 0

 
b21 = 0




a = 0

 22



b22 = a
114 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
   
 a11 + b11 i a12 + b12 i
∈ M2 (C); a11 = b11 = b22 ,

Logo, U = a21 + b21 i a 22 + b 22 i .
b12 = −a12 e a21 = b21 = a22 = 0
 

 
z11 z12
(h2 ) Uma matriz A = ∈ U se, e somente se, existem α, β ∈ C tais que:
z21 z22
      
z11 z12 1+i 0 0 1−i α(1 + i) β (1 − i)
A= =α· +β
z21 z22 0 i 0 0 0 αi

  

 z11 = α(1 + i) 
 z11 = α(1 + i) 
 z11 = (1 − i) · z22
z12 = β (1 − i) z12 = β (1 − i) z12 = β (1 − i)
  
⇐⇒ ⇐⇒ =⇒ .
z
 21
 = 0 
 z21 = 0  21 =
 z 0
z22 = αi −iz22 = α z22 = αi
  

   
z11 z12
Logo, U = ∈ M2 (C); z11 = (1 − i) · z22 e z21 = 0 .
z21 z22

7. Em cada um dos casos, determine o subespaço gerado pelo subconjunto S do espaço vetorial V .
em V = R3 .

(a) S = (1, 1, 1), (1, 1, 0), (0, 1, 1)
em V = R4 .

(b) S = (1, 2, 3, −2), (0, 1, −3, 1), (1, 4, −3, 0)
(c) S = 1, 1 − t, (1 − t)2 , (1 − t)3 em V = P3 (R).

     
1 2 0 3
(d) S = , em V = M2 (R).
0 1 0 −1
em V = F (R).

(e) S = sen x, cos x
Solução:
 
(a) Observemos que (x, y, z) ∈ S existem a, b, c ∈ R tais que:

(x, y, z) = a · (1, 1, 1) + b · (1, 1, 0) + c · (0, 1, 1) = (a + b, a + b + c, b + c) ⇐⇒


  
 a + b = x  a + b = x  a = x + y − 2z
a + b + c = y ∼ b + c = z =⇒ b = 2z − y ,
b + c = z c = y−z c = y−z
  

para quaisquer que sejam os números reais x, y e z.


Portanto, S = R3 .
 

 
(b) Observemos que (x, y, z,t) ∈ S existem a, b, c ∈ R tais que:

(x, y, z,t) = a · (1, 2, 3, −2) + b · (0, 1, −3, 1) + c · (1, 4, −3, 0)


⇐⇒
= (a + c, 2a + b + 4c, 3a − 3b − 3c, −2a + b)
 

 a + c = x 
 a + c = x
2a + b + 4c = y b + 2c = y − 2x
 
∼ .

 3a − 3b − 3c = z 
 0 = −9x + 3y + z
−2a + b = t 0 = 4x − y + t
 

Portanto, S = (x, y, z,t) ∈ R4 ; z = 9x − 3y e t = −4x + y .


  
3.5 Subespaço Gerado 115

(c) Observemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ S existem a, b, c, d ∈ R tais que:
 

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 = a · 1 + b · (1 − t) + c · (1 − t)2 + d · (1 − t)3


⇐⇒
= (a + b + c + d) · 1 − (b + 2c + 3d) · t + (c + 3d) · t 2 − dt 3
 

 a + b + c + d = a0 
 a = a0 + a1 + a2 + a3
− b − 2c − 3d = a1 b = −a1 − 2a2 − 3a3
 
=⇒ ,

 c + 3d = a 2  c = a2 + 3a3

− d = a3 d = −a3
 

para quaisquer que sejam os números reais a0 , a1 , a2 e a3 .


Portanto, S = P3 (R).
 

 
a11 a12  
(d) Observemos que A = ∈ S existem a, b ∈ R tais que:
a21 a22
       
a11 a12 1 2 0 3 a 2a + 3b
A= = a· +b· = ⇐⇒
a21 a22 0 1 0 −1 0 a−b
 

 a = a11 
 a = a11 
2a + 3b = a12 3b = a12 − 2a11 a21 = 0
 
∼ =⇒ .

 0 = a21 
 0 = a21 a12 = 5a11 − 3a22
a − b = a22 b = a11 − a22
 
   
  a11 a12
Portanto, S = ∈ M2 (R); a12 = 5a11 − 3a22 e a21 = 0 .
a21 a22
 
(e) Observemos que f (x) ∈ S existem a, b ∈ R tais que f (x) = a · sen x + b · cos x.
Logo, S = f (x) ∈ F (R); f (x) = a · sen x + b · cos x, com a, b ∈ R .
  

 
8. Em cada um dos casos, determine o menor número de geradores para subespaço U = S .
em R2 .

(a) S = (1, 2), (−1, −2), (3, 6)
em R3 .

(b) S = (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1), (1, 2, 3)
(c) S = 1 + t 2 , 1 + t, 1 + 2t 2 , 2 em P2 (R).

(     )
1 0 1 −1 0 1
(d) S = , , em M2 (R).
0 1 0 2 0 −1
Solução:
   
(a) S = (1, 2) , pois (−1, −2) = (−1) · (1, 2) e (3, 6) = 3 · (1, 2).
(b) Como (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) = R3 , portanto S = (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) .
     

2 = 2 · (1 + t 2 ) − (1/2) · 2 e 1 + t 2 , 1 + t, 2 = P (R), segue que


 
(c) Como 1 + 2t 2
S = P2 (R).
 
         
1 −1 1 0 0 1   1 0 0 1
(d) Como = − , logo S = , .
0 2 0 1 0 −1 0 1 0 −1

9. Em cada um dos casos, determine um sistema de geradores para os subespaços U +W e U ∩W


de V e verifique se o subespaço U +W é uma soma direta:
(a) U = (x, y, z) ∈ R3 ; x − 2y + 3z = 0 e W = (1, −3, 2), (2, 5, −7) em V = R3 .
  
116 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(b) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y = 0 e t − z = 0 e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; z = t = 0 em


 

V = R4 .
(c) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y − z +t = 0 e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y + z = 0 em V = R4 .
 

(d) U = 1 + 2t + t 2 , 1 − t + t 2 e W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = a1 em


  

V = P2 (R).
"   #   
1 −1 0 0 a11 a12
(e) U = , eW = ; a11 − a12 − a21 + a22 = 0 em
0 0 1 1 a21 a22
V = M2 (R).
 
(f) U = A ∈ M3 (R); A é simétrica e W = A ∈ M3 (R); tr(A) = 0 em V = M3 (R).
Solução:
3; x + y + z = 0 ,

(a) Fazendo como no exercício 7 acima podemos ver que W = (x, y, z) ∈ R
como U = (x, y, z) ∈ R3 ; x − 2y + 3z = 0 , segue que (x, y, z) ∈ U ∩W se, e somente se,



   z ∈ R
x − 2y + 3z = 0 x − 2y + 3z = 0
∼ =⇒ y = 2/3 z .
x + y + z = 0 3y − 2z = 0
x = −5/3 z

 z
Logo, (x, y, z) ∈ U ∩ W ⇐⇒ (x, y, z) = − 5/3 z, 2/3 z, z = · (−5, 2, 3), portanto
  3
U ∩W = (−5, 2, 3) .
 
Observemosque (x, y, z) ∈ U ⇐⇒ x−2y+3z
 = 0, consequentemente U = (2, 1, 0), (−3, 0, 1) ,
já que W = (1, −3, 2), (2, 5, −7) então,
 
U +W = (2, 1, 0), (−3, 0, 1), (1, −3, 2), (2, 5, −7) ,
mas como:
1 −3 2 1 −3 2 1 −3 2
2 5 −7 0 11 −11 0 1 −1
∼ ∼ ,
2 1 0 0 0 3 0 0 1
−3 0 1 0 0 0 0 0 0
segue que U +W = (1, −3, 2), (0, 1, −1), (0, 0, 1) = R3 .
 


 x+y = 0 
y = −x
(b) Um vetor (x, y, z,t) ∈ U ∩W se, e somente se, t − z = 0 =⇒ .
z=t = 0
z=t = 0

Logo, (x,y, z,t) ∈ U ∩ W ⇐⇒ (x, y, z,t) = (x, −x, 0, 0) = x · (1, −1, 0, 0), portanto
U ∩W = (1, −1, 0, 0) .
 
Já que (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ x + y = 0 e t − z = 0, então U = (1, −1,  0, 0), (0, 0, 1, 1) , da

mesma forma, como (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ z = t = 0, segue que W = (1, 0, 0, 0), (0, 1, 0, 0) ,
portanto,  
U +W = (1, 0, 0, 0), (0, 1, 0, 0), (1, −1, 0, 0), (0, 0, 1, 1) ,
mas como:
1 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 0 0 1 0 0
∼ ,
1 −1 0 0 0 0 1 1
0 0 1 1 0 0 0 0
 
segue que U +W = (1, 0, 0, 0), (0, 1, 0, 0), (0, 0, 1, 1) .
3.5 Subespaço Gerado 117

(c) Um vetor (x, y, z,t) ∈ U ∩W se, e somente se,


 
x + y − z + t = 0 x + y − z + t = 0
∼ .
x + y + z = 0 2z − t = 0

t = 2z
Logo, , e (x, y, z,t) ∈ U ∩ W ⇐⇒ (x, y, z,t) = (x, −x − z, z, 2z)
y = −x − z  
= x · (1, −1, 0, 0) + z · (0, −1, 1, 2), portanto U ∩W = (1, −1, 0, 0), (0, −1, 1, 2) .
 
Já que (x, y, z,t) ∈ U ⇐⇒ x + y − z +t = 0, então U = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0,
 0, 1, 1) ,
e como (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ x + y + z = 0, então W = (1, 0, −1, 0), (0, 1, −1, 0) , portanto,
 
U +W = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1), (1, 0, −1, 0), (0, 1, −1, 0) ,

mas como:
1 0 1 0 1 0 1 0
0 1 1 0 0 1 1 0
0 0 1 1 ∼ 0 0 1 1 ,
1 0 −1 0 0 0 0 1
0 1 −1 0 0 0 0 0
segue que U +W = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1), (0, 0, 0, 1 = R4 .
 

(d) Podemos ver que

U = 1 + 2t + t 2 , 1 − t + t 2 = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = a2 ,


  

como W = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 = a1 , segue que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈


a2 = a0
U ∩W se, e somente se, .
a1 = a0
Portanto,

p(t) = a0 +a1t +a2t 2 ∈ U ∩W ⇐⇒ p(t) = a0 +a1t +a2t 2 = a0 +a0t +a0t 2 = a0 ·(1+t +t 2 ),

logo U ∩W = 1 + t + t 2 .
 

Como U = 1 + 2t + t 2 , 1 − t + t 2 e W = 1 + t, t 2 segue que,


   

U +W = 1 + t, t 2 , 1 + 2t + t 2 , 1 − t + t 2 ,
 

mas como:
1 1 0 1 1 0
0 0 1 0 1 1
∼ ,
1 2 1 0 0 1
1 −1 1 0 0 0
segue que U +W = 1 + t, t + t 2 , t 2 = P2 (R).
 

  
a11 a12
(e) Podemos ver que U = ; a = −a11 e a21 = a22 , como
  a21 a22  12  
a11 a12 a11 a12
W= ; a11 − a12 − a21 + a22 = 0 , segue que A = ∈ U ∩W
a21 a22 a21 a22
a12 = −a11 
a12 = a11 = 0

se, e somente se, a21 = a22 =⇒ . .
a21 = a22
a11 − a12 − a21 + a22 = 0

118 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
     
a11 a12 a11 a12 0 0
Portanto, A = ∈ U ∩ W ⇐⇒ A = = , logo
 a
21 a22 a21 a22 a21 a21
0 0
U ∩W = .
1 1
         
1 −1 0 0 1 0 0 1 0 0
Como U = , eW = , , se-
0 0 1 1 1 0 −1 0 1 1
gue que,
         
1 −1 0 0 1 0 0 1 0 0
U +W = , , , , ,
0 0 1 1 1 0 −1 0 1 1
mas como:
1 −1 0 0 1 −1 0 0
0 0 1 1 0 1 0 0
1 1 0 0 ∼ 0 0 1 1 ,
0 1 −1 0 0 0 0 1
0 0 1 1 0 0 0 0
       
1 −1 0 1 0 0 0 0
segue que U +W = , , , = M2 (R).
0 0 0 0 1 1 0 1
   
 a11 a12 a13 
(f) Como U =  a21 a22 a23 ; a12 = a21 , a13 = a31 e a23 = a32
 e
a a a
 
   31 32 33   
 a11 a12 a13  a11 a12 a13
W=  a21 a22 a23  ; a11 + a22 + a33 = 0 , logo A =  a21 a22 a23  ∈ U ∩W
a31 a32 a33 a31 a32 a33
 
se, e somente se,
 

 a 12 = a 21 
 a12 = a21
a13 = a31 a13 = a31
 
=⇒ . .

 a23 = a32 
 a23 = a32
a11 + a22 + a33 = 0 a33 = −a11 − a22
 

 
a11 a12 a13
Portanto, A =  a21 a22 a23  ∈ U ∩W se, e somente se
a31 a32 a33
   
a11 a12 a13 a11 a12 a13
A =  a21 a22 a23  =  a12 a22 a23 .
a31 a32 a33 a13 a23 −a11 − a22

Logo,
"           #
1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
U ∩W =  0 0 0 ,  1 0 0 ,  0 0 0 ,  0 1 0 ,  0 0 1  .
0 0 −1 0 0 0 1 0 0 0 0 −1 0 1 0

 
Lembrando que Ai j = ai j ∈ M3 (R) é a matriz
 tal que ai j = 1 e akl = 0 se k 6= i ou l 6= j,
podemos ver que A11 , A22 , A33 ⊂ U e que A12 , A13 , A21 , A23 , A31 , A32 ⊂ W , logo
 
M3 (R) = A11 , A12 , A13 , A21 , A22 , A23 , A31 , A32 , A33 ⊂ U +W ⊂ M3 (R),
 
portanto: U +W = A11 , A12 , A13 , A21 , A22 , A23 , A31 , A32 , A33 .
3.6 Dependência e Independência Linear 119

10. Considere os subespaços U e W de um espaço vetorial V sobre K, tais que:


   
U = u1 , u2 e W = w1 , w2 , w3 .
   
(a) Mostre que U +W ⊂ u1 , u2 , w1 , w2 , w3 e que u1 , u2 , w1 , w2 , w3 ⊂ U +W.
(b) O que você pode concluir do item (a)?
Solução:
 
(a) Um
 vetor v ∈
 U + W ⇐⇒ v = u + w, com u ∈ U e w ∈ W , como U = u 1 , u 2 eW =
w1 , w2 , w3 , segue que existem a1 , a2 , b1 , b2 , b3 ∈ K tais que u = a1 · u1 + a2 · u2 e
v = b1 · w1 + b2 · w2 + b3 · w3 , logo
 
v = a1 · u1 + a2 · u2 + b1 · w1 + b2 · w2 + b3 · w3 =⇒ v ∈ u1 , u2 , w1 , w2 , w3 .
 
Portanto, U +W ⊂ u1 , u2 , w1 , w2 , w3 .
 
Reciprocamente, v ∈ u1 , u2 , w1 , w2 , w3 se, e somente se, existem escalares c1 , c2 , c3 , c4 , c5
tais que:
v = c1 · u1 + c2 · u2 + c3 · w1 + c4 · w2 + c5 · w3 ∈ U +W.
| {z } | {z }
∈U ∈W
 
Logo, u1 , u2 , w1 , w2 , w3 ⊂ U +W.
     
(b) Podemos concluir do item (a) que se U = S1 e W = S2 , então U +W = S1 ∪ S2 .

3.6 Dependência e Independência Linear


1. Verifique, em cada um dos casos, se conjunto S é linearmente independente (L.I.) ou linear-
mente dependentes (L.D.). Justifique sua resposta (faça cálculos somente quando for realmente
necessário!)
(a) S = 1 − 2t + t 2 , 2 + t, −1 − 3t + t 2 em P2 (R).


(b) S = (1, −2, 1, 0), (2, 1, −1, 3), (7, −4, 1, 3) em R4 .




(c) S = x, x2 , ex em F (R).


(d) S = cosh x, ex , e−x em F (R).



   √   
0 0 π 2 1 332
(e) S = , √ , em M2 (R).
0 0 3 0 41 90
     
1 0 0 1 i 0
(f) S = , , em M2 (C), como espaço vetorial real e como
0 0 0 0 0 0
espaço vetorial complexo.
(g) S = (7, −4, 8, 0), (11, −1, 5, 2), (7, 3, 8, −1), (2, −6, 5, 7), (9, 4, 3, −3) em R4 .

  
1 3 5 7
(h) S = (1, 3, 2, 5, 7), , , 0, , em R5 .
2 2 2 2
(i) S = (1 − i, i), (2, −1 + i) em C2 espaço vetorial real.


(j) S = (1 − i, i), (2, −1 + i) em C2 espaço vetorial complexo.



120 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Solução:
(a) Como (1 − 2t + t 2 ) − (−1 − 3t + t 2 ) = 2 + t, portanto S é um subconjunto linearmente
dependente de P2 (R).

1 −2 1 0 1 −2 1 0
(b) Como 2 1 −1 3 ∼ 0 5 −3 3 , segue que S é um subconjunto linearmente
7 −4 1 3 0 0 0 −3
independente de R4 .

(c) Cada uma das funções f (x) = x, g(x) = x2 e h(x) = ex não é combinação linear, por
números reais, das demais funções.
Portanto, S é um subconjunto linearmente independente de F (R).
1 1
(d) Como cosh x = · ex + · e−x , segue que S é um subconjunto linearmente dependente de
2 2
F (R).
 
0 0
(e) Como = 0M2 (R) ∈ S, então S é um subconjunto linearmente dependente de
0 0
M2 (R).
(f) Cada matriz de S não pode ser escrita como combinação linear, por escalares reais, das
demais matrizes.
Portanto, S é um subconjunto linearmente independente de M2 (C), como espaço vetorial
real.
   
i 0 1 0
Como = i· , segue que S é um subconjunto linearmente dependente de
0 0 0 0
M2 (C), como espaço vetorial complexo.
(g) Como S é subconjunto de R4 com 5 vetores, segue que S é um subconjunto linearmente
dependente de R4 .
(h) Como os dois elementos de S não são proporcionais, segue que S é um subconjunto
linearmente independente de R5 .
(i) Como os dois elementos de S não são múltiplos reais, segue que S é um subconjunto
linearmente independente de C2 espaço vetorial real.

(j) Como (1 + i) · (1 − i, i) = (1 + i) · (1 − i), (1 + i) · i = (2, −1 + i), segue que S é um
subconjunto linearmente dependente de C2 espaço vetorial complexo.

2. Complete, em cada um dos casos, o subconjunto S de modo a formar um conjunto L.I. maximal
no espaço vetorial correspondente.
(a) S = (1, 1, 0, 0), (0, 0, −1, 1) em R4 .


(b) S = 1 − 2t + t 2 , 2 + t em P2 (R).

     
1 0 0 1 0 0
(c) S = , , em M2 (R).
0 0 0 0 0 1
     
 1 0 
(d) S =  −2  ,  −1  em M3×1 (R).
0 2
 
  
1 3 5 7
(e) S = (1, 3, 2, 5, 7), , , 0, , em R5 .
2 2 2 2
3.6 Dependência e Independência Linear 121

(f) S = (1 − i, i, 2 − i), (0, 1 + i, −1 + i) em C3 espaço vetorial complexo.




Solução:
(a) A matriz
 dos coeficientes
 dos vetores de S em relação à base canônica de R4 é
1 1 0 0
A= .
0 0 −1 1
Para encontrar o conjunto L. I. maximal basta incluir na matriz A acima duas linhas obtendo
uma matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:
   
1 1 0 0 1 1 0 0
  −→ 0
 0 1 0 0 
A=  0 0 −1 1 
 A =  0 0 −1 1  .
 

−→ 0 0 0 1
Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A0 formam o conjunto:

(1, 1, 0, 0), (0, 1, 0, 0), (0, 0, −1, 1), (0, 0, 0, 1) ,

um conjunto L.I. maximal de R4 obtido de S.

(b) A matriz
 dos coeficientes
 dos vetores de S em relação à base canônica de P2 (R) é
1 −2 1
A= .
2 1 0
Para encontrar o conjunto L. I. maximal, devemos escalonar a matriz A e incluir linhas
obtendo uma matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:

     
1 −2 1 1 −2 1 1 −2 1
A= 2 1 0  ∼ A0 =  0 5 −2  A00 =  0 5 −2  .
−→ 0 0 1

Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A00 formam o conjunto:


1 − 2 + t 2 , 5t − 2t 2 , t 2 , um conjunto L.I. maximal de P2 (R) obtido de S.


(c) A matriz
 dos coeficientes
 dos vetores de S em relação à base canônica de M2 (R) é
1 0 0 0
A= 0
 1 0 0 .
0 0 0 1
Para encontrar o conjunto L. I. maximal basta incluir na matriz A acima duas linhas obtendo
uma matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:
   
1 0 0 0 1 0 0 0
 0 1 0 0  0
 0 1 0 0 
A=  A =  0 0 1 0 .
 
  −→
0 0 0 1 0 0 0 1
Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A0 formam o conjunto:
       
1 0 0 1 0 0 0 0
, , , ,
0 0 0 0 1 0 0 1

um conjunto L.I. maximal de M2 (R) obtido de S.


122 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(d) A matriz
 dos coeficientes
 dos vetores de S em relação à base canônica de M3×1 (R) é
1 −2 1
A= .
2 1 0
Para encontrar o conjunto L. I. maximal, devemos incluir a matriz A linhas obtendo uma
matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:
   
1 −2 0 1 −2 0
A =  0 −1 2  A0 =  0 −1 2  .
−→ 0 0 2
Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A0 formam o conjunto:
       
 1 0 0 
 −2  ,  −1  ,  0  ,
0 2 2
 

um conjunto L.I. maximal de M3×1 (R) obtido de S.


5
(e) A  dos vetores de S em relação à base canônica de R é A =
 matriz dos coeficientes
1 3 2 5 7
1/2 3/2 0 5/2 7/2
.

Para encontrar o conjunto L. I. maximal, devemos escalonar a matriz A e incluir linhas


obtendo uma matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:
   
1 3 2 5 7 1 3 2 5 7
   
0
   
A= 1/2 3/2 0 5/2 7/2  ∼ A =  0 0 −2 0 0 
   
   

 
1 3 2 5 7
−→  0 2 0 0 0 
00
 
A =
 0 0 −2 0 0 .

−→  0 0 0 3 0 
−→ 0 0 0 0 −3
Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A00 formam o conjunto:

(1, 3, 2, 5, 7), (0, 2, 0, 0, 0), (0, 0, −2, 0, 0), (0, 0, 0, 3, 0), (0, 0, 0, 0, −3) ,
um conjunto L.I. maximal de R5 obtido de S.
(f) A matriz dos coeficientes dos 3
 vetores de S em relação
 à base canônica de C , como espaço
1−i i 2−i
vetorial complexo, é A = .
0 1 + i −1 + i
Para encontrar o conjunto L. I. maximal, devemos incluir linhas a matriz A obtendo uma
matriz na forma escalonada, maximal e sem linhas não nulas:
   
1−i i 2−i 1−i i 2−i
A= 0 1 + i −1 + i  A00 =  0 1 + i −1 + i  .
−→ 0 0 1
Logo, os vetores correspondentes à matriz dos coeficientes A00 formam o conjunto:

(1 − i, i, 2 − i), (0, 1 + i, −1 + i), (0, 0, 1) ,
um conjunto L.I. maximal de C3 obtido de S.
3.6 Dependência e Independência Linear 123

3. Decida se a afirmação dada é (sempre) verdadeira ou (às vezes) falsa. Justifique sua resposta
dando um argumento lógico matemático ou um contra-exemplo.
(a) ( ) Se dim W = 3 e B é um subconjunto de W com 4 vetores então B é L.D.
(b) ( ) Se dim W = 3 e B é um subconjunto de W com 2 vetores então B é L.I.
(c) ( ) Todo subconjunto de um espaço vetorial contendo o vetor nulo é L.D.
(d) ( ) Se dim W = 3 e v1 , v2 ∈ W , então [v1 , v2 ] 6= W .
(e) ( ) Se dim W = 3 e v1 , v2 , v3 ∈ W , então [v1 , v2 , v3 ] = W .
Solução:
(a) (V) De fato, todo subconjunto de W com mais elementos do que dim W é L.D.
(b) (F) Por exemplo, se 0V ∈ B, então B é L.D.
(c) (V) De fato, pois 0v = 0 · v, para todo v ∈ V , portanto é combinação linear de qualquer
vetor de V .
(d) (V) Pois, como dim W = 3, então para gerar W é necessário pelo no mínimo três vetores.
(e) (F) Se, por exemplo, v1 , v2 , v3 são vetores L. D. em W , então [v1 , v2 , v3 ] 6= W .

4. Se S = {u, v, w} é um subconjunto L.I. de um espaço vetorial V sobre um corpo K, o que


podemos dizer sobre o subconjunto S0 = {u + v, u − v, u − 2v + w}? É L.I. ou L.D.?
Solução:
Sejam a, b e c escalares em K, então:

a · (u + v) + b · (u − v) + c · (u − 2v + w)v3 = 0V ⇐⇒ (a + b + c) · u + (a − b − 2c) · v + c · w = 0V ,

como S = {u, v, w} é um subconjunto L.I. devemos ter:


  
 a + b + c = 0  a + b + c = 0  a = 0
a − b − 2c = 0 ∼ − 2b − 3c = 0 =⇒ b = 0 .
c = 0 c = 0 c = 0
  

Portanto, S0 = {u + v, u − v, u − 2v + w} é um subconjunto L.I. de V

5. Se u, v, w são vetores linearmente independentes em um espaço vetorial V , mostre que o


conjunto {u + v, u + w, v + w} é um subconjunto linearmente independente de V .
Solução:
Sejam a, b e c escalares em K, então:

a(u + v) + b(u + w) + c(v + w)v3 = 0V ⇐⇒ (a + b) · u + (a + c) · v + (b + c) · w = 0V ,

como S = {u, v, w} é um subconjunto L.I. devemos ter:


  
 a + b = 0  a + b = 0  a = 0
a + c = 0 ∼ − b + c = 0 =⇒ b = 0 .
b + c = 0 2c = 0 c = 0
  

Portanto, {u + v, u + v, v + w} é um subconjunto L.I. de V .


124 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

3.7 Base e Dimensão


1. Determine, em cada um dos casos, uma base e a dimensão do subespaço W :
(a) W = p(t) ∈ P3 (R); p0 (−1) = 0 e p(1) = 0 em P3 (R).


(b) Em R5 , W conjunto solução do sistema homogêneo:



 x + 2y + 2z − t + 3w = 0
S: x + 2y + 3z + t + w = 0 .
3x + 6y + 8z + t + 5w = 0

(c) W = {A ∈ M3 (R); A é matriz triangular inferior} em M3 (R).


  
a11 a12
(d) W = ∈ M2 (R); a11 − a12 − a21 = 0 em M2 (R).
a21 a22
(e) W = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 ; z3 = z2 − 2z1 em V = C3 como espaço vetorial real e como


espaço vetorial complexo.


Solução:
(a) Um polinômio p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ W se, e somente se, p(1) = 0 e p0 (−1) = 0,
como p0 (t) = a1 + 2a2t 2 + 3a3t 2 segue que:
 
a0 + a1 + a2 + a3 = 0 a0 = −3a2 + 2a3
p(t) ∈ W ⇐⇒ =⇒ .
a1 − 2a2 + 3a3 = 0 a1 = 2a2 − 3a3

Portanto, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ W se, e somente se,

p(t) = (−3a2 + 2a3 ) + (2a2 − 3a3 )t + a2t 2 + a3t 3 = (−3 + 2t + t 2 ) · a2 + (2 − 3t + t 3 ) · a3 .

Logo, − 3 + 2t + t 2 , 2 − 3t + t 3 é uma base de W , consequentemente, dim W = 2.





 x + 2y + 2z − t + 3w = 0
(b) Como S : x + 2y + 3z + t + w = 0
3x + 6y + 8z + t + 5w = 0


 x + 2y + 2z − t + 3w = 0 
0 x = −2y + 5t − 7w
∼ S : z + 2t − 2w = 0 =⇒ .
z = −2t + 2w
0 = 0

Logo, (x, y, z,t, w) ∈ W se, e somente se,

(x, y, z,t, w) = (−2y + 5t − 7w, y, −2t + 2w, t, w)


.
= y · (−2, 1, 0, 0, 0) + t · (5, 0, −2, 1, 0) + w · (−7, 0, 2, 0, 1)

Portanto, (−2, 1, 0, 0, 0), (5, 0, −2, 1, 0), (−7, 0, 2, 0, 1) é uma base de W , consequen-
temente, dim W = 3.
     
a11 0 0 1 0 0 0 0 0
(c) Uma matriz A ∈ W ⇐⇒ A =  a21 a22 0  = a11 ·  0 0 0  +a21 ·  1 0 0  +
   a31 a 32 a33  0 0 0  0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
a22 ·  0 1 0  + a31 ·  0 0 0  + a32 ·  0 0 0  + a33 ·  0 0 0  .
0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1
3.7 Base e Dimensão 125

Como as matrizes da combinação linear acima são matrizes distintas da base canônica de
M3 (R), segue que são L.I.
Portanto,
(             )
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
B=  0 0 0 ,  1 0 0 ,  0 1 0 ,  0 0 0 ,  0 0 0 ,  0 0 0 
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1

é base de W e dim W = 5.
 
a11 a12
(d) Uma matriz A = ∈ W ⇐⇒ a11 − a12 − a21 = 0 ⇐⇒ a11 = a12 + a21 ⇐⇒
a21 a22
         
a11 a12 a12 + a21 a12 1 1 1 0 0 0
A= = = a12 · +a21 · +a22 · .
a21 a22 a21 a22 0 0 1 0 0 1
     
1 1 1 0 0 0
Como o conjunto B = , , gera W e é constituído de
0 0 1 0 0 1
matrizes L.I., segue que é uma base de W , consequentemente dim W = 3.

(e) Sobre R escrevemos um elemento (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 da seguinte maneira


(z1 , z2 , z3 ) = (x1 + iy1 , x2 + iy2 , x3 + iy3 ).
Logo, (x1 + iy1 , x2 + iy2 , x3 + iy3 ) ∈ W se, e somente se,

x3 + iy3 = (x2 + iy2 ) − 2(x1 + iy1 ) = (x2 − 2x1 ) + i(y2 − 2y1 ) ⇐⇒



(x1 + iy1 , x2 + iy2 , x3 + iy3 ) = x1 + iy1 , x2 + iy2 , (x2 − 2x1 ) + i(y2 − 2y1 )
.
= x1 (1, 0, −2) + x2 (0, 1, 1) + y1 (i, 0, −2i) + y2 (0, i, i)
Como o conjunto BR = (1, 0, −2), (0, 1, 1), (i, 0, −2i), (0, i, i) é L.I e gera W , segue


que é base de W e, portanto dimR W = 4.

Um elemento (z1 , z2 , z3 ) ∈ W , para C3 como espaço vetorial complexo, se, e somente se,
z3 = z2 − 2z1 .
Logo, (z1 , z2 , z3 ) ∈ W ⇐⇒ (z1 , z2 , z3 ) = (z1 , z2 , z2 − 2z1 ) = z1 · (1, 0, −2) + z2 · (0, 1, 1).
Portanto, como conjunto BC = (1, 0, −2), (0, 1, 1) é L.I e gera W , segue que é base de


W e, portanto dimC W = 2.

2. Determine, em cada um dos casos, uma base e a dimensão dos subespaços U, W , U ∩W e


U +W , e verifique se a soma é direta.
e W = (x, y, z) ∈ R3 ; x − 2y + 3z = 0 em R3 .
  
(a) U = (1, 0, 1), (1, 1, 3)
e W = (2, 1, 1), (1, 1, −1) em R3 .
   
(b) U = (−1, 1, −1), (1, 2, 1)

 2x + 4y + z = 0
(c) U é conjunto solução do sistema homogêneo S : x + y + 2z = 0
x + 3y − z = 0

3
e W = {(x, y, z) ∈ R ; x − y + z = 0} em R . 3

(d) U = (1, 2, 1) e W = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 ; z1 − z2 − z3 = 0 em C3 sobre C.


  

(e) U = (1, 2, 1, 3), (3, 1, −1, 4) e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x − y = z e x − 3y + t = 0 em R4 .


  

(f) U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y − z + t = 0 e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y + z = 0 em R4 .


 
126 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(g) U = A ∈ M3 (R); tr(A) = 0 e W = A ∈ M3 (R); AT = A em M3 (R).


 

(h) U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 − 2a2 = 0 e W = [1 − t, t − t 2 ] em P2 (R).




(i) U = 1 + t + t 2 e W = [1, t − t 2 ] em P2 (R).


 

2 P

(j) U = p(t) = a 0 + a 1 t + a 2 t ∈ 2 (C); a 0 = a1 e
W = p(t) = a0 + a1t + a2t ∈ P2 (C); a2 = 0 em P2 (C) sobre C.
2


(k) U = p(t) ∈ P3 (R); p(0) = p(1) = 0 e W = p(t) ∈ P3 (R); p(−1) = 0 em P3 (R).


 
       
0 1 1 1 1 0 0 1
(l) U = , eW = , em M2 (R).
0 −1 1 0 0 0 1 0
     
a11 a12 a11 a12
(m) U = ∈ M2 (R); a21 = a12 e W = ∈ M2 (R); a22 = −a11
a21 a22 a21 a22
em M2 (R).
Solução:
 
(a) Como U = (1, 0, 1), (1, 1,3) e estes vetores
não são proporcionais, então são L.I., e
consequentemente: BU = (1, 0, 1), (1, 1, 3) é base de U, portanto dim U = 2.
Determinando uma base para W :

(x, y, z) ∈ W ⇐⇒ x = 2y − 3z ⇐⇒ (x, y, z) = (2y − 3z, y, z) = y · (2, 1, 0) + z · (−3, 0, 1).

Portanto, BW = (2, 1, 0), (−3, 0, 1) é base de W , consequentemente dim W = 2.




3;

Podemos ver que U = (x, y, z) ∈ R x + 2y − z = 0 , como
3

W = (x, y, z) ∈ R ; x − 2y + 3z = 0 , segue que (x, y, z) ∈ U ∩W se, e somente se,

   z ∈ R
x + 2y − z = 0 x − 2y + 3z = 0
∼ =⇒ y = z .
x − 2y + 3z = 0 − 4y + 4z = 0
x = −z

Logo, (x,y, z) ∈ U ∩
W ⇐⇒ (x, y, z) = (−z, z, z) = z · (−1, 1, 1), portanto
BU∩W = (−1, 1, 1) é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 1.

 base de U +W basta extrair um conjunto


Para encontrar uma de geradores L.I. de U +W
de BU ∪ BW = (1, 0, 1), (1, 1, 3), (2, 1, 0), (−3, 0, 1) .

Agora basta escalonar a matriz 4 × 3 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R3 :

1 0 1 1 0 1
1 1 3 0 1 2
∼ .
2 1 0 0 0 −4
−3 0 1 0 0 0

A matriz acima à direita está na forma escalonada com a última linha nula, logo,
BU+W = (1, 0, 1), (0, 1, 2), (0, 0, −4) é base de U +W , e portanto dim (U +W ) = 3,
consequentemente U +W = R3 .

A soma não é direta, pois como vimos acima U ∩W 6= 0R3 .
3.7 Base e Dimensão 127
 
(b) Como U = (−1, 1, −1), (1, 2, 1) e estes vetores não são proporcionais, então são L.I., e
consequentemente: BU = (−1, 1, −1), (1, 2, 1) é base de U, portanto dim U = 2.

 
Da mesma maneira, como W = (2, 1, 1), (1, 1, −1) e e estes vetores não são proporcio-
nais, então, BW = (2, 1, 1), (1, 1, −1) é base de W , consequentemente dim W = 2.

Podemos ver que U = (x, y, z) ∈ R3 ; x − z = 0 e W = (x, y, z) ∈ R3 ; 2x − 3y − z = 0 ,


 

logo (x, y, z) ∈ U ∩W se, e somente se,



   z ∈ R
x − z = 0 x − z = 0
∼ =⇒ x = −z .
x − 3y − z = 0 − 3y = 0
y = 0

Logo, (x,y, z) ∈ U ∩
W ⇐⇒ (x, y, z) = (−z, 0, z) = z · (−1, 0, 1), portanto
BU∩W = (−1, 0, 1) é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 1.

 base de U +W basta extrair um conjunto


Para encontrar uma de geradores L.I. de U +W
de BU ∪ BW = (−1, 1, −1), (1, 2, 1)), (2, 1, 1), (1, 1, −1) .
Agora basta escalonar a matriz 4 × 3 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R3 :
−1 1 −1 −1 1 −1
1 2 1 0 3 0
∼ .
2 1 1 0 0 −1
1 1 −1 0 0 0
A matriz acima à direita está na forma escalonada com a última linha nula, logo,
BU+W = (−1, 1, −1), (0, 3, 0), (0, 0, −1) é base de U + W , e portanto


dim (U +W ) = 3, consequentemente U +W = R3 .

A soma não é direta, pois como vimos acima U ∩W 6= 0R3 .

(c) Podemos ver que U = (x, y, z) ∈ R3 ; = − 7/2 z e y = 3/2 z , logo (x, y, z) ∈ U ⇐⇒



 z
(x, y, z) = − 7/2 z, 3/2 z, z = · (−7, 3, 2), portanto BU = (−7, 3, 2) é base de U e

2
dim U = 1.
Por outro lado, (x, y, z) ∈ W ⇐⇒ y = x + z, ou seja,
(x, y, z) = (x, x + z, z) = x · (1, 1, 0) + z · (0, 1, 1),
portanto BW = (1, 1, 0), (0, 1, 1) é base de W e dim W = 2.


Observemos que (x, y, z) ∈ U ∩W se, e somente se,


 
 x−y+z = 0  z = 0
x = − 7/2 z =⇒ x = 0 .
y = 3/2 z y = 0
 

Logo, U ∩W = 0R3 , BU∩W = 0/ é base de U ∩W , portanto dim (U ∩W ) = 0.




 base de U +W basta extrair um conjunto de geradores L.I. de U +W


Para encontrar uma
de BU ∪ BW = (1, 1, 0), (0, 1, 1)), (−7, 3, 2) .
Agora basta escalonar a matriz 3 × 3 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R3 :
1 1 0 1 1 0
0 1 1 ∼ 0 1 1 .
−7 3 2 0 0 −8
128 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

A matriz acima à direita está na forma escalonada sem linhas nulas, logo,
BU+W = (1, 1, 0), (0, 1, 1), (0, 0, −8) é base de U +W , e portanto dim (U +W
 )=
3,
3
consequentemente U ⊕W = R , soma direta, pois como vimos acima U ∩W = 0R3 .
 
(d) Como U = (1, 2, 1) , como este vetor não é o vetor nulo é L.I., e consequentemente:
BU = (1, 2, 1) é base de U, portanto dim U = 1.
Determinando uma base para W :

(z1 , z2 , z3 ) ∈ W ⇐⇒ z1 = z2 +z3 ⇐⇒ (z1 , z2 , z3 ) = (z2 +z3 , z2 , z3 ) = z2 ·(1, 1, 0)+z3 ·(1, 0, 1).

Portanto, BW = (1, 1, 0), (1, 0, 1) é base de W , consequentemente dim W = 2.




Podemos ver que U = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 ; z1 = z3 e z2 = 2z3 , logo (z1 , z2 , z3 ) ∈ U ∩W se,




e somente se,  
 z1 = z3  z1 = 0
z2 = 2z3 =⇒ z2 = 0 .
z1 = z2 + z3 z3 = 0
 

Logo, U ∩W = 0C3 , BU∩W = 0/ é base de U ∩W , portanto dim (U ∩W ) = 0.




 base de U +W basta extrair


Para encontrar uma um conjunto de geradores L.I. de U +W
de BU ∪ BW = (1, 2, 1), (1, 1, 0), (1, 0, 1) .
Agora basta escalonar a matriz 3 × 3 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R3 :

1 2 1 1 2 1
1 1 0 ∼ 0 −1 −1 .
1 0 1 0 0 2
A matriz acima à direita está na forma escalonada sem linhas nulas, logo,
BU+W = (1, 2, 1), (0, −1, −1), (0, 0, 2) é base de U +W , e portanto dim (U +W ) = 3,
consequentemente U ⊕W =  C3 , como
espaço vetorial complexo, e a soma é direta, pois
como vimos acima U ∩W = 0C3 .
 
(e) Como U = (1, 2, 1, 3), (3, 1,−1, 4) e estes vetores não
são proporcionais, então são L.I.,
e consequentemente: BU = (1, 2, 1, 3), (3, 1, −1, 4) é base de U, portanto dim U = 2.
Determinando uma base para W , (x, y, z,t) ∈ W se, e somente se,

x−y = z e x−3y+t = 0 ⇐⇒ (x, y, z,t) = (x, y, x−y, −x+3y) = x·(1, 0, 1, −1)+y·(0, 1, −1, 3).

Portanto, BW = (1, 0, 1, −1), (0, 1, −1, 3) é base de W , consequentemente dim W = 2.




4 ; x + y − t = 0 e 7x + 5z − 4t = 0 , como

Podemos ver que U = (x, y, z,t) ∈ R
W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x − y = z e x − 3y + t = 0 , segue que (x, y, z,t) ∈ U ∩ W se, e


somente se,
 

 x − y − z = 0 
 x − y − z = 0
x − 3y + t = 0 − 2y + z + t = 0
 
∼ .

 x + y − t = 0 
 2z = 0
7x + 5z − 4t = 0 − 1/2 t = 0
 

Logo, x = y = z = t = 0 e U ∩W = 0R4 , BU∩W = 0/ é base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 0.




 base de U +W basta extrair um conjunto de geradores


Para encontrar uma L.I. de U +W
de BU ∪ BW = (1, 0, 1, −1), (0, 1, −1, 3), (1, 2, 1, 3), (3, 1, −1, 4) .

3.7 Base e Dimensão 129

Agora basta escalonar a matriz 4 × 4 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R4 :

1 0 1 −1 1 0 1 −1
0 1 −1 3 0 1 −1 3
∼ .
1 2 1 3 0 0 2 −2
3 1 −1 4 0 0 0 1

A matriz  acima à direita está na forma escalonada sem linhas nulas, logo,
BU+W = (1, 0, 1, −1), (0, 1, −1, 3), (0, 0, 2, −2), (0, 0, 0, 1) é base de U + W , e por-
tanto dim (U +W) = 4, consequentemente U +W = R4 , a soma é direta, pois como vimos
acima U ∩W = 0R4 .

(f) Como U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y − z + t = 0 , então (x, y, z,t) ∈ U se e somente se,





(x, y, z) = x, y, x + y + t, t = x · (1, 0, 1, 0) + y · (0, 1, 1, 0) + t · (0, 0, 1, 1).

Portanto, BU = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1) é base de U e dim U = 3.




Por outro lado, (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ z = −x − y, ou seja,

(x, y, z,t) = (x, y, −x − y, t) = x · (1, 0, −1, 0) + y · (0, 1, −1, 0) + t · (0, 0, 0, 1),

portanto BW = (1, 0, −1, 0), (0, 1, −1, 0), (0, 0, 0, 1) é base de W e dim W = 3.


Observemos que (x, y, z,t) ∈ U ∩W se, e somente se,


 
x + y − z + t = 0 x + y − z + t = 0
∼ .
x + y + z = 0 2z − t = 0

x = −y − z
Logo, , consequentemente (x, y, z,t) ∈ U ∩W se, e somente se,
t = 2z

(x, y, z,t) = (−y − z, y, z, 2z) = y · (−1, 1, 0, 0) + z · (−1, 0, 1, 2).

Portanto, BU∩W = (−1, 1, 0, 0), (−1, 0, 1, 2) é base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 2.




Para encontraruma base de U +W basta extrair um conjunto de geradores L.I. de U +W de


BU ∪ BW = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1), (1, 0, −1, 0), (0, 1, −1, 0), (0, 0, 0, 1) .
Agora basta escalonar a matriz 6 × 4 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R4 :

1 0 1 0 1 0 1 0
0 1 1 0 0 1 1 0
0 0 1 1 0 0 1 1
∼ .
1 0 −1 0 0 0 0 1
0 1 −1 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0

A matriz acima à direita está na forma escalonada com duas linhas nulas, logo,
BU+W = (1, 0, 1, 0), (0, 1, 1, 0), (0, 0, 1, 1), (0, 0, 0, 1) é base de U + W , e portanto
dim (U + W ) = 4, consequentemente
 U + W = R4 , esta soma não é direta, pois como
vimos acima U ∩W 6= 0R4 .
130 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(g) Do exercício 9 da seção 3.5 segue que:


(       )
0 1 0 0 0 1 0 0 0
BU = A11 ,  1 0 0 ,  0 0 0  , A22 ,  0 0 1  , A33 ,
0 0 0 1 0 0 0 1 0
 
com Ai j = ai j ∈ M3 (R) é a matriz tal que ai j = 1 e akl = 0 se k 6= i ou l 6= j, é base de U.
Portanto, dim U = 6.
(     )
1 0 0 0 0 0
BW =  0 0 0  , A12 , A13 , A21 ,  0 1 0  , A23 , A31 , A32
0 0 −1 0 0 −1
é base de W , e portanto, dim W = 8.

(           )
1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
BU∩W =  0 0 0 ,  1 0 0 ,  0 0 0 ,  0 1 0 ,  0 0 1 
0 0 −1 0 0 0 1 0 0 0 0 −1 0 1 0

é base de U ∩W , e portanto dim (U ∩W ) = 5.

BU+W = A11 , A12 , A13 , A21 , A22 , A23 , A31 , A32 , A33


 +W ,
é base de U e portanto dim (U +W ) = 9 e U +W = M3 (R), a soma não é direta pois
U ∩W 6= 0M3 (R) .

(h) Como W = [1 − t, t − t 2 ] e estes polinômios não são proporcionais, então são L.I., e
consequentemente: BW = 1 − t, t − t é base de W , portanto dim W = 2.
2

Por outro lado, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U se, e somente se, a0 = 2a2 , ou seja, se e somente
se,
p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = p(t) = 2a2 + a1t + a2t 2 = a1 · t + a2 · (2 + t 2 ).
Portanto, BU = t, 2 + t 2 é base de U, portanto dim U = 2.


2 ∈ P (R); a + a + a = 0 , como

Podemos ver que W = p(t) = a 0 + a 1 t + a2 t 2 0 1 2
U = p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ P2 (R); a0 − 2a2 = 0 , segue que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈


U ∩W se, e somente se,


 
a0 + a1 + a2 = 0 a0 = −2a2
=⇒ .
a0 − 2a2 = 0 a1 = a2

Logo, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U ∩W ⇐⇒ p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = (−2a2 ) + a2t + a2t 2 =
a2 · (−2 + t + t 2 ), portanto
BU∩W = − 2 + t + t 2 é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 1.

 base de U2 +W basta2 extrair um conjunto de geradores L.I. de U +W


Para encontrar uma
de BU ∪ BW = 1 − t, t − t , t, 2 + t .
Agora basta escalonar a matriz 4 × 3 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de P2 (R):

1 −1 0 1 −1 0
0 1 −1 0 1 −1
∼ .
0 1 0 0 0 0
2 0 1 0 0 0
3.7 Base e Dimensão 131

A matriz acima à direita está na forma escalonada com a última linha nula, logo,
BU+W = 1 − t, t − t , t é base de U + W , e portanto dim (U + W ) = 3, conse-
2 2

quentemente U +W = P2 (R).

A soma não é direta, pois como vimos acima U ∩W 6= 0P2 (R) .

(i) Como p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U se, e somente se, p(0) = p(1) = 0, consequente-
mente:

a0 = 0
=⇒ p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U
a0 + a1 + a2 + a3 = 0

⇐⇒ p(t) = a1t + a2t 2 + (−a1 − a2 )t 3 = a1 · (t − t 3 ) + a2 · (t 2 − t 3 ).


Portanto, BU = t − t 3 , t 2 − t 3 é base de U, portanto dim U = 2.


Por outro lado, p(t) = a0 +a1t +a2t 2 +a3t 3 ∈ W se, e somente se, p(−1) = 0, se e somente
se, a0 − a1 + a2 − a3 = 0 ⇐⇒ a3 = a0 − a1 + a2 .
Logo, p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ W se, e somente se,

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + (a0 − a1 + a2 )t 3 = a0 · (1 + t 3 ) + a1 · (t − t 3 ) + a2 · (t 2 + t 3 ).

Portanto, BW = 1 + t 3 , t − t 3 , t 2 + t 3 é base de W , portanto dim W = 3.




Um polinômio p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 ∈ U ∩W se, e somente se,



 a0 = 0
 a0 = 0


a1 ∈ R

a3 = −a1 − a2 =⇒
a = 0
a3 = a0 − a1 + a2  2
 

a3 = −a1

Logo, p(t) ∈ U ∩W ⇐⇒ p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 = a1 · (t − t 3 ), portanto BU∩W =


t − t 3 é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 1.


Para encontrar uma


 base de U +W basta extrair um conjunto de geradores L.I. de U +W
de BU ∪ BW = 1 + t , t − t , t + t , t − t .
3 3 2 3 2 3

Agora basta escalonar a matriz 4 × 4 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de P3 (R):

1 0 0 1 1 0 0 1
0 1 0 −1 0 1 0 −1
∼ .
0 0 1 1 0 0 1 1
0 0 1 −1 0 0 0 −2

A matriz acima à direita está na forma escalonada sem linhas nulas, logo,
BU+W = 1 + t 3 , t − t 3 , t 2 + t 3 , −2t 3 é base de U +W , e portanto dim (U +W ) = 4,
consequentemente U +W = P3 (R).

A soma não é direta, pois como vimos acima U ∩W 6= 0P3 (R) .

2 , como este polinômio não é o polinômio nulo é L.I., e consequente-


 
(j) Como U = 1 + t + t
mente: BU = 1 + t + t 2 é base de U, portanto dim U = 1.


2 ] e estes polinômios não são proporcionais, então são L.I., e conse-


E como W = [1, t − t
quentemente: BW = 1, t − t 2 é base de W , portanto dim W = 2.

132 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Observemos que p(t) ∈ U ∩W se, e somente se, existem escalares complexos α, β e γ tais
que:

p(t) = α · (1 + t + t 2 ) = β · 1 + γ · (t − t 2 ) ⇐⇒ α + α · t + α · t 2 = β + γ · t − γ · t 2
 
 α = β  α = 0
⇐⇒ α = γ =⇒ β = 0 .
α = −γ γ = 0
 

Logo, U ∩W = 0P2 (C) e BU∩W = 0/ é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 0.




Finalmente observemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ U + W se, e somente se, existem
escalares complexos α, β e γ tais que:

p(t) = a0 + a1t + a2t 2 = α · (1 + t + t 2 ) + β · 1 + γ · (t − t 2 )


| {z } | {z }
∈U ∈W
= (α + β ) + (α + γ) · t + (α − γ) · t 2
 
 α + β = a0  α = a1/2 + a2/2

⇐⇒ α + γ = a1 =⇒ β = a0 − a1/2 − a2/2 ,
α − γ = a2 γ = a1/2 − a2/2
 

quaisquer que sejam a0 , a1 e a2 .


Portanto, U ⊕W = P2 (C), é soma direta pois U ∩W = 0P2 (C) , e dimC (U +W ) = 3,


podemos tomar, por exemplo, a base canônica de P2 (C), BU+W = 1, t, t 2 .




como nos itens acima que BU = 1 +t, t 2 é base de U, portanto dim U = 2



(k) Podemos ver 
e que BW = 1, t é base de W , portanto dim W = 2.
Observemos que p(t) ∈ U ∩W se, e somente se, a0 = a1 e a2 =, ou seja, se e somente se,
p(t) = a0 + a0t = a0 · (1 + t).
Portanto, BU∩W = 1 + t é base de U ∩W , portanto dim (U ∩W ) = 1.


Finalmente, pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços sabemos que:

dim (U +W ) = dim U + dim W − dim (U ∩W )) = 2 + 2 − 1 = 3,

portanto U +W , subespaço de P2 (C) como espaço vetorial complexo, é o próprio P 2 (C),


ou seja, U +W = P2 (C), esta soma não é direta pois vimos que U ∩W 6= 0P2 (C) .


Podemos tomar, por exemplo, a base canônica de P2 (C) BU+W = 1, t, t 2 .




   
0 1 1 1
(l) Como U = , e estas matrizes não são proporcionais, então são
0 −1  1 0  
0 1 1 1
L.I., e portanto, BU = , é base de U, portanto dim U = 2.
0 −1 1 0
   
1 0 0 1
Da mesma maneira, como W = , e estas matrizes não são proporci-
   0 0  1 0
1 0 0 1
onais, então, BW = , é base de W , consequentemente dim W = 2.
0 0 1 0
   
a11 a12
Podemos ver que U = ; a = a21 e a22 = a11 − a12 e que
   a21 a22  11  
a11 a12 a11 a12
W = ; a12 = a21 e a22 = 0 , logo A = ∈ U ∩ W se, e
a21 a22 a21 a22
3.7 Base e Dimensão 133

somente se, 
a11 = a21 
 a11 = a21


a22 = a11 − a12

=⇒ a12 = a21 .
a12 = a21
a22 = 0

 
a22 = 0

       
a11 a12 a11 a12 a21 a21 1 1
Logo, A = ∈ U ∩W ⇐⇒ A = = = a21 · ,
a21 a
22  a21 a22 a21 0 1 0
1 1
portanto BU∩W = é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 1.
1 0
Para encontrar uma  U+W basta
 base de  extrair um
 conjunto
 de geradores L.I. de U +W

1 0 0 1 0 1 1 1
de BU ∪ BW = , , , .
0 0 1 0 0 −1 1 0
Agora basta escalonar a matriz 4 × 4 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de M2 (R):

1 0 0 0 1 0 0 0
0 1 1 0 0 1 1 0
∼ .
0 1 0 −1 0 0 −1 −1
1 1 1 0 0 0 0 0

A matriz acima à direita


 está na forma escalonada
 com a última linha nula, logo,
1 0 0 1 0 0
BU+W = , , é base de U + W e dim (U + W ) = 3,
0 0 1 0 −1 −1 
esta soma não é direta, pois como vimos acima U ∩W 6= 0M2 (R) .
     
1 0 0 1 0 0
(m) Analogamente ao item anterior podemos ver que BU = , ,
0 0 1 0 0 1
é base de U, portanto dim U = 3.
     
1 0 0 1 0 0
Da mesma maneira, podemos ver que BW = , , é base
0 −1 0 0 1 0
de W , consequentemente dim W = 3.
 
a11 a12
Uma matriz A = ∈ U ∩W se, e somente se, a21 = a12 e a22 = −a11 , ou seja,
  a21 a22
a11 a12
A= ∈ U ∩W se, e somente se,
a21 a22
       
a11 a12 a11 a12 1 0 0 1
A= = = a11 · + a12 · .
a21 a22 a12 −a11 0 −1 1 0
   
1 0 0 1
Portanto, BU∩W = , é uma base de U ∩W e dim (U ∩W ) = 2.
0 −1 1 0
Finalmente, pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços sabemos que:

dim (U +W ) = dim U + dim W − dim (U ∩W )) = 3 + 3 − 2 = 4,



portanto U +W = M2 (R), esta soma não é direta pois vimos que U ∩W 6= 0M2 (R) .
Podemos tomar, por exemplo, a base canônica de M2 (R) como base de U +W :
       
1 0 0 0 0 0 0 0
BU+W = , , , .
0 0 0 1 1 0 0 1
134 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

3. Considere, em cada um dos casos, o espaço vetorial V e o subconjunto S de V . Determine uma


base de V obtida pelo completamento de S.
(a) S = (1, 0, −2, 2), (1, 2, −2, 1) em V = R4 .


(b) S = (1, −2, 5, 3), (2, 3, 1, −4), (3, 8, −3, −5) em V = R4 .




(c) S = 1 + 4t − 2t 2 + t 3 , −1 + 9t − 3t 2 + 2t 3 , −5 + 6t + t 3 , 5 + 7t − 5t 2 + 2t 3 em V =


P3 (R).
(d) S = 1 + t + t 2 + 3t 3 + 2t 4 , 1 + 2t + t 2 + 2t 3 + t 4 , 1 + 3t + 2t 2 + t 3 + 2t 4 em V = P4 (R).


(e) S = (1, 0, −2), (1, 2, 1) em V = C3 sobre C.




(f) S = (1, 0, −2), (1, 2, 1), (0, 0, i) em V = C3 sobre R.




(g) S é uma base de U = A ∈ M2 (R); A é simétrica em V = M2 (R).
       
 1 1 1 −1 −1 −3 
(h) S =  −1 3  ,  2 4  ,  4 −2  em V = M3×2 (R)
3 2 3 2 −3 −2
 

Solução:
(a) Para obter tal base primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos
vetores de S em relação à base canônica de R4 :

1 0 −2 2 1 0 −2 2
∼ .
1 2 −2 1 0 2 0 −1

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e não tem linhas nulas, incluímos
linhas nela de maneira a obter uma matriz 4 × 4 na forma escalonada e sem linhas nulas,
por exemplo:  
1 0 −2 2
 0 2
 0 −1  .
 0 0 2 1 
0 0 0 2
Consequentemente,

B = (1, 0, −2, 2), (0, 2, 0, −1), (0, 0, 2, 1), (0, 0, 0, 2)




é uma base de R4 pelo completamento do subconjunto S.

(b) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de R4 :
1 −2 5 3 1 −2 5 3
2 3 1 −4 ∼ 0 7 −9 −10 .
3 8 −3 −5 0 0 0 6

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e não tem linhas nulas, incluímos
linhas nela de maneira a obter para obter uma matriz 4 × 4 na forma escalonada e sem
linhas nulas, por exemplo:  
1 −2 5 3
 0
 7 −9 −10  .
 0 0 1 0 
0 0 0 6
3.7 Base e Dimensão 135

Consequentemente,

B = (1, −2, 5, 3), (0, 7, −9, −10), (0, 0, 1, 0), (0, 0, 0, 6)




é uma base de R4 pelo completamento do subconjunto S.

(c) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de P3 (R):

1 4 −2 1 1 4 −2 1
−1 9 −3 2 0 13 −5 3
∼ .
−5 6 0 1 0 0 0 0
5 7 −5 2 0 0 0 0

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e tem duas linhas nulas, para obter
a base procurada excluímos as linhas nulas e incluímos duas linhas de maneira a obter uma
matriz 4 × 4 escalonada e sem linhas nulas, por exemplo:
 
1 4 −2 1
 0 13 −5 3 
 .
 0 0 −1 1 
0 0 0 −1

Consequentemente,

B = 1 + 4t − 2t 2 + t 3 , 13t − 5t 2 + 3t 3 , −t 2 + t 3 , −t 3


é uma base de P3 (R) pelo completamento do subconjunto S.

(d) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de P4 (R):

1 1 1 3 2 1 1 1 3 2
1 2 1 2 1 ∼ 0 1 0 −1 −1 .
1 3 2 1 2 0 0 1 0 2

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e não tem linhas nulas, incluímos
nela duas linhas de maneira a obter uma matriz 5 × 5 escalonada e sem linhas nulas, por
exemplo:
 
1 1 1 3 2
 0 1 0 −1 −1 
 
 0 0 1 0 2 .
 
 0 0 0 3 −1 
0 0 0 0 1
Consequentemente,

B = 1 + t + t 2 + 3t 3 + 2t 4 , t − t 3 − t 4 , t 2 + 2t 4 , 3t 3 − t 4 , t 4


é uma base de P4 (R) pelo completamento do subconjunto S.


136 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(e) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de R3 :
1 0 −2 1 0 −2
∼ .
1 2 1 0 2 3
Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e não tem linhas nulas, incluímos
linhas nela de maneira a obter para obter uma matriz 3 × 3 na forma escalonada e sem
linhas nulas, por exemplo:  
1 0 −2
 0 2 3 .
0 0 3
Consequentemente,
B = (1, 0, −2), (0, 2, 3), (0, 0, 3)


é uma base de C3 , sobre C, pelo completamento do subconjunto S.

(f) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de C3 :
1 0 −2 0 0 0 1 0 −2 0 0 0
1 2 1 0 0 0 ∼ 0 2 3 0 0 0 .
0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e não tem linhas nulas, incluímos
linhas nela de maneira a obter para obter uma matriz 6 × 6 na forma escalonada e sem
linhas nulas, por exemplo:
 
1 0 −2 0 0 0
 0 2 3 0 0 0 
 
 0 0
 2 −1 0 1 
.
 0 0 0 1 0 0 
 
 0 0 0 0 −1 1 
0 0 0 0 0 2

Consequentemente,

B = (1, 0, −2), (0, 2, 3), (−i, 0, 2 + i), (i, 0, 0), (0, 0, 2i)


é uma base de C3 , sobre R, pelo completamento do subconjunto S.


       
1 0 0 1 0 0
(g) Tomando S = , , , a matriz cujas linhas são as coorde-
0 0 1 0 0 1
1 0 0 0
nadas dos vetores de S em relação à base canônica de M2 (R): 0 1 1 0 que está na
0 0 0 1
forma escalonada sem linhas nulas.
Para obter a base procurada incluímos uma linha nela de maneira a obter uma matriz 4 × 4
escalonada e sem linhas nulas, por exemplo:
 
1 0 0 0
 0 1 1 0 
 0 0 1 1 .
 

0 0 0 1
3.7 Base e Dimensão 137

Consequentemente,
         
1 0 0 1 0 0 0 0
B= , , ,
0 0 1 0 1 1 0 1

é uma base de M2 (R) pelo completamento do subconjunto S.

(h) Primeiro escalonamos a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação
à base canônica de M3×2 (R):

1 1 −1 3 3 2 1 1 −1 3 3 2
1 −1 2 4 3 2 ∼ 0 −2 3 1 0 0 .
−1 −3 4 −2 −3 −2 0 0 0 0 0 0

Como a matriz à direita acima está na forma escalonada e tem uma linha nula, para obter a
base procurada excluímos a linha nula e incluímos linhas de maneira a obter uma matriz
6 × 6 escalonada e sem linhas nulas, por exemplo:
 
1 1 −1 3 3 2
 0 −2 3 1 0 0 
 
 0
 0 1 −1 1 −1 
.
 0
 0 0 1 −1 1 
 0 0 0 0 1 −1 
0 0 0 0 0 1

Consequentemente,
             
 1 1 0 −2 0 0 0 0 0 0 0 0 
B=  −1 3  ,  3 1  ,  1 −1  ,  0 1  ,  0 0 ,  0 0 
3 2 0 0 1 −1 −1 1 1 −1 0 1
 

é uma base de M3×2 (R) pelo completamento do subconjunto S.

4. Sejam S = {u, v, w, r, s, t} um subconjunto L.I. de um espaço vetorial V e R um subconjunto


de S tal que R tem 3 elementos. Determine:
 
(a) dim [S], (b) dim [R], (c) dim [S] ∩ [R] , (d) dim [S] + [R] .
Solução:
(a) dim [S] = 6, pois os vetores de S são L. I.
(b) dim [R] = 3, pois todo subconjunto de um conjunto L. I. também é L.I.
 R⊂S
(c) dim [S] ∩ [R] = dim [R] = 3.
 R⊂S
(d) dim [S] + [R] = dim [S] = 6.

5. Sejam U e W subespaços vetoriais de um espaço vetorial V , tais que dim U = 4, dim W = 5 e


dim V = 7. Determine quais as possíveis dimensões para U ∩W .
Solução:
Sabemos do teorema da soma e da intersecção de subespaços que dim (U + W ) = dim U +
dim W − dim (U ∩W ), como dim U = 4, dim W = 5, então dim (U ∩W ) = dim U + dim W −
dim (U +W ) = 9 − dim (U +W ).
138 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Como U e W são subespaços de U +W e U +W é subespaço V , então

| {zW} ≤ dim (U +W ) ≤ dim


dim | {z V} .
=5 =7

Logo, se dim (U +W ) = 5, então dim (U ∩W ) = 4; se dim (U +W ) = 6, então dim (U ∩W ) = 3


e se dim (U +W ) = 7, então dim (U ∩W ) = 2.

6. Dado o subespaço U = (x, y, z) ∈ R3 ; x + 3y + 2z = 0 , encontre um subespaço W de R3 tal




que U ⊕W = R3 .
Solução:
Como BU = (−3, 1, 0), (−2, 0, 1) é uma base de U, então dim U = 2 para encontrar um


subespaço W basta completar BU a uma base R3 e tomar W o espaço gerado pelo vetor incluído.
B R3

Tomando = (−3, 1, 0), (−2, 0, 1), (0, 0, 1) uma base e
3 3
  
W = (0, 0, 1) = (x, y, z) ∈ R ; x = 0 e y = 0 temos U ⊕W = R .

7. Seja U o subespaço de R4 gerado por u1 = (1, −1, 0, 0), u2 = (0, 0, 1, 1), u3 = (−2, 2, 1, 1) e
u4 = (1, 0, 0, 0).
(a) Verifique se o subconjunto S = {u1 , u2 , u3 , u4 } é L. I. ou L.D.
(b) Existe um subconjunto próprio de {u1 , u2 , u3 , u4 } formado por vetores L.I.’s e que ainda
gera U?
(c) O vetor v = (2, −3, 2, 2) ∈ U?
(d) Para o subespaço W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; y = z = 0 de R4 , determine o subespaço U ∩W .


(e) Determine dim U e responda justificadamente: o subespaço U coincide com R4 ?


(f) É possível exibir um vetor u ∈ R4 , tal que u seja L.I. com uma base de U?
Solução:
(a) Vamos escalonar a matriz cujas linhas são as coordenadas dos vetores de S em relação à
base canônica de R4 :
1 −1 0 0 1 −1 0 0
0 0 1 1 0 1 0 0
∼ .
−2 2 1 1 0 0 1 1
1 0 0 0 0 0 0 0
Como a matriz escalonada acima tem uma linha nula segue que S é um subconjunto L.D.
de R4 .

BU = (1, 1, 0, 0), (1, 0, 0, 0), (0, 0, 1, 1) é um



(b) Pelo desenvolvimento acima tomando
subconjunto L.I. de S tal que U = BU , portanto BU é uma base de U.


(c) Observemos que (x, y, z,t) ∈ U se, e somente se, existem escalares reais a, b e c tais que:

(x, y, z,t) = a · (1, 1, 0, 0) + b · (1, 0, 0, 0) + c · (0, 0, 1, 1) = (a + b, a, c, c) =⇒ z = t.

Logo, U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; z = t , e portanto o vetor v = (2, −3, 2, 2) ∈ U.




 y = 0
(d) Observemos que (x, y, z,t) ∈ U ∩W ⇐⇒ z = 0 .
t = z

4

Logo, U ∩W = (x, y, z,t) ∈ R ; y = 0, z = 0 e t = 0 .
3.7 Base e Dimensão 139

(e) Pelo desenvolvimento acima dim U = 3, e portanto, U 6= R4 , pois dim R4 = 4.


(f) Tomando u = (0, 0, 0, 1), então a forma escalonada da matriz cujas linhas são as coordena-
1 −1 0 0
0 1 0 0
das dos vetores de BU ∪ {u} em relação à base canônica de R4 é dada por: .
0 0 1 1
0 0 0 1
Portanto, BU ∪ {u} = (1, 1, 0, 0), (1, 0, 0, 0), (0, 0, 1, 1), (0, 0, 0, 1) é subconjunto L.I.


de R4 , e portanto uma base de R4 .


   
1 2 3 6
8. Sejam A = eB= em M2 (R).
0 1 0 3
 
4 8
(a) Verifique se C = é combinação linear de A e B.
0 6
(b) Verifique se o subconjunto {A, B, C} é L. I. ou L.D.
 
(c) Determine o subespaço U = A, B e dim U.
 
(d) Determine o subespaço W = A, B, C e dim W .
Solução:
(a) Observemos que B = 3 · A, logo uma combinação linear de A e B é uma matriz da forma
a · A + b · B = a · A + b · (3A) = (a + 3b) · A, com a e b escalares reais.
Logo, como a matriz C não é múltipla de A, segue que V não é combinação linear de A e B.
(b) O subconjunto {A, B, C} é L.D., pois B = 3 · A.
 
a11 a12
(c) Uma matriz ∈ U se, e somente se, existe um escalar real a tal que
a21 a22

       a12 = 2a11
a11 a12 1 2 a 2a
= a·A = a· = ⇐⇒ a21 = 0 .
a21 a22 0 1 0 a
a22 = a11

  
a11 a12
Logo, U = ∈ M2 (R); a12 = 2a11 , a21 = 0 e a22 = a11 e dim U = 1,
a21 a22
pois é um subespaço gerado por uma matriz não nula.
 
a11 a12
(d) Uma matriz ∈ W se, e somente se, existem escalares reais a e b tais que
a21 a22
       
a11 a12 1 2 4 8 a + 4b 2a + 8b
= a · A + b ·C = a · +b· =
a21 a22 0 1 0 6 0 a + 6b


 a + 4b = a11 
2a + 8b = a12 a12 = 2a11

⇐⇒ =⇒ .

 a 21 = 0 a21 = 0
a + 6b = a22

  
a11 a12
Logo, W = ∈ M2 (R); a12 = 2a11 e a21 = 0 e dim W = 2, pois é gerado
a21 a22
por duas matrizes linearmente independentes.
140 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

9. Sejam U = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + z = y e t = 0 e W = e1 , 3e3 + e4 subespaços de R4 .


  

(a) Determine uma base e a dimensão para U ∩W , U +W .


(b) Verifique se R4 = U ⊕W .
Solução:

y = 0
(a) (b) Observemos que (x, y, z,t) ∈ W ⇐⇒ a · e1 + b · (3e3 + e4 ) = (a, 0, 3b, b) =⇒ ,
t = 3z
logo W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; y = 0 e t = 3z .

 

 x+z = y 
 x = 0
t = 0 y = 0
 
Portanto, (x, y, z,t) ∈ U ∩W ⇐⇒ =⇒ .

 y = 0 
 z = 0
t = 3z t = 0
 

Consequentemente, U ∩W = 0R4 .
Como dim U = 2 e dim W = 2, pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços
segue que:
dim (U + W ) = 2 + 2 − 0 = 4, ou seja, U + W é um subespaço de R4de dimensão 4,
portanto U ⊕W = R4 e a soma é direta, pois vimos acima que U ∩W = 0R4 .

   
10. Sejam U = (1, 1, 0, −1), (1, 2, 3, 0), (2, 3, 3, −1) e W = (1, 2, 2, −2), (2, 3, 2, −3), (1, 3, 4, −3)
subespaços de R4 , determine uma base e a dimensão de U +W e a dimensão de U ∩W em R4 .
Solução:

 uma base de U + W basta extrair um conjunto de geradores L.I. de U + W de


Para encontrar
BU ∪ BW = (1, 1, 0, −1), (1, 2, 3, 0), (2, 3, 3, −1), (1, 2, 2, −2), (2, 3, 2, −3), (1, 3, 4, −3) ,

para isso basta escalonar a matriz 6 × 4 cujos elementos são os coeficientes dos respectivos
vetores de BU ∪ BW em relação à base canônica de R4 :

1 1 0 −1 1 0 1 0
1 2 3 0 0 1 3 1
2 2 3 −1 0 0 −1 −2
∼ .
1 2 2 −2 0 0 0 0
2 3 2 −3 0 0 0 0
1 3 4 −3 0 0 0 0

A matriz acima à direita está na forma escalonada com três linhas nulas, logo,
BU+W = (1, 1, 0, −1), (0, 1, 3, 1), (0, 0, −1, −2) é base de U +W , e portanto dim (U +W ) =

3.
   
Podemos ver também que U = (1, 1, 0, −1), (0, 1, 3, 1) e W = (1, 2, 2, −2), (0, 1, 2, −1) ,
portanto dim U = 2 e dim W = 2, logo pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços
segue que dim (U ∩W ) = dim U + dim W − dim (U +W ) = 2 + 2 − 3 = 1.

11. Encontre uma base e a dimensão de W subespaço de F (R) gerado pelas funções f (x) = 1,
função constante igual a 1, g(x) = sen x e h(x) = cos x.
Solução:

O conjunto 1, sen x, cos x é base de W , pois cada uma das funções f (x) ≡ 1, g(x) = sen x
e h(x) = cos x não é combinação linear, por números reais, das demais funções.
E, portanto, dim W = 3.
3.7 Base e Dimensão 141

12. Sejam U e W subespaços de V , espaço vetorial sobre K, com dim V = 5. Se dim U = 1,


dim W = 4 e U 6⊂ W , mostre que U ⊕W = V .
Solução:

 u ∈ U e u não é vetor nulo, temos U = [u], como U = [u] 6⊂ W ,


Já que dim U = 1, então para todo
então u ∈
/ W , daí que U ∩W = 0V e dim (U ∩W ) = 0.
Pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços segue que

dim (U +W ) = dim U + dim W − dim (U ∩W ) = 1 + 4 − 0 = 5,

como U +W é subespaço de V e dimV = 5, segue que U ⊕W = V .

13. Dê exemplos de dois subespaços U e W de R4 , ambos de dimensão 3, tais que U + W = R4 .


Esta soma é direta?
Solução:
4; x + y − z + t = 0

No exercício 2 (f) desta seção vimos que os subespaços U = (x, y, z,t) ∈ R
e W = (x, y, z,t) ∈ R4 ; x + y + z = 0 de R4 são tais que dim U = 3, dim W = 3 e U +W = R4 .


Quaisquer que sejam os subespaços U e W de R4 com dim U = 3, dim W = 3, dim (U ∩W ) = 2


e U +W = R4 , pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços, teremos

dim (U ∩W ) = dim U + dim W − dim (U +W ) = 3 + 3 − 4 = 2

e portanto U ∩W 6= 0R4 , consequentemente a soma U +W = R4 não é direta.




14. Sejam U = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 ; z1 + z3 = 0 e W = (z1 , z2 , z3 ) ∈ C3 ; z1 + z2 = 0 e z3 = 0


 

subespaços de C3 .
(a) Determine uma base para U, W , U ∩W , U +W como espaço vetorial sobre C.
(b) Determine uma base para U, W , U ∩W , U +W como espaço vetorial sobre R.
(c) Verifique se a soma U +W é direta em ambos os casos.
Solução:
(a) Como (z 1 , z2 , z3 ) ∈ U ⇐⇒ (z
1 , z2 , z3 ) = (z1 , z2 , −z1 ) = z1 · (1, 0, −1) + z2 · (0, 1, 0), então
BU = (1, 0, −1), (0, 1, 0) é uma base de U e dimC U = 2, considerando C espaço 3

vetorial sobre C.

 lado, (z
Por outro 1 , z2 , z3 ) ∈ W ⇐⇒ (z1 , z2 , z3 ) = (z1 , −z1 , 0) = z1 · 3(1, −1, 0), então
BW = (1, −1, 0) é uma base de W e dimC W = 1, considerando C espaço vetorial
sobre C.
 
 z3 = −z1  z1 = 0
Como (z1 , z2 , z3 ) ∈ U ∩ W ⇐⇒ z2 = −z1 =⇒ z2 = 0 , segue que
z3 = 0 z3 = 0
 
U ∩W = 0C3 e BU∩W = 0/ e dimC (U ∩W ) = 0.


Finalmente, pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços temos:

dimC (U +W ) = dim U + dim W − dim (U ∩W ) = 2 + 1 − 0 = 3 = dimC C3 ,

segue que U +W = C3 .
Assim, podemos tomar a base canônica de C3 a base de U + W , ou seja,
BU+W = (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1) .

142 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

(b) Pelo desenvolvimento do item(a), considerando C3 espaço vetorial sobre R, segue que:
BU0 = (1, 0, −1), (0, 1, 0), (i, 0, −i), (0, i, 0) é uma base de U e dimR U = 4.


BW0 = (1, −1, 0), (i, −i, 0) é uma base de W e dim W = 2.



R

BU∩W
0 = 0/ e dim (U ∩W ) = 0.
Da mesma forma, pelo teorema da soma e da intersecção de subespaços,

dim (U +W ) = dim U + dim W − dim (U ∩W ) = 4 + 2 − 0 = 6 = dimR C3 ,

segue que U +W = C3 .
Tomando a base canônica de C3 sobre R:
0
BU+W

= (1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1), (i, 0, 0), (0, i, 0), (0, 0, i) .

(c) Como U ∩W = 0C3 segue que ambos os casos a soma U +W = C3 é direta.




15. Determine os possíveis valores para a ∈ R tal que B = (a, 1, 0), (1, a, 1), (0, 1, a) seja uma


base de R3 .
Solução:
Como o conjunto B tem três elementos, logo B é base de R3 se, somente se, B é L.I. e isto é
equivalente a dizer que:


 a 6= 0
a 1 0 

 e √
6= 0 ⇐⇒ a3 − 2a 6= 0 ⇐⇒ a · (a2 − 2) 6= 0 ⇐⇒

1 a 1
a 6 = 2 .
0 1 a 
e √



a 6= − 2

√ √
Logo, B é base de R3 se, e somente se, a 6= 0, a 6= 2 e a 6= − 2.

16. Verifique se B = (1 − i, i), (2, −1 + i) é uma base de C2 , sobre R e sobre C.




Solução:
Vimos no exercício 1 item (i) da seção 3.6 que B = (1 − i, i), (2, −1 + i) é um conjunto L.I


de C2 , sobre R, no entanto não é base pois contém 2 elementos e dimR C2 = 4.


Já item (j) do mesmo exercício vimos que B = (1 − i, i), (2, −1 + i) é um subconjunto L.D.


de C2 como espaço vetorial complexo, e portanto não é base.

17. Seja V um espaço vetorial de dimensão de finita sobre um corpo K e sejam U e W subespaços
vetoriais de V , então U ∪W é subespaço de V se, e somente se,
(a) ( ) U ∪W = U ∩W .
(b) ( ) U ∪W = U +W .
(c) ( ) dim U + dim W = dim V.
(d) ( ) U ∪W = V .
(e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 143

Solução:
Vimos no exercício 5 da seção 3.3 que U ∪W é subespaço de V se, e somente se, ou U ⊂ W ou
W ⊂ U.
Portanto, o item correto é o item (e).

18. Seja V um espaço vetorial de dimensão de finita sobre um corpo K e sejam U e W subespaços
vetoriais de V tais que U ⊕W = V , então:
(a) ( ) BU∩W = 0/ e U +W = V .
(b) ( ) U ∩W = 0/ e U +W = V .
(c) ( ) dim (U +W ) = dim V.
(d) ( ) U ∩W = 0/ e dim U + dim W = dim V.
(e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
Solução:

Das informações do exercício temos U ⊕W = V , logo U +W = V e U ∩W = 0V , e portanto
BU∩W = 0./
Portanto, o item correto é o item (a).

19. Seja V um espaço vetorial de dimensão de finita sobre um corpo K e sejam U e W subespaços
vetoriais de V tais que dim U = 2 e dim W = 3, então:
(a) ( ) dim(U ∪W ) = 5.
(b) ( ) 0 ≤ dim(U ∪W ) ≤ 2.
(c) ( ) U ⊂ W.
(d) ( ) 5 ≤ dim(U +W ) ≤ dim V.
(e) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
Solução:
Das informações do exercício temos dim U = 2 e dim W = 3.
Como U e W são subespaços de U + W , então dim (U + W ) ≥ dim U = 2 e dim (U + W ) ≥
dim W = 3, e como U +W é subespaço V segue também dim (U +W ) ≤ dim V.
Logo, só podemos afirmar que:

| {zW} ≤ dim (U +W ) ≤ dim V.


dim
=3

Assim, o item correto é o item (e).

3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base


1. Em cada um dos casos, encontre as coordenadas do vetor dado em relação à base B de V .
(a) u = (3, −2, 7), B = (1, 1, 1), (1, 0, 1), (1, 0, −1) base de R3 .


(b) p(t) = 5 + 4t + t 2 , B = 1, 1 + t, 1 − t 2 base de P2 (R).



           
4 6 1 1 1 1 1 0 0 1
(c) A = , B= , , , base de M2 (R).
5 6 1 0 0 1 1 1 1 1
144 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Solução:
(a) a·(1, 1, 1)+b·(1, 0, 1)+c·(1, 0, −1) = (3, −2, 7) ⇐⇒ (a+b+c, a+b, a−c) = (3, −2, 7)
 
 a + b + c = 3  a = −2
⇐⇒ a = −2 =⇒ b = 7 .
a + b − c = 7 c = −2
 

 
  −2
Portanto, u B =  7  .
−2

(b) a · 1 + b · (1 + t) + c · (1 − t 2 ) = 5 + 4t + t 2 ⇐⇒ (a + b + c) + b t − c t 2 = 5 + 4t + t 2
 
 a + b + c = 5  a = 2
⇐⇒ b = 4 =⇒ b = 4 .
− c = 1 c = −1
 

 
  2
Portanto, p(t) B =  4 .
−1
         
1 1 1 1 1 0 0 1 4 6
(c) a · +b· +c· +c· =
1 0 0 1 1 1 1 1 5 6

    
 a + b + c = 4
a+b+c a+b+d 4 6 a + b + d = 6

⇐⇒ = ⇐⇒
a+c+d b+c+d 5 6 
 a + c + d = 5
b + c + d = 5

 

 a + b + c = 4 
 a = 1
− b + d = 1 b = 2
 
∼ =⇒ .

 − c + d = 2 
 c = 1
3d = 9 d = 3
 

 
1
   2 
Portanto, A B = 
 1 .

2. Em cada um dos casos, encontre as coordenadas de v1 e v2 em relação à base B.


(a) v1 = (3, 2, 3), v2 = (0, −2, 0), B = (1, 1, 1), (0, 1, 0) base de um subespaço de R3 .


(b) v1 = −2t 2 , v2 = −1 + 2t + 3t 2 , B = t + t 2 , t + 1 base de um subespaço de P2 (R).



           
−1 0 1 −3 1 1 0 −1 1 −1
(c) v1 = , v2 = , B= , , base
−2 0 2 0 1 0 1 0 0 0
de um subespaço de M2 (R).
3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 145

Solução:
 
  3
(a) v1 = (3, 2, 3) = 3 · (1, 1, 1) + (−1) · (0, 1, 0), logo v1 B = .
−1
 
  0
v2 = (0, −2, 0) = 0 · (1, 1, 1) + (−2) · (0, 1, 0), logo v2 B = .
−2
2 como combinação linear do vetor de B = t +t 2 , t + 1 ,

(b) Não é possível escrever
  v1 = −2t
portanto não existe v1 B .
 
3
= −1 + 2t + 3t 2 = 3 · (t + t 2 ) + (−1) · (t + 1),
 
v2 logo v2 B = .
−1
 
     −1
−1 0 1 1 0 −1  
(c) v1 = = (−1) · + (−1) · , logo v1 B =  −1  .
−2 0 1 0 1 0
0
 
      0
1 −3 0 −1 1 −1  
v2 = = 2· + , logo v2 B =  2  .
2 0 1 0 0 0
1

3. Seja B 0 = (1, 0, 2), (0, 1, −1), (1, 0, 1) base de R3 . Determine:




(a) A matriz mudança da base B 0 para a base canônica B.

(b) As coordenadas do vetor u = (1, 1, 1) em relação à base B 0 .

Solução:

(a) A base canônica de R3 é B = {e1 , e2 , e3 }, logo: (1, 0, 2) = 1 · e1 + 0 · e2 + 2 · e3 ,


(0, 1, −1) = 0 · e1 + 1 · e2 + (−1) · e3 e (1, 0, 1) = 1 · e1 + 0 · e2 + 1 · e3. 
1 0 1
Portanto, a matriz mudança da base B 0 para a base canônica B é MB B0 =  0 1 0 .
2 −1 1
 
  1
(b) Como u = (1, 1, 1) = 1 · (1, 0, 2) + 1 · (0, 1, −1), então u B0 = 1  .

0

   
4. Em M2 (R) consideremos os subespaços um U = E11 + E22 , 3E12 e W = 2E11 − E21 , deter-
mine:

(a) Uma base ordenada B 0 para M2 (R) a partir de uma base do subespaço U +W .

(b) A matriz mudança de base de B, da base canônica de M2 (R), para B 0 , encontrada no item
(a).
 
1 3
(c) As coordenadas do vetor A = E11 + 3E12 − E21 + 4E22 = ∈ M2 (R) em relação
−1 4
à base B 0 utilizando a matriz do item (b).
146 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Solução:
(a) Observemos que

 CL 
U +W = E11 + E22 , 3E12 + 2E11 − E21 =4 E11 + E22 , 3E12 , 2E11 − E21 .
   


Como os coeficientes das matrizes de E11 + E22 , 3E12 , 2E11 − E21 em relação à base
canônica de M2 (R) são dadas por:

1 0 0 1 1 0 0 1
0 3 0 0 ∼ 0 3 0 0 ,
2 0 −1 0 0 0 −1 −2

segue que E11 + E22 , 3E12 , 2E11 − E21 é L.I.
BU+W = E11 + E22 , 3E12 , 2E

Portanto, 11 − E21 é uma base de U + W e
B = E11 + E22 , 3E12 , −E21 − 2E22 , E22 é uma base de M2 (R) obtida pelo com-
0


pletamento de BU+W .
(b) Como B = E11 , E12 , E21 , E22 é a base canônica de M2 (R) e:


E11 + E22 = 1 · E11 + 0 · E12 + 0 · E21 + 1 · E22

3E12 = 0 · E11 + 3 · E12 + 0 · E21 + 0 · E22


,
−E21 − 2E22 = 0 · E11 + 0 · E12 + (−1) · E21 + (−2) · E22

E22 = 0 · E11 + 0 · E12 + 0 · E21 + 1 · E22


 
1 0 0 0
B 0  0 3 0 0 
então MB = .
 0 0 −1 0 
1 0 −2 1

Como a matriz mudança de base de B para B 0 B


 é a inversa de MB0 matriz mudança de
1 0 0 0
B = M B −1 = 
0 0 /31 0 0 
base de B 0 para B, então MB
 
0 B  0 0 −1 0  é a matriz mudança

−1 0 −2 1
de base de B para B 0 .
 
1
B · [A] , como [A] = 
 3 
(c) Sabemos que [A]B0 = MB 0 B B  −1 , então

4
     
1 0 0 0 1 1
1/3
 0 0 0 
B
  3   1 
0 · [A]B =
[A]B0 = MB ·  =  .
 0 0 −1 0   −1   1 
−1 0 −2 1 4 5
3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 147

5. Em R4 considere as bases B 0 = e1 + 2e2 , −e4 , e1 , 2e3 e B a base canônica, determine:




B , a matriz mudança de base de B 0 para a base B.


(a) MB
0

(b) As coordenadas do vetor u = 3e1 + e2 − 4e4 em relação à base B utilizando a matriz do


item (a).
Solução:
(a) Como B 0 = e1 + 2e2 , −e4, e1 , 2e3 , segueque a matriz mudança de base de B 0 para a


1 0 1 0
B0 =  2
base B é dada por: MB
0 0 0 

.
 0 0 0 2 
0 −1 0 0
B · [u] 0 , como
(b) Sabemos que [u]B = MB
0
B

 
1/2
 4 
u = 3e1 + e2 − 4e4 = 1/2 · (e1 + 2e2 ) + 4 · (−e4 ) + 5/2 · e1 =⇒ [u]B0 = 
 5/2  .

Consequentemente,
     
1 0 1 0 1/2 3
 2 0 0 0 
· 4
B 0    1 
[u]B = MB · [u]B0 = =
  0 .

 0 0 0 2   5/2
0 −1 0 0 0 −4

6. Em P2 (R) considere as bases B a base canônica e B 0 = 1, 1 + t, 1 − t 2 , para




p(t) = 2 + 4t + t 2 determine
   
p(t) B e p(t) B0
B e M B , matrizes mudança de base, de B para B 0 e de B 0 para B, respectiva-
utilizando MB
0
0 B
mente.
Solução:
Como B 0 = 1, 1 + t, 1 − t 2 , então


   
1 1 1 1 −1 1
B 0 B B 0 −1

MB = 0 1 0  =⇒ MB 0 = MB = 0 1 0 .
0 0 −1 0 0 −1

  2
Por outro lado, como p(t) B =  4 , segue que:
1
     
1 −1 1 2 −1
B
   
p(t) B0 = MB 0 · p(t) = 0 1 0 · 4  =  4 .
B
0 0 −1 1 −1
148 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

7. Em P3 (R) considere as bases B 0 = 1 − t, t − t 2 , t 2 − t 3 , t 3 e B a base canônica, determine:




B , a matriz mudança de base de B 0 para a base B.


(a) MB
0

(b) As coordenadas do vetor p(t) = 5 + 3t − 8t 3 em relação à base B utilizando a matriz do


item (a).
Solução:
(a) Como B 0 = 1 − t, t − t 2 , t2 − t 3 , t 3 , segue que  a matriz mudança de base de B para a
0


1 0 0 0
base B é dada por: MB B 0 =  −1 1 0 0 

.
 0 −1 1 0 
0 0 −1 1
B 0 · [u] 0 e
 
(b) Como p(t) B = MB B
 
5
8 
p(t) = 5 + 3t − 8t 3 = 5 · (1 − t) + 8 · (t − t 2 ) + 8 · (t 2 − t 3 ) =⇒ p(t) B0 = 
  
 8 .

0
Consequentemente,
     
1 0 0 0 5 5
  B0
   −1 1 0 0   8
    3 
p(t) B = MB · p(t) B0 =
 0 −1 · =
  0 .

1 0   8
0 0 −1 1 0 −8

8. Sejam V um espaço vetorial real e B = {v1 , v2 , v3 , v4 } uma base ordenada de V .


(a) Mostre que B 0 = {v1 , v1 + v2 , v1 + v2 + v3 , v1 + v2 + v3 + v4 } também é uma base de V .
 
4
 3 
(b) Determine [v]B0 , sabendo [v]B =   1 .

2
Solução:
(a) Como #B =, então dim V = 4, consequentemente como #B 0 = 4, então basta mostra que
B 0 = {v1 , v1 + v2 , v1 + v2 + v3 , v1 + v2 + v3 + v4 } é L. I., que é equivalente a mostrar que
a equação vetorial
a1 · v1 + a2 · (v1 + v2 ) + a3 · (v1 + v+ v3 ) + a4 · (v1 + v+ v3 + v4 ) = 0V
tem apenas a solução trivial.
Mas,
a1 · v1 + a2 · (v1 + v2 ) + a3 · (v1 + v+ v3 ) + a4 · (v1 + v+ v3 + v4 ) = 0V
⇐⇒ (a1 + a2 + a3 + a4 ) · v1 + (a2 + a3 + a4 ) · v2 + (a3 + a4 ) · v3 + a4 · v4 = 0V .
Como B = {v1 , v2 , v3 , v4 } é base de V segue que a única solução da equação acima é:
 

 a1 + a2 + a3 + a4 = 0 
 a1 = 0
a2 + a3 + a4 = 0 a2 = 0
 
=⇒ .

 a3 + a4 = 0 
 a3 = 0
a4 = 0 a4 = 0
 

Portanto, B 0 = {v1 , v1 + v2 , v1 + v2 + v3 , v1 + v2 + v3 + v4 } é base de V .


3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 149
   
1 1 1 1 1 −1 0 0
B 0 =  0 1 1 1 , então M B = M B 0 −1 = 
    0 1 −1 0 
.
(b) Como MB B0 B
 0 0 1 1   0 0 1 −1 
0 0 0 1 0 0 0 1
Logo,
    
1 −1 0 0 4 1
B  0
 1 −1 0   3
    2 
[v]B0 = MB 0 · [v]B = · =
  −1  .

 0 0 1 −1   1
0 0 0 1 2 2

 
1 1 0
B
9. Sejam MB =  0 −1 1  e B é a base canônica ordenada de R3 . Determine:
0
1 0 −1
(a) A base B 0 .
 
−1
(b) [v]B0 sabendo que [v]B =  2  .
3
 
−1
(c) [u]B sabendo que [u]B0 =  2  .
3
Solução:
   
1 1 0 1 1 1
B =  0 −1 B 0 = M B −1 = 1 ·  1 −1 −1  .

(a) Como MB 0 1 , então MB B0 2
1 0 −1 1 1 −1
Sendo B = {v1 , v2 , v3 }, então
0

 
v1 = 1/2 · (e
1 + e2 + e3 ) =
 1/2, 1/2, 1/2



 
1/2 · (e
1 − e2 + e3 )
v2 = = 1/2, − 1/2, 1/2 .



 
1/2 · (e
1 − e2 − e3 )

v3 = = 1/2, − 1/2, − 1/2

Portanto, n
0
o
B =
 
1/2, 1/2, 1/2 , 1/2, − 1/2, 1/2 , 1/2, − 1/2, − 1/2 .

     
1 1 0 −1 1
B · [v] =  0 −1
(b) [v]B0 = MB 1 · 2  =  1 .
0 B
1 0 −1 3 −4
     
1 1 1 −1 2
(c) [u]B = MBB 0 · [u] 0 = 1 ·  1 −1 −1  ·  2  =  −3  .
B
2
1 1 −1 3 −1

10. Sejam B = {(1, 0), (0, 2)}, B1 = {(−1, 0), (1, 1)}, e B2 = {(−1, −1), (0, −1)} bases orde-
nadas de R2 .
B1 B2 B2 B1 B .
Determine: MB , MB , MB1
, MB2
· MB1
150 Capítulo 3. Espaços Vetoriais

Solução:
Como B = {(1, 0), (0, 2)}, B1 = {(−1, 0), (1, 1)}, e B2 = {(−1, −1), (0, −1)}, então:
   
B1 −1 1 B2 −1 0
MB = 1/2
e MB = − 1/2 − 1/2
.
0
−1  −1 −1  
B

B1 1 −1 2
Como MB = MB = 1/2
= , segue que:
1 0 0 2
     
B2 B B2 −1 2 −1 0 0 −1
MB = MB · MB = · −1 = .
1 1 0 2 /2 − 1/2 −1 −1

Finalmente, como

−1  −1 −1  
B1 B B

B2 0 −1 0
MB · MB = MB = MB = −1 = .
2 1 2 /2 − 1/2 1 −2

B mudança de base B para a base B 0 .


11. No itens abaixo determine a matriz MB 0

(a) V = R3 , B base canônica e B 0 = {(1, 1, 1), (1, 0, 1), (1, 0, −1)}.


(b) V = P3 (R), B base canônica e B 0 = {2, 1 − t, 1 − t 2 , 2t − t 3 }.
Solução:
(a) Como B 0 = {(1, 1, 1), (1, 0, 1), (1, 0, −1)} e B é a base canônica de R3 , então:
   
1 1 1 0 1 0
B 0 B B 0 −1

MB = 1 0 0  =⇒ MB 0 = MB =  1/2 −1 1/2  .

1 1 −1 1/2 0 − 1/2

(b) Já que B 0 = {2, 1 − t, 1 − t 2 , 2t − t 3 } e B é a base canônica de P3 (R), então:

   
2 1 1 0 1 1/2 1/2 1/2

B 0  0 −1 0 2  B B 0 −1
  0 −1 0 −2 
MB =  =⇒ MB 0 = MB = .
 0 0 −1 0   0 0 −1 0 
0 0 0 −1 0 0 0 −1

 P2 (C) espaço vetorial de dimensãofinita sobre o corpo C e os subespaços vetoriais


12. Sejam
U = 1 + it, (1 − 3i)t e W = 2t + (1 − i)t 2 .
(a) Mostre que P2 (C) = U ⊕W .
(b) Encontre uma base B 0 de U ⊕W , distinta de B base canônica de P2 (C).
B mudança de base B para a base B 0 .
(c) Determine a matriz MB 0

(d) Encontre as coordenadas de p(t) = a0 + a1t + a2t 2 em relação à base B 0 utilizando a matriz
do item (c).
3.8 Coordenadas de um Vetor e Mudança de Base 151

Solução:
 
(a) Como U = 1 + it, (1 − 3i)t e os polinômios
 p1 (t) = 1 + it e p2 (t) = (1 − 3i)t não são
proporcionais, segue que são L. I. e BU = 1 + it, (1 − 3i)t é uma base de U.
2
 polinômio2 p3 (t) = 2t + (1 − i)t que não é o polinômio
Por outro lado, W é gerado pelo
nulo, portanto é L.I. e BW = 2t + (1 − i)t é uma base de W .
Observemos que

 CL 
U +W = 1 + it, (1 − 3i)t + 2t + (1 − i)t 2 =4 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 .
   

Como os coeficientes dos polinômios de 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 em relação à




base canônica de P2 (C) sobre C são dadas por:

1 i 0 1 i 0
0 1 − 3i 0 ∼ 0 1 − 3i 0 ,
0 2 1−i 0 0 1−i

segue que 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 é L.I.




Portanto, BU+W = 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 é uma base de U + W e




dim(U +W ) = 3 = dimK P2 (C), consequentemente U +W = P2 (C).


Como dim(U ∩W ) = dim(U +W ) − dimU − dimW = 3 − 2 − 1 = 0, então U ∩W = 0.
/
Logo, P2 (C) = U ⊕W .

(b) A base B 0 = 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 , obtida no item (a). é uma base de P2 (C),


sobre C, distinta da base canônica.

(c) Como B 0 = 1 + it, (1 − 3i)t, 2t + (1 − i)t 2 e 


B = 1, t, t 2 é a base canônica de
 

1 0 0
B 0
P2 (C) sobre C, então MB = i 1 − 3i 2 , consequentemente:

0 0 1−i

 −1  
1 0 0 1 0 0
B B 0 −1

MB 0 = MB =  i 1 − 3i 2  =  (3 − i)/10 (1 + 3i)/10 (1 − 2i)/5 .
0 0 1−i 0 0 (1 + i)/2

   
1 0 0 a0
B · p(t)
   
p(t) B0 = MB = (3 − i)/10 (1 + 3i)/10 (1 − 2i)/5  ·  a 
0 B 1
0 0 (1 + i)/2 a2
 
(d) a0
 
 
(3−i)a0 +(1+3i)a1 +(2−4i)a2
=  .
 
 10 
 
(1+i)a2
2
152 Capítulo 3. Espaços Vetoriais
3 considere as bases ordenadas B =

13. Em R (1, 1, 1), (0, 2, 3), (0, 2, −1) e
B 0 = (1, 1, 0), (1, −1, 0), (0, 0, 1) .


(a) Encontre as coordenadas [u]B e [u]B0 para u = (3, 5, −2).


B mudança de base de B 0 para B e verifique que M B · [u] 0 = [u] .
(b) Determine a matriz MB
0 0
B B B
Solução:
(a) Como a · (1, 1, 1) + b · (0, 2, 3) + c · (0, 2, −1) = (3, 5, −2), ou seja,
  
 a = 3  a = 3  a = 3
a + 2b + 2c = 5 ∼ 2b + 2c = 2 =⇒ b = −1
a + 3b − c = −2 − 4c = −8 c = 2
  
 
3
Logo, [u]B =  −1  .
2
Analogamente, a · (1, 1, 0) + b · (1, −1, 0) + c · (0, 0, 1) = (3, 5, −2) e portanto,
   
 a + b = 3  a = 4 4
a − b = 5 ∼ b = −1 =⇒ [u]B0 =  −1  .
c = −2 c = −2 −2
 

(b) Como
(1, 1, 0) = 1 · (1, 1, 1) − 1/4 · (0, 2, 2) + 1/4 · (0, 2, −1)

(1, −1, 0) = 1 · (1, 1, 1) − 1/2 · (0, 2, 2) − 1/2 · (0, 2, −1) ,


(0, 0, 1) = 0 · (1, 1, 1) + 1/4 · (0, 2, 2) − 1/4 · (0, 2, −1)
 
1 1 0
B
então MB
0
=  − 1/4 − 1/2 1/4 .
1/4 − 1/2 − 1/4

Logo,      
1 1 0 4 3
B 0
1/4  ·  −1  =  −1  = [u] .
MB · [u]B0 =  − 1/4 − 1/2
B
1/4 − 1/2 − 1/4 −2 2

14. Em P2 (R) considere as bases B = 2, 1 − t, 1 − t 2 e B 0 a base canônica.



B 0 mudança de base de B 0 .
(a) Encontre a matriz MB
(b) Determine p(t) B , para p(t) = 7 − 2t + t 2 .
 

Solução:
(a) Como B = 2, 1 − t, 1 − t 2 e B 0 a base canônica de P2 (R), então:


   
2 1 1 1/2 1/2 1/2
B B B 0 −1

MB 0 =  0 −1 0  =⇒ MB 0 = MB =  0 −1 0 .
0 0 −1 0 0 −1
 
7
(b) Já que p(t) = 7 − 2t + t 2 , então Por outro lado, como p(t) B0 =  −2 , segue que:
 

1
     
1/2 1/2 1/2 7 3
B0
   
p(t) B = MB · p(t) B0 =  0 −1 0  ·  −2  =  2  .
0 0 −1 1 −1

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