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PARTE 2

Cálculo Diferencial em IR

Curso: Lic. Engenharia Informática

Unidade curricular: Análise Matemática

Ano letivo: 2022/2023

Docente: Gonçalo Leitão

Coordenador(a) da área disciplinar: Graça Tomaz

Data: 14 de outubro de 2022

MODELO EA.076.01
CÁLCULO DIFERENCIAL EM IR

I. Definição de derivada e interpretação geométrica

Definição: Chama-se derivada da função y=f(x) no ponto de abcissa x=x0, ao limite da


taxa de variação média quando x tende para x0, se tal limite existe. A
derivada de uma função no ponto com abcissa x0 pode ser entendida como
sendo a taxa de variação pontual nesse no ponto, e determina-se por,

A derivada de uma função y=f(x), pode ser representada pelos símbolos, y', dy/dx ou
ainda por f'(x).

Geometricamente, a derivada de uma função y=f(x) num ponto de abcissa x = x0, é igual
ao valor da tangente trigonométrica do ângulo formado pela reta tangente à curva
representativa de y=f(x) no ponto com abcissa x = x0, ou seja, a derivada é o declive da
reta tangente ao gráfico da função no ponto com x = x0.

Interpretação geométrica da derivada

Teorema: Se uma função f(x) for diferenciável em x=x0, então f(x) é contínua em x=x0;

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II. Derivadas laterais

 Se a função y=f(x) está definida em x1 , então a derivada da função f(x) à direita


de x1 , é definida por:

 Se a função y=f(x) está definida em x1 , então a derivada da função f(x) à


esquerda de x1 , é definida por:

 Uma função é derivável num ponto quando as suas derivadas à direita e à


esquerda nesse ponto existirem e forem iguais.

Exemplos:

1) Considere a função real de variável real f definida por,

a) Mostre que f não é contínua no ponto de abcissa x=0;


b) Estude a diferenciabilidade de f para x=0.

2) Dada a função ( ) = +1 ≤ 1 , verifique se esta função tem


2 >1
derivada no ponto de abcissa =1.

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III. Regras de derivação

REGRAS GERAIS DE DERIVAÇÃO:

DERIVAÇÃO DE FUNÇÕES ELEMENTARES:

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IV. Equação da reta tangente

Sendo f(x) uma função diferenciável em ( x0 , f(x0) ) então a equação da reta tangente
ao gráfico da função no ponto ( x0 , f(x0) ) é dada por,

y - f(x0) = f ’ (x0) * (x - x0)

Exemplo:
Verificar que dada a função f(x)=3x2+1, a equação da reta tangente ao gráfico da
função no ponto (1,4) é,
y – 4 = 6 (x - 1)  y = 6x - 2 .

V. Teoremas fundamentais

Teorema de Rolle: Considerando uma função f(x) real de variável real, contínua num
intervalo [ a , b ] , diferenciável no intervalo ] a , b [ e com f(a) = f(b),
então existe um ponto c no intervalo ] a , b [ tal que f'(c) = 0.

Interpretação geométrica

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Teorema de Lagrange: Se f(x) é uma função real de variável real, contínua num intervalo
[ a , b ] e diferenciável no intervalo ] a , b [ então existe um ponto
c no intervalo ] a , b [ tal que,

isto é, a derivada no ponto c é igual à taxa média de variação da


função no intervalo [ a , b ].

Interpretação geométrica

Teorema de Cauchy: Sendo f(x) e g(x) duas funções reais de variável real, contínuas num
intervalo [ a , b ], diferenciáveis no intervalo ] a , b [ e g’(x)0 para
todo o x pertencente ao intervalo ] a , b [ , então existe um ponto c
no intervalo ] a , b [ tal que,

Este teorema tem como corolário a regra que a seguir se apresenta e que permite
resolver indeterminações no cálculo de limites de forma eficiente.

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Regra de Cauchy (ou de L’Hôpital): Sejam f(x) e g(x) duas funções que verificam as
condições do teorema de Cauchy.
Se

ou

então

VI. Derivadas de ordem n

Em geral, a derivada de ordem n de uma função f representa-se por f(n). A função f é n


vezes diferenciável no ponto de abcissa x=a do respetivo domínio, se existir e for finita
a derivada f(n)(a). A função f diz-se indefinidamente diferenciável no ponto x=a se for n
vezes diferenciável em x=a para qualquer nIN.

Exemplo: A função f(x)=ex é indefinidamente diferenciável em IR, tendo-se para cada


nIN, f(n)(x)=ex .

VII. Fórmula de Taylor

A fórmula de Taylor representa uma série de funções, potências centradas em x=c, e


permite moldar funções tais como, trigonométricas, exponenciais e logarítmicas,
através de polinómios. Trata-se da expansão de uma função real f(x) ao redor do ponto
de abcissa x=c em que x assume um valor qualquer, e nesse caso escrevemos a série da
seguinte maneira:

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A constante c é o centro da série e se c=0 a série é chamada de série de MacLaurin.

Fórmula de Taylor de ordem n com resto de Lagrange:

Sendo, o polinómio de Taylor de ordem n,

e o resto de Lagrange,

Nota: o erro cometido ao utilizar o polinómio de Taylor para aproximar uma função f(x)
pode ser estimado por majoração do resto.

Exemplo: Determinar o polinómio de Taylor seguinte, .

VIII. Estudo de funções

 Pesquisa de extremos de uma função

Nos pontos onde existe um mínimo ou um máximo relativo ou local da função, as retas
tangentes nesses pontos são paralelas ao eixo dos XX. Assim, a derivada de primeira
ordem anula-se, isto é, f ’(x) = 0.

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f ’(x1) = f ’(x2) = 0
x1 - abscissa de um ponto com máximo local y1
x2 - abscissa de um ponto com mínimo local y2

A existência de extremos locais de uma função, onde a derivada de primeira ordem se


anula, está relacionada com a variação de sinal da função derivada. Assim, sendo c a
abcissa de um ponto tal que f ’(c) = 0. Então,

 Se o sinal de f ’ mudar de positivo para negativo no ponto com abcissa


x = c, então f(c) é um máximo relativo;

 Se o sinal de f ’ mudar de negativo para positivo no ponto com abcissa


x = c, então f(c) é um mínimo relativo;

 Se f ’(x) > 0 ou f ’(x) < 0 para todo o x num intervalo contendo c, exceto
para x = c, então f(c) não é um extremo relativo de f;

 Concavidade de uma função

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No exemplo apresentado, no intervalo ] a , c [ a curva que representa a função está
abaixo de qualquer das suas retas tangentes. Por isso, diz-se que a função tem a
concavidade voltada para baixo nesse intervalo. No intervalo ] c , b [ a curva que
representa a função está acima de qualquer das suas retas tangentes. Por isso, diz-se
que a função tem a concavidade voltada para cima nesse intervalo. O ponto do gráfico
da função f com abcissa x=c onde se verifica uma variação do sentido da concavidade
diz-se um ponto de inflexão.

A concavidade está relacionada com a taxa de variação da derivada de uma função. Uma
função f tem a concavidade voltada para cima onde a primeira derivada de f for
crescente. Isso é equivalente à derivada de f ’, que é f ’’, ser positiva. Da mesma forma,
f tem a concavidade voltada para baixo onde a primeira derivada de f for decrescente,
ou seja, de maneira equivalente, a derivada de f ’, que é f ’’, for negativa. Quando um

ponto onde a segunda derivada se anula e houver variação do sinal de f ’’ então esse
ponto diz-se um ponto de inflexão.

 Assíntotas ao gráfico de uma função

Uma assíntota ao gráfico de uma função é uma linha reta relacionada com a curva do
gráfico, cuja distância entre ambas torna-se infinitamente pequena, a partir de
determinado ponto.

x = 1 assíntota vertical; y = 1 e y = -1 assíntotas horizontais

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=− + assíntota não vertical (oblíqua)

i) Assíntotas verticais

A reta x = a é assíntota vertical da função f(x) se e só se:

As assíntotas verticais de uma função f encontram-se em pontos de acumulação que


sejam extremos abertos dos intervalos do domínio.

ii) Assintotas não verticais (horizontais ou oblíquas)

A reta y = mx + b (m , b  IR) é assíntota não vertical da função f(x) se e só se m , b  


onde,

Se m = 0 então a reta y = b é assíntota horizontal da função f(x).

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