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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Engenharia
Engenharia Eletrotécnica

Continuidade de Funções

Continuidade de uma função real de variável real

O Docente
………………..
Lista Nominal dos estudantes
Nome Nota
2
Índice
Introdução.................................................................................................................................... 1
Continuidade de Funções Reais de uma Variável .................................................................... 2
Definição de continuidade ...................................................................................................... 2
Limites Laterais ....................................................................................................................... 2
Prolongamento por continuidade .......................................................................................... 5
Teoremas fundamentais das funções contínuas........................................................................ 6
Teorema de Bolzano (ou do Valor Intermédio):................................................................... 6
Teorema de Weirstrass ........................................................................................................... 7
Assintotas do Gráfico de uma função ........................................................................................ 8
Assintota vertical ..................................................................................................................... 9
Assíntotas Não Verticais (Horizontais ou Oblíquas) .......................................................... 10
Assintota Horizontal ......................................................................................................... 10
Assintotas Oblíquas ........................................................................................................... 12
Conclusão ................................................................................................................................... 13
Bibliografia ................................................................................................................................ 14
Introdução

Muitas grandezas presentes no nosso dia-a-dia se relacionam de forma especial,


como o número de pães que vou comprar com o preço a pagar, número de questões que
acertei num teste com a nota que eu vou tirar, etc. A essa relação damos o nome de
Função, que é uma generalização da noção comum de "fórmula matemática". Quando
duas variáveis x e y são tais que a cada valor de x corresponde um valor bem
determinado de y, segundo uma lei qualquer, dizemos que y é função de x.
Nos dias de hoje surge a necessidade de se estudar a continuidade das funções para
fornecer dados mais precisos sobre a viabilidade de processos industriais ou processos
que se desenvolvem em empresas.
Neste trabalho abordaremos sobre o estudo da continuidade de Funções reais de
Variáveis reais.
Como é do nosso conhecimento, a Matemática é Versátil, por tanto os métodos de
resolução e teoremas usados nesta abordagem não são absolutos, mas são viáveis.

1
Continuidade de Funções Reais de uma Variável

Neste capítulo estudam-se os conceitos de continuidade e descontinuidade de funções.


Através do estudo dos limites, é definida a continuidade de uma função real em um
ponto, que é a base das propriedades e definições envolvendo continuidade.
Na modelagem de diversos fenômenos é importante investigar a existência de pontos de
descontinuidade de uma função e também classificá-los.
O estudo da Continuidade de uma função está fortemente vinculado com o estudo de
limites, pois quando quer-se saber se uma função é continua deve-se analisar também a
existência do limite.
Grosseiramente, pode-se afirmar que uma função é continua quando conseguimos
desenhar seu gráfico completo sem tirar o lápis do papel, ou seja, de maneira interrupta.
Ou ainda, quando o gráfico da função não possui quebras ou saltos em todo seu
domínio.

Definição de continuidade
Consideremos f: Df ⊆ ℝ → ℝ uma função real de variável real (f.r.v.r.) e a1 um ponto
de acumulação de Df que pertence a Df.
a) f é contínua em a se lim⁡ f(𝑥) = f(a).
𝑥→𝑎
b) f é contínua se f é contínua em qualquer ponto do seu domínio.
c) f é contínua à direita em a se lim⁡ f(𝑥) = f(a)
𝑥→𝑎+
d) f é contínua à esquerda em a se lim⁡ f(𝑥) = f(a).
𝑥→𝑎−

Caso contrário, f é descontínua no ponto a pertencente ao domínio de f(x);


Limites Laterais2
Ao considerarmos lim⁡ f(𝑥) = L, estamos interessados no comportamento da função nos
𝑥→𝑎
valores próximos de a, isto é, nos valores de x pertencentes a um intervalo aberto
contendo a, mas diferentes de a, e, portanto, nos valores desse intervalo que são maiores
ou menores que a. Entretanto, o comportamento em algumas funções, quando x está
próximo de a, mas assume valores menores que a, é diferente do comportamento da
mesma função, quando x está próximo de a, mas assume valores maiores que a

1
Não se discute continuidade de funções em pontos que não
pertencem ao domínio da função.
2
As propriedades de limites e o teorema do limite de função polinomial são válidos se substituirmos x→
a por x →a+ por x→a- .

2
atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1 (à esquerda de 1), temos
que os valores da função ficam próximos de 3; e atribuindo a x valores próximos de 1,
porém maiores que 1(à direita de 1), temos que os valores da função ficam próximos de
– 1.
1) Limite lateral à direita
Seja f uma função definida em um intervalo aberto (a, b). O limite de f(x), quando x se
aproxima de a pela direita, será L e escrevemos lim⁡ f(𝑥) = L se, para todo   0 , existir
𝑥→𝑎+
  0 tal que se a  x  a + então f (x) − L   .

Em símbolos, temos:
lim⁡ f(𝑥) = L  ( 0,  0; ax a+  |f(x)− L|  )
𝑥→𝑎+

2) Limite lateral à esquerda


Seja f uma função definida em um intervalo aberto (b, a). O limite de f(x), quando x se
aproxima de a pela esquerda, será L e escrevemos lim⁡ f(𝑥) = L se, para todo   0 ,
𝑥→𝑎−
existir   0 tal que se a −  x  a então |f (x) − L|   .
Em símbolos, temos:
lim⁡ f(𝑥) = L  ( 0,  0; a− x a  |f (x) − L|   )
𝑥→𝑎−

Da definição de limite segundo Cauchy, resulta que:


Uma função f(x) é contínua em um ponto a se, dado um Ɛ > 0, existe δ > 0 tal que se
0 < |x − a| < δ, então |f(x) − f(a)| < Ɛ.
Logo, para a função ser contínua em x = a, lim⁡ f(𝑥) = f(a).
𝑥→𝑎

Da definição de limite segundo Heine, resulta que:


f é contínua em a se para qualquer sucessão xn, de elementos de Df, se xn → a, então
f(xn) → f(a)

3
4
Prolongamento por continuidade
Sendo f e g duas funções com domínios Df e Dg, diz-se que g é um prolongamento de f
(ou que f é uma restrição de g) se :
Df ⊈Dg e ∀x ∈ Df, f(x)= g(x)
Diz-se que f é prolongável por continuidade a a, sendo a um ponto de acumulação de Df
que não pertence a Df, se existe um prolongamento de f, com domínio Df ∪ (a),

Proposição: Seja f : Df ⊆ ℝ → ℝ e a um ponto de acumulação de Df, com a ∉ Df.


f é prolongável por continuidade a a se existe lim⁡ f(𝑥) (e é finito).
𝑥→𝑎

Neste caso, o prolongamento por continuidade de f à a é a função:

5
Teoremas fundamentais das funções contínuas
Se [a, b] ⊆ Df, então diz-se que f é contínua no intervalo [a, b], se f é contínua em (a, b)
é contínua à direita em a e é contínua à esquerda em b.
Teorema de Bolzano (ou do Valor Intermédio):
Seja f: Df ⊆ ℝ → ℝ uma função contínua em [a, b], com a<b. Então, para qualquer k
estritamente compreendido entre f(a) e f(b), existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que
f(c)=d.3
Corolário 1: Se f é contínua no intervalo [a, b] e não se anula em algum ponto de [a, b],
então em todos os pontos de (a, b) a função f tem o mesmo sinal.
Corolário 2: Se f é contínua no intervalo [a, b] e f(a)×f(b) <0 então f tem pelo menos
um zero em (a, b).
Geometricamente, este teorema afirma que qualquer reta horizontal y = d cruzando o
eixo y entre f(a) e f(b) cruza a curva y = f(x) pelo menos uma vez no intervalo [a, b].

3
Intuitivamente: uma função contínua num intervalo não passa de um valor a outro sem assumir todos
os valores intermédios.

6
Figura 1 Teorema de Bolzano (teorema do valor intermediário)

Teorema de Weirstrass
Qualquer função contínua num intervalo [a, b] (fechado e limitado) tem máximo e
mínimo nesse intervalo.4

Exemplo: Considere a função f(x)=x2,Prove que a função f tem máximos e mínimos


nos intervalos:

4
Em qualquer um destes resultados, as condições são apenas condições suficientes; não são condições
necessárias.

7
Assintotas do Gráfico de uma função
Dada a função y=e-x de gráfico:

Figura 2 Gráfico da função y=e-x

.
O que será que acontece se se substituir um valor de x muito grande? Pelo gráfico
parece que a função vai praticamente para zero.
No estudo das funções racionais encontramos retas que orientam o traçado dos gráficos.
Essas retas são chamadas assíntotas do gráfico. O gráfico da função, ou parte dele,
8
aproxima-se da assíntota de tal forma que se acaba por confundir com ela, quando a
distância à origem do referencial tende para o infinito
Na realidade, o que acontece é que a função fica muito perto de zero mas nunca chega a
cruzar o eixo x, nesse caso dizemos que o eixo x é uma assíntota de y=e-x, porque a
função se aproxima ao eixo, mas nunca o cruza.
Ou seja, podemos dizer que uma assíntota horizontal ou vertical nada mais é do que
uma reta imaginária que delimita a aproximação de uma função no gráfico à medida que
ela cresce ou decresce.
As assíntotas podem ser divididas em dois tipos: as verticais e as não
verticais (horizontais e oblíquas)

Assintota vertical
A reta x = a é assíntota vertical da função f(x) se e só se:

Dada uma função f contínua, pode existir mais de uma assíntota vertical e o gráfico
nunca intercetará tais assíntotas. Geometricamente, a assíntota vertical do gráfico de
uma função f ´e a reta paralela ao eixo Oy que passa pelo ponto (a, 0).
Exemplo:

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Figura 3 Gráfico de uma função

Assíntotas Não Verticais (Horizontais ou Oblíquas)

Assintota Horizontal
A reta y = b (b ∈ ℝ e b≠∞) é assíntota horizontal da função f(x) se e só se:

Uma função f pode ter no máximo duas assíntotas horizontais e o gráfico de f pode
intercetar a assíntota horizontal.

10
e

11
Figura 4 Gráfico de uma Função

Assintotas Oblíquas
A reta y =mx+b (m, b ∈ R) é assíntota oblíqua da função f(x) se e só se m, b ≠∞ e m≠0
onde:

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Conclusão

Após uma longa pesquisa sobre a continuidade das Funções, é possível concluir
que através do estudo dos limites, é definida a continuidade de uma função real em um
ponto, que é a base das propriedades e definições envolvendo continuidade.
Na modelagem de diversos fenômenos é importante investigar a existência de
pontos de descontinuidade de uma função e também classificá-los.

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Bibliografia

CAUCHY (1821). Cours d’Analyse. [S.l.: s.n.]


LAGES, Elon (1977). Espaços métricos. Rio de Janeiro: IMPA. 32 páginas
LIMA,, Elon Lages (2016). Álgebra Linear. Rio de Janeiro: IMPA. pp. 3,4
Méricles Thadeu Moretti. «Assíntotas horizontais, verticais e oblíquas» (PDF).
Universidade Federal de Santa Catarina. Consultado em 21 de setembro de 2013
Agudo, F. R. Dias, Análise Real (3 volumes), Lisboa: Escolar Editora, 1994
Ostrowski, A., Lições de Cálculo Diferencial e Integral (3 volumes), Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1981

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