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Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Engenharia

Engenharia Eletrónica e Telecomunicações

Análise Matemática I

CONTINUIDADE DE FUNÇÕES:
Teoremas Sobre Funções Contínuas em Intervalos Fechados.
Grupo nº 02

Luanda, 2022.
Universidade Agostinho Neto

Faculdade de Engenharia

Engenharia Eletrónica e Telecomunicações

Disciplina: Análise Matemática I

Tema: Teoremas Sobre Funções Contínuas em Intervalos Fechados.

Trabalho de investigação
apresentado como requisito parcial para
obtenção da classificação para a primeira
parcelar da disciplina de Análise
Matemática I pela Faculdade de
Engenharia da Universidade Agostinho
Net, sob orientação do Engenheiro
Benvindo Nsamu.

Docente:
__________________________
Professor. Benvindo Nsamu.

Luanda, 2022.
Integrantes do Grupo:

1.Adonai Fernanda Vita;


2.Bernardo Nzau Da Conceição;
3.Cristina Celeste Simão Almada;
4.Domingos Luís Miguel Ngunga.
5.Fernando Cassinda Nagusso Cinco;
6.Inocêncio Xilo Zua;
7.Josemar Leitão Pascoal;
8.Juliana Eduardo Tomás;
9.Manuel Nunes Mapanga;
10.Marcelino Gomes Cardoso;
11.Mário Angelino Golela;
12.Mavinga Manuel Ndungidi Kuba;
13.Nsimba Pedro Manzanza;
14.Vitorino Sachipia Daniel.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente á Deus Todo-Poderoso, pelo fôlego de vida que


tem-nos concedido cada dia, pela inteligência, pela saúde, pela oportunidade que o
Senhor nos concedeu de estar aqui para apresentar e defender este trabalho.

Agradecemos aos nossos pais que nos ajudaram diretamente para a


realização deste trabalho.

Agradecemos aos nossos irmãos e familiares que nos ajudado direta ou


indiretamente neste trabalho.

Agradecemos ao querido professor Benvindo Nsamu que tem


disponibilizado seu precioso tempo para nos ensinar, pela sua paciência para nos
aturar, obrigado por cada matéria dada, porque não é fácil entrar todos os dias em uma
sala de aula e ensinar a milhares de alunos, obrigado professor por cada coisa que já
ensinou e que irá ensinar, desde o primeiro dia de aulas até hoje. Muitíssimo Obrigado.
EPÍGRAFE

Desejar algo que tanto queremos e não fazer nada para conseguir é como
contemplar alguém que precisa de ajuda e você não fazer nada.

“ Ângelo Sainhi & António D. M. Bila.


LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS.

Lim: Limite

F(x): Função em x

− : Subtração

\ : Divisão

→ : Tende a

+ : Adição

≠ : Diferente de

ℝ : Conjunto dos Reais

≥ : Maior ou igual que

≤ : Menor ou igual que

± : Mais ou menos

² : Ao quadrado

() : Parênteses

< : Menor que

= : Igual a

>: Maior que

[…] : Intervalo fechado

]…[ : Intervalo aberto

∀:

∈ : Pertence
Índice
INTRODUÇÃO. .................................................................................................. 8
OBJECTIVOS ..................................................................................................... 9
Geral: ................................................................................................................ 9
Específicos: ...................................................................................................... 9
1. CONTINUIDADE EM UM INTERVALO FECHADO. ........................ 10
1.1. Propriedades de funções contínuas. .................................................. 11
2. TEOREMAS SOBRE FUNÇÕES CONTÍNUAS EM
INTERVALOS FECHADOS....................................................................................... 12
3. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO. ............................................................ 16
CONCLUSÃO ................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 18
INTRODUÇÃO.

O estudo da Continuidade de uma função está fortemente vinculado com o estudo de


limites, pois quando quer-se saber se uma função é continua deve-se analisar também a
existência do limite.
De uma forma resumida pode-se afirmar que uma função é continua quando
conseguimos desenhar seu gráfico completo sem tirar o lápis do papel, ou seja, de maneira
interrupta.
Ou ainda, quando o gráfico da função não possui quebras ou saltos em todo seu
domínio.
Seja dado uma função f(x) e um ponto qualquer x=a que pertence ao domínio
de f(x) dissemos que a função f(x) é continua no ponto x=a se;

Limx→a− f(x) = limx→a+ f(x) = f(a)

Ou seja uma função é continua no ponto x=a se os limites laterais forem iguais e
forem igual ao valor da função nesse ponto.

Limites laterais nada mais é do que o valor do qual uma função se aproxima conforme
nos aproximamos de pela direita ou pela esquerda. Isto é, assumindo valores maiores do
que e menores do que.

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OBJECTIVOS

Geral:
Avaliar os conhecimentos sobre o estudo da Continuidade de Funções.

Específicos:

• Caracterizar as funções contínuas;

• Descrever os teoremas sobre as funções contínuas em


intervalos fechados;

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1. CONTINUIDADE EM UM INTERVALO FECHADO.

Existem casos de limites de funções que muitas vezes pode ser encontrado
simplesmente por calcular o valor da função no ponto. Funções com essa propriedade são
chamadas de contínuas.

A importância de uma função ser ou não contínua para a Matemática é


fundamental. Na prática (numericamente), uma função ser contínua significa que erros
pequenos na variável independente nos dá, também, pequenos erros na variável
dependente.

Uma função 𝑓 é contínua se:

lim 𝑥→𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎)

Esta definição implicitamente requer três coisas para a continuidade de 𝑓 em


𝑎:

1. 𝑓(𝑎) está definida, ou seja, 𝑎 está no domínio de 𝑓;

2. lim 𝑥→𝑎 𝑓(𝑥) existe;

3. lim 𝑥→𝑎 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎).

Uma função é dita contínua em um intervalo fechado [a, b] se as seguintes


condições são satisfeitas:

a) f(x) é contínua em (a, b);

b) f(x) é contínua à direita em a, isto é, f(a) = lim x→a+ f(x);

c) f(x) é contínua à esquerda em b, isto é, f(b) = lim x→b− f(x).

Exemplo 1.

Considere a função:

f(x) = {√ 1 – x2 se 0 ≤ x < 1;

{1, se 1 ≤ x < 2;

{2, se x=2.

Determine o domínio da função f(x) e o intervalo onde ela é contínua.

Solução:

O domínio da função f(x) é o intervalo [0, 2]. Decorre das propriedades de


limites e do fato de que a função polinomial 1 − x 2 é contínua em seu domínio que f(x)
é contínua em ]0, 1[∪]1, 2[.

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Deve-se verificar a continuidade de f(x) em cada um dos intervalos, isto é,
com relação ao intervalo ]0, 1[:

i) se f(x) tem continuidade unilateral à direita de x = 0;


ii) se f(x) tem continuidade unilateral à esquerda de x = 1.

De fato, com relação ao intervalo ]0, 1[, note que f(0) = 1 e lim x→0+ f(x) =
lim x→0+ √ 1 – x2 = 1. Portanto, f(x) tem continuidade unilateral à direita de x = 0.

Este fato inclui x = 0 no intervalo de pontos em que f(x) é contínua, isto é,


f(x) é contínua em [0, 1[. Além disso, tem-se que f(1) = 1 e lim x→1− f(x) = lim x→1−
√ 1 – x2 = 0.

Portanto, f(x) não tem continuidade unilateral à esquerda de x = 1. Com


relação ao intervalo ]1, 2[, deve-se verificar:

iii) se f(x) tem continuidade unilateral à direita de x = 1;


iv) se f(x) tem continuidade unilateral à esquerda de x = 2.

Como f(1) = 1 e lim x→1+ f(x) = lim x→1+ 1 = 1, f(x) tem continuidade
unilateral à direita de x = 1. Além disso, f(2) = 2 e lim x→2− f(x) = lim x→2− 1 = 1.
Portanto, f(x) não tem continuidade unilateral à esquerda em x = 2.

Portanto, a função f(x) é contínua nos intervalos [0, 1[ e [1, 2[. Não é correto
escrever que f(x) é contínua em [0, 2[pois f(x) não possui continuidade unilateral à
esquerda de x = 1 e portanto não é contínua em x =1.

Sendo assim, uma função ƒ é contínua em um intervalo aberto (a,b) se e


somente se ela for contínua para cada ponto em (a,b).

ƒ é contínua no intervalo fechado [a,b] se e somente se ela for contínua em


(a,b). O limite do lado direito de ƒ em x=a é ƒ(a) e o limite do lado esquerdo de ƒ em x=b
é ƒ(b).

1.1.Propriedades de funções contínuas.

As funções contínuas satisfazem as propriedades:

1. Se k é uma constante e f e g são funções contínuas em x = a, então f + g, f − g, k · f e f


𝑓
· g são funções contínuas em x = a. Se g(a) ≠ 0, então também é contínua em x= a.
𝑔

2. Os polinômios são contínuos em ℝ.

3. Toda função racional é contínua em seu domínio. Nos pontos onde o denominador for
igual a zero, não se discute a continuidade.

4. Uma função é contínua em um intervalo aberto se ela for contínua em todos os pontos
do intervalo.

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2. TEOREMAS SOBRE FUNÇÕES CONTÍNUAS EM INTERVALOS
FECHADOS.

Funções contínuas em intervalos apresentam propriedades que as tornam


particularmente úteis em Matemática e suas aplicações.

Nesta seção serão enunciados três importantes resultados: o Teorema de


Limitações, o Teorema do Valor Intermediário e o Teorema de Weierstrass.

1.Teorema da Limitação.

Seja f uma função contínua sobre um intervalo fechado [a, b]. Então f é
limitada sobre o intervalo [a, b], isto é, existe um número M tal que |f(x)| ≤ M, ∀ x ∈ [a,
b].

Por exemplo, a função f(x) = 1\x definida em todo x real, com x≠0, é
evidentemente contínua no intervalo fechado [1, 2].

De acordo com o Teorema 1 f deve ser limitada sobre o intervalo [1, 2]. De
fato, possível encontrar M tal que |f(x)| ≤ M.

Observe que para todo ponto em [1, 2] tem-se que |f(x)| ≤ 1; mais ainda, f é
contínua em [1\n; 2], com n ∈ Z e, evidentemente, temos que ∀ x ∈ [1\n; 2] temos |f(x)|
≤ n.

Se uma função f é limitada sobre um intervalo [a, b], então sua imagem tem
um limite superior e um inferior. Se M e m são, respetivamente, o supremo e o ínfimo da
imagem tem-se que m ≤ f(x) ≤ M, ∀ x ∈ [a, b].

Para funções limitadas em geral, m e M não precisam pertencer á imagem, no


entanto o próximo resultado nos garante que, se f for contínua sobre um intervalo fechado
[a, b], então m e M assumem valores da função.

2.Teorema Do Valor Intermediário ou de Bolzano.

Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a, b]. Então dado
qualquer número d, entre f(a) e f(b), existe pelo menos um número c entre a e b, tal que
d = f(c).

Geometricamente, este teorema afirma que qualquer reta horizontal y = d


cruzando o eixo y entre f(a) e f(b) cruza a curva y = f(x) pelo menos uma vez no intervalo
[a, b].

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Exemplo 2.1.

Mostre que existe um número c que satisfaz 0 < c < 1 tal que c3 + c = 1.

Solução: A função f(x) = x3+x é contínua em [0, 2], pois é uma função polinomial. Pelo
Teorema do Valor Intermediário, tem-se que para d = 1, existe c tal que f(c) = 1, isto é,
c3 + c = 1.

Exemplo 2.2.

Justifique por que o Teorema do Valor Intermediário não pode ser aplicado para a função
f(x) =2x − 2, se 1 ≤ x < 2 3, se 2 ≤ x ≤ 4.

Solução:

A função f(x) está definida no intervalo [1, 4], mas não é contínua em x = 2.
De fato, f(2) = 3, limx→2+ 3 = 3 e limx→2− (2x − 2) = 2. Como f(x) não é contínua em x =
2, certamente não é contínua em [1, 4].

Precisamente, como f(x) tem continuidade unilateral a direita de x = 2, tem-


se que f(x) é contínua nos intervalos [1, 2[ e [2, 4].

Portanto, somente restringindo a função ao intervalo [2, 4] é possível aplicar


o Teorema do Valor Intermediário.

Observação:

O Teorema do Valor Intermediário é útil para determinar as raízes de funções


contínuas. Se f é uma função contínua em [a, b] e se f(a) e f(b) possuem sinais opostos
então existe uma raiz de f no intervalo (a, b).

Uma importante aplicação do Teorema do Valor Intermediário é o Método


da Bissecção.

Suponha que estamos interessados em encontrar as raízes de uma função


contínua f(x). O Método da Bissecção é uma alternativa que pode resultar em boas
aproximações para as raízes, após sucessivas aplicações do método.

Para iniciar o método, precisamos encontrar dois valores a e b tais que f(a)⋅f(b)<0.

Sem perda de generalidade, vamos assumir f(a)<0, f(b)>0 e a<b. O Teorema do


Valor Intermediário afirma que existe um valor c no intervalo [a,b] tal que f(c)=0. O
teorema não afirma nada a respeito da localização de c dentro do intervalo, apenas que
ele existe.

O Método da Bissecção é, portanto, uma maneira sistemática de obter este valor c.


a+b
Seja 𝑑 = 2 o meio do intervalo.

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Existem três possibilidades:

1.f(d)=0 - Por sorte, encontramos a raiz e não é necessário prosseguir com o método.

2.f(d)<0 – Como f(b)>0, sabemos que há uma raiz no intervalo [d,b]. Este intervalo
tem metade do tamanho do intervalo original, então estamos mais próximos de obter
uma boa aproximação para a raiz.

3.f(d)>0 - Como f(a)<0, sabemos que há uma raiz no intervalo [a,d]. Novamente,
este intervalo tem metade do tamanho do intervalo original, então estamos mais
próximos de obter uma boa aproximação para a raiz

3.Teorema de Weierstrass.

Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a, b], então existem x1 e x2
pertencentes ao intervalo [a, b] tais que f(x1) ≤ f(x) ≤ f(x2) para todo x ∈ [a, b].

Geometricamente este teorema afirma que toda função contínua definida em um


intervalo fechado assume pelo menos um valor mínimo e um valor máximo.

Exemplo 3.1.

Mostre que a função f(x) = ln(x) + sen(x) + ex+2 possui um máximo e um mínimo no
intervalo [2, 10].

Solução:

A função f(x) é uma soma de funções contínuas no intervalo [2, 10], e portanto,
é contínua no intervalo [2, 10]. Pelo Teorema de Weierstrass, f(x) possui um máximo e
um mínimo neste intervalo.

Exemplo 3.2. Considere a função f(x) = x2. Mostre que a função f possui máximo e
mínimo nos intervalos:

a) [−1, 1];

b) [0, 1];

c) Determine esses pontos.

Solução:

a)A função f(x) é contínua em [−1, 1], pois está definida em todos os pontos do intervalo
e f(−1) = 1 = limx→−1+ x2 e f(1) = 1 = limx→−1+ x2 . Pelo Teorema de Weierstrass, f(x)
possui um máximo e um mínimo neste intervalo.

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b) A função f(x) é contínua em [0, 1], pois está definida em todos os pontos do intervalo,
f(0) = 0 = limx→0+ x2 e f(1) = 1 = limx→1− x2. Pelo Teorema de Weierstrass, f(x) possui
um máximo e um mínimo neste intervalo.

c) Analisando o gráfico de f(x), tem-se que o valor mínimo é assumido em f(0) e os


valores máximos em f(−1) e f(1).

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3. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO.

Exercício 1. Verifique se a função f(x) = √ 2 – x2 é contínua no intervalo [− √ 2, √ 2].

1−√x
Exercício 2. Verifique se f(x) é contínua em [0, 1], onde f(x) = , se 0 ≤ x < 1 e f(x)=
x−2
−1\2, se x = 1.

Exercício 3. Mostre que a função f(x) = 1 − √ 1 – x2 é contínua no intervalo [−1, 1].

Exercício 4. Use o teorema do valor intermediário para mostrar


que f(x)=4x3−6x2+3x−4 possui um zero no intervalo [1,2].

Exercício 5. Determine se a função f (x) = x2 – 2 tem pelo menos uma solução real no
intervalo [1,2].

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CONCLUSÃO

Neste trabalho foram estabelecidos, de maneira completa e rigorosa, três


resultados fundamentais sobre funções reais contínuas definidas em intervalos fechados
do conjunto dos números reais, a saber, o Teorema do Valor Intermediário, o Teorema de
Weierstrass e o Teorema de Limitação. Com o propósito de tornar o texto acessível a um
grande número de leitores, fez-se uma apresentação curta e objetiva do trabalho e deixou
se propostos alguns exercícios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ronshtein I, SK (1988). Manual de Matemática para Engenheiros e


Estudantes. . MIR editorial.
2. George, A. (1994). Matemática e Mente. Oxford University Press.
3. Ilín V, PE (1991). Análise Matemática Em três volumes.
4. Matemática de Manoel Paiva, Editora moderna Plus, vol 3.
5. Um curso de cálculo, Guidorizzi, vol 1.
6. RAMOS, G. C. B. Funções Contínuas em Intervalos Fechados e
Limitados. 2020. 50 f. Dissertação (Mestrado em Matemática) – Instituto
de Matemática e Estatística, Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2020.

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