Você está na página 1de 72

FACULDADE UNA DE CATALÃO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

CÁLCULO II:
Teoria e Prática

PROF. JOSÉ S. BORGES


FACULDADE UNA DE CATALÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

CÁLCULO II:
Teoria e Prática

PROF. JOSÉ S. BORGES

CATALÃO/GO, 2017
© 2017 JOSÉ S. BORGES & FACULDADE UNA DE CATALÃO
Esta publicação está vetada quando a reprodução ou venda. Todo o seu
conteúdo é baseado nas REFERÊNCIAS citadas ao final deste. Todo este
material corresponde às notas de aula do professor, servindo unicamente
para auxiliar os alunos ao longo da disciplina de Cálculo II.
“A gravidade explica os
movimentos dos planetas,
mas não explica quem colocou
os planetas em movimento.
Deus governa todas as coisas e
sabe tudo que é ou que pode
ser feito.”

(Isaac Newton)
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1 INTEGRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1 Primitiva de uma função . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Soma de Riemann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.5 Integral definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.6 Propriedades da integral definida . . . . . . . . . . 13
1.7 Teorema Fundamental do Cálculo . . . . . . . . . . 15
1.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.9 Integrais indefinidas . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.10 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Técnicas de Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Regra da substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1 Regra da substituição para integrais definidas 24
2.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 Integração por partes . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.1 LIATE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.2 Integral definida pela regra de integração por
partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5 Integração trigonométrica . . ∫. . . . . . . . . . . . 30
2.5.1 Estratégias para cacular ∫ senm (x)cosn (x)dx . 30
2.5.2 Estratégias para cacular tgm (x)secn (x)dx . . 34
2.5.3 Integração por transformações trigonométricas 37
2.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.8 Substituição trigonométrica . . . . . . . . . . . . . 40
2.9 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.10 Integração por frações parciais . . . . . . . . . . . . 45
2.11 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3 Aplicação de integrais definidas . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4 Integrais impróprias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
A Demonstração: Teorema Fundamental do Cálculo (parte 1) . . 59
B Demonstração: Teorema Fundamental do Cálculo (parte 2) . . 63
C Demonstração: Regra da Substituição . . . . . . . . . . . . . 65
Apresentação

E ste livro foi desenvolvido para servir de um ponto de partida nos


estudos da disciplina de Cálculo II dos alunos da Faculdade UNA
de Catalão. Com isso, tal material não pode ser vendido ou mesmo
compartilhado sem permissão do seu autor.
O livro é baseado nos principais livros de cálculo, considerados
referência no ensino e aprendizagem desta disciplina, sendo a mesma
constituı́da de teoria e prática sobre diversos temas, como integral,
conceitos sobre funções, limites e continuidade de envolvendo múltiplas
variáveis, derivadas parciais e suas aplicações.
As principais referências literárias para este livro são:

• Cálculo A de Flemming e Gonçalves (2006);

• Cálculo B de Flemming e Gonçalves (2007);

• Cálculo Volume I de Anton, Bivens e Davis (2007a);

• Cálculo Volume II de Anton, Bivens e Davis (2007b);

• Cálculo Volume I de Stewart (2001);

• Cálculo Volume II de Stewart (2004).

Espero que este material possa auxiliá-los a crescer cada vez mais,
podendo alcançar os sonhos que tanto almejam.
Lembrem-se sempre, um sonho, só deixa de ser sonho, com muita
dedicação e esforço! Você pode escolher ficar à sombra de uma árvore
4 Apresentação

nesses dias ensolarados, sonhando, ou pode preferir o suor na testa,


buscando seus sonhos!
Bons estudos! :D

José S. Borges
Professor da Faculdade UNA de Catalão
CAPÍTULO 1
INTEGRAL

N ste cap´ıtulo iremos entender alguns conceitos relacionados a


definição de Integral, a teoria por traz e as aplicações que a en-
volvem.
Buscaremos também entender conceitos importantes e o mais
importante Teorema do cálculo, o Teorema Fundamental do Cálculo,
que relaciona o Cálculo Integral e o Cálculo Diferencial, tornando a
resolução de integrais bem mais fácil e prática.
6 Capı́tulo 1. INTEGRAL

1.1 Primitiva de uma função


Definição 1.1: Uma função F é chamada primitiva de f num intervalo
fechado I = [a,b] se e somente se, para todo x  I tem-se F 0(x) = f (x).
Assim, pode-se entender o processo de buscar uma primitiva como
o processo de antiderivação, uma vez que a primitiva, segundo a
Definição 1.1, consiste na função F(x) que, uma vez derivada, gerou a
f(x). O Exemplo 1.1 ilustra bem o que a definição quer nos dizer.
3
Exemplo 1.1: Seja f (x) = x2 . A primitiva de f(x) será então F(x) = x3 .
O que pode ser facilmente verificado, pela Definição 1.1.

3
Note porém que, a função F(x) = x3 + 2 também é uma primitiva
da f(x). Tal observação tornou-se bastante importante no estudo do
cálculo integral, sendo assim demonstrada e enunciada, como mos-
trado no Teorema 1.1.

Teorema 1.1: Se F é uma primitiva de f em um intervalo I, então a


primitiva mais geral de f em I é F(x) + c, onde c é uma constante
arbitrária real.

Isso nos leva a entender que, a primitiva de uma função, na ver-


dade, consiste numa famı́lia de soluções, uma vez que, se a constante
pode ser qualquer número real, e existem infinitos números reais, te-
mos então infinitas primitivas para uma função, gerando assim uma
famı́lia de soluções.

1.2 Exercı́cios
Encontre a primitiva genérica para cada função abaixo:

01. f (x) = x3 03. f (x) = cos(x) 05. f (x) = 0

02. f (x) = sen(x) 04. xn 06. f (x) = 1


1.2. Exerc´ıcios 7

07. f (x) = sec2 (x) 08. f (x) = ex 09. f (x) = ax ln(a)


8 Capı́tulo 1. INTEGRAL

1.3 Soma de Riemann

Qual a área do retângulo apresentado na Fig. 1?

Figura 1 – Cálculo da área de um retângulo

Fonte: o Autor

A área de um retângulo é dada por A = b ∗ h e, nessas condições, a


área da Fig. 1.1é dada por A = (6 – 2) ∗ (10/2) = 32u.a..
Mas, e se em vez de calcular a área de um retângulo, fosse lhe
solicitado calcular a área abaixo de uma curva, como apresentado na
Fig. 1.2.

Figura 2 – Cálculo da área abaixo de curvas

Fonte: o Autor
1.3. Soma de Riemann 9

Note que, encontrar a área da região S sobre a curva y = f (x)


no intervalo I=[a,b] com f (x) ≥ 0 não é uma tarefa fácil, devido a
caracterı́stica curva de um dos lados.
Para poder calcular área abaixo de uma curva, o matemático Ge-
orge Friedrich Bernhard Riemann criou um método, que ficou conhe-
cido como a Soma de Riemann.
O processo para calcular a área abaixo de uma curva consistem
em:

1. Particionar o intervalo I=[a,b] em n subintervalos, escolhendo


n-1 pontos entre a e b (Fig. 3), ou seja:

a = x0 < x1 < x2 < ... < xn–1 < xn = b

Figura 3 – Exemplo de divisão do intervalo I

Fonte: o Autor

2. Em cada subintervalo [xk–1 , xk ], k = 1, 2, 3, ..., n, vamos escolher


um ponto arbitrário tk ;

3. Para cada k, seja ∆xk = xk – xk–1 o comprimento do subintervalo


[xk–1 , xk ] e seja Sk o retângulo de altura f (tk ) e largura ∆xk , como
visto na Fig. 4;
10 Capı́tulo 1. INTEGRAL

Figura 4 – Retângulo Sk

Fonte: o Autor

4. Com isso, considera-se o valor aproximado da área abaixo da


curva como sendo a soma de cada retângulo Sk , sendo então a
soma de Riemann dada por:
n
Õ
∆xk f (tk ) (1.1)
k=1

A Fig. 5 apresenta uma curva dividida em sete subintervalos, se-


guindo os critérios de Riemann.

Figura 5 – Cálculo da área abaixo da curva com n = 7 subintervalos

Fonte: o Autor

Note na Fig. 5 que, a soma de Riemann consiste em uma aproximação


grosseira, uma vez que os retângulos ultrapassam a curva em alguns
casos, ou não a completam em outro.
1.4. Exerc´ıcios 11

Porém, e se fizéssemos a base dos retângulos cada vez menores?


Isso faria consequentemente que a área de cada região Sk aproximasse
cada vez mais de zero. Mas isto fica para o outro capı́tulo, onde enten-
deremos o conceito de Integral Definida, e como a Soma de Riemann
contribuiu para sua descoberta.
Por hora, tente resolver os exercı́cios abaixo, para mostrar que
entendeu o conceito da soma de Riemann.

1.4 Exercı́cios
Encontre a área abaixo de cada uma das curvas, utilizando da soma
de Riemann com n = 4 subintervalos.

01. f (x) = x3 emI = [0, 2] 03. f (x) = cos(x)emI = [0, π]

02. f (x) = sen(x)emI = [0, π] 04. f (x) = x2 emI = [0, 2]


12 Capı́tulo 1. INTEGRAL

1.5 Integral definida


Terminamos o capı́tulo anterior com uma dúvida, e se fizéssemos a
área de cada retângulo próxima de zero? A resposta para esta pergunta
é: Conseguirı́amos uma aproximação cada vez menor, uma vez que o
erro de se utilizar poucos retângulos seria minimizado.
Assim, para fazer a área cada vez menor, precisaremos de cada vez
mais subintervalos, em outra palavras, se n tende ao infinito, conse-
guiremos uma aproximação mais fiel da área abaixo da curva.
Estas observações foram fundamentais para definir o que seria
chamado por Leibniz e Newton de Integral Definida.

Definição 1.2: Se f é uma função contı́nua definida em a ≤ x ≤ b,


dividimos o intervalo [a,b] em n subintervalos de comprimentos
iguais a ∆x = b–a n . Sejam a = x0 , x1 , x2 , ..., xn–1 , xn = b as extremidades
desses subintervalos e sejam t1 , t2 , ..., tn pontos amostrais arbitrários
nesses subintervalos, de forma que ti esteja no i-ésimo subintervalo
[xk–1 , xk ]. Então a integral definida em f de a até b é:
∫ b n
Õ
f (x)dx = lim f (tk )∆x (1.2)
a n→∞
k=1

Desde que o limite exista e dê o mesmo valor para todas as possı́veis
escolhas dos pontos amostrais. Se o limite existe, dizemos que f é
integrável em [a,b].

O significado exato do limite que define a integral é: ∀ ε > 0 ∃


N ∈ = tal que:
n

b Õ
f (x)dx – f (tk )∆ < ε (1.3)


a
k=1

Para todo o inteiro n > N e toda a escolha de ti em [xk–1 , xk ].


Observações:

• O sı́mbolo de integral foi escolhido por Leibniz e é denominado


sinal de integral. Ele é um S alongado e foi assim escolhido por
1.6. Propriedades da integral definida 13

representar um limite de somas;


∫b
• Na notação a f (x)dx, f (x) é chamado integrando, a e b são de-
nominados limites de integração (limite inferior e superior,
respectivamente);

• dx, inicialmente, apresenta a variável a ser integrada;


∫b
• A integral definida a f (x)dx é um número, ou seja, não é depen-
dente de x;

• a variável x pode ser qualquer outra variável;

• A soma de Riemann pode ser utlizada para calcular a área de


curvas com termos negativos;

Fica uma pergunta agora: Como vou saber quando uma função é
integrável? O Teorema 1.2 responde tal pergunta.

Teorema 1.2: Se f for contı́nua em [a, b], ou f apresentar um número


finito de descontinuidades de saltos, então f é integrável em [a,b],
ou seja, a integral existe.

1.6 Propriedades da integral definida


A integral definida possui alguma propriedades, que são importantes
para auxiliar na sua resolução. As propriedades são:

1. O sinal da integral se inverte se os limites de integração forem


invertidos:
∫b ∫a
a
f (x)dx = – b f (x)dx

2. Se a = b:
∫b
a
f (x)dx = 0

3. Seja c uma constante arbitrária qualquer. Sendo assim:


14 Capı́tulo 1. INTEGRAL

∫b
a
cdx = c(b – 1)

4. Propriedade da soma/subtração:

∫b ∫b ∫b
a
[f (x) ± g(x)]dx = a f (x)dx ± a g(x)dx

5. Multiplicação por constante:

∫b ∫b
a
cf (x)dx = c a f (x)dx

Além da propriedades citadas, a integral definida possui algumas


propriedades comparativas, sendo elas:

1. Se f (x) ≥ 0 em [a,b] então:

∫b
a
f (x)dx ≥ 0

2. Se f (x) ≥ g(x) em [a,b], então:

∫b ∫b
a
f (x)dx ≥ a g(x)dx

3. Se m ≤ f (x) ≤ M no intervalo [a,b], então:

∫b
m(b – a) ≤ a f (x)dx ≤ M(b – a)

Perceba que até agora não calculamos nenhuma Integral. Isso


se deve ao fato de que o principal teorema do cálculo ainda não foi
enunciado. Este teorema é que auxilia na resolução de problemas
relacionados a integral, uma vez que resolver o limite da soma não é o
foco da disciplina.
1.7. Teorema Fundamental do Cálculo 15

1.7 Teorema Fundamental do Cálculo


O nome desse teorema é bastante apropriado, uma vez que o mesmo
estabelece uma relação entre o cálculo diferencial e o cálculo integral,
auxiliando assim na resolução de problemas relacionados ao cálculo
de área abaixo de curvas.
É importante lembrar que o cálculo diferencial surgiu para resolver
problemas relacionados a taxa de variação e reta tangente, enquanto
que a integral surgiu para resolver problemas relacionados com área.
Porém, o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) nos apresenta que,
derivada e integral são processos inversos (hora de lembrar da antide-
rivada, que não foi dita aqui neste livro inutilmente).
O TFC foi proposto por Leibniz e Newton, que o utilizaram para
poder desenvolver o cálculo. O mesmo foi divido em duas partes, para
ficar mais claro a sua ideia e sua demostração.

Teorema Fundamental do Cálculo (Parte 1): Se f é contı́nua em um


intervalo [a,b], então a função F definida por:
∫ x
F(x) = f (t)dt a≤x≤b (1.4)
a

É contı́nua em [a,b] e derivável em (a,b) e F 0(x) = f (x).

Sendo o Apêndice A a demonstração da primeira parte do TFC.

Algumas observações importantes sobre essa primeira parte do


TFC:

• f é uma função contı́nua em [a,b] e x varia dentro deste intervalo;


• Observe que F depende unicamente de x, que aparece como o
limite superior variável da integral;
∫x
• Se x é fixado, a integral a f (t)dt é um número definido;
• Se f for uma função positiva, então a F(x) pode ser interpretada
como a área sob o gráfico de f no intervalo [a,x] (Fig. 6), onde x
varia no intervalo fechado [a,b].
16 Capı́tulo 1. INTEGRAL

Figura 6 – Interpretação geométrica do TFC - parte 1

Fonte: o Autor

A parte dois do TFC nos auxilia na resolução de integrais, sem


necessitar a resolução do limite das somas. Tudo isso graças a ideia
de primitivas.

Teorema Fundamental do Cálculo (Parte 2): Se f for contı́nua em


[a,b], então:
∫ b b
F(x) = f (x)dx = F(x) = F(b) – F(a) (1.5)

a a

Sendo F qualquer primitiva de f , isto é, uma função tal que F 0(x) =
f (x).

A demonstração do TFC parte 2 encontra-se no Apêndice B, sugiro


que passe por lá, é sempre bom saber de onde vem as coisas que tanto
usamos na engenharia.
E com este teorema, já somos capazes de resolver alguns exercı́cios.
A integral definida foi desenvolvida para diversas aplicações, que vere-
mos ao longo deste livro. Por hora, vamos nos concentrar em resolvê-
las, afinal, ainda temos de encontrar primitivas de um jeito muito
”primitivo”, e com isso, o cálculo integral pode se tornar bastante can-
1.8. Exerc´ıcios 17

sativo.

1.8 Exercı́cios
Encontre a área abaixo de cada uma das curvas, utilizando do Teo-
rema Fundamental do Cálculo.

01. f (x) = x3 emI = [0, 2] 03. f (x) = cos(x)emI = [0, π]

02. f (x) = sen(x)emI = [0, π] 04. f (x) = x2 emI = [0, 2]


18 Capı́tulo 1. INTEGRAL

1.9 Integrais indefinidas


Ambas as partes do TFC estabelecem conexão entre integrais definidas
e as primitivas. Note que resolver uma integral definida não é tão
complexo, bastando apenas encontrar a diferença da primitiva no
limite exterior pela primitiva no limite inferior. Basicamente o cálculo
integral tem por dificuldade a busca das primitivas.
Como as primitivas tem uma grande importância no Cálculo, ne-
cessitamos de uma notação mais conveniente para as mesmas, algo
que torne mais fácil trabalhar com elas.
Em virtude da relação dada pelo TFC entre integrais e primitivas,
a notação f (x)dx é tradicionalmente utilizada para representar uma

primitiva de f , sendo tal notação denominada integral indefinida.


Assim, define-se qualquer primitiva de f como sendo: f (x)dx =

F(x) + c, representando assim uma primitiva genérica da função f (x).


Muitas das integrais indefinidas já foram resolvidas, sendo as
mesmas apresentadas em uma tabela de integrais. Ao final deste livro,
no Anexo 1, é apresentada uma tabala de derivadas e integrais, muito
útil para resolução de alguns problemas. Mas, e as que não estão na
tabela? Como resolver?
Para as integrais que não estão na tabela, existem técnicas de
integração, para tentar buscar sua solução, o que será visto em ou-
tro capı́tulo deste livro. Mas uma coisa deve ficar clara, na prática,
pouquı́ssimas integrais indefinidas podem ser encontradas de modo
analı́tico.
Para encerrar bem este capı́tulo, que tal resolver algumas integrais
indefinidas, com o auxı́lio da tabela, claro! Bons estudos e pratique
bastante. Lembre-se, a prática leva a perfeição!
1.10. Exerc´ıcios 19

1.10 Exercı́cios
Resolva as integrais indefinidas abaixo, utilizando da tabela de inte-
grais.

01. 5dx 11. sen(y)dy


∫ ∫

02. x4 dx 12. cos(z)dz


∫ ∫

03. (–3 + x2 )dx 13. sec2 (x)dx


∫ ∫

∫ 1
04. √ dx dx
x dx 14.

4–x2
∫ √
05. x–1 dx 15. 1 + x2 dx

∫ 1 √
06. dx 16. x2 1 – x2 dx

x2

07. (x – 1)xdx 17. [ex – 3x ]dx


∫ ∫

08. ex dx 18. [sen(x) – cos(x)]dx


∫ ∫

09. 3x dx 19. sen2 (x)dx


∫ ∫

10. 5x dx 20. cos(2x)sen(3x)dx


∫ ∫
CAPÍTULO 2
Técnicas de
Integração

N ste cap´ıtulo iremos conhecer algumas regras de integração. Vi-


mos no capı́tulo anterior o conceito de integral e o principal te-
orema do cálculo, que nos permite resolver problemas relacionados
às integrais. Porém, vimos também que nem todas as integrais estão
na tabela, necessitando assim de métodos especı́ficos para buscar
suas soluções. Quando nos deparamos com multiplicação de funções
em derivadas, utilizávamos a regra do produto, para poder realizar a
derivada. Com as integrais não é diferente. Cada regra da derivada
possui uma correspondente na Integral, sendo tais regras o foco deste
capı́tulo.
As regras estudadas neste capı́tulo serão:

• Regra da Substituição, cuja correspondente na derivada é a re-


gra da Cadeia;
22 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

• Integração por Partes, cuja correspondente na derivada é a regra


do Produto;

• Integração por Frações Parciais, sendo correspondente a regra


do Quociente da derivada;

• Integração Trigonométrica: Conjunto de regras para resolver


diversos problemas relacionados a integrais trigonométricas;

Bons estudos!
2.1. Regra da substituição 23

2.1 Regra da substituição


Por causa do TFC, devemos ser capazes de encontrar primitivas. Porém
a∫ tabela
√ de integrais não apresenta a forma de resolver questões como
2x 1 + x2 dx. Note que temos um problema que apresenta uma função
composta. Para resolver integrais com funções compostas, devemos
utlizar da regra da Substituição.

Regra da Substituição: Seja f g(x) uma função composta e, seja




u = g(x) uma função derivável, cuja imagem é um intervalo I. Se f


for uma função contı́nua em I, então:
∫ ∫
f g(x) dx = f (u)du (2.1)


Sendo a Eq. 2.1 a representação da regra da substituição cuja


demonstração encontra-se no Apêndice C.
∫ √
Exemplo 2.1: Resolva a integral 2x 1 + x2 dx utilizando da regra
da substituição.
Para resolver a integral, devemos buscar a função composta e chamar
a g(x) de u. Assim: u = 1 + x2 ;
Para encontrar o du devemos derivar ambos os lados em relação a x
e depois isolar o du.
Assim: dudx
= 2x −→ du = 2xdx
Agora devemos substituir g(x) por u e 2xdx por dv. Assim obtemos:
∫ √ ∫ √
2x 1 + x2 dx = udu
Reorganizando apenas a segunda integral, chegamos em:
∫ √ ∫ 1
udu = u 2 du
Pela tabela, temos que:
∫ 1 1 +1
u 2 du = u12 + c
2 +1
Obtendo então:
∫ √ 3
udu = 23 u 2 + c
Substituindo o valor de u na integral, chegamos em:
∫ √ 3
udu = 23 (1 + x2 ) 2 + c
24 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

Que ainda pode ser reescrito como:


∫ √
2x 1 + x2 dx = 23 (1 + x2 )3 + c
p

2.1.1 Regra da substituição para integrais definidas


No caso de se calcular uma integral definida, pela regra da substituição,
duas opções são possı́veis.

1. Manter os limites de integração: Nesse caso, deve-se resolver


a integral como indefinida, ao terminar o processo, deve-se
retornar para a variável original e fazer F(b) – F(a);

2. Se g 0(x) for contı́nua em [a, b] e f for contı́nua na imagem de


u = g(x), então:
∫ b ∫ g(b)
f g(x) g 0(x)dx = f (u)du (2.2)

a g(a)

Ou seja, deve-se mudar os limites de integração para a variável


u utilizando a função g(x).
2.2. Exerc´ıcios 25

2.2 Exercı́cios
Resolva as integrais abaixo, utilizando a regra da substituição:
x
01. sec2 (x)dx

11. dx


1 – x2

02.

cotg(x)dx ∫ 2x – 2
12. dx
6
x ∫ √
03. dx

1 + x2 13. x2 x3 – 4dx
∫ x
04. dx 14.
2
xe–x dx

1 + x4
2
05. xex dx

15. tg(x)dx

ex ∫ ln(x)
06. dx

1 + e2x 16. dx
x
07. 75x dx

17. cos(–3x)dx

1
08. dx xarctg(x2 )dx

18.

x ln(x)
∫ √
09. x 3x2 + 1dx 19. sen(x)cos(x)dx

10. sen(2x)dx 20. tg(x)sec2 (x)dx


∫ ∫
26 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

2.3 Integração por partes


A regra da integração por partes corresponde a regra do produto na
derivada. Sendo assim, tal regra auxilia na resolução de integrais que
apresentam produto de funções, como f (x)g(x).

A regra do produto afirma que se f e g forem funções deriváveis,


então:

d
[f (x)g(x)] = f 0(x)g(x) + f (x)g 0(x)
dx
Assim:

[f 0(x)g(x) + f (x)g 0(x)]dx = f (x)g(x)


Separando a soma da integral, obtemos:

f 0(x)g(x)dx + f (x)g 0(x)dx = f (x)g(x)


∫ ∫

Rearranjando a função:

f (x)g 0(x)dx = f (x)g(x) – f 0(x)g(x)dx


∫ ∫

Sendo u = f (x) e v = g(x) temos:


∫ ∫
udv = uv – vdu (2.3)

Sendo a Eq. 2.3 denominada regra de integração por partes.


Um dos problemas relacionados a integração por partes está na
escolha de u e dv, uma vez que tal escolha pode fazer com que o cálculo
se torne mais complexo do que era. Observe o Ex. 2.2.
2.3. Integração por partes 27

Exemplo 2.2: Resolva a integral indefinida xex dx, utilizando o


método de integração por partes.


Para resolver a integral, vamos chamar u = ex e dv = xdx.
Assim, chegamos em:

u = ex du = ex dx
2
dv = xdx v = x2
Utilizando a regra de integração por parte, chegamos em:

2 ∫ x2
xex dx = ex x2 – x
2 e dx

O que é bem pior do que a integral inicial.

Assim, percebemos que a escolha de u é bastante importante, uma


vez que o bom êxito do método depende dessa escolha. Uma regra
que pode auxiliá-lo nesta escolha é chamada LIATE, que será vista no
próximo capı́tulo.

2.3.1 LIATE
Como vimos anteriormente, a escolha de u e dv na técnica de integração
por partes é muito importante, uma vez que podemos melhorar ou
piorar o cálculo.
A regra de LIATE é uma regra que funciona na maioria dos casos,
podendo nos auxiliar em vários problemas que envolvem integrações
por partes (lembre-se que a regra não se aplica em todos os casos,
sendo necessário em alguns testar funções para chamar de u e dv, afim
de resolver tais problemas).
A escolha de u deve ser feita obdecendo a seguinte ordem de prio-
ridade:

Regra de LIATE
L = funções Logaritmicas
I = funções trigonométricas Inversas
28 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

A = funções Algébricas (potência de x)


T = funções Trigonométricas
E = funções Exponenciais

A regra de LIATE diz que, para a escolha do u primeiro devemos


optar por Logaritmos, caso não os tenha, por funções trigonométricas
inversas e assim sucessivamente, até que a última opção de escolha
recaia sobre as exponenciais.
Vamos resolver o Ex. 2.2, agora utilizando LIATE?

A integral do Ex. 2.2 era xex dx, a qual deverı́amos integrar por

partes.
Usando da regra de LIATE, temos que u = x e o que sobra fica dv =
ex dx.
Assim, chegamos em:

u=x du = 1dx
dv = ex dx v = ex
Utilizando a regra de integração por parte, chegamos em:

xex dx = xex – ex dx
∫ ∫

Sendo que tal integral podemos resolver, chegando então que:

xex dx = xex – ex + c

Concluindo assim o cálculo da integral pela regra de integração por


partes.

2.3.2 Integral definida pela regra de integração por partes

As vezes é necessário utilizar da regra de integração por partes em


problemas de integrais definidas. Para isto, devemos seguir a seguinte
2.4. Exerc´ıcios 29

regra:
∫ b b ∫ b
udv = uv – vdu (2.4)

a a a
Note que, diferente da regra da substituição, na regra de integração
por partes os limites laterais não mudam, sendo necessário que a
função esteja em sua verdadeira variável, para poder proceder o pro-
cesso de integração definida.
Agora é hora de praticar. Até mais!

2.4 Exercı́cios
Resolva as integrais indefinidas abaixo, utilizando a técnica de integração
por partes.

01. xex dx 08. xe3x dx


∫ ∫

02. (x – 1)ex dx 09. xsen(5x)dx


∫ ∫

03. x2 ex dx 10. x2 ln(x)dx


∫ ∫

04. ln(x)dx 11. x2 e–x dx


∫ ∫

∫ √
05. arctan(x)dx 12. s x + 1dx

06. xsen(x)dx 13. (x2 – 1)ex dx


∫ ∫

07. x2 cos(x)dx 14. ex sen(x)dx


∫ ∫
30 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

2.5 Integração trigonométrica


Muitas das funções trigonométricas encontram-se tabeladas. Exis-
tem alguns casos não tabelados e serão estes que exploraremos neste
capı́tulo.

senm (x)cosn (x)dx



2.5.1 Estratégias para cacular
Para as integrais da forma senm (x)cosn (x)dx alguns casos particulares

devem ser observados.

(a) Se a potência do cosseno é ı́mpar, (n = 2k + 1), guarde um fator


cosseno (cos(x)) e utilize cos2 (x) = 1 – sen2 (x) para expressar os fatores
restantes em termos de seno:

senm (x)cos2k+1 (x)dx = senm (x)cos2k (x)cos(x)dx


∫ ∫

Obtendo assim:

k
senm (x) 1 – sen2 (x) cos(x)dx
∫ 

Por fim, realize a regra da substituição, com u = sen(x).

O exemplo abaixo pode explicar melhor o processo do cálculo da


integral.

Exemplo 2.3: Determine a integral indefinida cos3 (x)sen(x)dx.


Como podemos verificar, a potência do cosseno é ı́mpar, permitindo


assim que utilizemos da regra (a) deste capı́tulo.
Primeiramente, devemos guardar um fator cosseno, assim nossa
integral torna-se:

cos(x)cos2 (x)sen(x)dx

Agora, substituindo cos2 (x) = 1 – sen2 (x), obtemos:


2.5. Integração trigonométrica 31

cos(x) 1 – sen2 (x) sen(x)dx


∫  

Utilizando a regra da substituição, temos u = sen(x) e, consequente-


mente du = cos(x)dx, obtendo:

(1 – u2 )udu = (u – u3 )du
∫ ∫

Agora, resolvendo a integral para a variável u, chegamos em:

u2 u4
(u – u3 )du = – +c

2 4
Sendo u = sen(x), chegamos em:

sen2 (x) sen4 (x)


cos3 (x)sen(x)dx = – +c

2 4

Veremos agora
∫ outra regra, para nos auxiliar no cálculo de inte-
grais na forma senm (x)cosn (x)dx.

(b) Se a potência do seno é ı́mpar, (m = 2k + 1), guarde um fator


seno (sen(x)) e utilize sen2 (x) = 1 – cos2 (x) para expressar os fatores
restantes em termos do cosseno:

k
sen2k+1 (x)cosn (x)dx = sen2 (x) sen(x)cosn (x)dx
∫ ∫ 

Obtendo assim:

k
sen(x) 1 – cos2 (x) cosn (x)dx
∫ 

Por fim, realize a regra da substituição, com u = cos(x).


32 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

O exemplo abaixo exemplifica melhor a ideia do método.

Exemplo 2.4: Determine a integral indefinida cos2 (x)sen5 (x)dx.


Como podemos verificar, a potência do seno é ı́mpar, ou seja, a regra


(b) é a mais adequada.
Primeiramente, devemos guardar um fator seno, assim nossa inte-
gral torna-se:

sen(x)sen4 (x)cos2 (x)dx


Só podemos substituir sen2 (x) = 1 – cos2 (x). Mas não temos fator
sen2 (x). Precisamos organizar um pouco mais a integral. Sendo as-
sim, obtemos:

sen(x)sen2 (x)sen2 (x)cos2 (x)dx


Agora realizando a substituição:

sen(x) 1 – cos2 (x) 1 – cos2 (x) cos2 (x)dx


∫   

Utilizando a regra da substituição, temos u = cos(x) e, consequente-


mente –du = sen(x)dx, obtendo:

– (1 – u2 )(1 – u2 )u2 du = – (u2 – 2u4 + u6 )du


∫ ∫

Agora, resolvendo a integral para a variável u, chegamos em:

 3
u u5 u7

– (u2 – 2u4 + u6 )du =– –2 + +c

3 5 7
Sendo u = cos(x), chegamos em:

cos3 (x) cos5 (x) cos7 (x)


 
cos2 (x)sen5 (x)dx =– –2 + +c

3 5 7
2.5. Integração trigonométrica 33

OBSERVAÇÃO: E se as duas potências forem ı́mpares? Qual das


regras devo utilizar? Neste caso, pode-se escolher a regra que achar
melhor!

E se não houver potências ı́mpares? Neste caso, teremos de utilizar


de outra regra, para poder resolver a integral.

(c) Se a potência do seno e do cosseno forem pares, deve-se utilizar


de alguma das identidades trigonométricas abaixo:

sen2 (x) = 21 [1 – cos(2x)]

cos2 (x) = 21 [1 + cos(2x)]

O exemplo abaixo ilustra a regra (c).

Exemplo 2.5: Determine a integral indefinida sen4 (x)dx.


Primeiramente, vamos simplificar mais a integral, para que possa-


mos utilizar da regra (c).

sen2 (x)sen2 (x)dx


Aplicando a substituição trigonométrica do sen2 (x) obtemos:


∫ 1 1 1
2 [1 – cos(2x)] 2 [1 – cos(2x)] dx = 4 [1 – cos(2x)] [1 – cos(2x)] dx

Aplicando a distributividade obtemos:

1 [1 – cos(2x)] [1 – cos(2x)] dx = 41 1 – 2cos(2x) + cos2 (2x) dx


∫ ∫  
4

Note que, se : cos2 (x) = 21 [1 + cos(2x)], então cos2 (2x) = 21 [1 + cos(4x)].


Assim, a integral torna-se:
34 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

1 2
4  1 – 2cos(2x) + cos (2x) dx=
∫  
1 1 – 2cos(2x) + 21 [1 + cos(4x)] dx

4

Realizando algumas operações algébricas, obtemos:

1 1 –∫2cos(2x) + 21 [1 + cos(4x)] dx =


∫  
4 3
frac14 1
2 – 2cos(2x) + 2 cos(4x) dx

Separando a integral em três integrais distintas, obtemos:

1
∫ 3
2 dx – 2 cos(2x)dx + frac12 cos(4x)dx
∫ ∫ 
4

Aplicando a regra da substituição nas funções trigonométricas, che-


gamos em:

sen(4x)
h i
sen4 (x)dx = 41 3x – sen(2x) + +c

2 8

OBSERVAÇÃO: Em alguns casos é útil utilizar da identidade tri-


gonométrica sen(x)cos(x) = 21 [sen(2x)].

tgm (x)secn (x)dx



2.5.2 Estratégias para cacular
Para as integrais da forma tgm (x)secn (x)dx dois casos particulares

devem ser observados.

(a) Se a potência da secante é par, (n = 2k), guarde um fator sec2 (x)


e utilize sec2 (x) = 1 + tg2 (x) para expressar os fatores restantes em
termos da tangente:

 k–1 2
tgm (x)sec2k (x)dx = tgm (x) sec2 (x) sec (x)dx
∫ ∫ 
2.5. Integração trigonométrica 35

Obtendo assim:

 k–1 2
tgm (x) 1 + tg2 (x) sec (x)dx
∫ 

Por fim, realize a regra da substituição, com u = tg(x).

O Ex. 2.6 aplica a regra (a) deste capı́tulo.

Exemplo 2.6: Determine a integral indefinida tg6 (x)sec4 (x)dx.


Nota-se que o termo secante encontra-se em uma potência par, per-


mitindo assim o uso da regra (a) deste capı́tulo.
Primeiramente, devemos guardar um fator sec2 (x), assim:

tg6 (x)sec2 (x)sec2 (x)dx


Agora, substituindo sec2 (x) = 1 + tg2 (x), obtemos:

tg6 (x) 1 + tg2 (x) sec2 (x)dx


∫  

Utilizando a regra da substituição, temos u = tg(x) e, consequente-


mente du = sec2 (x)dx, obtendo:

u6 (1 + u2 )du = u6 + u8 du
∫ ∫ 

Agora, resolvendo a integral para a variável u, chegamos em:

u7 u9
u6 + u8 du = + +c
∫ 
7 9
Sendo u = tg(x), chegamos em:

tg7 (x) tg9 (x)


tg6 (x)sec4 (x)dx = + +c

7 9
36 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

A segunda regra para integrais do tipo tgm (x)secn (x)dx leva em


consideração a tangente.

(b) Se a potência da tangente é ı́mpar, (n = 2k + 1), guarde um


fator sec(x)tg(x) e utilize tg2 (x) = sec2 (x) – 1 para expressar os fatores
restantes em termos da secante:

k
tg2k+1 (x)secn (x)dx = tg2 (x) secn–1 (x)sec(x)tg(x)dx
∫ ∫ 

Obtendo assim:

k
sec2 (x) – 1 secn–1 (x)sec(x)tg(x)dx
∫ 

Por fim, realize a regra da substituição, com u = sec(x).

Agora tente resolver o exemplo abaixo, sem antes olhar a resolução,


para ver se ficou bem entendido.

Exemplo 2.7: Determine a integral indefinida tg5 (x)sec7 (x)dx.


Primeiramente, devemos guardar um fator sec(x)tg(x), assim:

tg4 (x)sec6 (x)sec(x)tg(x)dx


Que ainda pode ser reescrita como:

tg2 (x)tg2 (x)sec6 (x)sec(x)tg(x)dx


Agora, substituindo tg2 (x) = sec2 (x) – 1, obtemos:

sec2 (x) – 1 sec2 (x) – 1 sec6 (x)sec(x)tg(x)dx


∫   
2.5. Integração trigonométrica 37

Utilizando a regra da substituição, temos u = sec(x) e, consequente-


mente du = tg(x)sec(x)dx, obtendo:

u2 – 1 u2 – 1 u6 du = u10 – 2u8 + u6 du
∫    ∫ 

Agora, resolvendo a integral para a variável u, chegamos em:

u11 u9 u7
u10 – 2u8 + u6 du = –2 + +c
∫ 
11 9 7
Sendo u = sec(x), chegamos em:

sec11 (x) sec9 (x) sec7 (x)


tg5 (x)sec7 (x)dx = –2 + +c

11 9 7

2.5.3 Integração por transformações trigonométricas


Para o cálculo de algumas integrais trigonométricas é necessário rea-
lizar algumas transformações trigonométricas, tais como as apresen-
tadas abaixo.

Algumas das transformações trigonométricas consideradas para o


cálculo de integrais são:

sen(A)cos(B) = 21 [sen(A – B) + sen(A + B)]

sen(A)sen(B) = 21 [cos(A – B) – cos(A + B)]

cos(A)cos(B) = 21 [cos(A – B) + cos(A + B)]

Assim podemos resolver mais exercı́cios relacionados com inte-


38 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

grais trigonométrica, como o Ex. 2.8.

Exemplo 2.8: Determine a integral indefinida sen(4x)cos(5x)dx.


Note que temos um produto de seno por cosseno.Sendo assim:

∫ 1
sen(4x)cos(5x)dxdx = 2 [sen(4x – 5x) + sen(4x + 5x)] dx

Que podemos separar em duas integrais:

∫ 1 1
2 [sen(4x – 5x) + sen(4x + 5x)] dx = 2 sen(–x)dx + sen(9x)dx
∫ ∫ 

Sendo que ambas as integrais podem ser resolvidas pela regra da


substituição, de onde obtemos:
1 sen(–x)dx + sen(9x)dx = 21 cos(–x) – 91 cos(9x) + c
∫ ∫   
2

Sendo a função cosseno uma função par (funções pares são aquelas
onde f (–x) = f (x)) temos ainda como resposta:
1 sen(–x)dx + sen(9x)dx = 21 cos(x) – 91 cos(9x) + c
∫ ∫   
2

2.6 Exercı́cios

2.7 Exercı́cios
Resolva as integrais abaixo, utilizando as regras de integração trigo-
nométrica:

01. sen2 (x)dx 04. sen(2x)cos(5x)dx


∫ ∫

02. cos5 (x)sen(x)dx 05. cos(2x)cos(5x)dx


∫ ∫

03. tg(x)sec2 xdx 06. sen(2x)sen(5x)dx


∫ ∫
2.7. Exerc´ıcios 39

07. tg3 (x)sec3 (x)dx 11. tg8 (x)sec8 (x)dx


∫ ∫

08. tg3 (x)sec2 (x)dx 12. sen(x)cos(x)dx


∫ ∫

09. sen2 (x)sen(2x)dx 13. sen2 (x)cos2 (x)dx


∫ ∫

10. cos2 (x)cos(3x)dx 14. sen6 (x)cos4 (x)dx


∫ ∫
40 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

2.8 Substituição trigonométrica


Muitas vezes temos de recorrer a outros métodos para resolver certas
integrais. Em
√ muitos√casos, se o integrando
√ apresentar funções que
envolvam a2 – x2 , a2 + x2 ou x2 – a2 , podemos recorrer a uma
substituição trigonométrica para resolver o problema.
A substituição trigonométrica é exemplificada pela Fig. 7.

Figura 7 – Regras para substituição trigonométrica

Fonte: http://obaricentrodamente.blogspot.com

Note que, a substituição trigonométrica é baseada nas relações


existentes em um triângulo retângulo, o que valida todas as substituições.
Vamos agora estudar cada um dos casos em particular, para en-
tendê-los melhor.

Caso I: a2 – x2

Quando nos deparamos com a2 – x2 no integrando, devemos
–π π
usar x = asen(θ). Supondo que ≤ θ ≤ , então:
√ 2 2
a2 – x2 = pa2 – (asen(θ))2 = a2 – a2 sen2 (θ)
p p

= pa2 (1 – sen2 (θ))


= a2 cos2 (θ)
= acos(θ)
2.8. Substituição trigonométrica 41

Assim, podemos trocar toda a raiz quadrada por a2 cos2 (θ), desde
que troquemos todo o x por asen(θ).

∫ √9–x2
Exemplo 2.9: Determine a integral indefinida 2x2
dx.
Note que o numerador da √ função racional
√ corresponde a situação
do Caso I. Sendo assim: 9 – x2 = 32 – x2
Assim, x = 3sen(θ) e, consequentemente, dx = 3cos(θ)dθ.
√ –π π
A 9 – x2 = 3cos(θ), com ≤ θ ≤ . Com isso, a integral passa a
2 2
ser:

∫ √9–x2 ∫ 3cos(θ)
2x2
dx = 21 9sen 2 (θ) 3cos(θ)dθ

Rearranjando a função, chegamos em:

1
∫ 3cos(θ) ∫ 9cos2 (θ)
2 9sen2 (θ)
3cos(θ)dθ = 21 9sen 2 (θ) dθ

Obtemos assim:

1
∫ 9cos2 (θ)
dθ = 21 cotg2 (θ)dθ

2 9sen2 (θ)

Sendo esta uma integral tabelada, chegamos em:

1 cotg2 (θ)dθ = 21 –cotg(θ) – θ + c


∫  
2

Devemos agora retornar


x a variável original da integral. Se x = 3sen(θ)
então θ = arcsen .
3
Observe que, o triângulo referente ao Caso I da Fig. 7 que podemos
determinar o valor da cotg(θ). Seja a tangente igual ao cateto oposto
pelo cateto adjacente, a cotangente

seria cateto adjacente pelo cateto
oposto e, portanto: cotg(θ) = 9–x2 . Assim, a solução da integral
x
torna-se:
42 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

h √ 2  x i
1 –cotg(θ) – θ + c = 21 – 9–x
x – arcsen 3 +c
 
2


Caso II: a2 + x2

Quanto temos uma situação parecida com a do Caso II, devemos


–π π
utilizar x = atg(θ), sendo dx = asec2 (θ)dθ, com ≤ θ ≤ . Sendo
2 2
assim:

a2 + x2 = pa2 + (atg(θ))2 = a2 + a2 tg2 (θ)
p p

= pa2 (1 + tg2 (θ))


= a2 sec2 (θ)
= asec(θ)
2
Exemplo 2.10: Determine a integral indefinida √ x dx.

4+x2
Neste exemplo usaremos x = 2tg(θ) e, consequentemente, dx =
2sec2 (θ)dθ. Com isso:

∫ √9–x2 ∫ 3cos(θ)
2x2
dx = 21 9sen 2 (θ) 3cos(θ)dθ

Rearranjando a função, chegamos em:

2 ∫ 4tg2 (θ)
√ x dx = 31 2sec(θ) 2sec2 (θ)dθ

4+x2

Obtemos assim:

1
∫ 4tg2 (θ) 4
2 tg2 (θ)sec(θ)dθ
2sec(θ) 2sec (θ)dθ = 3

3

Substituindo tg2 (θ) = sec2 (θ) – 1, obtemos:


2.8. Substituição trigonométrica 43

4 tg2 (θ)sec(θ)dθ = 4 sec 2 (θ) – 1 sec(θ)dθ =


∫ ∫  
3 3
4
 3
sec (θ) – sec(θ) dθ
∫ 
3

Separando a integral em duas outras, temos:

4 sec3 (θ) – sec(θ) dθ = 43


∫ 3
sec (θ)dθ – sec(θ)dθ
∫   ∫ 
3

Sendo ambas integrais tabeladas, chegamos em:

4
1 1
2 sec(θ)tg(θ) + 2 ln|sec(θ) + tg(θ)| – ln|sec(θ) + tg(θ)| + c

3

Reorganizando os termos, obtemos:

4
1 1
2 sec(θ)tg(θ) – 2 ln|sec(θ) + tg(θ)| +c

3

Agora, necessita-se retornar a variável original. Para isso, devemos


recorrer ao triângulo

relacionado ao Caso II na Fig. 7. Dele, obtemos
2
tg(θ) = xa e sec(θ) = x2 +4 .
Realizando a devida substituição, chegamos que:

√ √
2

2 2
√ x dx = 23 x2 +4 xa – 23 ln x2 +4 + xa + c

4+x2


Caso III: x2 – a2

Quanto temos uma situação parecida com a do Caso III, devemos


–π π
utilizar x = asec(θ), sendo dx = asec(θ)tg(θ)dθ, com ≤ θ ≤ . Sendo
2 2
assim:

x2 – a2 = p(asec(θ))2 – a2 = a2 sec2 (θ) – a2
p p

= pa2 (sec2 (θ) – 1)


= a2 tg2 (θ)
44 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

= atg(θ)
Que em questão de resolução se iguala aos demais.

2.9 Exercı́cios
Resolva as integrais abaixo, utilizando as regras de substituição tri-
gonométrica:
3 ∫ √
01. √x dx 06. 5 + 4x – x2 dx

16–x2
∫ √
02. √1 dx 07. x 1 – x4 dx

x3 x2 –1
2
√ dx dx 08. √x dx

03.

x2 +16 4x–x2
∫ √ ∫ 3√
1 – 4x2 dx 09. 2
04. 2 x – 4dx
∫ √x2 –9
05. dx 10. √ dx dx

x3 x2 –6x+13
2.10. Integração por frações parciais 45

2.10 Integração por frações parciais


O método de integração por frações parciais é o método correspon-
dente a regra do quociente, da derivada. O método consiste em de-
compor funções racionais em uma forma mais simples, que possam
ser integradas mais facilmente.
Assim, se somarmos as funções algébricas mais simples, determi-
nando um denominador em comum e somando as frações resultantes,
conseguimos retornar a função racional que foi decomposta. Observe
o Ex. 2.11, para entender melhor o processo.

Exemplo 2.11: Note que a fração x25x–3


–2x–3
pode ser reescrita como a
2 3
soma das frações x+1 + x–3 .
Vamos verificar se realmente a soma x+1 2 + 3 é igual a 5x–3 .
x–3 x2 –2x–3
Começamos por fazer as duas frações possuı́rem o mesmo denomi-
nador, sendo assim:

2 3 = 2(x–3) + 3(x+1)
+ x–3
x+1 (x+1)(x–3) (x–3)(x+1)

Somando as frações e expandido os produtos:

2(x–3) 3(x+1)
(x+1)(x–3) + (x–3)(x+1) = 2x–6+3x+3
x2 –2x–3

Chegando assim em:

2 3 = 5x–3
+ x–3
x+1 x2 –2x–3

Note que, resolver a x25x–3 dx é bastante complexo, porém, se



–2x–3
revertermos a mesma em suas frações parciais, então teriamos a se-
guinte integral para resolver:
∫  2 3
∫ 2 ∫ 3
x+1 + x–3 dx = x+1 dx + x–3 dx


Que apresenta por solução 2ln|x + 1| + 3ln|x – 3| + c.


46 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

Descrição do Método
f (x)
O sucesso em se escrever uma função racional g(x) como uma soma
de frações parciais depende de dois fatores:
1. O grau da f (x) deve ser menor que o grau da g(x), ou seja, deve-se
ter uma fração própria. Caso isso não ocorra, basta dividir f (x) pela
g(x) e trabalhar com o resto da divisão;
2. Deve-se conhecer os fatores da g(x). Lembre-se que qualquer po-
linômio com coeficientes reais pode ser escrito como um produto
de fatores reais lineares e fatores reais quadráticos.

Neste caso, dois casos são possı́veis, quando temos uma função
racional própria e quando temos uma função racional imprópria.

Método das frações parciais (f(x)/g(x) própria)

Passo 1: Seja (x-r) um fator linear da g(x). Suponha que (x – r)m seja
a maior potência de (x-r) que divide g(x). Então, atribua a este fator
a soma de m frações parciais:

A1 A2 Am
(x–r) + (x–r) 2 + ... + (x–r)m

Faça isso para cada fator linear distinto da g(x).


Passo 2: Seja x2 + px + q um fator quadrático de g(x). Suponha que
(x2 +px +q)n seja a maior potência desse fator que divide g(x). Atribua
a este fator a soma de n frações parciais:

B1 x+C1
(x2 +px+q)
+ (xB2 +px+q)
2 x+C2 Bn x+Cn
2 + ... + (x2 +px+q)n
2.10. Integração por frações parciais 47

Faça isso para cada fator quadrático distinto da g(x) que não pode
ser decomposto como produto de fatores lineares com coeficientes
reais.
Passo 3: Iguale a fração original f (x)/g(x) à soma de todas essas
frações parciais. Elimine as frações da equação resultante e organize
os termos em potências decrescentes de x.
Passo 4: Iguale os coeficientes das potências correspondentes de x e
resolva o sistema de equações obtido desse modo para encontrar os
coeficientes indeterminados.

Vamos resolver alguns exemplos, para melhor entender o método?

∫ 5x–3 2.12: Use do método das frações parciais para calcular


Exemplo
x2 –2x–3
dx.
Primeiro devemos fatorar o denominador g(x) = x2 – 2x – 3. As raı́zes
reais da g(x) são x = -1 e x = 3. Sendo assim, podemos reescrever g(x)
como g(x) = x2 – 2x – 3 = (x + 1)(x – 3).
Sendo assim, teremos duas frações parciais, de modo que:

5x–3 A + B
= x+1
x2 –2x–3 x–3

Para eliminar o denominador dos dois lados da igualdade, deve-


mos multiplicar ambos os lados da igualdade por (x+1)(x-3). Assim,
obtemos:

5x–3 A + B = A(x–3)+B(x+1)
= x+1
x2 –2x–3 x–3 (x–3)(x+1)

Chegando em:

5x – 3 = A(x – 3) + B(x + 1) ⇒ 5x – 3 = Ax – 3A + Bx + B

Combinando os termos, chegamos em:


48 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

5x – 3 = (A + B)x – 3A + B

Equacionando os coeficientes, obtemos o seguinte sistema de


equações lineares:

A+B=5
–3A + B = –3

Resolvendo o sistema linear, chegamos em: A = 2 e B = 3. Agora,


podemos retornar a integral e resolvê-la. Então:

5x–3 dx
∫ 2 ∫ 3
= x+1 dx + x–3 dx

x2 –2x–3

Que, utilizando da regra da substituição, chegamos em:

2ln|x + 1| + 3ln|x – 3| + c.

∫ 6x+7 2.13: Use do método das frações parciais para calcular


Exemplo
(x+2)2
dx.
Devemos inicialmente, aplicar a regra para fatores repetidos, sendo
assim:

6x+7 A + B
= x+2
(x+2)2 (x+2)2

Devemos agora multiplicar ambos os lados da igualdade por (x + 2)2 .


Assim:

6x + 7 = A(x + 2) + B
2.10. Integração por frações parciais 49

Combinando os termos, chegamos em:

6x + 7 = Ax + (2A + B)

Equacionando os coeficientes, obtemos o seguinte sistema de


equações lineares:

A=6
2A + B = 7

Resolvendo o sistema linear, chegamos em: A = 6 e B = -5. Agora,


podemos retornar a integral e resolvê-la. Então:

∫ 6x+7 ∫ 6 ∫ –5
(x+2)2
dx = x+2 dx + (x+2) 2 dx

Que, utilizando da regra da substituição, chegamos em:

5 + c.
6ln|x + 2| + x+2

Quando deparamos com funções racionais impróprias devemos


utilizar da divisão de polinômios, para poder reescrever a função
imprópria como uma função própria, podendo assim utilizar a re-
gra da integração por partes para resolver a integral. Vamos ver esse
procedimento na prática.

Exemplo 2.14: Use do método das frações parciais para calcular


∫ 2x3 –4x2 –x–3
x2 –2x–3
dx.
Notamos que a função racional é uma função imprópria. Assim,
primeiramente devemos realizar uma divisão de polinômios, para
reescrever a função imprópria como uma função própria.
50 Capı́tulo 2. Técnicas de Integração

2x3 – 4x2 – x – 3 |x2 – 2x – 3


–2x3 + 4x2 + 6x 2x
5x – 3

Como deve-se lembrar, uma função racional imprópria pode ser


reescrita como sendo a soma do quociente (Q(x)) com a razão do
R(x)
resto da divisão (R(x)) pelo divisor (D(x)), ou seja: Q(x) + . Assim,
D(x)
chegamos em:

2x3 –4x2 –x–3 = 2x + x25x–3


x2 –2x–3 –2x–3

Assim, a integral pode ser reescrita como:

∫ 2x3 –4x2 –x–3 ∫ h 5x–3


i
x2 –2x–3
dx = 2x + x2 –2x–3
dx

Para resolver a integral, devemos agora utilizar da regra das frações


parciais para reescrever a fração: x25x–3
–2x–3
. Note que, a função racional
já foi resolvida no Ex. 2.12. Assim:

2xdx 5x–3 dx
∫ ∫
x2 –2x–3

Tendo então como solução:

x2 + 2ln|x + 1| + 3ln|x – 3| + c
2.11. Exerc´ıcios 51

2.11 Exercı́cios
Resolva as integrais abaixo, utilizando a regra de integração por frações
parciais.

x+1 06.
∫ 1 dx
01. dx

2 (x–2)(x2 +x+4)
x – 4x + 3
∫ 3x2 –21x+31
02. x2 +3x+4 07. dx
(x–1)(x+2)(x+3) dx

(x–2)(x–3)2
∫ 3x–1 ∫ 4x2 –3x+2
03. dx 08. dx
4x2 –4x+3
x3 –8
∫ x+1 ∫ x5 +x+1
04. x3 –9x
dx 09. x3 –8
dx
∫ 9x2 –28x+12 x+2 dx
05. dx 10.

x3 –5x2 +6x x2 +3x–2
CAPÍTULO 3
Aplicação de integrais
definidas
CAPÍTULO 4
Integrais impróprias
Referências
ANTON, H.; BIVENS, I. C.; DAVIS, S. L. Cálculo. v. 1. [S.l.]: Porto
Alegre: Bookman, 2007. Citado na página 3.
ANTON, H.; BIVENS, I. C.; DAVIS, S. L. Cálculo-Volume II. [S.l.]:
Bookman, 2007. v. 2. Citado na página 3.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Calculo A: funções, limite,
derivação, noções de integração. [S.l.]: Pearson Education, São Paulo,
Brasil, 2006. Citado na página 3.
FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo B: funções de várias
variáveis integrais múltiplas, integrais curvilı́neas e de superfı́cie. [S.l.]:
Pearson Prentice Hall, São Paulo, Brasil, 2007. Citado na página 3.
STEWART, J. Cálculo, vol. 1. [S.l.: s.n.], 2001. Citado na página 3.
STEWART, J. Cálculo. v. 2, 4ª edição. [S.l.: s.n.], 2004. Citado na página
3.
APÊNDICE A
Demonstração:
Teorema
Fundamental do
Cálculo (parte 1)
60 Apêndice A. Demonstração: Teorema Fundamental do Cálculo (parte 1)

Suponha que x e x + h [a, b].

Assim, pelas propriedades vistas e pela primeira parte do TFC:


∫ x+h ∫x
F(x + h) – F(x) = a f (t)dt – a f (t)dt
∫ x+h
Mas se x está antes x + h, então a integral a f (t)dt pode ser
reescrita como:
∫ x+h ∫ x+h ∫x
a
f (t)dt = x
f (t)dt + a
f (t)dt

Assim, temos:
∫ x+h ∫x ∫x
F(x + h) – F(x) = x f (t)dt + a f (t)dt – a f (t)dt

Que resulta em:


∫ x+h
F(x + h) – F(x) = x f (t)dt

Dividindo toda a igualdade por h:

F(x+h)–F(x)
∫ x+h
h
= h1 x f (t)dt

Considere h > 0 e f contı́nua em [x, x + h].

O Teorema dos Valores Extremos (Vide Máximos e mı́nimos ab-


solutos) diz que existe meM[x, x + h] tais que f (u) = m e f (v) = M -
valores máximo e mı́nimo absoluto.

Temos ainda que:


∫ x+h
m(b – a) ≤ x f (x)dx ≤ M(b – a)

Sendo (b – a) = h:
∫ x+h
mh ≤ x f (x)dx ≤ Mh

Dividindo tudo por h:


61

∫h
m ≤ h1 x f (x)dx ≤ M

Que pode ser reescrito como:

F(x + h) – F(x)
f (u) ≤ ≤ f (v)
h
Fazer h tender a zero faz com que u e v tendam a x, uma vez que u
e v estão definidos no intervalo [x, x + h]. Em outras palavras:

F(x + h) – F(x)
lim f (u) ≤ lim ≤ lim f (v)
h→0 h→0 h h→0

f (x) ≤ F 0(x) ≤ f (x)

Assim, conclui-se que:


∫x
F(x) = a f (t)dt a≤x≤b
APÊNDICE B
Demonstração:
Teorema
Fundamental do
Cálculo (parte 2)
64 Apêndice B. Demonstração: Teorema Fundamental do Cálculo (parte 2)

∫x
Seja F(x) = a f (t)dt a ≤ x ≤ b.

Sabemos que, F 0(x) = f (x) e que F2 (x) = F(x) + c.

Sabemos ainda que F(x)eF2 (x) são primitivas da f (x).

Assim, em [a, b], F(x)eF2 (x) são contı́nuas.

Se fizermos:
∫a
x = a: F(a) = a f (t)dt = 0.

Agora, se fizermos:

F2 (b) – F2 (a) = [F(b) + c] – [F(a) + c] = F(b) – F(a)

Que nos permite concluir que:


∫b
F(b) = a f (t)dt

Provando assim que:


∫b
F(x) = a f (x)dx = F(x)|ab = F(b) – F(a)
APÊNDICE C
Demonstração: Regra
da Substituição
66 Apêndice C. Demonstração: Regra da Substituição

O método da substituição funciona sempre que nos deparamos


com integrais da forma:

f g(x) g 0(x)dx
∫ 

É necessário lembrar que: F 0(x) = f (x). Assim, a integral acima


pode ser reescrita na forma:

F 0 g(x) g 0(x)dx = F g(x) + c


∫  

A regra acima é satisfeita, uma vez que:

d 
F g(x) = F 0 g(x) g 0(x)
 
dx
Se fizermos a mudança de variável com u = g(x):

F 0 g(x) g 0(x)dx = F g(x) + c = F(u) + c = F(u)du


∫   ∫

Você também pode gostar