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Material de apoio:
Cálculo Diferencial e Integral 1
Prof
a Angélica Maria Tortola Ribeiro
e-mail: angelica.tortola@hotmail.com
Curitiba, 2018
Sumário
1 Introdução ao Cálculo 1
2 Conjuntos Numéricos 5
2.1 Intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3 Valor Absoluto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4 Limites e Continuidade 40
4.1 Denição Precisa de Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.3 Limites no Innito; Assíntotas Horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5 Derivadas e Aplicações 56
5.1 Derivadas de Ordem Superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Referências Bibliográcas 61
ii
Capítulo 1
Introdução ao Cálculo
1
2 INTRODUÇÃO AO CÁLCULO 1.0
Uma vez que sabemos ser P um ponto sobre a reta tangente, podemos encontrar a
equação de t se conhecermos sua inclinação m, mas para isso precisamos conhecer
dois pontos sobre t. Para contornar esse problema, determinamos primeiro uma
aproximação para m, tomando sobre a curva um ponto próximo Q e calculando a
inclinação mP Q da reta secante P Q, obtemos:
f (x)−f (a)
mP Q = x−a
N = {0, 1, 2, 3, 4, ...}
1 - Z∗ = {..., −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, ...} ou Z∗ = Z − {0}: conjuntos dos nú-
meros naturais não-nulos, ou seja, sem o zero.
2 - Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros e não-negativos. Note
que Z+ = N.
5
6 CONJUNTOS NUMÉRICOS 2.0
3 - Z∗+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros positivos e sem o zero.
4 - Z− = {..., −5, −4, −3, −2, −1, 0}: conjunto dos números inteiros não-positivos.
5 - Z∗− = {..., −5, −4, −3, −2, −1}: conjunto dos números inteiros negativos e sem
o zero.
Q = {0, ±1, ±1/2, ±1/3, ..., ±2, ±2/3, ±2/5, ..., ±3, ±3/2, ±3/4, ...}
Note que todo número inteiro é também número racional. Assim, Z é um subcon-
junto de Q.
• Conjunto dos Números Reais (R): Os números reais são representados por R.
Esse conjunto é formado pelos números racionais (Q) e irracionais (I). Assim, temos
que R = Q ∪ I. Além disso, N, Z, Q e I são subconjuntos de R.
Mas, observe que se um número real é racional, ele não pode ser também irracional.
Da mesma maneira, se ele é irracional, não é racional.
√
2 = 1, 414213562373095...
π = 3, 141592653589793...
π ≈ 3, 14159265
onde o símbolo ≈ deve ser lido como "é aproximadamente igual a". Quanto mais casas
decimais forem mantidas, melhor será a aproximação obtida.
Os números reais podem ser representados por pontos sobre uma reta, como na Figura
2.2. A direção positiva (à direita) é indicada por uma echa. Escolhemos um ponto de
referência arbitrário, O, denominado origem, que corresponde ao número real 0. Dada
qualquer unidade conveniente de medida, cada número positivo x é representado pelo
ponto da reta que está a x unidades de distância, à direita, da origem e cada número
negativo −x é representado pelo ponto sobre a reta que está a x unidades de distância, à
esquerda, da origem. Assim, todo número real é representado por um ponto sobre a reta, e
todo ponto P sobre a reta corresponde a um único número real. O número real associado
ao ponto P é chamado coordenada de P , e a reta é dita então reta coordenada, ou reta
dos números reais, ou simplesmente reta real. Frequentemente, identicamos o ponto com
sua coordenada e pensamos em um número como um ponto na reta real.
Vamos introduzir brevemente a notação de conjuntos. Um conjunto é uma coleção
de objetos, chamados elementos do conjunto.
Sejam A e B conjuntos, então algumas operações entre conjuntos, são:
2.1 Intervalos
Denominamos por intervalos os conjuntos de números reais que correspondem geo-
metricamente a segmentos de reta. Exemplos:
1 - (a, b) = {x|a < x < b}: É denominado intervalo aberto, tal que suas extremidades,
isto é, os pontos a e b, estão excluídas.
2 - [a, b] = {x|a ≤ x ≤ b}: É denominado intervalo fechado, tal que suas
extremidades, isto é, os pontos a e b, estão incluídas.
2.2 Desigualdades
Desigualdade é uma expressão que estabelece uma relação de ordem entre dois elemen-
tos. Nos números reais, esta relação é representada pelos símbolos <, ≤, >, ≥, signicando,
menor, menor ou igual, maior, maior ou igual, respectivamente. De forma mais geral, tam-
bém podem ser incluídas nas desigualdades expressões contendo a relação de diferença
6= .
10 CONJUNTOS NUMÉRICOS 2.3
5. Resolva a inequação x
x+7
< 5, x 6= −7. R: {x|x < −35/4 ou x > −7}
|3| = 3 | − 3| = 3 |0| = 0 |3 − π| = π − 3
|a| = a, se a ≥ 0
|a| = −a, se a < 0
1. |ab| = |a||b|
2.3 VALOR ABSOLUTO 11
2. ab = |a|
, onde b 6= 0
|b|
4. |a − b| ≥ |a| − |b|
5. |an | = |a|n
1. |x| = a, se e somente se x = ±a
Por exemplo, a desigualdade |x| < a diz que a distância de x à origem é menor que a,
e isso é válido se e somente se x estiver entre −a e a (Figura 2.4).
Se a e b forem números reais quaisquer, então a distância entre a e b é o valor absoluto
da diferença, isto é, |a − b|, que também é igual |b − a| (Figura 2.5).
Exemplos:
1. Resolva |2x − 5| = 3. R: x = 4 ou x = 1.
Exercícios:
1. Resolva a inequação em termos de intervalos e represente o conjunto solução na reta
real.
a) 2x + 7 > 3
b) 3x − 11 < 4
c) 1 − x ≤ 2
d) 4 − 3x ≥ 6
e) 4x < 2x + 1 ≤ 3x + 2
f ) (x − 1) (x − 2) > 0
g) x3 > x
h) x3 + 3x < 4x2
1
i) x
<4
3. À medida que sobe, o ar seco se expande, e ao fazer isso se resfria a uma taxa de
cerca de 1 o C para cada 100 m de subida, até cerca de 12 km.
a) Se a temperatura do solo for de 20 o C, escreva uma fórmula para a tempera-
tura a uma altura h.
b) Que variação de temperatura você pode esperar se um avião decola e atinge
uma altura máxima de 5 km?
b) | − π|.
√
c) | 5 − 5|.
d) |x − 2|, se x < 2.
e) |x + 1|.
f ) |x2 + 1|.
5. Resolva para x:
a) |x + 3| = |2x + 1|
b) | 2x−1
x+1
|=3
c) |x − 4| < 1
d) |x + 5| ≥ 2
e) |2x − 3| ≤ 0, 4
f ) 1 ≤ |x| ≤ 4
7. Demonstre que |x−y| ≥ |x|−|y|. [Dica: Use a desigualdade Triangular com a = x−y
e b = y ].
Funções são relações que surgem quando uma quantidade depende de outra. Exemplos:
3. O custo C de enviar uma carta preferencial pelo correio depende de seu peso w.
14
3.0 15
Denotamos:
f :A→B
x → f (x)
Denição: Seja f : A → B .
(i) Dado x ∈ A, o elemento f (x) ∈ B é chamado valor da função f no ponto x ou ima-
gem de x por f .
(ii) O conjunto de todos os valores assumidos pela função é chamado conjunto imagem
de f e é denotado por Im(f ).
Exemplos:
1. Sejam A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = Z e f : A → B denida pela regra que a cada
elemento de A faz corresponder o seu dobro. Então,
- A regra que dene f é f (x) = 2x;
- A imagem do elemento 1 é 2, de 2 é 4, etc.;
- O domínio de f é dado por: D(f ) = A;
- O conjunto imagem de f é dado por: Im(f ) = {2, 4, 6, 8, 10}
2. Seja f : R → R, x → x2 . Então,
- D(f ) = R;
- Im(f ) = R+ = [0, ∞).
16 FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL. 3.0
√
3. Seja f (x) = x, para x ∈ R+ . Então,
- D(f ) = R+ = [0, ∞);
- Im(f ) = R+ = [0, ∞).
Exercícios:
1. Considere a função f apresentada na Figura 3.3:
O gráco de uma função é uma curva no plano xy. Mas surge a questão: quais curvas
no plano xy são grácos de funções?
A Figura 3.4 ilustra essa armação. Se cada reta vertical x = a cruzar a curva somente
uma vez, em (a, b), então exatamente um valor funcional é denido por f (a) = b. Mas se
a reta interceptar a curva em dois pontos, (a, b) e (a, c), por exemplo, a curva não pode
representar uma função, pois uma função não pode associar dois valores diferentes
ao mesmo ponto x = a.
Figura 3.4
Exemplos:
1. Seja f (x) = x + 1, f : A → B , tal que A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5}, então f é
uma função de A em B .
Figura 3.5
• (f.g)(x) = f (x).g(x)
f (x)
• (f /g)(x) = g(x)
√ √
Exemplo: Seja f (x) = x, cujo domínio é [0, ∞) e g(x) = 2 − x com domínio
(−∞, 2], então o domínio de f + g , f − g e f.g é D(f ) ∩ D(g) = [0, 2], e o domínio de f /g
é [0, 2), pois g(x) = 0, quando x = 2.
Exemplos:
√
1. Seja f (x) = x. Represente num mesmo gráco as funções: f (x), f (x) − 2, f (x − 2),
−f (x), 2f (x) e f (−x).
Exercícios:
1. Encontre f + g , f − g , f g e f /g das funções abaixo e dena seus domínios:
a) f (x) = x3 + 2x2 , g(x) = 3x2 − 1
√ √
b) f (x) = 3 − x, g(x) = x2 − 1.
5. Dado o gráco de y = f (x) na Figura a seguir, associe cada equação com seu gráco
e justique a escolha.
a) y = f (x − 4) b) y = f (x) + 3
c) y = 13 f (x) d) y = −f (x + 4)
e) y = 2f (x + 6)
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 21
Figura 3.9
Exemplos:
1. Seja f (x) = x2 e g(x) = x − 3, encontre as funções compostas f ◦ g , g ◦ f e f ◦ f .
√ √
2. Seja f (x) = x e g(x) = 2 − x, encontre as funções compostas e seus domínios:
f ◦g, g◦f , f ◦f e g◦g.
Exemplos:
1. Seja uma função denida por:
1 − x, se x ≤ −1
f (x) =
x 2 , se x > −1
3. Encontre uma fórmula para a função f cujo gráco está na Figura a seguir.
O signicado geométrico de uma função ser par é que seu gráco é simétrico em relação
ao eixo y.
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 23
Função Ímpar: É a função que satisfaz f (−x) = −f (x) para todo número x em seu
domínio.
e é denominada decrescente em I , se
Figura 3.13
Exercícios:
1. O gráco de uma função f é dado:
a) Encontre o valor de f (1).
b) Estime o valor de f (−1).
c)Para quais valores de x, tem-se f (x) = 1?
d) Apresente o domínio e a imagem de f .
e) Em qual intervalo f é crescente?
Figura 3.14
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 25
Figura 3.15
d) f (x) = x|x|
e) f (x) = 1 + 3x2 − x4
Exemplo: Uma bola é solta a partir do posto de observação de uma torre, 450 m
acima do chão, e sua altura h acima do solo é registrada em intervalos de 1 segundo na
Tabela a seguir. Sabendo que a relação entre a altura e o tempo é modelada por um
polinômio de grau 2, em quanto tempo a bola atingirá o chão?
Figura 3.18
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 27
Figura 3.19
√
• Se a = 1/n, onde n é um inteiro positivo, a função f (x) = x1/n = n
x é uma
função raiz.
Figura 3.20
• f (x) = cos(x)
• f (x) = tg(x)
Tanto para a função seno quanto para a função cosseno o domínio é R, e a imagem é
o intervalo fechado [−1, 1]. Assim,
−1 ≤ sen(x) ≤ 1 = |sen(x)| ≤ 1
−1 ≤ cos(x) ≤ 1 = |cos(x)| ≤ 1
Além disso, uma importante propriedade das funções seno e cosseno é que elas são perió-
dicas, com período 2π , ou seja,
1
• sec(x) = cos(x)
30 FUNÇÕES REAIS DE UMA VARIÁVEL REAL. 3.2
1 cos(x)
• cotg(x) = tg(x)
= sen(x)
• sen(−x) = −sen(x)
• cos(−x) = cos(x)
As funções cossecante, secante e cotangente são as recíprocas das funções seno, cosseno e
tangente, respectivamente.
Exercícios:
1. Classique cada função como uma função potência, função raiz, função polinomial
(estabeleça seu grau), função racional ou função trigonométrica.
√
a) f (x) = x2 (2 − x3 ) b) g(x) = 4 x
2x3
c) h(x) = 1−x 2 d) u(t) = 1 − 1, 1t + 2, 54t2
e) v(t) = tg(t) − cos(t) f ) w(θ) = senθcos2 θ
Figura 3.24
3. A relação entre as escalas de temperatura Fahrenheit (F) e Celsius (C) é dada pela
função linear F = 59 C + 32.
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 31
4. Biólogos notaram que a taxa de cricridos de uma certa espécie de grilo está relaci-
onada com a temperatura de uma maneira que aparenta ser quase linear. Um grilo
cricrila 112 vezes por minuto a 20 o C e 180 vezes por minuto a 29 o C.
a) Encontre uma equação linear que modele a temperatura T como uma função dos
números de cricridos por minuto N.
b) Qual é a inclinação do gráco? O que ela representa?
c) Se os grilos estiverem cricrilando 150 vezes por minuto, estime a temperatura.
Respostas:
1- a) Polinomial (grau 5), b) Raiz, c) Racional, d) Polinomial (grau 2), e) trigonométrica,
f) trigonométrica.
2- a) h, b) f, c) g.
4- a) T = 689 N + 8817
, b) 689 , variação em ◦ C para cada variação de cricrido por minuto, c)
25◦ C.
5- a) P = 0, 10d + 1, 05, b) 59,5 m.
• ax+y = ax ay
ax
• ax−y = ay
• (ax )y = axy
• (ab)x = ax bx
O Número e
Dentre todas as bases possíveis para uma função exponencial, há uma que é mais
conveniente para os propósitos do cálculo.
Para propósitos futuros, veremos que as fórmulas do cálculo cam muito simplicadas
quando escolhemos como base a aquela para a qual resulta uma reta tangente a y = ax
em (0, 1) com uma inclinação de exatamente 1. De fato, existe um número assim e ele é
denotado pelo caractere e. O valor de e correto até a quinta casa decimal é,
e ≈ 2, 71828
3.2 PRINCIPAIS TIPOS DE FUNÇÕES 33
Exercícios:
1. Utilize as Propriedades dos Exponentes para reescrever e simplicar as expressões.
4−3 1
a) 2−8
b) √
3 4
x
(6y 3 )4
c) b (2b)4
8
d)
√2y5√
x2n x3n−1 a b
e) xn+2
f) √3
ab
Teste da Reta Horizontal: Uma função é injetora se nenhuma reta horizontal in-
tercepta seu gráco em mais de um ponto.
As funções injetoras são importantes, pois são precisamente as que possuem funções in-
versas, de acordo com a seguinte denição:
Denição: Seja f uma função injetora com domínio A e imagem B . Então, a sua função
inversa, f −1 , tem domínio B e imagem A e é denida por:
f −1 (y) = x ⇐⇒ f (x) = y , para todo y em B .
Note que,
Figura 3.29
√
Exemplo: Esboce os grácos de e de f (x) = −1 − x e de sua função inversa usando
o mesmo sistema de coordenadas.
Exercícios:
1. a) O que é uma função injetora?
b) A partir do gráco, como dizer se uma função é injetora?
Funções Logarítmicas
Se a > 0 e a 6= 1, a função exponencial f (x) = ax é injetora pelo Teste da Reta
Horizontal. Logo, existe uma função inversa f −1 , chamada função logarítmica com
base a denotada por loga .
Como, f −1 (x) = y ⇐⇒ f (y) = x,
Vem que,
loga (x) = y ⇐⇒ ay = x
A função logarítmica loga (x) tem o domínio (0, ∞) e a imagem R. Seu gráco é a
reexão do gráco y = ax de em torno da reta y = x. A Figura a seguir mostra os grácos
de y = loga (x) com vários valores da base a > 1.
Figura 3.30
Logaritmos Naturais
De todas as possíveis bases a para os logaritmos, vimos que a escolha mais conveniente
para uma base é e. O logaritmo na base e é chamado logaritmo natural e tem uma
notação especial:
loge x = ln x
• ln x = y ⇐⇒ ey = x
Figura 3.31
Exemplos:
1. Encontre x se ln x = 5.
A fórmula a seguir mostra que os logaritmos com qualquer base podem ser expressos em
termos de logaritmos naturais.
Fórmula de Mudança de Base: Para todo número positivo a(a 6= 1), temos:
ln x
loga x = (3.1)
ln a
Exercícios:
1. Encontre o valor exato de cada expressão.
a) log5 125
1
b) log3 27
c) log2 6 − log2 15 + log2 20
d) log3 100 − log3 18 − log3 50
Figura 4.1
vemos que quando x estiver próximo de 2, f (x) tenderá a 4. E podemos tornar os valores
de f (x) tão próximos de 4 quanto quisermos, ao tornar x sucientemente próximo de 2.
Expressamos isso dizendo que "o limite da função f (x) = x2 − x + 2 quando x tende a 2
é igual a 4". Em notação, utilizamos,
lim (x2 − x + 2) = 4
x→2
Denição: Suponha que f (x) seja denida quando está próxima ao número a. Então
escrevemos,
lim f (x) = L
x→a
40
4.0 41
e dizemos "o limite de f (x), quando x tende a a, é igual a L", se pudermos tornar os
valores de f (x) arbitrariamente próximos de L (tão próximos quanto quisermos), tornando
x sucientemente próximo de a (por ambos os lados de a), mas não igual a a.
Outra notação comumente utilizada é,
f (x) → L quando x → a
Importante notar na denição de limite que f (x) não precisa sequer estar denida em
x = a. A única coisa que importa é como f está denida próximo de a.
Exemplos:
1. Estime o valor de lim xx−1
2 −1 .
x→1
Limites Laterais
Foi observado no Exemplo 4, que H(t) tende a 0 quando t tende a 0 pela esquerda, e
H(t) tende a 1 quando t tende a 0 pela direita, ou seja,
42 LIMITES E CONTINUIDADE 4.0
Denição: Escrevemos,
lim f (x) = L
x→a−
e dizemos que o limite à esquerda de f (x) quando x tende a a [ou o limite de f (x)
quando x tende a a pela esquerda] é igual a L se pudermos tornar os valores de f (x)
arbitrariamente próximos de L, para x sucientemente próximo de a e x menor que a.
De maneira semelhante, se exigirmos que x seja maior que a, obtemos "o limite à
direita de f (x) quando x tende a a é igual a L"e escrevemos,
lim f (x) = L
x→a+
Exemplo: Considere o gráco a seguir. Use-o para estabelecer os valores (caso existam)
dos seguintes limites:
a) lim− g(x) b) lim+ g(x) c) lim g(x)
x→2 x→2 x→2
Figura 4.3
4.0 43
Limites Innitos
Denição: Seja f uma função denida em ambos os lados de a, exceto possivelmente no
próprio a. Então
lim f (x) = ∞
x→a
signica que podemos fazer os valores de f (x) carem arbitrariamente grandes (tão gran-
des quanto quisermos) tornando x sucientemente próximo de a, mas não igual a a.
lim f (x) = −∞
x→a
signica que podemos fazer os valores de f (x) carem arbitrariamente grandes, porém
negativos, tornando x sucientemente próximo de a, mas não igual a a.
Figura 4.4
Exemplos: O x→0
lim x12 = ∞, enquanto que o lim − x12 = −∞.
x→0
Figura 4.5
44 LIMITES E CONTINUIDADE 4.0
Exemplos:
1. Encontre lim+ x−3
2x
e lim− x−3
2x
.
x→3 x→3
3. Encontre lim+ ln x.
x→0
Exercícios:
1. Explique com suas palavras o signicado da equação lim f (x) = 5. É possível que a
x→2
equação anterior seja verdadeira, mas que f (2) = 3? Explique.
2. Para a função f , cujo gráco é dado, diga o valor de cada quantidade indicada, se
ela existir. Se não existir, explique por quê.
a) lim f (x) b) lim− f (x) c) lim+ f (x) d) lim f (x) e) f (3)
x→1 x→3 x→3 x→3
Figura 4.6
3. Para a função g cujo gráco é dado, diga o valor da cada quantidade, se ela existir.
Se não existir, explique por quê.
a) lim− g(t) b) lim+ g(t) c) limg(t) d) lim− g(t) e) lim+ g(t) f ) limg(t)
t→0 t→0 t→0 t→2 t→2 t→2
g) g(2) h) limg(t)
t→4
4.0 45
Figura 4.7
5. Faça uma conjectura sobre o valor do limite (se ele existir) por meio dos valores da
função nos números dados (com precisão de seis casas decimais).
Figura 4.8
46 LIMITES E CONTINUIDADE 4.0
Propriedades dos Limites: Supondo que c seja uma constante e os limites x→a
lim f (x) e
lim g(x) existam, então:
x→a
lim f (x)
5. lim fg(x)
(x)
= x→a
lim g(x)
, se lim g(x) 6= 0
x→a x→a x→a
h in
6. lim [f (x)]n = lim f (x) , onde n é um inteiro positivo.
x→a x→a
7. lim c = c
x→a
8. lim x = a
x→a
11. lim lim f (x), onde n é um inteiro positivo. Se n for par, supomos que
p q
n
f (x) = n
x→a x→a
lim f (x) > 0.
x→a
Exemplos:
1. Use as Propriedades dos Limites e os grácos de f e g na Figura a seguir para
calcular os seguintes limites, se eles existirem.
a) lim [f (x) + 5g(x)]
x→−2
b)lim [f (x)g(x)]
x→1
c)lim fg(x)
(x)
x→2
Figura 4.9
As funções que possuem essa propriedade de substituição direta são chamadas de funções
contínuas em a.
Exemplos:
1. Encontre lim g(x), onde
x→1
(
x + 1, se x 6= 1
g(x) =
π, se x = 1
2 −9
2. Encontre lim (3+h)h .
h→0
√
3. Encontre lim t2 +9−3
t2
.
h→0
Teorema: x→a
lim f (x) = L, se, e somente se lim− f (x) = lim+ f (x) = L. (se os limites
x→a x→a
laterais existem e são iguais, então o limite bilateral existe).
Exemplos:
48 LIMITES E CONTINUIDADE 4.1
3. Se
(√
x − 4, se x > 4
f (x) =
8 − 2x, se x < 4
lim g(x) = L.
x→a
Figura 4.10
lim f (x) = L.
x→a
lim f (x) = L.
x→a−
lim f (x) = ∞.
x→a
signica que, para todo número positivo M , há um número positivo δ tal que
signica que, para todo número positivo N , há um número positivo δ tal que
se 0 < |x − a| < δ , então f (x) < N
Exemplos:
1. Use um gráco para encontrar um número δ tal que se |x − 1| < δ , então
|(x3 − 5x + 6) − 2| < 0, 2.
4.2 Continuidade
Denição: Uma função f é contínua em um número a se
lim f (x) = f (a).
x→a
Exemplos:
1. A Figura a seguir mostra o gráco da função f . Em quais números f é descontínua?
Por quê?
Figura 4.11
e f é contínua à esquerda em a se
Exemplo: Em cada inteiro n, a função f (x) = [[x]] é contínua à direita, mas descontínua
à esquerda, pois
√
Exemplo: Mostre que a função f (x) = 1 − 1 − x2 é contínua no intervalo [−1, 1].
4. f g 5. fg , se g(a) 6= 0
Teorema:
a) Qualquer polinômio é contínuo em toda a parte; ou seja, é contínuo em R.
b) Qualquer função racional é contínua sempre que estiver denida; ou seja, é contínua
em seu domínio.
Teorema: Os seguintes tipos de funções são contínuas para todo o número de seus do-
mínios: polinômios, funções racionais, funções raízes, funções trigonométricas, funções
trigonométricas inversas, funções exponenciais, funções logarítmicas.
√
Exemplo: Calcule x→1
lim arcsen 1− x
1−x
.
Exemplo: Mostre que existe uma raiz da equação 4x3 − 6x2 + 3x − 2 = 0 entre 1 e 2.
4.3 LIMITES NO INFINITO; ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS 53
Figura 4.12
Figura 4.13
Denição: Seja f uma função denida em algum intervalo (−∞, a). Então
lim f (x) = L
x→−∞
Figura 4.14
Figura 4.15
Se r > 0 for um número racional tal que xr seja denida para todo x, então
lim 1r =0
x→−∞ x
LIMITES NO INFINITO; ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS 55
Exemplos:
1. Calcule: lim 5x 2 +4x+1 e indique quais propriedades de limites foram usadas em cada
2
3x −x−2
x→∞
etapa.
√
2. Determine as assíntotas horizontais e verticais do gráco da função: f (x) = 2x2 +1
3x−5
.
lim f (x) = ∞.
x→∞
é usada para indicar que os valores de f (x) tornam-se grandes quando x se torna grande.
Signicados análogos são dados aos seguintes símbolos:
Exemplos:
1. Encontre: lim x3 e lim x3 .
x→∞ x→−∞
3. Encontre lim x2 +x
.
x→∞ 3−x
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