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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

A ROCHA NO CAMINHO

Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma

estrada. Naquele momento, ele se escondeu e ficou observando se alguém tiraria

a imensa rocha do caminho.

Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e,

simplesmente, deram a volta pela pedra.

Outros até reclamavam e falavam contra o rei, dizendo que ele não

mantinha as estradas limpas, mas nenhum deles tentou sequer remover a pedra

dali.

De repente, passou um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se

aproximar da imensa rocha, ele colocou de lado a carga e tentou remover a pedra

do lugar.

Após muita força e suor, ele, finalmente, conseguiu mover a pedra para o

lado da estrada. Voltou a pegar a carga de vegetais e notou que havia uma bolsa

no local onde estava a pedra.

Foi até ela e viu que a bolsa continha muitas moedas de ouro e um bilhete

escrito pelo rei, que dizia: “todo obstáculo contém uma oportunidade para

crescermos e melhorarmos, em tudo, um pouco”…

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KARATÊ-DO
HISTÓRIA

Karaté ou caratê, em japonês (空手) ou karate-dō (空手道), é uma arte


marcial japonesa desenvolvida a partir da arte marcial indígena de Okinawa sob
influência da arte da guerra chinesa (chuan fa), das lutas tradicionais japonesas
(koryu) e das disciplinas guerreiras japonesas (budō).
O arquipélago de Oquinaua (Okinawa) localiza-se quase que exatamente a
meio caminho entre Japão e China, no Mar da China Oriental e por causa de sua
posição geográfica, a região sempre despertou a cobiça dos dois países, os quais
não pouparam esforços para estenderem suas influências (culturais e econômicas),
tornando a existência de um governo local submetida à conjugação de interesses e
política externos. A influência chinesa era considerável, e alguns praticantes de artes
marciais oriundos daquele país chegaram a Oquinaua.
Apesar da circunstância de estar em torno da influência sino-japonesa,
sucedeu-se na história de Oquinaua, entre 1322 e 1429, um período denominado
de Sanzan-jidai, período dos três montes ou três reinos de Hokuzan (Monte
Setentrional), Chuzan (Monte Central) e Nanzan (Monte Meridional) que disputavam
o controle da região. Tal período acabou com a unificação sob a bandeira do reino
de Ryukyu e sob o comando de Chuzan, que era o mais forte economicamente,
inaugurando à primeira dinastia Sho: Sho Hashi. Nessa época, a influência chinesa
consolidou-se como a principal das duas e isso se refletiu na estrutura administrativa
do reino e em outros aspectos culturais.
Após a unificação e para conter eventuais sentimentos de revolta, Rei Sho
Hashi tornou proibido o porte de quaisquer armas por parte da população civil. Este
fato é considerado o marco principal do processo evolutivo que veio a culminar no
caratê, sendo que já existia em Oquinaua, uma arte marcial própria e, essa medida
impôs um ritmo diferente, devido à necessidade de as pessoas terem uma forma de
defesa e em razão da proibição real, aquelas técnicas foram-se aperfeiçoando.
Fruto também da proibição do porte de armas foi o desenvolvimento
do kobudo, outra arte marcial oquinauense que transformou o uso de objetos do
cotidiano em armas, como a tonfa e o nunchaku, que eram originalmente
instrumentos de trabalho, para manuseio de moinho e debulhagem de arroz.
A sociedade japonesa, possuindo uma classe guerreira, era há muito
conhecedora de disciplinas de combates com e sem armas. No seio das famílias
e/ou clãs discutiam-se formas de combate, os chamados koryu, transmitidos
somente internamente. Entretanto, o que importa é que houve certa troca de
conhecimentos, sendo que muito discreta, e essas artes evoluíram para atender
exatamente às necessidades dos grupos que as usavam.
Essa peculiaridade, de existir uma classe nobre guerreira, impingiu à
nascente arte do caratê, um carácter subalterno, pois se desenvolveu nas camadas
mais pobres da população, que sobreviviam de atividades agrícolas e de pesca, já
que as classes de guerreiros, tal e qual aconteciam na China e Japão, não difundiam

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suas disciplinas de combate fora de seu estreito círculo. De qualquer modo, a classe
guerreira (os peichin) acabou por se render às técnicas de luta desarmada.
A independência do reino de Ryukyu sofreu duro golpe quando, em 1609,
o clã samurai de Satsuma, com aprovação do imperador do Japão, subjugou
o arquipélago. Por ocasião da invasão, os samurais encontraram pouco ou nenhum
revide, porque, dadas as circunstâncias, o Rei declarou que a vida é o mais
importante tesouro e recomendou que a população das ilhas não revidasse à
agressão estrangeira. Oquinaua passou a ser um estado tributário do Japão e
China, mas, contrário ao cenário anterior, com predomínio nipônico, que expôs a
cultura local e influenciou muito o desenvolvimento das artes marciais, sob os
valores da classe guerreira. Naquele momento, o clã Satsuma introduziu sua própria
disciplina, o jigen-ryu.

Arte das mãos oquinauenses


Antes das influências sínica e nipônica, já existia uma espécie de luta
desarmada e nativa de Oquinaua, que era praticada abertamente, chamada
de mutô, cujo embate começava com empurrões muito parecidos com os de sumô,
depois, seguindo-se com aplicação de golpes de arremesso e torção. Vencia aquele
que derrubasse ou submetesse o adversário. Era uma prática cujo objetivo era
recreativo, mas que, segundo alguns autores e mestres, teria sido a semente do
caratê, que foi então paulatinamente sendo moldado e modificado sob a influência
do boxe sino-meridional.
Em meados do século XVII, uma arte marcial oquinauense sem armas já era
estabelecida, sendo conhecida por "tê" (em japonês: te, em oquinauense: ti).
Também é referida como mão de Oquinaua (em japonês: Okinawa-te,
em oquinauense: Uchinaadi), quando surge a figura de Matsu Higa, renomado
mestre de te e kobudoe também experto em chuan fa, que teria aprendido com
mestres chineses. Mas já nesse tempo, a arte marcial já vinha evoluindo em três
formas distintas, radicadas nas três cidades que as nomearam, Naha-te, Tomari-
te e Shuri-te.
Acredita-se que Sensei Higa tenha sido, dentro de seu estilo próprio, o
primeiro a estabelecer um conjunto formal de técnicas e chamá-lo de te.
Destacaram-se mais os estilos de Shuri, por ser a capital, e de Naha, por ser
cidade portuária e mais importante entreposto comercial. Entretanto, mesmo que
tivesse menor relevo no cenário da época, por ser uma cidade de
trabalhadores, pescadores e campesinos, Tomari, devido à exatamente suas
características, desenvolveu o estilo peculiar e muitas vezes erradamente
confundido com o estilo de Shuri.
Na linhagem do estilo shuri-te, caracterizado pelas posturas corporais naturais
e por movimentos lineares de deslocamento e de golpes, seguiram-se a sensei Higa,
mais ou menos numa linha de instrutor e aprendiz, os mestres Peichin
Takahara, Kanga Sakukawa e Sokon Matsumura.
Com mestre Takahara, já por influência japonesa, o te vem a receber os três
princípios que culminariam com a transformação da técnica numa disciplina muito
maior já na transição do século XIX para o século XX.
Ainda no século XVII, o te sofria fortes influências desde a China. Mestre
Sakukawa, por sugestão de Peichin Takahara, foi aprender com o chinês Kushanku,
mestre de chuan fa e, depois, diretamente no continente.
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Tais características não passaram despercebidas e calharam em que a arte


marcial passou a se chamar Tode ou Todi (mão chinesa), ou
ainda Toshukuken e Toshu-jitsu.
Enquanto isso, em Tomari, seu estilo adquiria uma característica mais
acrobática. Os principais expoentes da região foram os mestres Karyu Uku e Kishin
Teryua, que deixariam por legado a Kosaku Matsumora. Em Naha, o te evoluía
numa direção diversa, com movimento de extrema contração, golpes de curto
alcance e condicionamento do corpo para absorção de golpes, tudo conjugado a
técnicas de respiração (ibuki).
Sob a administração de Sokon Matsumura, o tode passou a ter um
treinamento mais formalizado com a compilação de uma série mais ou menos
fechada de kata e, principalmente, rompeu-se a barreira das classes sociais.
Com Matsumura, que fazia parte da elite guerreira e da corte do Rei Sho Ko e
sucessores, o tode, praticado pelas classes trabalhadoras, passou a ser uma arte
militar reconhecida.
Por essa época, ficaram famosos, e quase lendários, os contos sobre
as proezas dos artistas marciais de Oquinaua, como a do mestre de Tomari-
te, Kosaku Matsumora, que desarmado derrotou um samurai. Assim, o te era
conhecido também por shimpi tode (misteriosa mão chinesa) ou reimyo
tode (etérea/miraculosa mão chinesa).

Arte das mãos vazias

Anko Itosu

No fim do século XIX, o caratê ainda era marcado de modo forte por quem o
ensinava, não havia, mesmo que houvesse similaridades entre as técnicas, um
padrão, o que dificultava sua maior aceitação fora de círculos restritos, porque era
praticado e ensinado num rígido esquema de mestre/aluno.
Nesse meio tempo, o cenário político mudou por causa da anexação final
de Ryukyu, em 1875, por parte do Japão, fazendo com que o reino se expandisse na
província de Oquinaua. O que poderia ser o fim acabou tornando-se uma
oportunidade, pois terminou com o isolamento da população do arquipélago,
incorporados de vez à população nipônica. Coube a Anko Itosu, um discípulo de
Matsumura e secretário do rei de Oquinaua, usar de sua influência para tentar
divulgar a arte marcial.

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O mestre via o te não somente como arte marcial, mas, principalmente, como
uma forma de desenvolver caráter, disciplina e físico das crianças. Ainda assim, o
mestre julgava que os métodos utilizados até a época não eram práticos: o te era
ensinado basicamente por intermédio do treino repetitivo dos kata. Então, Itosu
simplificou o treino a unidades fundamentais, os kihons, que são as técnicas
compreendidas em si mesmas, um soco, uma esquiva, uma base, e, além, compilou
a série de kata Pinan com técnicas mais simples e que passariam a formar
o currículo introdutório. A mudança resultou na diminuição, supressão em alguns
casos, de táticas de luta, mas reforçou o caráter esportivo, para benefício da saúde:
deu-se relevo a postura, mobilidade, flexibilidade, tensão, respiração e relaxamento.
Atribui-se ao mestre Itosu os primeiros movimentos para promover a mudança
de denominação para karate (mãos vazias), como forma de vencer as barreiras
culturais, as resistências para aceitação, porque algo com origem chinesa não era
visto com bons olhos, ademais porque havia tensões latentes entres os dois
países. Todavia, documentado é o fato de o mestre Hanashiro Chomo, numa
publicação intitulada «karate kumite», claramente referir-se à sua arte marcial como
mãos vazias.
O caratê tornou-se esporte oficial em 1902 que é o ponto em que se
aperfeiçoa a transição de arte marcial para disciplina física, deixando de ser visto
apenas como meio de autodefesa.
Como resultado de seu progresso, Anko Itosu crê ser possível exportar o
caratê para o resto do Japão e, em começos do século XX, passa a empreender
esforços para tanto, mas não consegue sucesso.
Paralelos a esses eventos, outro influente mestre, Kanryo Higashionna,
promovia por si outras mudanças. Ele desenvolvia um estilo peculiar que mesclava
técnicas suaves, evasivas e defensivas (como esquivas e projeções), e menos as
rígidas, e tinha como discípulos Chojun Miyagi e Kenwa Mabuni. A exemplo de Itosu,
Higashionna conseguiu incluir os valores neles que levaram até as mudanças
futuras que tornariam o caratê mais aceitável.
A evolução que arte estava experimentando e havendo a fama de ser um
estilo de luta eficaz, fama que já corria pelo Japão, ainda era pouco conhecida. Não
se sabia realmente muito dessa luta que havia matado muitas pessoas e inclusive,
em 1965 o caratê foi proibido no Brasil por que ele havia matado duas pessoas que
estavam lutando: Francisco de Oliveira dos Santos e Maria Fernanda dos Campos.
Alguns fatores contribuíram, entretanto, para a divulgação do caratê. Um
desses fatores era a mentalidade corrente da época que, mesmo com o processo de
disseminação dos costumes ocidentais iniciado com a Restauração Meiji, ainda era
muito apegada à figura do guerreiro, não sendo incomum o lance de desafios a
lutadores proeminentes ou mesmo a uma casa, família ou paragem. Não se pode
esquecer, contudo, que isso não se deva por intimidação, mas por orgulho de suas
tradições e para homenagear seus mestres, resguardando-se a honra. Era comum a
prática do dojo yaburi (desafio ao dojô).
Certa altura, por volta de 1906 chegou a Oquinaua um praticante
de jujutsu (ou de judô, segundo algumas fontes) que desafiou a todos da ilha a medir
forças com ele, para provar que seu estilo de jiu-jítsu era superior aos do Japão e da
região. No dia combinado, já na casa dos setenta anos, no meio de vários lutadores,
o mestre Itosu não quis deixar sem resposta o convite e foi ter com o desafiante, que
interpelou o mestre, dizendo "que honra haveria de ganhar de um idoso?", mas
aceitou o desafio por respeito ao nobre ancião. A luta foi decidida com apenas um
golpe.
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Marcante e decisivo, entretanto, foi um desafio que mestre Choki


Motobu protagonizou. Chegou ao Japão um navio russo, conduzindo um lutador
de sambo (Jon Kirter), com porte físico avantajado (quase 2m de altura) e capaz de
cravar um prego na madeira com as mãos. O objetivo daquele lutador era divulgar
sua modalidade de luta e, para tanto, além das demonstrações públicas, que
envolviam proezas, como enrolar uma barra de ferro nos braços e quebramentos, foi
lançado um desafio a todo o país.
A notícia chegou até Oquinaua, sendo o desafio aceito pelos irmão Motobu,
descendentes da casa real e expertos em artes marciais, além do
caratê, kobudo e gotende. Dirigiram-se eles até o Japão. No dia da luta, o embate foi
decidido com apenas um golpe na região do plexo solar. A vitória foi considerada tão
surpreendente que criou alvoroço e despertou de vez o interesse pelo caratê.

Caminho das mãos vazias

Kenwa Mabuni

Os esforços de Itosu, não geraram os efeitos desejados, mas frutificaram nas


mãos de seus alunos. Por exemplo, o Mestre Kenwa Mabuni, como forma de tributo,
sistematizou todos os ensinamentos aprendidos no estilo Shito-ryu, que pretende
unir os estilos Shuri-te e Naha-te e com isso veio a preservar muitas variações
de kata; o Mestre Choshin Chibana, por sua vez, juntou seu conhecimento no
estilo Kobayashi-ryu, pretendendo preservar as exatas formas por ele aprendidas de
Matsumura e Itosu.
Aproveitando o interesse no caratê, principalmente depois da vitória do
mestre Choki Motobu sobre o lutador russo, coube a Gichin Funakoshi baseando-se
nesse grande êxito e no objetivo do mestre Itosu, difundir o caratê como desporto e
nativo da cultura japonesa.
Fundamental também foi o empenho de outros grandes mestres,
como Mabuni, Miyagi, Motobu, entre outros, que não podem ser desconsiderados
nesse trabalho. Esses esforços não podem ser esquecidos porque criaram o
ambiente para que Funakoshi tivesse êxito em difundir o caratê pelo arquipélago
japonês. As técnicas do estilo iniciado por Funakoshi baseiam-se no caratê de Itosu,
mas dando mais destaque ao aspecto formativo da personalidade, característica que
ficou impressa nas demais linhagens surgidas naquele momento.
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A divulgação não aconteceu sem resistência. A despeito de vários pedidos


para a não exibição de vários mestres que não viam com bons olhos o movimento,
Funakoshi levou o caratê até o sistema público de ensino, com a ajuda de seu
mestre Anko Itosu e, em pouco tempo, a arte marcial já fazia parte
do currículo escolar como disciplina física/esportiva, dando um impulso
extraordinário, com o caratê sendo praticado em vários locais e sendo bastante
apreciado e valorizado.
Entre 1902 e 1915, sensei Funakoshi viajou com seus melhores alunos por
toda Oquinaua realizando demonstrações públicas de caratê e calhou de o inspetor
de Educação do conselho, Shintaro Ogawa, estar particularmente interessado no
processo seletivo para ingresso nas forças armadas e preocupado em obter um bom
grupo, composto por jovens de boa índole (valores) e boa compleição. Ogawa ficou
tão impressionado, que escreveu ao continente dando as notícias sobre o que tinha
visto.

Ginchin Funakoshi

Em seguida, o almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma daquelas


demonstrações, explicadas por Funakoshi, enquanto seus alunos executavam kata,
quebravam telhas e faziam outras proezas, que demonstravam a eficácia do
condicionamento físico. O almirante ficou muito impressionado e ordenou que seus
homens iniciassem o treinamento de imediato. Sucedeu também de, em 1912, o
Almirante Dewa escolher doze de seus homens para treinarem caratê por uma
semana, enquanto estivessem ancorados nas imediações. As novas levadas por
esses dois oficiais levaram o caratê a ser mais comentado no Japão.
No desenrolar dos acontecimentos, calhou de, em 1921, o então príncipe
herdeiro e futuro imperador Hirohito assistir a uma dessas demonstrações, pelo que
ficou admirado e pediu a feitura de um evento nacional em Tóquio, realizado em
1922. O evento foi muito bem sucedido e ocasionou de o mestre Funakoshi ser
coberto de convites para apresentar sua arte e, um desses convites foi feito
por Jigoro Kano, para ser feito no instituto Kodokan.
Durante o evento, que levantou a plateia, mestre Funakoshi foi convencido a
permanecer no Japão e, com a ajuda de Jigoro Kano, de que se tornou amigo
íntimo, o caratê foi difundido.

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O mestre sabia que haveria de surgir enorme oposição, haja vista que naquele
período da história das relações entre Japão e China não era dos melhores.
Ainda era muito recente a lembrança da Primeira Guerra Sino-
Japonesa (1894–1895). E até o fim da Segunda Guerra Mundial e da Segunda
Guerra Sino-Japonesa, com a rendição do Japão perante os Aliados, ocorreram
vários incidentes.
Tais circunstâncias levavam à conclusão de que uma arte marcial de origem
chinesa seria certamente repudiada, pelo que a mudança da arte para o karate-
dō (caminho das mãos vazias), isto é, com o acréscimo do sufixo "dō", como se deu
com muitas das artes marciais praticadas no Japão. A partícula do significa caminho,
palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Daí que o caratê deixou de ser
encarado apenas em seu aspecto técnico, ou jutsu, para serem realçados o
filosófico e o físico (educacional).
Por outro lado, o caratê beneficiou-se de uma perspectiva que existia, a de
que a luta nativa de Oquinaua, aí incluso o seu kobudo (manipulação de armas), era
simplesmente uma forma de jujutsu ou koryu. Assim se pensava porque tanto os
vários estilos de jujutsu (takenouchi-ryu, daito-ryu e etc.) japoneses quanto o
oquinauense valiam-se das mesmas formas técnicas (luta desarmada,
principalmente), diferenciando-se apenas no foco e no treinamento, ou seja, nada de
estranho, se comparado à tradição samurai e denominava-se o caratê de tejutsu, o
que reforçava esse aspecto.

Mestres de caratê na década de 1930

A proposição de Mestre Itosu, pela escrita do nome da arte marcial


como kara-te-dō foi objeto de debate em 1936, e mestres na época acordaram que
seria a melhor escolha, o que refletira a unidade do caratê e sua originalidade, posto
que houvesse sofrido diversas influências de fora.
Do modo como se desenvolveu, um elemento da cultura japonesa, o caratê
está ligado a certos elementos do Zen-budismo, sendo que sua prática algumas
vezes é chamada de "zen em movimento". As aulas frequentemente começam e
terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos,
como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo
maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições
adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de
cada instrutor.
Devido aos esforços de Funakoshi o caratê passou a ser ensinado
nas universidades de Shoka, Takushoku, Waseda e Faculdade de Medicina.

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Jigoro Kano

A modernização e sistematização do caratê no Japão também incluiu a


adoção do uniforme branco (quimono ou karategi) e de faixas coloridas indicadoras
do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano,
fundador do judô.
As contribuições de Jigoro Kano não se limitam ao uniforme de treinamento e
à padronização das graduações, mas vão até as técnicas, que foram compiladas
dentro do estilo Shotokan. O conceito de do, posto que presente há muito, foi de
certa forma reinterpretado segundo suas ideias.
Depois que Funakoshi demonstrou o caratê, outros mestres de Oquinaua
seguiram pela mesma trilha e se foram, no intuito de conseguir novos alunos e
divulga-lo ainda mais. Somente durante a década de 1930 foi que a Associação
Japonesa de Artes Marciais, Butoku-kai, reconheceu oficialmente o caratê como arte
marcial nipônica e requereu que todas as escolas fizessem registro na entidade,
exigindo para esse registro que cada uma delas indicasse os nomes de seus estilos.
Em maio de 1949, alguns discípulos de Funakoshi criaram uma associação
sendo o objetivo principal a promoção do caratê. O nome dado foi Nihon Karate
Kyokai (Japan Karate Association - JKA, Associação Japonesa de Caratê), e o
primeiro presidente foi Saigo Kichinosuke, membro da Câmara Alta do
Japão, neto de Saigo Takamori, um dos maiores heróis do Japão Meiji.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o caratê tornou-se popular na Coreia do
Sul sob os nomes tangsudo ou kongsudo quando a pratica do taekwondo foi proibida
pelos japoneses após sua invasão.
Após a Segunda Guerra Mundial, o mestre Funakoshi com seus alunos
conseguiram que o Ministério da Educação classificasse o caratê como educação
física e não como arte marcial, tornando possível seu ensino, durante a ocupação do
Japão. Depois dos Estados Unidos o caratê foi difundido pela Europa e o mundo.

Atualidades

Mesmo que o mestre Funakoshi pregasse que o caratê era uma arte
marcial única, que as variações nas formas, nos estilos, deviam-se essencialmente
às estruturas políticas e que jamais denominou sua linhagem de estilo, ainda
durante sua existência e persistindo até os dias atuais, o que sucedeu foi uma
proliferação de estilos, escolas e linhagens diferentes.

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A grande variedade de estilos e escolas, se por um lado facilita essa


disseminação, por outro, causou enormes divergências de opiniões entre entidades
e representantes. Muitas vezes, o que motivou essas divergências foram
disputas políticas e/ou ideológicas.
Depois de criada por discípulos de Funakoshi, a quem aclamaram como líder,
em 10 de abril de 1957, a JKA ganhou a condição de entidade oficial, mas, cerca de
duas semanas depois, o grande mestre faleceu com a idade de 89.

Olimpíadas

Em 19 de junho de 1999, depois de muitos anos e muitos episódios marcados


pela discórdia, na 109ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional - COI, confirmou-
se o reconhecimento da Federação Mundial de Caratê (World Karate Federation -
WKF, em inglês) como o ente governativo do caratê mundial, o que significava o
também reconhecimento do esporte como esporte candidato a figurar nos Jogos
Olímpicos de Atenas, em 2004, como esporte de demonstração, cuja confirmação
dar-se-ia na 111ª Sessão do Comitê, para o ano seguinte.
O COI estabelece dois parâmetros para a aceitação de um esporte como
olímpico: ser praticado em muitos países (membros) e ser representado por uma
entidade mundialmente reconhecida. Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional -
COI aprovou o Caratê como modalidade olímpica para os Jogos Olímpicos de
Tóquio em 2020.

CÓDIGO SAMURAI

Bushido literalmente, "caminho do guerreiro", é um código de conduta e


modo de vida para os Samurai (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi),
vagamente semelhante ao conceito de cavalheirismo que define os parâmetros para
os Samurais viverem e morrerem com honra.
O Bushido foi formado e influenciado pelos conceitos
do Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. A combinação dessas doutrinas e religiões
formaram o código de honra do guerreiro samurai, conhecido por Bushido.
Em função das influências do Budismo, os samurais não temiam a morte, pois
acreditavam na existência da vida após a morte: (ex: kamikazes) renasceriam no
encargo de guerreiro em suas contínuas reencarnações. Os samurais também não
temiam os perigos, uma vez que as técnicas de meditação do Zen foram usadas
como um meio de limitar esse temor. Com os ensinamentos Zen, os samurais
buscavam entrar em harmonia com o seu Eu interior e com o mundo à sua volta.
O Bushido foi influenciado também pelos preceitos do Xintoísmo, como a
lealdade, o patriotismo, e a reverência aos seus antepassados. Com tal lealdade
para com a memória de seus ancestrais, os samurais empenham essa mesma
reverência ao imperador e ao seu daimyo ou senhor feudal. O Xintoísmo também
fornece a importância para o patriotismo com o seu país, o Japão. Eles creem que
a Terra não existe apenas para suprir as necessidades das pessoas. "É
a residência sagrada dos deuses, dos espíritos de seus antepassados…" A Terra
deve ser cuidada, protegida e alimentada por um Amor intenso.

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O Confucionismo oferece ao Bushido a sua crença em relação aos seres


humanos e às suas famílias. O Confucionismo ressalta o dever filial e as relações
entre senhor e servo, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e
entre amigos mais velhos e mais novos, que são seguidas pelos samurais.
Junto com estas virtudes, o Bushido também prega justiça, benevolência,
coragem, amor, sinceridade, honestidade e autocontrole. A justiça é um dos
principais fatores no código do samurai, assim como o amor e a benevolência, que
são suntuosas virtudes dos samurais.
No geral, guerreiro é aquele que procura o seu próprio caminho. Muitas
pessoas podem estar perfeitamente a procurar o caminho sem se darem conta
disso. Guerreiro é a pessoa que tem um objetivo e que, por meio deste, passa a ter
consciência do seu dom e das suas limitações. Através dessa consciência, o
guerreiro atinge a sua meta, combinada com a vontade de vencer as fraquezas,
temores e limitações.
Cada pessoa trilha o seu próprio caminho, já que existem vários caminhos:
como o caminho da cura pelo médico, o caminho
da literatura pelo poeta ou escritor e muitas outras artes e habilidades. Cada pessoa
pratica de acordo com a sua inclinação. Por isso pode-se chamar de guerreiro,
aquele que segue o seu caminho específico.
No Bushido, a palavra guerreiro significa muito mais do que isso. O termo
bushi não pode ser designado a qualquer um. O bushi é diferente, pois seus estudos
do caminho baseiam-se em superar os homens. A casta guerreira distingue-se das
demais pela sua fidelidade e honra, a palavra do guerreiro vale mais do que tudo.
O caminho do guerreiro é o caminho da pena e da espada, esse conceito vem
do antigo Japão feudal e determinava que o guerreiro (bushi) dominasse tanto a arte
da guerra quanto à leitura e que ele deve apreciar ambas as artes. O bushi deve
aprender o caminho de todas as profissões, se informar sobre todos os assuntos,
apreciar as artes e quando não estiver ocupado em suas obrigações militares,
deverá estar sempre praticando algo, seja a leitura ou a escrita, armazenando em
sua mente a história antiga e o conhecimento geral, comportando-se bem a todo o
momento para ter uma postura digna de um samurai, tudo isso sem desviar do
verdadeiro caminho, o Bushido.
A etiqueta deve ser seguida, todos os dias da vida quotidiana, assim como na
guerra pelos samurais. Sinceridade e honestidade são as virtudes que avaliam as
suas vidas. Transcender um pacto de fidelidade completa e confiança está ligado à
dignidade. Os samurais também precisavam ter autocontrole, desapego e
austeridade para manter a sua honra, em função disso, podemos dizer que o
samurai é o guerreiro completo e o seu código de honra - o Bushido - tem forte
influência no estilo de vida do povo japonês e oferece uma explicação do carácter e
da indomável força interior desse povo.
Para o Bushido, o caminho do guerreiro exige que a conduta de um homem
seja correta em todos os sentidos, dessa forma, a preguiça é um mal que deve ser
abominado. Mas existem problemas quando a pessoa se apoia no futuro, pois se
torna preguiçosa e indolente, já que deixa para amanhã, aquilo que poderia ser
feito hoje. Pessoas que agem dessa maneira, não seguem o verdadeiro preceito do
Bushido, que de um modo geral, é a aceitação final da morte.
Se o guerreiro tem plena consciência da morte, evitará conflitos, estará livre
de doenças, além de ter uma personalidade com muitas qualidades e diferenciada
às dos demais seres humanos. O guerreiro vive o presente sem se preocupar com o
amanhã, de modo que quando contempla as pessoas, sente como se nunca mais
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fosse vê-las novamente e, portanto, o seu dever e consideração às pessoas serão


profundamente sinceros. O verdadeiro guerreiro é aquele que aceita a morte, dessa
maneira, ele não se meterá em discussões desnecessárias que venham a provocar
um conflito maior, já que assim ele pode acabar sendo morto e isso resultaria na sua
desonra ou afligiria a reputação e nome de sua família. Se a ideia de morte é
mantida, será cuidadoso e susceptível de ser discreto e não dirá coisas que
ofendam às outras pessoas. Também não cometerão excessos doentios com
a comida, bebida e sexo, usando a moderação e a privação em tudo, permanecendo
livre de doenças e mantendo uma vida saudável.

“Os homens devem moldar o seu caminho. A partir do momento em que você vir o
caminho em tudo o que fizer, você se tornará o caminho.”

“Um samurai deve antes de tudo, ter sempre em mente, dia e noite, desde a manhã
de ano novo, quando pega os palitos para comer e tomar café, até a noite do último dia do
ano, quando pega as suas faturas, o fato de que um dia irá morrer. Essa é a sua principal
tarefa.”

“Seguir o bushido é dar ênfase à lealdade, auto sacrifício, justiça, modos refinados,
humildade, espírito marcial, honra e acima de tudo, viver e morrer com dignidade.”

“Naoshige disse uma vez: - O bushido significa a morte em desespero. Várias


dezenas de samurais sadios não podem matar um único samurai (que teme com essa morte
em desespero). Homens sadios, de mente calmamente bem composta, não podem realizar
um grande empreendimento. Você só precisa ficar desesperado a ponto de morrer. Se a
discrição e a consideração do momento fundem-se com seu bushido, você na certa hesitará
e ficará aquém de sua espreita.”

Resumindo, bushi é aquele que segue o caminho do guerreiro. Miyamoto


Musashi dizia: - “ A vida de alguém é limitada; a honra e o respeito duram para
sempre.”

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

ORIGEM DO BUSHIDO
Confúcio (552-479AC) ao ser indagado a respeito do amor pelo seu discípulo
número um Gankai, respondeu : - Ao permanecer com respeito após vencer a si
próprio considere amor.
Gankai perguntou novamente: - Qual seria o método pratico? Então Confúcio
respondeu: - Se carecer respeito, não veja! Se carecer respeito, não ouça! Se
carecer respeito, não fale! Se carecer respeito, não se mova!
Este pensamento do (jin) amor de Confúcio foi ampliado na sua interpretação
pelo discípulo Shi-shi (483–402 AC) como sendo (tyuuyoo) imparcialidade.
O seu seguidor Mo-shi (372-289AC) é famoso pela teoria de sei-zen-setu, que
considera o ser humano originalmente fruto de bem e que possui de nascença o: -
Sentimento misericordioso. Sentimento de envergonhar-se da falta do bem e
desgostar o mal. Sentimento de humildade e oferecer oportunidade aos outros.
Sentimento que aceita o bem e nega o mal.
Com isto quis provar que o ser humano é originalmente de bem.
Assim originaram as quatro virtudes do ser humano, que foi acrescido de (shin)
confiança/fé na Era Kan da China (202 AC–220 DC). Completando assim as cinco
virtudes do ser humano simbolizado até nas cinco dobras que existe na parte
dianteira do hakama que se usa na prática de artes marciais. A dobra da parte de
trás dizem ser isshin (um objetivo, caráter puro).

Lema do Karatê Shotokan

Dojo kun

 一、人格完成に努むること
HITOTSU! JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO!
Primeiramente, Esforçar-se para a formação do caráter!
Significa que deve-se esforçar-se para sempre ter um bom
caráter, seguindo sempre as leis, sendo respeitoso e tudo o que
envolva o bom caráter

 一、誠の道を守ること
HITOTSU! MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO!
Primeiramente, esforçar-se para manter-se no verdadeiro caminho da razão!
Significa que sempre deve ter em si a valorização da honestidade,
sempre sendo verdadeiro e sempre se guiando pela razão e não pela
emoção.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

 一、努力の精神を養うこと
HITOTSU! DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO!
Primeiramente, Criar o intuito do esforço
Significa que sempre deve-se ter a intenção de se esforçar
sempre ao máximo pelos seus objetivos

 一、礼儀を重んずること
HITOTSU! REIGI O OMONZURU KOTO!
Primeiramente, Respeito acima de tudo
Significa que sempre deve-se respeitar a todos, pais, filhos,
amigos, patrão, subordinado, independente do cargo e/ou de
quem seja

 一、血気の勇を戒むること
HITOTSU! KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO!
Primeiramente, Conter o espírito de agressão
Significa que sempre deve- manter calmo e não usar o
conhecimento em artes marciais contra os outros, sabendo
eles ou não alguma arte marcial, alguma forma de se
defender, sendo que tal conhecimento só deve ser usado em
autodefesa e/ou defesa de alguém injustiçado

Mestre Gichin Funakoshi estabeleceu vinte princípios do Karatê com a


finalidade de orientar seus discípulos e mostrar o verdadeiro objetivo do Karatê.
Em resumo, os vintes ensinamentos nos direcionam a aperfeiçoar não só
apenas a nossa arte, mas também a nós mesmos. Nos levam a refletir melhor sobre
como conduzir a nossa vida e como tratar as pessoas do nosso convívio.
“A arte não faz o homem, o homem é que faz a arte”. (Gichin Funakoshi)

PRECEITOS DE GINCHIN FUNAKOSHI


Os mestres do caratê sempre derem muito relevo ao comportamento de
um carateca, haja vista que suas habilidades trariam também grande
responsabilidade pelo uso das mesmas. O mestre Funakoshi, também preocupado
com esse aspecto, a exemplo de outros grandes mestres, compôs um código ético
próprio, composto de vinte frases pequenas e curtas, mas com grande significado.

Niju Kun

 Não se esqueça que o Karate deve iniciar com saudação e terminar com
saudação.
 No Karate não existe atitude ofensiva.
 O Karate é um assistente da justiça.
 Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

 O espírito é mais importante do que a técnica.


 Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
 Os infortúnios são causados pela negligência.
 O Karate não se limita apenas à academia.
 O aprendizado do Karate deve ser perseguido durante toda a vida.
 O Karate dará frutos quando associado à vida cotidiana.
 O Karate é como água quente. Se não receber calor constantemente torna-
se água fria.
 Não pense em vencer, pense em não ser vencido.
 Mude de atitude conforme o adversário.
 A luta depende do manejo dos pontos fracos (KYO) e fortes (JITSU).
 Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.
 Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.
 No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-
se naturais.
 A prática de fundamentos deve ser correta, porém na aplicação torna-
se diferente.
 Não se esqueça de aplicar corretamente: (1) alta e baixa intensidade de
força; (2) expansão e contração corporal; (3) técnicas lentas e rápidas.
 Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

SISTEMA NUMÉRICO
1 – ICHI
2 – NI
3 – SAN
4 – SHI OU YON
5 – GO
6 – ROKU
7 – SICHI OU NANA
8 – HACHI
9 – KYU OU KU
10 – JU
11 – JU-ICHI
12 – JU-NI
13 - JUUSAN
14 – JUUYON
15 - JUUGO
16 – JUUROKU
17 – JUUNANA
18 - JUUHACHI
19 - JUUKYUU
20 – NIJUU
30 – SAN-JU
40 – YON-JU
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

100 – HYAKU
1000 – SEN
10 000 – MAN

QUIMONO
O quimono (kimono) é uma vestimenta tradicional japonesa utilizada por
mulheres, homens e crianças. A palavra "kimono", que no seu sentido literal,
traduzido diretamente do japonês, significa "coisa para vestir" (ki = "vestir" e mono =
"coisa") é utilizada para denotar o nome destes longos roupões. Pode ser chamada
tanto a parte principal, como o conjunto todo. Kimono também é o nome da roupa
utilizada para lutar jiu-jitsu, judô, karate, e várias outras lutas japonesas.
O termo kimono tem origem com os navegadores do século XVI, como
espanhóis e portugueses, que chegaram ao Japão e perguntaram o que eles
estavam vestindo, e os japoneses respondiam apenas kimono, o que significava
roupa, e o termo é utilizado até hoje.
Inicialmente, o kimono era usado por homens, mulheres e crianças, com
tecidos mais nobres, como seda, e sempre bastante chamativo e decorado com
pedras, em especial os femininos. O kimono pode ser de mangas longas, de
mangas curtas, para ser utilizado apenas no dia-a-dia, existe um kimono especial
para a nova na celebração do casamento, kimono de verão, e etc.
O kimono também tornou-se parte dos indivíduos que praticam lutas, como judô, jiu-
jitsu, karate, e etc. É chamado de kimono a roupa que os lutares usam, existem
diversas marcas, modelo e cores, e é sempre utilizado uma faixa em volta, que
significa o nível que o lutador se encontra.
Karategi ou Karate-gi é a denominação formal para o uniforme de
treinamento de caratê.
O correto seria então, nomear o uniforme ou roupa de treino das Artes
Marciais de origem japonesa de Keikogi, que significa "uniforme de
treinamento" (Keiko = treinamento, prática; Gi = roupa). A palavra "Keikogi" é
erroneamente substituída somente por "Gi", essa substituição é errada por que "Gi"
não apresenta o mesmo significado. Uma substituição correta seria "Dogi" que
significa "o uniforme usado no caminho" da Arte Marcial de sua escolha, pois se
você colocar o nome da Arte Marcial no lugar de "Do", você obtém exatamente o
significado de Dogi (Judô-Gi, Karatê-Gi), mas de uma forma geral, podemos chamar
o uniforme de Keikogi ou Dogi.
O karategi geralmente é feito de tecido mais leve e o corte o torna um pouco
mais folgado do que o judogi. Por causa da natureza do treinamento da arte marcial,
que enfatiza golpear, chutar, movimentos rápidos e um leque mais limitado de
agarramentos, quando comparado ao judô. A indumentária evoluiu de modo a
potencializar o binômio mobilidade/velocidade, o que torna dispensáveis tecidos
mais grossos e fortes exigidos para a prática de técnicas de arremessos e
agarramentos.
De fato, os karategis mais baratos são muitas vezes feitos de tecidos mais
finos similares aos usados em camisetas de verão, e são frágeis e rasgando com
facilidade. Tendem a aderir à pele do praticante, criando algum desconforto quando
uma transpiração prolongada ocorre. Este tipo de karategi é feito com tecidos mais
leves do que 8 oz (onças).

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Karategis de melhor qualidade são feitos com tecidos leves, de algodão, os


quais suportam todas as trações de um treinamento intenso e rigoroso, sem
restringir a mobilidade do carateca. Geralmente, tais karategis usam tecido de
algodão de pelo menos 10 oz.
Os praticantes mais avançados parecem preferir o uso de tecidos mais
pesados. Alguns fabricantes oferecem karategis feitos com tecidos de até 16 oz,
mas a norma é usar karategis feitos com tecido de algodão com 12 ou 14 oz. As
razões pelas quais os praticantes mais avançados preferem karategis feitos de
tecidos mais pesados é que eles têm uma durabilidade maior e os tecidos mais
grossos permitem lidar melhor com a transpiração. Não é incomum um praticante de
artes marciais se sentir mais confortável com um karategi mais pesado, comparado
aos karategis mais baratos feitos de tecidos mais finos.
Os diferentes estilos de caratê têm uniformes levemente diferentes, a pesar
de todos partilharem do mesmo desenho básico, diferindo somente nos
comprimentos das calças e das mangas e da parte inferior do uwagi (jaqueta).
Muitos caratecas tendem a usar uma faixa (Obi) muito mais longa do que as usadas
no judô e em outras artes marciais.
O uniforme foi introduzido no caratê por Sensei Gichin Funakoshi, por
sugestão do Sensei Jigoro Kano.
Sensei Kano padronizou a roupa de treinamento do judô baseado num
vetusto, uniforme usado no treinamento tradicional de jiu-jitusu, logo no alvorecer
do século XX. A faixa, ou obi, veio da prática de os judocas usarem faixas de tecido
pretas, para firmarem suas roupas ao corpo durante o treino.
Devido ao facto de os dois grandes mestres serem grandes amigos, bem
como interessados nas artes um do outro, ambos compartilhavam ideias e
sugestões. Assim, por sugestão de Jigoro Kano, Gichin Funakoshi adoptou a mesma
roupa, só que adaptada, para os treinos de caratê também. Além disso, como o
carategui é idêntico ao judogui, a aceitação do caratê no resto
do arquipélago japonês foi melhorada. Ao retornar a Okinawa, Sensei Funakoshi
levou o uniforme, o qual se disseminou perante os demais estilos e dojôs da luta.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

O keikogi ou Dogi dividi-se, de uma forma geral em três partes:

Uwagi – Parte de cima


Shitabaki – Parte de baixo
Obi – Cinto, Faixa

FAIXAS DO KARATÊ
Faixas do Karatê – Antigamente no Japão não haviam faixas de cores
variadas, havia no máximo duas cores até chegar à preta. Os praticantes
permaneciam muito tempo nessas graduações. Então foi adotado um sistema de
cores, da qual serviam como estímulos para os atletas alcançarem a próxima
graduação.
Ao observar atualmente as cores das faixas do Karatê, nota-se que elas vão
escurecendo com os anos de prática e dedicação até chegar à faixa preta. É como
se você só tivesse uma faixa branca e nunca lavasse, com o tempo essa faixa iria
escurecer.
As faixas representam a graduação e hierarquia dentro do Karatê. A faixa
demonstra o nível de experiência de cada praticante, e é vista como sinal de
respeito pelos atletas menos graduados.
O método usado na graduação de faixas são o Kyu (classe) e Dan (grau), que
foi criado por Jigoro Kano, o fundador do Judô. O Kyu ocorre de forma decrescente
e o Dan ocorre de forma crescente.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

FAIXA BRANCA – INICIANTE:


Mukyu – a pureza. Trata-se da cor que reflete todas as cores. Demonstra a
ingenuidade do iniciante e a mente limpa para receber todo o aprendizado que virá.
A busca nesse grau é pela purificação e transformação, diante do infinito
conhecimento que tem diante de si. Essa faixa nos diz que o iniciante deve buscar a
humildade e a imaginação criativa, através da limpeza e da claridade dos
pensamentos. É a cor síntese do arco-íris e a mais associada ao sagrado, pois
simboliza paz, pureza, perfeição e especialmente o absoluto.
Ela nos diz que devemos buscar a pureza, sinceridade e a verdade.
Repelindo os pensamentos negativos, procurando elevá-los, para que encontremos
o equilíbrio interior, segurança e desenvolvamos o instinto e a memória.
O branco simboliza uma espécie de coringa, para todos os propósitos, é o
substituto para qualquer cor, assim como uma tela em branco esperando para ser
pintada.

FAIXA AMARELA – 6º KYU


O Sol. Da mesma forma que o sol nasce todos os dias, o seitôwa (aluno)
dessa graduação nasce para o Karate dando inicio a longa caminhada em seu
aprendizado.
Essa faixa, pela sua vibração, dá mais energia física, mostrando que agora,
mais do que nunca é necessária força de vontade para não desistir da conquista dos
seus ideais. Persistência, força física, estímulo e poder são seus traços típicos.
Assim como o sol nascente, o conhecimento começa a aflorar para o
iniciante. Agora ele pode vislumbrar um pouco da iluminação da descoberta e da
realidade do que é o Karatê. Entretanto, assim como o amarelo é uma cor primária,
isto é, não pode ser formado pela mistura de outras cores, ele também deve manter-
se puro dentro da escola de Karatê que escolheu ainda evitando misturar outras
coisas aos conhecimentos que está recebendo para não se confundir dentro do
verdadeiro Karatê.

FAIXA VERMELHA – 5º KYU


A semente plantada começa a se encher de energia para romper a terra e
crescer. Vermelho é a cor da vivacidade, do fogo, do entusiasmo e dos impulsos,
mostrando assim que o praticante ainda deverá manter-se puro e fiel ao estilo do
KARATÊ que elegeu. Ser faixa vermelha é como os raios do brilho do sol.
Essa faixa, pela sua vibração, dá mais energia física, mostrando que agora,
mais do que nunca é necessária força de vontade para não desistir da conquista dos
seus ideais. Persistência, força física, estímulo e poder são seus traços típicos.
A cor vermelha sugere motivação, atividade e vontade. Ela atrai vida nova e
pontos de partida inéditos. Ainda é uma cor primária que não pode ser formada pela
mistura de outras cores, mostrando assim, que o praticante ainda deverá manter-se
puro e fiel ao estilo de Karatê que elegeu.
Embora o vermelho represente agressividade, perigo, fogo, sangue, paixão,
destruição, raiva, guerra, combate e conquista, também simboliza aquilo que deve
ser contido pelo seu portador. Esta cor faz com que você se sinta mais vigoroso,
expansivo e pronto para avançar adiante em algum sentido evidente. Ela tende a
atrair o olhar das pessoas e chamar a atenção.
Se você usar vermelho, isso pode indicar que tem ardor e paixão, ferocidade
e força.
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

As pessoas que gostam de ação e drama apreciam essa cor. É uma cor de
uma energia muito forte e o praticante deve ter o cuidado e a persistência para não
se deixar ser vencido por ela e desistir do caminho. Sendo a cor do sangue, o
vermelho também está relacionado à vida e à força de uma energia vital máxima.
Esta é uma cor Yang.

FAIXA LARANJA – 4º KYU


Esta é uma cor que é a mistura do vermelho com o amarelo, representado
que o conhecimento dos graus anteriores deve estar contido nesta graduação e
trazendo as qualidades dessas duas cores. Temos aqui que receber o conhecimento
da fonte apropriada em sucessão disciplinar que começa com o nosso treino diário,
agilidade, adaptabilidade, estimulação, atração e plenitude.
O estudante que tomou lições do seu mestre, aceita tudo que ele diz sem o
contradizer. Não se permite que o aluno aceite uma parte do ensino e não aceite
outra. É uma cor com simbolismo daquilo que o praticante deve buscar:
encorajamento, estimulação, robustez, atração, gentileza, cordialidade e tolerância.
Esta é a cor da comunicação, do calor afetivo, do equilíbrio, da segurança e
da confiança. Quem chega nessa faixa deve acreditar que agora tudo é possível,
pois essa cor estimula o otimismo, generosidade, entusiasmo e o encorajamento.
Temos o praticante com energias renovadas e com vontade de vitórias. A cor
laranja está situada entre o elemento fogo e o elemento terra, portanto, carrega um
pouco das características dos dois elementos. Também é uma cor Yang.

FAIXA VERDE – 3º KYU


O verde é uma cor que representa Esperança e a Fé. É a cor mais
harmoniosa e calmante de todas. Ela simboliza harmonia e equilíbrio.
Essa cor, que nos chega depois das cores quentes iniciais, nos dá a
impressão de que chegamos a um oásis, depois de atravessar um árduo deserto,
mas devemos saber que ainda há mais deserto a vencer.
Ela também representa as energias da natureza, esperança, perseverança,
segurança, satisfação e fertilidade. O portador deve procurar desenvolver a sua
sensibilidade para se comunicar com a natureza interna e externa a si mesmo.
Significa também a harmonia em que devemos estar com ela, junto com o ar,
a água e o fogo, elementos da vida que proporcionam bem-estar ao ser humano.
Essa cor simboliza uma vida nova, a energia, a fertilidade, o crescimento e a
saúde. Por outro lado, quando em mau aspecto, mostra um orgulho excessivo,
superioridade e arrogância.
O verde é ligado ao elemento madeira e a primavera.
Também significa a etapa da juventude, estando relacionado a este estado
emocional, mostrando, assim, que os conhecimentos ainda não se encontram bem
claros ou maduros para os praticantes; ainda lhes falta amadurecer mais e delineá-
los melhor.

FAIXA ROXA – 2º KYU


O roxo é uma mistura das cores azul e vermelha. Essa é a cor usada pelos
sacerdotes católicos para refletir santidade e humildade.
Ela gera sentimentos como respeito próprio, dignidade e autoestima.
Esta é uma cor metafísica. É também a cor da alquimia, das transformações e
da magia. Ela é vista como a cor da energia cósmica e da inspiração espiritual.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

A cor violeta é excelente para purificação e cura dos níveis físico, emocional e
mental.
Simboliza: dignidade, devoção, piedade, sinceridade, espiritualidade,
purificação e transformação. Quando em mau aspecto determina manias e
fanatismo.
Representa o mistério, expressa sensação de individualidade, influenciando
emoções e humores, mas também simboliza a dignidade, a inspiração e justiça.
Gera tensão, poder, tristeza, piedade, sentimentalidade.
Tendo isso tudo em mente, a cor desta graduação nos indica que devemos
encontrar novos caminhos e a elevar nossa intuição espiritual.

FAIXA MARROM – 1º KYU


É a cor da solidificação. Representa a constância, a disciplina, a uniformidade
adquirida e a observação das regras mantidas até aqui. Representa a conexão do
praticante com o patrono do estilo que lhe foi passado, representado por seus
mestres.
Para criar essa cor, você precisa misturar o vermelho com o preto e, portanto,
ela tem alguns dos seus atributos. Também representa a autocrítica e a
dependência dos mestres para chegar até aqui. Significa que se está completando o
processo de amadurecimento, tanto nos conhecimentos técnicos quanto no aspecto
mental.
Essa faixa, pela sua cor, emana a impressão de algo maciço, denso,
compacto.
Sugere segurança e isolamento. Representa também uma poluição que deve
sempre ser limpa, através da prática fiel aos princípios do Budô.
Uma pessoa que gosta de vestir-se com marrom por certo é extremamente dedicada
e comprometida com seu trabalho, sua família e seus amigos.
A cor marrom gera organização e constância, especialmente nas
responsabilidades do cotidiano. As pessoas que gostam de usar essa cor são
capazes de ir “à raiz das coisas” e lidar com questões complicadas de forma simples
e direta. São pessoas “sensatas”.

FAIXA PRETA – 1º DAN


É a junção de todas as cores. Enfim o corpo e a mente chegaram ao final de
uma jornada e ao início de outra mais elevada. A faixa na cor preta representa
humildade, autocontrole, maturidade, serenidade, disciplina responsabilidade,
dignidade e conhecimento. É a cor do poder, induz a sensação de elegância e
sobriedade. Onde o que está fora não entra e o que está dentro não sai.
Observe-se que na maioria das sociedades ocidentais, o preto quase sempre
é a cor da morte, do luto e da penitência, mostrando assim, o estado mental, para o
mundo, de quem atingiu essa graduação.
Em geral, essa cor é usada por pessoas que rejeitam as regras convencionais
ou são regidos por outras normas sociais, como é o caso dos padres ou dos
guerreiros que seguem ao Budô.
Essa cor também nos dá uma noção de tradição e responsabilidade. É a
ausência de vibração da “não cor” que dá a sensação de proteção ou afastamento.
Por outro lado, absorve, transmuta e devolve as energias negativas, transformadas
em positivas.
A meditação nessa cor permite a introspecção, favorece a autoanálise e
permite um aprofundamento do indivíduo no seu processo existencial.
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Remove obstáculos, vícios e emoções não desejadas. O excesso traz


melancolia, depressão, tristeza, confusão, perdas e medo. A cor preta relaciona-se
ao elemento água que se adapta a todas as formas e contorna todos os obstáculos
é o símbolo do máximo Yin.

9° Kyu 8° Kyu 7° Kyu 6° Kyu 5° Kyu 4° Kyu 3° – 1° Kyu 1° – 10° Dan


Branca Amarela Laranja Verde Azul Vermelha Marrom Preta

Como amarrar a faixa:

KATA
Kata (forma) é uma sequência de movimentos — técnicas de ataque e defesa
— cujo fito é proporcionar ao praticante o aprendizado mais aprofundado da arte e,
simultaneamente, experiência de luta. Também é conhecido por "balé da morte".
Antes do advento do caratê moderno e da criação de métodos mais básicos e
simplificados de transmissão do conhecimento, a arte marcial era ensinada somente
pela prática ostensiva de kata.
O kata possui outras facetas além do treinamento físico. Cada forma também
possui um componente psicológico, pois prepara o carateca para um combate real, e
um componente filosófico, que busca transmitir dores e pensamentos críticos para
avaliar as situações serenamente, situações essas não kuku limitadas a embates
físicos.
Os kata, segundo ensinamento dos grandes mestres, são a essência do estilo
de caratê. Neles estão contidas as técnicas de grandes mestres, representando
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

cada um deles uma situação diferente pela qual o carateca pode enfrentar, sendo
que seus significados somente serão compreendidos, na verdade, por aquele que os
pratica com maior frequência.
Um grande mestre, no passado disse que um kata só deve ser mostrado aos
outros quando ele for praticado 10.000 vezes. Com uma prática dessa quantidade,
pode-se realmente alcançar o real significado de cada técnica contida no Kata, e não
a simples ordenação dos movimentos, pois o kata não deve ser dublado, mas sim
vivido, e deve-se incorporar a situação para que ele possa vir a ter um proveito real
para o praticante.
Sabe-se que o te, a arte marcial autóctone de Okinawa, já era estabelecida
quando se deu a majoração da influência chinesa, mas não se tem como precisar
como era exatamente transmitida, devido aos escassos registros. A arte marcial
chamada de Okinawa-te foi justamente, e grosso modo, a evolução das técnicas
locais insulares sob influência de mestres de chuan fa, e o kata é a exata marca
dessa evolução.
Os mestres chineses faziam a transmissão de seus conhecimentos por
intermédio de exercícios pré-estabelecidos, de origem vetusta, e que eram uma
expressão do Tao. O Tao, de forma bem simples, quer dizer caminho e que por essa
via as coisas devem ser aprendidas como se fossem uma consequência natural,
então os mestres transmitiam seus conhecimentos por esses "caminhos", esses
"taos".
Antes da influência chinesa no te não há recordações de haverem sido
praticados os kata. Em todo caso, o ensino por meio dos kata arraigou-se a tal modo
que os mestres tradicionais chegam a repudiar qualquer outro.
No caratê tradicional não há lembrança também de Dojo/dojôs, um
estabelecimento dedicado à transmissão e ao ensino da arte marcial, mas, por outro
lado, havia apenas um esquema de mestre-aprendiz muito simples, no qual o mestre
repassava somente para quem de confiança, ou ainda somente da família. E tudo
sob o mais velado segredo. Ou seja, o que um mestre sabia somente aqueles
venturosos discípulos tinham a honra de lhes ser ensinado.
A despeito de os kata terem sua origem na China, não se lhes pode retirar a
originalidade nascida em Oquinaua, pois são claras as modificações desenvolvidas
pelos mestres do te. Não se pode esquecer que o caratê surgiu como uma
necessidade de defesa com as mãos nuas contra agressores portando punhais e/ou
espadas e, às vezes, usando armadura. Por conseguinte, aqueles movimentos
considerados supérfluos ou ineficientes nesse tipo de embate, foram ou suprimidos
ou adaptados: os movimentos acrobáticos (saltos) praticamente sumiram.
No caratê moderno, que é praticado em escolas, até, sentiu-se a necessidade
de uma simplificação do aprendizado, pois alguns kata são ainda muito complexos,
pelo que foram introduzidos os kihon, por Anko Itosu e Gichin Funakoshi.

A arte dos Kata Shotokan


O aprendizado dos kata serve para:
 O uso correto da força;
 A velocidade do movimento (lento ou rápido); e
 A expansão e contração do corpo.
 A beleza, a força e o ritmo do Kata dependem desses três fatores.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

SIGNIFICADO DOS KATA


HEIAN: (Paz e Tranquilidade) – São técnicas relacionadas com as posturas básicas.
Treinando esses Kata e aprimorando, você será capaz de se defender com muita
habilidade.
São cinco formas de HEIAN:
HEIAN SHODAN, HEIAN NIDAN, HEIAN SANDAN, HEIAN YONDAN e HEIAN
GODAN

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

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TEKKI: (Cavaleiro de Ferro) ou (Andar a Cavalo): A principal característica deste


Kata é a postura Kiba-Dachi. A sua prática é o desenvolvimento da força (Kime).
São três formas de TEKKI:
TEKKI SHODAN, TEKKI NIDAN, TEKKI SANDAN

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BASSAI: (Romper a Fortaleza) ou (Atravessar a Fortaleza): Esse kata foi


desenvolvido para o confronto contra um adversário forte ou superior, que
dificilmente se vê algum ponto fraco. Contém as principais técnicas básicas do
Shotokan.
São duas formas de BASSAI:
BASSAI DAI e BASSAI SHO – Desenvolvida pelo mestre Funakoshi

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

KANKU: (Olhar Para O Céu) ou (Contemplar o Céu): O nome está relacionado ao


primeiro movimento do Kata, onde o praticante levanta as mãos e olha para o céu.
Origina-se do mesmo introduzido por Ku Shanku, integrante do exército chinês.
São duas formas de KANKU:
KANKU DAI – é um dos kata mais longos do Shotokan
KANKU SHO – Desenvolvida pelo mestre Funakoshi

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JITTE: (Dez Mãos) ou (Dez Técnicas): É um Kata que proporciona um bom


condicionamento físico, sua postura é bastante audaz e para iniciantes se torna
bastante difícil. O próprio nome sugere que o praticante que tenha aprendido este
Kata é tão eficiente como cinco homens de uma vez só.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

HANGETSU: (Meia-Lua): Neste Kata, uma das grandes características é a


respiração, sendo devidamente trabalhada de forma sincronizada com os
movimentos. Nos movimentos são descritos semicírculos com as mãos e os pés de
maneira característica para frente, sendo seu nome derivado deste fato.

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ENPI: (O Voo Da Andorinha): Como o próprio nome diz, o movimento representa a


agilidade e a rapidez do seu voo. No Shotokan é um dos Kata mais rápidos.

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GANKAKU: (O Grou Sobre a Rocha): A postura em uma só perna é a característica


deste Kata, que ocorre repetidamente. Representa uma garça pousada com sua
visão esplêndida sobre uma pedra, prestes a atacar a sua vítima.

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JION: (Amor e Gratidão): O Jionji é um famoso velho templo budista. O nome sugere
que o kata tenha sido introduzido por alguém identificado com o templo Jion. É um
Kata de bases pesadas.

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CHINTE: (Mãos Estranhas) ou (Técnicas Estranhas): São técnicas não muito


comuns. Tornando-se necessário atingir pontos do corpo onde não haja vantagem
física, situação em que o oponente tem uma vantagem física muito maior.

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UNSU: (Mãos e Nuvens): O nome significa “Defesa contra a Nuvem”. É um Kata


com estilo do Dragão por Mestre Aragaki. Não se tem conhecimento onde ele
treinou, mas as influências chinesas sugerem que tenha sido no continente
chinês. Kata possuidor das mais simples até as mais complexas técnicas, sendo
recomendado somente para praticantes de alto nível técnico.

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SOCHIN: (Espírito Inabalável): Kata de bases pesadas primando para o


desenvolvimento da base, postura e força. Este nome sugere que o praticante
aprimorando e dominando este Kata, não temerá nada.

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NIJUSHIHO: (Vinte e Quatro Passos): Apesar da pouca quantidade de posições é


um Kata bem complexo. Possui uma grande variação de técnicas de defesa e
contra-ataque e faz uma rápida mudança de direção.

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GOJUSHIHO: (Cinquenta e Quatro Passos): Estes são um dos maiores Kata do


Estilo Shotokan. Neles existem técnicas que não se encontram em nenhum outro
Kata. São duas as formas de GOJUSHIHO:
GOJUSHIHO DAI e GOJUSHIHO SHO

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MEIKYO: (Espelho Limpo) ou (Espelho da Alma): Kata misterioso presume-se que


mesmo antes do Mestre Gichin Funakoshi introduzir o Karate de Okinawa no Japão,
os japoneses já o conheciam. Uma lenda japonesa a respeito de Ameratsu, a Deusa
do sol, conta-se que ela havia perdido seu espelho e não podia mais admirar-se,
ficando muito aborrecida. Ficando assim, o mundo em trevas. Então os outros
Deuses enviaram um grande guerreiro para realizar a “Dança da Guerra”, e esta
dança foi nomeada de Meikyo que é traduzido como “O Espelho da alma”. Seu
antigo nome era Rohai, o qual está agora voltando a ser usado.

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JI’IN: (Amor e Proteção): Kata de bases pesadas e sempre visando uma melhor
postura do praticante. Segue o mesmo princípio do JION.

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WANKAN: (Coroa Real): É o Kata com apenas um kiai, é o mais curto do Karate
Shotokan. Contém técnicas básicas e avançadas como torções, é sem dúvida um
Kata singular.

Obs: A palavra Kata não tem plural, só deve ser escrita no singular, mesmo que
falemos de mais de um Kata.
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BASES DO KARATÊ

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Tachi waza (em japonês: Técnicas de base/pernas), ou tachikata, é o termo


em que no caratê designa-se o estudo sobre o modo como posicionar pés e pernas
em relação ao tronco, haja vista que tão importante quanto um golpe é estar bem
plantado ao solo, pois nenhum golpe será forte o suficiente se o lutador não estiver
estável. Todas as artes marciais dão extrema importância ao estudo das bases e o
caratê tem uma disciplina de estudo que se ocupa com as bases ou posições, que
são organizadas segundo a altura, a princípio.
Como as artes marciais são baseadas no uso controlado da
energia do próprio lutador, bem como do eventual adversário,
para poder canalizar bem essa energia (nos ataques e
defesas), torna-se necessário um adequado e firme
posicionamento.
Segundo a filosofia de buscar sempre a evolução, o
praticante das artes marciais deve sempre dar bastante
atenção às bases, pois são elas que canalizarão a energia ao
ponto focal de cada técnica: tal qual um triângulo, que se apoia
numa base e tem um único ponto superior a concentrar as forças, assim o praticante
deve executar seus movimentos. Um carateca experiente luta contra um adversário,
mas não contra a energia.

Takai dachi são aquelas posturas altas do caratê, que servem a dois
propósitos: apresentação e execução de técnicas.
Em sinal de respeito, todo lutador deve manter-se em posturas sóbrias e
firmes. Assim, por exemplo, em Musubi dachi fazem-se os cumprimentos e
reverências, pois a postura, com as pernas eretas e os pés juntos e abertos,
demonstra a quem está à frente que não tem intenções de ataque, ou Heiko dachi,
que demonstra ao mestre que o aluno está apto e atento a seus comandos.
Por outro lado, as bases elevadas, quando executadas em luta, estão mais
conectadas às origens do caratê como arte de combate - jutsu (arte) porque o
lutador, ao enfrentar um adversário, procura sempre manter-se menos exposto e
suscetível a ataques, tanto é assim que os estilos mais chegados às origens
guardam a execução de técnicas em base mais altas.
O próprio mestre Gichin Funakoshi, logo no início da divulgação de seu estilo,
apresentava este tipo. Todavia, quando a arte marcial por razões filosóficas passou
a ser mais vista como uma doutrina de evolução da pessoa - dô (caminho, maneira),
visando mais a parte atlética e educacional, as bases mais baixas tornaram-se
preferenciais.
As posturas elevadas são, por assim dizer, um ponto de partida, pois delas
saem às demais bases. Ainda durante uma luta, o praticante sai e retorna para uma
postura elevada constantemente, ou seja, são as posições fundamentais e na
aplicação (num confronto real) guardam estreita relação com as bases médias.
Um ponto fraco, contudo, reside no fato de tais posturas deixarem o centro de
gravidade relativamente vulnerável, isto é, o lutador está mais sujeito a ter
desequilíbrio.

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Ayumi dachi faz-se com o tronco ereto, mas com


os joelhos flexionados, baixando o centro de gravidade. Na
grande parte das vezes é executada ao se movimentar e é
uma postura intermediária - o que é denotado de seu
próprio nome ("postura de passo", numa tradução livre).
Uma vez que o carateca deve manter-se sempre estável e
não variar o seu centro de gravidade ao se deslocar, tanto
avançando quanto recuando, executa-se a base na
metade do deslocamento. Outro ponto importante da base
é o controle e a conservação da energia, evitando o seu
desperdício com a eliminação de variações parasitárias da
altura e, bem assim, ao assimilar alguns ataques de agarramentos e arremessos
(katame waza/ne waza e nage waza).
No caratê é utilizada nos treinos de kihons ou em técnicas específicas, como
é o caso dos mae gueri, em decorrência do centro de gravidade já se encontrar
baixo, sendo ayumi ashi uma forma de movimentação.

Heisoku dachi é formada com os pés e as


pernas permanecem paralelas e unidas.
Aparentemente simples, a postura possibilita ao lutador
tomar noção mais precisa da linha central de seu corpo, o
que possibilita intuir o campo de abrangência das técnicas
de ataque e defesa. Todas as demais bases derivam dela,
por exemplo, abrindo-se os pés em 45°, obtém-se Musubi
dachi, ou, na sequência, fazendo paralelos os pés, obtém-
se heiko dachi e assim por diante.

Musubi dachi é formado desde Heisoku


dachi mantendo-se juntos os calcanhares e as pernas, mas
com os pés um ângulo de 45º, aproximadamente, mas
diferentemente daquela, cujo significado e aplicações são vários e dependentes da
situação concreta, o escopo precípuo de Musubi dachi é estabelecer uma
consciência, estabilidade de guarda, a qual proporciona (em si mesma) proteção em
várias direções ao mesmo tempo. Destarte, as relações do budô, ao fazer
cumprimentos e/ou reconhecimentos e, bem assim, no começo e no fim dum kata,
são sempre feitas nesta posição, sempre pronto para um ataque. A posição é usada
em saudações no início e término dos treinos.
Existe, por outro lado, outro sentido mais amplo para a base. É que a
palavra musubi é geralmente escrita com caracteres que significam para "concluir"
ou "fechar", mas pode também ser escrita com caracteres que querem dizer
"inúmeros" ou "infinito". Neste aspecto, portanto, o conceito da base traria consigo a
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conotação de infinitas possibilidades ou que o lutador está


preparado para enfrentar quaisquer situações, de luta ou
não.

Chumoku dachi é formada com os pés posicionados


em ângulo de 90°, mantendo-se os calcanhares unidos.

Heiko dachi ou kaisoku dachi, é uma postura bastante


natural, permanecendo paralelos tanto pés quanto pernas à
distância dos ombros.

Hachiji dachi, kunoji dachi ou tsune dachi, é formada


numa postura bastante natural, com pernas eretas e paralelas à
distância dos ombros e os pés abertos em aproximadamente
45°. Devido a essa naturalidade, frequentemente denomina-se a
postura como shizentai ou shizentai dachi, cuja tradução é
"postura natural". Todavia, Shizentai é mais afeta a um conjunto de
postura e atitude, uma evolução natural do treinamento que começa com kamae.
Na maioria dos estilos, assim é tratada a base, porém, no
estilo Kyokushin, ela é conhecida por fudo dachi.

Uchi hachiji dachi é composta desde a base hachiji dachi,


mas invertendo-se as posições dos pés para dentro, isto é, o
vértice do ângulo mudam do calcanhar para a ponta dos pés.

Moroashi ou kuzure heikō dachi, é feita com uma perna


avançada até a distância de um pé e abertura lateral equivalente à
dos ombros.

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Sanchin dachi é composta de forma parecida


à moroashi dachi, o um pé avança somente até a distância de outro pé. Mas o pé
avançado aponta para dentro e os joelhos ficam flexionados
para dentro e os pés pressionam firme o chão. O tronco fica
ereto. E os quadris contraem. Contrai também a musculatura
das coxas e nádegas, no fito de travar o tanden. Esta postura
proporciona excelente solidez para a execução de técnicas
defensivas e evasivas, que devem ser realizadas controle da
respiração (ibuki), cuja finalidade é o correto trabalho da
energia (ki).
A estabilidade da postura é advinda da largura lateral da
abertura das pernas e de sua distância e conformação dos pés,
proporcionando solidez tanto na direção esquerda-direita quanto frente-trás e, bem
assim, deixa o lutador em posição confortável para o giro da cintura e aplicação de
golpes das pernas e das mãos. Como as pernas ficam flexionadas para dentro, outra
característica da base é a proteção do ventre e da virilha.

Teiji dachi ou choji dachi é feita com apoio maior do corpo no pé traseiro,
que fica posicionado num ângulo de 90º em relação ao dianteiro, com o calcanhar do
pé frontal, em caso de recuo, tocando o meio do pé traseiro. O nome da base vem
da forma do caractere kanji.

Teinoji dachi lembra também o kanji, o pé frontal fica à


frente com o calcanhar rente à ilharga (região de cada lado do corpo humano,
situada por cima da anca, flanco do pé) traseiro no centro.

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Renoji dachi é feita, como em teji


dashi, com apoio maior do corpo no pé traseiro, que fica
posicionado num ângulo de 90º em relação ao dianteiro. A
distância entre os pés é a largura dos ombros, ficando o pé frontal apontado
diretamente para frente. Caso seja necessário recuar, o pé dianteiro tem
possibilidade de fazê-lo, tocando-se os calcanhares. O nome da base vem da forma
do caractere kanji.

Ukiashi dachi é, de certo modo, a consequência do relaxamento da


base nekoashi dachi e em muito se parece com Renoji dachi, mas a perna frontal
permanece com o pé apoiado em koshi e o peso apoia-se na perna traseira.

Suriashi dachi é uma forma de relaxamento da base gyaku nekoashi dachi.

Kugiashi dachi tem o peso do corpo apoiado numa das


pernas, posicionando o pé frontal sobre o pé de apoio, isto é, com a ponta dos pés,
daí o nome da postura ("base da ponta dos pés", em tradução livre).

Ippon ashi dachi faz com que o carateca sustente seu peso numa perna
exclusivamente. Diferentemente de katashi dachi ou sagiashi dachi, em cuja
formação a perna soerguida resta lastreada na articulação do joelho da perna

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firmada no solo, a perna suspensa resta totalmente "flutuante".


Trata-se de uma postura de vocação defensiva e que proporciona bloqueios; serve
ainda para defender a base moroashi dachi contra ofensivas à perna frontal.
Em que pese ser uma postura defensiva, porque a perna suspensa encontra-se
livre, com esta pode-se promover um ataque/defesa para frente ou para trás
(com ushiro geri); pode-se também inverter a guarda aproveitando da inércia com a
perna suspensa.

Tsuruashi dachi, gankaku dachi, gagiashi dachi,


kakuritsu dachi ou hakutsuru dachi, é feita apoiando-se o peso numa das pernas,
que fica semi-flexionada, fixando a outra com o pé atrás do meio da perna de
apoio. Por causa de sua similitude com katashi dachi, alguns as tratam como se
fosse uma só postura.

Katashi dachi, ou gisho dachi, forma-se com o carateca


a apoiar seu peso numa das pernas, fixando a outra com o pé em frente ao joelho da
perna de apoio. É muito assemelhada a tsuruashi dachi, o que lava a alguns estilos
a não fazerem distinção entre as posturas, tratando-as como se uma fosse apenas
cuidando de variação.
No estilo Shotokan-ryu, a aparece no kata Enpi.

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BASES MÉDIAS

As posturas de média altura têm como objetivo, reunir o melhor das altas e
baixas, ou mobilidade e estabilidade. Ainda que as bases altas possibilitem maior
fluidez no deslocamento e as baixas, maior firmeza, durante um kumite, as bases
médias mostram-se mais adequadas a uma situação de enfrentamento, pois
permitem aliar as duas características e são mais naturalmente assumidas.
Filosoficamente, ensina-se que o "caminho do meio" é o mais seguro, ou seja,
não se devem priorizar os extremos, nem para mais, nem para menos.
Esta óptica não é particular aos povos orientais. Cita-se, como exemplo, os
ensinamentos de Moisés, no Egito, ou os do Rambam, na Espanha. De igual modo,
o Karateca, quando em kumite (ou qualquer outra situação), deve assumir uma base
média, ficar sereno, pois poderá recuar para uma base alta ou ser ofensivo em uma
base baixa. As bases médias são o ponto de convergência das técnicas, altas e
baixas.

Su dachi ou hangetsu dachi

é feita com o peso do corpo distribuído uniformemente nos pés, às articulações dos
joelhos permanecem flexionados para dentro no fito de proporcionar proteção
adicional, a distância entre os pés é mediana, aproximadamente a mesma
de naihanchi dachi, e os mesmos são apontados para dentro.
A movimentação dentro desta postura dá-se tanto adiantando quanto
recuando, e os pés fazem um movimento que lembra a forma da lua em quarto
crescente, dai a sua denominação também de "base da lua crescente". A postura
assemelha-se em forma e versatilidade a Zenkutsu dachi. Devido à sua firmeza (em
forma de ampulheta), é adequada tanto ao ataque quanto à defesa, com mais
ênfase para defesa. A base é executada no kata homônimo.

Hebi dachi postura de serpente, feita com o praticante com


posicionamento dos pés similar ao de renoji dachi, mas com as pernas
genuflexionadas.

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Moto dachi

possui a distância entre os pés de aproximadamente dois pés, e as pernas ficam


ligeiramente flexionadas e abertas lateralmente à largura dos ombros. O pé dianteiro
aponta para frente e o traseiro, pouco aberto. Nesta base na maioria dos estilos
compõe-se a postura básica para enfrentamento.

Jigotai dachi

É semelhante à naihanchi dachi, porém com os pés apontando para fora em 45º,
aproximadamente; as articulações dos joelhos apontam para frente. Devido a tal
abertura, a base ganha estabilidade adicional, fazendo com que o lutador consiga
relativo conforto quando obrigado a defletir ataques frontais.

Kosa dachi

é feita despondo-se o pé da frente plantado firmemente no chão enquanto o de trás


recai apenas sobre os dedos, em koshi. Normalmente, a base é usada para
recuperação após um salto, mas também pode ser útil como uma manobra tática
para um chute com o pé escondido, ou ti pivô evasivo. Aparece no kata Jion.

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Kakeashi dachi

ou kake dachi, é feita apoiando-se o peso numa das pernas, posicionando o pé


frontal logo à frente do pé de apoio. Semelhante à kosa dachi, porém a perna mais
flexionada e apoiada sobre a ponta dos pés encontra-se na posição frontal, e sucede
também de em vários estilos, não haver essa distinção.

BASES BAIXAS
Hikui dachi são as posturas nas quais o centro de gravidade resta próximo
ao chão. Suas origens remontam aos estilos de chuan fa do sul da China, de
Cantão, que possuem até hoje posturas bem rentes ao chão, haja vista que as artes
marciais praticadas na região priorizam métodos mais pragmáticos e menos
acrobáticos (em contraposição àquelas praticadas no norte do país), com ênfase em
técnicas de mão potentes, chutes baixos rápidos buscando manter sempre uma
posição estável e mais vantajosa em relação ao adversário. Diz uma lenda que
como o sul da China tem mais pântanos e água, remava-se mais, desenvolvendo
mais seus braços. Com posturas mais baixas, liberam-se os membros superiores
para agir com velocidade, força e agilidade.
No Caratê moderno, as bases baixas são preferidas para treinamento, eis que
desenvolvem mais o lado atlético do praticante. O escopo de tais bases é
proporcionar estabilidade extra para execução de técnicas de ataque e defesa, ou
para execução de técnicas específicas como, por exemplo, um soco perpendicular
para baixo, que deve ser executado em shiko dachi.
Servem ainda para estender os ataques, isto é, saindo de uma posição alta
ou média, o carateca tem como atingir seu adversário sem, contudo, perder a
estabilidade e, posto que sofra um contra-ataque, tem condições de absorvê-lo sem
ter que se deslocar em excesso. Quando bem executadas, são eficazes em repelir
ataques ao equilíbrio.
Como o centro de gravidade está mais próximo ao solo, nas bases mais
baixas há a possibilidade de aplicar técnicas de nage waza e katame waza e
subjugar o oponente.

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Kiba dachi

faz-se com os pés paralelos à mesma distância das bases kokutsu


dachi ou zenkutsu dachi, o dobro da largura dos ombros, com o peso distribuído
uniformemente, compartilhando ainda a mesma altura. A base também é conhecida
como "posição de cavaleiro" ou "posição de equitação", pois a pessoa assume a
postura como se estivesse montando um cavalo.
Mesmo com sua aparente fragilidade frontal, a postura é muito vigorosa
lateralmente, o que propicia ao lutador bastante estabilidade para aplicação de
técnicas em paralelo à disposição das pernas, tais como empi-uchi ou uraken-uchi.
Estilos mais velhos, conforme o tronco do carateca se posiciona em relação à
feitura das técnicas, classificam.
 Mae kiba dachi para ataques frontais;
 Yoko kiba dachi para ataques laterais;
 Kakuto kiba dachi para ataques em diagonal, ângulo de 45º.

O mestre de kenpo de Oquinaua Choki Motobu ensinava que a base seria a ideal
para ser executada em cenários reais de luta.
A base possibilita ainda o emprego de técnicas de katame waza ou nage waza, o
que, devido a sua solidez, ainda proporciona a capacidade de mover-se suavemente
em que, lidando com quaisquer tipos de movimentos, das mãos e dos pés.
Aparece nos kata, Tekki, Enpi, Heian sandan, Heian
godan, Jion, Jitte, Kanku, Unshu.
O berço da base kiba dachi pode ser rastreado até o Templo de Shaolin, onde a
postura servia como base para a prática de todas as outras técnicas. Tal como
sucede com o caratê moderno, que visa precipuamente o desenvolvimento físico, o
templo estimulava a prática das artes marciais como um complemento no caminho
da evolução espiritual, assim a base era muito importante e usada para fortalecer as
pernas.

Shiko dachi

paisai dachi ou sumo dachi, o peso do praticante distribui-se igualmente entre as


pernas. A base é muito parecida à Kiba dachi, porém os pés ficam apontando para
fora à razão de 45º, aproximadamente. Além de a postura proporcionar a
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movimentação lateral da cintura e deslocamentos, há a possibilidade de o praticante


também desferir um ataque diretamente para baixo.
Kokutsu dachi

postura retro flexionada, ou nigeashi dachi, tem como principal característica a


estrutura semelhante à da Zenkutsu dachi, mas de forma contrária, com o praticante
mirando em direção ao pé de trás. Com isso, a transição para uma postura mais
ofensiva é bastante favorecida e eventuais contragolpes são potencializados, pois,
tanto a transição quanto o ataque tornam-se bastante muito fluidos com o giro da
cintura. Ou, caso seja necessário mudar o foco para outro adversário que ataque
pela retaguarda, à alteração será bastante natural. Aproveitado sua vocação
defensiva, há grande proteção à articulação do joelho da perna frontal, que tem
condições de absorver um ataque direto com a flexão rápida e, bem assim, contra
rasteiras.

Sokutsu dachi

ou Kyo kokutsu dachi, tem também a característica de ser uma base recuada, mas
os pés plantam-se numa linha reta, mas perpendicularmente alinhados, o que leva à
flexão da perna lateralmente. Alguns sugerem que a postura trata-se de uma
variação mais ofensiva da base Kokutsu dachi, haja vista que ao avançar
frontalmente o carateca não necessita girar o tronco, bastando esticar a perna
traseira e flexionar mais a dianteira, bem como ambas as posturas são recuadas e
direcionam o apoio maior na perna traseira. Tanto é assim que no estilo Shotokan-
ryu recebe esta denominação e aparece em vários kata. Em verdade, trata-se de
duas posturas diferentes, posto que sejam, contudo coirmãs, nas quais a vocação
defensiva é premente.

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Nekoashi dachi

é conhecida como a "postura do gato", em cuja disposição favorece a relação


tensão/flexão das articulações, devido ao fato de o lutador permanecer numa forma
em que parece um felino, pronto para uma ação. E, posto que o peso do praticante
apresenta-se pouco mais concentrado na perna traseira, estas podem rapidamente
mover-se. A base compartilha a mesma abertura e posição dos pés de ukiashi dachi.

Fudo dachi

Postura inabalável, ou sochin dachi, tem silhueta com o carateca apoiando seu
peso em ambas as pernas, flexionando-as na articulação do joelho. A distância entre
os pés corresponde exatamente à mesma abertura das bases sokutsu
dachi, zenkutsu dachi e kiba dachi, ao que se diz ser a base uma combinação das
duas últimas citadas. Trata-se de uma postura avançada e ofensiva. Devido à
firmeza que o carateca obtém de sua disposição é o que justifica sua denominação,
por outro lado, o termo sochin dachi desta postura advém do kata Motobu no sochin,
a variante praticada no estilo Shotokan do kata Sochin.

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Zenkutsu dachi

é formada com o praticante apoiando na perna dianteira, na proporção de 60% a


70% nesta perna; de abertura longa, a distância entre as pernas e mesma das
bases kokutsu dachi, kiba dachi ou Shiko dachi. Trata-se de uma postura avançada
e ofensiva. Sua estrutura é concebida para a cobertura de grandes áreas no escopo
de fazer penetrar as técnicas ofensivas e interceptar possíveis contra-ataques.
Forma de Funakoshi

Funakoshi no zenkutsu dachi, Zenkutsu dachi do Mestre Funakoshi foi


desenvolvida depois de muito debaterem sobre o tema, o Mestre Gichin Funakoshi e
seu filho Yoshitaka Funakoshi, concluíram que havia muita tensão nas articulações
do joelho e do tornozelo - principalmente deste -, ao que decidiram por modificar a
postura. Assim, a base deve ser executada de forma mais natural e relaxada.
Todavia, em muitas partes e diversos dojos ainda se pratica a base da forma velha.
A consequência da mudança proposta é que, quando o atleta executa um
passo, na forma nova as pernas fazem um movimento em linha reta, posto à
movimentação dar-se de forma semelhante à da base sokutsu dachi com a perna
traseira, que se encontra flexionada, ficando reta, o que desloca o praticante para
frente, do contrário, ao recuar, é a perna dianteira que executa o impulso, além do
que a base ayumi dachi não se mostra mais tão clara no instante intermediário do
passo. Na forma tradicional, o movimento era em forma de semicírculo.

Iaigoshi dachi

ou katahiza dachi, provê ao carateca três pontos de apoio: planta do pé dianteiro,


joelho da perna traseira e ponta do pé traseiro.
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No Caratê, mesmo que seja possível a execução de várias técnicas de ataque


e defesa, trata-se mais de uma base intermediária, pois serve de transição ou
referência, erguendo-se nela obtém-se a abertura exata das bases naihanchi
dachi e jigotai dachi. Noutras artes marciais, como o kendo, é mais explorada, posto
desempenhar um papel importante na arte das espadas, haja vista que nesta
posição são procedidos movimentos de iaidô.

BASES DE TRANSIÇÃO
Ayumi dachi , as bases de transição possuem um fito próprio, que é de
assegurar ao praticante a coerência de seus movimentos, de seu deslocamento, ao
garantir a estabilidade. Mesmo que o karateka esteja num instante intermediário da
execução de qualquer técnica de ataque ou defesa, não pode ele olvidar que no
enfrentamento de um adversário pode ser surpreendido com um contragolpe.
Há técnicas específicas para atacar uma base mal formada, exemplo do ashi
barai. Assim este tipo de postura, ainda que aparentemente simples, guarda
complexidade, pois evita ataques diretos à estabilidade do lutador, pois ao se
desestruturar uma base, o lutador natural e inconscientemente buscará restabelecer
seu equilíbrio, o que fatalmente propiciará ao adversário uma abertura de sua
guarda.
Ataques e defesas são em sua grande maioria aplicados de pé, entretanto,
pode haver circunstâncias em que tais posturas não se mostrem viáveis, o que
demandam estar o lutador preparado para agir a qualquer momento. Exemplo, a
posição Seiza, que é mais praticada em rituais, possui grande estabilidade e permite
o lutador aplicar técnicas contra um adversário de pé.

BASES CRUZADAS
Juji dachi são as posturas nas quais as pernas encontram-se cruzadas. Formam o
conjunto, kugiashi dachi, bensoku dachi, kosa dachi e kake dachi.

BASES MONOPODAIS
Tsuru dachi são as posturas nas quais se assume conformação semelhante a
um guará. Formam o conjunto, ippon ashi dachi, tsuruashi dachi e katashi dachi.

BASES EQUESTRES
Ba dachi são as posições virtualmente relacionadas à equitação, ou as bases dos
cavaleiros, e neste grupo estão naihanchi dachi, jigotai dachi, kiba dachi e shiko
dachi.

BASES BICONCAVAS
Uchiwa dachi diz-se da posição na qual os joelhos ficam apontados para
dentro. Nesse conjunto acham-se as bases uchi hachiji dachi, sanchin
dachi, hangetsu dachi.

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SEIZA

É feita em posição genuflexa, permanecendo o budoca sentado sobre as


panturrilhas.

AURAZA

O praticante senta de pernas cruzadas, mas com o tronco ereto.

KAMAE
É de fato uma postura para aprimorar o posicionamento do corpo, com ênfase
em como as pernas se alinham e os pés se plantam, mas a
postura kamae relaciona-se com o corpo por inteiro, isto é, como o lutador se coloca
com pés, tronco, cabeça, mãos etc. para um enfrentamento. Kamae é conhecida
comumente como posição de guarda.
Trata-se em verdade de um termo genérico, segundo o contexto. Os
diferentes estilos (inclusive outras modalidades de artes marciais) usam o vocábulo
para denominar uma postura genérica de combate, porque tem muitas posições
diferentes de preparação, apesar de se dizer que em caratê não existe kamae.
Esta postura, além de denotar como o lutador se posiciona, aponta como o
lutador se comporta, seu estado de espírito, que deve estar preparado para agir e
reagir conforme cada circunstância: Kamae não está no corpo, mas na mente.
- Kokoro gamae , quando se tratar de postura proativa, ofensiva.
- Mi gamae , quando se tratar de postura passiva, defensiva.
- Hanmi no kamae, (postura de guarda), postura básica de enfrentamento, a qual
apresenta duas variações precípuas, uma baseada em moto dachi (mais comum no
estilo Shotokan) e outra, em teiji dachi.

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Musubi kamae, a mais básica é baseada em musubi dachi, colocando-se os braços


retos, a mão direita por sob a esquerda, as palmas voltadas para baixo e os braços
retos a cobrir a região da virilha, aproximadamente; a concentração está situada na
linha de cintura, no centro do corpo (tanden). Sua criação na atual forma é creditada
ao sensei Chojun Miyagi, fundador do estilo Goju-ryu, após muitos anos de
investigação. Esta postura, segundo o mestre, tem o fito precípuo de facilitar a
rápida movimentação, para outra postura, ofensiva ou defensiva, e é o ponto inicial e
final de execução de kata em vários estilos.

HARA
Segundo os ensinamentos medicinais tradicionais da China e do Japão, é a
área situada entre o plexo solar e a pélvis, que sempre foi considerada muito
importante, por ser um dos centros de energia do corpo, ao que se servia como área
diagnóstica. De igual forma o Caratê enxerga grande importância no hara. Assim, no
Japão, os termos Tanden e Hara são um pouco diferenciados e de certa forma
intercambiáveis.
Tanto em treino quanto em combate real ou tão-somente concentrando-se,
seguindo os preceitos das escolas Zen, a pessoa deve estar tranquila e a técnica
para tal é focada no hara, na respiração, que é feita no abdômen, isto é, deve-se
controlar a respiração de maneira a não sobrecarregar o corpo e deixá-lo ainda mais
pressionado e permanecer num estado desprovido de emoção.
Trata-se do ponto através do qual toda e qualquer técnica provém ou se
conduz: ou um ataque sai dele; uma defesa afasta um ataque; as pernas sustentam
o corpo. Se um lutador tenta executar um ataque usando apenas braço ou perna,
suas técnicas serão fracas, pois a energia será desperdiçada, pois usada somente
pelo membro, mas, se se conseguir conectar o movimento ao hara, o corpo inteiro
será usado e a técnica será poderosa.

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KUMITÊ
Kumite (encontro de mãos) - é nas modalidades modernas das artes marciais
japonesas um dos componentes de treinamento e de competição, é a luta, o
combate.
No Karaté conjuntamente com o kihon e o kata forma a tríade básica de
sua didática. É classificado conforme a finalidade pedagógica. Nem sempre foi parte
das aulas porque os mestres consideravam arriscado praticá-lo sem necessidade
real de luta.
Ordinariamente, existem três tipos de treino com luta: jyu kumite, ou combate
livre com controle; shiai kumite, combate de competição, semi-livre, com controle
extremo dos golpes; e yakusoku kumite, combate combinado.

Yakusoku kumite é o combate combinado assume diversas designações,


conforme o estilo de caratê Assim no estilo Shotokan, por exemplo, chama a
modalidade de kihon kumite e possui as variantes:

- ippon kumite - um movimento, tendo por objetivo criar no praticante a ideia de


vencer com um único golpe para isso é necessário o desenvolvimento de
habilidades acessórias, como observação, para análise das situações. A noção de
espaço e tempo (maai, em japonês) torna-se fator preponderante, bem como o
conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais.

- sanbon kumite - três movimentos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem
ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e
velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das
técnicas utilizadas poderá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma
unidade que se desloca pela área de combate.
- gohon kumite - cinco movimentos, cujo escopo é fortalecer o vigor dos praticantes
através de sequências de ataque e defesa. O gohon kumite deve ser praticado a
exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade
possível.

Shiai kumite (luta recreativa) - é combate com regras oficiais e tempo definido, é a
modalidade utilizada em competições. E, de acordo com a organização promotora
do evento, variam as contagens e valoração das técnicas, sendo as mais
comuns shobu ippon, shobu ippon han e nihon, ou, um, um e meio e dois pontos,
respectivamente.

Jyu kumite (combate livre), sem regras, uso livre de todo o tipo de técnica, tanto de
braços como de pernas, luxações, projeções, estrangulamentos, etc. Todavia, os
praticantes devem ter em mente o respeito para com o colega e não procurar um
golpe realmente traumatizante, pois a finalidade é desenvolver a arte marcial e não
vencer o outro.
A modalidade possui uma variante chamada jyu ippon kumite, que é uma luta semi
livre a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivências
corporais nas situações de luta real e assim preparar o corpo e a mente para as
mesmas.

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Jissen kumite - é a luta decorrente de um desafio ou de um embate para medir as


habilidades dos lutadores. Nos estilos tradicionais, era principalmente oriundo de um
desafio pessoal ou da prática de dojo yaburi, que consistia em se desafiar
um dojô no qual se pretendia ingressar. Não se trata, pois, de uma forma de
treinamento. Era a regra, contudo, que fosse realizado com honra.

GOLPES DE KARATÊ

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Mão fechada - Punho (ken)


O embate com o punho pode ser feito com várias partes da mão:

1 - Seiken - Frente (mira com os nós dos dedos indicadores e do meio).


2 - Uraken - Dorso/costas do punho.
3 - Tetsui - Martelo (parte de baixo do punho).
4 - Ippon-ken - Punho com um nó do dedo.
5 - Nakadaka-ken - Punho com o nó do dedo médio.
6 - Hiraken - Punho semicerrado com os nós para frente.

Há duas maneiras de usar a mão: (1) aberta (2) fechada. Há seis tipos de punhos
(Ken) e onze tipos de mão aberta (Kaishõ).

Tipos de punho
1 - Seiken: Os nós dos dedos indicador e médio são usados para golpear o alvo. O
punho tem que ser mantido inflexível, o dorso da mão e o pulso formando uma linha
reta.
2 - Ura ken: O dorso da mão e o nós dos dedos e indicador e médio são usados
principalmente para atacar
3- Kentsui: Os ataques ao corpo são efetuados com a base (do lado do dedo
mínimo) do punho. Outros nomes para este punho são: Shutsui (mão martelo) e
tettsui (martelo de ferro).
4 - Ipoon Ken: Com os dedos médio, anular e mínimo o mesmo que no punho
frontal, o nó médio do dedo indicador é estendido com o polegar pressionado contra
ele.
5 – Hiraken: Os dedos são dobrados até que suas pontas comecem a tocar na
palma da mão e o polegar é mantido pressionado contra o dedo indicador.
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6 – Shuto: Com os dedos estendidos e comprimidos entre si, a borda externa da


palma da mão é usada como uma espada, ou para impedir o ataque ou atacar.
7 – Haito: A forma é a mesma da mão em espada, mas é usada a borda oposta,
centrada sobre a articulação da base do dedo indicador.
8 – Haishu: Toda a superfície do dorso da mão aberta pode ser usada para golpear,
mas na maioria das vezes é usada para o bloqueio.
9 – Nukite: Os dedos são retesados com as pontas levemente inclinadas.
10 - Nihon nukite: Dois dedos formam uma ponta de lança, com os dedos médio e
indicador.
11 – Teisho: Esta é formada pela mão aberta dobrando-se inteiramente o pulso
para trás.
12 – Seiryuto: Dobrando-se a mão de lado, a borda da palma e o pulso forma uma
curva.
13 – Kumade: Os dedos são dobrados de maneira que as pontas mal toquem a
palma da mão. O polegar também é dobrado. Toda a superfície da palma da mão é
dirigida num ataque potente contra o rosto do oponente.
14 – Washide: As pontas dos dedos e do polegar são juntadas de maneiras a
parecer o bico de um pássaro.
15 – Keito: A mão é dobrada para fora, com o polegar dobrado na articulação e os
dedos flexionados. A superfície atacante é o polegar, desde a base até o nó.
16 – Kakuto: Dobrando-se a mão para dentro ao máximo de sua extensão, o pulso
pode tornar-se uma arma poderosa.
17 – Naiwan: lado interno do braço
18 – Gaiwan: lado externo do braço
19 – Haiwan: lado superior do braço
20 – Shuwan: lado inferior do braço

Uso de pés e pernas


1 - Koshi: Os dedos dos pés são virados para cima até o máximo possível,
mantendo a tensão nos dedos e no tornozelo.
2 – Sokuto: Com os dedos dos pés virados para cima e o tornozelo totalmente
inclinado, a borda externa do pé é usada para chute lateral.
3 – Kakato: O calcanhar é usado para dar chutes para trás.
4 – Haiosoku: Com o tornozelo estendido, o pé e os dedos são totalmente dobrados
para baixo.
5 – Tsumasaki: Os dedos são mantidos apertados uns contra os outros, e os
chutes são dados com as pontas deles.
6 - Hizagashira ou Hiza: Como o cotovelo, o joelho é mais eficaz quando o
adversário está bem próximo.

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SOCOS:
O ataque com as mãos e com os pés pode variar três regiões: JODAN (nível
superior), CHUDAN (nível médio), GEDAN (nível mais baixo). Temos o golpe com
ação direta(tsuki) , golpe com ação indireta( uchi) e golpes com o cotovelo (empi).
Em qualquer caso, para que o soco seja eficaz, tem-se que aprender os
seguintes fatores básicos e coloca-los em prática.

1. Direção correta
2.Velocidade
3.Concentração de força

Tipos de socos Diretos


Gyaku –zuki - Soco inverso
Oi-zuki - Soco de estocada em perseguição
Nagashi-zuki - Soco esquivando-se
Kizami –zuki - Estocada com o punho da frente
Ren –zuki - Socos alternados consecutivos
Dan zuki - Socos consecutivos em diferentes níveis
Morote zuki - Soco com as duas mãos

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Tipos de socos indiretos


Age Zuki - Soco ascendente para cima
Ura Zuki - Soco de perto invertido
Kagi Zuki - Soco em Gancho
Mawashi Zuki - Soco em Círculo
Awase Zuki - Soco Duplo em forma de U
Yama Zuki - Soco Duplo em forma de U amplo
Heiko Zuki - Soco paralelo
Hasami Zuki - Soco tesoura Duplo
Uraken uchi - Golpe com o dorso do punho
Uraken uchi Yokomawashi - Golpe lateral com o dorso do punho em movimento
circular
Tate empi - Golpe com o cotovelo para cima
Mae empi - Golpe com o cotovelo para frente
Yoko empi - Golpe com o Cotovelo para o lado
Mawashi empi - Golpe lateral do cotovelo
Ushiro empi - Golpe com o cotovelo para trás
Otoshi empi - Golpe com o cotovelo para baixo
Shuto Uchi - Golpe com a mão em espada

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BLOQUEIOS - UKE

O karatê distingue-se de outras artes de lutas em suas técnicas defensivas. O


karatê possui técnicas de defesa com pernas, pés, mãos e braços.

Gedan Barai - bloqueio de cima para baixo


Jodan Age-uke - Bloqueio Superior contra o ataque à cabeça
Soto-uke - Bloqueio com o antebraço contra o ataque ao meio do corpo de fora para
dentro
Uchi-uke - Bloqueio como o antebraço contra o ataque ao meio do corpo de dentro
para fora
Shuto-uke - Bloqueio com a mão em espada
Tate Shuto-uke - Bloqueio Vertical com a mão em Espada
Kake Shuto –uke - Bloqueio em Gancho com a mão em espada
Haisshu uke - Bloqueio com o dorso da mão
Kakuto uke - Bloqueio com o dorso do pulso Dobrado
Keito uke - Bloqueio com a base do dedo Polegar
Seiryuto uke - Bloqueio com a Base da mão em espada
Teisho uke - Bloqueio com a Base da palma da mão
Morote uke - Bloqueio com os dois braços, um apoiando o outro.
Sokumen awase-uke - Bloqueio combinado de lado
Ryosho tsukami-uke - Bloqueio agarrando com as duas mãos
Kakiwake-uke - Bloqueio duplo com efeito separador
Gedan kake –uke - Bloqueio por baixo em gancho
Sho suki uke - Bloqueio com a palma em forma de concha
Teisho awase-uke - Bloqueio duplo com a base da palma das mãos
Sokutei mwashi-uke - Bloqueio circular com a sola do pé

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Sokuto osae- uke - Bloqueio pressionado com o pé em espada


Sokutei osae-uke - Bloqueio pressionando a sola
Sokuto kake-uke - Bloqueio enganchando o pé
Ashikubi kake-uke - Bloqueio enganchando o tornozelo

KIHON
Kihon (básico, fundamenta), nas artes marciais japonesas, refere-se
normalmente às técnicas básicas, consideradas princípios fundamentais, como
o kendo, aikido e karate.
O conteúdo dos treinos são compostos atualmente de repetições das
técnicas, reduzidas neste contexto, àqueles movimentos de aprendizado mais
natural: as sessões com práticas de kihons permitem até ao praticante inicial de uma
arte marcial melhorar a velocidade e a potência de suas técnicas, junto com a
correção da respiração, dos movimentos de pés e da postura.
Os kihons são movimentos de defesa e ataque praticados pelo Karateca, na
formação da estrutura básica da postura, bem como na execução de seus
movimentos. Podem ser aplicados parado ou em movimento (andando). São
utilizados nomes em japonês que associados ao kihon definem o número de
repetições dos movimentos. Por exemplo: kihon go ho - são 5 repetições do kihon;
kihon san - são 3 repetições do kihon. Há ainda o kihon parado (kihon sonoba).
Muito utilizado para o fortalecimento da postura do praticante da arte marcial.
No caratê do estilo Seigokan, Kihon é o nome do primeiro kata, que se aprende
ainda na faixa branca.

O carateca deve praticar Kihon pensando em:

- Forma - O equilíbrio e a estabilidade são necessários para as técnicas básicas. Os


movimentos de Karate implicam a mudança constante do centro de gravidade
corporal exigindo bom equilíbrio e um bom controle do corpo.
- Força e velocidade- A força se acumula com a velocidade. A potência do kime
numa técnica básica de karate se origina pela concentração máxima de energia no
momento do impacto e isto depende muito da velocidade com que se produz a ação.
- Concentração e relaxação da força - O maior nível de potência vem de concentrar
a energia de todas as partes do corpo no objetivo.
- Aumento da energia muscular - O fortalecimento dos músculos requer um
adestramento constante.
- Ritmo e coordenação - Em qualquer esporte a atuação de um bom atleta é muito
rítmica sempre. Adquirir sentido do ritmo e do tempo é uma forma excelente de
progredir na arte do Karate-do.
- Utilização dos quadris - O movimento dos quadris joga um papel fundamental na
execução das diversas técnicas de Karate-do. A rotação dos quadris dá força à parte
superior do corpo ajudando-nos assim a realizar murros e bloqueios com mais força.
- Respiração - O karateka deve combinar perfeitamente sua respiração com a
execução das técnicas. Respirar adequadamente aumenta a habilidade do Karateca
para relaxar-se e concentrar a máxima força em suas técnicas.

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BUDO

Budô (caminho marcial) são as artes ou caminhos marciais de origem japonesa.


São considerados a versão moderna do antigo bujutsu (em japonês: técnica
marcial), as artes marciais tradicionais.
Budô é um composto da raiz bu, que significa a guerra ou as artes marciais, e do,
caminho de sentido ou forma. Especificamente, Do é derivada do sânscrito marga
budista (o que significa o "caminho" para a iluminação). O termo remete à ideia de
formulação de proposições, submetê-los à crítica filosófica e, em seguida, na
sequência de um "caminho" para realizá-los. Não significa um "modo de vida". No
contexto japonês, é um termo experiencial, experimental, no sentido de que a prática
(o modo de vida) é a norma para verificar a validade da disciplina cultivada através
de uma determinada forma de arte. O budô moderno não tem nenhum inimigo
externo, só o inimigo interno, o ego que deve ser combatido (estado de Mushin-
Muga).

Budô e bujutsu
Bujutsu é um composto de raízes bu e jutsu que significa ciência, ofício, ou
arte. O budô é mais freqüentemente traduzido como "o caminho da guerra", ou
"caminho marcial ", enquanto bujutsu é traduzido como "ciência da guerra" ou "ofício
marcial". No entanto ambos, budô e bujutsu, são utilizados com o termo "arte
marcial".
O budô e o bujutsu tem uma diferença bastante delicada. Enquanto o bujutsu
só dá atenção para a parte física de luta (a melhor maneira de derrotar um inimigo),
o budô também dá atenção para a mente e como se deve desenvolver-se. O budô
moderno usa aspectos do estilo de vida dos samurais do Japão feudal e os traduz
para o auto-desenvolvimento na vida moderna.
O bujutsu era um conjunto de disciplinas marciais que podiam ser treinadas
apenas pelos bushi (ou samurais) visando seu uso em batalha. Alguns exemplos
são: kenjutsu (técnica da espada), iaijutsu (técnica de desembainhar a
espada), sojutsu (técnica da lança), kyujutsu (técnica do arco), naginatajutsu (técnica
da alabarda), jujutsu (técnica suave), aikijujutsu (técnica suave com harmonização
do ki), entre outros.
O Ninjútsu era o conjunto das técnicas usadas pelos Ninjas. Incluía táticas
de guerrilha, guerra psicológica, arte do disfarce, espionagem, combate corpo a
corpo, etc. Durante a II Guerra Mundial, o Japão ensinou técnicas ninjas a espiões
num centro de treinamento secreto.
A partir do Xogunato Tokugawa (século XVII), com a estabilização e
pacificação do Japão, o bujutsu começa a perder sua importância como instrumento
de guerra e a ganhar uma conotação mais formadora e educacional. Após
a restauração Meiji, que terminou com o Xogunato e a sociedade estratificada, a
classe guerreira deixou de existir e, assim, nada mais restava das antigas
circunstâncias que sustentavam as tradicionais técnicas de guerra. Elas haviam
perdido completamente seu propósito original.
Para preservar o patrimônio marcial japonês foram necessárias mudanças
para se conformar com os novos tempos. Uma das mudanças foi a dos objetivos. A
nova finalidade não poderia ser mais a guerra, já que boa parte das técnicas, já
naquela época, eram anacrônicas tendo em vista os equipamentos e armamentos
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modernos. Outra mudança foi em relação ao público que tinha acesso às antigas
técnicas: os samurais já não existiam.
A nova finalidade foi explicitar o caráter formador e educacional em
detrimento da busca pela eficiência letal. Através do treino das técnicas se cultivaria
corpo, mente e espírito para o auto-desenvolvimento. E as técnicas estavam abertas
para toda a sociedade. Por essas razões, muitas técnicas foram adaptadas e
algumas até eliminadas. Não deveriam ser mais, técnicas que visavam a guerra e a
morte, exclusivas dos samurais, mas caminhos educacionais para o
aperfeiçoamento humano que estavam ao alcance de qualquer um. Esta é a origem
do budô.

REGRAS OFICIAIS DE COMPETIÇÕES COMBATE


ESPORTIVO KARATE SHOTOKAN

Round das lutas e classificação dos rounds:

ROUNDS - 2 rounds de 3 minutos de luta para 1 de descanso.

Material para a luta:

1 - O Lutador poderá usar Karate Gi (uniforme) apropriado para a prática do karate.

2 - Não é permitido o uso de sapatilhas, camisa, camiseta, etc. Se necessário o


lutador poderá usar tornozeleira ou faixas nos pés ou protetor de canelas.

3 - Objetos e ornamentos feitos de metal também são proibidos.

4 - O lutador deverá portar protetor bucal, protetor de mão (Luva, Azul e Vermelho),
genital e protetor peito de pé (Azul e Vermelho, que serão vistoriados pela
organização do evento (OBRIGATÓRIO).

5 - O uso de vaselina ou qualquer outro tipo de óleo em excesso, que venha causar
desvantagem ao oponente é proibido.

6 - As luvas serão cedidas pela Comissão Organizadora do evento minutos antes do


combate . Não poderão usar outras luvas a não ser aquela escolhida pela Comissão
Organizadora.

Lutadores menores de 18 anos estarão nas seguintes classes e idades :

1 - Os atletas menores de idade deverão usar obrigatoriamente o capacete em suas


lutas.

2 - Em alguns eventos o lutador mesmo sendo maior de idade , e o de menor de


idade deverá usar protetor de cabeça e protetor de pé.

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3 - O uso da coquilha ( protetor genital ) e protetor bucal é obrigatório em todas as


idades e classes .

Classe feminina:

Em alguns eventos a critério de varias organizações a lutadora mesmo sendo maior


de idade, deverá usar protetor de cabeça, de tórax, de pés e canelas, etc.

Tempo de luta, composição do grupo de árbitros e outros dispositivos:

1 - Cada luta terá duração de 2 rounds de três minutos cada por 1 descanso,
dependendo da classe.

2- Lutador menor de idade deve ter autorização, por escrito, dos seus pais ou
responsável legal, será permitido somente atletas de 15 anos acima.

3 - Os lutadores devem estar na mesma divisão de peso.

4 - Cada lutador poderá ter no máximo três segundos (ajudantes) em seu córner, os
quais deverão apenas dar instruções ao seu lutador, será proibido brigas e
discussões das equipes.

5 - Os segundos devem ficar posicionados de maneira que não atrapalhem a visão


dos espectadores e jurados, sem andar ou subir em volta do ringue.

6 - A luta terá um árbitro central e três juízes laterais (jurados), formados pela
Confederação Brasileira de Karate ou outra Organização.

7 - A luta contará com um responsável pelo cronômetro e gongo, assim como


pessoal de staff que ajudarão na coordenação do evento e das lutas.

Como a luta poderá ser decidida:

A luta poderá ser decidida das seguintes formas:

1 - KNOCK OUT (KO): quando um dos lutadores, devido a um golpe, cai e não tem
mais condição de continuar o combate;

2 - KNOCK OUT TÉCNICO (TKO): Quando o árbitro verifica que um dos lutadores
não tem mais condições de continuar a luta devida a não esta se defendendo, por
exemplo, mesmo não tendo sido nocauteado;

3 - No caso do Knock out técnico, o árbitro poderá também pedir a opinião do


médico do evento para tomar a decisão;

4 - DESISTÊNCIA: Quando o lutador - ou seu córner (através do lançamento da


toalha) - pede para a luta ser interrompida.

5 - Decisão do médico.
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6 - Decisão por pontos.

7 - Desclassificação.

8 – Empate quando não for disputa de TITULO.

Formas de Pontuação

1 - A pontuação funciona no sistema de 10 pontos por round.

2 - O lutador que ganhou o round levará 10 pontos; o outro 9 pontos.

3 - Se tiver ocorrido um Knock down, o ganhador do round leva 10 pontos e o outro


8 pontos.

4 - No caso de empate no round, cada lutador leva 10 pontos.

5 - Ao final da luta, os juizes laterais deverão passar os cartões com a somatória dos
pontos para o juiz central, o qual comunicará ao locutor oficial do evento o resultado.

6 - No caso de empate, haverá um round extra e o vencedor será aquele que melhor
se sair neste round. Isto em disputa de títulos, em eventos sem disputa de títulos
poderá apenas haver um empate.

7 - Saídas: O primeiro ponto negativo será atribuído à 3ª saída. A partir da 4ª saída,


será atribuído um ponto negativo por cada saída.

Como os juizes pontuam

Os juizes observarão e considerarão o seguinte para efeitos de pontuação:

1 - Socos, chutes, esquivas, defesa, combatividade, a qualidade técnica dos golpes,


a força, a acuidade (se os golpes estão acertando o adversário) e qual o efeito que
eles causam no oponente.

O que é considerado como falta

1 - Quando o lutador age, gesticula ou fala de forma desrespeitosa para com o


adversário, seu córner, árbitros, organização do evento ou público.

2 - Quando o lutador usar golpes ou atitudes consideradas proibidas, tais como:


Cotoveladas, cabeçadas, mordidas, golpes na região genital, golpes nos joelhos,
pressão nos olhos do adversário com a luva, cuspir, usar golpes de judô ou
Wrestling para derrubar o adversário (as quedas usando o quadril), ficar caindo
intencionalmente (dentro ou para fora do ringue), desobedecer às ordens do árbitro,
infração que venha causar ao adversário a impossibilidade de continuar a luta,
perderá o combate por falta. Isto no caso intencional.

3 - No caso da infração ser involuntária, o árbitro central deverá pedir por “tempo”
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

para que o lutador atingido se recupere. Se o lutador não puder continuar a luta, o
árbitro central deverá pará-la e consultar a pontuação dos juizes laterais; a vitória
será concedida ao lutador que tiver mais pontos até o momento do incidente.

4 - É terminantemente proibido o lutador ou seu córner contestar falhas ou decisões


ao árbitro ou a comissão organizadora do evento no momento da decisão dos
jurados. Qualquer contestação deverá ser encaminhada à organização para ser
analisada posteriormente. Por isso é que existe as revanches e profissionalismo sem
brigas. Qualquer briga durante o evento a equipe será punida e poderá ser
processada pelo departamento jurídico da federação. Qualquer briga ou confusão
das TORCIDAS, os lutadores poderão ser desclassificados.

5 - Quando ocorrer um KNOCK DOWN

6 - O árbitro central inicia imediatamente a contagem de 1 a 10 segundos, o lutador


que causou o Knock Down deverá direcionar-se para o canto neutro que esteja mais
longe do lutador que caiu.

7 - Mesmo que o lutador, antes do término da contagem, pareça recuperado e


pronto para continuar o combate, o árbitro deverá prosseguir com a contagem até 10
para a segurança do lutador.

8 – Dois Knock downs no mesmo round indica o término da luta.

9 - O lutador poderá ser salvo pelo gongo.

Pontos de ataque

1 -Cabeça: frente e lado

2 - Tronco: frente e lado

3 - Golpes válidos:

4 - Socos: todos do karate e golpe giratório com as costas das mãos.

5 - Chutes: Todos, valendo atingir cabeça e tronco.

6 - Clinche é válido desde que haja progressão do golpe ou seja sempre em


continuidade. Se usar o clinche somente visando agarrar o adversário , será
advertido e posteriormente descontado como falta.

7 - Serão válidos chutes circulares e giratório. Nunca chutando na parte frontal do


joelho.

8 - Pés: Apenas ao nível dos tornozelos (Varrimentos são permitidos).

9 - Varrimentos: Para pontuar com um Varrimento o atacante tem de ficar de pé em


todas as circunstâncias. Se na execução de um Varrimento o atacante tocar o chão
com qualquer parte do seu corpo que não os seus pés, NENHUMA pontuação será
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

atribuído. Será atribuída pontuação ao atacante se o seu adversário tocar no chão,


com qualquer parte do seu corpo que não os seus pés.

Para Competir

1 - Todo lutador deverá estar cadastrado em um Federação de Karate e estar com


sua carteira com a validade em dia, pois a apresentação da carteira na hora do
evento é indispensável.

2 - Todos treinadores deverão ter a responsabilidade de levar somente lutadores


muitos bem treinados e com boa saúde, pronto para lutar.

3 - Para competir todos os lutadores deverão providenciar: atestado médico e a ficha


de competição preenchida e devidamente assinada; teremos um banco de dados de
todos os lutadores.

Todas as equipes deverão evitar

1 - W.O. Não comparecimento, isto só prejudica o evento. Tenha sempre reservas


na sua equipe, todas as equipes deverão trabalhar com muito profissionalismo.

2 - No caso de colocar um reserva para a luta marcada, a equipe deverá comunicar


a mesma que casa, organiza as lutas. Lembre-se, nosso trabalho é muito sério.

Sistema de Competições

Campeonatos:
O sistema será pelo de Chaves, ou seja, eliminatória simples até chegar ao
Campeão do evento.

Pesagem

Será realizada antes ou no dia evento. Caso o atleta esteja muito fora de peso
daquele em que foi inscrito será desclassificado.

Se a pesagem for realizado no dia anterior, ele tem que bater no peso certo.

Se a pesagem for realizada no dia do evento, poderá ter uma tolerância de no


máximo 02 quilo acima ou abaixo.

Caso haja muitos atletas fora de peso o card poderá ser modificado em comum
acordo entre dirigentes e atletas.

União: Devemos todos trabalhar com muito profissionalismo, sejamos unidos e com
muita disciplina.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Disposições Gerais

Qualquer situação que aconteça durante o evento que não esteja listada nas
regras acima serão consideradas exceções.

As exceções serão tratadas pela organização na hora do evento.

No caso de exceções, a decisão da organização do evento é soberana.

Toda e qualquer decisão deverá ser notificado aos dirigentes , organizadores


e técnicos das equipes , para uma justa imparcialidade da mesma.

Objetivamos realizar evento de ótima qualidade tanto estrutural ,


organizacional e técnico , mostrando o nosso trabalho na difusão e crescimento da
arte marcial.

As políticas de cada Federação e ou Organização não nos interessa , pois


quem perde são os próprios dirigentes e atletas.

Orientações:

O objetivo do lutador de Karate é derrotar o seu adversário utilizando socos,


chutes e marcar pontos. No final de um kumite Karatê, o competidor com o maior
número de pontos é declarado o vencedor (ou antes do fim se alcançar oito pontos
de vantagem sobre o oponente).
Rivais são colocados em categorias de acordo com seu peso e talvez a sua
idade no caso de competições juvenis. Todos os atletas em um campeonato, são
obrigados a usar um terno tradicional conhecido como Kimono. Um roupão todo
branco com um cinto colorido que indica a sua posição, um competidor usa um cinto
vermelho e o outro uma faixa azul para ajudar a distingui-los.
O competidor do lado direito é denominado de AKAI (Vermelho) e o da
esquerda de AOI (Azul), os quais usarão faixas com as referidas cores.
A área de competição propriamente dita é denominada de koto, que é um
quadrado com 8 metros de lado (medido de extremo a extremo) e no seu interior
encontramos um quadrado inscrito com 6 metros de lado. A área entre o quadrado
interno e a extremidade do extremo tem uma cor diferente da do quadrado interno e
é denominado de área de controle. Nas competições de karatê já dois atletas que se
posicionam à direita e a esquerda do árbitro, que pode ser um dos juízes.
A duração de um kumite é de três minutos para adulto masculino (individual
ou equipe) e de dois minutos para o adulto feminino. A duração nas categorias
inferiores fica a critério da organização do evento. A luta tem início quando comando
do árbitro e para a cada vez que for dito yame pelo mesmo, a cada parada o
cronômetro deverá ser pausado para que as observações do árbitro sejam
registradas na súmula.
Marcando pontos em competições de Karatê é relativamente simples. A
pontuação é limitada às seguintes áreas do corpo do adversário:

Cabeça
Rosto
Pescoço
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Peito
Abdômen
Lado
Costas

A pontuação é atribuída quando um lutador executa uma técnica que está de acordo
com os seguintes critérios:
Boa forma
Aplicação vigorosa
Bom timing
Distância exata
Consciência
Atitude Esportiva

Faixas
No karatê existem sete faixas, cada uma associada a uma cor representativa
do Kyu. A faixa representa amadurecimento, conhecimento individual de cada
praticante, e a função do professor é de guiá-lo nesta estrada, indicando os aspectos
básicos de cada etapa.

Golpes com os pés

MAE GERI (Chute Frontal)

Levantar o joelho, mantendo a planta do pé paralela ao chão e puxar o


calcanhar para trás. Apontar o joelho e o pé na mesma direção. Estirar a perna,
tendo por centro o joelho. Bater no alvo com a ponta do pé (koshi). Puxar a perna
assim que tocar no alvo.

MAWASHI GERI (Chute Circular)

Levantar o joelho na altura do abdômen, trazendo o pé lateralmente aos


quadris. Manter a coxa e a perna paralelas ao solo. O calcanhar quase toca no
glúteo. Girar o corpo sobre a perna de apoio e estirar a perna para tocar o alvo. Usar
os quadris como elemento de propulsão de energia.

YOKO GERI (Chute Lateral)

O processo de levantar e dobrar o joelho no chute lateral é quase idêntico ao


do chute frontal. Jogar os quadris lateralmente e a partir daí esticar a perna. Tocar o
alvo com a faca do pé (sokuto). A posição do joelho irá determinar se o chute será
alto ou baixo.

USHIRO GERI (Chute para trás)

O processo de levantar e dobrar o joelho no chute para trás é idêntico ao do


chute frontal. O golpe é desferido com o calcanhar (kakato) e pode ser direcionado a
qualquer parte do corpo. O golpe pode ser dado para frente, bastando apenas girar
o corpo e executá-lo com precisão.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Golpes com as mãos

OI ZUKI (Soco Avançado)

Oi zuki é o soco desferido ao final de um longo passo p/ frente. Neste


movimento o centro de gravidade recebe um grande deslocamento e a velocidade
do corpo para frente dá uma força adicional ao golpe. O braço que desfere o golpe
sai da cintura e se projeta à frente e o seiken transfere a energia ao oponente.

GYAKU ZUKI (Soco Contrário)

O movimento é semelhante ao oi zuki, diferindo apenas no fato de que o


braço usado é do contrário ao da perna que avança. Outra diferença está no uso da
rotação dos quadris.

TETSUI (Soco à Martelada)

No soco à martelada, a parte que toca o alvo é a base da mão fechada do


lado do dedo mínimo. É usado principalmente para golpear o rosto, o plexo e as
partes laterais do tronco. O tetsui pode ser utilizado tanto no plano vertical como no
horizontal.

SHUTO UCHI (Golpe a Faca da Mão)

Tendo o cotovelo como centro da circunferência, cujo raio é o braço, aplique o


shuto como um golpe chicoteado num círculo de 180º. Este golpe é direcionado as
têmporas, a parte lateral do pescoço. O shuto uchi pode ser aplicado tanto da direita
para esquerdo quanto no sentido inverso (mesma mão) ou ainda na vertical.

Pontuações:
1. As pontuações são as seguintes
IPON: Três pontos
WAZA-ARI: Dois pontos
YUKO: Um ponto

Uma pontuação é marcada quando a técnica é aplicada de acordo com os critérios a


seguir, para uma área pontuável:

a) Boa Forma
b) Atitude Esportiva
c) Aplicação Vigorosa
d) Estado de alerta (ZANSHIN)
e) Tempo Apropriado
f) Distância correta

Ippon é atribuído para:


a) Chutes Jodan
b) Qualquer técnica de pontuação que se realize sobre um oponente caído ou
projetado.
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Waza-Ari é atribuído para:


a) Chutes Chudan.

Yuko é atribuído para:


a) Chudan ou Jodan tsuki
b) Chudan ou Jodan Uchi.

Ataques estão limitados às seguintes áreas:


a) Cabeça
b) Face
c) Pescoço
d) Abdômen
e) Tórax
f) Costas
g) Laterais

Ganhando o Jogo
A partida pode ser ganhada em um número de maneiras:
Por ter mais pontos do que o seu adversário no final da luta.
Ao estender uma vantagem de oito pontos.
Se você imobilizar seu adversário, deixando-o incapaz de continuar.
Se o seu adversário for desclassificado.
Se a quantidade de pontos são iguais no final, então o árbitro e os três juízes irão se
consultar e decidir um vencedor entre eles.

A diferença mais visível entre o Karatê tradicional e outros tipos de Karatê é


que as regras de competição do Karatê tradicional exigem especificamente que cada
técnica tenha força máxima suficiente, resultando em um ”golpe final”.
Os outros não tem regras de competição que igualem tal exigência em cada
uma de suas técnicas. Devido a essa distinção muito importante, os métodos de
treinamento e biomecânica do Karatê tradicional, portanto, ficam diferentes.

QUADRO DE ÁRBITROS

1. O quadro de Árbitros para cada luta consistirá de um Árbitro (SUSHIN), quatro


Juízes (FUKUSHIN), e um Supervisor do Encontro (KANSA).
2. O Árbitro e os Juízes de um combate de kumite não devem ser da nacionalidade
de qualquer um dos participantes.
3. Adicionalmente, para facilitar a condução das lutas, serão nomeados
cronometristas, pessoal para controlar as pontuações, anunciador e supervisores de
pontuação.

EXPLICAÇÃO:
No início de uma competição de Kumite, o Árbitro se coloca do lado de fora
da área de competição. A sua esquerda, se posicionam os Juízes 1 e 2, e a sua
direita, os Juízes 3 e 4.
Após a troca de cumprimentos formais pelos competidores e Quadro de
Árbitros, o Árbitro dá um passo para trás, os Juízes giram e todos se saúdam. Todos
então tomam suas posições.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Quando da substituição de todo Quadro de Árbitros, exceto o Supervisor do


encontro, os que saem dão um passo para frente, giram e ficam de frente para o
quadro que entra. Eles se cumprimentam ao comando do Árbitro que entra, e em
linha (com a face para a mesma direção), deixam a área de competição. IV. Quando
há mudança individual de um Juiz, o que entra se dirige para o que vai sair, ambos
se cumprimentam e mudam de posições. V. Em encontros por equipes, sempre que
o Quadro de Árbitros completo possua as qualificações requeridas, poderá ser feito
o rodízio do Árbitro e dos Juízes a cada encontro.

REGRAS DE KATA

ÁREA DE COMPETIÇÃO DE KATA

1. A área de competição deve ser plana e livre de perigo.


2. A área de competição deve ser de tamanho suficiente de tal forma que permita a
apresentação do kata sem interrupção.

EXPLICAÇÃO:
Para apresentação adequada de Kata é exigida uma superfície lisa e estável.
Normalmente as áreas de Kumite (tatames ou piso oficial) são satisfatórias.

UNIFORME OFICIAL
Competidores e Árbitros devem usar o uniforme oficial definido no Artigo das
Regras de kumite.
Qualquer pessoa que não atenda este regulamento deve ser excluída.

EXPLICAÇÃO:
A blusa do karate-gi não deve ser retirada durante uma apresentação de kata.
Competidores que se apresentam inadequadamente vestidos, terão um minuto para
resolver o problema.

ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÃO DE KATA:

Competições de Kata podem ser individuais e por equipe. Cada equipe é


composta de três pessoas. Cada equipe é exclusivamente masculina, ou
exclusivamente feminina. Competição individual de kata consiste na apresentação
individual, separada em divisões masculina e feminina.
O sistema de eliminatórias com repescagem será aplicado.
Pode-se executar qualquer Kata tradicional de karate, com exceção de Katas com
armas (kobudo).
Permitem-se as variações de acordo com a escola de karate do competidor.
Antes de cada rodada se notificará a mesa de pontuação o kata escolhido. Os
competidores devem executar um kata diferente em cada rodada. Um kata não pode
ser repetido uma vez executado.
Nos encontros para disputa de medalhas de uma competição de Kata por
equipe, as duas equipes finalistas irão demonstrar o Kata escolhido na sua forma
normal. Em seguida eles irão demonstrar o significado do Kata (Bunkai). O tempo
total permitido para o conjunto do Kata e do Bunkai será de seis minutos. O
cronometrador oficial começará a contagem do tempo, quando os componentes da
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

equipe saudarem-se ao entrar no tatame e deterá o cronometro quando se fizer a


saudação final depois da realização do Bunkai. Será desclassificada a equipe que
não realize a saudação final ou que exceda o tempo de seis minutos permitido. Não
será permitido o uso de armas tradicionais, equipe auxiliar ou vestimenta
suplementar.

EXPLICAÇÃO:
O número de kata requeridos depende do número de competidores
individuais ou de equipes participantes, como mostrados na tabela seguinte.
Competidores sem adversários (cabeças de chave/Byes) são contados como
competidores ou equipes.

QUADRO DE ARBITROS

Um Quadro de cinco Árbitros para cada encontro será designado pelo Chefe
de Tatame.
O Árbitro de competição de Kata não pode ser da mesma nacionalidade de
qualquer um dos participantes.
Adicionalmente serão designados cronometristas, anunciadores e marcadores
de pontuação.

EXPLICAÇÃO:

O Juiz Chefe de kata sentar-se-á na posição central da área de competição,


de frente para os competidores e os outros quatro um em cada canto da área de
competição.
Cada Árbitro terá uma bandeira vermelha e uma azul, ou um terminal de
controle remoto se estiver sendo utilizado placar eletrônico.

CRITERIO DE AVALIAÇÃO

Valorização: Ao valorizar um competidor ou uma equipe, os Juízes avaliarão


sua atuação com base nos seguintes quatro critérios básicos: Conformidade, nível
técnico, nível atlético e dificuldade técnica. Na avaliação do Kata será dado igual
importância a cada um dos quatro critérios básicos. Ao Bunkai será dada a mesma
importância que ao Kata.
Conformidade (do Kata): Na forma e nos ensinamentos da escola de que se
trate. Utilizando os movimentos executados no Kata.

Nível Técnico:
a) Posições
b) Técnicas
c) Movimentos de mudança
d) Tempo/Sincronização
e) Respiração correta

Concentração ( Kime):
a). Posições
b). Técnicas
c). Movimentos de mudança
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

d). Tempo
e). Controle

Concentração (Kime) Nível Atlético:


a). Força
b). Rapidez
c). Equilíbrio
d). Ritmo

Nível Atlético:
a). Força
b). Rapidez
c). Equilíbrio
d). Tempo

Dificuldade Técnica do Kata - Dificuldade Técnica das técnicas realizadas:

Desclassificação:
Um competidor ou uma equipe podem ser desclassificados por qualquer dos
seguintes motivos:
1. Execução do Kata equivocado ou anuncio do Kata equivocado.
2. Pausa inequívoca ou parada na execução durante vários segundos.
3. Interferência com a função dos Juízes (tal como que um Juiz tenha que se mover
por razões de segurança ou haver contato físico com um Juiz).
4. Caída da faixa durante a execução do Kata.
5. Exceder o tempo de seis minutos para o Kata e o Bunkai.
6. Má conduta em não seguir as instruções do Juiz Chefe.

Faltas:
De acordo com os critérios anteriores, as seguintes faltas devem ter em conta
na avaliação:
a). Uma pequena perda de equilíbrio.
b). Realizar um movimento de forma incorreta ou incompleta (a saudação se
considera a este respeito como parte dos movimentos do Kata), tal como falhar um
bloqueio de forma completa ou executar um golpe de punho fora do objetivo.
c). Movimento não sincronizado, tal como realizar uma técnica antes de completar a
rotação do corpo, ou no caso de uma equipe, não executar um movimento em
uníssono.
d). Utilização de comandos acústicos (de qualquer outra pessoa, incluindo os outros
membros da equipe) ou ações tais como golpear o solo com os pés, dar uma
palmada no peito, nos braços ou no kimono, ou uma respiração inadequada.
e). Perda de tempo, incluindo prolongar a marcha, demasiadas saudações ou uma
pausa prolongada antes de continuar a execução.
f). Causar lesão por não controlar as técnicas durante o Bunkai.

EXPLICAÇÃO
Kata não é uma dança ou desempenho teatral. Ele deve guardar os valores e
princípios tradicionais. Deve ser realista em termos de luta e exibir concentração, e
potencial de impacto de suas técnicas. Deve demonstrar força, potencia e
velocidade, como também elegância, ritmo e equilíbrio.
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Em Kata por equipe, os três membros da equipe devem iniciar o kata olhando
para a mesma direção e para o Juiz Chefe.
Os membros da equipe devem demonstrar competência em todos os
aspectos do kata demonstrado, bem como sincronismo.
Comandos para começar e parar a demonstração, bater os pés no chão, dar
palmadas no peito, braços ou no karate-gi, respiração inadequada, são exemplos de
estímulos externos e devem ser levados em conta pelos Árbitros quando da tomada
de uma decisão.
É da responsabilidade exclusiva do técnico ou do competidor assegurar que o
kata notificado para a mesa de pontuação, é apropriado para aquela rodada de que
se trata.

OPERAÇIONALIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO

1. No começo de cada eliminatória e ao serem chamados por seus nomes, os dois


competidores, um usando uma faixa vermelha (Aka), e o outro uma faixa azul (Ao),
ficarão alinhados no perímetro da área de competição, e de frente para o Juiz Chefe.
Após cumprimentar o Quadro de Árbitros, Ao sairá da área de competição.
Depois de se deslocar para a posição de início e anunciar claramente o nome
do kata que será demonstrado, Aka começará. Uma vez concluído o Kata, Aka
deixará a área para aguardar a demonstração de Ao. Após a conclusão do Kata de
ambos, retornarão para o perímetro da área de competição e aguardarão a decisão
dos Árbitros.
2. Se o kata não está de conformidade com as regras, ou há outra irregularidade, o
Juiz Chefe pode chamar os outros Árbitros para chegar a um veredicto.
3. Se um competidor é desclassificado, o Juiz Chefe cruzará e descruzará suas
bandeiras.
4. Após conclusão de ambos os Kata, os competidores ficarão lado a lado no
perímetro. O Juiz Chefe anunciará a decisão (Hantei) e fará soar o apito, com dois
tons. Neste momento os Juízes darão sua decisão.
5. A decisão será para Aka ou Ao. Empates não são permitidos. O competidor que
recebe a maioria dos votos é declarado o vencedor pelo anunciador.
6. Os competidores se cumprimentarão entre si, em seguida o Quadro de Árbitros
deixarão a área.

EXPLICAÇÃO:
O ponto inicial para demonstração de Kata é dentro do perímetro da área de
competição.
Se estiverem sendo utilizadas bandeiras, o Juiz Chefe pedirá a decisão
(Hantei) e dará dois sopros de apito. Os Árbitros levantarão as suas bandeiras
simultaneamente. Depois de dar tempo suficiente para contagem dos votos,
(aproximadamente cinco segundos) as bandeiras serão abaixadas depois de um
curto sopro adicional de apito.
Se um competidor ou uma equipe não se apresentam quando chamado ou
desiste (Kiken), a decisão será declarar o oponente automaticamente como
vencedor, sem necessidade de executar o Kata previamente notificado. Neste caso
o competidor ou a equipe poderá realizar o Kata anunciado em uma rodada
posterior.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Essas regras foram copiadas de diversos sites


especificados na Referência então, em geral essas regras
são as mesmas e podem ter variações de acordo com cada
Federação. Informe-se corretamente com seu Sensei sobre
tudo o que você ler nessa ou em qualquer outra apostila.

ÁRBITROS

Os poderes do Árbitro serão os seguintes:


1. O Árbitro dirigirá os encontros, anunciando o começo, a suspensão e o final dos
mesmos.
2. Outorgar pontos baseando-se na decisão dos Juízes.
3. Deter o encontro quando na opinião do Árbitro tenha havido um ponto, se foi
cometido uma falta ou para garantir a segurança dos competidores.
4. Solicitar a confirmação dos Juízes em casos onde na opinião do Árbitro haja
motivos para que os Juízes reavaliem suas opiniões de advertência ou penalização.
5. Explicar ao Chefe de Tatame, ao Conselho de Árbitros ou ao Júri de Apelação,
em caso de necessidade, as bases de uma determinada decisão.
6. Impor penalizações e dar advertências, durante ou depois de um encontro.
7. Obter as opiniões dos Juízes e atuar com base nelas.
8. Anunciar e começar um encontro extra quando requerido em encontros por
equipes.
9. Realizar votações dos Juízes, incluindo seu próprio voto (HANTEI) e anunciar o
resultado.
10.Resolver empates.
11.Anunciar o ganhador.
12.A autoridade do Árbitro não está limitada à área de competição, mas sim,
também, ao perímetro imediato dela.
13.O Árbitro dará todas as ordens e dará todos os anúncios.

JUÍZES:

Os poderes e deveres dos Juízes são os seguintes:

1. Assinalar pontos, advertências e penalizações.

2. Exercer direito de voto numa decisão a ser tomada. Os Juízes devem observar
cuidadosamente as ações dos competidores e fazer sinal para o Árbitro mostrando
sua opinião nas seguintes situações:
a) Quando veem que foi marcado um ponto.
b) Quando um competidor comete um ato e/ou técnicas proibidas.
c) Quando advertem uma lesão, uma indisposição ou a falta de capacidade de um
competidor para continuar.
d) Quando ambos ou um dos competidores saem da área de competição (Jogai).
e) Em outras situações que julgar necessário chamar a atenção do Árbitro.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

SUPERVISOR DO ENCONTRO:

O Supervisor do Encontro ajudará o Chefe de Tatame observando o combate


ou luta em andamento. Se as decisões do Árbitro e/ou Juízes estão em desacordo
com as Regras da Competição, o Supervisor do Encontro levantará imediatamente a
bandeira vermelha e soará o apito. O Chefe do Tatame instruirá o Árbitro para parar
o combate ou luta e corrigir a irregularidade. Os registros da competição tornar-se-
ão registros oficiais, com a aprovação do Supervisor do Encontro. Antes de cada luta
o Supervisor do Encontro deve assegurar que os competidores estão usando o
equipamento autorizado.

SUPERVISORES DE PONTUAÇÃO:

O Supervisor de Pontuação manterá um registro separado das pontuações


atribuídas pelo Árbitro e ao mesmo tempo observará as ações dos cronometristas e
encarregados da pontuação.

EXPLICAÇÃO:

Quando dois ou mais Juízes dão a mesma sinalização, ou indicam pontuação


para o mesmo competidor, o Árbitro parará a luta e dará a decisão correspondente.
Se o Árbitro não parar a luta, o Supervisor do Encontro levantará a bandeira
vermelha e soará o apito.
Quando dois ou mais Juízes dão a mesma sinalização, ou indicam ponto
para o mesmo competidor, o Árbitro deve deter o combate e anunciar as decisões
tomadas pelos Juízes.
Quando o Árbitro decide parar o combate por uma causa de um sinal feito por
dois ou mais Juízes, dará YAME, usando o sinal de mão apropriado. Então, os
Juízes sinalizarão suas opiniões e o Árbitro dará as decisões nas que coincidir com
dois ou mais Juízes.
No caso em que dois ou mais Juízes indiquem a pontuação, uma advertência
ou penalização para ambos os competidores, os dois receberão seu correspondente
ponto, advertência ou penalização.
Se mais de um Juiz indica ponto, advertência ou penalização para um
competidor e o ponto, advertência ou penalização é diferente entre os Juízes, se
aplicará o ponto, 24 advertência ou penalização menor caso não houver maioria
para um determinado nível de ponto, advertência ou penalização.
Se há maioria, ainda que discordante, entre os Juízes para um nível de ponto,
advertência ou penalização, a opinião majoritária prevalecerá sobre o principio de
aplicar o nível mais baixo de ponto, advertência ou penalização.
No caso de HANTEI os quatro Juízes e o Árbitro terão um voto cada um.
O papel do Supervisor do Encontro é assegurar que o combate ou encontro
se conduza de acordo com o regulamento de competição. Não é só mais um Juiz.
Não tem voto nem autoridade alguma em questões de ajuizamento, como se
a pontuação foi válida ou houve JOGAI. Sua única responsabilidade é em questões
de procedimento.
No caso de que o Árbitro não ouvir o sinal do fim do tempo, o Supervisor de
Pontuação fará soar seu apito.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

Quando da explicação da base de uma decisão após o combate, o Quadro de


Árbitros pode falar com o Chefe de Tatame, o Conselho de Árbitros ou o Júri de
Apelação. Eles não darão explicações para ninguém mais.

COMEÇO, SUSPENSÃO OU FINAL DOS ENCONTROS:

1. Os termos e gestos a serem utilizados pelo Árbitro e Juízes na condução de


uma competição devem ser os especificados.
2. O Árbitro e os Juízes tomarão suas posições definidas e trocarão
cumprimentos com os competidores; o Árbitro anunciará “Shobu Hajime!” e a
luta será começada.
3. O Árbitro parará a luta anunciando “Yame”. Se necessário, o Árbitro ordenará
aos competidores que retornem para suas posições iniciais (Moto No Ichi).
4. O Árbitro retorna a sua posição; os Juízes indicam suas opiniões através de
uma sinalização. No caso de uma pontuação ser marcada, o Árbitro
identificará o competidor (Aka ou Ao), o nível atacado (Chudan ou Jodan), a
técnica aplicada (Tsuki, Uchi, ou Keri), e então anuncia a pontuação com a
gesticulação apropriada. O Árbitro reinicia a luta anunciando “Tsuzukete
Hajime”.
5. Quando um competidor consegue uma vantagem de oito pontos numa luta, o
Árbitro anunciará “Yame” e ordenará que os competidores retornem as suas
linhas de início, ao tempo que ele também o faz com relação à sua. Então,
declara o vencedor levantando a mão para o lado dele falando “Ao (Aka) No
Kachi”. A luta é encerrada neste momento.
6. Quando termina o tempo, o competidor que tiver mais pontos é declarado
vencedor, indicado pelo Árbitro que eleva sua mão para o lado do mesmo, e
anuncia “Ao (Aka) No Kachi”. A luta é encerrada neste momento.
7. No caso de empate ao final de um encontro inconcluso, o Quadro de Árbitros
(o Árbitro e os quatro Juízes) decidirão o combate por HANTEI.
8. Quando diante de uma das situações a seguir, o Árbitro Central anunciará
“Yame” e parará a luta temporariamente.
9. Quando um ou ambos competidores estão fora da área de competição.
10. Quando o Árbitro ordenar que os competidores arrumem o karate-gi ou
equipamento de proteção.
11. Quando um competidor infringir as regras.
12. Quando o Árbitro considera que um ou ambos os competidores não podem
continuar a luta devido a lesões, indisposições ou outras causas. Com base
na opinião do médico do torneio ele decidirá se a luta deve ser continuada.
13. Quando o competidor agarra ou derruba o oponente e não aplica técnica
alguma em dois segundos.
14. Quando um ou ambos competidores caem ou são derrubados e nenhuma
técnica é aplicada em dois segundos.
15. Quando ambos os competidores se travam sem intentar técnica alguma
durante dois segundos.
16. Quando ambos competidores se posicionem peito a peito, sem aplicar uma
técnica em dois segundos.
17. Quando ambos os competidores estão no solo, depois de uma caída ou
derrubada e não se decidem.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

18. Quando dois ou mais Juízes indiquem um ponto ou uma falta para o mesmo
competidor.
19. Quando na opinião do Árbitro tenha sido marcado um ponto ou tenha sido
cometido uma falta, ou se deva parar o encontro por motivo de segurança.
20. Quando solicitado pelo Chefe de Tatame para fazer isto.

EXPLICAÇÃO:
Antes de iniciar uma luta, o Árbitro chama os competidores para suas linhas
de partida. Se um competidor entrar prematuramente na área de competição, ele
deve sair. Os competidores devem se cumprimentar adequadamente, um rápido
aceno com a cabeça é descortês e insuficiente. O Árbitro pode ordenar que os
competidores se cumprimentem quando nenhum deles o faz voluntariamente,
conforme é mostrado no Apêndice 2 das regras.
Quando reinicia a luta, o Árbitro deve verificar se os competidores estão nas
suas linhas e devidamente compostos. Competidores que ficam saltando e
agachando, ou estão irrequietos, devem ficar quietos antes de o combate
recomeçar. O Árbitro deve reiniciar a luta com o mínimo de atraso.
Competidores devem cumprimentar-se antes do inicio da luta e no final
também.

TERMOS USADOS PELOS JUÍZES:

SHOBU HAJIME Começa a luta Após anunciar, o Árbitro dá um Passo para trás.

ATOSHI BARAKU Falta pouco tempo O cronometrista dará um sinal audível, dez
segundos antes do final do combate e o Árbitro anunciará “Atoshi Baraku”.

YAME Parar Interrupção ou término da luta. Ao anunciar, o Árbitro faz um


movimento com a mão cortando de cima para baixo.

MOTO NO ICHI Posição inicial Os competidores e o Árbitro retornam para suas


posições iniciais. TSUZUKETE Continuar a luta Ordem de prosseguir o combate
quando há uma interrupção não autorizada.

TSUZUKETE HAJIME Recomeçar a luta O Árbitro se coloca em posição adiantada.


Quando diz “Tsuzukete”, ele estende seus braços com as mãos abertas na direção
dos competidores para o centro. Neste momento ele diz “Hajime” e dá um passo
para trás.

SHUGO Convocação dos Juízes O Árbitro chama os Juízes no fim da luta ou para
recomendar Shikkaku. HIKIWAKE Empate No caso de uma igualdade por pontos, o
Árbitro cruza os seus braços, descruzando-os em seguida, mostrando as palmas
das mãos para frente.

AKA (AO) NO KACHI Vitória de Aka (Ao) O Árbitro levanta o braço obliquamente
direção do vencedor.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

AKA (AO) IPPON Três pontos para O Árbitro levanta seu braço para cima a 45º para
Aka (Ao) o lado do competidor que pontuou.

AKA (AO) WAZA ARI Dois pontos para O Árbitro estende seu braço no nível do Aka
ombro para o lado do competidor que ou A pontuou.

AKA (AO) YUKO Um ponto para O Árbitro estende seu braço para baixo Aka ou Ao
a 45º para o lado do competidor que pontuou.

CHUKOKU Advertência O Árbitro indica uma falta da Categoria 1 ou 2.

KEIKOKU Advertência O Árbitro indica uma infração da Categoria 1 ou 2, depois


aponta com seu dedo indicador para baixo a 45º na direção do infrator.

HANSOKU-CHUI Advertência de O Árbitro indica uma infração da Categoria 1


desclassificação ou 2, depois aponta com seu dedo indicador horizontalmente na
direção do infrator. HANSOKU Desclassificação O Árbitro indica falta Categoria 1 ou
2, depois aponta com seu dedo indicador para cima a 45º na direção do infrator e
anuncia a vitória do oponente.

JOGAI Saída da área de O Árbitro aponta seu dedo indicador para o competição não
infrator para indicar aos Juízes que o causada pelo competidor saiu da área de
competição. Oponente SHIKKAKU Desclassificação O Árbitro aponta primeiro para
cima a 45º na “Expulso da área” direção do infrator, movimentando para fora e atrás,
anunciando “Aka (AO) Shikkaku. Depois anuncia a vitória do oponente.

KIKEN Desistência O Árbitro aponta para baixo a 45 graus (Ausência) na direção da


linha de posição inicial do competidor.

MUBOBI Auto exposição O Árbitro toca sua face e leva sua mão à ao perigo frente,
movendo-a para trás, para indicar aos Juízes que o competidor está arriscando a si
próprio.

MOVIMENTOS DOS JUÍZES E ÁRBITROS:

SHOMEN-NI-REI: O Árbitro estende os


seus braços e palmas para a frente.

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

OTAGAI-NI-REI

O Árbitro indica aos competidores


que façam a sua saudação.

SHOBU HAJIME: “Começo do combate”


O Árbitro está situado na sua linha e
dá um passo atrás.

YAME: “Parem”
Interrupção ou final do combate. O
Árbitro separa os competidores
executando com a sua mão um sinal
de corte. O cronometrista para o
cronómetro

TSUZUKETE HAJIME
“Continuação do combate.
Comecem!”
O Árbitro retrocede
em Zenzutsu dachi, estende as palmas
das mãos em direcção aos
competidores e quase as junta ao
centro.

98
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OPINIÃO DO ÁRBITRO
Depois de dizer “Yame” utilizando o
sinal prescrito, o Árbitro indica a sua
preferência mantendo o braço flectido
com a palma da mão virada para cima
do lado do respectivo competidor.

IPPON (Um Ponto)


O Árbitro estende o seu braço para
baixo a 45º do lado do competidor que
marcou.

NIHON (Dois Pontos)


O Árbitro levanta o braço ao nível do
ombro do lado do competidor que
marcou dois pontos).

SANBON (Três Pontos)


O Árbitro levanta o braço a 45º do lado
do competidor que marcou.

CANCELAMENTO DA ÚLTIMA DECISÃO


O Árbitro vira-se na direção do
competidor, anuncia “aka” ou “ao”,
cruza os seus braços, faz o gesto de
cortar, palmas da mão para baixo, a
fim de indicar que a última decisão foi
cancelada.

99
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

NO KACHI
O Árbitro levanta o braço em oblíquo
(45º) para o lado vencedor

KIKEN
“Desistência”
O Árbitro aponta com o dedo indicador
para o local do competidor indicado na
área de competição, anuncia a sua
desistência e a vitória do seu
oponente.

SHIKKAKU
“Desclassificação, Saia da área da
competição”.
O Árbitro utiliza dois gestos,
anunciando «aka (Ao) shikkaku»,
apontando com o indicador a cara do
competidor e de seguida aponta para
trás dele, expulsando-o da competição,
anunciando de seguida a vitória do seu
oponente com o gesto atrás descrito.

HIKIWAKE: “Empate”
O Árbitro cruza os braços no peito,
descruza-os e sustenta-os esticados
ao lado do corpo com as palmas das
mãos viradas para fora.

Infração de CATEGORIA 1
O Árbitro vira-se para o competidor
que cometeu a infração e cruza os
braços ao nível do peito.

Infração de CATEGORIA 2
O Árbitro aponta o seu dedo indicador
(com o braço dobrado) para a cara do
competidor que cometeu a infração.

100
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

CHUKOKU
Fazendo o sinal apropriado, o Árbitro
dá um aviso de Categoria 1 ou
Categoria 2. Não é dada nenhuma
penalização.

KEIKOKU
“Penalização, atribuindo um Ippon ao
oponente”.
O Árbitro indica uma penalização da
Categoria 1 ou 2 e aponta com o dedo
indicador o pé do infrator.

HANSOKU CHUI
“Penalização de Nihon”.
O Árbitro indica a penalização de
Categoria 1 ou 2 e aponta com o dedo
indicador horizontalmente na direção
do prevaricador e
dá Nihon (dois pontos), ao oponente.

HANSOKU
“Desclassificação”
O Árbitro indica a penalização da
Categoria 1 ou 2 e aponta com o seu
dedo indicador para cima a 45º graus
na direção do prevaricador, e dá a
vitória ao oponente.

AIUCHI: “Técnicas simultâneas”.


Nenhum dos competidores pontua. O
Árbitro junta os punhos à frente do
peito

TORIMASEN
“Não é aceitável como técnica
pontuável”
O Árbitro cruza os braços e faz o
gesto de cortar, com as palmas das
mãos viradas para baixo. Quando o
árbitro usa este sinal seguido do de
reconsideração, significa que a técnica
foi deficiente num ou mais dos seis
critérios de pontuação.

101
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

“RECONSIDERAÇÃO”
Depois de indicar a sua motivação, o
Árbitro pede aos Juízes que
reconsiderem a sua opinião.

AKA (AO) MARCOU PRIMEIRO


O Árbitro indica aos Juízes que
o Aka marcou primeiro colocando a
sua mão direita aberta em direção à
palma da outra mão. Se Ao marcou
primeiro, faz a posição inversa.

TÉCNICA BLOQUEADA
O Árbitro coloca
uma das mãos aberta sobre o outro
braço indicando aos Juízes que aquela
técnica foi bloqueada ou atingiu uma
área não pontuável.

TÉCNICA FALHADA
O Árbitro move o seu punho fechado
ao longo do seu corpo indicando aos
Juízes que aquela técnica falhou.

CONTATO EXCESSIVO
O Árbitro indica aos Juízes que houve
contato excessivo, uma infração da
Categoria 1.

FALSEAR OU EXAGERAR LESÃO


O Árbitro leva as duas mãos à cara
para indicar uma falta de categoria 2.

102
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

JOGAI
“Saída da área de competição”
O Árbitro aponta o seu dedo indicador
para a linha limitadora da área de
competição do lado do competidor que
cometeu a infração.

SHUGO
“Chamar os Juízes”
O Árbitro chama os Juízes no final do
combate ou para analisar uma
penalização de Shikaku.

MUBOBI (Pôr em perigo a sua própria


segurança)
O Árbitro toca na sua face e vira o
cutelo da sua mão em frente, move-se
para trás indicando aos Juízes que o
competidor está a pôr em perigo a sua
própria segurança.

EVITAR COMBATER
O Árbitro faz um movimento circular
com o dedo indicador apontando para
baixo, indicando aos Juízes falta de
Categoria 2.

AGARRAR, BRIGAR, EMPURRAR OU


PRENDER SEM TENTAR UMA
PROJEÇÃO OU OUTRA TÉCNICA
O Árbitro posiciona os punhos
fechados à frente e ao nível dos
ombros ou faz um movimento de
empurrar, indicando falta de Categoria
2.

ATAQUES DESCONTROLADOS E
PERIGOSOS
O Árbitro faz o seu punho fechado
passar ao lado da cabeça, indicando
aos Juízes falta de Categoria 2.

103
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

ATAQUES COM A CABEÇA, JOELHOS


OU COTOVELOS
O Árbitro toca na sua testa, joelho ou
cotovelo com a mão aberta, indicando
a seguir falta de Categoria 2.

FALAR OU RIDICULARIZAR O
OPONENTE, OU COMPORTAMENTO
DESCORTÊS
O Árbitro coloca o seu dedo indicador
nos lábios, indicando uma falta de
categoria 2.

SHUGO: “Chamada dos Juízes”


O Árbitro Chama os Juízes no final do
combate ou encontro ou para
recomendar Shikaku.

OS SINAIS COM BANDEIRAS DOS JUÍZES


IPPON NIHON SANBON

FALTA FALTA DA CATEGORIA 1


Aviso de falta. A bandeira As bandeiras cruzam-se com
apropriada é acenada em os braços esticados.
círculos, seguindo-se o
sinal de que a falta é de
Categoria 1 ou 2.

104
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

FALTA DA CATEGORIA 2 JOGAI KEIKOKU


O Juiz aponta a bandeira com o O Juiz bate no chão com a
braço dobrado. bandeira apropriada.

HANSOKU CHUI HANSOKU TORIMASEN

AIUCHI MIENAI
Movem-se as bandeiras, uma em As bandeiras são colocadas em frente à
direcção à outra, em frente ao peito. cara.

105
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

GLOSSÁRIO DO KARATÊ

-A-
ADA – adversário.
AGURA-WO-KAKU – sentar-se com as pernas cruzadas.
AHIMSA – (Sânscrito) – não violência dirigido aos homens e animais. Ideal de
origem budista excluindo o ódio, os maus pensamentos e o egoísmo.
AI KAMAE – os combatentes tem a guarda de lados contrários (posição aberta)
AIKI – união com o Ki. Estado de impassibilidade de espírito do combatente, no qual
toda a sua força está concentrada no Hara. O seu espírito deve estar livre de
qualquer intenção de agressão e permanecer alerta. É o estado estático do Kiai, da
mesma maneira que esta seja a forma dinâmica expressa silenciosamente ou não,
do Aiki. Dele precede a faculdade de vencer moral e espiritualmente um adversário
sem recorrer a armas. É o estado psicológico que não exige vencer sem atingir.
AIKI-HO – doutrina baseada na não resistência ao empurrão, ao peso ou atração de
um adversário, como o ramo de salgueiro que se dobra debaixo da neve e faz com
que esta caia, e adotada por muitas escolas.
AIKI-NO-SEN – tirar proveito da postura do adversário.
AI-NUKE – situação na qual dois potenciais adversários tendo chegado à união dos
seus respectivos Ki, quer seja antes ou durante um confronto, não podem combater
e cuja consequência é que não pode haver vencedor nem vencido. Os dois
adversários chegam então a uma mútua compreensão que supera o materialismo do
combate e unem-se espiritualmente, acima dele, em perfeita harmonia.
AITE – inimigo, adversário.
ANTEI – harmonia, equilíbrio e firmeza.
ARASHI – tempestade.
ARASO-U – disputa.
ASA-GEIKO – treino matinal.
ASE – suar, transpirar.
ASAHI – sol, levante.
ASHI – pé, perna.
ASHI-ATE-WAZA – técnica com os pés.
ASHI-BARAI – varrer com os pés (passar o pé).
ASIRU – correr.
ATATAMARU – pré-aquecimento antes do treino (também chamado de Junan-
Taisho e Junbi-Undo).
ATEMI-WAZA – técnicas de golpear, traumatizando os pontos vitais.
ATO-NO-SEN – iniciativa defensiva, ação de iniciar um movimento de defesa
quando se percebe a intenção de ataque do adversário, de maneira que se possa
bloquear e contra-atacar imediatamente, às vezes, inclusive, de atacar antes do
adversário.
AYUMI-ASHI – passo cruzado. Mae frontal e alto para trás.

-B-
BANZAI – 10.000 anos de felicidade.
BOGU-KUMITE – combate com projeções.
106
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

BOKINOBU – técnicas com as mãos desarmadas contra um oponente armado.


BONNO – paixão perturbadora. Momento, durante o qual o espírito de um Budoca
se fixa e perde a sua serenidade se o seu adversário sabe aproveitar-se deste
trânsito para o vazio, obterá facilmente a vitória. Portanto, é de uma importância vital
que o Budoca tenha sempre o espírito desperto (Hontai), em alerta sereno, como o
fim de dar ocasião ao seu adversário de aproveitar esta lacuna.
BUDO – código de honra: conter a violência, disciplina, estabelecer e respeitar as
normas e leis, pacificar e enriquecer a sociedade e equilíbrio. A via da arte da
guerra, focado em preservar a paz e evitar o conflito, tendo fortemente marcada a
influência Budismo Zene Shinto e, cuja prática marcial é para o desenvolvimento
interior mediante a prática marcial.
BUDOKA – artista marcial praticante de uma disciplina marcial.
BUDO MUGEN – o Budo é infinito.
BUDO NI CHIKAMICHI NASHI – No Budo não há atalhos
BUDO-SEISHIN – formação espiritual e conceitos filosóficos do Budoca.
BUDO WA SHUSEI GENEKI – O Budoca deve permanecer ativo durante toda a sua
vida. Deve treinar, praticar com vontade, investigar para desenvolver técnicas,
aperfeiçoar o caráter e a filosofia, para então orientar os seus sucessores.
BUJUTSU – técnicas da guerra, focando principalmente a eficácia das técnicas da
guerra, mas não desprezando a faceta espiritual.
BUKE-SEIGI – Código e regulamento militar.
BUKI – utensílios ou ferramentas adaptados como armas de guerra.
BUNKAI – análise, estudo de um kata. (treino com parceiros das diversas aplicações
de um kata)
BUSHI – guerreiro.
BUSHI-NO-NASAKE – ternura do guerreiro, até os mais fortes e valentes devem
mostrar compaixão e carinho a todos os seres, a força e o conhecimento em tempos
de paz, não deveriam servir mais que para proteger os fracos e ensinar os
ignorantes.

-C-
CHI – sabedoria, prudência.
CHIKARA – força, potência. A ação Chikara (In/Yin) acompanhada de Ki (Yo/Yang)
dá uma ação completa e perfeita.
CHIMEI – golpe decisivo e perigoso que pode ser mortal se dado verdadeiramente a
fundo.
CHÔYAKU HANGERI – contra ataque em salto
CHUDAN – altura do plexo, altura média, nível médio.
CHUDAN KAMAE – Kamae com a guarda em nível médio
CHUI – infração (comportamento incorreto na luta), advertência.
CHUSHIN – centro.

-D-
DACHI – posição, colocação, base.
DAI – superior.
DAKI – abraçar.
DAN – grau.
DE-AI – ataque realizado ao mesmo tempo em que o adversário.
107
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

DE ASHI – perna que se move para frente, passo natural.


DEBANA – ação de desanimar o adversário
DEN – iniciação. Divide-se em três fases: Shoden (primária), Chuden (Média) e
Okuden (secreta ou superior).
DENTO – tradicional, original, autêntico.
DO – caminho. Via. Conceito que se aplica à parte espiritual como disciplina para a
formação do caráter e do corpo, mediante a prática de uma arte marcial.
DOJO – local de treinamento.
DOJO-KUN – regra, código, conduta do Dojo.
DOKKODO – caminho que cada um tem que seguir sozinho
DÔ KYAKU – perna que se move

-E-
EMPI – cotovelo.
ENBU – demonstração.
ENCHO-SEN – prolongamento do combate.
ENRYO – desprezo da morte, sem medo da morte.
ENSAN-NO-METSUKE – arte de olhar sem ver e ver sem olhar. Não há que se
fazer escravo do objeto que se olha, há que captar toda a sua esfera em uma visão
total.
ENSHIN – posição de preparação no combate.
ERI ZUKAMI – agarrar pelo pescoço

-F-
FU-ANTEI – desequilíbrio, instabilidade.
FUDO DACHI – posição imóvel.
FUDOSHIN – espírito imutável. O domínio da mente, o estado no qual o espírito é
imutável. O estado no qual o espírito não está perturbado por nada exterior. Ignora o
medo em face ao perigo, em face de uma agressão e em face de um acontecimento
imprevisto. É a impassividade total diante dos riscos da vida. Este conceito, exposto
por Taukan, foi desenvolvido por Miyamoto Musashi, que o denominou Iwa-No-Mi,
(corpo como uma rocha). Diz-se de um combatente que permanece imperturbável e
sereno em qualquer circunstância.
FUKUSHI-KOKYU – prática de respiração e tensão abdominal
FUMIDASHI – avançar
FUMI-GAESHI – troca de guarda sem deslocamento.
FUMI-KOMI – pontapé para baixo (pisão).
FURYU – costumes e crenças das antigas gerações que há de respeitar nos treinos.
FUTARIDORI – combate contra vários atacantes.

-G-
GAMAN – perseverança, paciência.
GANKAKU KAMAE – posição de dupla defesa do Kata Gankaku, com o pé apoiado
na curva do joelho oposto.
GAWA – lado
GEDAN – abaixo da linha da faixa, baixo ventre, nível inferior.
GEDAN KAMAE – Kamae com a guarda de nível baixo
108
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

GEKI-WAZA – técnica de ataque.


GENDAI – tempo, idade, presente.
GENSHIN – pressentir, sentido de alerta face à ação de um adversário, que permite
a um combatente pressentir o seu ataque e que não adquire se não, depois de
longos anos de prática. Quem o possui também pode prever um ataque em uma
fração de segundo antes que se produza, e contra-atacar imediatamente com maior
força.
GI – técnicas, estratégia, formas de treino e conceitos, etc.
GOHON KUMITE – combate a cinco deslocamentos
GOJUSHIHO SHO – com a mão em Ippon Nukite apoiada sobre as costas da mão
contrária.
GOKUI – limite extremo.
GOKOKU-TAIHEI – defender a paz.
GOKAKU-GEIKO – treino entre praticantes de um mesmo nível.
GONIN-GAKE – combate contra cinco atacantes.
GO-NO-SEN – ordem, percepção de um ataque em estado de espera.
GOREI – prática em um grupo de arte marcial, sem orientação de um expert. Forma
de treino coletivo.
GOSHI / KOSHI – cintura, quadril.
GUSUKU – castelo.
GYAKU – contrário, invertido.
GYAKU HANMI – posição com a anca da perna de trás rodada em frente
GYAKU HANMI KAESHI DORI – posição de agarrar antes do Fumikomi no Bassai
Dai
GYAKU KAITEN – rotação no sentido inverso
GYAKU KAMAE – os combatentes tem a guarda do mesmo lado (posição fechada)
GYAKU KOKUTSU DACHI – posição à retaguarda oposta (Kokutsu, antes do último
Shuto do Bassai Dai).
GYAKU ZENKUTSU DACHI – posição frontal oposta (Gedan Barai à retaguarda do
Empi)
GYODO – a verdadeira via. O que leva o Do verdadeiramente no seu coração.

-H-
HACHIJI DACHI – posição com os pés em 45º. para fora
HAI – sim.
HAITO-UCHI – golpear com o bordo interno da mão.
HAJIME – iniciar, começar.
HAKKE-YOI – muito bem.
HAKUDA – curso de treino.
HAN – Pelotão, patrulha e corpo.
HANGEKI – defesa e contra-ataque simultâneos.
HANGETSU DACHI – posição em meia lua.
HANMI – posição com o corpo rodado a 45º. Com a anca da perna da frente rodada
de frente.
HANSOKU-CHUI – reprimenda por infração.
HANTEI – julgamento.
HAPPO KUMITE – combater em várias direções contra diversos adversários.

109
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

HAPPO-MOKU – técnica de fixar o olho no vazio de maneira que se enquadre todo


o campo visual nas oito direções sem ter que mover a cabeça e sem fixar-se em
nenhum objeto em particular.
HASEN-KATA – série de kata executados uns seguidos de outros.
HATSU-GEIKO – treino de ano novo o qual dura vários dias.
HAYAKU – rápido
HEI – arma, guerreiro, exército.
HEIDO –caminho militar.
HEIJO-SHIN – estado de espírito firme, tranquilo e desprovido de emoção que deve
ter aquele que é objeto de um ataque. Esse estado de espírito deve vir
acompanhado por uma atitude tranquila, um ritmo de respiração normal e uma
confiança total em si mesmo, sem medo algum.
HEIKO DACHI – posição com pés paralelos.
HEISOKU DACHI – posição com os pés unidos
HENKA WAZA – mudança de técnica
HIDARI – esquerda.
HIDARI KAMAE – Kamae com a perna esquerda à frente.
HIDEN – ciência oculta. Mistério de uma arte.
HIHO – Método secreto.
HI-JUTSU – Técnicas ocultas.
HIKI – puxar.
HIKI ASHI – perna que executa
HIKIA-U – ser proveitoso, vantajoso.
HIKI TE – mão que recolhe
HIKIWAKE – empate.
HIRAKI-ASHI – passo igual a Okuri-Ashi.
HISHIGI – técnica de quebrar madeira, telha e tijolos, etc.
HIZA-KERI – joelhada.
HIZA SHITA – abaixo do joelho
HO – método, conjunto, lei, regra.
HON – origem, raiz, fundamento, lenda.
HONTAI – estado de vigília e de alerta permanente do combatente em combate, no
qual o espírito não se fixa, senão que permanece claro e controla todas as
faculdades. É o domínio perfeito do corpo, da vontade e do espírito, adquirido após
um longo treino. Segundo o monge zen Takuan, é a sabedoria que reflete o espírito
imóvel que não se fica em nenhuma parte.
HOYO-UNDO – estudo dos fundamentos e técnicas de um Budo.
HIGYO HI-ZA SAMMAI – meditação livre que deve conduzir ao vazio completo.
HYOHO – Método, estratégia.
HYOSHI – ritmo na execução de um kata ou técnica.

-I-
I – vontade.
IBUKI – técnica respiratória sonora a partir do ventre que permite principalmente,
dominar a dor parecida depois de um Atemi ou um Hishigi.
ICHIBAN – primeiro em japonês. Diz-se de tudo o que é de primeira qualidade, pode
aplicar-se tanto às coisas como à técnica.
IDÔ – movimento
IIE – não.
110
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

IKI-AI – coordenação.
IKKEN-HISSATSU – matar de um só golpe. Também Ichigeki-Hisatsu.
IRIKUMI-KUMITE – combate no qual o Uke se baseia em atacar e Tori apenas
defende.
IRIMI – lançar o corpo com força. Esquiva em Tsugi-Ashi/Okuri-Ashi, entrando. É a
forma positiva de toda a técnica defensiva, a não resistência deixando que a força
do adversário se vire contra ele, e que deve originar um movimento simultâneo de
contra-ataque.
IRIMI-TENKAN – esquiva entrando e girando o corpo para desequilibrar.
I-SHIN-DEN-SHIN – modo de receber um ensinamento segundo a expressão
japonesa – da minha alma à tua alma. Não se transmite verbalmente e dava-se
antigamente no Tibet e no Oriente, de mestre a discípulo.

-J-
JIEI – defesa pessoal (Goshinjutsu)
JIKU ASHI – perna que serve de pivot
JISEI – método.
JISSEN-KUMITE – combate real.
JIYU-IPPON KUMITE – combate livre com um deslocamento
JODAN – altura do rosto, pescoço, nível superior.
JODAN KAMAE – Kamae com a guarda alta
JÔ DORI – puxar o bastão
JOGAI – fora do campo de treino ou luta.
JOHO – para cima.
JOI – atenção, preparados! Também chamado de Kiotsuke.
JOTATSU – progressos.
JÔ ZUKAMI – agarrar o bastão
JUHO – treino para a flexibilidade.
JUJI KAMAE – Kamae com os braços em defesa em “X”
JUJI-UKE – bloqueio em cruz.
JÛ-JOKU-GO-O-SEI-SURU – a suavidade controla a força. Conceito que se
encontra na base de todos os Budo e que teria sido enunciado pela primeira vez
pelo filósofo chinês Lao-Tse.
JUNAN-SHITSU – flexibilidade, elasticidade (também chamado de Danryoku).
JUN KAITEN – rotações seguidas
JUTSU – técnica. Conceito que se aplica à parte material das artes marciais, dirigido
principalmente à eficiência das técnicas de uma arte marcial e em segundo plano, à
sua filosofia.
JYU – movimentos livres.
JYU KAMAE – Kamae livre
JYU-KUMITE – combate livre.
JUKUREN – habilidade, destreza
JUKURYO-DANKO – reflexivo, mas rápido na ação.
JU-NO-RI – princípio de suavidade e de flexibilidade que consta de uma postura
adequada e de uma ação sem brutalidade, nas quais Tori não deve opor-se à força
de Uke, mas pelo contrário, servir-se dela para desequilibrar o adversário
conservando sempre o seu próprio equilíbrio.

111
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

-K-
KACHINUKI – treino muito especial tipo combate, no qual um praticante enfrenta um
oponente atrás de outro, sucessivamente e sem pausas, até ficar esgotado física ou
mentalmente e/ou ser derrotado.
KAESHI-IPPON KUMITE – combate a um deslocamento com resposta a um
deslocamento (quem efetua a defesa contra ataca avançando, obrigando o atacante
original a uma posição defensiva).
KAGI KAMAE – Kamae com braço em Kagi Tsuki
KAHO – para baixo.
KAIGEN – despertar espiritual.
KAISHI – inaugurar, abrir, começar.
KAISO – fundador.
KAITEN – rotação
KAIUN NO TE – ambos os braços na lateral com as mãos em tate
KAKAEKOMI – suportar o peso (adversário) sobre um braço.
KAKARI-GEIKO – prática de técnicas básicas de defesa e ataque.
KAKATO-GERI – chute com o calcanhar.
KAKEDAMESHI – ataque forte.
KAKE-GOE KAKUTO-BUGEI – artes marciais de combate. Conjunto de técnicas
Budo em que se utilizam só armas, excluindo-se as técnicas de mãos desarmadas.
KAMAE – posição de combate com incidência no ataque ou na defesa
KAMAETE – colocar-se em posição.
KAMI ZUKAMI – puxar o cabelo
KAN-KEN-FUTATSU-NO-KOTO – expressão do guerreiro na sua aplicação do
Bujutsu significando a sua possibilidade de ver com os olhos e a mente, dando-lhe a
oportunidade de pressentir o perigo.
KANNAGARA – via de intuição que não comporta nem leis nem doutrinas do bem e
do mal. Rege-se pelas leis que governam os fenômenos naturais.
KAN-GEIKO – treino de inverno.
KANTAN-NA-MONO-YOKU-KACHI-O-SEISU – o equilíbrio entre a vitória e a
derrota, muitas vezes depende das coisas simples.
KANZYO – pensamento concentrado para levar as energias em uma mesma
direção.
KASHI – vencedor.
KATA – forma.
KATA ASHI DACHI – posição sobre um apoio
KATA HIZA DACHI – posição sobre um apoio
KATAI – duro, rígido.
KEAGE – chute com recolhida rápida do pé, chicotada.
KEIKO – prática. Estudo e aperfeiçoamento das aplicações de um Budo, com o fim
de superar (Kei) os antigos (Ko)
KEN RYO KOSHI KAMAE – guarda com ambos os punhos em ambas as ancas
KENSEI – Kiai em silêncio
KENSHI – experiente na técnica do sabre.
KIAI – grito utilizado na finalização do golpe, que serve para liberar energia, assustar
o adversário e estimular a contração do tórax, aumentando a estabilidade articular.
Concentração da energia, expulsão do Ki acumulado mediante um grito. Também
utilizado para paralisar o inimigo. Gritar para obter mais energia.
KIBA-DACHI – posição de cavaleiro de ferro.

112
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

KI-GAI-YUKU – O Ki vai-se, estado de fadiga e pouco Ki.


KIGAMAE – Kamae do Ki (energia)
KIHAKU – espírito vigoroso.
KIHON – treino básico.
KIHON-IPPON KUMITE – kumite básico com um deslocamento
KIKAI – instante que separa dois movimentos de ataque ou defesa no decurso de
um combate (durante o qual um dos adversários se encontra em estado de
incerteza) e, portanto vantajoso para o seu oponente.
KIME – impacto, potência. Concentração do Ki em um ponto determinado.
KIMOCHI – sentimento, sensação doKi.
KI O TSUKE – atenção! Cuidado!
KIRIKAE – mudar
KIRIKAESHI – contra-ataque
KIRITSU – levantar.
KITSUTSUKI NO KAMAE – guarda do “pica-pau” – movimento da Ryo
KOBO-ICHI – unidade no ataque e na defesa. Fenômeno pelo qual a ação defensiva
e ofensiva é uma só.
KOGEKI – ataque real (em Karatê).
KOHO – em direção atrás.
KOKORO-E – verdadeiro espírito de compreensão e conhecimento do Budo.
KOKORO-NO-MIZU – espírito como a água. Estado ideal de espírito, calmo e alerta.
Disponível como a superfície da água tranquila que se molda ao receber um tufo de
erva. Este deve ser o estado do samurai e do Budoca.
KOKUTSU DACHI – posição com joelho flexionado na retaguarda
KOKYU – controle respiratório. Respiração profunda que tem Ki – energia vital que
se concentra e nasce no Hara ou Saika-Tanden.
KOSA DACHI – posição de pés cruzados
KOSHI KAMAE – Kamae com os punhos na anca
KOSHI NO KAITEN – rotação de ancas.
KOTE KITAI – endurecimento dos antebraços.
KOTOTAMA – função espiritual dos sons.
KUMITE – prática de luta, combate.
KUSSIN – expansão e contração do corpo
KYOGI KUMITE – combate de competição
KYOKAKU – é o equivalente de Otokodate do cavaleiro europeu.
KYUDO MUGEN – a busca do caminho é ilimitada.
.

-M-
MA-AI – distância, espaço, significa a distância/tempo que separa duas coisas.
Existem três distâncias básicas - Chika-Ma - curta distância, To-Ma – longa distância
e Issoku-Itto-No-Maai – intermediária. Donto – respiração normal entre as duas. Esta
última, literalmente, distancia de um passo ou golpe.
MAE – à frente.
MAE-GERI – chute para frente.
MAGOKORO – sinceridade de coração.
MAKE – derrota.
MAKOTO – mente pura. Sentimento de sinceridade absoluta, fidelidade e lealdade.
MAMORI – proteção, defesa.

113
COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

MANABU – aprender copiando. Método de aprendizagem dos movimentos imitando


o instrutor.
MANJI KAMAE – guarda com os braços em Manji Uke
MARUBASHI – o caminho da natureza, da liberdade e da energia da vida.
MATTE – esperar.
MAWARI KOMI – deslocamento em círculos
MAWASHI – semicírculo.
MAWASHI-GERI – pontapé circular.
MAWATE – virar, girar, trocar de direção.
MICHI-O-OSAMERU – alcançar o caminho.
MIGI – direita.
MIGAMAE – Kamae do corpo
MIJIKAI-MONO – armas curtas como punhais, facas, bastões, correntes e etc.
MIGI KAMAE – Kamae com a perna direita à frente.
MIGIRI – ver e cortar (forma de defesa em que, ao perceber visualmente da técnica
de ataque, adaptamos imediatamente o nosso movimento ao adversário).
MIRU-NO-KOKORO – espírito de visão. Visão global do adversário, do que o rodeia
e avaliação do seu espaço-tempo.
MISOGI – cerimônias e técnicas de purificação.
MIZU NAGARE NO KAMAE – “Kamae do fluxo de água”. A água deve fluir pelo
braço sem ser parada pelo cotovelo que deve estar mais baixo que o ombro em
Manji Uke ou que o punho em Ryo.
MIZU-NO-KOKORO – coração como a água, expressão que indica a calma perfeita
do espírito, a sua não agressividade e a sua resistência passiva. A quem o possui, o
Mizu-No-Kokoro é então sensível a todas as percepções e o seu Ki está em sintonia
com todas as percepções e o seu Ki está em sintonia com todos os seres.
MOKUSO – meditação (Mokko/Meso) em Seiza. Momento de silêncio meditativo que
geralmente se faz ao iniciar ou terminar uma aula. Tem como objetivo libertar a
mente, acalmar o espírito e preparar o estudante ao treino.
MON – escudo, desenho.
MONDO – reunião formal entre um mestre de artes marciais e os seus alunos ou
discípulos (monjin) no Dojo, durante a qual falam do espírito dos Budo. Na prática do
Zen, o mundo é um simples diálogo entre o mestre e um dos seus discípulos, no
curso do qual, o mestre dá a este em Koan para que medite. Esta conversa tem
como fim, superar o processo convencional do pensamento para chegar mesmo ao
coração das coisas mediante a compreensão intuitiva. O Koan é uma sentença
muito curta sem nenhum significado lógico, mas, que esconde uma verdade que o
discípulo deve procurar e descobrir.
MONO – alma.
MONOGATARI – história, conto.
MOROTE – duas mãos.
MOROTE JÔ UKE – defesa de bastão a duas mãos (Bassai Sho)
MOROTE KOKO KAMAE – defesa dupla de “Bô” com as mãos abertas como na
base do Bassai Sho.
MOROTE-UKE - defesa dupla com as mãos.
MUGEN – infinito.
MUSHA-SHUGYO – guerreiro que prova a sua destreza e habilidades com outros
guerreiros em duelo ou em duelo ou em Taryu-Jiai.
MUSHIN – pensamento original, sem fixação de qualquer tipo, aberto a todas as
coisas refletindo-as como se fosse um espelho. É o contrário de Ushin, pensamento
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temporariamente fixado, consequentemente superficial. O Munen-Mushin (muso) é o


estado de vazio (Shunya), de disponibilidade total do espírito que, não estando
fixado (mushin), não se preocupa nunca com as aparências das coisas.
MUSO-KEN – movimento de ataque ou defesa, que resulta espontâneo e sem a
intervenção do pensamento, antecipando as ações do oponente. O Musoken
representa um tipo de sexto sentido.
MUSHO-TOKU – sem meta nem espírito de proveito. Não desejar alcançar um fim
nem desejar recompensa por uma ação, sentimento que deve guiar ao que atua o
mesmo no Zen como na prática das artes marciais. Só aquele cujo pensamento está
purificado pode alcançar este último estado da vida. É a não consciência, a não
meditação que situa o espírito em absoluta disponibilidade.
MUSUBI DACHI – posição com os calcanhares unidos
MUTEKATSU – vitória sem combate.

-N-
NAGAI-MONO – armas comprimas como sabres, lanças e etc.
NAGASHI-UKE – defesa circular para o alto.
NAMI ASHI – elevação da perna, pelo joelho (Tekki Shodan).
NANAME – diagonal.
NAORE – voltar à posição inicial
NEKO ASHI DACHI – posição do gato
NIGE ASHI DACHI – o mesmo que Gyaku Zenkutsu Dachi
NOGARE – respiração. Faz-se inspirando pelo nariz e expirando (Ibuki) pela boca.
NUKAZU-NI-SUMU – sem desembainhar o sabre, significa que o sabre está para
manter a paz e não para fazer a guerra.
NUKI – esquiva.
NUKI-WAZA – técnica evasiva. Geralmente consiste em um passo atrás ou uma
rotação destinada a esquivar um ataque, o que ocasiona que o mesmo encontre o
vazio e com isto se aproveite do momento de equilíbrio do oponente para contra-
atacar. Origem no Hara e que ativa o movimento do Ki. É a coordenação entre a
respiração e o movimento, acumulando o Ki e dirigindo-o e redirecionando-o com o
golpe ou técnica. Também chamado de Yo-Ibuki.
NUKITE – técnica com as pontas dos dedos.
NUSUMI ASHI – roubar o apoio
NYUNAN-SHIN – suavidade do espírito, o praticante deve aceitar com humildade,
as diretrizes do professor, abstraindo-se do seu ego.

-O-
OI KOMI – técnica comum avanço
OKURI ASHI – deslocamento deslizante em que se desloca primeiro o pé mais
próximo do alvo, arrastando o outro.
OKURI-IPPON KUMITE – combate com dois ataques do mesmo elemento. O
primeiro é pré-determinado, sendo o segundo de livre escolha baseado na distância
do oponente.
OKURU – enviar
O-MOI – ajudar com carinho e desapego.
OSHI KOMI – puxar (lançar uma perna e após o apoio, arrastar a perna de trás).
OTOKODATE – homem de espírito cavalheiresco e forte caráter.
OYO-BUNKAI – aplicação de um Bunkai.
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OYO KUMITE – combate com aplicações

-R-
RAKKA – força contra força.
RAN – guerra.
REI – saudação.
RENOJI DACHI – posição com os pés em “L”
RENSHU – treino físico.
RI-GI-ITTAI – teoria e técnica são uma só
RISHI – transcendente, o que encontrou o caminho da verdade.
RYO KEN YAMA KAMAE – guarda em Yama Kamae com punhos fechados
RYO SHO YAMA KAMAE – guarda em Yama Kame com os punhos abertos
RYO TE FUSE – posição com as mãos no chão
RYU – escola, estilo.
RYU-GI – aprender a dirigir o espírito, um dos segredos das artes marciais.

-S-
SABAKI – desviar para o lado
SAHI-TE – mão que entra, técnica defensiva.
SAKKI – sede de sangue/ar de assassinato. Sensação negativa de agressividade.
Sentimento instantâneo e intuitivo que tem um praticante de um Budo
respectivamente à intenção agressiva de outra pessoa e que permite contra-atacar
antes, inclusive que o adversário tenha tido tempo de decidir um ataque efetivo.
SAMADHI – concentração total, perfeita.
SAMURAI – servidor, vassalo, soldado que jura lealdade e honra ao seu senhor
(Daimyo).
SANBON KUMITE – combate com três deslocamentos.
SANCHIN DACHI – posição da ampulheta
SAN-NEN-GOROSHI – técnica secreta que consiste em atingir o adversário de tal
forma que a morte o encontra mais tarde (San-Nen – 3 anos). Esta técnica pertence
mais ao domínio da lenda do que da realidade, ainda que alguns traumatismos
derivados de um Atemi possam deixar sequelas que, em longo prazo, podem
encurtar a vida normal de um indivíduo.
SASAE URAKEN KAMAE – guarda com Uraken suportado nas costas do punho
oposto (posição de Ura Tsuki/Uraken Uchi da Tekki Shodan)
SATORI – iluminação espiritual.
SATSUI – intenção de matar, assassinar.
SAYU – direita e esquerda.
SEI – natureza, espírito autêntico, vida.
SEIEN – estímulo, ajuda.
SEICHUSHI – samurai inteligente e leal.
SEIKAKU NI – certo, exatamente, precisamente.
SEIKEN – parte interior do punho cerrado.
SEI-RYOKU-ZEN-YO – mínimo esforço e máxima eficácia/resultado.
SEISHIN-TANREN – formação espiritual do homem, cujo espírito é comparável a
uma folha de sabre e deve, como esta, ser forjada e purificada de maneira a que
alcance a perfeição.

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SEISHI O CHOETSU – troca de atitude mental do samurai, Shin-Gi-Ittai- espírito e


técnica são uma só.
SEIZA – sentar-se de joelhos.
SENKEN – ataque executado antecipando-se ao de um adversário.
SEN-NO-SEN – antecipação, iniciativa, tomada durante um combate antecipando-se
a este.
SENSEI – professor.
SENSHI – mulher guerreira que costumavam lutar para um Daimyo.
SENTEI KATA – kata selecionado (grupo de kata executado por alunos de uma
certa graduação em uma competição ou exame).
SHAHÔ SASHI ASHI – cruzamento dos pés em movimento na diagonal (Heian
Yodan)
SHASHIN – em um combate, ou antes, desde a abertura deliberada de um dos
combatentes destinada a enganar o adversário.
SHI – morte. A vida não é mais do que uma passagem transitória entre o material e
o espiritual. O Bushido era a via da morte, ganhar ou morrer.
SHIAI – competição com contagem de pontos.
SHIAI-JO – espaço de luta em uma competição.
SHIAI – luta de destreza, torneio, competição.
SHIAI KUMITE – combate com objetivo de marcar ponto
SHIKO DACHI – posição do quadrado
SHIKKO – caminhar de joelhos.
SHIMEI – ataque que pode chegar a ser mortal.
SHIN-GAI-MUTO – o sabre não existe separado do espírito.
SHIN-GI-TAI – espírito, técnica e corpo, aplicam-se ao desenvolvimento do Budoca
em Shin – formação de caráter, domínio do corpo e da mente, filosofia e etc.,
confrontando diariamente com o problema da vida e da morte.
SHINGITAI – valor triplo dos que alcançaram o grau de cinturão negro, sendo Shin o
valor moral, o caráter, Gi o valor técnico, e Tai o valor físico. Estes três valores
devem ir a par com os dois princípios básicos das artes marciais – o Seiryoku zen yo
ou utilização eficaz da energia e o Jitakyoei ou ajuda e cooperação mútuas,
princípios extraídos do Bushido. O Yudansha que possui o Shingitai reúne em si
mesmo o céu (Shin), a Terra (Gi) e o homem (Tai). É então um homem completo.
SHINKAKU – ângulo cego. Ângulo que dificulta a combinação do ataque do
adversário enquanto favorece o nosso.
SHINKO-KATA – kata superior.
SHINPAN – juiz, árbitro.
SHINTAI – movimento, formas de deslocar-se.
SHISEI – posição adotada por um combatente para a defesa ou contra-ataque. Pode
ser natural ou defensiva.
SHITATE – educar, disciplinar.
SHITEI KATA – kata designado (grupo de kata que devem ser conhecidos em
graduações de certo nível)
SHIZEN-TAI – posição básica (natural).
SHO – inferior.
SHOBU – antigamente combate até a morte (Shinken-Shobu) entre dois peritos em
artes marciais.
SHOGUN – Governador militar.
SHOSHIN-O-WASUREZU – não esqueças o espírito e humildade de um
principiante.
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SHUGO – alinhar, formar.


SHUGYO – treino austero.
SHUTO – lâmina da mão.
SHUTO KAMAE – guarda com os braços em Shuto Uke
SIWARI – prática de quebrar no qual se treina e endurece os membros.
SOCHIN DACHI – posição calma e forte.
SOETE KOSHI KAMAE – duplo Hikite com uma mão aberta (início do Enpi)
SOHO – direção à esquerda.
SOKUHO – direção ao lado.
SOKUMEN – lado
SOKUTO – canto externo do pé.
SOTAI-DOSA – estudo e treino de uma técnica com um companheiro
SOTAI-GEIKO – prática com companheiro.
SOTO – para fora.
SOTO GAWA – para fora.
SUIHEI BÔ DORI – agarrar um bastão na horizontal (BASSAI SHO)
SUIHEI HIJI KAMAE – guarda com ambos os cotovelos na horizontal (posição inicial
do Tekki Nidan)
SUKI – abertura, oportunidade no ataque.
SUKIMA – vazio, estado de vácuo no momento do ataque para ter a resposta
adequada de defesa e contra-ataque.
SUKI-O-MITSUKERU – esperar e ver. Atitude de um combatente que observa seu
adversário à espera do momento propício para atacar e contra-atacar.
SURI ASHI – deslocamento deslizante
SURU – bater
SUSHIN-HO – cultura do espírito e da moral, ao qual se atribui a capacidade de
conduzir o homem a auto perfeição mediante um Budo.
SUTE-GEIKO – treino especial, reservado a alguns alunos.

-T-
TACHI HIZA – posição a um apoio (Kata Hiza Dachi)
TACHIKATA – posição
TAI – conhecimento interior do corpo
TAIKAI – encontro.
TAI-SABAKI – esquiva em círculo, deslocar para o lado a totalidade do corpo.
TAI SOKU NI – para o lado do corpo.
TAMESHI – prova, ensaio, experiência.
TANDEN – área situada atrás do umbigo, considerada pelos Orientais, há milênios,
como base para se conseguir estabilidade, equilíbrio e força.
TANDOKU-DOSA – estudo e treino de uma técnica individual
TANDOKU-GEIKO – prática individual.
TANREN – prática assídua pela qual se chega a auto perfeição.
TANREN KUMITE – combate de destrezas
TANTRA – disciplina espiritual.
TARYU-JIAI – duelo entre escolas distintas, ou estilos diferentes, realizados para
ajudar no progresso das artes marciais e estabelecer superioridade do estilo.
TATSUJIN – aquele que alcançou a perfeição do sabre.
TE – mão.

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TEIJI DACHI – posição com os pés em “T”


TEISHO – talão da mão.
TENKAI-ASHI – pivô, rodar a direção do corpo sem deslocamento.
TENKAN – esquiva girando o corpo e retorcendo a perna.
TENSHIN – virar o corpo
TE ZUKAMI – agarrar na mão
TODOME – rematar.
TO-JIN-HO – quedas particulares executadas sobre uma superfície dura, e não
sobre o tatame.
TOKUI KATA – kata favorito (nosso kata mais forte)
TOKUI-WAZA – técnica preferida.
TOSHUNOBU – técnicas com arma contra um oponente com mãos desarmadas.
TSUA-MONO – homem de valor, de qualidade, guerreiro valente que alcançou o
domínio das suas paixões pela prática do Budo que defende os fracos e oprimidos.
TSUGI – a seguir, próximo, seguinte.
TSUGI-ASHI – passo deslizando a perna traseira e depois a dianteira. Mae frontal e
ato para trás.
TSUGU – juntar
TSUKI TE – mão que soca
TSUKURI – consiste em por o oponente em uma situação adequada para poder
realizar a técnica que queremos.
TSURU ASHI DACHI – posição do grou
TSUYOKI – vigor forte, pessoa de grande caráter com um Ki poderoso.
TSUYOKU – com força

-U-
UCHI – ataque indireto, para dentro.
UCHI HACHI JI DACHI – posição com os pés em 45º. para dentro (contrário ao
Hachiji Dachi)
UCHI GAWA – para dentro.
UHO – direção à direita.
UKE – defesa.
UKE GAE – mudança de defesa
URA – lado contrário.
USHIRO – para trás.

-W-
WA – PAZ.
WAKARE – separar.
WAZA-O-KOROSU – controle da técnica. Ataca-se a técnica do adversário
adivinhando as suas intenções, conhecendo os seus pontos fracos.

-Y-
YUKKURI – devagar
YAKUSOKU KUMITE – as formas de combate do Gohon Kumite ao Okuri-Ippon
Kumite, formam o grupo do Yakusoku kumite. A palavra Yakusoku significa
promessa ou compromisso, o que obriga o atacante a efetuar o ataque que estava
pré-determinado.
YAMA – montanha
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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

YAMA KAMAE – posição (como fazem os japoneses para a montanha (braços em


cima, a 90º. E paralelos como na Jite)).
YAMATO-GOKORO – coração japonês.
YAME – fim, parar, voltar à posição inicial.
YASUME – descanso.
YAWARAKAI – brando, relaxado, flexível.
YOI – preparar, estar pronto.
YOKO – lado, lateral.
YOKO GEDAN BARAI KAMAE – guarda com os dois braços em Gedan Barai
lateral
YOKO KAMAE – guarda lateral
YOKO SASHI ASHI – deslocamento na lateral com cruzamento dos pés (Kiba
Dachi)
YOMI – leitura. Arte de ler o pensamento de um adversário inclusive antes que ele
tenha tido tempo de idealiza-lo e, em artes marciais, é a arte de prever assim, um
ataque. Este Yomi depende por sua vez, do conceito de Ma-Ai e do Hyoshi. É o
equivalente do Ishin-Den Shin (de um espírito ao outro) que caracteriza as relações
correntes entre japoneses, nas quais a palavra resulta-lhes frequentemente
inadequada para transmitir um sentimento difícil de precisar, e cuja expressão não
está bem, vista pela etiqueta nem pelos convencionalismos. É o ser com uma forma
da verdadeira compaixão.
YORI ASHI – aproximar da perna mais longe do foco, seguida do lançamento da
que está mais perto. Passo com ambos os pés ao mesmo tempo
YORU – aproximar
YOSERU – trazer para perto, juntar.
YOSHI – ide, seguinte, adiante.
YOWAKI – timidez, débil, pessoa de pouco caráter com um Ki débil.
YU-GEI – arte e cultura tradicional.
YUGEN – habilidade misteriosa.
YUKI – valor, coragem.

-Z-
ZANSHIN – Estado de alerta, guarda mental.
ZENGO – para frente e para trás
ZENKUTSU DACHI – posição com o joelho frontal flexionado
ZEN-KWUN-DO – técnica de combate cujo principal objetivo consiste em partir o
braço ou a perna do adversário ao primeiro ataque. Há bloqueios especiais.
Utilizam-se também os dedos nos olhos e na garganta.
ZENPO – em direção à frente

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COMPILADO POR REGINA FERREIRA GOMES

REFERENCIAS:
www.culturajaponesa.com.br/kimonos
https://pt. wikipedia.org/wiki/Karategi
http://karateshotokan.net/faixas-do-karate/
http://worldfighter.com.br/karate-faixas/
http://karateshotokan.net/category/significado-das-faixas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Katas_do_carat%C3%AA
http://karateshotokan.net/significados-dos-kata-shotokan/
http://karateshotokan.net/as-bases-do-karate/
http://fskcmeikyo.blogspot.com/2010/02/meikyo-bunkai.html
http://www.brevardshotokan.com/kata/view/jiin
http://www.brevardshotokan.com/kata/view/wankan
http://www.butokukaisa.com.br/informacoes-sobre-o-karate/bases-do-karate-
shotokan/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bases_do_carat%C3%AA#Bases_altas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kumite
https://karatevicosa.wordpress.com/tag/golpes-de-karate/
https://sites.google.com/site/shotokankaratept/tecnicas/maos-e-bracos/mao
http://karateesportivo.blogspot.com/2011/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kihon
http://karateshotokangondomar.blogspot.com/2010/04/blog-post.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bud%C3%B4
http://regras.net/karate/
http://www.cbkt.org/index.php?option=com_content&view=article&id=50&Itemid=69
http://fgk.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/02/Regulamento-de-Arbitragem.pdf
http://aulasdekarate.blogspot.com/2015_04_01_archive.html?view=snapshot
http://www.akv.pt/consultorio/Regras%20WKF%20Ver5.3%20Portugues.htm
https://www.google.com.br/search?q=DESENHO+POSI%C3%87%C3%83O+DOS+
%C3%81RBITROS+KARATE&tbm=isch&tbs=rimg:CfsZcf4H

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