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UNIVERSIDADE DE UBERABA

FUNÇÕES ELEMENTARES

VOLUME 2

Uberaba - MG
2010

1
Sobre os Autores

Prof. Dr Adriano Dawison de Lima

Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade de


Uberaba - (UNIUBE) (2004), mestrado pela Universidade Estadual Paulista -
UNESP (2006) e doutorado pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
(2009). Atualmente é professor da Universidade de Uberaba. Tem experiência
na área de Matemática, com ênfase em Matemática Aplicada.

Sandra Bulhões Cecílio

Licenciada em Matemática pelas Faculdades Integradas São Thomaz de Aquino


de Uberaba (FISTA), em 1976. Bacharel em Psicologia pela Universidade de
Uberaba (UNIUBE). Professora de matemática desde 1976. Coordenadora do
curso de Licenciatura em Matemática desde 2005. Professora do curso de
psicologia.

Prof. Ms Júlio César de Jesus Onofre

Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e


mestrado em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2002).
Atualmente é professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais - CEFETMG. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em
Cálculo Diferencial, Análise e Equações Diferenciais, atuando principalmente nos
seguintes temas: manipulação, aplicação, simplificação, técnicas e resolução.

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INSERIR ENCARTE COMO APÊNDICE A

Relação: DEMANA, Franklin / Waits, Bert K. / Foley, Gregory. PRÉ - CÁLCULO / D - ISBN.
8588639378.
Inserir encarte no Livro - “Funções Elementares”
ETAPAS 1 E 2
CAPÍTULOS páginas Total de páginas
8 – Funções do 1º grau e 2º grau 85 a 92 8
9 – Funções potência 95 a 100 6
11 - Funções exponenciais 127 a 138 12
12 – Funções logarítmicas 143 a 157 15
13 – Funções compostas 163 a 169 7
14 – Funções inversas 171 a 180 10
TOTAL DE PÁGINAS /////////////////////////////////// 58

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APRESENTAÇÃO

Em nosso primeiro livro sobre funções você foi apresentado a este termo como
sendo um conceito matemático fundamental, entendeu a importância desse
conteúdo pela sua presença tanto nos fenômenos físicos quanto nas nossas
vivências cotidianas, naquele livro você desenvolveu ainda grande intimidade e
um conhecimento consistente em relação constante e as funções polinomiais de
primeiro grau. Hoje você tem a intimidade e conhece seus gráficos e
características tendo ainda desenvolvido habilidades na resolução de equações
e inequações tanto do primeiro quanto do segundo grau. E este é um conteúdo
indispensável a você educador da área de matemática.
Nesse segundo livro de funções daremos continuidade a nossos conhecimentos
sobre mais algumas funções elementares. Novas funções serão estudadas
buscando sempre estar atento a formalização matemática, a suas aplicações,
aos conhecimentos relativos a gráficos e caaracterísticas chegando sempre ao
estudo das equações e inequações correspondentes a cada uma das funções
estudadas. Neste livro conheceremos mais profundamente as funções modular,
potencial, exponencial e logarítmica.
Também algumas idéias e características das funções serão desenvolvidas
como conceito de função composta e de função inversa.
Esse momento exige de você um bom apoio no material relativo ao nosso
primeiro livro de função, assim como a dedicação e o estudo permanente e a
continuidade de seu entusiasmo com o conhecimento sobre o mundo das
funções.

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CAPÍTULO I: Função definida por várias sentenças abertas

Adriano Dawison de Lima


Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao processo de conhecimento das funções elementares


neste capítulo vamos desenvolver nossos conhecimentos sobre as funções
definidas por duas ou mais sentenças matemáticas, ou seja uma função não
necessariamente comporta um única lei de formação . A partir da nossa reflexão
sobre a idéia matemática do módulo construiremos o conceito de módulo, suas
propriedades, a definição de função modular verificando que a mesma é na
verdade uma função definida por vária sentenças abertas trabalharemos ainda a
resolução de equações e inequações modulares, temos portanto por

objetivos :

Esperamos que ao final deste capítulo você seja capaz de:


• construir gráficos de funções modulares e de funções definidas por
várias sentenças abertas;
• perceber as aplicações associadas as funções definidas por várias
sentenças abertas;
• resolver equações modulares;
• resolver inequações modulares.
Seu estudo é sempre condição indispensável para o melhor aproveitamento
desse material.

Esquema

1.1. Função modular


1.1.1. Idéia de módulo
1.1.2. Definição de módulo
1.1.3. Definição de função modular
1.1.4. Equação modular
1.1.5. Inequação modular
1.2.Gráfico da função definida por várias sentenças

5
1.1. Função modular

1.1.1. Idéia de módulo

Provavelmente, muitos associam a palavra módulo à idéia de número positivo e


muitos se lembrem do símbolo I I (módulo) e a maioria até concluam, com
facilidade, que I3I = 3 e I-5I = 5 . Mesmo os que se lembram disso não
costumam ter clara a idéia de onde veio e de para que sirva isso serve.
Como já sabemos a Matemática não é uma criação do nada, ou um “amontoado”
de coisas difíceis. Ela surgiu da prática e das necessidades do próprio homem!
Em nossos estudos da física, você deverá lidar com problemas em que será
obtido valores negativos, como por exemplo ao se calcular a velocidade média
de um móvel obtém-se – 100 km/h. Esse resultado indica que, em módulo ou
valor absoluto, da velocidade do móvel é 100 Km/h. O sinal negativo apenas
indica que o móvel está em sentido contrario ao sentido da trajetória adotado
como positivo.

Assim, sabemos que para medir distâncias, por exemplo, não faz diferença
alguma dizer que a distância entre Uberaba e Belo Horizonte é 500 km ou a
distância de Belo Horizonte a Uberaba é 500 km. O mesmo ocorre em relação a
outras grandezas, como velocidade média, medidas de temperaturas entre
outras.

Explicando melhor

Sendo assim, para medidas, tamanho, comprimento, e


outras experiências similares, criaram o instrumento
matemático chamado módulo.
Este instrumento representa o número independente
do sinal e pode também ser chamado valor absoluto.

De forma intuitiva podemos verificar na Fig. 1 a ideia de módulo apresentada:

6
Figura 1. Ideia de módulo

1.1.2. Definição de módulo

Mas, e quanto à definição matemática de módulo?


Já sabemos que para a definição precisaremos pensar em módulo de um
número real qualquer, logo IxI.
Usualmente pensa-se que IxI = x
Lembre-se de que módulo corresponde ao número sem sinal, mas e quanto ao
x?

O mesmo tem sinal? Ele é positivo?

Exemplificando!

Vamos testar!

Se para x= -2 usarmos a definição anterior IxI=x então I-2I = -2, o


que sabemos ser INCORRETO. Assim, precisaremos rever esta
definição, pois se x é variável ele pode representar tanto um número
positivo quanto negativo. Vamos buscar refazer nossa definição
pensando em duas possibilidades.

7
Segundo Iezzi e Murakami (1996, p.188), define-se módulo ou valor absoluto de
x, que se indica por IxI, por meio da relação

Exemplos:

Ex1: 5 = 5
Ex2: 0 = 0
Ex3: − 2 = 2
(
Ex4: − 3 = − − 3 = 3 )
Ex5: 19 − 3 = 19 − 3
Ex6: 2 − 23 = 23 − 2

⇒ Pelos exemplos, podemos notar que:

O módulo de um número real é sempre não-negativo.

DESIGUALDADES COM MÓDULO:


⇒ Sendo a ∈ R e a > 0 , as desigualdades x < a , x > a, x ≤ a e x ≥ a
podem ser escritas como intervalos e representadas na reta real. Observe:

1°° CASO: x < a ⇔ − a < x < a

-a a x

2°° CASO: x ≤ a ⇔ − a ≤ x ≤ a

–a a x

3°° CASO: x > a ⇔ x < − a ou x > a

8
-a a x

4°° CASO: x ≥ a ⇔ x ≤ − a ou x ≥ a

-a a x

Exemplo: Escrever x < 2 como intervalo e representá-lo na reta real.


Solução:
x < 2 ⇔ - 2 <x< 2

- 2 2 x

Propriedades do módulo

P → x ≥0
1

P → x ≥x
2

P → x = a ⇔ x = a ou x = −a
3

P → x = a ⇔ x = a ou x = −a
4
n
P → x = x ⇔ n é número par
5
n

Observação: Como conseqüência da definição e das propriedades do módulo


temos:
2 2 2
x = x =x
2
x = x

1.1.3. Definição de função modular

Transpondo esse conceito de módulo para função de IR em IR, temos:

 x, se x ≥ 0
f (x) = x ↔ f (x) = 
− x, se x < 0

que denomina-se função modular, cujo o domínio D=IR e a imagem Im= IR + .


Para construir o gráfico da função modular f(x)= IxI, podemos fazer o gráfico de
cada sentença e depois uni-los em um mesmo sistema de eixos.

9
Exemplo:

10
Ao reunir os dois gráficos, obtemos o gráfico da função modular, veja exemplo
na Fig. 1:

Figura 2. Gráfico da função modular

f (x) = x − 2 =

 x − 2, se x − 2 ≥ 0
f (x) = x − 2 = 
− x + 2, se x − 2 < 0

ou seja,

11
 x − 2, se x ≥ 2
f (x) = x − 2 = 
− x + 2, se x < 2

Assim, a função é a reta y = -x + 2, antes do ponto x = 2, e a reta y = x - 2, após


esse ponto, Veja Fig. 3.

Figura 3. Reta y = -x + 2, antes do ponto x = 2, e a reta y = x - 2, após esse


ponto

Exemplo.

Quando compararmos o gráfico da Fig.2 com o gráfico da Fig.3 traçamos os dois


no mesmo plano e o gráfico da Fig.3 representa um deslocamento do primeiro,
na horizontal, de duas unidades para a direita, ou seja, um deslocamento de +2
unidades, veja Fig.4.

12
Figura 4. Comparação do gráfico da Fig. 2 com o gráfico da Fig.3

Exemplo: Construir o gráfico da função :

f (x) = x + 3 =

 x + 3, se x + 3 ≥ 0
f (x) = x + 3 = 
− x − 3, se x + 3 < 0

ou seja,

 x + 3, se x ≥ −3
f (x) = x + 3 = 
− x − 3, se x < −3

13
Figura 5. Gráfico da função f ( x ) = x + 3 = .

Comparemos o gráfico da Fig. 5 com o da Fig.4. Vamos, novamente, traçar os


dois no mesmo plano, Fig.6.

14
Figura 6. Comparação do gráfico da Fig. 5 com o da Fig.4.

O segundo gráfico representa um deslocamento do primeiro, na horizontal, de


três unidades para a esquerda, ou seja, um deslocamento de -3 unidades.

Podemos concluir que um gráfico da forma f ( x ) = x + a representa um


deslocamento na horizontal de +a unidades (se a for negativo) e de -a unidades
(se a for positivo), em relação ao gráfico da função f ( x ) = x .

Exemplo:

Construir o gráfico da função f ( x ) = x + 1, ou seja,


 x + 1, se x ≥ 0
f (x) = 
− x + 1, se x < 0

Assim, a função é a reta:


y = x + 1, antes do ponto x = 0, e a reta y = -x + 1, após esse ponto, veja Fig. 7.

15
Figura 7. Reta y = x + 1, antes do ponto x = 0, e a reta y = -x + 1, após
esse ponto

Exemplo:

Da mesma forma, podemos construir o gráfico de f(x) = Ix2 - 4I. Vamos


inicialmente fazer o estudo do sinal de x2 - 4.
Encontrando as raízes x’=2 e x”= -2, fazemos o seguinte esboço gráfico de
acordo com a Fig.8:

Figura 8. Plotando as raízes x’=2 e x”= -2,

Se

16
x ≤ −2 ou x ≥ 2
x2 − 4 ≥ 0
f ( x) = x 2 − 4 = x 2 − 4
−2 < x < 2 ⇒ x 2 − 4 < 0
f ( x) = x 2 − 4 = − ( x 2 − 4)
− x2 − 4

Assim, podemos escrever a função como:

 x − 4, se x ≤ −2 ou x ≥ 2
2

f ( x) = 
− x + 4, se − 2 < x < 2
2

e o gráfico da mesma será obtido a partir dessas parábolas. Veja as duas


funções desenhadas num mesmo gráfico, conforme representado na Fig.9:

Figura 9. Duas funções plotadas num mesmo gráfico

Agora, observando as condições de

 x − 4, se x ≤ −2 ou x ≥ 2
2

f ( x) = 
− x + 4, se − 2 < x < 2
2

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redesenharemos o gráfico e obteremos o esboço do gráfico conforme a Fig.10:

Figura 10. Gráfico da função modular f(x) = Ix2 - 4I.

Exercícios propostos

1. Construa o gráfico e determine o domínio e a imagem das função abaixo:

f ( x) = x 2 − 1 .

2. Construa o gráfico e apresente o domínio e o conjunto imagem das


seguintes funções:

a) f(x) = x − 3
b) f(x) = x + 2
c) f(x) = x 2 + 2 x − 3
d) f(x) = x + x − 4

1.1.4. Equação modular

Toda equação em que a variável aparece no módulo é denominada equação


modular.

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Parada para reflexão

A solução da equação modular está baseada nas seguintes


propriedades:
Se a> 0 e |x| = a, então x = a ou x = -a; Se a=0 e |x| = 0, então x = 0.

Se a < 0 e IxI = a, então ∃ x ∈ ou seja S = { }


⇒ Na resolução de equações modulares aplicaremos a seguinte
propriedade:
x = a

x = a ⇔ ou (a ≥ 0)
 x = −a

Exemplos:

1. Resolver a equação x − 3 = 1 .

Solução:
x − 3 = 1 x = 4
 
x − 3 = 1 ⇒ ou ⇒ ou
 x − 3 = −1  x = 2
 

Portanto: S = {2,4}

2. Resolva |3x – 2| = 2
|3x – 1| = 2  3x –1 = 2 onde x = 1, ou
3x –1 = -2 onde x = -1/3

Portanto: S = {1, -1/3}

3. Resolver: |2x – 1| = |x + 3|
|2x – 1| = |x + 3|
2x – 1 = x + 3  x = 4

19
2x – 1 = - x – 3  x = -2/3

Portanto: S = {4, -2/3}

4. Resolva a equação:

Solução: Pela definição vem: | 2x-6| = 12  2x-6=12 ou 2x-6= -12.


Portanto, x = 9 ou x = -3.

Exercícios propostos

3. Resolva as seguintes equações:

a) 5x + 2 = x + 2
b) 4x − 1 = 2x + 3
c) 3 x − 4 = 5 x − 10
2
d) x + 2. x − 15 = 0
e) x − 3 + 1− x = 2
2
f) x −5x +6=0
g) x + 3 + 2 x − 2 = 11
h) x +1 − 2 = 2
i) x − 4 = 2x − 3
j) x + 2x = 1

1.1.5. Inequação modular

Já sabemos que o módulo de um número real é um número positivo ou nulo, o


que nos leva a interpretar que o módulo de um número real está diretamente
associado à noção de distância. Assim, dado um número real x, o módulo de x -
representado por |x| - é igual geometricamente, à distancia à origem O, do ponto
P, representativo do número x na reta real - também conhecida como reta
numerada.

Consideremos por exemplo a reta numerada a seguir:

20
Teremos: |x| = distancia de P a O = dP,O

Vamos utilizar a interpretação geométrica do módulo vista acima, para resolver


as desigualdades ou inequações modulares.

Inequações do tipo |y| ≤ a, com a > 0.

Resolver a inequação acima, significa determinar quais os números reais cuja


distancia à origem O, são menores ou iguais ao número positivo b.

Da Fig 11., infere-se imediatamente que os números procurados estão situados


no intervalo fechado [-a, a].

Figura 11. Números procurados estão situados no intervalo fechado [-a, a].

Assim, podemos escrever a seguinte regra geral:

|y| ≤ a ⇔ ≤- a ≤ y ≤ a, para a real e positivo.


Inequações do tipo |y| ≥ a, com a > 0.

Resolver a inequação acima, significa determinar quais os números reais cuja


distancia à origem O, são maiores ou iguais ao número positivo b. Utilizando o
mesmo raciocínio anterior, concluímos imediatamente que os números
procurados estão situados nos intervalos (- ∞
, - b] ou [b, + ∞ ). Assim,
podemos escrever a seguinte regra geral:

|y| ≥ ⇔ y ≥ a ou y ≤ - a, para b real e positivo.

Veja a figura 12, a qual lhe ajudará no entendimento da importante propriedade


vista acima.

21
Figura 12. |y| ≥ ⇔ y ≥ a ou y ≤ - a, para b real e positivo.

Resolva em R - conjunto dos números reais - as seguintes inequações


modulares:

Exemplo:

a) |2x + 5| ≤ 11

Solução:

Vem prontamente que: -11 ≤ 2x + 5 ≤ 11

ao somarmos -5 a todos os membros, fica: -16 ≤ 2x ≤ 6

Daí, então, dividimos tudo por 2, concluímos finalmente: -8 ≤ x ≤ 3.

Logo, o conjunto solução da inequação dada será o conjunto S dado por:

S = {x ∈ R; -8 ≤ x ≤ 3} , que, representado na forma de um intervalo real, seria


indicado por S = [-8, 3].

Graficamente, temos:

Observe que no conjunto R dos números reais, o conjunto solução da inequação


dada é um conjunto infinito formado por todos os números reais a partir de - 8
até +3.
Se, por exemplo, fosse pedido o conjunto solução da mesma inequação no
conjunto Z dos números inteiros, o conjunto solução seria FINITO, e igual a:

22
S = {-8, -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3}. Se, por exemplo, fosse pedido o
conjunto solução da mesma inequação no conjunto N dos números naturais, o
conjunto solução seria FINITO, e igual a: S = {0, 1, 2, 3}.

Resolvendo inequações modulares

⇒ Na resolução das inequações modulares aplicaremos as seguintes


propriedades:

Importante!

1) x > a ⇔ x < −a ou x > a


2) x ≥ a ⇔ x ≤ − a ou x ≥ a
3) x < a ⇔ − a < x < a
4) x ≤ a ⇔ − a ≤ x ≤ a

Exercícios propostos

4. Resolva as seguintes inequações:

a) x +1 > 2

b) 3 x − 5 < 1

c) 2x − 2 ≥ 4

d) x+3 ≤ 2

x−3
e) >1
2

f) x 2 + 4 x − 6 > 15

23
x−4
g) ≥2
3x − 1

h) 3 x + 6 > 2 x + 5

1.2.Gráfico da função definida por várias sentenças

Quando se aplica a definição de módulo obtemos, na verdade, uma nova função


definida por duas sentenças. Assim cada um dos exemplos e exercícios
trabalhados no item sobre função modular pode ser considerado como um caso
de função definida por duas sentenças abertas.
Pode ocorrer de trabalharmos com funções definidas por mais de duas
sentenças e, nesse caso, procedemos da mesma forma que estamos fazendo
até o momento. Vamos esboçar o gráfico da função passo a passo:

 x, se x ≤ 1

f ( x ) = 1, se 1 < x < 4
5 − x, se x ≥ 4

Primeiro passo:

f ( x ) = x, se x ≤ 1

Segundo passo:

24
f ( x ) = 1, se 1< x < 4

f ( x ) = 1, se 1< x < 4

Segundo passo

f ( x) = 5 − x, se 1 ≥ 4

25
Parada para reflexão

Bem! Agora Faremos a reunião dos três gráficos no mesmo sistema


 x, se x ≤ 1

de eixos, obtendo o gráfico da função f ( x ) = 1, se 1 < x < 4 , Veja
5 − x, se x ≥ 4

como ficou na figura 13.

Figura 13. Gráfico da função definida por várias sentençãs

Assim, teremos o domínio D =  e a imagem Im = { y ∈  / y ≤ 1} .


Vale ressaltar que, muitas vezes, as funções usadas em Economia, Física e em
outros ramos da ciência são definidas por duas ou mais sentenças, pois a

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relação entre as grandezas envolvidas pode mudar ao longo do domínio da
função.

Aplicação de função com mais de um a sentença

A papelaria xercop cobra R$ 0,15 por pela cópia de cada página, até 100 cópias.
De 100 até 250 o valor por folha cai para R$ 0,10 e para um número de cópias
superior a 250 é cobrado R$ 0,08 por cópia. Nessa situação podemos perceber
que para cada faixa de quantidade de cópias tiradas tem-se um valor diferente a
pagar pela cópia.

Para facilitar a cobrança, o proprietário monta uma tabela para saber direto
quanto vai receber de em cliente pelas cópias ou pode recorrer a seguinte
função:

Observe que:

Para montar x é a quantidade de cópias solicitadas; P(x) é o preço que o cliente


vai pagar pelas cópias. Funções como citada acima são chamadas de funções
definidas por mais de uma sentença.

0,15, se x ≤ 100

P ( x ) = 0,10, se 100 < x ≤ 250
0,08, se x < 250

Resumo

Temos a convicção de que você acompanhou o conteúdo desenvolvido sobre


funções modulares construído a partir da idéia inicial de módulo seguida pelo
conceito de módulo, desenvolvendo aplicando esta definição para a construção
da função modular e ampliando esses conhecimentos a função definida por
várias sentenças abertas. Com certeza você também continua verificando que a
proposta do curso continua sendo o convite para que você aplique esses
conhecimentos matemáticos às vivências e experiências cotidianas.

27
CAPÍTULO ll: Função potência

Adriano Dawison de Lima


Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução

Dando continuidade aos nossos conhecimentos sobre as principais funções


matemáticas vamos exercitar e principalmente generalizar características
relativas a funções potenciais. Esse conteúdo já foi iniciado em nossos estudos
sobre função de segundo grau, esta é já um exemplo de uma função potencia.
Mas o que aconteceria se tivéssemos uma função de terceiro grau, de oitavo
grau, de grau “n” ou ainda de expoente negativo ou fracionário? Este é o nosso
desafio neste capítulo e temos por objetivo que ao final do mesmo você seja
capaz de construir o gráfico de funções potências incluindo as fracionárias e
irracionais.

Objetivos:
• reconhecer e construir o gráfico de funções potências;
• reconhecer e construir o gráfico de função recíproca;
• reconhecer e construir o gráfico da função com expoente fracionário (
função radical)

Esquema
2.1. Funções de expoente inteiro
2.2. Função recíproca
2.3.Função com expoente fracionário - ( função radical)

2.1. Funções de expoente inteiro

Para iniciar nosso estudo vamos pedir a você que construa os gráficos abaixo a
partir dos conhecimentos adquiridos até esse momento. Somente depois desse
exercício feito por você vamos dar continuidade a nossas reflexões e
generalizações.

Construa os gráficos das funções a seguir:

a) f(x) = x3

28
b) f(x) = x2

c) f(x) = x-1

29
d) f(x) = x-2

Independente do resultado que você tenha conseguido na construção dos


gráficos, não apague ou jogue fora. Compare com os resultados que você pode
encontrar em suas pesquisas e estudos, construindo suas reflexões, inclusive
para o TCA (Trabalho de Construção da Aprendizagem). Lembre-se sempre de

30
iniciar a construção gráfica, pensando no domínio da função, até para verificar os
pontos que você pode usar na tabela para auxiliá-lo na construção gráfica.
Lembre-se de que quanto menos você conhecer as características gráficas de
uma função, mais dúvidas você terá sobre a mesma, e assim, mais pontos você
necessita atribuir em sua tabela.

Continuando nossas experiências de construções gráficas, construa agora, num


mesmo eixo de coordenadas cartesianas, os gráficos solicitados em cada item a
seguir. Use canetinhas de cores diferentes para distinguir funções diferentes:

e) f(x)= x4
g(x) = x6
h(x)= x8

f)f(x) = x3
g(x) = x5
h(x) = x

31
Você deve ter verificado que cada bloco de funções possui uma característica.
Podemos chamar todas elas de funções potências (Atenção: As funções
potências se diferem de função exponencial. Pesquise para saber o porquê).

Veja que, na letra “e”, os expoentes dados são inteiros positivo e pares (n IN e
é da forma 2p). Neste caso, se n tende para o infinito( n → ∞ ) temos, por
tendência, o seguinte gráfico:

32
Na letra “f” as funções são potências, mas os expoentes dados são inteiros
positivos e ímpares ( IN n e é da forma 2p+1). Nesse caso, se n tende ao
infinito ( n → ∞ ), temos, por tendência, o seguinte gráfico:

33
Exercícios propostos

1. Faça o gráfico da função f(x) = x2.

2.2. Função recíproca

No caso de n ser negativo, com certeza, seria necessário você se lembrar da


1
propriedade da potência a − p = .
ap

34
Relembrando

−1
1 2 1 3
Relembrando 5 = ;   =
−1
= Caso se você não se
5 3 2 2
 
3
recorde desse conteúdo, busque apoio em algum material que
contenha as propriedades de potenciação.

1
Assim, f ( x) = x −1 = .
x

Temos problema de domínio x≠0, logo D= IR * . Com certeza você se lembrou


disto ao construir os gráficos “c” e “d”. Caso não tenha lembrado, volte e
reconstrua-o. O mesmo ocorre com f(x)=x-2 .

Se você tem problema com o ponto onde x=0, talvez seja necessário olhar com
mais atenção as proximidades desse “ponto-problema”. Logo, embora
usualmente busquemos atribuir na tabela de valores da função apenas números
inteiros, às vezes se faz necessário atribuir números racionais para x, e
verificarmos mais de perto esses “pontos problemas”. Lembre-se que, D=IR * .
Assim, sua tabela pode conter qualquer destes pontos. Logo, se 0 ≠ x , talvez
seja recomendado ter uma tabela assim:

Se você fez isso, com certeza, seu gráfico ficou assim:

35
Faça o mesmo para f(x)=x-2 . Se você tem acesso ao computador, utilize um
software que plote gráficos e construa muitos outros gráficos de funções
potências e compare.

36
Exercício resolvido

Construa o gráfico e determine o domínio da função 1 :


f (x) =
x −2

O passo inicial da resolução deve ser sempre a preocupação com os problemas


de existência da função, ou seja a determinação do domínio. De acordo com os
nossos conhecimentos matemáticos sabemos que matematicamente o
denominador deve ser sempre diferente de zero. Assim nesse exercício deve ser
diferente de +2. Logo D = { x ∈  / x ≠ +2} .

Graficamente isso significa que a reta x= +2 não será tocada pelo gráfico f(x) e
na construção da tabela podemos jogar quaisquer outros valores para x desde
que diferente de -2, sendo que seria inclusive importante jogarmos valores
próximos a +2. Assim ao construir a tabela verificamos que o gráfico de f(x) fica
da seguinte forma:

37
Exercício proposto

2. Construa o gráfico e determine o domínio e a imagem das função:

2
g ( x) = −
x +1

2.3. Função com expoente fracionário - ( função radical)

E se o expoente n for um número fracionário? O que ocorre com nossas funções


potências? Vamos construir esse conhecimento por meio de um exercício
proposto.

Exercício proposto.

3. Construa o gráfico das funções abaixo, determinando o domínio e a


imagem das mesmas. Fique atento ao domínio para construir sua tabela.

1
a) f ( x) = x 3

1
b) g ( x) = x 2

38
4. Faça uma para o gráfico abaixo, onde aparece a função y = 1/x n para
diferentes valores de "n", e compará-las:

Resumo

Aluno (a) com seus estudos desse capítulo você agora é capaz de construir
gráficos de funções potenciais de grau inteiro, fracionário ou negativo, com
certeza esta é uma generalização que amplia muito seus conhecimentos sobre
funções elementares, caso você tenha a possibilidade de usar os recursos de
informática, exercite ainda mais a construção do gráfico de outras funções
potenciais. Conte sempre com recursos complementares como leituras de
nossos livros.

39
CAPÍTULO III: Função composta e função inversa

Adriano Dawison de Lima


Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução

Estudamos até aqui alguns “tipos” de funções, chamadas, muitas vezes, de


elementares ou de principais por serem elas as “mais simples”, ou ainda, as que
possibilitam mais diretamente a verificação de suas aplicações ao cotidiano e
aos fenômenos da natureza. Ainda, por serem também as “mais elementares”,
podemos conhecer e verificar com mais precisão suas características e prever
alterações e possibilidades através da análise gráfica, do estudo de sinal e de
outros elementos estudados.
Neste capítulo vamos complementar nosso conhecimento sobre função relativos
a composição entre funções e a determinação da função inversa à uma função
dada. Para a determinação da inversa precisamos conhecer um pouca mais
sobre as qualidades de uma função, ou seja, se ela é injetora, sobrejetora e/ou
bijetora.
Objetivos:

Nossos objetivo é que você seja capaz de:

• determinar a lei de formação de funções compostas;


• identificar e definir funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras;
• determinar a lei de formação de uma função inversa a partir de uma
função dada;
• verificar e construir o gráfico de uma função e sua inversa, mostrando a
simetria entre elas.

Esquema

3.1. Função composta


3.2. Qualidades de uma função
3.2.1. Função sobrejetora
3.2.2. Função Injetora
3.2.3. Função Bijetora
3.3. Função Inversa
3.3.1. Características da função inversa

40
3.1. Função composta

Podemos ainda, realizar operações entre funções: soma de funções, subtração


de funções e outras operações, que iremos fazer neste item, como por exemplo,
a composição de funções.

Saiba mais

Assim, dadas as funções f(x) e g(x), tais que:


f : A → B e g : B → C .Condição necessária para composição de
funções.
g ( f ( x)) − h( x) = gof ( x) = g ( f ( x)) e temos: gof : A → C

Chamamos de função composta h(x) e escrevemos h(x)= gof(x) e temos gof ou,
a função:

f g
x  → f ( x)  → h( x )
Exemplo: Dados os conjuntos A= {-1;0;1}, B={0;1;2} e C={0;1;4}, considere as
funções f : A → B definida por f ( x ) = x + 1 e g : B → C definida por
g ( x) = x 2 .

Seguimos o mesmo raciocínio para montarmos a lei de formação. Aplicamos


inicialmente x à função f e obtemos f(x), imagem de x.

41
Exemplificando!

f ( x) = x + 1
f (−1) = −1 + 1 = 0
f (0) = 0 + 1 = 1
f (1) = 1 + 1 = 2

Em seguida, aplicamos f(x) à função g obtendo g(f(x))pela função g. Vejamos:

Exemplificando!

g ( f ( x)) = ( f ( x) 2 )
g (0) = 02 = 0
g (1) = 12 = 1
f (2) = 22 = 4

Obtendo a lei de formação da função composta gof

h( x) = gof ( x) = g ( f ( x)) = g ( x + 1) = ( x + 1) 2 = x 2 + 2.x.1 + 12 = x 2 + 2.x + 1

42
Exemplificando!

h(−1) = gof (−1)) = g ( f (−1)) = h( −1) = gof ( −1)) = g ( −1 + 1) = g (0) = (0) 2 = 0


h(0) = gof (0)) = g ( f (0)) = h(0) = gof (0)) = g (0 + 1) = g (1) = (1) 2 = 1
h(1) = gof (1)) = g ( f (1)) = h(1) = gof (1)) = g (1 + 1) = g (2) = (2)2 = 4

Verificando através de exemplos numéricos.

h(−1) = (−1) 2 + 2(−1) + 1 = 1 − 2 + 1 = 0


h(0) = (0) 2 + 2(0) + 1 = 0 + 0 + 1 = 1
h(0) = (1)2 + 2(1) + 1 = 1 + 2 + 1 = 4 .

Ainda podemos representar esta aplicação sucessiva da seguinte


forma:

f g
−1  → 0  →0
f g
0  →1  →1
f g
0  → 2  →4

Vamos fazer o raciocínio acima de forma mais direta no exemplo a seguir:

Exemplo

Dadas as funções f(x) = 2x + 3 e g(x) = 5x, determinar gof(x) e fog(x).

Resolução:
Substituindo o valor de f(x), calculamos:

g (2 x + 3) = 5(2 x + 3) = 10 x + 15

Desta forma, g (f ( x )) = 10 x + 15

43
Agora, para fog(x) = f(g(x)), substituímos o valor de g(x). Assim:
f (5 x ) = 2(5 x ) + 3 = 10 x + 3

Com isso,

f (g ( x )) = 10 x + 3

Observe que fog ≠ gof

Exercícios propostos

1. Dado f(x) = x+1, calcule fof.

2. Sejam f e g funções definidas em  por f ( x ) = 2 x + 1 e g ( x ) = x + 3 ,


calcule g ( f ( x )).

Ampliando o conhecimento

Fixando e aprofundando o nosso conhecimento sobre a composição


de funções utilizaremos uma situação do cotidiano, lembre-se que
esta é sempre a nossa proposta, ver o conhecimento matemático
pelo o olhar de suas aplicações a realidade.

Considere a seguinte situação:

Um terreno foi dividido em 20 lotes, todos de forma quadrada e de mesma área.


Nessas condições, vamos mostrar que a área do terreno é uma função da
medida do lado de cada lote, representando uma composição de funções.
Para isso, indicaremos por:

x = medida do lado de cada lote;


y = área de cada lote;
z = área do terreno.
1. Área de cada lote = (medida do lado)2 → y = x2
Então, a área de cada lote é uma função da medida do lado, ou seja: y = f(x) = x2

2. A área do terreno = 20.(área de cada lote) → z = 20y


Então, a área do terreno é uma função da área de cada lote, ou seja: z = g(y) =
20y.

44
Comparando 1 e 2 , temos:
Área do terreno = 20.(medida do lado)2, ou seja, z = 20x2, pois y = x2 e z = 20y.
Então, a área do terreno é uma função da medida de cada lote, ou seja: z = h(x)
= 20x2.

A função h, assim obtida, denomina-se função composta de g com f e pode ser


indicada por gof.

Vemos que :

• A cada x ϵ A corresponde um único y ϵ B tal que y = x²;


• A cada y ϵ B corresponde um único z ϵ C tal que z = 20y;
• A cada x ϵ A corresponde um único z ϵ C tal que z = 20y = 20x².
Logo, existe uma função h (composta de g e f) de A em C definida por h(x) = (g o
f)(x) = g(f(x)), para todo x ϵ D(f).

3.2. Qualidades de uma função

Completando nosso estudo de função, vamos, nesse momento, analisar


algumas características, ou o que alguns autores, e nós especificamente,
preferimos chamar de qualidades das funções.

45
Trocando idéias!

Aluno (a), vimos que para o conceito de função é necessária uma análise
do que ocorre no conjunto domínio (cada e todo elemento x deve
corresponder a um único elemento y). Não é importante para esse conceito
o que ocorre com o contradomínio, ou seja, com os elementos da imagem
y.

Vamos agora atentarmos na análise do que ocorre nesse conjunto


contradomínio analisando o que ocorre com a imagem y. Nesse sentido,
podemos classificar uma função de injetora, sobrejetora, bijetora ou
nenhuma destas.

3.2.1. Função sobrejetora

Dizemos que uma função f de A em B é


sobrejetora se para todo y ∈ B existe x ∈ A
tal que y = f ( x ) . Assim, se f de A em B é
sobrejetora, então o conjunto imagem de f é
igual a B (GOULART, 2004, p.133).

Exemplo:

Dados os conjuntos A={-1,0,1,3} e B= {0,1,9} vamos determinar a função f: A→ B


em que y=x2 para x∈A e y∈B.

Verifique tanto no diagrama quanto no gráfico a seguir temos dois exemplos de


funções sobrejetoras. Fique sempre atento ao domínio, contradomínio e imagem
na determinação da qualidade dessas funções.

46
f : → 
Sendo
f ( x) = x 2

No caso de uma representação cartesiana


dessa função de  em  , se as retas
paralelas ao eixo x cortarem o gráfico em um
ou mais pontos, então a função é sobrejetora.
(IEZZI, MURAKAMI. 1993, p.226)

47
3.2.2. Função Injetora

Saiba mais

Dizemos que uma função f de A em B é injetora se, para quaisquer


valores x1 e x2 de seu domínio tais que x1 ≠ x2 , tivermos f ( x1 ) ≠ f ( x2 ) .

Exemplo:

Dados os conjuntos A={0,1,2} e B= {1,2,4,5}, vamos determinar a função f:A→


Bem que y=x+1 para x∈A e y∈B .

No caso de uma representação cartesiana


dessa função de  em  , se as retas
paralelas ao eixo do x cortarem o gráfico em
um só ponto ou não cortar o gráfico, então a
função é injetora (IEZZI, MURAKAMI, 1993).

3.2.3. Função Bijetora

48
Exemplo:

Dados os conjuntos A={-1,0,2,} e B= {0,-1,8,} vamos determinar a função f: A→ B


em que y=x3 para x∈A e y∈B.

No caso de uma representação cartesiana


dessa função de  em  , se as retas
paralelas ao eixo do x cortarem o gráfico em
um só ponto o gráfico, então a função é
bijetora (IEZZI, MURAKAMI, 1993).

49
Exercício resolvido.

Verifique as qualidades da função abaixo, ou seja se a mesma é injetora,


sobrejetora e/ou bijetora.
f : R+ → R f(x) =|x2 - 4|
Inicialmente vamos construir o gráfico da função f(x) = x2 - 4

Mas o exercício exige nossos conhecimentos sobre função modular


desenvolvidos nos itens anteriores. Assim o gráfico da função f : IR → IR f(x)
=|x2 - 4| fica da seguinte forma:

50
Dentro destas condições de D= IR e CD=IR verificamos que esta função não é
injetora nem sobrejetora muito menos bijetora. Mas o exercício foi definido sendo
D= IR+ e CD = IR. Nestas condições o gráfico fica da forma a seguir:

Veja a síntese dessa função no quadro sintetizando

Sintetizando...

Im(f) = [0, +∞)


Im(f) ≠ CD
Logo a função continua:
• não sendo Injetora;
• não sendo Sobrejetora;
• não sendo Bijetora;
é uma função Simples sem qualidades.

Mas esta mesma função se definida de IR+ → IR+, logo com D = IR+ e CD =
Im= IR+ passa a ser uma função sobrejetora.

51
Exercício proposto

3.Verifique as qualidades funções abaixo, ou seja se a mesma é injetora,


sobrejetora e/ou bijetora.

a)

b)

c)

d)

52
3.3. Função Inversa

Certamente ao estudar a função bijetora, você verificou que tanto o elemento x


quanto o elemento y devem atender as mesmas exigências, o que transforma a
Importante!
relação numa relação biunívoca.

Neste caso, se trocarmos o domínio e contradomínio de posição na


relação, veremos que isso não compromete o conceito de função.
Logo, se uma função é bijetora, dizemos que a mesma admite
inversa e podemos calculá-la.

Uma vez que funções bijetoras estabelecem uma correspondência biunívoca


entre todos os elementos de X e de Y.

3.3.1. Características

Para o cálculo da função inversível é preciso considerar algumas características

• O domínio de f -1 é igual ao conjunto imagem de f .


• O conjunto imagem de f -1 é igual ao domínio de f .
• Os gráficos de f e de f -1 são curvas simétricas em relação à reta y = x ou
seja, à bissetriz do primeiro quadrante .
• Para obter a função inversa , basta permutar as variáveis x e y .

Exemplo:

53
Analisemos a função f(x)= x-2, de A em B. Ao representar esta função no
diagrama de flechas, obtemos:

Vamos construir o gráfico desta função de IR em IR utilizando nossos


conhecimentos ao longo deste livro. Percebemos que é uma função afim, cujo
gráfico é uma reta. A função é crescente e seu gráfico corta os eixos ordenados,
nos seguintes pontos:

Se invertermos o sentido das flechas, obteremos uma relação de B em A e


obteremos o diagrama de flechas e gráfico a seguir:

54
Mas, ao invertermos a função f(x)= x -2 de IR em IR, obteremos o gráfico a
seguir:

Veja que o domínio tornou-se contradomínio e vice-versa, e que esta segunda


relação é inversa a anterior, de B em A.

Assim, “se f é uma função bijetora de A em B,


chamamos função inversa de f e indicamos por f-1 a
relação inversa de f, de B em A, obtida quando
invertemos a ordem dos elementos em cada para
ordenado (x, y) de f.” (GOULART, 2004, p.137)

Agora, voltando ao exemplo anterior, vamos a partir da função f e f-1 em um


mesmo sistema de eixos, veremos que são simétricos em relação à reta y = x,
que é a bissetriz dos quadrantes ímpares.

55
Exemplo :

2x + 3
Dada a função y = , qual será a lei de formação da função inversa?
3x − 5

Exercício proposto

4. Determine a função inversa da função f(x) = 2x+1 e esboce o seu gráfico.

56
Resumo
Ao final deste último capítulo você já conhece o processo que ocorre na
composição de funções e já é capaz de determinar a lei de formação de uma
função composta além disso foi apresentado que quando analisamos o que
ocorre com a imagem de uma função isso nos permite saber se a mesma
injetora sobrejetora e/ou bijetora, o que chamamos aqui de qualidades de uma
função. Verificamos ainda que a somente a função bijetora admite inversa e
aprendemos a determinar a lei desta função da inversa de uma função dada.
Finalmente aprendemos também que o gráfico de uma função e de sua inversa
apresentam sempre simetria em relação ao gráfico da função identidade.

Referências

IEZZI, Gelson; MURAKANI, Carlos. Fundamentos de Matemática


elementar.8.ed. São Paulo: Atual. 2004.

57
CAPÍTULO IV: Função exponencial
Adriano Dawison de Lima
Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Apresentação

Caro (a) aluno (a) continuemos nossa caminhada pelo mundo das funções,
conhecendo duas novas funções, exponencial e logarítmica. Mantendo nossa
proposta de construir o conhecimento pelo olhar do educador vamos rever
conteúdos relativos a potenciação, equações e inequações, sempre pela ótica
de onde cada uma dessas idéias cruzam com nosso cotidiano, novas vivências
e fenômenos físicos aleé de uma preocupação com a visão histórica e com o
processo de como as coisas foram construídas usando demonstrações e outros
recursos. Este capítulo será responsável pelo seu contato com o nosso
conhecimento logarítmico: definição de logaritmo, propriedades das funções
logarítmicas, equação e inequação logarítmica. Precisamos ainda conhecer um
pouco mais sobre os logaritmos decimais além de fazermos nosso contato com o
logaritmo neperiano.

Assim, temos por objetivo, que ao final deste capítulo você tenha um bom
conhecimento das funções exponenciais e logarítmicas sendo capaz de construir
o gráfico dessas funções conhecendo suas principais características chegando
inclusive a resolver equações e inequações, tendo ainda uma boa visão sobre a
aplicação dessas funções nos fenômenos físicos e na vida codiana.

Contamos, sobretudo, que o assunto logaritmo deixe de ser um tabu e faça parte
de seu conhecimento sendo mais um instrumento matemático, mais um recurso
matemático para entendermos e agirmos sobre o mundo.

Introdução

Aluno (a), neste capítulo estudaremos as funções exponenciais. É com grande


prazer que daremos continuidade à nossa viagem no mundo da matemática e,
para que ela seja bem sucedida, gostaríamos de salientar que os conteúdos
abordados nos capítulos anteriores (funções constantes, funções do 1º e 2º
grau, propriedades e aplicações) são de fundamental importância para o
entendimento desses novos conceitos.

Alguns de vocês já têm alguma intimidade com esse conteúdo, outros precisarão
se dedicar um pouco mais, principalmente no estudo relativo aos logaritmos.

58
Estude nosso capítulo, desenvolva as atividades propostas e conte sempre com
nossos recursos complementares como a bibliografia indicada e as atividades
propostas no nosso ambiente virtual de aprendizagem. Lembre-se SÓ VOCÊ e
sua dedicação poderão transformar esse material feito com carinho em
aprendizagem, conhecimento e crescimento profissional.

OBJETIVOS:

• Definir a potenciação e a radiciação.


• Identificar as propriedades da potenciação e da radiciação apresentando
noções de suas demonstrações.
• Definir funções exponenciais.
• Construir gráficos de funções exponenciais.
• Estudar as propriedades da função exponencial.
• Relacionar conceitos de funções exponenciais com conceitos já
estudados, bem como, com questões práticas em diversificados campos
do conhecimento.
• Resolver equações e inequações exponenciais.

Esquema:

4.1. Potenciação: definição e propriedades


4.1.1. Propriedades da potenciação
4.1.2. Radiciação
4.2. Função exponencial: gráficos e características
4.2.1. Construção do gráfico de uma função exponencial
4.2.2. Características da função exponencial
4.2.3. Aplicação da função exponencial
4.3. Equações Exponenciais
4.4. Inequações exponenciais
4.4.1. Base maior que 0 e menor que 1 (0 < a < 1)

59
4.1. Potenciação: definição e propriedades

Saiba mais!!!
Começaremos o estudo das
potenciações lembrando do Os primeiros registros de cálculos
primeiro contato que fizemos com utilizando potências são encontrados em
esse objeto de ensino. Pare um tabelas babilônicas, que remontam a,
pouco e tente se lembrar quando aproximadamente, 1000 a.C. Tais tabelas
foi que você ouviu a pergunta: eram utilizadas para a resolução de
Qual é o quadrado de 5?
problemas específicos e continham, em
Provavelmente deve ter sido na geral, 10 potências sucessivas de um
época do ensino fundamental. mesmo número.
Neste texto, estudaremos as
mesmas operações O vocábulo potência vem de uma palavra
apresentadas no ensino grega que os pitagóricos empregaram para
fundamental, mas com um olhar designar um número elevado ao quadrado.
mais profundo - com o olhar de No século III da era cristã, Diofante de
Professor educador de Alexandria, em sua obra Arithmética,
matemática. Para tanto, faremos
apresentou a utilização de abreviações
algumas abordagens mais
detalhadas e aprofundadas. específicas para potências, bem como a
aplicação de algumas regras de operações
Lembrando algumas e nomes especiais para potências com
propriedades algébricas já vistas expoentes negativos.
por você ao longo de sua vida
escolar, certamente que A generalização do conceito de potência
identidades, como as que deve-se, no entanto, ao bispo francês
aparecem, a seguir, já estão bem Nicole Oresmeque, no século XIV, incluiu
formalizadas. Observe:
em seus trabalhos potências com
expoentes racionais e irracionais, além de
uma sistematização das regras de
operações com potências.

Devem-se a Nicolas Chuquet, no século


No momento, a idéia é estender XV, as primeiras utilizações de potências
tais conceitos, já que essas com expoente zero e a representação de
potências poderiam assumir expressões algébricas que envolviam
quaisquer valores reais. Nessa potências.
tentativa, vejamos a seguinte Finalmente, no século XVII, René
definição de potenciação:
Descartes passou a empregar a notação
de potência na forma hoje utilizada.

60
Se acabamos de dizer que n deve ser um número inteiro qualquer diferente de
zero, como resolver esse problema?

Matematicamente falando, definimos a0 como sendo 1. Mas como chegamos a


esse resultado?

De acordo com a definição e propriedade descritas acima, podemos definir a n-


ésima potência de um número a ≠ 0 qualquer, onde n será um inteiro qualquer.
Vejamos alguns exemplos:

1 1
1) 2-5 = =
2.2.2.2.2 32

1 1 1
2) a-1= -(-1)
= =
a a1 a

61
1 1
3) (1+x 2 )-3 = =
(1+x 2 )-(-3) (1+x 2 )3

Exercícios propostos:

1. Calcule:
a) 33 =
b) (- 2) 2 =
c) (- 2)3 =
3 2
d) ( ) =
4
4 0
e) ( ) =
3

2. Calcule o valor das expressões:

−3
 1
a)  2 +  =
 4
1 2
b) ( c + ) =
2

1 2 1 3
(- ) .( )
c) 3 4
=
1 2 3
[(- ) ]
3

3. Calcule
−2

a) 2
  =
3
−1
b) ( −4 ) =
-3
c) ( -2 ) =
d) ( 3 )
-3
=

62
4.1.1. Propriedades da potenciação

Veremos agora algumas propriedades relacionadas às definições anteriores,


bem como suas demonstrações de forma intuitiva. Em todos os casos,
considere:
• o(s) elemento(s) que estão sendo elevados a uma potência diferentes de
zero;
• todas as potências sendo números inteiros.

Propriedade 1
Essas propriedades
foram demonstradas
para n, m є IN,
utilizando o princípio
Demonstração
da indução
matemática, estudada Dividiremos tal demonstração em três casos.
no livro de números – 1° caso: m ≥ 0 e n ≥ 0
o conjunto dos
números naturais: a
indução matemática e
a definição por
recorrência disponível
2º caso: m ≤ 0 e n ≤ 0
no Livro 1 de
números.

Fique atento!!!

Observe que, neste caso, usamos o fato que –n ≥ 0 e –m ≤ 0.

3° caso: m ≥0 e n ≤ 0

63
De forma análoga, demonstra-se o caso, m ≤ 0 e n ≥ 0.

Saiba mais!!!

Análoga
Comparável, correspondente, semelhante, similar

Exemplos:

Exercícios propostos:

4. Simplifique fazendo o uso das propriedade 1.

a) 2 x .2 2 =

b) a 4 . a 7 =

2 4 7
c) 2 3 .2 5.2 5 =

5. Deduza, completando as lacunas indicadas, a propriedade a seguir


e enuncie a como foi feito na propriedade 1.

Propriedade 2

Demonstração

64
Fixado m, dividiremos tal demonstração em três etapas.
Etapa 1: considere n = 0

Etapa 2: considere n > 0

Etapa 3: considere n < 0

Exemplos:

6. Exercício proposto:

a) (43 )2 =
b) (b x )4 =

65
3 3
c) (3 3 ) 2 =

Propriedade 3

Demonstração

Acompanhe o raciocínio!!!

Dividiremos tal demonstração em três etapas.


Etapa 1: Considere n = m

Etapa 2: Considere n > m

Etapa 3: Considere n < m

Exemplos:

66
Creio que você está seguindo juntinho com o raciocínio proposto, diante desse
fato segue um desafio para consolidar seu aprendizado.

Exercicio proposto

7. Deduza as propriedades, a seguir, usando as três propriedades dadas


anteriormente e as enuncie- as como foi feito na Propriedade 1:

8. Determine o quociente das operações abaixo:

a) x3. y 2 . y 5 .x.x 4 , x por y, em que y є IR*.


y7
b) Sendo a = 27.38.7 e b = 25.36 , a por b, em que b є IR*.

9. Simplifique as expressões:

a)

b)

67
c)

4.1.2. Radiciação

Preste atenção!!!

Lembre-se que denominamos na radiciação:


• n de índice
• b de radicando
• a de raiz

Enquanto na potenciação, já sabemos que:


• a recebe o nome de base
• n de expoente
• b de resultado da potenciação
Quando o índice da raiz (n) é um número ímpar, definimos de forma análoga a
raiz n-ésima também para b < 0.

Ainda, por convenção, temos que quando o índice não vier escrito, está
subentendido que temos uma raiz de índice 2, ou seja, raiz quadrada. Assim

Exercício proposto

10. Por que, na radiciação, no caso do índice ser ímpar, podemos definir raiz
n-ésima de um b qualquer? E no caso do índice par, por que só podemos
calcular raiz n-ésima de b se b ≥ 0?

68
Para chegar nessas respostas, pense da seguinte forma: escolha b = 8 < 0 e
n=3.
A que conclusão você chegou, nesse caso?

Agora, considere b=9 e n=2.

O que concluiu, nesse caso?

Agora, vejamos algumas propriedades envolvendo a raiz nésima.

Considere:
• a e b números reais maiores ou iguais a zero;
• m um inteiro qualquer;
• n e p inteiros maiores ou iguais a 2.

Propriedade 4

Isto significa que podemos multiplicar o índice (n) e o expoente (m) do radicando
por um mesmo número inteiro positivo (p).

Exemplos:

Propriedade 5

Propriedade 6

69
Exemplos:

Propriedade 7

Exemplos:

Propriedade 8
Exemplos:

70
Tenha em mãos!

Formulário – propriedades

Como educador de matemática precisamos saber de onde vêm as fórmulas, suas


demonstrações, mas ao final é imprescindível a memorização e a fixação, monte
sempre um formulário que possa auxiliá-lo nesse processo. Assim, memorize as
propriedades da potenciação indicadas abaixo.

Se m e n são números reais e a e b são números reais positivos, então, pelas


propriedades da potenciação, temos:

• am an= am + n
• am / an= am - n
• (am) n= am.n
• (a b)m = am bm
• (a / b)m = am / bm
• a-m = 1 / am
m

n
am = a n

OBSERVAÇÕES:

• O expoente indica quantas vezes a base irá se repetir por ela mesma.

• Todo número elevado a zero é igual a um (regra).

• O expoente negativo corresponde ao inverso.

• Toda raiz pode ser escrita sobre forma de expoente fracionário.

71
Exercícios propostos:

11. Simplifique as expressões:

a) 5 28 − 3 20 − 2 63 + 2 45 =
b) 8 2 − 5 8 + 13 18 − 15 50 − 9 72 =
c) 6 45 − 12 48 + 6 108 − 10 20 =
3 1 1
d) 90 − 250 − 10 =
2 4 4
e) 4 96 + 4 486 − 2 4 6 + 94 243 =
2 8
f) 53 32 − 3 256 + 3 16 − 23 2 + 3 4 =
5 5
5 5 5
g) 64 − 486 − 2 =
81 375 24
h) 43 + 813 − 103 =
64 729 125

12. Simplifique

a) 4a 2 =
b) 36a 2 b 6 =
4 2 4
c) a b =
9
x2
d) =
100
16a 10
e) =
25
4
f) 100x 2 =
8
g) 121 =

72
h)
5
1024x 5 y 10 =
1
i) 4 =
25
a6
j) 3 =
b3

13. Efetue as operações indicadas:

a) x. x =
b) 3 x + x =
c) a −7 a =
3
x
d) =
x
x3
e) 2
=
x
f) x−3.x−4 =
g) x .x 7 =
h)
3
a ⋅3 a4 =
4
i) a⋅ a =
j) ( a) ⋅a 3 2
=
k) 52 ⋅ b 4 =
Aluno (a) seguiremos em nosso estudo rumo à função exponencial, caso você
ainda tenha dúvida a respeito do pré-requisito que são as operações estudadas,
refaça os seus exercícios e tire suas dúvidas com nossos professores.

73
como sendo a raiz qésima da pésima potência de a, isto é,

Regra prática para fixar a definição acima:

Exemplos:

Observação:
Todas as propriedades apresentadas aqui, para números inteiros, são válidas
para expoentes racionais e, consequentemente, para expoentes reais, visto que
todo número irracional pode, por meio de aproximações, ser considerado para
fins de cálculos, à sua aproximação racional.

Exercícios propostos

14. Escreva na forma de radical:

1
a) 25 =

74
2
b) 43 =
1
c) x4 =
1

d) 8 2 =
5

e) a7 =
1
f) (a b) = 3 4
1
g) (m n) = 2 −
5

3

m 4 =
h)

15. Escreva na forma de potência com expoente fracionário:

a) 7=
4
b) 23 =
5
c) 32 =
6
d) a5 =
3
e) x2 =
1
f) =
3

4.2. Função exponencial: gráficos e características

Antes de definirmos formalmente funções, equações e inequações exponenciais,


vejamos algumas situações-problema:

75
Situação problema 1: (se você conhece alguma história similar a essa, saiba
que não é uma coincidência)

Joãozinho foi visitar seu avô na fazenda e ficou encantado com os animais, a
natureza e as plantações. Seu avô, que era um senhor, muito simpático e que
gostava de conversar muito, numa de suas conversas com Joãozinho lhe disse:
“se plantando tudo cresce, vou lhe dar uma mudinha de feijão de um metro de
tamanho. Cuide muito bem dela que você chegará ao topo do mundo”.
Encantado com as palavras de seu avô, Joãozinho sentou à sombra de uma
árvore com sua mudinha de feijão de um metro e sonhou. Sonhou que sua
mudinha dobrara de tamanho a cada dia. Diariamente ele media e sempre ela
tinha o dobro de tamanho do dia anterior. Como crescia rápido! Ele começou,
então, a subir pela mesma, já que seus galhos estavam fortes e firmes. E
pensou: vou chegar logo ao céu... estou chegando!...

Joãozinho acordou! Não estava no céu e nem mesmo na fazenda debaixo de


uma árvore frondosa. Estava numa aula de matemática e o professor, com
aquela cara séria de sempre, lhe exigia: __Vamos! Explique o que eu estava
falando! Você parece que estava no mundo da lua (no céu). Explique agora
sobre nosso conteúdo: função exponencial. Joãozinho, para se safar dessa,
decidiu matematizar (modelar) sua experiência anterior, pois nós sabemos que
ele já conhece muito da função exponencial. Assim, Joãozinho disse: — Vou dar
um exemplo professor.

Situação-Problema 2:
Pedrinho, o amigo da classe de Joãozinho
Pedrinho estava presente na classe e como era muito criativo e grande amigo de
Joãozinho, procurou ajudar o amigo no diálogo com o professor, dando um outro
exemplo de função exponencial. Vejamos o exemplo dado por Pedrinho:

__Professor, se pegarmos uma folha de papel qualquer e dobrarmos ela ao


meio, depois dobrarmos ao meio novamente, e depois novamente e, assim por

76
diante, também teremos um exemplo envolvendo função exponencial, não é
mesmo?
Veja o esquema desse exemplo:

1
Observe que para cada valor de n correspondeu um número igual a ( ) .
2
Veremos agora, algumas definições, propriedades e particularidades,
envolvendo as funções exponenciais.

Notação:

77
Busque, neste momento, escrever utilizando a notação acima, a lei de formação
das duas situações-problema, apresentadas anteriormente.
A definição de função exponencial apresentada estabelece que os valores de a
devem ser positivos e diferentes de 1. Reflita: Será que realmente precisamos de
tirar tais casos? O que acontecerá, se tentarmos definir uma função exponencial
de base (a) negativa? Ou igual a 1? Vamos verificar.

Exercício proposto

16. Escolha alguns valores para x real. Considerar a base a negativa e/ou
igual a 1 e verifique por que tais relações não seriam funções
exponenciais.

4.2.1. Construção do gráfico de uma função exponencial

Dividiremos tais situações em dois casos:

1° Caso:
Base (a) maior que 1, isto é a > 1, em particular, consideraremos a = 2. Vejamos
alguns pontos que compõem o gráfico da função f(x) = 2x.

Representando tais pontos no plano cartesiano e traçando a curva que passa


por estes pontos, temos o gráfico, a seguir:

78
2° Caso: Base (a) maior que 0 e menor que 1, isto é 0 < a < 1, em particular
1
consideraremos a = .
2

79
Representando tais pontos no plano cartesiano e traçando a curva que passa
por estes pontos temos o gráfico, a seguir:

80
Observe:

No primeiro gráfico, os valores da função estão crescendo à medida que os


valores de x crescem. Funções que possuem esta propriedade são denominadas
de funções crescentes (fato este estudado em roteiros anteriores) No segundo
gráfico, à medida que os valores de x crescem os valores da função ficam cada
vez menores. Funções que possuem esta propriedade são denominadas de
funções decrescentes.
17. Analise os gráficos apresentados anteriormente e responda às perguntas
propostas.

1) Se x = 0, temos que y = f(0). Nessas condições, podemos afirmar que


todo gráfico de função exponencial toca o eixo 0y. Qual é esse ponto?

2) O gráfico tocará o eixo 0x em algum ponto? Nessas condições, é possível


afirmar que toda função exponencial possui raízes reais?

3) A função exponencial tem algum problema de domínio? Qual será o seu


domínio? E seu conjunto imagem?

81
4.2.2. Características da função exponencial

Com relação ao gráfico da função f(x) = ax vimos que:

a) a curva que o representa está toda acima do eixo das abscissas, pois
y=ax>0 para todo x∈ IR;

b) corta o eixo das abscissas no ponto ( 0,1)

c) f(x) = ax é crescente para a>1 e decrescente para 0<a<1.

d) D=ℜ e Im = *+ℜ

Exemplo:

Esboce em um mesmo sistema de eixos os gráficos das funções:


f ( x ) = 2x + 1
g ( x ) = 2x
h( x ) = 2x - 1
Resolução:

82
D=

Im=

Exercício proposto

18. Faça o gráfico das funções exponenciais abaixo, determine o domínio e a


imagem:
a) f(x) = 3x
b) f(x) = -3x
c) y = 2x + 1
d) f(x) = 1 + 2-x

4.2.3. Aplicação da função exponencial

O estudo de função exponencial tem aplicação em pesquisas de diversas áreas,


como por exemplo, na química, administração, física, economia entre outras.

83
Como seria essa aplicação?

Para responder essa questão, veremos um


exemplo de uma pesquisa na área de Saiba mais!
química.
O tempo para que uma
Você já ouviu falar como um pesquisador
determina o tempo de desintegração de um substância tenha sua massa
material orgânico? Ou seja, quanto tempo um original reduzida pela
organismo está sob o solo?
metade é chamado de meia-
vida. Assim, estimando a
massa original de uma
Para isso é determinado uma estimativa substância no organismo
baseada na desintegração radioativa, onde vivo e sabendo a massa no
com o passar do tempo emitem e se
transformam em outras substâncias, material coletado é possível
diminuindo sua massa original. A rapidez da avaliar a quanto tempo o
desintegração radioativa não é mesma para
as substâncias e não depende de fatores organismo está morto.
como a massa original, como a temperatura,
enfim, como qualquer outra condição.

Como neste momento você está no papel de aluno (a), deve estar questionando:
"O que tem haver função exponencial com essa história?"

O fato é que, a meia-vida


de uma substância é uma
função exponencial da
massa em função do
tempo, como mostra o
gráfico ao lado.

84
O processo de identificação da idade de um material orgânico, apresentado na
introdução desse módulo, ilustra o uso da função exponencial. Antes de
estudarmos a definição dessa função vamos ver outros exemplos práticos.

Quando jogamos uma moeda comum, o número de resultados que podemos


obter é igual a dois. Se, ao invés de uma, jogarmos duas moedas, o número de
resultados possíveis é igual a quatro. E se forem 3 moedas? Teremos oito
resultados possíveis. E assim, sucessivamente.

Veja como podemos escrever essa situação:

1 moeda ⇒ 2 resultados possíveis = 21

2 moedas ⇒ 4 resultados possíveis = 22

3 moedas ⇒ 8 resultados possíveis = 23

n-ésima moeda ⇒ 8 resultados possíveis = 2n

Observe que o número de resultados que podemos obter depende do número de


moedas jogadas, ou seja, o número de resultados é obtido em função do número
de moedas.

Observaremos agora, outra situação. Um (a) pesquisador (a) da área biológica


notou, durante um experimento com determinada bactéria, que o número de
bactérias triplicava a cada hora.

Vamos ver o que ocorreu durante o experimento que tinha uma população inicial
de 5 indivíduos:

1ª hora⇒ n° de bactérias = 3.5 = 5.31

2ª hora ⇒ n° de bactérias = 3.(3.5) = 5.32

3ª hora ⇒ n° de bactérias = 3.(32.5) = 5.33

n-ésima hora⇒ n° de bactérias = 3.(3n.5) = 5.3n

Então, o número de bactérias depende do número de horas passadas desde o


início do experimento, isto é, a população é dada em função do tempo.

19. Você conhece alguma aplicação da função exponencial ao cotidiano?


Pesquise em livros, Internet ou converse com pessoas com experiência na área
de Matemática.

85
20. Curva de aprendizagem é um conceito criado por psicólogos que
constataram a relação existente entre a eficiência de um indivíduo e a
quantidade de treinamento ou experiência possuída por esse indivíduo. Um
exemplo de Curva de Aprendizagem é dado pela expressão Q = 700 – 400e- 0,5t,
em que: Q = quantidade de peças produzidas mensalmente por um funcionário; t
= meses de experiência; e = 2,7183

a) De acordo com essa expressão, quantas peças um funcionário com 2 meses


de experiência deverá produzir mensalmente?

b) E um funcionário sem qualquer experiência, quantas peças deverá produzir


mensalmente? Compare com o resultado do item (a). Há coerência entre eles?

4.3. Equações Exponenciais


Uma equação é denominada equação exponencial quando aparecer uma
variável qualquer no expoente.
Exemplos:

Para resolvermos uma equação exponencial, podemos utilizar uma das


estratégias abaixo, conforme o modo como ela se apresenta:

1°) Verificamos a possibilidade de chegar em uma equação onde os termos do


primeiro membro e do segundo membro da equação estejam na mesma base e
assim igualamos suas potências, pois, algebricamente, temos que am = an
implica m = n.

Exemplos:

2°) Utilizamos alguma mudança algébrica (mudamos a variável) para encontrar


uma equação, que normalmente será polinomial. Encontrando as soluções
dessa, verificamos sua veracidade na equação alterada, bem como na equação
inicial, caso seja preciso.

Vejamos, como exemplo, a resolução da equação da letra c, dada nos exemplos


de equações exponenciais, acima:

86
Fazendo, adequadamente, a mudança algébrica, de 7x por t (t= 7x ), obtemos
uma equação do 2° grau. A partir disso, continuamos normalmente o cálculo,
obtendo as raízes7 e1 . Vejamos:

A primeira equação não admite solução real. Resolvendo a segunda equação,


temos:

Assim, a única solução da equação é x = 0.

Observação:
Existem outros tipos de equações exponenciais que não podem ser resolvidas
por nenhum dos dois métodos apresentados acima. Por exemplo, a equação: 2x
= 3 é um exemplo de equação exponencial que utiliza outros recursos para ser
resolvida. Estudaremos tais recursos no próximo capítulo.

Exercícios propostos

18. Resolva as equações exponenciais em IR:

a) 3 x = 81
b) 10 x = 0,01
1
c) 5x =
125
d) 4x = 0,25
e) 9x = 243
x
1
f)   = 4
4
g) 2.35x = 162
x
2 9
h)   =
3 4
1
i) 2− x =
8
j) 42x = 0,5
k) 2x = 8
l) 32x = 3 9
m) 4x = 32

87
3 1
n) 2x =
32

19. Resolva os sistemas de equações exponenciais determinando os valores


para x e y, para possíveis valores reais:

3 x + 3 y = 30 2 x = 8 y +1
a)  x y S={(1;3) ; (3;1)} b)  y , possíveis valores reais
2 . 2 = 16 9 = 3 x −9
de tais que:

4.4. Inequações exponenciais

Fique atento!

Lembre-se de que
inequações são expressões
matemáticas que envolvem
o sinal de maior (>), menor
(<), menor ou igual (≤) ou,
maior ou igual (≥ ).

Exemplos:

Uma das formas existentes para resolvermos uma inequação exponencial é a


seguinte:

1°) Verificamos a possibilidade de chegar em uma inequação onde os termos do


primeiro e do segundo membro estejam na mesma base. Feito isso, estudamos

88
a desigualdade, observando a base envolvida, da seguinte forma Base maior
que 1 (a>1)

Consideramos a inequação dada pelos expoentes, conservando o sinal, visto


que a função exponencial envolvida será crescente. Sendo assim ax1 < ax2
implica que x1 < x2. Tal regra é aplicada da mesma forma independentemente do
sinal da inequação envolvida.
Vejamos um exemplo:

4.4.1. Base maior que 0 e menor que 1 (0 < a < 1)

Consideramos a inequação dada pelos expoentes, invertendo o sinal de


desigualdade, visto que a função exponencial envolvida será decrescente.
Sendo assim, ax1 < ax2 implica que x1 > x2. Tal regra é aplicada da mesma forma
independentemente do sinal da inequação envolvida.
Vejamos um exemplo:

2°) Utilizamos alguma mudança algébrica (mudança de variável) para encontrar


uma nova inequação, que normalmente será polinomial. Encontrando as
soluções desta, verificamos sua veracidade na mudança feita, lembrando-se de
que todos os valores da função exponencial são positivos.

Exemplo:

Fazendo a mudança algébrica de 5x por t (t = 5 x ), teremos:

89
Agora, voltando a mudança algébrica realizada (de t por 5x ), resolvemos as
inequações envolvidas. Vejamos:

Assim, a solução da inequação será:

Resumo

Neste capítulo, estudamos o conceito de funções exponenciais. Em suas


especificidades, as quais apresentam grande importância em diversos campos
do conhecimento. Esta unidade lhe colocou em contato com o estudo da função
exponencial, permitindo-lhe o conhecimento sobre as suas propriedades as
quais serão utilizadas ao longo deste livro e do curso. Você também aprendeu o
estudo dos gráficos e as formas de sua representação. Em seguida, você entrou
em contato com o domínio e a imagem da função exponencial, reviu as
equações e inequações e os métodos para resolvê-las. Você teve a
oportunidade de realizar as leituras dos textos propostos e executar as
atividades. Sempre que achar necessário, consulte outras fontes que o auxiliem
em seu aprendizado, tais como: livros do ensino médio e outros recursos como a
Internet. Vale à pena ressaltar que é impossível fazer este curso sem estudar,
minuciosamente, o material proposto e/ou sugerido nos capítulos.

90
Capítulo V: Introdução ao estudo dos logaritmos

Adriano Dawison de Lima


Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução

Neste capítulo, vamos conversar sobre o assunto logaritmo. Sabemos que, em


geral, essa palavra desperta várias emoções, tais como receio, medo, entre
outros. Isso pode ocorrer, pois, muitas vezes nossos conhecimentos sobre o
logaritmo são superficiais e contém uma visão de que sejam difícieis e não muito
usados no cotidiano, deixando ainda a impressão de que seria assunto de ordem
superior, quase “monstrengos”. Será mesmo isso? Bem, nós, que estamos na
segunda etapa de um curso de Matemática, vamos enfrentar o desafio de lidar
com esses “monstrinhos”, mostrando que os mesmos podem ser muito
interessantes e que estão presentes em várias aplicações. Vamos ao desafio?
Começaremos o nosso estudo de uma maneira diferente. Vamos contar a versão
da vida de John Napier, escrita de forma interessante por Howards Eves e
traduzido por Higyno H. Domigues. Para isto, leia o texto A Alvorada da
Matemática Moderna – Tópicos 9.2 e 9.3 do livro Introdução à História da
Matemática.
Após esta leitura,
gostaríamos de
comentar e conversar
sobre alguns detalhes
da biografia de Napier e
da forma como foi
escrita. Você deve ter
notado, que Eves situa
John Napier numa
época, num
determinado contexto.
Dessa mesma forma
devemos pensar a
Matemática – como um
conhecimento
associado à arte,
construído ao longo do
tempo, num contexto
ligado, pois, à própria
vida.

91
Acreditamos também que a história dos logaritmos também segue esse
caminho. Não como algo que saiu do nada e não serve para nada, mas algo que
tem sua própria história. Ainda sobre o texto, você deve ter observado que Eves
conta a história pessoal de Napier, alguém que, na juventude, era um
revolucionário desajustado, mas que com o tempo desenvolveu recursos
destinados à guerra (embora acreditamos que mais tarde se arrependeu do uso
feito com o seu conhecimento). Seria bom lembrarmos aqui a importância e,
principalmente a responsabilidade que o conhecimento nos dá.
Foi apresentado na curta, porém rica biografia, a beleza de algumas estruturas
matemáticas, construídas por Napier. Parece que não servem para nada
mesmo! Só para admirar! São arte! São brincadeiras! Napier parece que se
permitia divagar, brincar... será por isso que em 2006 continuamos a falar dele?
Veja, foi assim, permitindo-se brincar com os números, que ele aprendeu a
argumentar. E, se aprendeu a pensar, aprendeu a pensar Matemática, Filosofia
e qualquer outra coisa. Nesse sentido, nossa proposta não é só aprender
logaritmo, mas aprender a PENSAR tendo o logaritmo como instrumento. Ainda
mais uma curiosidade comentada no texto são as barras de Napier, também
conhecidas como ossos de Napier. Vamos brincar com elas? Na próxima oficina
vamos exercitar isso. Mas, tente você! Veja se consegue descobrir nas barras
“um antepassado pré-histórico” da calculadora. Ou seja, a intenção de fazer
contas de multiplicar com mais rapidez. Tente! Bem, se não bastasse tudo isso,
vemos ainda que Napier ficou conhecido na Escócia pelos seus projetos,
diagramas e previsões de máquinas de guerra, mas foi reconhecido
internacionalmente – e continuamos hoje, aqui, falando sobre ele – pelo
instrumento matemático que ele sistematizou: os logaritmos. Os logaritmos
permitiam naquele momento, em 1590 – o Brasil estava nascendo – a agilização
da resolução de contas muito grandes, necessárias aos astrônomos e outros
naquele momento, através do uso de suas propriedades operatórias, como
mostra o texto. Se você não se lembra destas propriedades, não se preocupe.
Ao longo deste capítulo você se familiziará com as mesmas. Neste momento,
deixe livre sua cabeça para admirar, ver o novo, repensar, alguns conceitos.
Assim, podemos ver que os recursos da tecnologia, tão importantes na
educação hoje não surgiram de repente, como se numa grande tacada alguém
descobrisse a calculadora ou inventasse o computador. O homem vem, ao longo
do tempo, criando, utilizando e sofisticando recursos que facilitam, por exemplo,
a exaustão das contas. As tábuas de Napier são um exemplo disso. Os
logaritmos, uma ferramenta muito importante nesse sentido, e hoje, a
calculadora científica faz esse papel. Quem se arrisca a saber como serão
efetuadas as contas no ano 2500? Será que nossas calculadoras serão peças
de museus e os habitantes dessa era rirão de um tempo em que as pessoas
apertavam botões para fazer contas?! Não sabemos... podemos sonhar... fazer
ficção, mas com certeza este futuro será construído por mim, por você, por nós,
pelos homens. Bem, achamos que destacamos e é possível perceber a riqueza

92
de vários elementos desses textos. Mas, vamos, neste momento, fixar dois
pontos primordiais:
1) As coisas importantes são construídas ao longo do tempo, com momentos
desajustados – o revolucionário – momentos que parecem de devaneios,
estruturas algébricas momentos de arrependimentos – máquinas de guerra –
momentos de “sacadas geniais” – o logaritmo. Assim, também, são nossas vidas
e nossa construção matemática. Você sabe disso: há momentos que pensa estar
no curso errado, momentos em que se arrepende da escolha feita, momentos
que não sabe o que está fazendo aqui mas espere, persista e você verá seu
crescimento e reconhecimento ao final. Acredite em nós e principalmente em
você.
2) O segundo ponto que gostaríamos de fixar é sobre o nosso tema Logaritmos.
Acreditamos que o valor histórico do logaritmo pode ser reconhecido aqui. Mas,
será que ele é apenas peça de museu? Só para admirar? Ou seria um
instrumento de grande utilidade ainda nos dia de hoje? Vamos dar uma dica e,
principalmente, convidar você para pesquisar sobre a história dos logaritmos,
pois seguramente Napier não foi o único pensador ou o descobridor dos
logaritmos. A história e o conhecimento são sempre construções de muitos, uma
união de forças. Lembre-se disso na sua vida, no seu tempo. Pesquise ainda
sobre as aplicações de logaritmos ao cotidiano. Não se preocupe ainda em
entender todas as aplicações, mas busque saber se ele, o logaritmo, se aplica a
algo de útil nos dias de hoje.

Objetivos:
• Definir logaritmo;
• aplicar as propriedades operatórias dos logaritmos;
• adquirir noções de demonstrações das propriedades operatórias dos
logaritmos ;
• aplicar logaritmos em algumas situações-problema;
• relacionar conceitos de logaritmos com conceitos já estudados e com
questões práticas em diversificados campos do conhecimento;
• conhecer a estrutura dos logaritmos decimais.

Esquema:

5.1. Logaritmo
5.1.1. Propriedade 1
5.1.2. Propriedade 2
5.1.3. Propriedade 3
5.1.4. Propriedade 4
5.1.5. Propriedade 5
5.1.6. Propriedade 6
5.1.7. Propriedade 7
5.1.8. Propriedade 8

93
5.1.9. Propriedade 9
5.2. Cologaritmo
5.3. Logaritmos Decimais
5.3.1. Propriedade 1
5.3.2. Propriedade 2
5.3.3. Propriedade 3

Aluno (a) com certeza você já tem certa facilidade com as operações: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação. Para que você
tenha êxito no estudo dos logaritmos, será imprescindível o entendimento da
operação “exponenciação”, caso não tenha, retorne e refaça os exercícios,
se tiver dúvida entre em contato com os nossos professores. Agora vamos
nos familiarizar com outra operação: a logaritmização. Os logaritmos vêm
facilitar a vida na medida em que vão permitir simplificar cálculos mais
complicados. Você sabe por quê? Por que com eles vamos facilitar o grau de
dificuldade das operações transformando:
Multiplicações em adições;
divisões em subtrações;
potenciação em multiplicação;
radiciação em divisão.

Desafio!

Pesquise, em outras fontes, sobre a História dos Logaritmos e suas aplicações.


Procure por Briggs, Jost Bürgi e também outros. Vamos agora conhecer esse
instrumento matemático, suas definições, propriedades e particularidades.

Preste a atenção!

Começaremos fazendo a seguinte pergunta:

Se temos a equação exponencial 3x = 9, sua solução, conforme visto no capítulo


1, deste livro, será x=2. Mas, e se a equação fosse 3x =10 ? Podemos perceber
que para resolver esta equação é necessário isolar, ou encontrar o valor de x,

94
mas como não podemos escrever o número 10 como potência inteira de 3, não
poderíamos aplicar o método utilizado no primeiro caso. Esta foi a grande
descoberta de Napier e outros estudiosos do tema, e criaram um instrumento
matemático para isolar a variável do expoente: o LOGARITMO!

Isso mesmo, logaritmo é o nome dado ao expoente de uma


expressão como a acima, por exemplo, se 3x = 10 ⇒ x é o
logaritmo de 10 na base 3.

De um modo geral, temos: a x =b ⇒ x é o logaritmo de b, na base a (escreve-se


x= logab ). Usando esta notação, o termo b é chamado de logaritmando, a é a
base e x é o logaritmo. Vale a pena lembrar que vimos que se a é base de uma
função exponencial, a tem que ser diferente de 1 e positivo, fato este detalhado
no capítulo anterior. Já que a base do logaritmo também será a base da
exponencial envolvida, a base do logaritmo também terá que ser diferente de 1 e
maior que zero.

Saia dessa!
Comente a seguinte afirmação feita no parágrafo anterior: “já que a base do
logaritmo também será a base da exponencial envolvida, a base do logaritmo
também terá que ser diferente de 1 e maior que zero”.

5.1. Logaritmo

95
Exemplos:

Vejamos, agora, algumas propriedades operatórias dos logaritmos. Considere,


para todas propriedades, a > 0 e a ≠ 1 .

5.1.1. Propriedade 1

De fato, pois a0 = 1.
Vejamos um exemplo:

5.1.2. Propriedade 2

De fato, pois a1 =a.

Vejamos um exemplo:

96
5.1.3. Propriedade 3

De fato se, log b = c


a

a =b
c

(a ) = b
c k k

a =b
kc k

log b = kc
a
k

log b = k log b
a
k
a

Veja o exemplo:

Calcule o valor de log 3 59049 .

Como 59049 = 310, aplicando diretamente a propriedade teríamos que


log359049= log3 310 = 10log3 3 = 10.1 = 10. Mas, como ficaria a resolução por
construções, como feito nos exemplos anteriores?
Vejamos:
log3 59049 = x →3x = 59049→3x = 310 = x=10 .

5.1.4. Propriedade 4

97
Com relação a esta propriedade, veremos uma interessante aplicação dos
logaritmos. Antes de apresentá-la, gostaríamos de ressaltar que este exemplo
será proposto a fim de mostrar uma aplicabilidade da propriedade anterior
referente às propriedades operatórias dos logaritmos. Daremos uma segunda
forma alternativa para resolução do problema proposto, a seguir, cuja construção
é mais simples, mas não se dá por meio dos Logaritmos, mas sim por meio das
propriedades da potenciação.
Você já percebeu que as propriedades dos logaritmos decorrem diretamente das
propriedades da potenciação? Suponhamos o seguinte problema: sabendo que
o valor da expressão L, a seguir, é um número inteiro, calcule seu valor:

1ª forma
Utilizando Logaritmos: Observado que as bases dos exponenciais envolvidos na
expressão acima é 2, o próximo passo é aplicar o logaritmos na base 2.
Vejamos:

Usando a propriedade 4, temos que

Usando a propriedade 3,

Assim,

98
2ª forma

Utilizando propriedades da potenciação: Como 64 = 26 e 4 = 22 temos

Preste atenção!

Muitas vezes, a propriedade 4 pode


ser confundida como sendo Mas esta propriedade não é verdadeira.
Por exemplo se escolhermos a=10, b=1000 e c=1000, teríamos

log (999 + 1) = log (1000) = log10 103 = 3 e


10 10

log 999 ⋅ log 1 = (log 999) ⋅ 0 = 0 ou seja,


10 10 10

log (999 + 1) ≠ (log 999) ⋅ log 1.


10 10 10

5.1.5. Propriedade 5

Logaritmo de um quociente

b
log b − log c = log
a a a
c

De fato, se

99
Vejamos um exemplo:

Calcule o valor de x, de duas formas diferentes, sabendo que x = log (1024 ) .


32
2

1ª forma:
Como 1024 , temos que
= 32
32

1024 x = log 32 = x = log 2 = 5


x = log ( )= 2 2

32
2

5.log 2 = 5.1 = 5 .
2

2ª forma:

Pela propriedade temos que

temos que 1024 temos que 1024


log = log2 = log2 1024 − log2 32 =
2
32 32

log 2 − log 2 = 10log 2 − 5log 2 =


2
10
2
5
2 2

10.1 − 5.1 = 5

Observação: Da mesma forma que observamos acima que


loga (b + c ) ≠ loga b.loga c , podemos concluir também que
log (b − c ) ≠ log b ÷ log c .
a a a

Exercícios propostos

1. Resolva as seguintes equações:

a) log1010 = x
b) log251 = x

100
c) log3 32 = x
1
d) log 1 =x
3
9
e) log25 3 5 = x
f) log2 128 = x
g) log3 3 81 = x
1
h) log5 =x
125
1
i) log2 =x
512
5
j) ( )
log3 3 9 = x

k) log7
( 5 7 )10 = x
343
l) logx 16 = -2
1
m) logx 2 =
2
n) logx 0, 01 = 0,1

Atividade de ensino 4
Utilizando as mesmas escolhas do contra exemplo apresentado anteriormente
(a=10, b=999 e c=1), justifique a afirmação feita na observação anteriormente
indicada.

Da mesma forma que ocorre no estudo das equações exponenciais estudada no


capítulo I Funções exponenciais, constante neste livro, acontece também com as
equações logarítmicas, ou seja, toda equação que envolve logaritmos é
denominada uma equação logarítmica. Ainda neste livro, estudaremos mais
profundamente, as equações logarítmicas e inequações logarítmicas. Mas,
vejamos agora algumas equações logarítmicas e algumas construções que
auxiliarão na fixação da definição e das propriedades dos logaritmos.

Atividade de ensino 5

5.1. Para que valor de x, temos:

101
5.2 Sabemos que o logaritmando sempre tem que ser positivo (já que pela
definição do logaritmo este termo será resultado de uma exponencial) e a base
do logaritmo sempre positiva e diferente de 1. Considerando essas afirmações
determine os valores de x para que existam os logaritmos a seguir:

5.3 Desenvolva as expressões a seguir, aplicando as propriedades operatórias


dos logaritmos. Em todos os casos considere a,b e c, números reais positivos:

5.4 Encontre a expressão cujo desenvolvimento logarítmico é dado abaixo. Em


todos os casos considere a, b e c, números reais positivos:

102
5.1.6. Propriedade 6

De fato, suponhamos que loga b = m → a m = b. Assim, a loga b = a m = b.


Vejamos um exemplo:
(log 7 ).(log 9 )
Sabendo que 2 3 2
= a − 1. Calcule o valor de a.
Temos que 2 3
(log 7 ).(log 9 ) (log (log 7 )
2
= (2 2 9 ) ) 3
(log 7) (log 7) 2 (log 7)
9 3
= (3 )
2 3
= (3) 3
=
(log 72 )
(3) 3
= 7 = 49
2

Assim, 49 = a − 1 → a = 49 + 1 → a = 50 .

5.1.7. Propriedade 7

De fato, como loga b = loga c (pela definição de logaritmo), temos b=a loga c
e
pela propriedade anterior concluímos que b = c .

Vejamos um exemplo:

Calcule o valor de x, na expressão log7 x 2 = − log7 49

Como − log 7 49 = − log 7 49 = log 7 49 −1 = log 1


49
7

1
Pela propriedade → x = ± 1 = ± 1 . Mas como
teremos 2
x = o
49 49 7
logaritmando é sempre positivo, nosso x será igual a , ou seja, x = 1 .
1
7 7

103
5.1.8. Propriedade 8

De fato, suponhamos que x = logc b, y = logc a e z = loga b. Nestas condições


temos que mostrar que x.
z=
y

Assim, temos: x = logc b → b = c x e y = logc a → a = c y .

Como z = loga b → a z = b → (c y )z = c x → c y z = c x .

x
c → yz = x → z =
x

Vejamos um exemplo:

Considerando que log15 2 = a e log15 3 = b , calcule log3 2 em função de a e b.


Fazendo a mudança da base 3 para a base 15 no logaritmo log3 2 , temos que,
log 2 a .
log 2 = 15
=
log 3 b
3
15

104
Atividade de ensino 7

Curiosidade: Normalmente a calculadora científica possui dentro do conjunto de


teclas de comando somente dois tipos de logaritmos. A saber: log e ln.
Utilizando uma calculadora científica e a propriedade 8, responda, com suas
palavras, como você calcularia log 7 .
3

Atividade de ensino 8

Agora, vamos juntos demonstrar a nona propriedade. Para isto, vamos utilizar as
propriedades que já foram demonstradas.

5.1.9. Propriedade 9

Passo 1: escreva o número 1, como sendo um logaritmo na base b;


Passo 2: usando o passo 1, escreva; 1 , como sendo uma divisão de
log a
b

logaritmos na base b;

Passo 3: utilizando a Propriedade 8 (Mudança de Base), conclua que


1 = 1 .
log b =
log a log a
a
b b

5.2. Cologaritmo

105
Podemos observar que, ao utilizarmos a propriedade 3, na definição de
1
cologaritmo, temos que co log a b = − log a b = log a b −1 = log( ) Isto significa que o
b
cologaritmo de b, na base a, também poderia ser definido como sendo o
1
logaritmo na base a, do inverso multiplicativo de b( ) .
b
Exemplos:

5.3. Logaritmos Decimais

Vamos estudar agora, o logaritmo na base 10, ou seja, os logaritmos decimais.


Esperamos que você, na atividade de pesquisa sobre a História dos Logaritmos,
já tenha a informação que Briggs foi um grande estudioso desse sistema de
logaritmos e já conheceu um pouco mais sobre ele e esperamos também que
você já tenha ouvido falar mais sobre a base decimal no estudo dos logaritmos.

As construções matemáticas que serão apresentadas sobre este conteúdo –


Logaritmos Decimais, já foram muito importantes (como falamos em nossa
introdução sobre o estudo dos logaritmos) e muito utilizadas (num passado bem
próximo dos dias atuais) e o abordaremos aqui, a fim de ampliarmos o estudo
dos logaritmos.

Acreditamos que você já tenha ouvido falar da tábua de logaritmos. Embora


poucos saibam manipulá-la, ela foi usada por muitos anos tal como nossa antiga
amiga, tabuada. No momento, nossa intenção é divulgá-la novamente e estudar
suas propriedades. Tal estudo será por meio de definições e propriedades e, por
fim, como aplicação, faremos alguns cálculos, utilizando-a.

Sabemos que na matemática é muito utilizado o valor aproximado de um


determinado número, estamos aproximando sempre, por exemplo:

• O valor de π é aproximadamente 3,1416;

106
• O valor de e é aproximadamente 2,72;
• O valor de 1 é aproximadamente 0,33.
3
Enfim, quando não sabemos o valor exato de um número, é bom que saibamos
um valor aproximado deste. Assim, dado um número real positivo x, será que
conseguimos encontrar um valor aproximado para log x ?

Vamos procurar responder tal questão usando alguns resultados de números.


Observe a construção, a seguir:

O desenho nos mostra que para todo número x > 0 existe potências de 10, com
expoentes inteiros consecutivos tal que este número esteja entre tais potências.
Por exemplo:

Assim, dado x > 0, existe um número inteiro c, tal que 10 ≤ x < 10 c +1


.
c

Veja, como podemos usar este resultado para calcular alguns logaritmos
decimais. De acordo com o que já estudamos neste capítulo, temos:

1- loga 1 em qualquer base “a” é sempre zero, em particular log1 = 0 .


2- loga a em qualquer base “a” é sempre 1, em particular log10 = 1 .
3- Pela definição de logaritmo aplicado no logaritmo decimal, em particular no
logaritmando sendo uma potência de 10, temos que este expoente será o
próprio logaritmo, veja:

107
O desenho anterior, também nos mostra esta construção. Compare as linhas
que aparecem no desenho.

4 - Pensando juntos:

Dado x = 3 , como 1 < 3 < 10→0 < log3 < 1 (Veja o desenho acima). Assim log3
= 0,... onde as reticências significa um número decimal positivo.

Vejamos outro exemplo:

Dado x = 52 , como 10 < 52 < 100→1< log52 < 2 (Veja o desenho acima). Assim
log52 = 1,... , onde as reticências significa um número decimal positivo. Se x for
um número decimal a construção também é a mesma, veja:
Dado x = 0,5 , como 10- 1 < 0,5 < 100 →-1< log0,5 < 0 (Veja o desenho acima).
Assim log0,5 = - 0,... , onde as reticências significa um número decimal positivo.
De uma forma geral, temos: log10 c ≤ log x < log10c +1 →

c.log10 ≤ log x < (c + 1).log10 → log x < c + 1

Assim log x =c + m , onde c ∈ e 0 ≤ m < 1 (isto é, m é um número decimal


positivo).

Este número inteiro c recebe o nome de característica do logx e m recebe o


nome de mantissa do log x.
Vejamos agora algumas propriedades relacionadas à característica (c) e a
mantissa (m), de um logaritmo decimal. Introduziremos algumas dessas
propriedades de forma intuitiva, por meio da seguinte atividade:

Atividade de ensino 9

Se você tem oportunidade de utilizar uma calculadora científica e com uma


aproximação de 4 casas decimais, calcule o logaritmo do número x apresentado
e, ao lado, escreva sua característica e sua mantissa. Procure relacionar o
número de algarismos de sua parte inteira com sua característica (c), como no
exemplo. Se você não tem a calculadora, use o conhecimento anterior e
complete o quadro, a seguir, apenas com a característica. Mais adiante,

108
apresentaremos resultados suficientes para que você complete a coluna de
mantissa sem o uso da calculadora.

É provável que você tenha chegado aos resultados esperados. De qualquer


forma, nos acompanhe nas observações e propriedades, a seguir:
1. a característica encontrada é sempre igual ao número de algarismos da parte
inteira menos 1;
2. a mantissa dos logaritmos decimais de dois números não se altera se a
diferença dos números for apenas a posição da vírgula (essa conclusão está
vinculada à utilização da calculadora para realizar os cálculos).
Sendo assim, apresentaremos estas propriedades:

5.3.1. Propriedade 1

De fato, como

x > 1 → x = a 10 + a 10 + ... + a 10 + a 10 + a 10 + a 10 ,
n
n
n −1
n −1
3
3
2
2
1
1
0
0

109
Onde 0 ≤ ai ≤ 9 , com 0 ≤ i ≤ n . Sendo assim 10n ≤ x ≤ 10n+1.

Aplicando o logaritmo decimal na desigualdade acima, temos:

log10 ≤ log x < log10 → n ≤ log x < n + 1 → log x = n + m ,


n n +1
com
0 ≤ m < 1. Ou seja, a característica de log x será c = n . Observando que x terá
n+1 algarismos (começa, a partir de “a0”), está provada a propriedade.

5.3.2. Propriedade 2

De fato, considere os números x e y = 10l x, onde l é um número inteiro


qualquer. Nesta condição os números x e y diferem apenas pela posição da
vírgula.
Considere que log x =c + m . Mostremos que log y =d + m, ou seja, que os
logaritmos decimais de x e y possuem a mesma mantissa m.
Vejamos:
Como y = 10l x →log y = log10l x= log10l + log x = l+c+m.
Como l+c é um número inteiro temos que m é a mantissa de log y,
ou seja, a mantissa não se altera.
Vejamos agora o que acontece com a característica e a mantissa do logaritmo
decimal de um número x compreendido entre 0 e 1, ou seja, 0 < x < 1 .

Atividade de ensino 10

Novamente utilizando uma calculadora científica, com uma aproximação de 4


casas decimais, calcule o logaritmo do número x apresentado e, ao lado,
escreva sua característica, sua mantissa e procure relacionar o número de
algarismos de sua parte inteira com sua característica(c), como no exemplo. Se
você não tem a calculadora, use o conhecimento anterior e complete o quadro a
seguir, apenas com a característica (para completar a coluna de mantissa,
espere um pouco, pois apresentaremos resultados suficientes para que você
faça isso sem o uso da calculadora):

110
Você deve ter percebido os seguintes resultados:

1º. A característica encontrada é sempre igual ao oposto do número de zeros


que precede o primeiro algarismo não nulo;
2º. A mantissa dos logaritmos decimais de dois números não se altera se a
diferença dos números for apenas a posição da vírgula (esta conclusão está
vinculada ao uso da calculadora).

5.3.3. Propriedade 3

Uma demonstração para esta propriedade pode ser encontrada no nosso livro
texto, no capítulo VII, tópico III, Regras da característica.

Observação: A propriedade 3 acima apresentada e demonstrada, com relação a


mantissa, também é válida no caso 0 < x < 1, já que em nenhum momento da
demonstração da Propriedade 2, usamos o fato de que x não poderia estar entre
0 e 1. Volte na demonstração da propriedade e verifique isso!

Agora vamos aprender como funciona a tábua de logaritmos. Primeiramente


você deverá ir ao nosso livro texto e localizá-la no capítulo VII, tópico IV, titulado

111
de Mantissa. Localizada a tábua de logaritmos, você deve ter percebido que esta
tem uma numeração de 10 a 99 em sua primeira coluna e uma numeração de 0
a 9 em sua segunda linha. Assim, para encontrarmos uma boa aproximação da
mantissa de um determinado logaritmo decimal, basta localizar a linha com a
coluna, cuja representação será o número a ser estudado. Por exemplo,
suponhamos que queiramos encontrar uma aproximação da mantissa do
logaritmo decimal de 702. Assim, basta procurá-lo na linha que possui o número
70 e na coluna que possui o número 2, formando assim o número 702. Neste
caso propriamente dito, temos mantissa igual a 0, 8463, lembrando que o 0 deve
ser acrescentado antes da vírgula, já que a mantissa é um número maior ou
igual a zero e menor que 1. Encontrando a mantissa e usando a propriedade 1
anterior, podemos concluir que o valor aproximado do logaritmo decimal de 702,
será 2,8463, ou seja, log702≅ 2 + 0,8463 = 2,8463 .
E se estivéssemos procurando a mantissa de log (0,00312) ?
Lembrando que a mantissa desse número não altera se o multiplicarmos por
potências de 10, encontraríamos a mantissa de log (0,00312.105 )=log 312 .
Assim, obteríamos a mantissa do número propriamente dito. Veja:

Linha ocupada pelo número 31 interseção com a coluna ocupada pelo número 2,
temos o número 4942, logo a mantissa procurada é 0,4942. Usando a
Propriedade 3, já que o número a ser calculado o logaritmo decimal está entre 0
e 1 temos que sua característica será 3. Assim, concluímos que o valor do
logaritmo decimal de 0,00312 é de aproximadamente - 3 + 0,4942, ou seja,
log(0,00312) ≅ - 3 + 0,4942 = - 2,5058 .

Neste momento, poderíamos responder qual seria o logaritmo de qualquer


número x positivo, cuja representação decimal tivesse no máximo 3 algarismos
seqüenciais diferentes de 0. Este fato pode ser percebido na tentativa, por
exemplo, de calcular o logaritmo decimal do número 0, 003123.

Tais construções feitas anteriores não funciona para números que possuem
quatro ou mais algarismos diferentes de 0. A idéia utilizada para calcular
logaritmos deste tipo, é conseguir uma boa aproximação do logaritmo decimal
desses números pelo método de Interpolação Linear. Para aprofundar seus
conhecimentos com relação a este assunto, leia em nosso livro texto, Capítulo
VII Logaritmos Decimais, tópico V – Exemplos de aplicações da tábua de
logaritmos.

Resumo

Alunos (as) para chegarmos até aqui, nós estudamos juntos os logaritmos e
suas propriedades, visto que é importante para entender vários aspectos da vida

112
real, por isso, exploramos os conceitos, fazendo com que você interagisse na
construção dos mesmos.
A busca aqui realizada é sob a ótica da licenciatura em matemática, sendo que
as atividades elaboradas e trabalhadas neste capítulo foram com o propósito de
possibilitar a construção passo a passo de seus conhecimentos, vimos as
propriedades dos logaritmos, logaritmos decimais e cologaritmos, continuando a
nossa jornada, passaremos para o próximo capítulo, esperamos que sua meta
tenha sido atingida. Você conseguiu? Se não, reveja esses conteúdos que serão
necessários para o nosso estudo seguinte.

113
Capítulo VI: Função logarítmica, equação e inequação logarítmica
Adriano Dawison de Lima
Júlio Cesar Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução

Neste capítulo continuaremos conversando, estudando e conhecendo um pouco


mais os nossos, hoje, “ex-monstrinhos”: os logaritmos. A busca pelo
conhecimento é se não o melhor, um dos bons caminhos para transformar
nossos “fantasmas” e diminuir nossos medos.
Para reiniciarmos, retomemos alguns conceitos, já trabalhados neste livro.
Vamos comentar e relembrar aqui, de forma superficial, tais conceitos. Caso
você não se recorde ou queira fazer mais uma vez um estudo detalhado sobre o
que vamos citar, volte aos nossos exercícios e releia-os. Ressaltamos que é
importante retornamos, reforçamos, fixamos, revemos, até que os conceitos
estejam bem internalizados. Este é o processo que chamamos de “aprender a
aprender”. Vamos continuar nossa aventura pelo caminho do conhecimento,
seguindo alguns passos. Vimos no capítulo I, o conceito de função exponencial.
No começo do século XVII a economia, a astronomia e a navegação atingiram
um estágio que exigia cálculos cada vez mais complexos, o escocês John
Napier, após aproximadamente vinte anos de estudo inventou as bases de um
método que tornaria possível o cálculo dessas operações complexas, utilizando
operações mais simples a esse método que Napier denominou logaritmo,
embora computadores e calculadoras tornassem obsoletos os cálculos
numéricos através de logaritmos seu estudo ainda é importante por estar
relacionado à leis matemáticas que descrevem diversos fenômenos, sendo que
estes fenômenos podem ser explicados por meio de funções logarítmicas e
também explorando o cálculo de equações e inequações logaritmicas. Diante
desse contexto, daremos continuidade ao nosso trabalho já iniciado no primeiro
capítulo deste livro, onde estudamos as funções exponenciais, posteriormente
vimos o estudo dos logaritmos e agora daremos seqüência com o estudo de
funções logarítmicas no sentido de arranjar, estratégias motivadoras e
facilitadoras para a resolução de problemas concretos, pela utilização de uma
ferramenta imprescindível, a Matemática.

Esquema:

6.1. Definição de função logarítmica

6.2. Representação gráfica

6.3. Características da função logarítmica

114
6.4. Equações logarítmicas

6.5. Inequações Logarítmicas

6.6. Aplicando logaritmos

Objetivos:

Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de:


• definir a função logarítmica;
• construir o gráfico e determinar as características das funções logarítmicas;
• resolver equações e inequações exponenciais, utilizando como ferramenta os
logaritmos e propriedades relacionadas à função logarítmica;
• ampliar conceitos já vistos e/ou formalizados anteriormente, referentes à
função logarítmica e à sua função inversa;
• relembrar propriedades gráficas entre funções inversas, mas aplicadas à teoria
das funções exponenciais e logarítmicas;
• resolver equações e inequações logarítmicas;
• verificar e executar algumas aplicações de funções logarítmicas.

Atividade de Ensino 1

Vamos recordar o que você estudou sobre Função Exponencial , escreva o


conceito de Função Exponencial.

Vimos no capítulo II, deste livro, o conceito de logaritmo. Você já deve ter
compreendido o que é logaritmo. Se tiver alguma dúvida na linguagem
matemática utilizada, retome ao item anterior.

Atividade de Ensino 2

Escreva o conceito de logaritmo.

Aluno (a) para chegarmos até aqui nós estudamos juntos, as qualidades das
funções, a saber: injetividade, sobrejetividade e bijetividade; o conceito de
função inversa; a condição para que uma função admita inversa; as
características gráficas de uma função e sua inversa; o que ocorre com seu
domínio e seu conjunto imagem; o processo prático para encontrar a lei de
formação da função inversa. Você se recorda? Se não, reveja esses conteúdos
nos livros I e II referentes a função.

Atividade de Ensino 3

115
Encontre a função inversa da função f ( x ) = 2 x + 3 . Construa num mesmo plano,
os gráficos de f (x ) e f-1 (x ) . Determine o domínio e a imagem de cada uma
delas.

Agora aluno (a) preste a atenção na seguinte pergunta: O que ocorrerá com o
exemplo dado na atividade anterior se restringirmos o domínio da função f (x) ao
conjunto A = {x є  / - 2 ≤ x < 3 } ?
Ou seja, se a função considerada for
f :A →
x  2x + 3

Faça a atividade a seguir e descubra.

Atividade de Ensino 4

Construa o gráfico das funções f (x) e f-1 (x) determinando neste caso, como
ficaria o domínio e a imagem de cada uma delas.
Nesta introdução, recordamos alguns conteúdos já vistos anteriormente. Faça
isto sempre que tiver tempo (talvez se dependêssemos apenas de tempo, nunca
voltaríamos aos cadernos anteriores), mas faça também sempre que tiver
dúvidas, errar um exercício ou quando sentir que não saiu bem em uma
avaliação ou ainda quando sentir necessidade de reforço.

Esse é o caminho da CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM (inclusive quando


fizer esse processo, lembre-se, você está construindo seu TCA trabalho de
construção de aprendizagem). Envie-o ao preceptor e você estará estudando e
mostrando suas aprendizagens e formas de vencer suas dificuldades, portanto,
se auto-avaliando. Lembre-se de que o TCA também tem um valor de avaliação.
Neste momento, vamos retomar nosso tema atual: Função Logarítmica! Depois
de ler, estudar e rever os conceitos necessários aos nossos estudos, você se
arriscaria a construir o conceito, o gráfico e as características da função
logarítmica?

Que tal fazermos isso juntos, na próxima atividade? Para isso seguiremos mais
alguns passos:

Atividade de Ensino 5

Passo 1: Verifique as qualidades da função exponencial quanto a injetividade,


sobrejetividade e bijetividade. Pense na definição do domínio, no contradomínio,
no conjunto imagem e no seu gráfico. Diante disso, responda: A função

116
exponencial y = f (x) = ax admite inversa? Sim ou não, e por quê? Escreva suas
conclusões.

Passo 2: Caso a função exponencial não admita inversa, seria possível alterar
seu domínio e/ou contradomínio para que ela passe a possuir uma inversa?
Escreva as condições.

Passo 3: Agora, sabemos que se a função exponencial y = f (x) = ax , com a >0


e a ≠1 (condições da definição de função exponencial) definida de IR→IR*+
admite inversa. Então se você usar o artifício aplicado na resolução da atividade
3, como seria a lei de formação da função inversa da exponencial, ou seja, como
seria f-1 (x ) ? Escreva aqui suas conclusões.

Passo 4: Faça, usando as propriedades gráficas de uma função f (x ) e sua


inversa f-1(x), os gráficos das funções f (x) = ax e f- 1 (x) = loga x , lembre-se de
separar em dois casos as construções:

1º CASO : 0 <a < 1 (base menor que 1) e 2° CASO: a > 1 (base maior que 1)

Passo 5: Utilizando as conclusões anteriores, obtidas nos passos de 1 a 4,


escreva qual será o domínio e o conjunto imagem das funções exponenciais e
logarítmicas.

Passo 6: Se na função exponencial y = ax , fazendo x = 0, temos y = _____ ,


podemos concluir que a função exponencial sempre passa pelo ponto (0,1) .
Como esta propriedade ficaria no caso da função inversa f-1(x) = loga x ?

Passo 7: Considerando a conclusão obtida no passo anterior, o que você pode


dizer sobre o ponto de interseção do gráfico de uma função, logarítmica e o eixo
das abscissas?

Ao realizar todas estas atividades você já deve estar mais familiarizado com a
função logarítmica, com seu domínio, seu conjunto imagem e com suas
propriedades gráficas, assim podemos defini-la formalmente do seguinte modo:

6.1. Definição de função logarítmica

Definição: Uma função da forma

f : *+ → 
x  f ( x ) = log a x

117
Onde a > 0 e a ≠ 1, é denominada função logarítmica na base a . Você deve ter
observado, ao realizar as atividades acima, que a função logarítmica na base a é
a função inversa da Função Exponencial na base a.

6.2. Representação gráfica

Assim suas representações gráficas serão da seguinte forma:

1° Caso: Se 0 <a <1

2° caso: Se a > 1

118
6.3. Características da função logarítmica

Muito Importante!!!

– Domínio: D = lR
– Contradomínio: lR
– Conjunto Imagem: lR
– Monotonicidade – A função logarítmica é crescente quando a base do
logaritmo é um número real maior que 1 e decrescente quando a base do
logaritmo apresenta um valor real entre 0 e 1.

Atividade de Ensino 6

Vamos continuar praticando. Construa o gráfico das funções logarítmicas a


seguir e encontre seu domínio e seu conjunto imagem:

a) f ( x ) = log 3 x

119
b) g ( x ) = log 1 x
7
c) h ( x ) = log x
d) i ( x ) = log 2 ( x +1)

Estudamos até aqui a construção dos gráficos e as características de uma


função logarítmica, passemos agora para o estudo das equações e
posteriormente as inequações envolvendo os logaritmos, tais equações e
inequações são denominadas respectivamente de equações logarítmicas e
inequações logarítmicas. Mantendo a estratégia de construção de
aprendizagens iniciaremos tais estudos com uma pergunta:

6.4. Equações logarítmicas

Dada a equação log -5x 2 x 2 = 1 , qual ou quais são os valores de x, que


transforma a equação numa identidade?

Aluno (a) sei que você está acompanhando o raciocínio, agora para
consolidarmos nosso entendimento vamos fazer juntos esta atividade.

Atividade de Ensino 7
Siga novamente os passos:

Passo 1: Como - 5x é a base do logaritmo log -5x 2 x 2 = 1 e lembrando que a


base do logaritmo é sempre positiva e diferente de 1, temos que____________.

Passo 2: Como 2x2 é o logaritmando do logaritmo acima e lembrando que o


logaritmando é sempre positivo, temos que____________________________.

Passo 3: Usando a definição de logaritmo, já que log -5x 2 x 2 = 1 temos que


(-5x)1 =_________________________________________________________.

Passo 4: Assim, temos a seguinte equação do 2° grau___________________.

Passo 5: Calculando as soluções da equação do 2° grau do passo 4 e voltando


nas condições obtidas nos passos 1 e 2, podemos concluir que a única solução
da equação logarítmica será:________________________________________.

120
Normalmente as equações logarítmicas mais simples são solucionadas seguindo
etapas parecidas com os passos anteriores, exceto quando tais equações
necessitam previamente de aplicações de algumas propriedades, de logaritmos
ou não, para chegarmos em expressões parecidas com a da atividade anterior.

Esperamos que você tenha entendido e executado as atividades propostas.


Caso ainda esteja com dúvidas, sugerimos que volte nas atividades iniciais deste
capítulo e busque compreendê-las de uma forma mais simples, sem se
preocupar exclusivamente com as notações apresentadas, pois estas devem ser
compreendidas para serem dominadas.

Pensando nisso, sempre que possível, buscaremos apresentá-las e construí-las


junto com você, afinal, nós professores, preceptores e você aluno (a), somos
uma equipe que está e continuará dando certo.
Vejamos agora, outros tipos de equações logarítmicas, apresentaremos alguns
exemplos, bem como sua resolução, e depois proporemos uma atividade
referente ao tipo de equação exemplificado. Vale a pena lembrarmos neste
momento da seguinte propriedade:
log a b = log a c ⇒ b = c

Propriedade esta enunciada em nosso capítulo de introdução aos logaritmos e


que será de muita utilidade nas resoluções de equações logarítmicas.

EXEMPLO 1
Resolva a equação logarítmica log5 ( x 2 -10 x + 24) = log5 3 Usando a
propriedade, citada anteriormente, temos ( x 2 -10 x + 24) = 3 já que se trata de
uma expressão semelhante à apresentada na propriedade. Como
( x 2 -10 x + 24) = 3 temos que ( x 2 -10 x + 21) = 0 Usando o método de Báskara
para determinar as soluções desta equação do 2° grau, temos que x = 3 e x = 7.

EXEMPLO 2
Resolva a equação log 2 ( x - 3) + log 2 ( x + 3) = 4 . Usando a propriedade da soma
de dois logaritmos de mesma base, temos que:
log 2 [( x - 3)( x + 3)] = 4 ⇒ log 2 ( x 2 - 32 ) = 4 ⇒ log 2 ( x 2 - 9) = 4
Por outro lado, temos que log 2 16 = 4 , sendo assim:
log 2 ( x 2 - 9) = log 2 16 ⇒ x 2 - 9 = 16 ⇒ x 2 = 25 ⇒ x = ±5
Pronto! Encontramos a solução da equação. Não! Lembre-se que ao definirmos
log a b , temos que ter necessariamente b > 0 , a > 0 e a ≠ 1

121
Observe que se substituirmos os valores encontrados na equação inicial, tem-se
um problema de domínio na função logaritmo

Lembre-se que ao definirmos log a b , temos


que ter necessariamente b > 0 , a > 0 e a ≠ 1.

Veja, se x = - 5 , temos x - 3 = -5 - 3 = - 8 e x + 3 = -5 + 3 = - 2 , o que não


poderia acontecer por se tratar de logaritmandos. Se, x = 5 , temos x - 3 = 5 - 3 =
2 e x + 3 = 5 + 3 = 8 , o que não nos traria nenhum problema de domínio. Sendo
assim, a única solução da equação será x=5.

EXEMPLO 3

Resolva a equação logarítmica log32 x + log3 x = 2 .


Primeiramente, vamos passar o termo 2 para a esquerda da igualdade.

log32 x + log3 x - 2 = 0

Agora, façamos uma mudança de variável, chamemos log3 x de y, ou seja,


log3 x = y . Dessa forma a equação se tornará uma equação do 2° grau, a
saber, y 2 + y - 2 = 0 . Usando, a Fórmula de Báskara, temos como solução
y I = 1 e y II = -2
Voltando a substituição feita, temos que:
log3 x = 1 → x = 31 → x = 3
E
1 1
log3 x = -2 → x = 3-2 → x = 2 → x =
3 9

6.5. Inequações Logarítmicas

Vamos trabalhar as inequações logarítmicas. Esperamos que você já se sinta


seguro na resolução das equações logarítmicas. Caso ainda não sinta essa
segurança, volte e faça uma revisão dos exemplos e das atividades propostas,
até o momento. Pois bem, você já deve ter percebido que toda expressão
matemática envolvendo incógnitas e desigualdades recebe o nome de

122
inequação. Sendo assim, estudaremos agora expressões que envolvem
desigualdades juntamente com logaritmos, ou seja, inequações logarítmicas.
Como acontecia com as inequações exponenciais, aqui também temos que nos
atentar para a base dos logaritmos que porventura aparecerão.

QUANDO A BASE É MAIOR QUE 1 A FUNÇÃO É CRESCENTE


O que equivale aqui a manter a desigualdade

QUANDO A BASE ESTIVER ENTRE “0 E 1” A FUNÇÃO É DECRESCENTE


O que equivale aqui a inversão da desigualdade

Vejamos duas situações de inequações logarítmicas onde precisamos de nos


atentar para a observação feita anteriormente (sobre suas bases):

Situação 1

Calcule a solução da inequação log 2 (x 2 −1) ≤ 3

Para que o logaritmo exista, x 2 −1 deverá ser maior que 0, visto que, esta
expressão é o logaritmando de um logaritmo. As soluções obtidas deverão ser
menores que 1 ou maiores que 1, ou seja, x<1 ou x>1. Isto decorre do estudo de
sinal da inequação do 2° grau x 2 −1> 0 .
Por outro lado, a resolução da inequação será da seguinte forma:
⇒ log 2 ( x 2 −1) ≤ log 2 23 ⇒ x 2 −1 ≤ 23 ⇒ x 2 −1 ≤ 8 . Sendo que a primeira
implicação é verdadeira, pois 3 = log 2 23 . Observe que mantemos a
desigualdade dada, pois a base é igual a 2, isto é, maior que 1.

Juntando as duas inequações obtidas, a nossa resolução, se resume


basicamente na resolução do seguinte sistema de inequações, a saber:

123
Assim,

x 2 −1 ≤ 23 ⇒ x 2 ≤ 8 +1 ⇒ x 2 ≤ 9 ⇒ −3 ≤ x ≤ 3

Voltando à condição inicial de existência do logaritmo, já que temos que


determinar a solução do sistema de inequações anterior, precisamos fazer a
interseção dos conjuntos dos x , tais que, x < - 1 ou x > 1 , com o conjunto dos x,
tais que, −3 ≤ x ≤ 3 . Veja um método prático para efetuarmos tal interseção.

Fazendo essa construção, cuja terceira linha equivale a interseção dos


conjuntos, temos como solução da inequação o conjunto
S = {x є  / −3 ≤ x < -1} ou S = {x є  / 1 < x ≤ 3} . Agora, e se tivéssemos a
inequação log 1 ( x 2 -1) ≤ 3
2

Situação 2
Encontre o conjunto solução da inequação logarítmica

log 1 ( x 2 -1) ≤ 3
2

Como x 2 -1 continua sendo o logaritmando do logaritmo, ainda temos que ter

124
x < - 1 ou x > 1 . Por outro lado, desenvolvendo a inequação temos:
1
log 1 ( x 2 -1) ≤ 3 ⇒ log 1 ( x 2 -1) ≤ log 1 ( 1 2)3 ⇒ x 2 −1 ≥( )3 . Observe que,
2 2 2 2
neste caso, tivemos que inverter a desigualdade, pois a base é igual a 1 2 e
portanto menor que 1. Assim, o sistema de inequações que será relacionado
com a nossa inequação logarítmica, será:

Assim, teremos a seguinte resolução:

x 2 -1 ≥ ( 1 2)3 ⇒ x 2 ≥ 18 +1 ⇒ x 2 ≥ 9 8 ⇒ x ≥ 3 ou x ≤ -3 . Como
2 2 2 2
-3 < -1 e como 3 > 1 todo x ≥ 3 será necessariamente maior
2 2 2 2 2 2
que 1, e todo x ≤ -3 será necessariamente menor que 1, portanto a
2 2
interseção dos conjuntos neste caso será:
x≥ 3 ou x ≤ -3 . Assim, o conjunto solução da inequação será o
2 2 2 2
conjunto S = {x є  / x ≤ -3 ou x ≥ 3 }
2 2 2 2

ATENÇÃO!

Você pode!
Caso você sinta necessidade de fazer a interseção usando o método anterior,
faça para comprovar o conjunto solução.
Acreditamos em seu potencial, sabemos que algumas construções feitas aqui
são novas para você ou até mesmo são construções já vistas em sua caminhada
estudantil. Mas como tem um certo tempo que utilizou tais construções,
sugerimos que refaça os exemplos. Se preciso for, consulte outros materiais que
tratam deste assunto, principalmente a parte que envolve o estudo das
inequações do 2° grau junto ao estudo dos logaritmandos e das bases.
Sugerimos, também, para fixação destes conceitos que você faça a atividade a
seguir.
Agora que você está mais integrado com o tema proposto, vamos conversar um
pouco sobre as equações e inequações logarítmicas que precisam das fórmulas

125
da soma de logaritmos, da diferença de logaritmos e mudança de base,
estudadas no item anterior. Vejamos alguns exemplos. Ainda seguindo alguns
passos, gostaríamos de que você estivesse construindo tais exemplos, os quais
propomos por meio de atividades.

Atividade de Ensino 8
Resolva a seguinte equação logarítmica, fazendo o que se pede em cada etapa:
log( x +1) + 2 = log(4 x 2 - 900)

Passo 1: Como os logaritmandos de ambos os logaritmos devem ser positivos,


temos que:
x +1 > 0 implicando_______________________________________________e
(4 x 2 - 900) implicando_____________________________________________.

Passo 2: Passando todos os termos da equação para a direita, temos que:


0 = _______________________ ou seja, _______________________ = 0

Passo 3: Escrevendo o número 2 como sendo o logaritmo de 100 na base 10,


temos: _________________________________________________________.

Passo 4: Usando a propriedade da diferença entre dois logaritmos de mesma


base, vista no capítulo anterior, temos que

log - log100 = 0
( x +1)
Passo 5: Aplicando a mesma propriedade usada no passo 4, temos:

Passo 6: Usando a definição do logaritmo, temos que

4 x 2 - 900
= ___________________________________.
100( x +1)

Passo 7: Temos: 4 x 2 - 900 = 100( x +1) , implicando _________________= 0

Passo 8: Resolvendo a equação do 2° grau, temos como solução x ' = ___ e

126
x '' = ___.

Passo 9: Excluindo o(s) caso(s) que não satisfaz(em) a condição obtida no


passo 1, temos que a solução da equação logarítmica será o conjunto S = {__}.

Atividade de Ensino 9

Analise cada passagem utilizada na resolução da inequação logarítmica abaixo:


log 4 (2 x 2 + x +1)− log 2 (2 x -1) ≤ 1

6.6. Aplicando logaritmos


Veremos, a seguir, algumas situações em que podemos aplicar os logaritmos.

Aplicação 1

Resolução de equações exponenciais especiais

Equações exponenciais especiais


São aquelas que não conseguimos colocar todos os elementos da equação
numa base racional comum. É o caso das equações
2x = 3, 7x = 10, entre outras.

Atividade de Ensino 10

Calcule a solução para a equação exponencial 2x = 3

Siga os passos:
Passo 1: Sabemos que a função inversa da função exponencial
f (x) = 2x é f-1 (x) =________________________________________________

Passo 2: Calculando f-1(2x ) , temos que_______________________________

Passo 3: Como 2x = 3 , temos que f-1 (2x ) = f-1 (3) ou seja,_________________

Em outras palavras, temos a seguinte construção:

2x = 3 ⇒ log2 (2x ) = log2 3 ⇒ x = log2 3

Aplicação 2

127
Determine qual o tempo necessário para que um capital empregado à taxa de
3% ao mês, com juros capitalizados mensalmente, triplique de valor.

Caso você não se lembra de que, no início do capítulo I, de Estudo de Função


exponencial, falamos que o valor de um capital C (empregado a taxa i de juros
compostos), após t períodos, é dado pela fórmula

C = C0 (1+ i)t

onde C0 é o valor inicial. Sendo assim, temos que


3C0 = C 0 (1+ 0, 03)t
já que queremos triplicar o valor inicial. Portanto, resolvendo a equação
exponencial, temos:
3C 3C
3C0 = C 0 (1+ 0, 03)t ⇒ 0 = (1+ 0, 03)t ⇒ 0 = (1+ 0, 03)t ⇒ 3 = (1, 03)t
C0 C0
log 3 = log(1, 03)t ⇒ log 3 = t log(1, 03) ⇒
log 3 0, 4771
t= ⇒t = ≅ 38
log(1, 03) 0, 0128

Dessa forma, seriam necessários aproximadamente 38 meses, para que o


capital triplicasse.

Aplicação 3

A intensidade de um terremoto, medida na escala Richter, é um número que


varia de I = 0 até I = 8,9 para o maior terremoto conhecido. Tal intensidade I é
dada pela fórmula:
2 E
fórmula: I = log[ ]
3 E0
Onde E é a energia liberada no terremoto dada em quilowatt-hora e
E0 = 7.10-3 KWh . Suponhamos que numa cidade A ocorreu um terremoto de
intensidade 6 na escala Richter, qual foi a energia liberada por esse terremoto?
Fazendo I = 6 e E0 = 7.10- 3, temos que

2 E E 18 E
6= log[ -3 ] ⇒ 6.3 = 2 log[ -3 ] ⇒ = log[ ]
3 (7.10 ) (7.10 ) 2 (7.10-3 )
E E 9 -3 9 6
9 = log[ -3 ]⇒( -3 ) = 10 ⇒ E = 7.10 .10 ⇒ E = 7.10 KWh
(7.10 ) 7.10

128
Agora analisemos outra situação: se aumentássemos em duas unidades a
intensidade do terremoto ocorrido na cidade A, sua energia liberada seria
multiplicada em quantas vezes? Aumentando duas unidades de sua intensidade,
teríamos uma intensidade I = 6 + 2 = 8 . Substituindo os valores na fórmula,
teremos:

2 E E 24 E
8= log[ ] ⇒ 8.3 = 2 log[ ] ⇒ = log[ ]
3 (7.10-3 ) (7.10-3 ) 2 (7.10-3 )
E E
12 = log[ -3 ]⇒ ( ) = 1012 ⇒ E = 7.10-3.1012 ⇒ E = 7.109
(7.10 ) 7.10-3
E = 7.106.103 = 7.1000.106

Como a energia liberada inicialmente foi de E = 7.106 KWh , aumentando em


duas unidades a intensidade, teríamos a energia liberada aumentada em 1000
vezes.

Exercícios propostos

1. Resolva as seguintes equações:

a) log (3 x − x ) = 2
x
2

b) log (2x − 1) = 1
( 3 x +2 )

c) log ( x −1)
( x − x − 9) = 1
2

d) log ( x + 3 x − 1) = log (5 x − 1)
4
2
4

e) log( x + x − 1) = log( x + 2 x − 5)
2 2

2. Resolva as seguintes equações:


a) log x + log 2x = 5
2 2

b) log ( x − 1) + 1 = log ( x + 2) + log (7 − x ) + co log 3


2 2 2 2

c) log ( x + 2 x − 7) + co log ( x − 1) = 2
2
2
2

3. Resolva as seguintes inequações:


a) log ( x + 1) > log (2 x + 4)
2 2

b) log ( x − 2 x ) < log ( x − 4) ⇒


2 2
1 1
2 2

129
4. Determine o domínio de definição da função f(x) = logx – 1 (x2 – 5x + 6)

5. Determine domínio da função y = log (– x2 + 2x+3) .

6. Determine o domínio da função: f(x) = log(x – 1) (4 – x2) Para


determinarmos o domínio dessa função, devemos atender,
simultaneamente, às seguintes condições:

7. Considere x e y  , com x > y. Se log3(x – y) = m e (x + y) = 9,


determine:
a) o valor de log3(x + y);
b) log3(x2 – y2), em função de m.

8. Sendo log 2 = x e log 3 = y, então quanto vale log 72 .


9. Analise as seguintes funções e os gráficos abaixo e responda:
f1 (x) = 10x, f2 (x) = log10 x, f3 (x) = f1 [f2 (x)] , f4 (x) = 2 f3 + 1

130
Qual a alternativa que completa corretamente a frase “Os gráficos de f1, f2 , f3
e f4 são, respectiva-mente,
a) 1, 2, 3 e 4 d) 4, 2, 1 e 3
b) 2, 4, 1 e 3 e) 4, 2, 3 e 1
c) 2, 4, 3 e 1

Determine o conjunto solução da inequação ( 1 )log2 X < ( 1 )3


2 2

131
Resumo

Aluno (a) neste capítulo percorremos o caminho do bom estudo, onde tratamos
dos temas: função logaritmica, equação logaritmica e inequação logaritmica.
Vimos que essa função só é definida quando x é um número positivo. Vimos
também que ela é o inverso da função exponencial e vice-versa. Mostramos,
através de exemplos, como equações e inequações envolvendo logaritmos e
como podem ser resolvidos. Esperamos que você tenha acompanhado o que foi
proposto para o capítulo. É importante notificar que temos que ter o
conhecimento das leis e propriedades dos logaritmos para sermos capazes de
relacionarmos logaritmo e função exponencial, sendo assim você sempre será
capaz de resolver equações e inequações envolvendo exponenciais e
logaritmos, e você terá resultados satisfatórios na sua aprendizagem.

132
Referências

EVES, Howard. Napier. In: ______. Introdução à História da matemática.


tradução de Hygino H. Domingues. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP,
2004. cap. 9.

HEFEZ, Abramo. Elementos de aritmética. Rio de Janeiro: Sociedade


Brasileira de Matemática, 2005.

IEZZI, Gelson; DOLCE Osvaldo; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de


matemática elementar: logaritmos. 8. ed. São Paulo: Atual, 2004.

133
GABARITO – Capítulo 1 – FUNÇÕES DEFINIDAS POR
VÁRIAS SENTENÇAS ABERTAS
Solução exercício 1
Estudando o sinal de x 2 - 1

+++++ − − +++++
− 2 −1 0 1 2

 x 2 − 1, se x ≤ −1 ou x ≥ 1
f ( x) = x 2 − 1 =  2
− x + 1, se − 1 ≤ x ≤ 1

x y
−2 3
−1 0
0 1
1 0
2 3

134
Solução exercício 2

Resp:
a) y

3 x

D( f ) = R
Im( f ) = R+

b)
y

0 x

D( f ) = R
Im( f ) = {y ∈ R / y ≥ 2}

c) y

-3 0 1 x
D( f ) = R
Im( f ) = R+

135
d)

D( f ) = R
Im( f ) = {y ∈ R / y ≥ 4}

Solução exercício 3
 2 
a) Resp: S = − ,0 
 3 
 1 
b) Resp: S = − ,2
 3 
c) Resp: S = {3}
d) Resp: S = {− 3,3}
e) Resp: S = {x ∈ R / 1 ≤ x ≤ 3}
f) Resp: S = {± 3,±2}
 10 
g) Resp: S = − 4, 
 3

Solução exercício 4

a) Resp: S = {x ∈ R / x < −3 ou x > 1}


 4 
b) Resp: S =  x ∈ R / < x < 2
 3 

136
c) Resp: S = {x ∈ R / x ≤ −1 ou x ≥ 3}
d) Resp: S = {x ∈ R / − 5 ≤ x ≤ −1}
e) Resp: S = {x ∈ R / x < 1 ou x > 5}
f) Resp: S = {x ∈ R / x < −7 ou x > 3}
 2 6 1
g) Resp: S =  x ∈ R / − ≤x≤ e x≠ 
 5 7 3
 11 
h) Resp: S =  x ∈ R / x < − ou x > −1
 5 

GABARITO – Capítulo II – função potência

Solução exercício 1
para "x" positivo, o crescimento da função é cada vez mais rápido: para "x" no
intervalo [1,2] temos "y" no intervalo [1,4]; para "x" no intervalo [2,3] temos "y" no
intervalo [4,9]; para "x" no intervalo [3,4] temos "y" no intervalo [9,16]; e assim
por diante.

para "x" negativo, conforme "x" aumenta, isto é, aproxima-se de zero, a função
decresce cada vez mais devagar: para "x" no intervalo [-4,-3] temos "y" no
intervalo [16,9]; para "x" no intervalo [-3,-2] temos "y" no intervalo [9,4]; para "x"
no intervalo [-2,-1] temos "y" no intervalo [4,1]; e assim por diante.

137
Observando o gráfico abaixo da função f(x) = xn e Faça uma análise se "n" é
ímpar ou par.

Resposta:

Fazendo a verificação:

• para a função y = x2, se x = 1/2, y é igual a 1/4;


• para a função y = x3, se x = 1/2, y é igual a 1/8;
• para a função y = x4, se x = 1/2, y é igual a 1/16;
• para a função y = x5, se x = 1/2, y é igual a 1/32.

Solução exercício 2

138
Solução exercício 3
a)

b)

139
Solução exercício 4

1/x n

• quanto mais aproximarmos o valor de "x" do infinito (tanto positivo quanto


negativo), menor será o valor de "y", aproximando-se mais e mais de
zero. Por exemplo:
- se x = 10000 => y = 1/10000 n = 0,0000...
- se x = -10000 => y = -1/10000 n = -0,0000...
Ambos aproximan-se de zero.
• quanto mais aproximarmos "x" de zero (tanto pela direita do eixo OY
quanto pela esquerda), maior será "y" (em valor absoluto), podendo ser

140
tão grande quanto quisermos.
- se x = 0,00001 => y = 1/ 0,00001 n = 10000000...
- se x = -0,00001 => y = 1/ 0,00001 n = -10000000...
• no intervalo [0,1] há uma mudança no comportamento da família de
funções. Observe no gráfico e acompanhe o raciocínio abaixo:
- para a função y = 1/x2:
se x = 1/2 => y = 4
se x = 2 => y = 1/4

- para a função y = 1/x3:


se x = 1/2 => y = 8
se x = 2 => y = 1/8

- para a função y = 1/x4:


se x = 1/2 => y = 16
se x = 2 => y = 1/16

GABARITO – Capítulo III –FUNÇÃO


COMPOSTA E INVERSA

Função composta –
Solução exercício 1
f(x) = x+1
f(f(x)= f(x)+1
f(f(x)= x+1+1
f(f(x)= x+2
Solução exercício 2
f(3) = 2.3+1=7
g(x)= x-3
g(f(3)= g(7)=7-3=4
se f(x) = 3x-4 e f(g(x)= x+4
então quanto vale g(1)?
f(x) =3x-4 (I)
f(g(x))= x+4 (II)
g(1)?
Primeira função (I)
f(x) =3x-4 (I)
f(g(x))= 3g(x)-4 (III)
igualando (III) com (II) temos,

141
3g(x)-4 = x+4
3.g(x)=x+8
x +8
g( x ) =
3
1+ 8
g (1) =
3
9
g (1) =
3
g (1) = 3
Função – injetora, sobrejetora e bijetora
Solução exercício 3

a) A função representada é simples.


b) A função representada é bijetora.
c) A função representada é sobrejetora.
d) Injetora.

Função inversa
Solução exercício 4
x −1
f (x) =
−1

2
O gráfico de uma função inversa é sempre simétrico em relação a bissetriz dos
quadrantes impares.

142
REFERENCIAL DE RESPOSTAS CAPÍTULO IV
FUNÇÃO EXPONENCIAL

1.

a) 33 = 3 ⋅ 3 ⋅ 3 = 27
b) (− 2)2 = − 2 ⋅ −2 = 4
c) (− 2)3 = − 2 ⋅ −2 ⋅ −2 = − 8
2
3 3 3 9
d)   = ⋅ =
4 4 4 16
4 0
e) ( ) =1
3

2.
−3 −3 −3 3
 1  8 + 1 9  4 43 64
a)  2 +  =   =   =   = 3
=
 4  4   4 9 9 729

2 2

b)  c +
1  2c + 1  (2c + 1)2 (2c + 1) ⋅ (2c + 1) 4c 2 + 2c + 2c + 1
 =   = = = =
 2  2  22 4 4
4c 2 + 4c + 1
4
ou
2
 1  1  1 1 1 1 1
c +  =  c +  ⋅  c +  = c2 + c ⋅ + ⋅ c + ⋅ =
 2  2  2 2 2 2 2

c c 1 2c 1 1 4c 2 + 4c + 1
= c2 + + + = c2 + + = c2 + c + =
2 2 4 2 4 4 4

143
1 2 1 3 1 1 1 1
(- ) .( ) .
c) 3 4 9 64 64 64 1 81 81
= = = = . =
1 2 3 1 3 1 2 1 64 1 64
[( ) ] [ ] [ ]
3 9 9 81

−2 2
2 3 32 9
3. a)   =   = =
3 2 22 4
1
 1 1
b) (− 4 )−1 =  −  = −
 4 4

c) ( -2)-3 = 1 3 (-1)3 1
(- ) = =-
2 (2)3 8

3
d) (3) -3 = ( 1 ) 3 = 1 = 1
33 27
3

4.
a) 2 x ⋅ 2 2 = 2 x +2
b) a 4 ⋅ a 7 = a 4+ 7 = a 11
2 4 7 2+ 4+7 13
c) 2 3 .2 5.2 5 = 2 3+5+5 = 2 13 =2

6.
( )2 = 43.2 = 46
a) 4 3

b) (b x ) = b x . 4 = b 4 x
4

3 3 3
c) (3 3 ) 2 = 3 6

144
7.

8.
a) x8 b) 252

9.

10.

11.
a) 4 7 c) − 12 3 − 2 5 e) 3 ⋅ 4 6 + 27 ⋅ 4 3 g) − 2⋅5 2

145
b) d) f) 10 ⋅ 3 4 h)
− 92 2 3 10 44 ⋅ 3 3

12.
a) 2ª d) x g) 4
11 j) a2
10 b
b) 6ab 3 e) 4a 5 h) 4xy 2 k) 4x 2
5 yz 3

c) 2 f) 10x i) 1
⋅ ab 2
3 5

13.
a) X d) 1 g) 15 j) 7
6
x x 2 a2
b) e) x h) 5 k) 5b4
4 x
a3
c) −6 a f) x -7 i) 3
a4

14.
a) 5
2 c) 4
x e) 7 5 g) 1
a 5
m2n

b) 3 d) 1 f) 4 3 h) 1
42 8 a b 4
m3

15.
a) 1 c) 2 e) 2
72 35 x3

146
b) 3 d) 5 f) −
1
24 a6 3 2

20.

a) De acordo com essa expressão, quantas peças um funcionário com 2 meses de


experiência deverá produzir mensalmente?

Solução. Substituindo na expressão o valor de t = 2, temos: Q(2) = 700 –


400e- 0,5(2).

Q(2) = 700 – 400e-1 ≈ 700 – 400(0,368) ≈ 552 peças.

b) E um funcionário sem qualquer experiência, quantas peças deverá produzir


mensalmente? Compare com o resultado do item (a). Há coerência entre eles?

Solução. Substituindo na expressão o valor de t = 0, temos: Q(0) = 700 –


400e- 0,5(0).

Q(2) = 700 – 400 = 300 peças. Há coerência. Menos experiência, menos peças
produzidas.

REFERENCIAL DE RESPOSTAS DOS


EXERCÍCIOS PROPOSTOS CAPÍTULO V –
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS
LOGARITMOS

a) log1010 = x

10 = 10 x
101 = 10 x
x =1
S = {1}

b) log251 = x

1 = 25x

147
250 = 25x
x=0
S = {0}

c) log3 32 = x

32 = 3x
x=2
S = {2}

1
d) log 1 = x
3
9
1 1
( ) = ( )x
3 9
1 1
( ) = ( 2 )x
3 3
1 1 1 2x
( ) =( )
3 3
2x = 1
1
x=
2
1
S ={ }
2

e) log25 3 5 = x
35 = 25x
1
5 3 = 52 x
1
2x =
3
1
x=
6
1
S ={ }
6

f) log2 128 = x

148
1
(128) 2 = 2x
1
(2 ) = 2 x
7 2

7
x
2 = (2) 2 =
7
x=
2
7
S ={ }
2

g) log3 3 81 = x
1
(81) 3 = 3x
1
(3 ) = 3x
4 3

4
x
3 = (3) 3 =
4
x=
3
4
S ={ }
3

1
h) log5 =x
125
1
( ) = 5x
125
1
( 3 ) = 5x
5
5x = 5-3
x = -3
S = {-3}
1
i) log2 =x
512

149
1
( 1
512 ) 2 = 2x
1
( 1 9 ) 2 = 2x
2
-9
22 = 2x
x = -92
S = {- 9 2}

5
( )
j) log3 3 9 = x
1
(9 3 )5 = 3x
5
3
(32 ) = 3x
10
3
(3) = 3x
x = 10 3
S = {10 3}

k) log7
( 5 7 )10 = x
343
1
(7 5 )10
3
= 7x
7
(7)2
= 7x
73
(7)-1 = 7 x
x = -1
S = {-1}

l) logx 16 = -2

150
Condição de existência: {1 ≠ x > 0}

16 = x -2

1
16 = 2
x
1
x2 =
16

1
x=±
16

1
x=±
4

Como {1 ≠ x > 0}

1
x=
4

S = { 1 4}

1
m) logx 2 =
2

Condição de existência: {1 ≠ x > 0}

1
2=x 2
1
( 2)2 = ( x 2 )2

1
2 = ( x 2 )2

x=2

151
Como {1 ≠ x > 0}

x = 2 (V)
S = {2}

n) logx 0, 01 = 0,1

Condição de existência: {1≠ x > 0}

0, 01 = x 0,1

1
1 10
100 = x
1
x 10 = 10-2
1
( x 10 )10 = (10-2 )10

x = 10-20

Como {1 ≠ x > 0}

x = 10-20 (V)

S = {10-20 }

Atividade 1

Por se tratar de uma atividade de pesquisa, a resposta será individual.

Atividade 2

Como loga b será o número x tal que a x = b , a será uma base tanto do logaritmo
quanto da exponencial.

Atividade 3

A resposta está ao final do livro texto.

Atividade 4

152
Atividade 5

Atividade 6

A resposta está ao final do livro texto.

Atividade 7

Atividade 8

153
Passo 1: 1 logb = b

154
REFERENCIAL DE RESPOSTAS DO
CAPÍTULO VI - EXERCÍCIOS PROPOSTOS –
FUNÇÃO LOGARITMICA E INEQUAÇÃO
LOGARITMICA
ATIVIDADE 1

É toda função f :  →  defina por f ( x ) = a , a > 0 e a ≠ 1.


x

ATIVIDADE 2

log b = x ⇔ a = b.
a
x

ATIVIDADE 3

f ( x ) = 2x + 3 x −3
f (x) =
−1

D= 2
Im =  D=
Im = 

155
ATIVIDADE 4

f ( x ) = 2x + 3 x −3
f (x) =
−1

2
D = [ −2; 3]
Df ( x ) = [1; 9]
Im = [ −1; 9]
Im f ( x ) = [ −2; 3]

ATIVIDADE 5

Passo 1:
A função é injetora.
A função exponencial de base a, definida de  em  , não admite inversa,
pois a mesma não é bijetora.
Passo 2: A função f (x) = a x
de → *
+
é bijetora e portanto admite
inversa.
Passo 3: Considerando y = f (x) temos: y =a x
e assim

x = a → y = log x
y
a

Passo 4:

156
1° caso: 0 <a < 1

2° caso : a > 1

Passo 5:
Domínio (Função Exponencial) = Imagem (Função Logarítmica)= 

157
*
Domínio (Função Logarítmica) = Imagem (Função Exponencial)=  +

Passo 6: Para x = 1 temos y = 0 .

Passo 7: O gráfico da função logarítmica sempre toca o eixo das abscissas no


ponto (1,0) .

ATIVIDADE 6

a)
*
Domínio = +

Imagem = 

b)
*
Domínio = +

Imagem = 

c)

*
Domínio =  +

158
Imagem = 

d)
Domínio = {x ∈ Ix>-1}
Imagem = 

ATIVIDADE 7

Passo 1: Como - 5x é a base do logaritmo log−5 x 2 x 2 e lembrando que a base


do logaritmo é sempre positiva e diferente de 1, temos que −5 x > 0 ⇒ x < 0 .
Passo 2: Como 2x 2 é o logaritmando do logaritmo acima e lembrando que o
logaritmando é sempre positivo, temos que 2 x 2 > 0 ⇒ x ∈  .

Passo 3: Usando a definição de logaritmo, já que log 2 x = 1


−5 x
2
temos que
( −5 x ) = 2 x .
2

Passo 4: Assim, temos a seguinte equação do 2° grau 2x 2 + 5 x = 0

159
Passo 5: Calculando as soluções da equação do 2° grau do passo 4 e voltando
nas condições obtidas nos passos 1 e 2, podemos concluir que a única solução
da equação logarítmica será x = − 5 .
2

ATIVIDADE 8

Passo 1: Como o logaritmando de ambos os logaritmos devem ser positivos


temos que:
x + 1 > 0 implicando x > −1 e 4 x 2 − 900 > 0 implicando x < −5 e x > 5.
Passo 2: Passando todos os termos da equação para a direita temos que:

0 = log(4 x − 900) − log( x + 1) − 2 , ou seja,


2

log(4 x − 900) − log( x + 1) − 2 = 0


2

Passo 3: Escrevendo o número 2 como sendo o logaritmo de 100 na base 10


temos:

log(4 x − 900) − log( x + 1) − log100 = 0


2

Passo 4: Usando a propriedade da diferença entre dois logaritmos de mesma


base, vista no capítulo anterior, temos que
(4 x − 900)
2

log − log100 = 0
( x + 1)
Passo 5: Aplicando a mesma propriedade usada no passo 4, temos que:

 (4 x − 900) 
2

log  =0
 100( x + 1) 
Passo 6: Usando a definição do logaritmo temos que:

4 x − 900
2

=1
100( x + 1)

Passo 7: Assim temos que:

4 x − 900 = 100( x + 1)
2

160
Passo 8: Resolvendo a equação do 2° grau, temos como solução
 x ≅ 32,7
I


 x ≅ −7,7
II

Passo 9: Excluindo o(s) caso(s) que não satisfaz(em) a condição obtida no


passo 1, temos que a solução da equação logarítmica será o conjunto
S = {32,7}

ATIVIDADE 9
log 4 (2 x 2 + x +1)− log 2 (2 x -1) ≤ 1
Passo 1: Encontrando o sistema de inequações relacionado com o estudo de
existência dos logaritmos, já que estes devem ser positivos, temos:

2 x 2 + x +1 > 0
2 x -1 > 0

Sendo assim, façamos o estudo:


Primeiro estudo:
2 x 2 + x +1 > 0
2 x 2 + x +1 = 0
∆ = -3 < 0
Assim, temos 2 x 2 + x +1 > 0 para todo x є IR.

Segundo estudo:
2 x -1 > 0
1
2 x -1 > 0 ⇒ 2 x > 1 ⇒ x >
2
Assim, o conjunto solução deverá estar contido no conjunto dos números reais
1
maiores que , ou seja, teremos que fazer uma interseção entre este conjunto e
2
o conjunto que será obtido ao desenvolvermos a inequação propriamente dita.
Passo 2: Como na inequação aparecem logaritmos de bases diferentes, temos
que colocá-los numa base comum. Para isso usaremos a fórmula de mudança
de base. No nosso caso, passaremos os logaritmos para a base 2.
2 (2 x 2 + x +1) (2 x 2 + x +1)
log 4 (2 x + x +1) = log 2 = log 2
log 2 4 2

161
Retomando a inequação,
log 4 (2 x 2 + x +1)− log 2 (2 x -1) ≤ 1 ⇒
(2 x 2 + x +1)
log 2 − log 2 (2x -1) ≤ 1
2
Passo 3: Colocando as expressões num denominador comum, no caso igual a
2, e usando algumas propriedades dos logaritmos, temos:
(2 x 2 + x +1) −2 log 2 (2 x -1)
log 2 ≤1
2
(2 x 2 + x +1) −2 log 2 (2 x -1) 2
log 2 ≤
2 2
log 2 (2 x 2 + x +1) −2 log 2 (2 x -1) ≤ 2
log 2 (2 x 2 + x +1) − log 2 (2x -1)2 ≤ 2
(2 x 2 + x +1)
log 2 [ ]≤ 2
(2 x -1)2
(2 x 2 + x +1)
log 2 [ ]≤ 2
(4 x 2 - 4 x +1)

Passo 4: Aplicando a função inversa dos logaritmos que aparece na última


desigualdade, que no nosso caso, é a função exponencial f(x) = 2x , que é
crescente e portanto, devemos manter a desigualdade, temos que:
(2 x 2 + x +1)
log 2 [ ]
(4 x 2 -4 x +1)
2 ≤ 22 ⇒
2 x 2 + x +1
≤4⇒
4 x 2 - 4 x +1
2 x 2 + x +1 ≤ 4(4 x 2 - 4 x +1) ⇒
2 x 2 + x +1 ≤ 16 x 2 -16 x + 4 ⇒
0 ≤ 14 x 2 -17 x + 3 ⇒ 14 x 2 -17 x + 3 ≥ 0
Passo 5: Resolvendo esta inequação do 2°grau temos que:
3
14 x 2 -17 x + 3 ≥ 0 ⇒ x ≤ ou x ≥ 1
14

Passo 6: Resta-nos fazer a interseção entre o conjunto obtido no passo 1 com o


conjunto obtido no passo 5. Vejamos, graficamente, esta interseção na reta:

162
Passo 7: Podemos descrever o conjunto solução da seguinte forma:

S = {x є  / x ≥ 1}

ATIVIDADE 10

Passo 1: Sabemos que a função inversa da função exponencial


f ( x ) = 2 x e f −1 ( x ) = log2 x .

Passo 2: Calculando f (2 ) temos que


−1 x

f (2 ) = log2 (2 ) = log2 (2x ) = x


−1 x x

Passo 3: Como 2 =3x


temos que f (2 ) = f (3) ,
−1 x −1
ou seja,
log (2 ) = log 3 .
2
x
2

Passo 4: Assim, a solução da equação exponencial 2 = 3 é log 3 .


x
2

Respostas Exercício 1.

a) log (3 x − x ) = 2
x
2

Solução
Condição de existência
3 x − x > 0
2


1 ≠ x > 0
log (3 x − x ) = 2 ⇒ 3 x − x = x
x
2 2 2

163
3x − x − x = 0
2 2

2x − x = 0
2

x(2 x − 1) = 0  x = 0
I

 1
2 x − 1 = 0 ⇒ 2 x = 1 ⇒ x = 2
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

1
x = 0 ( F ) e x = (V )
2
 1
S= 
2
Solução
b) log( 3 x + 2 ) (2 x − 1) = 1

Condição de existência 2 x − 1 > 0



1 ≠ 3 x + 2 > 0
log (2 x − 1) = 1 ⇒ 2 x − 1 = (3 x + 2) ⇒
( 3 x +2 )
1

⇒ 2x − 1 = 3x + 2 ⇒
⇒ 3 x − 2 x = −1 − 2 ⇒
⇒ x = −3
Fazendo verificação nas condições de existência, temos:
x = −3 ( F )
S ={ }

Solução
c) log ( x − x − 9) = 1 2
( x −1)

Condição de existência ( x − x − 9) > 0


2


1 ≠ x − 1 > 0
log ( x − x − 9) = 1 ⇒ x − x − 9 = ( x − 1) ⇒
( x −1)
2 2 1

x − x − x − 9 +1= 0 ⇒
2

x − 2x − 8 = 0 ⇒
2

2 ± 4 + 32
x= ⇒
2

164
2±6
x= ⇒
2
x = 4
I


 x = −2
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

x = −2 ( F ) e x = 4(V )

S = {4}
Solução
d) log4 ( x 2
+ 3 x − 1) = log (5 x − 1)4

Condição de existência 
( x 2 + 3 x − 1) > 0

5 x − 1 > 0
log ( x + 3 x − 1) = log (5 x − 1) ⇒ x + 3 x − 1 = 5 x − 1
4
2
4
2

x + 3x − 5x − 1+ 1 = 0 ⇒
2

x 2 − 2x = 0 ⇒
x ( x − 2) = 0 ⇒
x = 0
I


 x = −2
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

x = 0 ( F ) e x = 2(V )
S = {2}

Solução
e) log( x 2 + x − 1) = log( x + 2 x − 5)
2

Condição de existência ( x + x − 1) > 0


2


 x + 2x − 5 > 0
2

log( x + x − 1) = log( x + 2 x − 5) ⇒ x + x − 1 = x + 2 x − 5
2 2 2 2

x 2 − x 2 + x − 2x − 1+ 5 = 0 ⇒ − x + 4 = 0 ⇒ x = 4
Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

165
x = 4(V )
S = {4}

Respostas Exercício 2.
a) log2 x + log2 2 x =5
Solução
Condição de existência {x > 0
log x + log 2 x = 5 ⇒ log x.2 x = 5 ⇒ 2 x = 2
2 2 2
2 5

32
2 x = 32 ⇒ x =
2
⇒ x = 16 ⇒ x ± 16
2 2

2
 x = −4
I


x = 4
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

x = −4 ( F ) e x = 4(V )
S = {4}
Solução
b) log2 ( x − 1) + 1 = log ( x + 2) + log (7 − x ) + co log 3
2 2 2

x − 1 > 0
Condição de existência 
x + 2 > 0
7 − x > 0

log ( x − 1) + 1 = log ( x + 2) + log (7 − x ) + co log 3 ⇒
2 2 2 2

log2 ( x − 1) + 1+ log2 2 = log2 ( x + 2) + log2 (7 − x ) − log2 3 ⇒


( x + 2)(7 − x )
log 2( x − 1) = log ⇒
3
2 2

( x + 2)(7 − x )
2( x − 1) = ⇒
3

166
7 x − x + 14 − 2 x
2

(2 x − 2) = ⇒
3
3(2x − 2) = − x 2 + 5 x + 14 ⇒
(6 x − 6) = − x + 5 x + 14 ⇒
2

x 2 − 5 x − 14 + 6 x − 6 = 0 ⇒
x + x − 20 = 0 ⇒
2

−1 ± 1 + 80
x=
2
−1 ± 9
x= ⇒
2

x = 4
I


 x = −5
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

x = 4(V ) e x = −5(F )
S = {4}

Solução
c) log2 ( x 2 + 2 x − 7) + co log ( x − 1) = 2
2

Condição de existência 
( x + 2 x − 7) > 0
2


x − 1 > 0
log ( x + 2 x − 7) + co log ( x − 1) = 2 ⇒
2
2
2

log ( x + 2x − 7) − log ( x − 1) = 2 ⇒
2
2
2

( x + 2 x − 7)
2

=2 ⇒ 2

( x − 1)
( x + 2 x − 7)
2

=4⇒
( x − 1)
( x 2 + 2x − 7) = 4( x − 1) ⇒
( x 2 + 2 x − 7) = (4 x − 4) ⇒

167
x + 2x − 7 − 4 x + 4 = 0 ⇒
2

x − 2x − 3 = 0 ⇒
2

2 ± 4 + 12
x= ⇒
2
2±4
x= ⇒
2
x = 3
I


 x = −1
II

Fazendo a verificação nas condições de existência, temos:

x = 3(V ) e x = −1(F )
S = {3} .

Respostas Exercício 3.

Solução

a) log ( x + 1) > log (2 x + 4) ⇒


2 2

Condição de existência  x + 1 > 0 (I )



2 x + 4 > 0 (II)

(I ) x +1> 0
x > −1
(II) 2 x + 4 > 0
x > −2

(III) log ( x + 1) > log (2 x + 4)


2 2

Como a base é 2, temos:


x + 1 > 2x + 4 ⇒ x − 2x > 4 − 1⇒ − x > 3.( −1) ⇒
x < −3

168
I
-1
II
-2
III
-3

I ∩ II ∩ III ⇒ S { } -3 -2 -1

Solução

b) log ( x − 2 x ) < log ( x − 4) ⇒


1
2
1
2

2 2

Condição de existência
 x − 2x > 0
2
(I)

x − 4 > 0 (II)
2

(I)x + 2x > 0 2

x + 2 x = 0 ⇒ x ( x − 2) = 0
2

x = 0
I


x = 2
II

(II) x − 4 = 0 2

x =4 2

x = 2
I


 x = −2
II

(III)log ( x 2 x ) < log ( x − 4) ⇒


1
2
1
2

2 2

Como a base é 1 , temos:


2
x − 2x > x − 4
2 2

x − x − 2 x > −4
2 2

−2x > −4.( −1)

169
2x < 4
x<2

I ∩ II ∩ III
S = {x ∈  / x < −2}

Respostas Exercício 4.

Solução

f(x) = logx – 1 (x2 – 5x + 6)

D = {x IR / 1< x < 2 ou x > 3}

170
Respostas Exercício 5.

Solução

D = {x R | –1 < x < 3}

Respostas Exercício 6.

Solução

D = { x lR / 1 < x < 2

171
Resposta Exercício 7.

Solução
a) log3(x + y) = log39 = 2.
b) log3(x2 – y2) = log3 [(x + y) · (x – y)] = log3 (x + y) + log3 (x – y) = m + 2.

Resposta Exercício 8.

Solução

log72 = log(23 · 32) = log23 + log32 =


= 3 · log2 + 2 · log3 = 3x + 2y

Resposta Exercício 9.

Solução

172
Resposta Exercício 9.

Solução

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log2 x > 3 log2 x > log2 8 x > 8
Condição de existência: x > 0

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