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UNIVERSIDADE DE UBERABA

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Funções Trigonométricas:

Seno, Cosseno, Tangente, Cotangente, Secante, Cosecante.

Vol.4

Uberaba – MG

2010

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Sobre os Autores

Prof. Dr Adriano Dawison de Lima

Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade de


Uberaba - UNIUBE, mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual
Paulista - UNESP e doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual
Paulista - UNESP. Atualmente é professor da Universidade de Uberaba. Tem
experiência na área de Matemática, com ênfase em Matemática Aplicada.

Prof. Ms Júlio César de Jesus Onofre

Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e


mestrado em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2002).
Atualmente é professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais - CEFETMG. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em
Cálculo Diferencial, Análise e Equações Diferenciais, atuando principalmente nos
seguintes temas: manipulação, aplicação, simplificação, técnicas e resolução.

Sandra Bulhões Cecílio

Licenciada em Matemática pelas Faculdades Integradas São Thomaz de Aquino


de Uberaba (FISTA), em 1976. Bacharel em Psicologia pela Universidade de
Uberaba (UNIUBE). Professora de matemática desde 1976. Coordenadora do
curso de Licenciatura em Matemática desde 2005. Professora do curso de
psicologia

2
CAPÍTULO I: Funções trigonométricas

Júlio César de Jesus Onofre


Sandra Bulhões Cecílio
Adriano Dawison de Lima

Introdução

Completando o nosso estudo relacionado às principais funções, vamos nos


dedicar a conhecer um pouco mais sobre as funções trigonométricas. Esse é um
assunto que, muitas vezes, por dificuldade dos próprios professores, é deixado
em segundo plano no ensino fundamental e médio e passamos a conhecê-lo
apenas superficialmente, criando um ciclo vicioso de:

A nossa principal proposta, neste capítulo, é tentar cessar esse ciclo. Venha
conosco, vamos entrar neste mundo das funções trigonométricas, conhecê-las e
transformá-las em mais um delicioso brinquedo daqueles que nos divertimos
com os desafios matemáticos.
Na verdade, nosso passeio pela trigonometria já começou. Começou na
geometria em nossos estudos desenvolvidos sobre os ângulos, sobre as

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relações trigonométricas no triangulo retângulo. Vamos iniciar, revendo alguns
destes conceitos vistos em nossas aprendizagens.

Estudamos nos capítulos anteriores a definição de ângulo e exercitamos


bastante nosso conhecimento sobre as unidades de medida de ângulo (grau,
minuto e segundo) e as operações envolvendo tais medidas.

Objetivos

Ao final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de:

• definir as funções circulares: seno e cosseno;


• construir o gráfico e determinar características como: sinal, crescimento,
domínio, imagem e período das funções seno e cosseno;
• ampliar conceitos já vistos e/ou formalizados anteriormente, referentes ao
estudo de ângulos e das funções trigonométricas no triângulo retângulo.

Esquema

1.1. Ângulos e arcos.


1.1.1. Relação entre grau e comprimento de um arco.
1.1.2. Relação entre grau e comprimento em radianos de um arco e seu
comprimento.
1.2. Revendo a trigonometria no triângulo retângulo.
1.3. O ciclo trigonométrico.
1.4. Funções trigonométricas.
1.4.1.1. Função seno.
1.4.1.2. Estudo do sinal da função seno.
1.4.1.3. Gráfico da função seno.
1.4.1.4. Características da função seno.
1.4.2. Função cosseno.
1.4.2.1. Estudo do sinal da função cosseno.
1.4.2.2. Análise do crescimento da função cosseno.
1.4.2.3. Características da função.

1.1. Ângulos e arcos

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Para começar esta nossa revisão detalhada, porém rápida, gostaríamos de
convidá-lo (a) a responder às questões abaixo. Lembre-se de que já
conversamos sobre isto em capítulos anteriores:

1) Defina o que é um ângulo. Tente descrever algumas situações em


seu cotidiano nas quais você visualiza os ângulos. Anote sua
resposta!

2) Defina o que é um arco. Tente descrever algumas situações em


seu cotidiano nas quais você visualiza o arco. Anote sua resposta!

3) Levando em conta o que já aprendeu, pontue os aspectos que


julgou mais importantes a respeito da medida de um ângulo. Anote
sua resposta!

4) Levando em conta o que já aprendeu, pontue os aspectos que


julgou mais importantes a respeito do comprimento de um ângulo.
Anote sua resposta!

5) Levando em conta o que já aprendeu, pontue os aspectos que


julgou mais importantes a respeito do comprimento de um arco.
Anote sua resposta!

Ao propormos tais questionamentos a você, temos o intuito de levá-lo a pensar


de uma forma matemática e geométrica, sobre os arcos e ângulos. Vale a pena
ressaltar que nossa intenção, a priori, não é que você acerte todas as questões,
mas que ao final desta revisão, você consiga visualizar a resposta correta e os
possíveis pontos contraditórios que, porventura, tenham ocorridos em seu
levantamento.
Dado uma circunferência qualquer de centro O e raio r , marcando dois pontos
quaisquer nesta circunferência, A e B , e desenhando os segmentos OA e
OB , temos a seguinte construção:

5
Nestas condições, ao tomarmos dois pontos C e D , como representados na
figura, a seguir, temos:

Assim, podemos falar sobre a parte da circunferência cujas extremidades são os


pontos A e B e que contém o ponto C , e também sobre a parte da
circunferência que não contém o ponto C e sim o ponto D , ou seja, podemos
falar D no arco 
AB .

Nestas condições, definimos um arco de circunferência como sendo cada uma


das partes da circunferência. Na construção anterior temos:
• o arco de circunferência 
ACB
• o arco 
ADB .

6
Observe que a cada arco corresponde um ângulo central que denotaremos por
AÔB . Na verdade, constitui-se aqui uma relação biunívoca (lembra-se? Você já
estudou este conceito?): a cada arco corresponde um ângulo e a cada ângulo
corresponde um arco.

Já que sabemos a relação entre arcos e ângulos, temos que introduzir, agora,
uma forma de medi-los, ou seja, introduzir unidades de medidas. Abordaremos
aqui duas unidades de medidas que são as mais utilizadas na geometria:

• o grau (notação: º)
• o radiano (notação: rad).

Saiba mais

Unidade de Medida (O Grau):

Dada a circunferência, divida todo o seu comprimento em


360 partes iguais, cada arco desta tem por medida 1º (um
grau), ou seja, 1º corresponde ao arco de uma circunferência
1
que equivale a de seu comprimento.
360

Veja a construção abaixo:

7
Com base em seus conhecimentos e na leitura feita anteriormente, faça a
atividade, a seguir.

Atividade 1

1.1 Identifique quantos graus uma circunferência tem por medida.

1.2 Identifique quantos graus uma semicircunferência tem por medida.

Curiosidade

O grau, provavelmente, é a unidade de medida de ângulos e de


arcos mais utilizada e conhecida, mas não é a única. Temos,
também, o grado, que divide a circunferência em 400 partes
1
iguais e uma unidade (1 gr) equivale a do comprimento
400
total da circunferência, ou seja, cada parte desta divisão
equivale a um arco medindo 1 gr. Veja o desenho, a seguir:

8
Atividade 2

Observando a figura do transferidor, a seguir, dê as medidas dos arcos


indicados:

 )
a) med ( AOI  )
b) med ( AOH  )
c) med ( AOG  )
d) med ( AOF
 )
e) med ( AOE  )
f) med ( AOD  )
g) med ( AOC h)
 )
med ( AOB

9
Atividade 3

Ainda observando a figura do transferidor, determine:


 )
a) med ( H OG  )
b) med ( H OD  )
c) med ( EOD
 )
d) med ( EOB

Agora, vejamos outra unidade de medida (O Radiano).

Saiba mais

Unidade de Medida (O Radiano):

Dada uma circunferência, de raio r , marque sobre esta circunferência um


arco cujo comprimento seja igual à medida deste raio. Fazendo isso,
definimos 1 radiano como sendo a medida de qualquer arco de
circunferência cujo comprimento é igual à medida do seu raio.

Veja o desenho:

Atividade 4

10
Trabalhando com material concreto.

• usando compasso, régua e barbante, construa uma circunferência


qualquer;
• meça o seu raio;
• corte um pedaço do barbante cuja medida seja a mais próxima do
comprimento do raio;
• cole o pedaço de barbante sobre a circunferência.

Escreva as suas observações a respeito da medida do arco formado pelo


barbante.

Atividade 5

Observando uma roda gigante, num parque de diversões, um observador e


estudante de matemática resolveu aplicar seus conhecimentos trigonométricos,
que tinha aprendido. Contou 12 cadeiras na roda gigante e imaginou o sistema
de eixos como no desenho, a seguir:

No momento em que inicia a sua observação, a roda gigante está parada e, logo
após uma volta completa no sentido anti-horário, o estudante observa que a
cadeira número 12 está na posição inicial A, como é mostrado na figura
apresentada anteriormente. Ao percorrer o círculo, foi passando pelos pontos B,

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A’ e B’, retornando novamente à posição A. Nestas condições, escreva a quais
medidas os pontos mencionados correspondem em radianos.

Ampliando o conhecimento

Vamos consolidar nosso conhecimento? Agora, defina o que seria o


comprimento de um arco e o comprimento de um ângulo.

1.1.1. Relação entre grau e comprimento de um arco

Você deve ter percebido que não faz sentido algum falar de comprimento de um
ângulo, pois comprimento está relacionado com o arco, mas podemos relacionar
um ângulo cuja medida está em graus, ou em radianos, com o comprimento do
arco correspondente, utilizando uma regra de três simples.

Dicas

Lembrando que o comprimento de uma circunferência é de


2πr , temos que 360º equivale ao arco de circunferência cujo
comprimento é 2πr , assim α º equivale a qual comprimento do
arco?
360º − − − − − 2πr
α º− − − − − − l
2παr παr
Assim, 360º l = α º.2πr → l= → l= .
360 180

12
1.1.2. Relação entre a medida em radianos de um arco e o seu
comprimento.

2π rad eqüivale ignorar ao arco de circunferência cujo comprimento é de


2πr , assim α rad equivale a qual comprimento de arco?

2π rad − − − − − 2πr
α rad − − − − − − l
Assim, 2π rad .l = α 2πr rad → l = αr .

Atividade 6

a) Se o você observar o seu relógio, poderá verificar ângulos dispostos


entre os ponteiros da hora e dos minutos. Qual é a medida do ângulo que
o ponteiro das horas de um relógio descreve em um minuto? Calcule o
ângulo em graus e em radianos.

b) Juvenor observa que os ponteiros de um relógio marcam exatamente 15


horas, e lembra o professor que neste momento é dado para o intervalo.
O professor diz a ele:

_Antes de sair determine a medida do ângulo formado por estes


ponteiros.

i) em graus;

ii) em radianos.

Agora que já trabalhamos os conceitos de arcos e ângulos, medidas e


comprimentos de arcos, procuremos relacionar as duas unidades de medidas
dadas: o grau e o radiano. Fazemos isso também utilizando a regra de três
simples.

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Explicando melhor

2π rad − − − − − 360º
α rad − − − − − − β º
π
Por exemplo, se α = temos β = 90º , se α = π
2
temos β = 180º .

Este processo é sempre usado, quando precisamos encontrar a representação


de um mesmo arco em graus e radianos. Para a fixação destes conceitos veja
alguns exemplos:

Sintetizando...

Um arco de medida de 257º equivale ao arco cuja medida em


radianos será:

2π rad − − − − − 360º
α rad − − − − − − β º
π
Por exemplo se α = temos β = 90º , se α = π temos β = 180º .
2
2π rad − − − − − 360º
x − − − − − − 257 º
2π .257 º 514π 514.3,1416
Assim, x = = ≅ ≅ 4,48 rad .
360º 360 360

14
Agora, se um ângulo medisse 30 rad , identifique quantos graus teria este arco.

Ao falar de π rad , por exemplo, e 180º , temos uma equivalência e


não uma igualdade, ou seja, 180º não é igual a π rad , e, sim, 180º
equivale ignorar ao arco cuja medida é π rad .

2π rad − − − − − 360º
30 rad − − − − − − x
360º.30
Assim, x = = 1718,87 º .
2.3,1416

Atividade 7

Usando os conhecimentos adquiridos até o momento, e os conhecimentos


construídos em capítulos anteriores, escreva a medida dos arcos nos ciclos
abaixo:

Em Graus (°) Em radianos (rad)

Atividade 8

15
Exprima em radianos:
a) 300º
b) 235º
c) 250º
d) 320º

Atividade 9

Exprima em graus:

a) π rad
8
b) π rad
5
c) 3π
rad
6
d) 5π
rad
18

1.2. Revendo a trigonometria no triângulo retângulo

Vamos, agora, rever algumas relações trigonométricas no triângulo retângulo,


visto que estes conceitos já foram trabalhados em capítulos anteriores.

Observe o triângulo ABC , abaixo:

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Relembrando

Sabemos que o seno, cosseno e tangente de um de seus ângulos


agudos são definidos por:

cateto oposto cateto adjacente cateto oposto


sen x = cos x = tg x =
hipotenusa hipotenusa cateto adjacente

 , temos:
Assim, se x for, por exemplo, o ângulo B

= b = c = b
sen B cos B tg B
a a c

 tem por medida b , o cateto adjacente c e a


já que o cateto oposto ao ângulo B
hipotenusa a . De forma análoga, temos que:

= c = b = c
sen C cos C tg C
a a b

Observando estas definições, aplicadas no triângulo retângulo ABC


apresentado anteriormente, podemos deduzir uma importante propriedade
envolvendo ângulos complementares (se o triângulo ABC é retângulo , temos
B̂ e Ĉ ângulos complementares) que é a seguinte:

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Importante!

Lembre-se: Dois ângulos são denominados de complementares se sua


soma equivale ao ângulo de 90°.

“Dado um triângulo retângulo ABC , onde Bˆ + Cˆ = 90° , temos que


 = cos C
senB  e senC = cos B
 ”. Em outras palavras,
 = cos(90° − B
senB  ) e cos B
 = sen(90° − B
) .

Esta propriedade é importante, pois, por exemplo, utilizando-a podemos


afirmar que:

• sen15° = cos 75°


• sen30° = cos 60°
• sen1° = cos89° .

É importante ressaltar aqui, que esta propriedade é válida, independente de os


ângulos envolvidos serem agudos ou não, ou seja, estas relações são
verdadeiras, mesmo no caso em que os ângulos não são ângulos de um
triângulo retângulo, tendo como condição necessária apenas que os ângulos
envolvidos tenham soma igual a 90° .

Tal construção será vista com mais detalhes em nossos estudos sobre as
funções trigonométricas.

Ainda observando as definições aplicadas no triângulo apresentado


anteriormente, podemos deduzir, também, a famosa e importantíssima relação
fundamental da trigonometria, a saber:

18
sen 2 x + cos 2 x = 1

Agora, vamos fazer juntos esta demonstração.

Atividade 10

Demonstre a afirmação descrita anteriormente, passo a passo:

1° Passo: Desenhe um triângulo retângulo e indique com as letras a, b e c seus


lados, considerando o vértice A como o vértice cujo ângulo é de 90°.

 , em função da medida dos lados do triângulo,


2° Passo: Escolhendo o ângulo B
 e cos B
dê os valores de sen B .

 + cos 2 B
3° Passo: Encontre o valor da expressão sen2 B .

 + cos 2 B
4° Passo: Utilizando o teorema de Pitágoras, conclua que sen2 B  = 1.

 + cos 2 C
5° Passo: Repita os passos 2, 3 e 4 para concluir que sen2 C  = 1.

1.3. O ciclo trigonométrico

Agora, estudaremos o ciclo trigonométrico. Primeiramente, vejamos o que é o


ciclo trigonométrico:

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Ciclo trigonométrico

Considere uma circunferência de centro O (origem) e raio


unitário, ou seja, a medida do raio é igual a uma
unidade de medida. Sendo assim, esta circunferência
centrada na origem e de raio igual a 1, é chamada de
Ciclo trigonométrico. Esta circunferência é muito utilizada
na trigonometria e, conseqüentemente, no estudo das
funções circulares, pois sua relação de medida de arco
com o comprimento de arco se dá de forma direta, e
como definimos as funções circulares sobre os números
reais, a melhor forma de fazermos este tipo de relação é
por meio de um ciclo unitário.

Veja alguns exemplos, a seguir:

1° exemplo:

Um arco tomado no ciclo trigonométrico, cuja medida é 1 rad, equivale ao arco


cujo comprimento é 1; portanto, relacionamos este arco e, conseqüentemente, o
ângulo ao número 1.

2° exemplo:

π
Um arco tomado no ciclo trigonométrico, cuja medida é rad, eqüivale ao arco
4
π
cujo comprimento é , portanto relacionamos este arco e, conseqüentemente, o
4
π
ângulo ao número ≈ 0,7854 .
4

3° exemplo:

20
Um arco tomado no ciclo trigonométrico, cuja medida é 5π rad equivale ao arco
cujo comprimento é 5π ; portanto, relacionamos este arco, e,
conseqüentemente, o ângulo ao número 5π ≈ 15,708 .

Baseado nestes exemplos, percebemos que, dado um número qualquer real


positivo, podemos relacioná-lo, primeiramente, ao comprimento de um arco e,
assim, escolhendo o ciclo trigonométrico, podemos relacioná-lo ao ângulo cuja
medida em radianos é igual a este número.

Quando tomamos uma medida de ângulo negativa, a construção é a mesma; só


mudamos a orientação, que, no caso, é no sentido horário, portanto, o sentido
anti-horário é positivo.

Após revisarmos algumas propriedades trigonométricas no triângulo retângulo e


o ciclo trigonométrico, estudaremos as funções circulares seno e cosseno.
Primeiramente, já que vamos falar de funções, precisamos entender o domínio
de uma função trigonométrica.

1.4. Funções trigonométricas

As funções circulares, também chamadas de trigonométricas, são definidas em


subconjuntos dos números reais, inclusive sobre o próprio conjunto dos números
reais. Mas, aí, temos que nos perguntar? O que seria, por exemplo, o seno de
um número real? Por exemplo, o que seria sen1000 ? Seria sen1000° ?
Sabemos, até o presente momento, que seno, cosseno e tangente estão
definidos para ângulos e ângulo não é um número real, mas como relacionar
números reais a ângulos?
Como foi mencionado anteriormente, é aí que utilizamos a unidade de medida
radianos. Para que esta relação seja direta, utilizamos uma circunferência cujo
raio seja igual a 1 (Ciclo trigonométrico), ou seja, o ângulo cuja medida numa
circunferência de raio igual a 1, é de x rad , relaciona-se ao número real x, onde
x representa o comprimento deste arco.

Voltando às perguntas anteriores, temos que: sen1000 é igual ao sen(1000rad ) ,


analisado no ciclo trigonométrico, e não a sen1000° .

21
Após este estudo referente às relações trigonométricas no triângulo retângulo,
podemos estudar as funções circulares, propriamente ditas.

1.4.1. Função Seno

Ao falar sobre função, você deve recordar que temos a relação entre duas
variáveis, a variável independente (x) e a variável dependente (y), ou seja:

Assim, y depende ou está em função de x , ou y = f ( x) . No nosso caso,


temos y = sen( x) . Vejamos, no ciclo trigonométrico, como obtemos o seno de
um numero real x qualquer.

22
Seja o número α qualquer, que é o número real relacionado ao arco 
AP ou ao
ângulo α . Como o triângulo OPM 2 é um triângulo retângulo, temos que

M2P
sen(α ) = . Por se tratar do ciclo trigonométrico, temos que OP = 1 , pois
OP
este segmento corresponde ao raio da circunferência. Além disso, temos que
M 2 P = OM 1 , assim concluímos que sen(α ) = OM 1 . Podemos observar, ainda,

que OM 1 é a projeção do segmento OP sobre o eixo B ' B (chamado de eixo
dos senos). Assim, temos sen(α ) = OM 1 = proj
B'B
 OP . Desta forma, estendemos

esta definição para qualquer número real, levando em consideração a orientação


positiva de α no sentido anti-horário e orientação negativa no sentido horário.

Ou seja, dado um número real α qualquer, encontramos o arco cuja medida em


radianos equivale a α rad, e assim sen(α ) será igual a projeção do segmento

OP sobre o eixo B ' B , onde P é a extremidade do arco relacionado ao
número α .

Atividade 11

23
Mostre, no ciclo trigonométrico, o segmento y = sen(α ) , sendo:
5π 7π
a) α = b) α =
6 6

1.4.1.1. Estudo de sinal da função seno

Ao compreender o conceito da função seno, não é preciso decorar o sinal


relativo a tal função, e nem mesmo buscar usar regras práticas para guardá-las.
Vejamos como é feito isso de forma prática e eficaz. Lembrando que o eixo dos

senos é a reta B ' B e que a origem O corresponde ao zero, os valores acima de
O são positivos e abaixo de O são negativos. Verifique, no ciclo trigonométrico,
a seguir:

Portanto, a função seno será positiva no 1º e 2º quadrantes e negativa no 3º e 4º


quadrantes.
Matematicamente, considerando y = sen( x) , temos que:

0< x<π → y >0

Se x for maior que 0 e menor que π , temos sen x maior que zero.

24
π < x < 2π → y < 0

Se x for maior que π e menor que 2π , temos sen x menor que zero.

Se compreendemos a definição da função seno, podemos calcular, ainda, o


seno de alguns arcos . Complete:
x=0 → y=0
π
x= → y =1
2
Se x =π → y =0

x= → y = −1
2
x = 2π → y = 0

Atividade 12

Dê o sinal de cada uma das expressões, a seguir:

a) A = sen(200º) – sen(10º)

b) B = sen(185º)+sen(280º)

c) C = sen(185º).sen(280º)

d) D = sen(120º).sen(215º)+sen(300º)

Atividade 13

Localize os arcos no ciclo trigonométrico e coloque em ordem crescente os


números sen 60º , sen 150º , sen 240º , sen 330º

1.4.1.2. Análise do crescimento da função seno

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Você se recorda do conceito de função crescente e função decrescente,
apresentado nos capítulos iniciais sobre funções? Caso não se recorde, retome
este estudo nos volumes anteriores.

Analisaremos o crescimento e/ou decrescimento da função seno no 1º e no 3º


quadrantes, ficando como atividade a análise no 2º e no 4º quadrantes do ciclo
trigonométrico.

Assim, considerando no ciclo trigonométrico anterior, α = med ( 


AP1 ) e
β = med ( AP
 ) , temos que α < β ; por outro lado, OM < OM , ou seja
2 1 2

senα < sen β , o que nos leva a concluir que, no 1º quadrante, a função seno é
crescente.
Considere agora α ' = med ( 
AP5 ) e β ' = med ( 
AP6 ) ; temos que α ' < β ' , por outro
lado, OM 5 > OM 6 (já que OM 5 é “menos negativo” do que OM 6 ), ou seja
senα ' > sen β ' , o que nos leva a concluir que, no 3º quadrante, a função seno é
decrescente.

 π  3π 
Matematicamente temos uma função crescente no intervalo 0,  e  , 2π  ,
 2  2 
 π 3π 
e decrescente no intervalo  , .
 2 2 

Atividade 14

26
Analise o crescimento e o decrescimento da função seno no 2º e no 4º
quadrantes.

1.4.1.3. Gráfico da função seno

Construiremos, agora, juntos, o gráfico da função seno. Tal gráfico recebe o


nome de Senóide.

Como já sabemos, um dos recursos utilizados para a construção de gráficos é a


construção de tabela, tendo como objetivo a obtenção de pontos da curva.

Trocando idéias!

Lembre-se !

Quanto menos conhecimento você tiver a respeito da função e,


conseqüentemente, de sua representação gráfica, mais pontos você
terá que encontrar na tabela para se aproximar do seu gráfico.

É importante ressaltar aqui, que nem todo gráfico de uma função


pode ser construído utilizando-se este recurso, mas, em capítulos
posteriores, você aprenderá excelentes ferramentas para tais
construções, como é o caso do cálculo diferencial e integral.

Atividade 15

Complete a tabela, a seguir, utilizando os conhecimentos obtidos na leitura


anterior:

x 0 π π 3π 2π
2 2
y = sen x 0 0 -1

27
Você deve estar se perguntando se os cinco pontos obtidos na tabela acima, são
suficientes para a construção do gráfico da função seno. Como queremos
aproximar ao máximo que pudermos, a mão livre, do gráfico real desta função,
escolheremos mais valores para a variável independente x . Complete a tabela
abaixo, encontrando o seno do número x escolhido.

x −π -π π π π 5π 11π
2 6 4 3 6 6

y = sen x 3
0 1 2 2 −1
2 2 2

Agora, temos, ao todo, doze pontos que são, no caso da construção da Senóide,
um número bom de elementos. Tivemos o cuidado de pegar só pontos, que
podem ser relacionados aos ângulos notáveis, pois neste caso, podemos utilizar
os valores dos senos destes ângulos que já são de seu conhecimento, trocando,
quando necessário, apenas o sinal, levando em consideração o estudo de sinal
da função seno apresentado anteriormente.

Sendo assim, ao representarmos no plano cartesiano os pontos obtidos na


tabela, encontraremos a seguinte construção:

28
Conectando os pontos esboçados, encontramos parte do gráfico da função
seno. Observe a construção, a seguir:

Como podemos escolher valores para x maiores que 2π e menores que −π , o


gráfico ficará da seguinte forma:

29
1.4.1.4. Características da função seno

Como você pôde observar no gráfico, e no estudo anterior, temos algumas


características relacionadas à função seno, a saber:

• Domínio da função seno:


Como a função seno está definida para todo número real x , o seu
domínio será  .

• Imagem da função seno:


Como os valores de sen x estão compreendidos entre -1 e 1, o seu
conjunto imagem será o intervalo fechado [ −1,1] .

• Periodicidade da função seno:

Analisando o gráfico acima, você observará, por exemplo, que há uma


regularidade, de comprimento 2π , ou seja, se escolhermos um intervalo no eixo
das abscissas cujo comprimento é igual a 2π , todo o gráfico poderia ser
construído, repetindo o gráfico relacionado a este intervalo. Observe, por
exemplo, que o gráfico de −2π até 0, é igual ao gráfico de 0 até 2π , e esta
característica se repete ao longo de todo o eixo das abscissas, portanto, esta
análise é uma forma intuitiva de concluir que a função seno é periódica e seu
período é 2π . Visualize isso no gráfico, a seguir:

30
Atividade 16

Construa o gráfico das funções, a seguir. Utilize a tabela, caso ache necessário:

a) y = sen(2 x)
x
b) y = sen  
2

Atividade 17

Encontrar o domínio, imagem e traçar o gráfico da função y = 1 − sen( x )

1.4.2. Função Cosseno

Vamos construir juntos, agora, o conceito intuitivo da função circular cosseno,


tendo por apoio o processo de aprendizagem que utilizamos na construção da
função seno. De forma análoga, ao que foi feito no estudo da função seno,
queremos estender o conceito de cosseno no triângulo retângulo para o ciclo

31
trigonométrico. Sendo assim, o eixo dos cossenos deverá ser o eixo das
abscissas. Observe isto no ciclo trigonométrico, a seguir:

Seja o número α qualquer (que é o número real relacionado ao arco 


AP ou ao
ângulo α ). Como o triângulo OPM 2 é um triângulo retângulo, temos que
OM 2
cos(α ) = . Como estamos considerando o ciclo trigonométrico, temos que
OP
OP = 1 ; portanto, concluímos que cos(α ) = OM 2 . Podemos observar, ainda, que

OM 2 é a projeção do segmento OP sobre o eixo A ' A (chamado de eixo dos
cossenos). Assim, temos cos(α ) = OM 2 = proj
 OP . Desta forma, estendemos
A' A
esta definição para qualquer número real, levando em consideração a orientação
positiva de α no sentido anti-horário e orientação negativa no sentido horário.

Ou seja, dado um número real α qualquer, encontramos o arco cuja medida em


radianos equivale a α rad, e, assim cos(α ) será igual à projeção do segmento

OP sobre o eixo A ' A , onde P é a extremidade do arco relacionado ao número
α.

32
Daremos agora alguns tópicos para auxiliar vocês a continuarem na construção
dos conceitos de função cosseno.

1.4.2.1. Estudo do sinal da função cosseno

Portanto, a função cosseno será positiva no 1º e 4º quadrantes e negativa no 2º


e 3º quadrantes.

1.4.2.2. Análise do crescimento da função cosseno

A função cosseno é crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no intervalo


[0, ].

1.4.2.3. Gráfico da função cosseno

33
1.4.2.4. Características da função cosseno

• A função cosseno é periódica, pois: cos (x + 2 ) = cos x, e o período da


função é T = 2 ;
• O domínio é todo o conjunto dos números reais IR, e o contradomínio da
função é [-1,1]; D = {x ∈ℜ/ (−∞< x < +∞)}.

O valor máximo da função é 1 em x = 0 ou x = 2 e o valor mínimo da função é


-1 em x = ; Imagem I = {y ∈ℜ/ (−1≤ y ≤1)}

• A função é contínua em todo o seu domínio;


• É uma função crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no intervalo
[0, ];
• a função é par, já que: cos x = cos (-x);
• o gráfico é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

Atividade 18

Mostre no ciclo trigonométrico o segmento y = cos(α ) , sendo:

3π 4π 17π
a) α = b) α = c) α = .
4 3 6

Atividade 19

34
Complete o que é solicitado:

a) Estude o sinal da função cosseno, no ciclo trigonométrico, a seguir, e, em


seguida, escreva-o mesmo em linguagem matemática, como fizemos
para a função seno.

b) Analise no ciclo trigonométrico abaixo, o crescimento e/ou decrescimento


da função cosseno;

35
c) Complete a tabela, a seguir, utilizando o ciclo trigonométrico para colocar
suas respostas;

x y = cos x
0
π
2
π

2

d) Utilizando o seu conhecimento dos arcos notáveis e mais suas


aprendizagens sobre a função cosseno, complete a tabela, a seguir
(acrescente novos valores à tabela, se achar necessário ou tiver
curiosidade):

e) Construa o gráfico da função cosseno (denominado Cossenóide).


Atenção à unidade de medida.

36
f) Escreva o domínio e o conjunto imagem da função cosseno.

g) Escreva com suas palavras o que você compreendeu sobre a


periodicidade de uma função. Em seguida, analise a periodicidade da
função cosseno.

Atividade 20

Qual é o sinal do cosseno do arco abaixo:


a) 4π
3
b) 5π
6

Atividade 21

Qual é o sinal de cada uma das seguintes expressões:


π
a) Y1 = sen + cos π
3
b) Y2 = tg 269º + sen 178º

Resumo

Procuramos focalizar nossa abordagem aqui neste capítulo apenas nas funções
seno, cosseno e tangente, mas você deve ter em mente que é fundamental a
aprendizagem destes tópicos pois para passarmos para os próximos estudos da
função trigonométrica você deve estar apto a compreender tais conceitos, para
abordarmos as demais funções, ou seja, cotangente, secante e cossecante, as
quais podem ser obtidas a partir das deduções do seno, cosseno e tangente,
estudadas no capítulo 1.

37
Capítulo II: Outras funções trigonométricas: tangente, cotangente, secante e
cossecante.

Adriano Dawison de Lima


Júlio César de Jesus Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução

Na unidade de estudo de funções, estamos desvendando os mistérios da


Trigonometria. Boa parte deste assunto você já conhecia, visto que foram
abordados em estudos sobre o triângulo retângulo, e, em nosso primeiro capítulo
de trigonometria, utilizamos o ciclo trigonométrico, ou seja, você fez alguns
contatos com as funções seno e cosseno, suas definições, características,
gráficos, estudo de sinal e crescimento. Neste capítulo, completaremos esse
estudo, estendendo o às funções tangente, cotangente, secante e cossecante.

Como você pôde ver anteriormente, no estudo de funções, estamos aqui


apresentando apenas as primeiras noções intuitivas relativas às funções
trigonométricas. Seu estudo deve ser complementado com a leitura do nosso
livro texto básico: Fundamentos da Matemática Elementar Trigonometria capítulo
3.

Procure não apreender matemática apenas pelo método do decorar, pois,


provavelmente, escolhendo este método, você poderá encontrar algumas
dificuldades em executar as atividades propostas. O caminho que acreditamos
ser o da aprendizagem, relacionado a este capítulo de estudo em particular, é
aquele que compreende como se determina cada uma das funções no ciclo
trigonométrico, e, com esse conhecimento, você conhecerá todas as
características sobre tais funções. Compreenda, leia, execute, e ,provavelmente,
você e a trigonometria serão amigos íntimos.

Objetivos:

Ao final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de:


• definir as principais funções circulares;
• construir o gráfico e determinar características das funções tangente,
cotangente, secante e cossecante (sinal, crescimento, decrescimento,
domínio, imagem e período);

38
• conhecer e fazer cálculos, utilizando as relações fundamentais
envolvendo tais funções.

Esquema

2.1. Função tangente.


2.1.1. Estudo do sinal da função tangente.
2.1.2. Crescimento e / ou decrescimento da função tangente.
2.1.3. Domínio da função tangente.
2.1.4. Imagem da função tangente.
2.2. Função cotangente.
2.3. Funções secante e cossecante.
2.3.1. Função secante.
2.3.1.1. Sinal da função secante.
2.3.1.2. Crescimento e / ou decrescimento da função secante.
2.3.1.3. Gráfico da função secante.
2.3.1.4. Domínio da função secante.
2.3.1.5. Imagem da função secante.
2.3.2. Função cossecante.

2.1. Função tangente

Como a maioria das funções trigonométricas, a função tangente tem muita


utilidade em vários campos da ciência, como é o caso da acústica, astronomia,
entre outras. Você, durante o nosso curso licenciatura em matemática, terá
várias oportunidades de verificar isto, principalmente, em capítulos futuros como
os de física e de cálculo diferencial. Nossa abordagem, aqui, será feita seguindo
a estrutura abordada nas funções seno e cosseno, estudadas no capítulo
anterior, de funções trigonométricas. De forma análoga, por se tratar de uma
função, temos que y depende ou está em função de ; no nosso caso, temos que
y = tg ( x) .

Como você pode observar neste capítulo, ao relacionarmos o ciclo


trigonométrico ao estudo das funções, seno e cosseno, identificamos,
respectivamente, o eixo das ordenadas (y) e das abscissas (x) como o eixo dos
senos e dos cossenos.

No caso da função tangente, precisamos acoplar um terceiro eixo ao sistema de


eixos coordenados do ciclo trigonométrico; tal eixo é paralelo ao eixo dos senos
(y) e tangente ao ciclo trigonométrico e tangente ao ciclo trigonométrico pelo
ponto A(1,0) , ou seja, passa pelo ponto A(1,0) e é paralelo ao eixo das
ordenadas (y). Tal eixo é chamado eixo das tangentes.

39
Veja o desenho, a seguir:

Vejamos, agora, como determinar a tangente de um arco AP , utilizando o ciclo


trigonométrico. Para isso, você deve proceder da seguinte forma:

Importante!

Dado o ponto P sobre o ciclo trigonométrico, traçamos uma


semi-reta que passa pela origem O e pelo ponto P, até que esta
intercepte o eixo das tangentes num ponto T.

Observe o desenho, a seguir:

40
A medida algébrica (considerando o valor positivo ou negativo do número) do


segmento AT será a tangente do arco AP e, conseqüentemente, a tangente de


α.

Notação: tgα = AT

Como é sabido do capítulo anterior de funções trigonométricas, o


estudo das funções trigonométricas para um número real qualquer é uma
extensão do estudo destas funções no triângulo retângulo. Este processo de
obtenção da tangente deve ser equivalente ao processo de obtenção da
tangente no triângulo retângulo, quando o ângulo for um ângulo do primeiro
quadrante. Vejamos como pode ser verificada esta condição de extensão,
observando-se a construção gráfica a seguir:

Seja o triângulo retângulo AOT, temos nestas condições que:

cat.oposto AT AT
tg (α ) = = = = AT
cat.adjacente OA 1

Observe que a 3ª igualdade ocorre, pois OA equivale ao raio da circunferência


unitária, conseqüentemente, sua medida será igual a 1. Continuando o nosso
processo de buscar conhecer melhor as funções trigonométricas, façamos o
estudo do sinal destas funções.

41
Parada obrigatória

Atenção! Vale lembrar que os valores acima do ponto A, e que


pertencem ao eixo das tangentes, serão positivos; e os valores
abaixo de A, e também pertencentes ao eixo das tangentes, serão
negativos; logo, o ponto corresponde ao zero da função.

2.1.1 Estudo do sinal da função tangente

Dividiremos o estudo de sinal da função tangente em quatro casos.

Neste momento é importante lembrarmos que dado um número qualquer x,


existirá um número α entre 0 e 2π , chamado de primeira determinação positiva
de x, cuja extremidade dos arcos relacionados a ambos números serão
coincidentes. Para encontrarmos α ,basta tirarmos de x, o número de voltas
completas, tanto no sentido horário (quando x>0), quanto no sentido antihorário
(quando x<0).

Exemplificando!

Dado o número x=1000 , sua primeira determinação positiva


será α = 1, 48 já que, utilizando-se o valor aproximado de
π = 3,14 teremos que 1000 159.2π + 1, 48 .

Atenção: Lembre-se que sempre que você estiver estudando valores superiores
a rad, ou inferiores a rad, você terá que proceder da forma

42
Primeiro quadrante

Já que tgα = AT > 0 , temos neste que, neste quadrante, a função tangente é
positiva.

Segundo Quadrante

Já que tgα = AT < 0 , temos que, neste quadrante, a função tangente é


negativa.

43
Terceiro Quadrante

Já que tgα = AT > 0 , temos neste que, neste quadrante, a função tangente é
positiva.

Quarto Quadrante

Já que tgα = AT < 0 , temos que, neste quadrante, a função tangente é


negativa.

44
Resumindo, temos que:

– no 1° e 3° quadrantes, a função tangente é positiva;


– no 2° e 4° quadrantes, a função tangente é negativa.
Matematicamente, temos que:
π 3π
Se 0 < x < ou π < x < , então tg ( x) > 0;
2 2
π 3π
Se < x < π ou < x < π , então tg ( x) < 0 .
2 2

Trocando idéias!

Agora é hora de praticar um pouco! Realize as atividades 1 e 2, a


seguir. E qualquer dúvida, lembre-se, recorra ao preceptor.

Atividade 1

Dê o sinal de cada uma das expressões a seguir:

a) A = tg (1197º )

π 4π 6π 8π
b) B = tg 2 . tg . tg . tg
5 5 5 5

c) C = tg (180º ). tg (430º )

Represente, aproximadamente, no ciclo trigonométrico, o segmento que


representa a tangente dos seguintes arcos:

π
a)
4


b)
3

45
−π
c)
10

11π
d)
2

−9π
e)
4

Trocando idéias!

Após a realização das atividades propostas, vamos passar, agora,


para a análise do crescimento e/ou decrescimento da função
tangente.

2.1.2 Crescimento e/ou decrescimento da função tangente

Analisaremos o conceito de função crescente e função decrescente (conceitos


estes estudados e revisados em capítulos anteriores), verificando o crescimento
e/ou o decrescimento da função tangente no 1º e no 3º quadrantes, ficando
como atividade a análise no 2º e no 4º quadrantes do ciclo trigonométrico.

No 1° quadrante, temos:

46
Assim, considerando no ciclo trigonométrico acima α = med ( 
AC1 ) e
β = med (  AC2 ) temos que α < β ; por outro lado, AT1 < AT2 , seja,
tg (α ) < tg ( β ) , o que nos leva a concluir que no 1º quadrante a função tangente
é crescente.

No 3º quadrante, temos:

Assim, considerando no ciclo trigonométrico anterior, α = med ( 


AC1 ) e
β = med ( 
AC2 ) temos que α < β ; por outro lado, AT1 < AT2 , seja,

47
tg (α ) < tg ( β ) , o que nos leva a concluir que no 1º quadrante a função tangente
é crescente.

Trocando idéias!

Vamos realizar mais duas atividades, para que você possa fazer a
análise no 2º e no 4º quadrantes do ciclo trigonométrico. E para que
possa praticar um pouco o assunto que acabamos de ver!

Atividade 3

Faça a análise do crescimento e do decrescimento da função tangente no 2º e


no 4º quadrantes.

Atividade 4

Disponha em ordem crescente os números reais.

π π 3π 2π
tg , tg , tgπ , tg e tg .
6 3 4 3

Ao analisar a Atividade 3 juntamente com as análises feitas anteriormente,


podemos concluir que:

A função é crescente em todos os quadrantes.

Então, partiremos, agora, para a construção do gráfico da função tangente.


Começaremos esta construção efetuando a atividade de ensino, a seguir, já que,
no momento, a estratégia para as construções destes gráficos é por meio da
tabela.

x 0 π π 3π π
4 2 4
y = tg x 0 1 ∃ -1 0

48
x 5π 3π 7π 2π
4 2 4
y = tg x 1 ∃ −1 0

Você deve ter percebido que na tabela acima apareceu o símbolo ∃ (não
existe), este símbolo matemático significa que não está definida a tangente para
π 3π
x= e também, para x = , isto ocorre, porque ao fazer o prolongamento de
2 2
tais extremidades dos arcos, estas semi-retas não interceptarão o eixo das
tangentes.

Mas, apesar de não existirem, o que aconteceria se


π

pegássemos valores próximos de x = e de ?
2 2

Numa construção intuitiva do gráfico da função tangente, tomamos números


ε > 0 , arbitrários e infinitesimais, isto é, números positivos e próximos de 0 ;
desta forma, podemos verificar no ciclo trigonométrico o que ocorre um pouco
3π  3π  3π  3π 
antes do arco  − ε  e um pouco do arco  +ε .
2  2  2  2 

Sendo assim, observe a tabela abaixo:

49
No ciclo, teremos a seguinte construção:

50
Então, ao representarmos no plano cartesiano os pontos obtidos na tabela, e
utilizando o estudo acima, teremos que:

Conectando os pontos esboçados, encontramos parte do gráfi co da função


tangente, que é chamado de tangentóide. Observe a construção abaixo:

51
Como podemos escolher valores para maiores que e valores negativos, isto é,
menores que, o gráfico ficará da seguinte forma:

52
Como você pôde observar pelo gráfi co e pelo estudo anterior, temos algumas
características relacionadas à função tangente, a saber:

8.1.3 Domínio da função tangente

π
Como a função tangente não está definida para valores de x = + kπ , onde
2
k ∈ , o domínio da função tangente será o conjunto dos números reais
 π 
diferentes de tais. x , ou seja  x ∈ x ≠ + kπ  .
 2 

senx
Esta conclusão também pode ser obtida da relação trigonométrica tg x = .
cos x
Trocando idéias!

Agora, é hora de colocar o que acabamos de ver em prática! Sugiro

que realize as atividades de 6 a 12. E lembre-se, qualquer dúvida, recorra


ao preceptor!

53
Atividade 6

Determine o domínio da função, em cada caso:

a) tg 4 x

 π
b) tg  2 x + 
 3


c) tg ( x + )
3

 π
d) tg  − x − 
 4

Atividade 7

1 3π
cos x = , < x < 2π , determine tgx .
6 2

Atividade 8

1 3π
Dado sen x = − , π <x< , determine tgx .
3 2

Atividade 9

1
Considerado que x pertence ao 1º ou 2º quadrantes e que sen x = , qual será
8
o valor da tgx ?

Atividade 10

Sabendo que sen α = −0, 79 , calcule cos α e tg α .

54
2.1.4 Imagem da função tangente

Como os valores de tgx podem assumir qualquer valor real (observe isso no
gráfico), o conjunto imagem da função tangente será  .

Atividade 11

Lembrando que o conjunto imagem da função tangente é o conjunto  (dos


números reais), determine o conjunto imagem das funções abaixo:

 2x 
a) f ( x) = tg  
 3 

 3x + 1 
b) f ( x ) = tg  
 5 

Parada para reflexão

E sobre a PERIODICIDADE DA FUNÇÃO TANGENTE...

Analisando os gráficos anteriores, você observará, por exemplo, que há


uma regularidade de comprimento, ou seja, se escolhermos um intervalo
no eixo das abscissas cujo comprimento é igual a , todo o gráfico poderia
ser construído, repetindo o gráfico relacionado a este intervalo. Observe,
por exemplo, que o gráfico de

π π π 3π
− até , igual ao gráfico de até , e esta característica se repete
2 2 2 2
ao longo dos eixos das abscissas. Portanto, com esta análise, podemos,
de forma intuitiva, concluir que: a função tangente é periódica e seu
período π . Visualize isso no gráfico anterior.

55
Atividade 12

Veja no esboço, em um mesmo sistema de eixos coordenados, os gráficos das


π 3π
funções f ( x) = cos x , g ( x) = sen x , h( x) = tg x para <x< .
2 2

Nestas condições, responda:

a) cos x é sempre negativo?


b) sen x é sempre decrescente e negativo?
c) tg x é sempre crescente e positiva?
d) quais são as coordenadas do ponto em que sen x = cos x ?
e) o ponto onde sen x = cos x tem abscissa menor, maior ou igual à abscissa
do ponto em que tg x = cos x ?

2.2. Função cotangente

56
Vamos, agora, construir juntos o conceito intuitivo da função circular cotangente,
tendo por apoio o processo de aprendizagem que utilizamos na construção da
função tangente.

De forma análoga ao que foi feito no estudo da função tangente, queremos


estender o conceito de cotangente no triângulo retângulo para o ciclo
trigonométrico. Sendo assim, o eixo das cotangentes deverá ser acoplado ao
ciclo trigonométrico. Tal eixo é paralelo ao eixo dos cossenos (x) e tangente ao
ciclo trigonométrico no ponto B(0, 1), isto é, passa pelo ponto B(0, 1) e é paralelo
ao eixo das abscissas (x) - tal eixo é chamado de eixo das cotangentes, como
ilustrado a seguir.

Para determinar a cotangente de um arco 


AB , utilizando o ciclo trigonométrico,
você deve proceder da seguinte forma:

Dado o ponto P sobre o ciclo trigonométrico, traçamos uma semi-reta que passa
pela origem O e pelo ponto P, até que esta intercepte o eixo das cotangentes
num ponto C.

Observe o desenho, a seguir:

57
Atenção:

Lembre-se que a 3ª igualdade ocorre,


pois OB equivale ao raio da
circunferência unitária,
conseqüentemente sua medida será
igual a 1

58
A medida algébrica (considerando o valor positivo ou negativo do número) do
segmento BC será a cotangente do arco 
AP e, consequentemente, a
cotangente de α .

Notação: cotgα = BC

Veja como pode ser verificada a extensão do conceito de cotangente no


triângulo retângulo, para um arco qualquer, através da realização das atividades
propostas, a seguir.

Atividade 13

Observando o desenho anterior, responda às perguntas abaixo:

1) O triângulo BOC é retângulo em qual dos vértices?


2) Considerando o ∆BOC retângulo, pode-se afirmar que a medida do
 será?
ângulo C
3) Considerando, ainda, o ∆BOC retângulo, e sabendo que
cat.adjacente
cotg (a ) , temos que:
cat.oposto
cat.adjacente
cotg (a ) =_________=________= BC
cat.oposto

Atividade 14

Mostre que no ciclo trigonométrico o segmento y = cotg ( a ) , sendo:



a) a =
4

b) a =
2

c) a =
3

Atividade 15

–Complete o que é solicitado:

59
a) Faça o estudo de sinal da função cotangente no ciclo trigonométrico, a
seguir, e escreva em linguagem matemática:

b) Analise no ciclo trigonométrico, a seguir, o crescimento e/ou


decrescimento da função cotangente;

60
c) Complete a tabela a seguir, utilizando o ciclo trigonométrico para colocar
suas respostas;

d) Utilizando o seu conhecimento dos arcos notáveis e mais suas


aprendizagens sobre a função cotangente, complete a tabela abaixo:

e) Construa o gráfi co da função cotangente. Atenção à unidade de medida.

f) Analisando os itens anteriores, dê o domínio e o conjunto imagem da


função cotangente.

g) Escreva com suas palavras o que você compreendeu sobre a


periodicidade de uma função e, em seguida, analise a periodicidade da
função cotangente.

Atividade 16

Determine o domínio da função, em cada caso:

a) cotg 2 x

61
 π
b) cotg  x + 
 3
Atividade 17

Sendo um arco do 3° quadrante, dê o sinal de cada uma das expressões a


seguir:

 π  π
tg  x +  .cotg  x + 
a)  2  2
cotg x.cotg ( x + π )

 π
cotg  x +  .tg ( x + π )
b)  5
tg x

Atividade 18
π
Sendo cos x = −0,8 , < x < π , determine sen x , tg x e cotg x .
2

Atividade 19

Dado cotg x = 2 , determine sen x , cos x e tg x .

Atividade 20

2m − 3 2m − 1
Determine os valores de m , para que se tenha tg x = e cotg x =
m 3m

1
Uma sugestão: Verifique e utilize a relação cotg x = .
tg x

Atividade 21

Lembrando que o conjunto imagem da função cotangente é o conjunto  (dos


números reais), fato este que você dever ter visto na atividade 15, determine o
conjunto imagem das funções abaixo:

x
a) f ( x) = cotg  
3

62
 x −1 
b) f ( x ) = cotg  
 7 

Atividade 22

Dê a expressão geral de todos os valores de x, tais que:

a) tg x = − 1
b) tg x = 3
c) cotg = −1
d) cotg = 0

8.3 Funções secante e cossecante

Agora, completando o nosso estudo das funções trigonométricas, abordaremos


as funções secante e cossecante. Antes de estudarmos tais funções, precisamos
saber como estas estão definidas no triângulo retângulo. Sendo assim, considere
o triângulo ∆ABC abaixo:

Podemos defi nir, da seguinte forma, tais funções:

1 1
sec x = e cos sec x =
cos x sen x

Onde x é um de seus ângulos agudos. Assim, mais precisamente teremos:

63
1 a 1 a = 1 =a
sec β
= = =
sec C = ............. cossec β
cos β
 c 
cos C b sen β
 b

= 1 a
cossec C =

sen C c

Vamos colocar em prática? Sugiro que faça agora a atividade 23.

Atividade 23

Considerando o triângulo retângulo abaixo, determine


se n β
 , cos β
 , tg β
 , cotg β
 , sec β
 e cossec β


2.3.1. Função secante

Da mesma forma que introduzimos as outras funções trigonométricas, você deve


lembrar que, neste caso, também é feito uma extensão do conceito da secante
no triângulo retângulo para um número qualquer, utilizando o ciclo
trigonométrico. Sendo assim, você terá, aqui, uma construção semelhante às
outras funções, sendo que o processo utilizado neste caso é:

64
Dado o ponto P extremidade do arco , AP traçamos a reta tangente ao ciclo
trigonométrico e que contenha o ponto P , tal reta ao interceptar o eixo dos
cossenos no ponto S , nos dará o segmento OS ; desta forma, definimos a
medida algébrica deste segmento como sendo a secante do arco 
AP .

Notação: sec α = OS

Veja, a seguir, como fica tal construção no ciclo trigonométrico:

Como foi dito anteriormente, tal construção é também uma extensão do conceito
de secante no triângulo retângulo; portanto, ao escolhermos um ângulo α do 1°
quadrante, este recurso deverá nos fornecer o mesmo valor da secante
analisada no triângulo retângulo. Comprovemos tal fato:

Analisando o desenho anterior, temos o ∆OPS retângulo, sendo que o ângulo


reto se encontra no vértice P . Assim, temos:

1 1 OS OS
sec 
AP = = = = = OS

cos AP OP OP 1
OS

65
Observe que a quarta igualdade é verdadeira, pois o segmento OP é o raio do
ciclo trigonométrico, ou seja, tem comprimento igual a 1.

Vamos ver isso na prática? Segue a atividade 24 como sugestão,


para que a realize agora!

Atividade 24

Represente no ciclo trigonométrico a secante dos valores de x , dados abaixo:

π
a)
4


b)
3

−π
c)
10

11π
d)
2

−9π
e)
4

2.3.1.1. Sinal da função secante

Agora, analisaremos o sinal da função secante em cada um dos quadrantes.


Embora você possa fazer esta análise utilizando o recurso mostrado acima,
traçando retas tangentes ao ciclo trigonométrico, abordaremos aqui uma
estratégia um pouco diferente.

1
Sabemos, por definição, que sec x = . Sendo assim, como divisão de
cos x
números positivos, será um número positivo, e divisão de um número positivo
por um número negativo, será um número negativo, podemos concluir que:

Se cos x > 0 → sec x > 0 e cos < 0 → sec x < 0 .

66
Lembrando do capítulo anterior de funções trigonométricas, que a função
cos x será positiva no primeiro e quarto quadrantes, e negativa no segundo e
quarto quadrantes, o estudo de sinal desta função ( y = sec x) será:

Acho que seria interessante dar uma paradinha e realizar as atividades, a seguir,
para praticar mais um pouco!

Atividade 25

Faça o estudo de sinal da função secante, utilizando retas tangentes ao ciclo


trigonométrico, e analisando o sinal do segmento obtido sobre o eixo das
abscissas ( AA ') .

Atividade 26

π
Sabendo que 0 < x < , qual será o sinal da expressão?
2
sec x. tg x . sen x
y=
 π
cos  x + 
 2

2.3.1.2. Crescimento e/ou decrescimento da função secante

67
Analisaremos o conceito de função crescente e função decrescente, verificando
o crescimento e/ou decrescimento da função secante no 2º e no 3º quadrantes,
ficando como atividade a análise no 1º e no 4º quadrantes do ciclo
trigonométrico.

No 2° quadrante, temos:

Assim, considerando no ciclo trigonométrico acima, ( )


α = med 
AP1 e

β = med ( )
AP2 temos que α < β ; por outro lado, OS1 < OS2 , ou seja,
sec(α ) < sec( β ) , o que nos leva a concluir que no 2º quadrante a função
secante é crescente.

No 3° quadrante, temos:

68
Assim, considerando no ciclo trigonométrico anterior, α = med ( )
AP1 e

( )
β = med 
AP2 temos que α < β ; por outro lado, OS1 > OS 2 , ou seja,
sec(α ) > sec( β ) , o que nos leva a concluir que no 3º quadrante a função
secante é decrescente.

Vamos realizar mais atividades, para que você possa fazer a análise no 1º e no
4º quadrantes do ciclo trigonométrico. E para que possa praticar um pouco o
assunto que acabamos de ver!

Estude o crescimento/decrescimento da função secante no 1º e 4º quadrantes.

Agora, faça o esboço do gráfico da função secante, como foi feito nas funções
anteriores. Faça isto utilizando alguns pontos deste gráfico.

Para a função secante, também teremos alguns pontos onde esta função não
está definida; isto ocorrerá sempre que cos x = 0 .

69
Atividade 28

Justifique a afirmação: “A função y = sen x , não está definida para valores de x ,


onde cos x = 0 ”. Escreva, aqui, sua justificativa.

Atividade 29

Analise as tabelas a seguir, utilizando o seu conhecimento obtido na leitura


anterior:

Você percebeu que aqui também apareceu o símbolo ∃ ?


Como falamos anteriormente, isto já era de se esperar, visto que a secante não
π 3π
está definida para x = , e, também, para x = . Podemos perceber isto no
2 2
ciclo trigonométrico pois, ao representar retas tangentes ao ciclo passando por
estes arcos, estas não interceptam o eixo dos cossenos, devido ao fato destas
serem paralelas ao mesmo. Mas, podemos fazer o mesmo tipo de análise que foi
π
feita para a função tangente, considerando valores próximos de x = e de
2

x= .
2

70
Atividade 30

Utilizando o ciclo trigonométrico, faça uma análise dos valores da secante para
π π π 
números próximos x=  x = −ε e x = +ε  e de
2 2 2 
3π  3π 3π 
x= x = −ε e x = +ε  e analise a tabela abaixo:
2  2 2 

2.1.1.3 Gráfico da função secante

Em vista dos esboços dos outros gráficos abordados no capítulo anterior de


funções trigonométricas, e inclusive nesse, o esboço do gráfico da função

71
secante perde um pouco o sentido ao dispormos apenas de alguns pontos
deste, como foi feito anteriormente. Por exemplo, ao representar, no plano
cartesiano, os pontos obtidos na tabela anterior, juntamente com as assíntotas,
ficará da seguinte forma:

Você percebeu que não ficaria nada fácil determinar com exatidão como seria
este gráfico? Apesar disto, analisando as tabelas anteriores, tal representação já
nos daria um “esboço” deste. Você terá oportunidades, ao estudar o cálculo
diferencial e integral, de construir o gráfico utilizando ferramentas que te
ajudarão a se aproximar do esboço do gráfico. Mostraremos este aqui, agora,
com o intuito de familiarização e comprovação dos valores obtidos na tabela.
Veja o gráfico da função y = sec x :

Assíntotas retas referentes aos valores de onde a função não está


definida.

72
Você percebeu que não ficaria nada fácil determinar com exatidão como seria
este gráfico?

Apesar disto, analisando as tabelas anteriores, tal representação já nos daria um


“esboço” deste. Você terá oportunidades, ao estudar o cálculo diferencial e
integral, de construir o gráfico utilizando ferramentas que te ajudarão a se
aproximar do esboço do gráfico.

Mostraremos este aqui, agora, com o intuito de familiarização e


comprovação dos valores obtidos na tabela. Veja o gráfico da
função y = sec x :

73
Como você pôde observar pelo gráfico e pelo estudo anterior, temos algumas
características relacionadas à função secante, a saber:

2.1.1.4 Domínio da função secante

π
Como a função secante não está definida para valores de x+ + kπ , onde
2
k ∈ π , pois nestes valores temos cos x = 0 , o domínio da função tangente será o
 π 
conjunto dos números reais diferentes de tais x, ou seja  x ∈  / x + + kπ  .
 2 

2.1.1.5 Imagem da função secante

Como os valores de sec x assumem sempre valores maiores ou iguais que 1 e


menores ou iguais que -1 (procure observar isto no gráfi co), o conjunto imagem
da função secante será { x ∈  / x ≤ 1 ou x ≥ 1 } , isto é Im =  − ( −1,1) .

É hora de praticar! Sugiro que, agora, realize as atividades, a seguir:

74
Atividade 31

Determine o conjunto dos valores de m de modo que exista , satisfazendo a


igualdade:

a) sec x = 3m − 2

2m − 1
b) sec x =
1 − 3m

Atividade 32

Dado sen x = −0, 6 , calcule as demais razões trigonométricas de x .

Atividade 33

Sendo sec x = m , calcule tg x .

2.1.2. Função cossecante

Trocando idéias!

Abordaremos, agora, a função cossecante Como foi feito até o presente momento,
definiremos esta função e proporemos como atividade o estudo de suas
particularidades e suas propriedades, pois este processo é importante para sua
formação e aprendizagem.

75
Então vamos iniciar? Faremos aqui uma extensão do conceito da cossecante no
triângulo retângulo para um número qualquer, utilizando o ciclo trigonométrico. A
construção será semelhante ao que fizemos nas outras funções, sendo que o
processo utilizado neste caso é o seguinte:

Dado o ponto P extremidade do arco  AP , traçamos a reta tangente ao ciclo


trigonométrico e que contenha o ponto P , tal reta ao interceptar o eixo dos senos
no ponto C , nos dará o segmento OC ; sendo assim, a medida algébrica deste
segmento será a cossecante do arco 
AP .

Notação: cossec α = OC

Veja como fica tal construção no ciclo trigonométrico a seguir:

E como fica, neste caso, a questão da extensão?

76
Seja um ângulo α do 1° quadrante, este recurso deverá nos fornecer o mesmo
valor da cossecante analisada no triângulo retângulo; sendo assim,
comprovemos tal fato:

Analisando o desenho anterior, temos o ∆OPC retângulo, sendo que o ângulo


reto se encontra no vértice P . Assim, temos:

1 1 OC OC
cossec 
AP = = = = = OC

sen AP OP OP 1
OC

 equivale ao ângulo e a quarta


Observe que analisando o ∆OPC , o ângulo C
igualdade é verdadeira, pois o segmento OP é o raio do ciclo trigonométrico, ou
seja, tem comprimento igual a 1.

Vamos praticar mais um pouco! Sugiro que realize, agora, as


atividades a seguir.

Atividade 34

Mostre no ciclo trigonométrico o segmento y = cossec (α ) , sendo:

77
π
a) α =
3

b) α =
2
10π
c) α =
6

Atividade 35

a) Faça o estudo de sinal da função cossecante no ciclo trigonométrico a


seguir, e escreva em linguagem matemática:

b) Analise no ciclo trigonométrico a seguir, o crescimento e/ou decrescimento da


função cossecante;

78
c) Complete a tabela a seguir utilizando o ciclo trigonométrico, para colocar
suas respostas;

79
d) Utilizando o seu conhecimento dos arcos notáveis e mais suas
aprendizagens sobre a função cossecante, complete a tabela a seguir:

e) Analisando o gráfico da função cossecante abaixo, dê o domínio e o


conjunto imagem da função cossecante.

80
f) Ainda analisando o gráfi co anterior, para valores de x próximos
de ±2 π , ± π e 0, o que ocorre com a função cossecante?

Trocando idéias!

Resumo
Estudamos neste capítulo as funções: tangente, cotangente, secante e
cossecante. Esperamos que nosso objetivo, até o momento, tenha sido
alcançado. E gostaríamos de lembrá-los que o empenho, a dedicação e o
estudo paralelo no nosso livro texto e em outros livros, devem fazer parte de
toda sua caminhada, não só nestes livros de funções, mas em todos os
demais de nosso curso de Matemática, pois acreditamos que este seja o
caminho da aprendizagem.

81
CAPÍTULO III: Funções trigonométricas: prosseguindo e aprofundando os
estudos
Adriano Dawison de Lima
Júlio César de Jesus Onofre
Sandra Bulhões Cecílio

Introdução
Estamos caminhando juntos na construção do conhecimento acerca das
funções trigonométricas há dois capítulos. Hoje, com certeza, se você seguiu
todas as orientações de estudo que disponibilizamos nesses dois capítulos
iniciais, desenvolveu as atividades propostas neles e também realizou as
leituras indicadas do livro-texto, você certamente já conseguiu familiarizar-se
com os termos a seguir:

Seno Co-seno Tangente

Cotangente Secante Co-secante

1
cossec(θ ) = =
sen(θ )

hipotenusa
cateto oposto

82
O aprofundamento do estudo sempre lhe possibilitará ter
o apoio teórico formal tanto na estruturação de conceitos,
quanto na formalização das propriedades que
demonstramos, de forma intuitiva, ao longo destes três
capítulos acerca das funções trigonométricas. Nesse
sentido, reforçamos a importância da constante pesquisa
e leitura de nossos livros para auxiliarem em seus
estudos.

Neste Capítulo, especificamente, vamos aprofundar os nossos estudos


sobre as relações entre as funções trigonométricas, em seguida,
apresentaremos recursos e instrumentos que o auxiliarão na compreensão
desse conteúdo e, por fim, conheceremos algumas transformações
trigonométricas.

Objetivos
Ao final dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você seja capaz
de:
− conhecer e utilizar as relações trigonométricas fundamentais e decorrentes;
− conhecer os programas de computador Winplot e Cabri e os recursos
Quadrigraf e trilegal como instrumentos de apoio à aprendizagem nos
estudos da trigonometria;
− aplicar os métodos que auxiliam na verificação da identidade trigonométrica;
− conhecer algumas transformações trigonométricas dos arcos.

Esquema

3.1. Identidades trigonométricas.


3.1.1. As identidades trigonométricas e o rigor matemático.
3.2. Sobre as ferramentas de apoio à aprendizagem de trigonometria.
3.3. Transformações trigonométricas.
3.3.1. Fórmulas da soma.

83
3.3.2. Fórmulas da diferença.
3.3.3. Arcos duplos e arcos metades.
3.3.4. Redução de arcos ao primeiro quadrante.

3.1. Identidades trigonométricas


Inicialmente, vamos retomar algumas relações trigonométricas já estabelecidas
em momentos anteriores. Para tanto, seria importante que você desenvolvesse
as atividades de ensino a seguir.

Atividade de ensino 1
Complete as relações abaixo:

1) sen 2 x + cos 2 x = _________

2) tg x =
cos x
1 cos x
3) cotg x = =
______ ______

4) sec x =
cos x
5) cos sec x =
sen x

Essas cinco relações recebem o nome de relações trigonométricas


fundamentais ou identidades trigonométricas, pois elas envolvem funções que
podem ser deduzidas por meio de manipulações algébricas, como o exemplo a
seguir:

Sabemos que sen x + cos x = 1 , dividindo esta relação por cos x , temos:
2 2 2

2 2
sen 2 x cos 2 x 1  sen x   1 
+ = →  +1 =   →
cos x cos x cos x  cos x 
2 2 2
 cos x 
tg 2 x + 1 = sec 2 x

84
Esta última relação é verdadeira para todo x , onde cos x ≠ 0 , sendo assim esta
é uma relação trigonométrica.

Atividade de ensino 2
Prove a relação trigonométrica cotg 2 x + 1 = cos sec2 x .

Estas relações tg x + 1 = sec x e cotg x + 1 = cos sec x , são chamadas de


2 2 2 2

relações decorrentes, já que estas decorrem das relações fundamentais,


demonstradas na atividade de ensino 1.
Ao desenvolvermos uma identidade trigonométrica, ou seja, uma relação
trigonométrica, o caminho a ser trilhado neste desenvolvimento pode ser de
várias formas. Podemos desenvolver um dos termos chegando ao outro termo,
ou desenvolvendo os dois termos e chegando numa igualdade. Vejamos um
caso, como exemplo:

Verifique a identidade trigonométrica sec 2 x.tg x.cot g x = 1 + tg 2 x .

1º Método

Partindo do lado esquerdo (ou 1º membro), temos:

2
 1  sen x cos x 1
sec 2 x ⋅ tg x ⋅ cot g x =   ⋅ ⋅ = =
 cos x  cos x sen x cos x
2

sen 2 x + cos 2 x sen 2 x cos 2 x


= + = tg 2 x + 1
cos 2 x cos 2 x cos 2 x

O que verifica nossa identidade trigonométrica, pois partimos do lado esquerdo


da mesma e chegamos na expressão à direita.

2º Método

Desenvolvendo ambos os lados da identidade, temos:

85
sec2 x ⋅ tg x ⋅ cot g x = tg 2 x + 1 →
2
 1  sen x cos x sen 2 x
  ⋅ ⋅ = +1 →
 cos x  cos x sen x cos 2 x
1 sen 2 x + cos 2 x
= →
cos 2 x cos 2 x
1 1
=
cos x
2
cos 2 x

O que também, verificaria a nossa identidade trigonométrica.

Vale a pena ressaltar aqui que ambos os métodos mostrados estão corretos e
que eles podem ser aplicados no estudo das identidades trigonométricas.

3.1.1. As identidades trigonométricas e o rigor matemático

Matematicamente, o primeiro método, apresentado acima, é o mais correto, já


que queremos comprovar uma igualdade, ou seja, pensando na lógica
matemática envolvida em questões deste tipo, já que queremos verificar se
p = q , não poderíamos partir disto, não é mesmo?

Mas, este fato, é apenas uma questão estética e um pouco formal de tais
construções. Só para ser um pouco mais claro, suponhamos que quiséssemos
verificar a identidade trigonométrica de sen 2 x = cotg 2 x + 1 , utilizando o mesmo
raciocínio, temos:

86
sen 2 x = cotg 2 x + 1 →
2
 cos x 
sen 2 x =   +1 →
 sen x 
cos 2 x
sen 2 x = +1 →
sen 2 x
sen 2 x + cos 2 x
sen 2 x = →
sen 2 x
1
sen 2 x = →
sen 2 x
sen 4 x = 1
Não chegaríamos numa mesma expressão, não é mesmo? Mas, também não
poderíamos concluir diretamente que a equação inicial estivesse errada, já que
π
para x = , por exemplo, a mesma é verdadeira.
2

O fato, aqui, é que esta não é verdadeira para todos os x pertencentes aos
domínios das funções envolvidas.
Mas, será que podemos utilizar este recurso de desenvolver ambos os lados da
identidade de uma forma que, matematicamente, estaria totalmente correta?

A resposta é SIM, o que nós matemáticos fazemos, nestes casos, é voltar o


processo, isto! Voltar o caminho, veja como ficaria:

1 1
= →
cos x
2
cos 2 x
1 sen 2 x + cos 2 x
= →
cos 2 x cos 2 x
2
 1  sen 2 x
  ⋅ 1 = +1 →
 cos x  cos 2 x
2
 1  sen x cos x sen 2 x
  ⋅ ⋅ = +1 →
 cos x  cos x sen x cos 2 x
sec 2 x ⋅ tg x ⋅ cotg x = tg 2 x + 1

87
Você pode até estar se questionando, mas não é a mesma coisa?

A resposta é NÃO; é totalmente diferente, pois partimos de resultados que


1 1
sabemos serem verdadeiros, como = , sen 2 x + cos 2 x = 1 e
cos x
2
cos 2 x
sen x cos x
⋅ = 1 , obtendo assim, um novo resultado, que era exatamente o que
cos x sen x
queríamos verificar.
Bom, mas como dissemos, por se tratar de identidades, poderemos, usar ambos
os métodos neste momento.
Se possível, toda vez que desenvolver uma identidade trigonométrica utilizando
o 2º método, faça também a volta deste processo, como foi feito aqui, neste
capítulo, pois é bom criar o hábito de visualizar onde se quer chegar para
escolher os caminhos adequados para conseguir isto. E este processo de "volta"
aborda muito bem isso.

Vamos às demais atividades de ensino?

Atividade de ensino 3
Verifique as identidades trigonométricas abaixo:

( )( )
a) 1 + cotg 2 x 1 − cos 2 x = 1
b) sec x ⋅ sen x − cos sec x ⋅ cos x = tg x − cot g x
c) sen 4 x − cos 4 x = sen 2 x − cos 2 x
sen3 x − cos3 x
d) = 1 + sen x ⋅ cos x
sen x − cos x

Atividade de ensino 4

88
sec x + sen x
Reduza a expressão trigonométrica , o máximo possível.
cos sec x + cos x

Atividade de ensino 5

Verifique a identidade e justifique as condições dadas a seguir:


π
“Temos cos 2 x + tg 2 x ⋅ cos 2 x = 1 , para todo x ≠ + kπ , com k ∈ .”
2

3.2. Sobre as ferramentas de apoio à aprendizagem de trigonometria

Conversaremos agora sobre alguns recursos instrumentais e ferramentas de


apoio à aprendizagem, que podem ser utilizados com a finalidade de nos
auxiliar na compreensão e na exploração de conceitos da trigonometria.
Sabemos que a informática hoje, através de alguns de seus recursos como por
exemplo, programas de computador específicos de matemática, nos permite
ganhar agilidade e analisar várias situações, entre elas, muitas que possam
envolver as relações trigonométricas
Talvez você até já tenha tido contato com alguns destes programas, talvez
tenha ouvido falar ou esta até seja a primeira vez que os mesmos são
apresentados a você. Isso não importa muito. Claro que, se você já tiver tido
algum contato com esses recursos, sua aprendizagem poderá ocorrer em
menor tempo, mas o que importa agora é que você siga as orientações sobre
esses recursos, tente familiarizar-se ao máximo com esses programas e, em
caso de dúvidas, não deixe de recorrer ao seu preceptor ou preceptora.
Dentre os vários programas que podem ser utilizados no campo matemático,
existem dois, de fácil manipulação e que possuem um riquíssimo valor como
ferramenta de ensino e aprendizagem: Winplot e Cabri-Geometre.

89
Saiba mais!

CABRI

O Cabri é um programa muito utilizado nas escolas brasileiras nos estudos de


Geometria Dinâmica (GD). Ele possui várias funcionalidades, entre elas: a
construção de cônicas, de lugares geométricos, de macros e de animações
interessantes.

Segundo Isotani (2005) o programa Cabri é o resultado das pesquisas


conjuntas entre a Universidade Joseph Fourier de Grenoble e o Centro
Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) realizadas no Laboratório de
estruturas discretas e didáticas, e posteriormente, seguida pelo laboratório,
Leibniz, ambos do IMAG - Institut d'Informatique et de Mathematiques
Appliquées (Instituto de Informática e de Matemática Aplicada), sob a liderança
de Jean-Marie Laborde. O estudo e desenvolvimento deste programa contou
com a participação, principalmente, dos pesquisadores Franck Bellemain,
Philippe Cayet e Yves Baulac.

WINPLOT

O Winplot é um software livre e sua versão no idioma português está


disponível para download em:

http://math.exeter.edu/rparris/peanut/wppr32z.exe

Trata-se de um software desenvolvido pelo educador francês Richard Parris


da Philips Exeter Academy, com a finalidade de plotar gráficos em 2D e 3D a
partir da entrada de funções matemáticas nas formas explicitas, implícitas,
paramétricas, em coordenadas cilíndricas e esféricas.

90
Estes são softwares, que nos permitem, entre outros recursos:
 construir gráficos;
 obter resultados geométricos e trigonométricos;
 desenvolver construções de figuras planas e espaciais, entre vários
outros recursos.

Nossa intenção aqui não é dar uma descrição detalhada e nem realizar uma
abordagem exata sobre o que é e sobre como utilizar estes programas e sim,
discutir sobre a aplicabilidade deles em prol da aprendizagem acerca das
relações trigonométricas, entretanto, em nossos encontros presenciais
proporemos apresentações mais detalhadas e também o desenvolvimento de
atividades em que possam ser evidenciados os aspectos mencionados neste
capítulo, acerca tanto dos recursos desses programas quanto da aplicação
deles nos nossos estudos.
Por um lado, sabemos que, nem sempre, podemos contar com o apoio dos
recursos tecnológicos para enriquecimento e construção tanto da nossa auto-
aprendizagem quanto da aprendizagem dos nossos educandos. Por outro lado,
existem outros recursos não tecnológicos bastante criativos e interessantes, que
também podem subsidiar os estudos sobre Trigonometria, a saber: Trilegal e
Quadrigraf, sendo que este último trata-se de um instrumento que foi criado por
alunos do curso de Matemática da Uniube, sob a supervisão da Professora
Váldina Gonçalves da Costa, autora de vários capítulos que vocês vêm
estudando.
Durante os encontros presenciais buscaremos explorar também esses dois
recursos, de maneira que possamos verificar e comprovar os resultados obtidos
a partir de situações mencionadas nos capítulos que abordam as funções
trigonométricas.

3.3. Transformações trigonométricas

Para completar nossos estudos de trigonometria, vamos apresentar, neste


momento, algumas transformações trigonométricas que acreditamos ser
importante que você conheça.
As fórmulas que serão apresentadas aqui são chamadas de transformações
trigonométricas, pois elas possibilitam transformar, no sentido de mudar, as
funções trigonométricas aplicadas em determinados ângulos e em outras
funções trigonométricas aplicadas em outros ângulos.
Vejamos um caso específico, sem apresentação da fórmula propriamente dita,
executando a atividade a seguir:

91
Atividade de ensino 6

Faça o que se pede em cada etapa abaixo:

π 
1) Você sabe, dos capítulos anteriores que sen  = .
2

π π π  π 
2) Como = + . Temos que, sen   = sen  + .
2 3 2 3 

π  π  π  π 
3) Calcule o valor da expressão sen   cos   + sen   cos   .
3 6 6 3
4) E assim, você pode concluir que:

π  π  π  π 
5) sen   cos   + sen   cos   = .
3 6 6 3

π  π  π  π  π 
6) Ou seja, sen   = sen   cos   + sen   cos   .
2 3 6 6 3

Em graus, o que podemos tirar como resultado é que:

sen ( 90º ) = sen ( 60º ) cos ( 30º ) + sen ( 30º ) cos ( 60º ) . E, o que acabamos de fazer,
π
é uma transformação da função seno aplicada em , para uma soma e
2
π π
produtos de funções seno e cosseno, aplicadas em e .
3 6

Bom, mas se tivéssemos em vez de seno, a função cosseno?

92
Para obtermos essa resposta, vamos à atividade de ensino.

Atividade de ensino 7

Faça o que se pede em cada etapa abaixo:


π 
1) Você sabe, dos capítulos anteriores que cos  = .
2

π π π  π 
2) Como = + , temos que, cos   = cos  + .
2 3 2 3 

π  π  π  π 
3) Calcule o valor da expressão cos   cos   − sen   sen   .
3 6 3 6

E assim, você pode concluir que:

π  π  π  π 
4) cos   cos   − sen   sen   = .
 
3  
6  
3 6

π  π  π  π  π 
5) Ou seja, cos   = cos   cos   − sen   sen   .
2 3 6 3 6

Em graus, o que tiramos de resultado é que:

cos ( 90º ) = cos ( 60º ) cos ( 30º ) − sen ( 60º ) cos ( 30º ) . E, o que acabamos de fazer é
π
uma transformação da função cosseno aplicada em , para uma diferença e
2
π π
produtos de funções seno e cosseno, aplicadas em e .
3 6

93
E como ficaria a fórmula geral destas transformações?

3.3.1. Fórmulas da soma:

sen ( a + b ) = sen ( a ) cos ( b ) + sen ( b ) cos ( a )


cos ( a + b ) = cos ( a ) cos ( b ) − sen ( a ) sen ( b )

3.3.2. Fórmulas da diferença:

No caso, das fórmulas da diferença, você poderia obtê-las, da seguinte forma:

Utilizando o ciclo trigonométrico, é possível verificar que sen ( −a ) = − sen (a ) e


cos ( − a ) = cos (a ) , veja, a construção a seguir:

Assim, utilizando tais resultados temos:

94
sen ( a − b) = sen(a + (−b)) = sen ( a) cos ( −b) + sen ( −b) cos ( a) = sen ( a) cos ( b) − sen ( b) cos ( a)
E,

cos ( a − b) = cos ( a) cos ( −b) − sen ( a) sen ( −b) = cos(a)cos(b) − sen(a).(−sen(b)) = cos(a)cos(b) + sen(a).sen(b)

Ou seja,

sen ( a − b ) = sen ( a ) cos ( b ) − sen ( b ) cos ( a )

cos(a − b) = cos(a ) cos(b) + sen(a ).sen(b) .

Observe que, usamos em ambas as deduções, que sen ( −b ) = − sen (b) e


cos ( −b ) = cos (b) .

Vale a pena ressaltar aqui que é possível obter outras transformações


referentes às funções tangente e cotangente, mas, não abordaremos neste
momento essas construções.

Tenha a convicção de que é preciso aprofundar os


seus conhecimentos acerca das transformações
trigonométricas das funções tangente e cotangente.

Atividade de ensino 8

Calcule os valores a seguir, utilizando as fórmulas de transformações


trigonométricas abaixo e a sugestão dada:

a) sen105º 105º = 60º + 45º

b) cos15º 15º = 45º − 30º

sen 75º
c) tg 75º 15º = 45º + 30º e tg 75º =
cos 75º

95
1
d) sec 285º 285º = 360º − 75º e sec 285º =
cos 285º

Atividade de ensino 9

Em nosso capítulo sobre Funções trigonométricas seno e cosseno, foi dito que
 = cos(90° − B
senB  ) e cos B
 = sen(90° − B
 ) , independentemente se o ângulo B̂ ,
for um ângulo agudo ou não.
Agora, mostre isto, utilizando as fórmulas da diferença.

Podemos também utilizar as fórmulas de transformações trigonométricas acima,


para deduzir as fórmulas de arco duplo e arco metade.

3.3.3. Arcos duplos e arcos metades

Nas fórmulas,
sen ( a + b ) = sen ( a ) cos ( b ) + sen ( b ) cos ( a ) e

cos ( a + b ) = cos ( a ) cos ( b ) − sen ( a ) sen ( b ) , fazendo b = a , temos:

sen(2a) = sen ( a + a ) = sen ( a ) cos ( a ) + sen ( a ) cos ( a ) = 2sen ( a ) cos ( a ) e

cos(2a) = cos ( a + a ) = cos ( a ) cos ( a ) − sen ( a ) sen ( a ) = cos 2 (a) − sen 2 (a) , ou

seja, sen(2a ) = 2 sen ( a ) cos ( a ) e cos(2a ) = cos (a ) − sen (a ) . Tais fórmulas


2 2

são chamadas de fórmulas das transformações de arcos duplos.

Por outro lado, utilizando a fórmula cos(2a ) = cos ( a + a ) = cos 2 (a ) − sen 2 (a ) , e


x
fazendo a = , temos:
2
 x x x x x
cos ( x ) = cos  2.  = cos 2   − sen 2   . Mas como, sen 2   = 1 − cos 2   ,
 2 2 2 2 2

 x   x  2 x
podemos concluir que cos ( x ) = cos 2   −  1 − cos 2    = 2 cos   − 1 , e daí,
2   2   2

96
x x  x  1 + cos ( x ) x 1 + cos ( x )
2 cos 2   − 1 = cos ( x ) → 2 cos 2   = 1 + cos ( x ) → cos2   = → cos   = ±
2  2 2 2 2 2

 x 1 − cos ( x )
e de forma análoga, também encontramos, que sen   = ± . Ou
2 2
seja,

 x 1 − cos ( x )
sen   = ±
2 2
 x 1 + cos ( x )
cos   = ±
2 2

Tais fórmulas são chamadas de fórmulas das transformações de arcos metade.

Veremos agora, como aplicação das fórmulas de transformações dos arcos


(seno da soma e da diferença e cosseno da soma e da diferença), o estudo da
redução de arcos ao primeiro quadrante.

3.3.4. Redução de arcos ao primeiro quadrante

Reduzir um arco x ao primeiro quadrante, significa encontrar um arco


π
a compreendido entre 0 rad e rad , cujas funções trigonométricas deste arco
2
x , podem ser analisadas e determinadas em função das funções
trigonométricas deste arco a , do 1º quadrante. Vejamos como podemos fazer
isto.

• Redução de um arco do 2º quadrante ao 1º quadrante


Considere, por exemplo, o arco x = , tal arco pertence ao 2º quadrante, já
4
π 3π 3π π
que < < π . Sabemos ainda que, =π − .
2 4 4 4

Utilizando as fórmulas de transformações,

sen ( a ± b ) = sen ( a ) cos ( b ) ± sen ( b ) cos ( a ) e

97
cos(a ± b) = cos(a ) cos(b) ∓ sen(a ) sen(b) , temos:

 3π   π π π  π π  π  2
sen   = sen  π −  = sen π cos − sen   cos π = 0 ⋅ cos − sen   ⋅ ( −1) = sen   =
 4   4 4 4 4 4 4 2

já que, sen π = 0 e cos π = −1 . Assim, em resumo temos:

 3π   π π 
sen   = sen  π −  = sen   .
 4   4 4

De uma forma geral, temos que:

Se x = π − a , sen x = sen (π − a ) = sen a .

 3π 
Por outro lado, se fôssemos, calcular o cos   , teríamos:
 4 

 3π   π π  π  π  π  π  já
cos   = cos  π − 4  = cos π cos  4  + sen π sen  4  = (−1) ⋅ cos  4  + 0 ⋅ sen  4  = − cos  4 
 4             
que também aqui, sen π = 0 e cos π = −1 . E neste caso, de uma forma geral,
teríamos: Se x = π − a , cos x = cos(π − a ) = − cos a .
E, como conseqüência das fórmulas obtidas, temos:

sen x sen a sen a


tg x = = =− = −tg a
cos x − cos a cos a

Atividade de ensino 10

Para cada arco x , pertencente ao 2º quadrante, dados a seguir, determine o


seno, o cosseno e a tangente, reduzindo-o ao 1º quadrante:

5π 2π
a) x = b) x =
6 3

• Redução de um arco do 3º quadrante ao 1º quadrante

Se x , for uma arco do 3º quadrante, podemos determinar um arco a do 1º


quadrante, tal que x = π + a .

98
Utilizando as fórmulas de transformações, temos:

sen x = sen (π + a ) = sen π cos a + sen a ⋅ cos π = 0 ⋅ cos a + sen a ⋅ (−1) = − sen a
E,
cos x = cos (π + a ) = cos π cos a − sen π sena = (−1) ⋅ cos a − 0 ⋅ sen a = − cos a

E, como conseqüência das duas fórmulas obtidas, temos:

sen x − sen a sen a


tg x = = = = tg a
cos x − cos a cos a

Atividade de ensino 11

Para cada arco x , pertencente ao 3º quadrante, dados abaixo, determine o


seno, o cosseno e a tangente, reduzindo-o ao 1º quadrante:

5π 7π
a) x = b) x =
4 6

Encerrando este estudo sobre a redução de arcos ao 1º quadrante, tem a


redução de um arco do 4º quadrante.

• Redução de um arco do 4º quadrante ao 1º quadrante.

Se x , for uma arco do 4º quadrante, podemos determinar um arco a do 1º


quadrante, tal que x = 2π − a . Utilizando, as fórmulas de transformações, temos:

sen x = sen ( 2π − a ) = sen (2π ) cos a − sen a cos(2π ) = 0 ⋅ cos a − sen a ⋅1 = − sen a
E,
cos x = cos ( 2π − a ) = cos(2π ) cos a + sen(2 π ) sen a = 1⋅ cos a + 0 ⋅ sen a = cos a

E como conseqüência destas fórmulas, temos:


sen x − sen a sen a
tg x = = =− = −tg a
cos x cos a cos a

Atividade de ensino 12

Para cada arco x , pertencente ao 4º quadrante, dados a seguir, determine o


seno, o cosseno e a tangente, reduzindo-o ao 1º quadrante:

99
11π 5π
a) x = b) x =
6 3

Resumo

Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esse nosso passeio


trigonométrico, estamos finalizando nosso livro neste capítulo 3. As abordagens
que fizemos no livro serão utilizadas em vários outros momentos do seu curso,
por isso é importante que os objetivos propostos neste capítulo possam ser
assegurados ao término dos estudos orientados nele.

É importante que você, além de seguir as orientações deste e dos demais


capítulos, faça o uso do livro, sempre que for preciso, seja durante sua trajetória
em sua licenciatura ou até mesmo no momento de sua atuação profissional
como educador.

REFERÊNCIAS

IEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar: trigonometria. 7. ed.


São Paulo: Atual, 2004.

BITTENCOURT, Jane. Informática na educação? Algumas considerações a


partir de um exemplo. Revista da Faculdade de Educação. São Paulo, v. 24, n.
1, 1998. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102255519980001000
03&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 31 mar. 2007.

SOUZA, Sérgio de Albuquerque. Usando o Winplot. Disponível em:


<http://www.mat.ufpb.br/~sergio/winplot/winplot.html>. Acesso em: 01 abr. 2007.

TEXAS INTRUMENTS. Cabri Geometry II: guia de utilização para o Windows.


Disponível
em:<http://education.ti.com/guidebooks/computer_sw/cabri2/gbbook_por.pdf>.
Acesso em: 01 abr. 2007.

100
Referências

REFERENCIAL DE RESPOSTAS

Funções Trigonométricas – CAPÍTULO I

Atividade 1

360º e 180º

Atividade 2

a) 5º b) 35º c) 60º d) 90º e) 120º f) 150º g) 170º h) 180º

Atividade 3

101
a) 25º b) 115º c) 30º d) 60º

Atividade 4

É igual a 1 rad

Atividade 5

π 3π
rad, π rad e rad.
2 2

Atividade 6

a) O ponteiro das horas percorre em cada hora um ângulo de 30º, que


corresponde a 360º . Como 1 hora possui 60 minutos, então o ângulo
12
percorrido é obtido pela regra de três:

60 min ………………… 30 graus

1 min ……………..…… x graus x = 0,5 grau

Convertemos agora a medida do ângulo para radianos, através da regra de três:

180 graus ………………… π rad

0,5 grau ……...…………… y rad y = π rad


360

102
b) Um relógio possui 12 divisões iguais e cada número está distante do outro de
arco valendo 30º. Às 15 horas, o menor ângulo formado pelos ponteiros forma
um ângulo:

π
i) Em graus de 90º ii) Em radianos de
2

Atividade 7

Graus: 45º ; 60º ; 90º ; 120º ; 150º ; 180º ; 210º ; 225º ; 300º ; 315º ; 330º;

π π 2π 3π 5π 7π 4π 3π 7π 11π
Radianos: 0 ; ; ; ; ; ;π ; ; ; ; ; ;
6 3 3 4 6 6 3 2 4 6

Atividade 8

a)

2π rad − − − − − 360º
30 rad − − − − − − 300º
Assim, 2π rad .300º 5
x= = π rad
360º 3

b) 2π rad − − − − − 360º
x rad − − − − − − 235º
Assim, 2π rad .235º 47 .
x= = π rad
360º 36

103
c) 2π rad − − − − − 360º
x rad − − − − − − 250º
Assim, x = 2π rad .250º = 25 π rad .
360º 18

d) 2π rad − − − − − 360º
x rad − − − − − − 320º
Assim, x = 2π rad .320º = 16 π rad .
360º 9

Atividade 9

a)
π rad − − − − − 180º
π
rad − − − − − − x
8
π
.180º
Assim,
x=8 = 22,5º .
π

b) π rad − − − − − 180º
π
rad − − − − − − x
5

π
.180º
Assim, x = 5 = 36º .
π

104
π rad − − − − − 180º
c)

rad − − − − − − x
6


.180º
Assim,
x= 6 = 90º .
π

π rad − − − − − 180º
d)

rad − − − − − − x
18


.180º
Assim,
x = 18 = 50º
π

Atividade 10

1º passo:

105
= b =c
2º passo: senB e cos B
a a

b  c  b +c
2 2 2 2
 + cos 2 B
3º passo: sen 2 B = + =
  
a a a2

 + cos 2 B
= b2 + c 2 a 2
4º passo: Como a 2 = b 2 + c 2 temos que sen 2 B = 2 =1
a2 a

5º passo: =c
senC ; =
cos C
b
;
a a
 =  c  + b  = c +b = a =1
2 2 2 2 2
 + cos 2 C
sen 2C    
a a a2 a2

Atividade 11

a)

106
b)

Atividade 12

107
a) Negativa
b) Negativa
c) Positiva
d) Negativa

Atividade 13

sen 240º < sen 330º < sen 150º < sen 60º

Atividade 14

2º quadrante a função seno é decrescente;

4º quadrante a função seno é crescente.

Atividade 15

108
x 0 π π 3π 2π
2 2
y = sen x 0 1 0 -1 0

x −π -π π π π 5π 11π
2 6 4 3 6 6

y = sen x 0 -1 1 2 3 1 −1
2 2 2 2 2

Atividade 16

a)

109
b)

110
Atividade 17

x sen(x ) y = 1 − sen( x) y = 1 − sen( x )


0 0 1 1
π6 12 12 0,5
π4 2 2 (2 − 2 ) 2 0.29
π3 3 2 (2 − 3 ) 2 0.13
π2 1 0 0
2π 3 3 2 (2 − 3 ) 2 0.13
3π 4 2 2 (2 − 2 ) 2 0.29
5π 6 12 12 0,5
π 0 1 1
7π 6 -1 2 1+1 2 1,5
5π 4 - 2 2 (2 + 2 ) 2 1,21
4π 3 - 3 2 (2 + 3 ) 2 1.37
3π 2 -1 2 2
5π 3 - 3 2 (2 + 3 ) 2 1.37
7π 4 - 2 2 (2 + 2 ) 2 1,21

111
11π 6 -1 2 1+1 2 1,5
2π 0 1 1

Y
2

1
0
π X
π 3π 2π 5π 3π 7π 4π
2 2 2 2

a) Resposta:

D = {x ∈ℜ/ (−∞< x < +∞)}; I = {y ∈ℜ/ (0 ≤ y ≤ 2 )}

Atividade 18

a)

112
b)

113
c)

Atividade 19

a)

114
b)

c)

x y = cos x

115
0 1

π 0
2
π −1

3π 0
2

2π 1
d)

x −2π − 5π −π −π −π π π π 5π 2π
6 3 4 6 6 4 3 6

y = cos x 1 − 3 1 2 3 3 2 1 − 3 1
2 2 2 2 2 2 2 2

e)

116
f) D =  e I = [ −1,1]

g) É periódica, de período 2π .
Atividade 20

a) 3º quadrante – negativo
b) 2º quadrante - negativo

Atividade 21

a) y1 < 0 .
b) y2 > 0

Atividade 22

117
REFERENCIAL DE RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE ENSINO CAPÍTULO
2.

Atividade 1.

a) Como 1197º = 3.360º + 117º e117º ∈ 2º quadrante, temos que


A = tg (1197º ) = tg (117º ) < 0 .

b) Temos:
π   π 
2

tg   =  tg  > 0 ;
2

5  5
 4π  4π
tg   < 0 pois ∈ 2º quadrante;
 5  5
 6π  6π
tg   > 0 pois ∈ 3º quadrante;
 5  5
 8π  8π
tg   < 0 pois ∈ 4º quadrante;
 5  5
B > 0.

c) Temos:
185º ∈ 3º quadrante, logo tg (185º ) > 0
430º ∈ 1º quadrante, logo tg (430º ) > 0
Assim,
C > 0.

Atividade 2.

a)

118
b)

c)

119
d) Não existe representação, pois a função não está definida para este
valor.

e)

120
Atividade 3

2º quadrante é crescente, 4º quadrante é crescente.

Atividade 4

π π 2π 3π
Como < < < < π e a função tangente é crescente em todos os
4 3 3 4
quadrantes teremos a seguinte ordem crescente:

π π 2π 3π
tg < tg < tg < tg < tgπ
4 3 3 4

Atividade 5

121
Por se tratar de uma questão de análise, esta não possui uma resposta exata,
mas você deve observar por exemplo que:

π 3π
1º) A tangente para x = e para x = , não existe;
2 2

π 3π
2º) A tangente para x = e para x = , são iguais a 1;
4 2

3π 7π
3º) A tangente para x = e para x = , são iguais a -1;
4 4

π
4º) A tangente para valores próximos de x = e tendem a + ∞ à esquerda de
2
π π
x= e tendem a − ∞ à esquerda de x = ;
2 2


5º) A tangente para valores próximos de x = tendem a + ∞ à esquerda de
2
3π 3π
x= e − ∞ tendem à direita de x = .
2 2
Atividade 6

Em todas respostas abaixo K representa um número inteiro qualquer.

π π
a) x ≠ +k
8 4
π π
b) x ≠ +k
12 2
π
c) x ≠ − + kπ
6

d) x ≠ − − kπ
4
Atividade 7

tgx = − 35

122
Atividade 8

2
tgx =
4

Atividade 9

7
tgx = ±
21

Atividade 10

0, 79
tgx = ± = ±1,3
0, 61

Atividade 11

2x  2x 
a) Como podemos pensar em = u , temos que f ( x) = tg   = tg u ,
3  3 
logo sua imagem será  .
3x + 1
b) Como podemos pensar em =u, temos que
5
 3x + 1 
f ( x ) = tg   = tg u , logo sua imagem será  .
 5 

Atividade 12

123
a) Sim.
b) Não. É decrescente, mas não é negativa sempre neste intervalo.
c) Não. É crescente mas não é positiva sempre neste intervalo.
 5π 2
d) 
 ;− .
 4 2 
e) Possui abscissa maior.

Atividade 13

1) Vértice B.
2) α .
 cat.adjancente  BC BC
3) cot g ( a ) =  = = = BC
 cat.oposto  OB 1
4)

Atividade 14

a)

b)

124
c)

125
Atividade 16


a) x ≠
2
π
b) x ≠ − + kπ
3
Atividade 17

 π π
tg  x +  < 0, pois x + ∈ 4º Q .
 2 2

 π π
cotg  x +  < 0, pois x + ∈ 4º Q .
 2 2

cot g x > 0, pois x ∈ 3º Q .

cot g ( x + π ) > 0, pois x + π ∈ 1º Q .

Concluímos que:
− −
 π  π
tg  x +  cot g  x +  > 0
y= 
2  2
cot g x .cot g ( x + π )
+ +

b)

 3π  3π
cotg  x +  < 0, pois x + ∈ 2º Q .
 2  2

tg ( x + π ) > 0, pois x + π ∈ 1º Q .

tg x > 0, pois x ∈3º Q.

Concluímos que:

126
− +
 3π 
cotg  x +  tg ( x + π )
y=  2  <0
tg x
+

Atividade 18

4
sen x = 0, 6; tg x = −0, 75;cot g x = − .
3

Atividade 19

5 2 5 1
sen x = ± ; cos x = ± ; tg x = .
5 5 2

Atividade 20

m = 4 ± 13

Atividade 21

Em ambos os casos, o conjunto imagem será  .

Atividade 22


a) x = + kπ , onde k ∈ .
4

127

b) x = + kπ , onde k ∈ .
4
π
c) x = + kπ , onde k ∈ .
3
π
d) x = + kπ , onde k ∈ .
2

Atividade 23

3
sen β
=
5

4
cos β
=
5

3
tg β
=
4

4
cotg β
=
3

5
sec β
=
4

=5
cos sec β
3

Atividade 24

a)

128
b)

129
c)

d)

11π
Não existe, pois a função secante não está definida para x =
2

130
e)

Atividade 25

131
Atividade 26

Como:

sec x > 0, pois x ∈1º Q.

tg x > 0, pois x ∈1º Q.

sen x > 0, pois x ∈1º Q.

 π π
cos  x +  < 0, pois x + ∈ 2º Q, temos
 2 2
+ + +
sec x.tg x. sen x
y= <0
 π
cos  x + 
 2

132
Atividade 27

No primeiro quadrante, a função secante é crescente.

No quarto quadrante, a função secante é decrescente.

Atividade 28

1
Como y = sec x = temos que y está definida apenas para valores de y
cos x
tais que ( y = sec x) .

Atividade 29

Por se tratar de uma questão de análise esta não possui uma resposta exata,
mas você deve ter observado que:

1º ) Para x ≠ ± 2π , as secantes possuem o mesmo valor igual a 1.

5π 2 3
2º) Para x ≠ ± , as secantes possuem o mesmo valor igual a − .
6 3

π
3º) Para x ≠ ± , as secantes possuem o mesmo valor igual a 2.
3

π
4º) Para x ≠ ± , as secantes possuem o mesmo valor igual a 2.
4

π 2 3
5º) Para x = ± , as secantes possuem o mesmo valor igual a .
6 3

π
6º) Para x = a secante não está definida, ou seja, não existe.
2

133

7º) Para x = a secante não está definida, ou seja, não existe.
2

Atividade 30

π π 
À esquerda de x=  − ε  , a função secante cresce infinitamente, ou seja,
22 
tende a +∞ .

π π 
À direita de x=  + ε  , a função secante decresce infinitamente, ou seja,
22 
tende a −∞ .

3π  3π 
À esquerda de x=  − ε  , a função secante decresce infinitamente, ou
2  2 
seja, tende a −∞ .

3π  π 
À direita de x=  + ε  , a função secante cresce infinitamente, ou seja,
2 2 
tende a −∞ .

Atividade 31

 1 
a) S = m∈  / m ≤ ou m ≥ 1
 3 
 1 2
b) S =  m∈  / < m ≤ 
 3 5

Atividade 32

134
3 4
cos x = ± 0,8 ; tg x = ± ; cotg x = ± ; sec x = ±1, 25 ; cos sec x = ±1, 67
4 3

Atividade 33

tg x = ± m 2 − 1

Atividade 34

a)

b)

135
c)

136
REFERENCIAL DE RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE ENSINO CAPÍTULO
3.

Atividade de ensino 1

1) sen 2 x + cos 2 x = 1

sen x
2) tg x =
cos x

1 cos x
3) cotg x = =
tg x sen x

1
4) sec x =
cos x

1
5) cos sec x =
sen x

Atividade de ensino 2

2 2
 cos x  cos 2 x cos 2 x + sen 2 x 1  1 
cotg x + 1 = 
2
 +1 = + 1 = = =  = cos sec x
2

 sen x  sen x sen x sen x  sen x 


2 2 2

Atividade de ensino 3

( )(
a) 1 + cotg 2 x 1 − cos 2 x = 1 )

137
 x 2

(1 + cotg x )(1 − cos x ) = 1 + cos
2 2

sen x
 ( sen x + cos
2
2 2
)
x − cos 2 x =
 
 sen 2 x + cos 2 x  1 sen 2 x
  ⋅ sen 2
x = ⋅ sen 2
x = =1
 sen 2 x  sen 2 x sen 2 x

b) sec x.sen x − cos sec x.cos x = tg x − cotg x

1 1
sec x ⋅ sen x − cos sec x ⋅ cos x = ⋅ sen x − ⋅ cos x =
cos x sen x
sen x cos x
− = tg x − cotg x
cos x sen x

c) sen 4 x − cos 4 x = sen 2 x − cos 2 x

sen 4 x − cos 4 x = ( sen 2 x − cos 2 x ) . ( sen 2 x + cos 2 x ) = ( sen 2 x − cos 2 x ) .1 = sen 2 x − cos 2 x

sen3 x − cos3 x
d) = 1 + sen x.cos x
sen x − cos x

sen3 x − cos3 x ( sen x − cos x).( sen 2 x + sen x.cos x + cos 2 x)


= =
sen x − cos x sen x − cos x
( sen x − cos x)
⋅ (1 + sen x.cos x) = 1 + sen x.cos x
sen x − cos x

Atividade de ensino 4

138
1 1 + sen x.cos x
+ sen x
sec x + sen x cos x cos x 1 + sen x.cos x sen x sen x
= = = ⋅ = = tg x
cos sec x + cos x 1 1 + cos x.sen x cos x 1 + cos x.sen x cos x
+ cos x
sen x sen x

Atividade de ensino 5

sen 2 x
cos 2 x + tg 2 x.cos 2 x = cos 2 x + ⋅ cos 2 x = cos 2 x + sen 2 x = 1
cos 2 x
Esta relação fundamental só é válida para valores de x , onde existe tg x , por
π
isso é que necessariamente temos que ter x ≠ + kπ , com k ∈ .
2

Atividade de ensino 6

π 
1) sen   =1.
2
π π π π  π π 
2) Como = + . Temos que, sen   = sen  +  .
2 3 6 2 3 6
3) Calcule o valor da expressão
π  π  π  π  3 3 1 1 3 1 4
sen   cos   + sen   cos   = ⋅ + ⋅ = + = =1
3 6 6 3 2 2 2 2 4 4 4

π  π  π  π 
 cos   + sen   cos   = 1 .
4) E assim, você pode concluir que: sen 
3 6 6 3
π  π π  π  π  π  π 
Ou seja, sen   = sen  +  = sen   cos   + sen   cos   .
2 3 6 3 6 6 3

Atividade de ensino 7

139
π 
1) cos   = 0.
2
π  π π 
2) temos que, cos   = cos  +  .
2 3 6
π  π  π  π  1 3 3 1 3 3
3) cos   cos   − sen   sen   = ⋅ − ⋅ = − =0
3 6 3 6 2 2 2 2 4 4
π  π  π  π 
4) cos   cos   − sen   sen   = 0 .
3 6 3 6
π  π π  π  π  π  π 
3) Ou seja, cos   = cos  +  = cos   cos   − sen   sen   .
2 3 6 3 6 3 6

Atividade de ensino 8

a)

3 2 3 2 6+ 2
sen105º = sen(60º +45º) = sen( 60º) cos ( 45º) + sen( 45º) cos( 60º) = ⋅ + ⋅ =
2 2 2 2 4

2 3 2 1 6+ 2
b) cos15º = cos(45º −30º) = cos( 45º) cos( 30º) + sen( 45º) sen( 30º) = ⋅ + ⋅ =
2 2 2 2 4

6+ 2 6− 2
c) sen75º = ; cos 75º =
4 4

6+ 2
( )
2
6+ 2 4 6+ 2 8+ 2 3 4+ 3
tg 75º = 4 = ⋅ = = =
6− 2 4 6− 2 ( 6− 2 )( 6+ 2 ) 4 2
4

6− 2
d) cos285º = cos(360º −75º) = cos360ºcos75º +sen360º sen75º = cos75º =
4

140
1 4
sec 285º = = = 6+ 2
cos 285º 6− 2

Atividade de ensino 9

 ) = cos 90º cos Bˆ + sen 90º sen Bˆ = 0.cos Bˆ + 1.sen Bˆ = sen Bˆ


cos(90° − B

 ) = sen 90º cos Bˆ − sen Bˆ cos 90º = 1.cos Bˆ − sen Bˆ .0 = cos Bˆ


sen(90° − B

Atividade de ensino 10


a) x =
6

5π π
=π −
6 6
 5π  π  1
sen   = sen   =
 6  6 2
 5π  π  3
cos   = − cos   = −
 6  6 2
 5π  π  3
tg   = −tg   = −
 6  6 3


b) x =
3

141
2π π
=π −
3 3
 2π  π  3
sen   = sen   =
 3  3 2
 2π  π  1
cos   = − cos   = −
 3  3 2
 2π  π 
tg   = −tg   = − 3
 3  3

Atividade de ensino 11


a) x =
4
5π π
=π +
4 4
 5π  π  2
sen   = − sen   = −
 4  4 2
 5π  π  2
cos   = − cos   = −
 4  4 2
 5π  π 
tg   = tg   = 1
 4  4


b) x =
6

142
7π π
=π +
6 6
 7π  π  1
sen   = − sen   = −
 6   
6 2
 7π  π  3
cos   = − cos   = −
 6  6 2
 5π  π  3
tg   = tg   =
 6  6 3

Atividade de ensino 12

11π
a) x =
6

11π π
= 2π −
6 6
 11π  π  1
sen   = − sen   = −
 6  6 2
 11π  π  3
cos   = cos   =
 6  6 2
 11π  π  3
tg   = −tg   = −
 6  6 3


b) x =
3

143
5π π
= 2π −
3 3
 5π  π  3
sen   = − sen   = −
 3  3 2
 5π  π  1
cos   = cos   =
 3  3 2
 5π  π 
tg   = −tg   = − 3
 3  3

144

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