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Orientação de Estudos

MÓDULO 3
AÇÕES NORTEADORAS PARA ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

Abertura do módulo

Caro cursista, seja bem-vindo ao Módulo 3 do curso Orientação de Estudos!


Neste módulo, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as diretrizes da Orien-
tação de Estudos no âmbito do PEI: o planejamento, considerando a realidade da
escola, e os passos para a realização das aulas, tais como a elaboração de uma agenda
e a organização dos tempos, espaços e materiais de estudo, prevendo uma aborda-
gem adequada ao perfil de aprendizagem de cada estudante e tornando a orientação
personalizada, para que você possa aproveitar ao máximo o potencial de suas turmas.
Os objetivos específicos do módulo são:

Apresentar subsídios para o desenvolvimento do componente Orientação de Estudos.

Compreender o trabalho da Orientação de Estudos conforme as necessidades e reali-


dades de cada unidade escolar.

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Diretrizes

Desenvolver e aplicar atividades planejadas e organizadas.

Possibilitar que o planejamento de trabalho seja cumprido com as turmas/estudantes.

Dialogar com os demais professores da unidade escolar para compreender as dificul-


dades e as potencialidades dos estudantes.

Conhecer as agendas de trabalho dos professores da escola (tarefas realizadas e


planejadas).

Conhecer a agenda de trabalho dos estudantes.

Atentar para as diversas possibilidades de trabalho nos grupos de estudantes.

Incentivar os estudos além do seu componente.

Orientar sobre as técnicas e estratégias de estudos que possam ser utilizadas nos com-
ponentes curriculares.

Manter uma rotina de trocas que permitam avaliar o avanço ou as dificuldades dos
estudantes.

Diário de bordo

Você já deve ter notado que o Diário de bordo é um instrumento importante para os
estudos, seja em um curso on-line, seja em uma aula presencial.
Reiteramos a importância do hábito de registrar os pontos relevantes das informações
recebidas, sejam elas textuais, imagéticas ou até mesmo sonoras, como os estímulos
que ativam nossa percepção e alimentam a criatividade. Pensamentos, reflexões e ideias
podem facilmente nos escapar da memória com a mesma velocidade que são conce-
bidos; por esse motivo, o registro ajuda a atribuirmos um valor às novas informações,
permitindo acessá-las sempre que precisarmos.
Neste módulo, reservamos uma seção para este assunto. Então, já sabe o que fazer, não
é? Separe seu Diário de bordo, faça suas anotações e não economize na criatividade.

Bons estudos!

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Unidade  1

Planejamento da Orientação de Estudos

Para começar, assista à narrativa indicada a seguir. Nela, você vai conhecer a história
da professora Ângela, que recebeu aulas de OE na atribuição e foi convidada pela di-
retora Bel para conversar sobre a experiência. Assista: https://youtu.be/7xFURXDA0i8.
Cursista, você deve conhecer professores que vivenciam situações como a da profes-
sora Ângela. Por meio dessa história, vimos a importância de explorar os materiais
pedagógicos da Orientação de Estudos e participar das reuniões e alinhamentos.

Materiais pedagógicos da Orientação de Estudos: Conheça os cadernos e documentos


pedagógicos do PEI acessando o website do Ensino Integral: https://efape.educacao.sp.
gov.br/ensinointegral/ (acesso em: 10 ago. 2021).

Vamos assistir agora ao vídeo da Profa Benedita Neves, da E. E. Maria Trujido Torlone,
da DER de São Bernardo do Campo, e conhecer o que ela tem a nos dizer sobre as
aulas de Orientação de Estudos: https://youtu.be/gqfzPeaHICE.
Percebeu como as aulas de Orientação de Estudos são importantes? Então, agora,
fique atento aos itens a seguir, pois eles nortearão o percurso deste módulo e o plane-
jamento das aulas de Orientação de Estudos.

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Compreender a realidade dos estudantes da sua turma/escola.

Reconhecer os perfis de aprendizagem.

Verificar modos de organização para apoiar os estudantes.

Planejar ações que integrem os componentes com a OE.

Selecionar metodologias e técnicas de estudo de acordo com o perfil da sua turma.

Agora, vamos conversar sobre a investigação da realidade da comunidade escolar.

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Unidade 1.1

Investigação da realidade da comunidade escolar

Para que as aulas de OE possam apoiar o desenvolvimento de competências e levar


os estudantes a aprender a aprender é necessário que os professores desse compo-
nente tenham conhecimento da realidade da comunidade escolar, dos recursos e
dos espaços disponíveis na escola. Nessa perspectiva, é sempre oportuna uma ação
conjunta dos professores de OE com os tutores e com os professores dos demais
componentes curriculares.

E por que a interação docente é necessária?

Para que a organização de estudos orientada durante as aulas de OE se estenda a to-


dos os momentos de construção de conhecimentos e promova a melhoria dos resul-
tados escolares dos estudantes de forma abrangente.

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Porque os estudantes precisam de uma base consistente que venha da postura coe-
rente e harmônica de todos os seus professores para que seus hábitos de estudo
possam se consolidar com a segurança e a certeza de que estão no caminho correto.

Pois é importante o diálogo entre todos os atores que estão em contato com os estudan-
tes para a troca de informações e impressões sobre as características e particularidades
de cada um.

É importante que o planejamento das ações escolares tenha como ponto de partida a
realidade da comunidade onde a escola está inserida. Por isso, o diálogo entre os pro-
fessores e gestores deve ser constante; no entanto, isto pode não ser suficiente para
trazer as informações necessárias, comprometendo os resultados da aprendizagem.

Então, o que fazer?

Você pode iniciar com uma sondagem informal com os estudantes: uma roda de con-
versa é uma excelente oportunidade para obter essas informações, além de gerar
empatia e aproximá-los.
Conte sobre você: sua formação, por que escolheu trabalhar nesta escola, onde mora,
como faz para chegar à escola e quais suas expectativas com as aulas de Orientação de

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Estudos. Em seguida, peça para que os estudantes também falem sobre eles. Conside-
rando a faixa etária da turma e a etapa de ensino, faça perguntas para mediar a conversa.
Leia algumas sugestões de perguntas para este momento na imagem a seguir.

Importante

Faça a mediação da roda de conversa e dê oportunidade para que todos participem.


Escolha previamente questões que permitam traçar um retrato da sua turma, o que os
estudantes gostam, quem são e quais são seus costumes, de forma que essas informa-
ções possam apoiar o planejamento das ações para a OE.

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Após a roda de conversa, procure combinar com o Professor Coordenador Geral (PCG)
um tour pelos espaços e ambientes da escola guiado por Jovens Acolhedores. Apro-
veite este momento para apresentar aos estudantes quais os recursos disponíveis na
escola e as possibilidades de utilização, tais como Sala de Vídeo, Sala de Leitura, Sala
de Informática, Laboratório, jogos de tabuleiro, datashow e demais espaços e mate-
riais pedagógicos. Essas informações contribuirão para o planejamento das aulas de
Orientação de Estudos.

Jovens Acolhedores: São estudantes voluntários que preparam e oferecem o acolhimen-


to aos novos professores e estudantes, bem como para os pais e responsáveis.

Saiba mais

Consulte no Anexo 1 o material Rodas de conversa – como usar essa prática na sala
de aula.

1. Leia atentamente as descrições dos retratos elaborados depois de uma investigação


da realidade de três escolas diferentes. Depois, veja as propostas de trabalho para as
aulas de OE e indique a escola à qual cada uma delas se adéqua.
Retratos das escolas

A – A escola atende estudantes do Ensino Fundamental – Anos Iniciais em turno


único de 8 horas e 40 minutos. A maioria dos estudantes reside perto da escola
e vai caminhando em grupos acompanhados pelos pais ou responsáveis até a
escola. Poucos estudantes têm acesso à internet. A escola conta com uma Sala
de Leitura bem organizada com acervo adequado e caixas com jogos pedagó-
gicos. Há uma Sala de Informática, porém pouco utilizada.

B – A escola atende estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino


Médio em dois turnos de sete horas. Os estudantes são de três bairros próximos
à escola; muitos chegam de ônibus, vans ou de carro com os pais. A maior parte
dos estudantes tem acesso à internet e se interessa por jogos digitais. A leitura
não é um costume entre eles. A escola conta com uma Sala de Leitura bem or-
ganizada, porém pequena, não sobrando muito espaço para mesas e cadeiras.
Na Sala de Informática não há um computador por estudante. A escola tem
dois datashows e dois laptops.

C – A escola atende apenas ao Ensino Médio em turno único de nove horas. Os


estudantes vêm de várias partes da cidade, alguns de bicicleta e a maioria de
ônibus. A maior parte dos estudantes tem acesso à internet e os interesses são

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variados, porém esportes, video game, música e dança são referências frequen-
tes durante a sondagem. Nota-se que alguns estudantes têm o hábito de leitu-
ra e trazem de casa seus próprios livros para ler durante o almoço e os interva-
los. A escola conta com uma Sala de Leitura, porém pouco frequentada. A Sala
de Informática é limpa, bem organizada e conta com o apoio do Clube “Espaço
Digital”, que realiza manutenção dos equipamentos e desenvolve soluções di-
gitais de otimização. A escola conta também com dois laboratórios e uma sala
de preparo, utilizada com frequência para as aulas de práticas experimentais.

Propostas de trabalho da OE

( ) Após traçar o retrato da escola, o professor de OE planeja uma visita à Sala de


Leitura para que, em grupos, os estudantes selecionem livros para organizarem
uma semana de leituras e apresentações teatrais de pequenos trechos de livros.
Orienta os estudantes para gravarem podcasts dos trechos de livros escolhidos
por eles, para que outros estudantes se interessem pela leitura desses livros.

( ) Após traçar o retrato da escola e sabendo que é possível utilizar a Sala de Leitura
e a Sala de Informática durante as aulas, o professor de OE planeja uma semana
de leituras, contação de história e apresentações teatrais. Orienta os estudantes
na divisão da turma em grupos e informa que, antes de combinarem a apresen-
tação, farão leituras em rodas de conversa para que todos conheçam a história e
escolham que trecho do livro cada grupo vai representar.

( ) O professor de OE organiza um pequeno tour com os estudantes pela escola e,


depois, em uma roda de conversa, pede para que indiquem locais que possam
servir de ponto de leitura e estudo e discutam quais os elementos necessários
para transformar o espaço num local agradável e convidativo. Também propõe,
utilizando a Sala de Informática, a realização de pesquisas em grupo para a sele-
ção de leituras a serem realizadas.

Atenção

A pesquisa também pode ser realizada com todas as pessoas da comunidade escolar
incluindo professores e pais, além dos estudantes, com a intenção de que se tenha uma
visão geral dos costumes e da cultura da região.

É fundamental que o professor atue a partir de uma perspectiva democrática e inclu-


siva. Negociar e cumprir combinados, estar disponível e interessado nas particularida-
des que se apresentam, demonstrar que sabe se organizar e compor adequadamente
um grupo de trabalho são referências para os estudantes construírem competências
cognitivas e socioemocionais.

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Tome Nota

O professor que põe em prática o que ensina demonstra a eficácia daquilo que é pro-
posto, tornando-se exemplo e referência para os estudantes. Essa é uma das chaves para
desenvolver ações pedagógicas exitosas.

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Unidade 1.2

Reconhecendo o perfil de aprendizagem

Cursista, seguindo nosso percurso norteador para o planejamento das aulas de OE,
após fazer o reconhecimento da realidade escolar, é muito importante fazer o reco-
nhecimento do perfil de aprendizagem dos estudantes.
Sabemos que, para além das turmas, os indivíduos apresentam características parti-
culares, e isso pode ser identificado por meio da observação durante as aulas ou até
mesmo nas reuniões de alinhamento com os professores.
No Módulo 2, apresentamos os perfis de aprendizagem: o visual, o auditivo e o cinesté-
sico, sabendo que há situações em que um mesmo estudante apresenta característi-
cas diferentes em cada situação que vivencia, e isso ocorre por diversos fatores, que vão
desde a preferência por algumas tarefas até a empatia com os colegas e professores.
É também tarefa do professor de OE oportunizar o autoconhecimento e a autorrefle-
xão dos estudantes, para que estes possam perceber que certos estímulos favorecem
o aprendizado em determinadas situações. No que diz respeito às estratégias de estu-
do, o professor de OE é o elemento fundamental para apontar caminhos que facilitem
esse reconhecimento.

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Vamos praticar

Agora, vamos entender, na prática, como apoiar os estudantes a partir da identificação


dos perfis de aprendizagem.

2. Leia os casos, confira como o professor de OE agiu em cada situação e indique qual
perfil de aprendizagem cada caso evidencia.
Perfil de aprendizagem

A – Auditivo

B – Cinestésico

C – Visual

( ) O estudante Alexandre, da 2a série do Ensino Médio, costuma fazer desenhos no


caderno sobre as explicações do professor e não consegue perceber como este
comportamento pode ser direcionado para auxiliá-lo nos estudos. Numa das au-
las de OE, o professor explicou que pessoas com esse perfil podem adotar téc-
nicas de estudo que incluam anotações chamativas, desenhos esquemáticos e
mapas conceituais; em seguida, apresentou uma sequência de imagens de ma-
pas mentais que encontrou na internet. Assim, recomendou ao estudante que
começasse a marcar com lápis ou canetas coloridas os conceitos importantes
que aprendesse nas aulas, para que ganhasse bastante destaque na hora de es-
tudar, fazendo disso um hábito de estudo.

( ) Mariana cursa o 8o ano do Ensino Fundamental e gosta de compor paródias


de repentes e cantá-las junto com os colegas, porém não percebe que esta
habilidade pode ajudá-la nos estudos. Nas aulas de OE, Mariana perguntou
ao professor como ele poderia ajudá-la com Matemática. O professor de OE
falou para a estudante que ela poderia fazer repetições em voz alta do passo
a passo para a resolução de uma atividade matemática, como os improvisos
de música que ele já a havia visto fazer. Após a aula, o professor também pro-
curou a professora de Matemática para contar sobre o caso da estudante e,
juntos, decidiram criar um projeto de “Matemática cantada”, com a criação de
músicas que explicassem as etapas de resoluções de operações matemáticas.

( ) Sandra é professora do 2o ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e observou


que alguns estudantes apresentavam dificuldades em se concentrar durante
as aulas, levantando-se muitas vezes do lugar e andando pela sala. Na sala dos
professores, em conversa com o professor de OE, chegaram à conclusão de que
aqueles estudantes apresentavam um tipo de perfil e decidiram que, para as
aulas seguintes, explorariam atividades manuais, tais como recortar e colar, do-
braduras, encenações e brincadeiras.

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Tome Nota

É importante salientar que o objetivo de conhecer e identificar os perfis de aprendiza-


gem não é rotular, classificar ou dividir os estudantes, mas sim ampliar suas possibilida-
des para que aprendam de forma significativa.

Você percebeu como o reconhecimento dos perfis dos estudantes pode subsidiar
a Orientação de Estudos? A seguir, confira infográficos que poderão auxiliá-lo a fa-
zer abordagens pontuais, segundo a lógica de perfis de aprendizagem observados
nos estudantes.

Lembre-se: existem várias maneiras de aprender, o professor de OE pode colaborar para


que o estudante identifique de que maneira ele assimila melhor uma informação. Uma
opção é pedir ao próprio estudante que observe as aulas mais atrativas, quais assuntos
chamam atenção, para que ele desenvolva uma estratégia pessoal ao longo do tempo.

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Unidade  2

Organização na Orientação de Estudos

Cursista, nesse tópico vamos conversar sobre como podemos organizar agendas, tempos,
espaços e materiais de estudo. Para isso, vamos ver como podemos definir a organização?
A palavra “organização” tem inúmeros significados, mas, para direcionar nossa reflexão,
trouxemos o significado de organização de acordo com a Macrocompetência Autogestão:
“Organização: está relacionada a organizar o tempo e as atividades, bem
como planejar etapas necessárias para se atingir uma meta e gerenciar com-
promissos futuros.” (INSTITUTO AYRTON SENNA. Ideias para o desenvolvi-
mento de competências socioemocionais: autogestão. 2020. Disponível
em: https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/
documentos/instituto-ayrton-senna-macrocompet%C3%AAncia-autoges
tao.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.)
Dessa forma, refletir sobre aspectos da organização é uma das ações que têm po-
tencialidade para transformar as atitudes dos estudantes, ajudando-os na criação de
hábitos para estudar. Planejar uma roda de conversa é uma opção para colocar a ação
em prática, para que os estudantes percebam como a organização, de um modo ge-
ral, impacta o cotidiano e para que o professor de OE planeje como vai orientá-los.

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Acompanhe, a seguir, a história do professor Fabrício, que tem aulas de OE atribuídas
nas turmas dos Anos Finais de uma escola que faz parte do Programa Ensino Integral.
Ele planejou uma roda de conversa para falar sobre organização.
Cursista, para uma leitura mais atenta você pode pausar essa animação quantas vezes
quiser ou achar necessário. Assista: https://youtu.be/b923bGLzRUA.
Ao final do debate, o professor Fabrício conversa com sua amiga, a professora Ângela.
Eles discutem de que forma vão auxiliar os estudantes para compreenderem como
podem melhorar seus resultados, com ações que otimizem suas tarefas.
Ele faz um esquema para planejar o que vai abordar.

Tornar a organização um hábito não é uma tarefa fácil, pois precisamos de motivação,
persistência, foco e, principalmente, fazer da organização um apoio para o cumprimen-
to das ações planejadas. O esquema do professor Fabrício é uma alternativa para cola-
borar com a organização do estudante pensando na OE. Vamos ver mais adiante cada
um desses itens, incluindo a Técnica Pomodoro, para organizar tempo de estudos.

Tome Nota

Registre, em seu Diário de bordo, outras questões que poderiam ser feitas para a roda
de conversa do professor Fabrício. Reflita sobre a animação e anote como você replicaria
com os estudantes, envolvendo-os de forma a descobrirem, por si sós, aspectos da pró-
pria organização.

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Vamos praticar

Analise os cenários apresentados a seguir para responder às questões.

3. Durante uma ATPCG, os professores comentam que o estudante Júlio, do 6o ano dos
Anos Finais do Ensino Fundamental, costuma esquecer o caderno em sua casa, e
isso tem prejudicado seu aprendizado, pois não possui os registros dos conteúdos e
atividades trabalhados em sala de aula. O professor de OE afirma que tem tentado
ajudar Júlio a se organizar e que seus pais trabalham em turnos diferentes; por isso,
ele fica na casa da avó ou da tia três vezes por semana.
Qual é a decisão mais adequada para o professor de OE orientar o estudante?

a) O professor de OE propõe a construção de uma nova agenda para Júlio e pede


para que os professores o ajudem, solicitando que, um dia antes da aula, Júlio
consulte a agenda; além disso, o professor pede para Júlio elaborar um quadro
de horário para fixar na sala de aula.

b) O professor de OE prepara um bilhete para os pais, tia e avó, solicitando que


acompanhem o Júlio na organização de seu material e dos estudos. Junto com
o bilhete, o professor anexou três cópias de uma lista que preparou juntamente
com Júlio contendo uma rotina, que deveria ser verificada todos os dias antes do
estudante ir para a escola.

4. Stefane é estudante da 1a série do Ensino Médio e quase todos os dias apresenta


muito cansaço, até mesmo dormindo nas primeiras aulas. Ao ser questionada pelos
professores sobre o motivo de tanto cansaço e sono pela manhã, ela relata que cos-
tuma ficar até tarde mexendo no celular e assistindo a séries.
Qual é a decisão mais adequada para o professor de OE orientar a estudante?

a) O professor de OE pede para Stefane reelaborar sua rotina na agenda, tornan-


do-a mais detalhada, indicando horários de início e término das tarefas após a
escola. Nesta rotina, ela deverá incluir em qual horário vai assistir a séries, desco-
nectar de seu celular e descansar.

b) O professor de OE conversa com Stefane e pergunta como vai sua agenda e se


ela está conseguindo cumprir o planejamento de estudos que elaborou. E, em
seguida, já alerta que os professores andam comentando sobre seu cansaço e
suas cochiladas durante as aulas.

Cursista, até aqui você conheceu cenários e situações que descrevem a atuação do
professor de Orientação de Estudos.

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Unidade 2.1

Organização de agenda

Uma agenda bem estruturada pode ser um recurso para organizar as ações de ma-
neira prática. Organizar as atividades diárias e semanais é um ótimo começo para
quem não tem o costume de utilizar agendas em sua rotina, pois favorece a criação do
hábito de registrar. Com o tempo, ampliar os itens da organização, inserindo o plane-
jamento mensal, semestral e anual pode acabar tornando-se uma necessidade.
Agora, acompanhe o passo a passo de como organizar uma agenda. Indicamos três
passos importantes.

1o passo: Registre tudo!

Escrever com detalhes tudo o que se tem para fazer.


Pode ser difícil, inicialmente, mas é importante para que não se esqueça de coisas
simples que demandam tempo. Também é importante levar em consideração o tem-
po que você precisa para rever suas anotações e se programar para o dia seguinte.

Lembre-se de que anotar suas tarefas em qualquer papel nem sempre ajuda, pois corre-se
o risco de não saber onde esse papel foi parar e esquecer-se de realizar a tarefa.

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2o passo: Faça uma relação de atividades!

Fazer a relação de suas atividades, pensando em como serão realizadas, para poder
planejá-las.
Divida a relação em atividades principais e secundárias. Essa divisão ajuda a checar quais
atividades secundárias foram cumpridas, a fim de concluir as atividades principais.
Tome como exemplo um resumo de um texto da internet que você precisa fazer. Você
irá pesquisar, baixar o texto, salvar, copiar a fonte de referência, ler e, só então, iniciar o
resumo, que é a atividade principal.

Então, não adianta apenas pensar na atividade principal, é necessário planejar todas as
etapas da ação.

3o passo: Determine horários e defina prazos!

Estimar o tempo para realizar algumas atividades também será um desafio. Nem
sempre o tempo destinado à realização de uma atividade é suficiente, podem ocor-
rer imprevistos. No entanto, é preciso pensar em um horário para iniciar e terminar a
ação, deixando uma pequena folga para eventualidades.
Vejamos um exemplo: você reservou o final da noite para a leitura de dois artigos
científicos e a produção de tabelas, no entanto, você cochilou várias vezes e percebeu
que já ultrapassou uma hora do tempo reservado para as atividades. Além do mais, é
preciso ir dormir. Não terminou a leitura, tampouco iniciou a elaboração das tabelas,
deixando de realizar duas atividades.

Antes de dormir, reflita sobre o dia que passou, revise sua agenda do dia seguinte, repensan-
do os horários e prazos estabelecidos para as ações. Caso seja necessário, corrija os rumos.

Importante

Vale lembrar que preencher o dia com inúmeras atividades que provavelmente não serão
cumpridas só causará frustrações. Portanto, uma boa opção é refletir sobre a máxima:
“menos é mais”.

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Professor, antes de orientar os estudantes, experimente fazer uma agenda, seguindo
esses passos.
Os passos para organizar a agenda são importantes, mas podemos potencializar essa
organização. A Orientação de Estudos requer que os estudantes sejam autônomos,
que saibam como estudar e o que estudar; por isso, a própria organização da agenda
já colabora para o desenvolvimento da autonomia.
O professor de OE precisa estar disposto a fazer adaptações, de acordo com as fragili-
dades que sua turma apresenta e com a faixa etária e a etapa de ensino dos estudantes.

5. Observe as afirmações abaixo e indique verdadeiro (V) ou falso (F) para as ações
que estão de acordo com a elaboração da agenda adaptada aos três segmentos
(Anos Iniciais, Anos Finais e Ensino Médio) e conforme o passo a passo apresenta-
do anteriormente.
( ) Ana é estudante do 5o ano. Fez uma lista de todas as tarefas da semana, regis-
trou-as no caderno e escolheu um dia para estudar, separando duas horas para
leituras. Também anotou os dias de entrega das atividades, lembrando-se do que
o professor de OE tinha apontado.

( ) Sílvia é estudante do 7o ano. Esqueceu de anotar as atividades da semana e pediu


para que sua mãe a ajudasse, colocando um horário para que ela estudasse.

( ) Maurício é estudante da 3a série do EM. Ele criou uma agenda no seu celular,
após o professor de OE explicar que isso o ajudaria nas atividades do seu dia a dia,
incluindo horários de descanso e lazer. Reservou também tempo para estudar e
revisitar sua agenda todos os dias.

Vamos ao exemplo?
Nessa narrativa, você vai conhecer a história das professoras Cida e Joana. Cida é pro-
fessora de OE na turma do 2o ano dos Anos Iniciais e Joana é a professora de referência
do 2o ano. Assista: https://youtu.be/LgGvus7RQ4A.

Diário de bordo

Cursista, você gostou da proposta da professora Cida para a turma do 2o ano? Reflita
sobre uma proposta que atenda os estudantes de sua turma e registre em seu Diário de
bordo para não deixar a ideia se perder.

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Unidade 2.2

Organização do tempo

O tempo é uma forma racional de medida.

Mas seria apenas isso? Falar sobre essa unidade de medida é, além de interessante,
necessário para entender como podemos estudar.
Gerenciar o tempo é importante e, de certa forma, difícil. É a organização do tempo
cronológico que nos permite aproveitar melhor os momentos, reconhecer oportuni-
dades, viver experiências.
As aulas de OE são excelentes oportunidades para aprender a organizar as tarefas,
planejar o tempo e visualizar os resultados das mudanças de hábitos.

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Curiosidade
A Técnica Pomodoro, criada por Francesco Cirillo, leva esse nome pois o italiano utilizava um
cronômetro de cozinha em forma de tomate para contabilizar seus intervalos de trabalho.

Trabalhe sem interrupções por 25 minutos.

Passados 25 minutos cronometrados, faça uma pausa de 5 minutos. Aproveite o tem-


po para relaxar!

Retomada: depois da pausa, retome sua atividade por 25 minutos repetindo mais um
“pomodoro”.

Após 4 “pomodoros”, faça uma pausa mais longa de 30 minutos, antes de recomeçar
o ciclo, caso não tenha finalizado sua atividade.

Atividade concluída: ao terminar não esqueça de riscar sua atividade da lista ou da


agenda.

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Unidade 2.3

Organização dos espaços de estudo

Vimos até agora como organizar as agendas e os tempos de estudo para apoiar os
estudantes nas aulas de OE. Mas existem outros aspectos que requerem atenção. A
organização do espaço em que o estudante realizará seus estudos é essencial para
que se possa ter disciplina, concentração e, acima de tudo, evitar o adiamento ou
atraso de tarefas.

Importante

Muitas crianças e jovens ainda não possuem o hábito de estudar, considerando chato e
desnecessário e, por isso, é fundamental que o ambiente de estudo seja o mais agradá-
vel e acolhedor possível, para que o estudante sinta prazer em estar ali.

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6. Para esta atividade, prepare um cronômetro. Encontre, na imagem abaixo, uma bola
de basquete e um despertador; cronometre o tempo gasto para localizar os objetos.

Quais são as reflexões sobre esta atividade? Qual a relação entre o tempo para encon-
trar um objeto e a organização do espaço? Quais são as vantagens em ser organizado?

Importante

Reflita sobre isso, anote em seu Diário de bordo, replique a atividade com seus estudan-
tes e leve suas considerações para a discussão em sala de aula.

Como o Professor de OE poderá auxiliar os estudantes a organizarem seus ambientes


de estudo?
Primeiramente, o professor deverá ter em mente que ele é um facilitador desse pro-
cesso e é importante propor atividades que façam os estudantes refletirem sobre a
relevância de um ambiente limpo e organizado.

1. O espaço

A escola é um lugar onde o estudante exercita sua organização, é nela onde a orienta-
ção de estudos começa e usá-la como exemplo pode ser uma boa alternativa. É claro
que o espaço da escola é diferente da casa de cada estudante, porém a manutenção
é fundamental em ambos os ambientes, conservar mesas, cadeiras e todo o mobiliá-
rio da escola é uma responsabilidade de todos.

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Desta forma o professor de OE poderá propor aos estudantes ações colaborativas para
manter os espaços da escola limpos, organizados e agradáveis para que todos se sin-
tam acolhidos e à vontade.

2. Ressignificando espaços

Às vezes, na escola, encontramos espaços que são pouco utilizados ou sem uso. Va-
mos retomar a proposta pensada pelo professor Fabrício:
O professor de OE, Fabrício, organiza um pequeno tour com os estudantes pela esco-
la e depois, em uma roda de conversa, pede para que indiquem locais que possam
servir para leitura e estudo, discutam quais os elementos necessários para transfor-
mar o espaço num local agradável e convidativo. Também propõe, em seu plano,
uma ação sobre a importância da organização e manutenção dos espaços de estu-
do, sugerindo que façam uma pesquisa na internet, com sugestões de leitura sobre
o que disponibilizar nesses espaços.
Analisando a proposta do professor, compreendemos que a sua intencionalidade
principal era incentivar o hábito da leitura, no entanto, ao propor novos espaços para
além da sala de leitura, ele ressignifica outros locais da escola.

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3. Conservação de materiais

É importante conscientizar os estudantes sobre a importância de organizar e manter


em condições de uso o material escolar. O professor de OE pode orientar como con-
servar esses materiais, como, por exemplo, indicar como guardar réguas e esquadros
para que não quebrem dentro da mochila, acomodando-os em uma pasta ou entre as
páginas de um livro ou caderno. Encapar livros e cadernos é uma prática que aumen-
ta a durabilidade desses objetos.

4. O principal de tudo

Por vezes, o estudante poderá se sentir desmotivado ou desanimado. Lembre-se de


que o estudo é algo para o futuro e as crianças/jovens são imediatistas. O professor de
OE pode solicitar que eles escrevam, na primeira folha dos cadernos ou da agenda,
com letras grandes, o seu projeto de vida, pois é ele que o estudante almeja, é dele
que está correndo atrás, é por ele que os esforços terão valido a pena, então ele tem que
ser o destaque de tudo.

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Cursista, o estudante precisa estar motivado, engajado e comprometido para evitar
procrastinações. O professor de OE tem o papel fundamental de incentivar o estudan-
te, mostrando que a organização o ajudará a encarar os estudos de forma prazerosa.

Vamos praticar

Cursista, vimos até agora como organizar o ambiente para os estudos. Nesta atividade
você será convidado a identificar ações relacionadas a esse ambiente.

7. Leia as ações abaixo e, depois, indique qual delas corresponde a cada item mostrado
nas imagens.
A – Dar preferência a ambientes iluminados, bem ventilados e silenciosos.

B – Manter a sala de aula e o local onde você estuda sempre organizados.

C – Colaborar com a limpeza, utilizando a lixeira para descartar o lixo.

D – Ficar atento ao seu material, encontrando formas para conservá-lo.

E – Conservar mesas e cadeiras em ordem em todos os ambientes que você fre-


quentar na escola.

F – Escolher um lugar de destaque para sua meta, poderá ser na escola e também
na sua casa.

G – Alguns combinados são importantes, como o uso consciente do celular.

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Unidade 2.4

Organização dos materiais de estudo

Mesmo sendo algo pessoal, o Professor de OE poderá auxiliar o estudante na organi-


zação dos materiais de estudo (didáticos ou pessoais) ao perceber que a falta de orga-
nização está impedindo que ele alcance seus objetivos.
Para que o estudante encontre o melhor caminho para se organizar, podemos fazer
algumas sugestões. Separar os cadernos ou fichários por componente curricular é
muito importante e facilitará a localização dos conteúdos de forma organizada.
Oriente seus estudantes para que compreendam as vantagens dessa organização.
Veja exemplos a seguir.

29
Material
Anos Finais e EM:
• separar o caderno ou o fichário por componente.

Anos Iniciais:
• separar os cadernos com o apoio do professor de referência.
Vantagens
• Localização do que precisa de maneira muito mais rápida.

• Otimização do tempo na hora de estudar.

• Atualização (pegar emprestado ou emprestar) das tarefas em caso de ausência.

• Realização de atividades com consulta será facilitada.

• Aumento da atenção e foco durante as aulas.

Organização do Caderno

Ao escrever no caderno os conteúdos das aulas, os estudantes poderão utilizar estra-


tégias para a fácil localização do que desejam durante sua rotina de estudos.
A seguir, vamos conhecer três dicas para a organização desses materiais. Novamen-
te, reiteramos que existem inúmeras formas de organização e que o Professor de OE
pode apresentar essas e outras maneiras aos estudantes, de acordo com a faixa etária,
a etapa de ensino e as necessidades de aprendizagem, entre outros fatores.

Dica 1: Utilização de ícones para a organização do caderno

Os estudantes poderão criar ou utilizar ícones já existentes ou criados por eles a fim
de determinar uma mesma ação. Por exemplo: sempre que ele for registrar algum
material complementar, poderá desenhar um caderno antes da indicação.
Observe, a seguir, como poderia ser feito.

Assistir a uma aula na internet sobre o conteúdo de Língua Portuguesa (toda vez que apare-
cer o caderno nas anotações do estudante, ele saberá o que deve fazer).

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Veja na imagem a seguir algumas sugestões de ícones.

Dica 2: Marcações com lápis de cor

O estudante poderá utilizar cores para identificar determinadas indicações; por exem-
plo, toda vez em que aparecer uma data importante, ou prazo de entrega, ele poderá
pintar com determinado lápis de cor ou caneta, colocando uma etiqueta que servirá
de legenda.

31
Dica 3: Pedaços de papel pintados e recortados

Usar uma cor para cada objetivo (revisão, lembrete, estudar mais) é uma ideia inte-
ressante. Você só tem que usar sempre as mesmas cores para os mesmos objetivos
e, quando você menos esperar, as cores vão ajudá-lo a memorizar o que você precisa.

Cursista, até aqui você conheceu as ações que norteiam o planejamento da Orienta-
ção de Estudos: o reconhecimento da realidade escolar, a identificação dos perfis de
aprendizagem dos estudantes, a organização da agenda individual e a personalização
dos tempos e dos espaços para promover o hábito do estudo.
Agora, vamos conhecer uma das estratégias que dão suporte à prática pedagógica
para a OE.

32
Unidade   3

Diário de bordo

Vamos falar sobre o Diário de bordo? Afinal, esta ferramenta tem nos acompanhado
desde o início do curso, dando suporte aos principais registros de estudo.

Vale lembrar que o Diário de bordo é uma ferramenta metodológica que serve de apoio
aos estudos e facilita o registro de informações que subsidiarão o reforço e o aprofunda-
mento dos conteúdos trabalhados nas aulas. Ressaltamos que a aplicação dessa meto-
dologia fica a critério de cada um, dependendo da realidade escolar.

Entendemos que o registro é uma parte importante da aprendizagem, afinal, nem


sempre conseguimos nos lembrar de uma informação completa com a riqueza de
detalhes como quando são anotadas em um caderno ou bloco de anotações.
O Diário de bordo é um instrumento que permite a retomada de informações e de
ideias construídas ao longo de uma aula ou estudo. É um relato pessoal do que você
aprendeu, permitindo a análise de elementos que julga difícil e a retomada da agen-
da sobre o que é necessário revisar.

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Neste contexto, devemos considerar que o professor de OE deve guiar os estudantes
na construção do Diário de bordo, até que se tornem autônomos.
Esta prática pode ser abordada desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, aqui,
vamos trazer algumas ideias práticas para que você possa iniciar este novo hábito e
até mesmo replicá-lo com suas turmas.

Construindo um Diário de bordo

Trouxemos um passo a passo para aqueles que gostariam de replicar a prática do


Diário de bordo em sua escola. São quatro passos.

Primeiro passo: Escolha de mídia

De acordo com seu perfil, escolha a mídia que lhe seja mais adequada, pode ser um
caderno pautado, um caderno com folhas em branco, um bloco de notas (físico ou
digital), o gravador de voz do smartphone ou vídeos; neste último caso, recomenda-se
a gravação de vídeos curtos, pois facilitam o armazenamento e o compartilhamento.

Atenção

Caso deseje replicar a prática do Diário de bordo com suas turmas, procure estar atento
na hora de escolher a forma de registro. Gravações de áudio ou vídeo requerem a per-
missão prévia dos professores e demais colegas.

Segundo passo: Motivação

A motivação é um impulso ou estímulo que antecede a ação na busca de um objetivo,


sendo assim, vamos acompanhar esta etapa em três situações distintas de personali-
zação ou customização do seu Diário de bordo.

34
Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Para os Anos Iniciais, o Diário de bordo pode ter uma abordagem de portfólio e um ca-
derno com folhas em branco pode ser mais adequado ou atender melhor o seu objetivo.
Apresente a proposta da criação de um diário de registro, esclareça aos estudantes
que a intencionalidade e objetivo dessa prática é registrar as aprendizagens da sema-
na, contribuindo para o estabelecimento de uma rotina.
Isso bem entendido, pode-se propor a decoração do caderno, ensinando a encapá-lo,
realizar colagens com recortes de desenhos e utilizar materiais que deixem o Diário
de bordo atrativo.

Importante

Procure incentivar os estudantes a trabalharem livremente suas criações na hora de


customizar, prestando auxílio apenas quando apresentarem dificuldades em manipular
algum instrumento ou material.

A vantagem aqui é permitir a troca de experiências e habilidades entre os cole-


gas, bem como o envolvimento e o acompanhamento do professor e dos familia-
res ou responsáveis.

35
Ensino Fundamental – Anos Finais

Nos Anos Finais, para a proposta de criação do Diário de bordo pode-se oferecer mais
autonomia aos estudantes, se comparado aos Anos Iniciais; isso não isenta o professor de
realizar uma orientação adequada sobre os objetivos e intencionalidade da metodologia.
Os estudantes poderão realizar os registros ao final do dia ou sempre que quiserem,
principalmente para tratarem de temas e conteúdos em que encontraram maiores
dificuldades de compreensão.

Tome Nota

Os professores devem desenvolver ou manter o hábito de registrar no quadro a ro-


tina da aula, data, conteúdo, habilidade e objetivo. Entende-se aqui como rotina da
aula uma breve descrição dos conteúdos, habilidades e objetivos da aula, em outras pa-
lavras, tudo que está planejado para a aula, suas intenções ou objetivos.
Peça ao estudante que escolha um caderno sem uso e em bom estado, em sua residên-
cia ou com pessoas próximas, e customize-o, com a escrita “Diário de bordo” e seu nome
na capa, para que apresente na próxima aula de OE. Afinal, um caderno personalizado
faz toda diferença na hora de iniciar um novo projeto.

36
Importante

Em caso de o estudante alegar não ter um caderno “sobrando”, procure incentivá-lo


a conseguir um caderno com pessoas próximas ou recorra à equipe gestora da escola
para lhe auxiliar com esta situação.

Ensino Médio

Para os estudantes do Ensino Médio, a proposta poderá ser mais aperfeiçoada e a


utilização de registro em mídia digital pode ser uma abordagem mais atraente para
aqueles que já possuem habilidades e familiarização com aplicativos de registro em
tablets e smartphones. Porém, nunca se deve descartar a possibilidade do registro
manuscrito em um caderno (pautado ou não).
A vantagem da utilização de recursos digitais é que eles permitem arquivos de diver-
sas extensões, tais como fotografias, vídeos e gravações em áudio.

Importante

Caso opte pelo registro digital, certifique-se de estar familiarizado com as ferramentas e
recursos disponíveis para os dispositivos, para que possa orientar e auxiliar os estudantes
sempre que tiverem dúvidas. Vale reforçar aqui a necessidade do professor de OE co-
municar à equipe gestora e aos demais professores que está trabalhando essa proposta
com sua turma. É indispensável a autorização do professor para que seja realizado qual-
quer registro de áudio ou vídeo de suas aulas, bem como seu compartilhamento.

37
Terceiro passo: Criação do registro
Não existe uma receita pronta para os registros, pois o Diário de bordo é livre e pessoal,
porém, o acompanhamento e algumas ações que vamos apresentar a seguir podem
contribuir para que essa prática se torne um hábito. Vejamos algumas delas.
Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Nos Anos Iniciais, é importante estabelecer uma rotina para que esse registro seja
feito e incluído no semanário, escolhendo um determinado horário e o dia da semana
para que ele seja feito, por exemplo, nas aulas de OE. Assim, o professor pode escrever
no quadro a data e o seguinte enunciado “Nesta semana eu aprendi...” e pedir para
os estudantes completarem, de forma escrita ou com desenhos, recortes e colagens.

Atenção

O Diário de bordo pode ser mantido na escola e também encaminhado para casa, como
forma de incentivar o acompanhamento e a participação dos pais no processo de apren-
dizagem dos estudantes. Para aqueles que ainda não são alfabetizados, pode-se utilizar
desenhos, imagens e recortes como alternativa de registro.

Ensino Fundamental – Anos Finais


Com os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, recomenda-se direcionar
para o registro de conteúdos em que o estudante considera ter maior dificuldade de
compreensão ou registrando as percepções e reflexões pessoais sobre os assuntos
estudados, textos lidos, análise de gráficos e infográficos.
Isso permitirá ao estudante perceber quais são os pontos de fragilidade em sua apren-
dizagem e propor estratégias para aperfeiçoar seus estudos e solicitar o auxílio ao pro-
fessor do componente sempre que achar necessário.

Importante

O professor de OE pode acompanhar e auxiliar os estudantes na organização dos regis-


tros, por exemplo, pode orientá-los a dividir o Diário por componente e propor técnicas,
como mapas conceituais e desenhos esquemáticos, que permitam um melhor enten-
dimento e inter-relação entre os temas estudados. No Caderno do Professor – Orien-
tação de Estudos (vol. 2, parte 1) temos a Situação de Aprendizagem 2, que aborda
registros esquemáticos: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/
uploads/2021/08/Orienta%C3%A7%C3%A3o-de-Estudos_Vol2.pdf.

38
Tome Nota

Nas aulas de OE, o professor pode organizar rodas de conversa e até mesmo troca de
experiências entre os estudantes, utilizando uma abordagem colaborativa.

Ensino Médio
Tendo em mente que o Diário de bordo serve como apoio para os estudantes re-
fletirem sobre suas práticas de estudo e também como instrumento de reforço da
aprendizagem, no Ensino Médio, o registro deve ser focado nos conteúdos em que os
estudantes consideram ter maior dificuldade e, para isso, o professor de Orientação
de Estudos pode orientá-los a manterem contato frequente com os professores dos
componentes, a fim de buscar subsídios para a composição do Diário de bordo, pro-
pondo o registro de mapas mentais e links de videoaulas e/ou registros digitais even-
tualmente realizados pelo estudante com a devida autorização do professor.

Importante

Vale aqui ressaltar a importância do(s) professor(es) manipular(em), exibir(em) e divul-


gar(em) com frequência os Guias de Aprendizagem. No início da aula, é recomendável
que o professor registre a rotina no quadro, apontando qual o conteúdo, habilidade e ob-
jetivo pretendidos para a aula ou sequência didática que será desenvolvida. Essa atitude
do professor colabora para que os estudantes também criem esse hábito de registrar e
compreendam a relação entre seus estudos, sua agenda e seu plano de estudo.
Guias de Aprendizagem: “Documento elaborado bimestralmente pelos professores e
que organiza os objetos de conhecimento, as competências, as habilidades e as ativi-
dades a serem desenvolvidas em cada um dos componentes curriculares” (Currículo
em Ação: Caderno do Gestor – Modelo Pedagógico e de Gestão, p. 34, https://efape.
educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_MP_VOL-UN_
2021-Diagramado.pdf).

39
Quarto passo: Consulta e revisitação

Este último passo é de suma importância para consolidar o uso do Diário de bordo
como apoio aos estudos, pois consultar e revisitar os registros do Diário é um exercício
fundamental para o estudante reforçar sua aprendizagem.
O estudante deve reservar, em sua agenda, um momento para realizar a consulta ou
revisitação dos registros do Diário de bordo, a fim de retomar aqueles conteúdos que
ainda não foram totalmente compreendidos. Gravações em áudio ou vídeo seguem
a mesma lógica e devem ser ouvidos ou assistidos no momento previsto em agenda.

Dica

Sinalizações como pontos de interrogação, grifos, lacunas ou espaços a serem preenchi-


dos permitem um momento ativo na hora da consulta, assim como atividades incom-
pletas e “lições de casa” também servem como estímulo para a revisitação dos registros
no Diário de bordo, possibilitando a reflexão e a intervenção sobre o conteúdo registrado.

40
Unidade   4

Integração da Orientação de Estudos às áreas de conhecimento

Os conhecimentos produzidos pela Humanidade são organizados pelos sistemas de


ensino, tradicionalmente, de maneira disciplinar. Esse arranjo de saberes, por discipli-
nas, foi utilizado por muito tempo, sendo uma maneira prática de apresentar e multi-
plicar as especificidades próprias de cada componente curricular.
Na busca de encontrar maneiras mais significativas e eficientes para a apresentação
dos saberes, muitos estudiosos se dedicam a pesquisar novas metodologias para que
a fragmentação dos conteúdos dê lugar à integração entre os conhecimentos, com o
objetivo de ampliar o senso crítico dos estudantes, construir conhecimentos de forma
significativa e acompanhar os avanços da ciência e da tecnologia aplicados à educa-
ção e à comunicação.

41
Tome Nota

Anote em seu Diário de bordo o que dizem alguns dos mais importantes estudiosos so-
bre a Interdisciplinaridade para posteriores pesquisas e aprofundamento sobre o tema:
Ivani Catarina Arantes Fazenda
“[...] A interdisciplinaridade será possível pela participação progressiva
num trabalho de equipe que vivencie esses atributos e vá consolidando
essa atitude. É necessário, portanto, além de uma interação entre teoria
e prática, que se estabeleça um treino constante no trabalho interdisci-
plinar, pois interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende, apenas
vive-se, exerce-se. Interdisciplinaridade exige um engajamento pessoal
de cada um.” (FAZENDA, 2011)
Olga Pombo
“[...] convém não esquecer que, para que haja interdisciplinaridade, é
preciso que haja disciplinas.” (POMBO, 2003)
Jurjo Torres Santomé
“[...] estabelece uma interação entre duas ou mais disciplinas, o que resul-
tará em intercomunicação e enriquecimento recíproco.” (SANTOMÉ, 1998)

A Interdisciplinaridade é uma proposta metodológica que busca minimizar o impacto


da especialização dos componentes curriculares. Essa metodologia, quando desen-
volvida em parceria entre os professores de componentes e áreas de conhecimento
diversas, pode propiciar um maior engajamento das crianças e jovens em seus estu-
dos, contribuindo para a construção de conhecimentos significativos.

42
Observe o quadro a seguir para compreender melhor o conceito de Interdisciplinaridade.

Interdisciplinaridade
• Metodologia que promove a integração de conteúdos dos diferentes componentes
curriculares.

• Viabiliza o diálogo entre áreas do conhecimento sem desconsiderar suas especificidades.

• Incentiva a pesquisa, a curiosidade, a autonomia e o protagonismo do estudante.

A prática da interdisciplinaridade permite aos professores realizarem arranjos de con-


teúdos que se relacionam, embora não estejam inseridos num mesmo componente
ou numa mesma área do conhecimento. Isto é possível por meio de projetos, em que
um ou mais temas venham a ser pesquisados, individualmente ou por grupos de es-
tudantes, considerando seus vários prismas de observação. Por isso, essa metodologia
é capaz de oferecer muitos avanços às práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de
aula. Alguns deles estão abaixo ilustrados.

43
Agora que você já sabe quais contribuições a interdisciplinaridade pode trazer para
suas aulas, propomos que conheça um pouco da Metodologia de projetos, pois
ambas são grandes aliadas da educação numa perspectiva globalizadora, proble-
matizadora e cooperativa.
Analise a imagem a seguir, que demonstra de forma esquemática as principais carac-
terísticas da Metodologia de projetos.

Uma aula estruturada na Metodologia de projetos pode ser desenvolvida por meio de
um tema que suscite a curiosidade dos estudantes. Esse tema deve surgir por propos-
ta de um ou de vários professores ou também dos próprios estudantes que, em suas
conversas, manifestem a intenção de desenvolver pesquisas e responder a questiona-
mentos que eles mesmos tenham elaborado ou solucionar problemas que tenham
identificado na escola ou na comunidade.
É importante ressaltar que a proposta de trabalho por projetos se configura como uma
estratégia interdisciplinar, uma vez que as pesquisas a serem desenvolvidas encami-
nharão o estudante por trilhas de múltiplas informações presentes nos componentes
e áreas de conhecimento. Assim, para responder aos questionamentos e solucionar
a problemática central do tema escolhido, necessariamente, o estudante mobilizará
informações e conhecimentos de grande amplitude, expandindo seus horizontes de
aprendizagem, protagonizando a construção de conhecimentos e atuando em prol
do planejamento de ações que demonstrem o entendimento consolidado de forma
significativa e contextualizada. Esse processo de construção de conhecimentos é ca-
paz de trazer ao estudante uma visão ampla e globalizada da realidade.

44
Tome Nota

Para desenvolver a Metodologia de projetos, o professor deve sempre considerar a fai-


xa etária dos estudantes e a etapa de ensino em que está atuando. Além disso, fazer
uso das TIC e TDIC (Tecnologia de Informação e Comunicação e Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação) pode proporcionar excelentes resultados, promovendo a
motivação e o engajamento dos estudantes.

Vamos praticar

Agora que você viu como é interessante articular a interdisciplinaridade e a Metodologia


de Projetos, faça a atividade a seguir.

8. Complete as afirmações utilizando os termos abaixo.


– corresponsabilidade

– globalizadora

– faixa etária

– criatividade

– fronteiras

– engajamento

– curiosidade

a) Os trabalhos escolares realizados por meio de projetos promovem uma constru-


ção de conhecimentos porque permitem olhar o mundo sem as
dos componentes curriculares.

b) É importante sempre levar em conta a dos estudantes ao propor


projetos de trabalho interdisciplinares favorecendo o de todos
em sua construção.

c) Propostas interdisciplinares construídas por meio de projetos de trabalho trazem


conquistas didáticas importantes pois despertam a ea
e desenvolvem o senso de .

45
Encerramento do módulo

Cursista, chegamos ao final do Módulo 3!


Neste módulo, você aprofundou seus conhecimentos sobre o planejamento do compo-
nente, por meio das Ações norteadoras para a Orientação de Estudos, apresentadas a par-
tir dos perfis de aprendizagem e da investigação da realidade escolar, passando pela orga-
nização de tempos e espaços e compreendendo a importância da interdisciplinaridade.

46
Referências Bibliográficas

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Práticas interdisciplinares na escola. São


Paulo: Cortez, 2011.
GAZOLA, A. A. Infográfico: qual seu estilo de aprendizagem? Lendo.org, [s.d.]. Disponí-
vel em: https://www.lendo.org/infografico-estilo-aprendizagem-visual-auditivo-cines
tesico/. Acesso em: 1o jul. 2021.
POMBO, Olga. Epistemologia da Interdisciplinaridade. In: SEMINÁRIO INTERNACIO-
NAL INTERDISCIPLINARIDADE, HUMANISMO. Universidade do Porto, 2003.
SALDANHA, C. C.; ZAMPRONI, E. C. B.; BATISTA, M. L. A. Semana Pedagógica – Esti-
los de aprendizagem. [s.l.]: Governo do Estado do Paraná, jul. 2016. Disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/julho_2016/
dee_anexo1.pdf. Acesso em: 1o jul. 2021.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado.
Tradução: Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SILVEIRA, Jorge. Dicas de estudo – estilos de aprendizagem. Faculdade de Barretos,
2015. Disponível em: https://faculdadebarretos.com.br/wp-content/uploads/2015/11/
ESTILOS-DE-APRENDIZAGEM-3.pdf. Acesso em: 1o jul. 2021.

47
Gabaritos

1. A sequência correta é: C; A; B.
Comentários:
Podemos notar que todas as propostas pretendem incentivar a leitura, buscando atender às
especificidades de cada retrato escolar apresentado, se adequando aos ambientes da escola
e à cultura dos estudantes.
A primeira proposta está mais adequada à Escola C, pois os estudantes já apresentam um há-
bito de leitura, mas não conhecem o acervo da Sala de Leitura da escola. A segunda proposta
alinha-se melhor com a Escola A, pois a prática de contação de histórias favorece o aprendiza-
do em turmas dos Anos Iniciais, assim como as práticas de representação teatral podem ser
reproduzidas pelos estudantes em fase de alfabetização. A terceira proposta está de acordo
com a Escola B, pois o professor propõe a ampliação do espaço de leitura para além da Sala
de Leitura, ocupando outros ambientes da escola, envolvendo os estudantes na ação e forta-
lecendo a corresponsabilidade para a criação do hábito da leitura e do estudo.

2. A sequência correta é: C; A; B.

3. Alternativa correta: b.
Comentários:
Fazer contato com os pais ou responsáveis pelo estudante, além de favorecer a organização
de uma rotina, fornece suporte e acompanhamento fora da escola, promovendo a correspon-
sabilidade no aprendizado do estudante. A alternativa a não é a mais adequada, pois o estu-
dante continuará sem o acompanhamento de um responsável que o oriente em sua rotina
fora da escola. Por ser do 6o ano, ele está se adaptando à quantidade de componentes curri-
culares e necessita de apoio para se organizar.

4. Alternativa correta: a.
Comentários:
Propor a reformulação da rotina para os estudos e também para as atividades de lazer é um
excelente método para modificar os hábitos da estudante. A alternativa b não é adequada,
porque informar à estudante que outras pessoas andam comentando sobre seu comporta-
mento e apenas perguntar sobre sua agenda e seu plano de estudos não vai ajudá-la a modi-
ficar suas atitudes.

5. A sequência correta é: V; F; V.
Comentários:
O primeiro item é verdadeiro, porque Ana seguiu corretamente o passo a passo sugerido. O
segundo item é falso, porque Sílvia precisa saber quais atividades deve realizar diariamente
para não se dedicar ao estudo aleatoriamente. Além disso, ela precisa ser responsável por suas
tarefas, pois o papel da mãe é apoiá-la. O terceiro item é verdadeiro, porque Maurício desen-
volveu sua autonomia e faz da agenda uma ferramenta para otimizar sua organização.

48
6. Localização da bola de basquete e do despertador:

7. A sequência correta é: B; E; G; C; D; F; A.

8. a) Os trabalhos escolares realizados por meio de projetos promovem uma construção


globalizadora de conhecimentos porque permitem olhar o mundo sem as fronteiras dos
componentes curriculares.

8. b) É importante sempre levar em conta a faixa etária dos estudantes ao propor projetos
de trabalho interdisciplinares favorecendo o engajamento de todos em sua construção.

8. c) Propostas interdisciplinares construídas por meio de projetos de trabalho trazem


conquistas didáticas importantes pois despertam a curiosidade e a criatividade e desen-
volvem o senso de corresponsabilidade.

Imagens sobre organização (p. 16), Técnica Pomodoro (p. 22), avanços nas práticas pe-
dagógicas (p. 43) e metodologia de projetos (p. 44) elaboradas para o curso. Imagens
fotográficas de espaços escolares (p. 26) e Projeto de Vida (p. 27): Governo do Estado de
São Paulo/Flickr EducaçãoSP. Imagem representativa de interdisciplinaridade (p. 42):
Shutterstock. Demais imagens: Getty Images.

49
Anexo 1

Rodas de conversa – como usar essa prática na sala de aula

Rodas de conversa são momentos reservados para o debate e a exposição de ideias em que
todos os participantes se reúnem numa disposição em círculo, assim todos ficam numa posição
de igualdade, e têm a oportunidade de se expressar, numa determinada ordem, previamente
informada pelo mediador da roda, que também é o responsável por organizar e conduzir a
conversa.
Antes de propor uma roda de conversa, vale apresentar a metodologia aos estudantes para que
todos tenham consciência de como a prática deve ocorrer. Então, esclareça os seguintes pontos:

É um momento de atenção e concentração; por isso, os celulares devem


permanecer desligados ou guardados em um caixa, disponibilizada pelo
organizador.

Evitar conversas paralelas e/ou outras distrações.

Manter o respeito entre os participantes, para que todos sintam-se


confortáveis e à vontade para se expressar.

Atenção! Rodas de conversa não são muito adequadas para grupos muito grandes. Nesses
casos, recomenda-se a formação de um segundo grupo e uma discussão em duas etapas.

Objeto-palavra: para organizar melhor o tempo de fala de cada participante, o mediador poderá
escolher um objeto que será passado de estudante para estudante, regulando o fluxo de
diálogo; dessa forma, cada participante só poderá falar quando estiver segurando o objeto.

Passo a passo

Preparação
Defina o tema que será debatido, a data, a hora e o local da roda de
conversa e elabore um convite, separe os materiais que serão utilizados
e prepare o local.

50
Roteiro
Prepare um roteiro que servirá como material de apoio para o mediador.
Este documento deve conter o planejamento das atividades e/ou as
perguntas que serão desenvolvidas sobre o tema.

Abertura
Prepare um momento de boas-vindas, que poderá ser a leitura de um
pequeno texto ou poema, uma imagem, um vídeo ou uma pergunta; por
fim, peça para os participantes se apresentarem e exponha o tema a ser
debatido.

Desenvolvimento
Nesta etapa, o mediador faz uma ou mais perguntas, segundo seu
roteiro, para alimentar o debate ou propõe uma atividade já planejada.

Fechamento Este é o momento em que os estudantes poderão refletir sobre o que foi
debatido, e o mediador poderá apresentar um resultado, uma conclusão
ou uma síntese do debate para todos.

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