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FIEG - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE GOIÁS
SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
SESI - SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA
Paulo Vargas
Diretor Regional do SENAI
Superintendente do SESI
Para fazer inscrições ou obter informações sobre os cursos a distância contactar: www.sesigo.org.br e www.senaigo.com.br
Didática
Básica
Veruska Ariádna Silva Feitosa de Carvalho Gaioso
Goiânia/GO
2010
© SESI - Serviço Social da Indústria
Recurso didático elaborado pela docente Veruska Ariádna Silva Feitosa de Carvalho Gaioso, a ser utilizado na Rede SESI de Educação
Ficha Catalografica
Para fazer inscrições ou obter informações sobre os cursos a distância contactar: www.sesigo.org.br e www.senaigo.com.br
Sumário Carta ao Aluno | Apresentação | Plano de Estudos | Sobre o Autor | Palavras do Autor | Referências |
Carta ao aluno............................................................................................................................... 7
Apresentação................................................................................................................................ 9
Plano de estudos.......................................................................................................................... 11
Módulo 2: Professor....................................................................................................................51
Sobre a autora............................................................................................................................197
Palavras da autora.....................................................................................................................199
Referências............................................................................................................................... 201
5
| Sumário Carta ao Aluno Apresentação | Plano de Estudos | Sobre o Autor | Palavras do Autor | Referências |
Prezado aluno,
Dessa forma, este material foi preparado para auxiliá-lo em seus estudos, contribuindo como
fonte de pesquisa e consulta, estando disponível nas bibliotecas do SESI e do SENAI em Goi-
ás.
Desejamos sucesso em sua caminhada e que você continue sendo parceiro na promoção con-
tínua de uma educação de qualidade.
Bom Estudo!
7
| Sumário | Carta ao Aluno Apresentação Plano de Estudos | Sobre o Autor | Palavras do Autor | Referências |
Durante este curso, você estudará conceitos e práticas característicos do cenário de sala de
aula. Terá, também, a oportunidade de refletir acerca do seu papel enquanto professor e alu-
no, desenvolvendo crítica e autocrítica na escolha de recursos e metodologias mais apropria-
dos ao que se deseja transmitir.
Mas, antes de iniciar os estudos, gostaria de propor um acordo com você: transmitimos
informações, uma vez que Conhecimento é Informação construída, e isso, convenhamos, é
muito pessoal. Pessoal, porque se trata de um processo carregado de significados, conjunto
de experiências contabilizadas, crenças, valores, interesses... Cabe-nos o desafio, portanto,
de nos preparamos bem para escolher e adotar a abordagem que melhor atenda aos objetivos
propostos.
Lembre-se de que a clareza dos resultados que você pretende alcançar é fundamental. Não
se pode assumir uma sala de aula, um curso, uma turma, sem estar devidamente preparado.
Para isso, é necessário planejar os conteúdos e tudo o que será trabalhado. E é principal-
mente por esse motivo que é importante que você conheça, analise e selecione as melhores
abordagens. Do contrário, perderá de vista o que deveria movê-lo: o seu papel social, a sua
responsabilidade enquanto formador de opinião.
Porque, pretensões à parte, não podemos nos esquecer de que, em algum grau, influenciamos
pessoas, o que torna envolvente esse universo do qual você está sendo convidado a participar,
porém, com extrema exigência ética. Mas nada que com dedicação e real espírito de contri-
buição não possa ser superado.
Parabéns pela escolha do curso, pois, entre outros, este lhe permitirá interessantes reflexões.
Vamos lá!
Bons estudos!
9
Didática Básica
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| Sumário | Carta ao Aluno | Apresentação Plano de Estudos Sobre o Autor | Palavras do Autor | Referências |
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Geral
●●Conhecer e aplicar técnicas e procedimentos didáticos no processo ensino-aprendiza-
gem.
Específicos
●●Conhecer os conceitos norteadores de práticas pedagógicas.
●●Refletir acerca do papel do professor educador.
●●Selecionar tecnologias e procedimentos para o desenvolvimento de práticas pedagógicas.
●●Compreender a importância da escolha de recursos e técnicas apropriados ao conteúdo.
●●Elaborar um Plano de Ensino.
METODOLOGIA DE ESTUDOS
Este curso está dividido em cinco módulos de estudos, cada uma contendo cinco aulas. O
curso foi elaborado de forma a desenvolver suas habilidades e competências operacionais.
Assim, em todo o conteúdo, você encontrará os personagens do curso apresentando tópicos
importantes, que estarão disponíveis para explorar conceitos e aspectos centrais dos assuntos
estudados.
Desse modo, dedique momentos constantes para o estudo. Nossa sugestão é de que seja no
mínimo uma hora por dia, em local calmo e arejado. Lembre-se de fazer um pequeno interva-
lo de dez minutos durante o estudo.
Faça da sua aprendizagem uma construção significativa, utilizando a teoria para uma prática
profissional com excelência.
BEM-VINDO À ESCOLA
Seja bem-vindo à
escola Arthur!
15
Didática Básica
16
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 17
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo, você:
Aulas
Acompanhe, neste módulo, o estudo das seguintes aulas:
Você terá oportunidade de conhecer o que envolve o ensino e aprendizagem e ensino e educa-
ção e, finalmente, as tendências pedagógicas.
Este módulo será muito interessante e certamente você fará bom uso dos conteúdos estuda-
dos!
Que a sua aprendizagem aconteça por meio de descobertas e muitas construções significati-
vas.
Bons estudos!
Aula 1
Didática: conceitos e propostas em uma pers-
pectiva educacional
Antes de iniciar esta aula, vale registrar que quando vamos começar um novo curso, quer
movidos por curiosidade, interesse em aplicabilidade prática ou movidos pela oportunidade
de aumentar o nosso leque de informações, precisamos focar-nos no tema. Muitas vezes, nele
está implícita uma proposta que pode evitar frustrações e/ou surpresas desagradáveis. Imagi-
ne inscrever-se para um curso de esperanto sem, ao menos, saber o que a palavra significa.
Por isso, considero importante iniciar esta aula pela etimologia da palavra “didática”, bem
como pelos significados que ela assume na prática. Acompanhe!
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 19
Didática: conceito
O termo surgiu no século XVIII com o autor Ratke, na sua obra “Principais aforismos didáti-
cos”. Entretanto, foi o pesquisador Comenius, em sua obra “Didática magna”, publicada em
1657, quem consolidou o seu uso.
Para que você consiga compreender melhor, veja no quadro a seguir, de modo resumido, a
comparação das indagações que são feitas nesses dois enfoques.
22 Didática Básica
Então, ficou curioso para conhecer mais sobre as diferenças desses dois enfoques? Na pró-
xima aula você conhecerá, também, alguns aspectos que diferenciam ainda mais a didática
tradicional da didática moderna, ainda com enfoque naqueles cinco elementos. Vamos lá,
nossa viagem pelo mundo do conhecimento está só começando! Siga em frente!
Aula 2
Didática tradicional e didática moderna:
aplicações
Na aula passada, você estudou o conceito de didática e também conheceu os elementos que a
envolvem. Nesta aula, terá a oportunidade de diferenciar as propostas de aplicabilidade das
duas vertentes, em sua evolução, enquanto tendência contemporânea.
Poderá, também, explorar a tríade sentir, pensar e agir. Compreenderá ainda de que
forma cada elemento norteador da didática (aluno, professor, objetivo, matéria e método)
interage com as duas perspectivas. Tudo bem “explicadinho”, a começar pela diferenciação
entre didática tradicional e didática moderna. Vamos lá?
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 23
Como assim? Veja bem: em tese, o nosso processamento para ação deveria acontecer obede-
cendo a tríade:
●●Sentir – Quando me deparo com uma coisa, pessoa, situação, me é evocado um senti-
mento, seja ele de prazer, desprazer, regozijo ou frustração.
●●Pensar – Elaboro, a partir desse sentimento, uma mensagem socialmente aceita. Ou
não...
●●Agir – Coloco em prática a mensagem que construí.
Parece complicado? Veja, a seguir, algumas dicas que o auxiliarão a colocar em prática o que
você acabou de estudar.
●●Quem é você?
●●Qual foi o seu maior sucesso?
●●Qual foi a sua maior frustração?
Outro aspecto: Para turmas cujo grau de escolaridade seja baixo, procure definir os termos,
substituindo o termo “frustração” por “algo que não saiu como você imaginava/gostaria”. Po-
rém, evite exemplificar para não sugestionar o participante. Ex: Se ele gostaria de falar sobre
frustração na área familiar e você exemplifica com atuação profissional, a tendência é que ele
seja influenciado a dar esse tipo de enfoque.
26 Didática Básica
Levantamento de expectativas
Peça para que os alunos elenquem cinco expectativas em relação ao curso e falem a respeito
delas.
O levantamento de expectativas é fundamental, até para que você possa nivelar os objetivos
do curso e esclarecer o que, de fato, será abordado. Por vezes, o aluno ou participante não
possui uma bagagem de informações acerca do assunto. Lembra-se do que falamos na aula
anterior? Existem situações em que sequer foi o participante quem se inscreveu.
Contrato de convivência
Faça os seguintes questionamentos:
Respostas prováveis: “não faltar às aulas”, “não chegar atrasado”, “saber ouvir”.
Nesse momento, você vai relacionando as informações no flip chart, ou, previamente, poderá
solicitar um voluntário para tomar notas dos “combinados”. Utilize esse recurso, resgatando-
o sempre que necessário no decorrer do curso.
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 27
Essas dicas têm como objetivo despertar em você uma reflexão acerca de técnicas e suas apli-
cabilidades. É importante ressaltar que a vivência/prática em muito favorecerá você, tanto na
melhoria contínua como na capacidade de exploração dos conteúdos e manifestos que, com
certeza, emergirão dos alunos/grupo que você estiver conduzindo.
Durante a sua atuação como docente, você poderá desenvolver muitas outras reflexões acerca
dos processos da didática tradicional e moderna.
Aproveite para conversar com as pessoas da família, amigos e colegas a respeito. Isso o auxi-
liará na construção de seu próprio conceito acerca dos diferenciais das duas propostas.
Esperamos que você faça também um bom proveito em relação às dicas apresentadas, pois
teremos muito mais no decorrer das próximas aulas.
Então, está gostando do curso? Que tal, agora, pegar uma carona com o vagão do processo
ensino-aprendizagem? Este será o assunto da próxima aula. Vamos juntos!
28 Didática Básica
Aula 3
Ensino e aprendizagem
Na aula anterior, você conheceu algumas técnicas de introdução do participante a um curso.
Dando sequência ao assunto, não poderíamos deixar de dar um enfoque nos processos de en-
sino e aprendizagem, pois independentemente de a abordagem ser tradicional ou moderna,
ambas perpassam por esses princípios, certo?
Dessa forma, esta aula tem como objetivo tratar o ensino-aprendizagem com base nos se-
guintes questionamentos:
Esses e outros questionamentos serão estudados durante esta aula. Vamos lá!
Contudo, a teoria não se limita à ordenação dos fatos, ou, pelo menos, não deveria se limitar.
Ela deveria ser fonte de redimensionamento dos fatos e, consequentemente, de seus significa-
dos. Isso porque um bom teórico não se distingue pelo modo como ele usa a teoria, mas por
saber que teoria usar.
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 29
Isso mesmo! E nesta aula reside um grande desafio do ensino, que pode se sustentar pelo
tripé:
●●quem ensina;
●●o que se ensina;
●●a quem se ensina.
30 Didática Básica
Logo, a atividade de ensino pressupõe uma intenção, que extrapola o mero conceito teórico,
já que nesse contexto, “a quem se ensina” desenvolve a aprendizagem que, via de regra, quer
atingir um objetivo cognitivo, motor e, para isso, necessita de maturidade do indivíduo para
receber e internalizar determinadas informações. Exemplo claro se percebe pela necessidade
de gradação das informações. Não se ensina genética sem passar pelos conceitos elementares
da Biologia.
Para clarificar, veja o quadro comparativo que ilustra os contrastes e as analogias entre ensi-
no e aprendizagem.
Ensino Aprendizagem
Pressupõe a intenção de que um objetivo Realiza-se:
seja atingido.
• pressupondo a revelação de conteúdo
como objetivo a ser alcançado.
O quadro acima, embora um tanto resumido, condensa interessantes ideias acerca das cono-
tações assumidas pelo ensino, considerando que ele pode ou não resultar em aprendizagem.
Porém, adquire status de convergência, uma vez reconhecido o aluno como o elo determinan-
te para que o aprendizado ocorra.
Nesta aula você teve a oportunidade de refletir sobre ensino e aprendizagem, identificando
que nesse contexto:
●●a teoria não se limita à ordenação dos fatos (lembre-se: um bom teórico não se distingue
pelo modo como ele usa a teoria, mas por saber que teoria usar).
●●as necessidades realçadas pelo ensino e a aprendizagem advêm do aluno.
32 Didática Básica
Na próxima aula você terá a oportunidade de estudar um pouco mais sobre este tema, am-
pliando sua abordagem para as relações entre ensino e educação. Vamos em frente!
Aula 4
Ensino e educação
Ao iniciar esta aula, você pode ter a sensação de que ela abordará um conteúdo totalmente
teórico. Entretanto, é inconcebível um profissional adentrar a sala de aula sem antes ter re-
fletido acerca de seu papel num contexto global.
Uma frase atribuída a Madre Tereza de Calcutá dizia que “ninguém deveria sair de
nossa presença sem se sentir melhor (...)”.
Ensinar/educar é
mais que um ofí-
cio, é uma missão.
E, aqui, a proposta é que você se identifique com essa missão, envolva-se, responsavelmente,
nessa missão. Para tanto, você conhecerá importantes conceitos de estudiosos sobre o assun-
to, numa perspectiva crítica.
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 33
Você perceberá que, no ensino, prevalece uma abordagem mais tecnicista, objetiva, enquanto
a educação surge com a prerrogativa de “disposição para”, que depende do indivíduo.
Logo, ensino e educação referem-se a diferentes dimensões e enfoques de uma mesma rea-
lidade, na qual o ensino integra parte de um campo de conhecimento mais amplo, chamado
educação.
Excelente questionamento!
Vamos ver o que pensam os
estudiosos do assunto sobre
sua pergunta!
Para Libâneo (1990, p. 97), “educar (em latim educare) é conduzir de um estado a outro, é
modificar, numa certa direção, o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode, então,
ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível
intrapessoal como no nível da influência do meio, interação que se configura numa ação exer-
cida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando a provocar neles mudanças tão eficazes que
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 35
os tornem elementos ativos da própria ação exercida. Presume-se, aí, a interligação, no ato
pedagógico, de três componentes: um agente (alguém), um grupo, um meio social, (conteú-
dos, métodos, automatismo, habilidades, etc.) e um educando (aluno, grupo de alunos, uma
geração etc.)”.
Para o professor e educador Albino Spohr (2006 apud FERREIRA, 2008), “o ensino, que é
instrução, dirige-se ao intelecto e o enriquece. A educação visa aos sentimentos e os põe sob o
controle da vontade. Assim, pode-se adquirir um ótimo caráter de conduta com pouca instru-
ção, o que já permite viver feliz. Por outro lado, pode ser cultivado, sem nenhuma educação,
um péssimo caráter de conduta, que será tanto pior quanto mais instrução houver – é aqui
que se enquadram todos os corruptos e grandes golpistas que tiveram muito ensino e pouca
educação e que nunca serão realmente felizes”.
36 Didática Básica
Você é convidado a ministrar um curso sobre “negociação”. Caso se atenha a falar sobre
técnicas que visem a obter maior êxito nos resultados, ainda que numa perspectiva “ganha-
ganha” para as partes envolvidas, sem se preocupar em conotar o enfoque ético dessas re-
lações, estará meramente ensinando. Já nas reflexões acerca do que representam os valores
e o respeito ao próximo associado às relações, quer comerciais, sociais ou humanas, está o
processo educativo.
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 37
Percebeu a riqueza e a importância de seu papel? Pois bem, daqui para a frente, você conti-
nuará a unir informações para melhor aprimorar sua atuação como professor(a). Na próxima
aula, conhecerá algumas tendências pedagógicas que vão contribuir ainda mais para a atua-
ção profissional. Continue atento e trilhando caminhos em busca de novos conhecimentos!
38 Didática Básica
Aula 5
Tendências pedagógicas
Nesta aula, você estudará um quadro que trata resumidamente das tendências pedagógicas
liberais, conservadoras e progressistas no que diz respeito ao papel da escola, ao papel do
professor, ao aluno e a conteúdos de ensino.
Portanto, o resumo a seguir, embora abrangente, deve ser apenas a sua fonte inspiradora na
busca por novas e maiores informações. Lembre-se sempre disso!
Módulo 1| Didática: Conceitos Básicos 39
Tendências pedagógicas
Quadro 4 - Quadro 4: Síntese das tendências pedagógicas
Pedagogia Prepa- São conheci- Exposição Autoridade A aprendizagem Nas escolas que
Liberal Tradi- ração mentos e va- e demons- do profes- é receptiva e adotam filoso-
cional intelectual lores sociais tração sor que exi- mecânica, sem fias humanistas
e moral acumulados verbal da ge atitude considerar as clássicas ou cien-
dos alunos através dos matéria receptiva características tíficas.
para as- tempos e re- e/ou por do aluno. próprias de cada
sumir seu passados aos meio de idade.
papel na alunos como modelos.
sociedade. verdades
absolutas.
Tendência A esco- Os conte- Experi- O professor É baseada na Montessori
Liberal Reno- la deve údos são ências, é auxi- motivação e na Decroly Dewey
vadora Pro- adequar estabelecidos pesquisas e liador no estimulação de Piaget Lauro de
gressiva as necessi- a partir das método de desenvolvi- problemas. Oliveira Lima
dades in- experiências solução de mento livre
dividuais vividas pelos problemas. da criança.
ao meio alunos frente
social. às situações
problema.
40 Didática Básica
Tendência Não atua Temas gera- Grupos de A relação Resolução da si- Paulo Freire.
Progressista em esco- dores. discussão. é de igual tuação problema.
Libertadora las, porém para igual,
visa a horizontal-
levar pro- mente.
fessores e
alunos a
atingir um
nível de
consciên-
cia da rea-
lidade em
que vivem
na busca
da trans-
formação
social.
Tendência Transfor- As matérias Vivência É não Aprendizagem C. Freinet Mi-
Progressista mação da são coloca- em grupo diretiva: o informal, via guel Gonzales
Libertária personali- das, mas não na forma professor é grupo. Arroyo.
dade num exigidas. de autoges- orientador
sentido tão. e os alunos,
libertário livres.
e autoges-
tionário.
Tendência Difusão Conteúdos Parte Papel do Baseadas nas Makarenko B.
Progressista dos conte- culturais de uma aluno como estruturas cogni- Charlot Sucho-
“Crítico-social údos. universais relação participa- tivas já estrutura- doski Manacor-
dos Conteúdos que são direta da dor e do das nos alunos. da G. Snyders
ou “Histórico- incorporados experiência professor Demerval Savia-
crítica” pela humani- do aluno como me- ni.
dade frente confronta- diador en-
à realidade da com o tre o saber
social. saber siste- e o aluno.
matizado.
Você encontrará diversas sínteses interessantes acerca das tendências pedagógicas e suas
implicações no contexto educacional.
Saiba Mais
Colocando em prática
Relembrando
Neste primeiro módulo, que esclareceu os aspectos primordiais da didática, você estudou o
conceito de didática e proposta em uma perspectiva educacional, além de conhecer os aspec-
tos da didática tradicional e da moderna.
A PRIMEIRA AULA
Hoje é minha Oi professor,
primeira aula e quero está se preparando
que dê tudo certo. para a aula?
Tenho
Oi certeza que Obrigado!
Isabel, estou com sua postura Sei também que é
ansioso para a causará uma ótima importante que o ambiente
primeira aula. impressão. esteja organizado, bem
arejado e iluminado.
47
Didática Básica
Sinto que o
Arthur será um ótimo
professor!
48
Módulo 2| Professor 49
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo, você terá subsídios para:
Aulas
Acompanhe, neste módulo, o estudo das seguintes aulas:
Dessa forma, durante este módulo, você estudará o papel do professor, assim como as com-
petências e atribuições básicas necessárias a esse profissional. Também terá a oportunidade
de saber como deve ser a postura e a apresentação pessoal do professor.
Por último, conhecerá os diversos tipos de professor. Ficou curioso para saber que tipo
melhor se encaixa a você? Então, vamos lá! Continue essa viagem pelo mundo da didática e
estude com bastante atenção tudo o que preparamos especialmente para você.
Aula 1
O papel do professor
Em relação aos papéis que o professor assume, teremos três aulas pela frente, para que você
possa explorar aspectos técnicos e comportamentais, o que envolve responsabilidades e com-
petências a serem obtidas e/ou desenvolvidas. Todos esses assuntos buscarão materializar/
relacionar prática e teoria.
Módulo 2| Professor 51
Pois bem, iniciaremos a temática desta aula por uma analogia: o professor na condição de au-
tor, ator e telespectador do processo ensino-aprendizagem. Vamos em frente!
Como
assim?
Independentemente do status em que se encontra, numa análise mais aprofundada, você pode
perceber que o professor, no exercício de suas atividades, responde de diferentes formas quan-
do indagado sobre o que ele considera importante fazer para que seu aluno aprenda de fato.
Expressões como transmitir e treinar, explicitadas nas questões 1 e 2, são bastante comuns
nesse processo. Já a resposta 5 traz consigo o elemento do apriorismo. Ou seja, considera o
gosto de conhecer um elemento inato, que precisaria ser revelado, despertado.
Então, gostou do exercício? Como você deve ter percebido, uma vez mais, tratamos de instân-
cias objetivas e subjetivas. O ensino em série, onde uma metodologia vale para todos e o enfo-
que no respeito a singularidade.
Módulo 2| Professor 53
Enfim, independentemente das diferentes posições assumidas pelo professor, sejam elas de
autor, ator e telespectador do processo ensino-aprendizagem, um de seus maiores desafios é
planejar, desenvolver e analisar, crítica e sensivelmente, o cenário que se forma na construção
da práxis educacional.
E como será que o professor deve se portar diante de situações inusitadas em sala de aula? É
sobre esse assunto que conversaremos na próxima aula. Acompanhe!
Aula 2
Atitudes, postura e apresentação pessoal
Nesta aula, você estudará um interessante tema, cuja abordagem destaca a importância
de o professor ter ou desenvolver atitudes que realcem as suas competências técni-
cas e/ou comportamentais.
●●informações;
●●conceitos;
●●experiências contabilizadas.
Você verá, desse modo, que as competências traduzem-se nas atribuições básicas do professor.
Então, vamos juntos “tomar um CHA”?
Faz parte das atribuições básicas do professor preparar o ambiente adequado nos quesitos:
●●luminosidade;
●●espaço físico apropriado às técnicas que se deseja aplicar;
●●temperatura;
●●ventilação e mobiliário;
●●recursos instrucionais.
O que
é isso?
Encontraremos
a resposta nas
próximas aulas.
Continue atento!
●●Colocar as mãos para trás, nos bolsos ou segurar objetos (eles acabam desviando a aten-
ção da natureza do que se fala).
●●Gesticular além da circunferência da cintura ou acima dos ombros. Se o fizer, que sejam
gestos coerentes ao conteúdo que está sendo explanado.
●●“Olhar nos olhos”. Durante algum tempo, acreditou-se que o contato visual devesse
ser direto. Atualmente, prefere-se dar atenção ao que os indianos chamam de “terceiro
olho”, no centro da testa. Isso evita interpretações equivocadas e indesejáveis, além de
manter o controle e a atenção visual da turma.
●●Desviar a atenção do que você fala para o que você está usando: roupas curtas, justas e/
ou decotadas, acessórios chamativos, brilhantes, fluorescentes.
●●Descuidar da higiene pessoal: halitose, barba mal feita, falta ou excesso de desodorante,
unhas descuidadas. Dica: pode usar unhas pintadas de esmalte escuro? Sim, desde que
sejam inteiras. Do mesmo modo, atente-se para evitá-las, se você atua na área de higie-
ne, saúde e alimentação, onde o maior pecado são as unhas grandes e com manutenção
duvidosa.
●●Abusar de maneirismos (“tipo assim”, “né”, “entende”, etc.), gírias (“saca”, “fui“, etc.).
Você deve:
●●Chegar com antecedência ao local/ambiente do curso. Desse modo, você poderá realizar
toda a checagem da organização geral.
Aula 3
O bom professor e sua prática
Nesta aula, você conhecerá um pouco sobre o que caracteriza um bom professor e a sua prática,
desde a comunicação e a vestimenta apropriadas até a habilidade técnica na explanação de um
conteúdo.
Módulo 2| Professor 59
Práticas em sala
As informações a seguir são simples, porém valiosas. Portanto, fique atento(a)!
É importante que você, como professor, tenha habilidades de contextualização, como, por
exemplo, as listadas a seguir. Acompanhe.
Também é importante que o professor incentive a participação do aluno por meio de:
●●perguntas;
●●valorização das contribuições individuais;
●●abertura para questionamentos;
●●envolvimento dos alunos nas problemáticas emergentes (questionamentos emanados
acerca do tema em discussão);
●●reforço positivo.
60 Didática Básica
●●adapte a linguagem;
●●clarifique conceitos;
●●realize comparações que permitam a clarificação para a prática;
●●estabeleça relação de causa e efeito, atuação e resultados;
●●relacione teoria e prática;
●●utilize exemplos.
●●Deixar material exposto (quadro preenchido, flip chart com anotações, cartazes anexa-
dos) para o professor da aula seguinte.
Aula 4
Tipos de professor - contradições
Durante esta aula, você terá a oportunidade de refletir acerca de características e estilos de
professores. Será que você se encaixa em algum deles? Vamos lá, conheça as descrições a
seguir e confira!
Módulo 2| Professor 63
Tipos de professores
Professor de conteúdo
Possui foco no conteúdo. Para ele, o fator preponderante é cumprir o cronograma de ativida-
des e seguir à risca o plano de ensino. A interação em sala e a checagem de nível de aprendi-
zagem e compreensão do aluno ganham status de secundárias.
Sabe aquela situação do participante precisar ter 75% de frequência? Pois é, o aluno completa
essa carga horária mínima necessária ao recebimento do certificado e pronto.
Professor de autômatos
Desenvolver raciocínios próprios é o que menos interessa. Basta memorizar conceitos pron-
tos e tê-los na “ponta da língua”.
O aluno converte-se num autômato, preocupado em responder segundo o “autor tal, página
tal”. Isso pode ser desastroso para alunos com perfil de criatividade, dinamismo, quer por se
desmotivarem, influenciando terceiros, quer por se anularem, agindo com indiferença.
Professor metralha
Sua premissa básica é “fala quem pode, obedece quem tem juízo”. Coloca-se como o prove-
dor, cuja missão é transmitir informações, instalando uma situação de monólogo.
64 Didática Básica
Tende a estabelecer uma comunicação formal, distanciada do grupo. Não se interessa por
promover debates, contextualizar segundo as especificidades do grupo, tampouco ouvir as
pessoas. Suas aulas tendem a ficar monótonas.
Professor protetor
Sua atitude pode ser interpretada como falta de autoconfiança e até incompetência. Dificil-
mente obtém respeito e legitimação do grupo.
Professor sabereta
Saiba Mais
Colocando em prática
Relembrando
Durante este módulo, você conheceu as nomenclaturas que envolvem o processo ensino-
aprendizagem: professor, facilitador, instrutor. Verificou também que o professor pode figu-
rar como autor, ator, e/ou telespectador do processo ensino-aprendizagem na relação com o
aluno.
a SATISFAÇÃO DE ARTHUR
Olá Arthur,
Gostei muito de como foi sua
conhecer a turma. Tenho primeira aula?
certeza que vou gostar
Foi muito
muito dessa minha nova
prazerosa.
experiência.
Isso mesmo!
Após o levantamento Depois disso faço O planejamento
das necessidades, vem a o planejamento da aula pedagógico envolve:
definição dos objetivos. certo? conteúdos, objetivos,
avaliação, aluno/perfil,
métodos/técnicas.
69
Didática Básica
Deve sim. E
Com essas ele é constituído pelo Na elaboração
informações, devo roteiro para desenvolvimento do plano de ensino
elaborar o plano de do conteúdo e técnicas você deve pensar na
ensino? pedagógicas. avaliação.
Ah, você
Muito
Que ótimo Isabel, também poderá ler sobre
obrigado Isabel
vou ler sim. planejamento, definição de
pelo apoio.
objetivos e plano de aula.
Conte
comigo no que
precisar!
70
Unidade 3 | Planejando uma Aula 71
Objetivos de aprendizagem
Aulas
Acompanhe, neste módulo, o estudo das seguintes aulas:
Aula 4 – Avaliação
72 Didática Básica
Momento imprescindível para o êxito de uma aula, diria um dos momentos mais importantes
de todo o processo.
Por isso, embarque nos estudos deste módulo e aprimore seus conhecimentos a cerca do que
é planejar, da importância da definição dos objetivos tendo como base os resultados espera-
dos, tire proveito de dicas de como montar um plano de aula e por fim, conheça os tipos de
avaliação e como avaliar de forma efetiva.
Preparado(a)?
Vamos lá!
Aula 1
POR QUE PLANEJAR?
As informações constantes até o momento embasam sua atitude como professor na funda-
mentação teórica básica a qual, a partir de agora, você estudará dentro de uma perspectiva
prática.
Unidade 3 | Planejando uma Aula 73
É importante que você tenha clareza acerca das etapas que norteiam a preparação de um
curso. Veremos, a seguir, desde o levantamento de necessidades, o início de tudo, à definição
de objetivos e suas respectivas características e domínios.
Levantamento de necessidades
Esse primeiro momento é fundamental para o êxito no resultado, pois embasará todo o pla-
nejamento do seu curso. O momento é de conhecer o público-alvo.
Unidade 3 | Planejando uma Aula 75
É fundamental que você se inteire previamente acerca das carências e demandas que preci-
sam ser tratadas. Em ambos os tipos de turmas, tenha as diretrizes macro e esteja aberto às
possibilidades de adaptação.
O próximo passo, após o levantamento das necessidades, é a definição dos objetivos. A seguir,
você terá oportunidade de estudar esse assunto. Confira!
Unidade 3 | Planejando uma Aula 77
Como definir
os objetivos?
Os objetivos devem ser formulados com base nas necessidades identificadas. Apreende as
seguintes características:
Obrigatórias
Associadas aos conteúdos, descrevem, de forma clara, o desempenho esperado do aluno.
Eventuais
Adaptadas às especificidades do curso, são comuns em treinamentos operacionais. Ex.: A
empresa estabelece um número aceitável de erros (unidades por período) que o profissional
poderá ter após participar do treinamento.
78 Didática Básica
Cognitivo
O participante utiliza recursos norteados por razão, inteligência e memória para apreensão
de conteúdos voltados para informações técnicas específicas.
Afetivo
Norteado por valores, atitudes e apreciações a serem desenvolvidas.
Psicomotor
Utiliza habilidades operativas e motoras.
Conteúdo
O conteúdo diz respeito às informações, que podem ser divididas em tópicos. Esses, por sua
vez, agrupam os objetivos em conjuntos ordenados de temas. Você se recorda quando fala-
mos que é competência do professor cadenciar as informações, das mais simples para as mais
complexas? Pois bem: a ordenação do conteúdo deverá obedecer a esse critério.
Planejamento
Como iniciar um
planejamento?
80 Didática Básica
Primeiramente, você deve saber que o planejamento pedagógico necessita de cinco pilares:
De posse dessas informações você monta o plano de ensino, que se constitui no roteiro para
desenvolvimento do conteúdo e de técnicas pedagógicas. Isso facilita a condução sequenciada
das atividades e o controle do tempo por você, professor.
Você precisa considerar e observar alguns aspectos na elaboração do plano. Aproveite para
ver alguns exemplos práticos.
●●Perfil da turma:
Exemplo: em um curso com pessoas portadoras de deficiências psicomotoras, técnicas que
requeiram movimentação e coordenação motora desenvolvidas, naturalmente, devem
ser abolidas.
●●Distribuição do tempo:
Exemplo: reserve 20% para imprevistos (ou seja, se você tem 30 aulas, teria 27 aulas nortea-
das diretamente por conteúdo, avaliação, atividade prática etc.).
O planejamento benefi-
cia o professor e garan-
te o êxito no resultado.
Até aqui, você recebeu orientações básicas acerca do levantamento de necessidades e elabora-
ção de objetivos segundo características obrigatórias ou eventuais que encerram os domínios
cognitivo, afetivo e/ou psicomotor. Vale observar essas orientações, independentemente de
você estar à frente de uma turma aberta ou fechada.
A próxima aula tratará exclusivamente dos verbos a serem utilizados em função dos objetivos
formulados, a fim de destacar a importância do professor atuar pautado por planejamento,
organização e controle, em prol do alcance de suas metas de ensino.
Aprofunde seus conhecimentos acerca dos diversos objetivos que poderão ser utilizados em
seu planejamento.
Aula 2
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS
Na aula anterior, você estudou por que planejar e conheceu os elementos que envolvem o
planejamento. Dando continuidade a esse assunto, você terá oportunidade de constatar a im-
portância dos objetivos, os quais definem os resultados previamente determinados, referen-
dando o desempenho do participante de um curso mediante o cumprimento das atividades
propostas.
Acompanhe, a seguir, os tipos de objetivos e aprecie alguns exemplos, os quais poderão ser
utilizados por você sempre que necessário.
Unidade 3 | Planejando uma Aula 85
Objetivos conceituais: correspondem à parte formal/ técnica dos conteúdos. Por tratar
de transmitir “o conhecimento socialmente produzido”, a matéria envolve propriamente os
saberes do aluno e do professor.
●●Perceber
●●Compreender
●●Conceituar
●●Ter noção de...
●●Assimilar
●●Conhecer
●●Entender
●●Ampliar o conceito de...
●●Analisar
●●Definir
●●Apreender
●●Enunciar
●●Estudar
86 Didática Básica
●● Calcular
●● Realizar
●● Fazer
●● Comparar
●● Desenvolver
●● Diferenciar
●● Identificar
●● Aplicar
●● Representar
●● Classificar
●● Operar
●● Resolver
●● Demonstrar
●● Criar
●●Modificar-se em...
●●Saber ouvir...
●●Ter autonomia de...
●●Ter senso crítico
●●Ter noção da aplicação de...
●●Ser honesto
●●Desenvolver a ética
●●Refletir
●●Desenvolver a cooperação
●●Saber trabalhar em equipe
●●Ter compromisso
●●Ter pontualidade
●●Ter assiduidade
●●Saber fazer
●●Ser pontual
●●Ser assíduo
●●Ter conhecimento de...
●●Ser organizado
●●Ser criativo para...
●●Relacionar-se...
Como dica para a composição do seu plano de ensino, veja, a seguir algumas sugestões de
atividades que vão facilitar, auxiliar e incrementar suas aulas.
●●Acolhida
●●Introdução do conteúdo
●●Apresentação do conteúdo
●●Leitura de texto
●●Apresentação de filme
●●Conversa informal
●●Questionamento aos alunos
●●Leitura de caso
●●Estudo de caso
●●Indicação de atividade para a próxima aula
●●Avaliação
●●Exercícios
●●Dinâmica de grupo
●●Atividade escrita
●●Palestra
●●Debate
●●Simpósio, painel e seminário.
Unidade 3 | Planejando uma Aula 89
Quanto mais você exercitar a escolha de verbos apropriados, que de fato encerrem e tradu-
zam seus objetivos, maiores serão as suas chances de conferir transparência às suas propos-
tas no processo ensino-aprendizagem.
Nesta aula, você aprendeu que os objetivos podem ser divididos em conceituais, procedi-
mentais e atitudinais. Pôde apreender algumas dicas, como para acolhida, leitura e análise
de casos, exercícios, entre outras, que se configuram em propostas incrementais para o seu
plano de ensino.
O plano de ensino, para os novatos, converte-se em um fator que gera segurança. Para os ve-
teranos, é uma oportunidade de incrementar processos, mediante análise crítica do resultado
projetado e obtido.
Pode ser que você tenha dúvidas acerca de algumas atividades citadas como suporte à com-
posição de seu plano de ensino. Não se preocupe! Na próxima aula, você aprenderá como
montar um plano de ensino.
Aula 3:
90 Didática Básica
Preparado?
Vamos lá!
Imagine que você tenha sido convidado a ministrar um curso de “Criatividade na vida e no
trabalho”. Para facilitar, seguem informações básicas que nortearão a sua atividade. Caso
queira elaborar o plano abordando outro tema, sinta-se à vontade.
Plano de Aula
1. Tema
Informe aqui o tema da sua aula.
2. Data e horário
Informe a data e horário
Data: dd/mm/aa
Horário: das hh às hh
92 Didática Básica
3. Objetivos
Relacione os objetivos da aula/módulo/encontro, destacando o que se espera que o aluno
possa realizar em face das informações disponibilizadas.
4. Conteúdo
Enumere aqui os tópicos e subtópicos que constituem o conteúdo a ser abordado.
5. Atividades
Discrimine as atividades que serão realizadas. Não se esqueça de elencar os procedimentos e
as estratégias.
6. Avaliação
Descreva o que será realizado para identificar a aprendizagem dos alunos. Com que recursos?
Exemplo: exercícios, painéis dialogados, feedback oral, com exposição de percepções acerca
da aula etc.
7. Material de apoio
Discrimine aqui todo o material que servirá de apoio à preparação e à execução da aula, in-
cluindo software, apostilas, endereços na Internet etc.
Curso:
Professor:
Objetivo(s):
Momentos da aula:
1. Introdução/Incentivo:
A introdução será realizada por meio de...
2. Desenvolvimento:
O desenvolvimento será realizado por meio de exposição oral dialogada, com auxílio de...
3. Síntese integradora:
A síntese integradora será realizada por meio de...
Recursos físicos:
Bibliografia:
Observações:
Insira aqui dados complentares que sejam relevantes para a realização do curso.
94 Didática Básica
Naturalmente, o que você viu são apenas alguns planos de ensino entre uma gama de mode-
los que poderão ser utilizados. Importante mesmo é que você tenha em mente a importância
de ensinar estrategicamente. Como? Esse é o nosso tema final, ao qual você dedicará seus
estudos na última aula deste curso. Não perca!
Estamos voltando ao princípio, cuja máxima “planejar é viver” dá a tônica. O preparo, a dedi-
cação e o esmero contínuos lhe possibilitarão boas aulas, excelentes escolhas e vice-versa. Os
planos de ensino, quando bem elaborados, retroalimentam um processo em que os resultados
esperados, ao se concretizarem, aumentam sua autoconfiança e seu desejo de fazer melhor.
Nesta aula, você teve a oportunidade de vivenciar a montagem de um plano de aula, cuja prá-
tica favorecerá seu aperfeiçoamento. Aproveite esses momentos!
Aula 4
AVALIAÇÃO
Unidade 3 | Planejando uma Aula 95
Nesta aula, você verá as formas de avaliar o desempenho da turma em relação aos objetivos
traçados e suas características.
Isso não se aplica exclusivamente a salas de aula com perfil acadêmico ou de ensino regular.
Mediante adaptações, percebemos que as propostas de avaliação aqui contidas são válidas em
qualquer ambiente de ensino.
Avaliação de desempenho
●●Quanto à regularidade: a avaliação pode ser contínua ou pontual.
●●A avaliação contínua é a que acontece de forma regular, continuamente. Não se espera
chegar ao final de um trabalho para proceder a uma avaliação; ela se dá durante todo o
processo de aprendizagem.
96 Didática Básica
●●A avaliação pontual, ao contrário, dá-se apenas ao final de algum trabalho, de um curso,
de um período.
Em ambas faz-se importante uma clara exposição dos critérios, evitando-se sentimento de
injustiça de quem acredita ter seu desempenho subestimado ou supervalorizado. Um aspecto
positivo é que, na autoavaliação, você oportuniza que as pessoas reflitam acerca de suas pos-
sibilidades e limitações, permitindo o autoconhecimento.
●●A avaliação criterial procura situar cada indivíduo em relação ao alcance ou não de
um objetivo prefixado, informado sobre o que ele sabe ou não sabe, o que pode ou
não pode fazer.
O que precisa ficar claro é que a avaliação, independentemente do método empregado, tem
como referencial o desempenho em relação a um resultado esperado, o que encerra um con-
texto, a atuação do indivíduo e suas repercussões, que podem ser consideradas satisfatórias
ou não em relação ao proposto.
Você viu, até aqui, de que forma as avaliações são estruturadas quanto à regularidade, ao ava-
liador, à forma e à comparação. Espero que você tenha, em essência, compreendido de que
forma uma avaliação é estruturada.
Agora, você vai estudar os tipos de avaliação e compreenderá quando uma avaliação é diag-
nóstica, formativa ou somativa.
Elas condensam as avaliações até aqui tratadas e constituem um dos mais importantes
tópicos de nosso plano de ensino, pois permite averiguação acerca do alcance de objetivos,
permitindo retroalimentar processos, bem como criticar e corrigir o curso, caso se identifique
distância entre o proposto e o atingido.
Tipos de avaliação
●●Avaliação diagnóstica
●● Avaliação somativa
●●Avaliação formativa
●●Não ter finalidade de julgar. Entre suas principais funções, estão as de inventariar,
harmonizar, tranquilizar, apoiar, orientar, reforçar, corrigir etc.
●●Contribui para melhorar a aprendizagem, pois informa ao professor sobre o desen-
volvimento do participante e, ao participante, o seu progresso e suas dificuldades,
dando-lhe segurança.
●●A avaliação formativa pode reforçar positivamente qualquer competência que esteja
de acordo com objetivos previamente estabelecidos e permitir ao próprio individuo
analisar situações, reconhecer e reestruturar sua aprendizagem.
Unidade 3 | Planejando uma Aula 101
SAIBA MAIS
Para aprimorar ainda mais seu conhecimento acerca dos temas que acabou de estudar neste
módulo, consulte as referências indicadas a seguir.
BLOOM, Benjamin S.; KRATHWOHL, David R.; MASIA, Bertram B. Taxonomia dos obje-
tivos educacionais. São Paulo, SP: Globo, 1972. 204 p.
COLOCANDO EM PRÁTICA
Vamos acessar o AVA para realizar as atividades propostas? Será um ótimo momento para
construção de um novo aprendizado, unindo teoria e prática.
RELEMBRANDO
Ao longo deste módulo, você pôde verificar a importância do planejamento, da organização e
do controle para o alcance de suas metas de ensino. Apreendeu orientações básicas acerca de
levantamento de necessidades, elaboração de objetivos, bem como conheceu os tipos de obje-
tivos com exemplos de verbos que podem ser utilizados de acordo com os objetivos traçados.
Teve a oportunidade de conhecer como é desenvolvido um plano de ensino e, por fim, teve
possibilidade de conhecer e identificar os tipos de avaliação e suas especificidades.
Finalizamos o terceiro módulo de estudos e esperamos que você tenha aprimorado seus co-
Unidade 3 | Planejando uma Aula 103
Esses são assuntos instigantes que vão contribuir muito em sua docência. Então, vamos lá!
Acompanhe!
Hora da pausa
Espaço onde terão dicas para o aluno parar alguns minutos os estudos, alongar-se, tomar um
café. Esta é uma estratégia para fazer do estudo algo prazeroso e leve para o aluno.
104 Didática Básica
Unidade 3 | Planejando uma Aula 105
106 Didática Básica
Métodos,
Recursos e 4
Atitudes Pedagógicas
Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas Módulo 4
arthur na livraria
A cada aula
Mais uma dia de que dou fico mais É... Fiz a escolha
aula chega ao fim. orgulhoso de mim certa.
mesmo.
Quero achar
Ah, antes um livro interessante
de ir para casa para essa minha nova Aqui no
vou passar na área de atuação. shopping tem uma
livraria. livraria muito legal.
Hum, tem
muitos livros Mas esse aqui
interessantes. me chamou a
atenção.
109
Didática Básica
Quero ver
quais são os
assuntos....
Puxa, quanta
novidade!
Amanhã,
Tenho que passar quando chegar na
boas horas lendo para É esse escola, vou mostrar
conhecer todos os mesmo que vou para a Isabel.
temas. comprar.
Que
maravilha, assim
poderei dar uma aula
diferente.
110
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 111
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo, você terá subsídios para:
Aulas
Acompanhe neste módulo o estudo das seguintes aulas:
A escolha do método, técnica e recursos deve ser realizada na fase do planejamento, é im-
portante destacar que você não precisa, necessariamente, utilizar somente um dos métodos,
técnicas e recursos. Porém é preciso ter definido quais serão utilizados, na etapa do planeja-
mento.
A seguir você terá oportunidade de se apropriar de dicas de atitudes pedagógicas que po-
derão lhe auxiliar no sucesso de sua aula, serão apresentados exemplos práticos e possíveis
atitudes que você poderá tomar, caso aconteça com você.
Lembre-se não existe receita de bolo, a receita deverá ser feita por você!
Aula 1
MÉTODOS PEDAGÓGICOS
Nesta primeira aula você estudará os métodos pedagógicos.
O que é o méto-
do pedagógico?
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 113
●●papel do professor;
●●papel dos alunos nesse processo;
●●grau de autonomia que será concedida aos alunos;
●●objetivos que se pretende atingir;
●●características das aptidões/competências desejadas.
Além desses quatro conhecidos métodos, dos quais se depredem outras variações, você já
deve ter ouvido falar ou entrará, em seguida, em contato com o método inovador (brainstor-
ming/prova situacional). Uma gama de outros representados por jogos, simulações e estudos
de caso.
Em linhas gerais, esses métodos têm em comum o fato de precisarem atender a alguns crité-
rios, como:
Controle visual e atenção, focados no grupo – não permita que cansaço, problemas e outras
distrações interfiram na qualidade do seu trabalho e consequentemente no aproveitamento
de quem está ali, em primeira instância, para ouvir você, receber informações, agregar conhe-
cimentos.
Mais do que bem conceituar os métodos, você deve dominá-los, inclusive, conforme o expos-
to, poderá, habilmente, conjugá-los, de acordo com os objetivos e as contingências. O perfil
do grupo também, logicamente, exercerá influência quanto à aplicabilidade.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 115
Faz-se importante deixar claro que no decorrer de um curso não necessariamente você deve-
rá optar por um método e dele fazer uso todo o tempo.
1. Diretivo-teórico
O método diretivo-
teórico será repre-
sentado aqui pela
técnica da palestra.
Vantagens do método:
Limitações do método
●●Dificulta a participação dos ouvintes.
●●Limita o desenvolvimento grupal, dada a impossibilidade de compartilhamento das im-
pressões/percepções e experiências.
●●Dificilmente o nível de atenção é mantido por muito tempo, pois existe uma tendência
natural à dispersão. Lembra-se de quando falamos na dificuldade de se manter atento
após 20 minutos?!
●●A apreensão do conteúdo depende principalmente da capacidade de comunicação do
expositor, isto é, sua habilidade de transmitir informações.
●●Como as informações estão formatadas, minimiza possibilidades de o aluno ampliar ra-
ciocínio. Para aqueles que já apresentam tendência a querer “receitas prontas”, é um
prato cheio.
118 Didática Básica
2. Diretivo-prático
O método diretivo-
prático será re-
presentado aqui
pela técnica da de-
monstração.
Local de realização: sala de aula, ambiente modelo ou real, com materiais e equipamentos
necessários, oficinas, laboratórios.
Vantagens do método:
Limitações do método:
Esses dois métodos são desafiadores, pois na palestra o tempo para contornar situações
adversas, ou, como se costuma dizer, “ter a segunda chance de causar uma boa impressão” é
exíguo. Daí a necessidade de domínio e preparo.
●●Coloque-o à vontade.
●●Defina o trabalho, certificando-se de até onde o aluno conhece.
●●Desperte o seu interesse pelo trabalho quanto às vantagens do que está sendo tratado.
É fundamental que você apresente o que será feito:
Por ser a utilização desse método por vezes indispensável em certas aprendizagens de caráter
técnico, o professor deve se empenhar em estar preparado para aplicá-lo. Em cursos de
didática presenciais, por exemplo, você deve sugerir que o aluno aplique uma técnica, com
todas as suas etapas: instrução, aplicação e fechamentos, correspondentes.
Vamos lá!
Ativo-dirigido e ativo-participativo
Objetivo geral: levar os participantes, sob sua orientação direta a desenvolver os conhe-
cimentos, as habilidades (intelectuais) e as atitudes referentes a determinado conteúdo por
meio da troca de ideias e experiências. Baseiam-se na atividade, na liberdade e na autoeduca-
ção.
Local de realização: sala de aula ou de reuniões, que possibilite a mobilidade para a for-
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 123
Limitações do método:
Você deve ter percebido que os métodos ativos primam pela dinamicidade e habilidade do
professor em manejar o grupo. Isso se deve ao fato de que, independentemente de na maior
parte do tempo o aluno ser o formulador de seus conceitos e suas atividades, agente ativo
desta construção, o professor fomenta o processo com as orientações básicas iniciais, além de
poder, é claro, realizar intervenções quando assim aprouver. Agora, você entrará em contato
com informações adicionais que norteiam esse método pedagógico.
Atividade proposta: o aluno entra em contato com conceitos a partir da resolução de pro-
blemas, formulação de hipóteses e deduções, objetivando encontrar uma solução.
Liberdade: o aluno escolhe e tem livre iniciativa no percurso da aprendizagem e nas ativi-
dades. A sua escolha é baseada nos significados que atribui à situação
Vale ressaltar que a situação pedagógica instalada se centra nas atividades dos alunos, onde a
relação é estabelecida com base nas interações entre o aluno e o grupo. A estrutura do racio-
cínio e os resultados da aprendizagem são da responsabilidade dos alunos.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 125
Situação vivida: cada momento vivido é uma etapa para que a relação pedagógica seja ima-
ginativa, motivante e criativa.
Mundo exterior: a proposta deve estar ancorada na realidade profissional dos alunos.
Compreendido?!
Agora avançaremos ao último método a ser explorado nesse contexto, o método inovador.
Método inovador
Vantagens do método:
Limitações do método:
Engana-se quem atribui ao brainstorming uma atividade desestruturada. Diria até que, pelo
contrário, requer muita habilidade para extrair peças-chave na construção de conceitos, que
por vezes parecem não se convergir. Entretanto, a adequada preparação do cenário, somada
ao domínio do tema, permitirá explorar as singularidades que permeiam o conteúdo.
Nesta aula conhecemos alguns métodos instrucionais, espero que você tenha gostado e faça
um excelente proveito. Na próxima aula você conhecerá técnicas instrucionais, as quais você
tem muito a explorar.
Aproveite a oportunidade!
128 Didática Básica
Aula 2
TÉCNICAS INSTRUCIONAIS
Você conheceu na aula anterior os recursos instrucionais, Para que você se familiarize com as
diversas nomenclaturas, nesta aula, serão apresentados os conceitos e você conhecerá as mais
populares.
Técnica expositiva
130 Didática Básica
Técnica demonstrativa
Nesta proposta, a explicação sobre o assunto é feita de forma ilustrada, assim espera-se que
os alunos possam, ao visualizar etapas de um processo, compreender mais facilmente o tema
em questão.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 131
Exemplo:
Plano de Demonstração
No 10
Data______/_______/2010
Participantes: Gestores
Professor: XXXXX
Referência: (...)
2. Apresentação
3. Aplicação
4. Verificação
Relacionar, no mínimo, quatro perguntas referentes à demonstração que deverão ser formu-
ladas oralmente aos aprendizes.
A- __________________________________________________________
B- _____________________________________________________________
C- ____________________________________________________________
D- _____________________________________________________________
Nela, os alunos são reunidos em pequenos grupos para atingir a um objetivo específico com
posterior apresentação das conclusões para toda a turma. Ao término é feita a complementa-
ção do assunto pelo professor.
Nesta técnica todas as pessoas podem fornecer opiniões acerca do assunto, embora normal-
mente escolha-se um orador em cada um dos grupos para transmitir as principais conclusões
para o restante da turma.
As técnicas até o momento elencadas servem como recursos para que você possa conduzir
melhor o seu planejamento, de posse das opções que tem em mãos.
As técnicas que você verá a seguir, perguntas e discussão, embora simples, exigirão que você
conduza habilmente os processos.
Prepare-se...
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 135
Técnica de perguntas
De maneira objetiva, a técnica das perguntas se resume em:
●●Fazer a pergunta;
●●Esperar, para que todos pensem.
Em caso de:
A arte de interrogar
Técnica da discussão
A técnica da discussão se propõe a oportunizar exploração acerca de um tema, sob diversos
ângulos.
1. Regular a discussão:
a. Não permita que nenhum membro fale em demasia ou então muito pouco.
b. Faça uso de perguntas apropriadas para estimular ou limitar a discussão.
c. Determine a que extensão o debate desvia-se do assunto.
2. Facilitar a discussão:
a. Permaneça alerta e um passo à frente dos participantes.
b. Mantenha o tema principal diante do grupo durante todo o tempo.
c. Faça uso de auxílio visual: cartazes, lousa etc.
d. Faça perguntas diretas.
3. Guiar a discussão:
a. Tenha um plano e siga-o.
b. Evite que a discussão se afaste excessivamente do tema principal.
c. Sumarize e faça uso de ilustrações.
d. A fim de ter a discussão sempre em movimento, faça perguntas em série.
e. Evite argumentações calorosas.
f. Empregue perguntas e informações baseadas em fatos concretos para readquirir o con-
trole quando a discussão estiver demasiadamente fora da trilha.
g. Mantenha-se dentro da tabela do horário.
138 Didática Básica
Música:
Conforme já dissemos em aula anterior, elas podem ser harmonizadoras ou vitalizadoras.
Importa que estejam dentro de um contexto. Ultimamente têm sido utilizadas frequentemen-
te como recurso de apoio.
Movimento:
Estudos comprovam que dificilmente conseguimos reter a nossa atenção por mais de 20 mi-
nutos consecutivos. O cérebro, até como mecanismo de repouso, tende a “desligar”. Daí a im-
portância de o professor alternar as suas falas, propondo movimentação, desde alongamento
até mudança de layout da sala, diversificação de recursos multissensoriais, entre outros.
Filmes:
Recorda-se das dicas quanto aos filmes?! Utilize-as! É importante que você consulte sites
especializados para identificar os filmes que sejam mais apropriados ao alcance de seus ob-
jetivos. Importante faz-se que, caso você vá utilizar um filme comercial, desses que passam
na tevê, no cinema, utilize trechos breves e deixe-o exatamente no ponto que pretende exibir.
Caso desperte interesse do grupo, incentive-os a assistir na íntegra.
Técnicas vitalizadoras:
Primam pelo dinamismo e movimento. Deve energizar o grupo, especialmente quando per-
ceber tendência à diminuição do ritmo, do cansaço, da fadiga. Nesta técnica, não aplicamos
o Ciclo da Aprendizagem Vivencial (CAV). (É, ele voltou, mas ainda não o trabalhamos aqui).
Na técnica vitalizadora, basta relacionar brevemente o movimento ao conteúdo que está sen-
do trabalhado no curso.
140 Didática Básica
Exercícios quebra-gelo:
Objetivam quebrar inibições, envolver o grupo, oportunizar participação efetiva de todo o
grupo, minimizar distâncias.
Dinâmicas de grupo:
Durante algum tempo, rejeitou-se a nomenclatura “dinâmica”, por questões semânticas.
Nada mais é a dinâmica do que o grupo em movimento. Daí, correntes mais conservadoras
preferirem utilizar técnica: técnica vitalizadora, técnica “quebra-gelo”, técnica de apresenta-
ção, entre outras. Embora o que se popularizou mesmo foi a expressão dinâmica.
Aula 3
Recursos instrucionais
Vamos iniciar um capítulo que, embora pareça secundário, pode fazer toda a diferença na
adequada explanação de seu conteúdo programático: os recursos instrucionais. Lembrando
que eles são escolhidos por você e, do mesmo modo, serão operados, pelo menos na maior
parte do tempo, por você.
Segundo Libâneo (1994), os recursos instrucionais são os meios e/ou materiais que auxiliam
o docente na organização e condução do processo de ensino e aprendizagem. Nesta aula,
além da proposta convencional, você verá conceito de equipamentos de multimeios, textos,
trabalhos experimentais, computador, recursos da localidade, como: biblioteca, museu, in-
dústria, além de modelos de objetos e situações.
Quadro 3 - Multimeios
144 Didática Básica
●●Facilitar comparações;
●●Facilitar o reconhecimento e a descrição;
●●Mostrar as relações entre as partes de um todo;
●●Descrever etapas para funcionamento de processos;
●●Mostrar situações complexas para análise.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 145
É importante destacar que alguns fatores são relevantes para a seleção dos recursos. Confira
a seguir:
Tempo: um curso de 15 h não comporta, por exemplo, um estudo de case cuja du-
ração seja de 5 h; um terço do tempo, a não ser que o case englobe vários conceitos
acerca dos temas propostos.
Material: a duração do curso é curta e você não dispõe de tempo de preparar pre-
viamente a técnica a ser aplicada, sendo este um material complexo. Provavelmente,
você acabará por comprometer o tempo do curso no preparo do material, sugerindo
planejamento inadequado e/ou ineficiente.
Veja a seguir algumas dicas acerca da utilização adequada dos recursos, ferramentas que
poderão potencializar seus resultados:
1. Evite deixar o material exposto por tempo prolongado. Exemplo: você fez pro-
jeções no data show, já passou a empreender registros no flip chart e deixa lá
a imagem projetada ou o aparelho desligar automaticamente. Esse é fator de
dispersão e desorganização.
3. Não utilize em curto espaço de tempo uma série de recursos. Conforme visto
em aulas anteriores, isso pode ser muito cansativo.
Após algumas dicas que irão lhe auxiliar no alcance de um excelente resultado, veja a seguir
alguns recursos instrucionais, os mais frequentemente utilizados.
É importante que você tome nota: o flip chart é um recurso formado de cavalete e folhas em
branco e serve para fazer anotações momentâneas durante a exposição do assunto. Difere do
álbum seriado que consiste em uma sequência de folhas devidamente organizadas, contendo
informações e/ou gravuras, que auxiliam a compreensão do conteúdo explanado.
Como utilizar:
●●Planejar com antecedência. No caso do flip chart, verifique se o número de folhas é su-
ficiente à exposição que você planeja. Utilize pincéis de cores diferentes para destacar o
conteúdo;
●●Caso vá utilizar desenhos na hora, reserve apenas os simples. Se furtar a reproduzir gra-
vuras complexas no ato da explanação, pode se converter em um transtorno, tanto por
causa do tempo como do risco de você não conseguir reproduzir fidedignamente a gra-
vura;
●●Faça desenhos mais elaborados com antecedência;
●●Utilize moldes (cartolina, madeira, chapa de raio X);
●●Fios de barbante auxiliam no traçado de circunferências e paralelas;
●●Exponha as anotações em locais visíveis;
●●Use cores para estabelecer contrastes;
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 149
●●Evite textos longos. Esses recursos permitem conceituações breves. Deixe as abordagens
mais extensas para os textos e a apostila;
●●Destaque palavras-chave;
●●Use letra clara e legível.
Fale e depois escreva. Nada de fazer as duas coisas ao mesmo tempo, falando de costas para
os alunos. O mesmo vale para o quadro de giz ou branco;
Zele para não se posicionar de modo a impedir a visão dos alunos. Afinal, muitos gostam de
tomar nota.
Zele para que a transparência esteja em bom estado de conservação. Desse modo, dispense
“cinema”. Escurecer a sala completamente é inadequado, até em virtude de impossibilitar
tomada de notas, pelos alunos.
Como utilizar:
●●Instale-o numa mesa ou bancada apropriada, de modo a ficar bem posicionado;
●●Ligue o fio em tomada ou transformador;
●●Coloque uma transparência;
●●Ligue o interruptor;
●●Regule o cabeçote;
●●Focalize a imagem.
Transparências
Deixe-as na ordem de utilização. Coloque a folha em branco sobreposta apenas quando im-
prescindível à explanação do conteúdo. Do contrário, apresente-a de uma única vez.
Elaboração
●● As transparências deverão obedecer às seguintes medidas:
●●Letras no mínimo de 7 mm ou fonte 28;
●●Margem de 1 cm (mínimo) nas quatro bordas;
●●No máximo seis linhas por transparência e no máximo seis palavras por linha;
●●Deve conter duas ilustrações por transparência ou três linhas e uma ilustração.
152 Didática Básica
Vídeo
O vídeo pode configurar-se como excelente recurso, desde que você zele para que seja ele-
mento de apoio à sua explanação. Ele tem a função de ampliar o conteúdo.
Jamais passe um filme sem tê-lo assistido na íntegra, certificando-se de suas possibilidades
de agregar ao conteúdo.
Teste o equipamento com antecedência, evitando atropelos de última hora (áudio e vídeo
em boas condições de utilização. Volume exageradamente alto ou baixo, imagem desfocada,
posição dos alunos em relação à imagem, também devem ser observados).
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 153
Data show
Um projetor de vídeo processa um sinal de vídeo e projeta a imagem correspondente em uma
tela da projeção usando um sistema de lentes. Todos os tipos de projetores de vídeo utilizam
uma luz muito brilhante para projetar a imagem e os mais modernos podem corrigir incon-
sistências como curvas, borrões e outras por meio de ajustes manuais. Projetores de vídeo são
usados principalmente para apresentações, conferências, treinamento e em sistemas de home
theater.
Vamos conferir?!
Apostila
A apostila pode cumprir com um papel importante como auxílio ao desenvolvimento cogni-
tivo e do pensamento crítico e reflexivo. Isso significa, acima de tudo, que não encerra uma
verdade, cabendo ao professor instigar no aluno a crítica acerca dos conteúdos ali impressos.
Mas e quando você for trabalhar em uma instituição cuja apostila está padronizada?! Im-
portantíssimo: Lê-la, na íntegra, certificando-se se tem domínio de todo o conteúdo. Caso da
necessidade de atualizar informações, jamais critique o material. Seja elegante: leve textos
complementares, explore-os e, junto ao coordenador do curso/ contratante, proponha revisão
do material, apontando-lhe as inconsistências.
No quesito formatação, atente-se para que na sua apostila tudo esteja adequado no que tange
a:
●●Elaboração do texto;
●●Verificação de cores;
●●Layout (ilustração).
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 155
Elaboração do texto
O texto pode se tornar mais ou menos atrativo, conforme o tamanho da letra, que deverá ser
alternado, com realce aos tópicos, bem como informações relevantes
Cores
As combinações das cores exercem poderosa influência em uma exposição visual e harmoni-
zam-se de duas formas:
●●Por analogia;
●●Por contraste (o mais recomendável, pois destaca).
Vermelho e laranja são as cores que mais contrastam com preto – devem ser usadas para
títulos e subtítulos.
Azul não cansa. Use-o para contrastar com preto, em frases alternativas ou para subitens.
Verde contrasta menos, porém cansa mais que o azul. Use em pequenas quantidades, para
subitens.
Marrom é bom para textos impressos, mas ruim para transparências – evite.
Cores muito claras são ilegíveis. Não use para textos. Apenas para colorir gráficos e desenhos.
Músicas
Costumam ter boa aceitação por parte dos alunos. Devem ser contextualizadas. Podem ser:
Finalizamos deixando registrado que a pretensão aqui foi apenas orientá-lo para o que, em
linhas gerais, deve ser observado, podendo ser transposto, mediante adequações, para uma
infinidade de outros recursos, já que a comunicação humana não se esgota.
Esperamos ter contribuído com as suas aulas. Continuamos nos caminhos em busca de novos
conhecimentos. O caminho a trilhar na sequência será atitudes básicas.
Aula 4
Atitudes básicas
Pode acontecer nas instalações da empresa, em sala de instituições credenciadas para tal, em
empresas de consultoria, ser de curta ou longa duração, não importa. O curso/treinamento
popularizou-se como um dos recursos mais utilizados nas organizações em prol de resultados
e busca por aperfeiçoamento técnico e comportamental.
Comportamental?
Entretanto, percebe-se que professores por vezes se atêm muito mais a questões conceituais/
teóricas (que, sim, são importantes), do que a questões periféricas – atitudes que fazem a
diferença e que por vezes passam despercebidas. Pelo professor, não pelos alunos, diga-se de
passagem. Desse modo, pretensões à parte, para evitarmos comentários do tipo: “Ele é muito
bom, tem muito conteúdo, porém não sabe transmitir, falta didática...”
Foram preparadas para você algumas dicas e reflexões de cunho prático. Vamos lá?!
Atitudes desejáveis
O cumprimento, acolhida inicial, não pode se restringir
ao primeiro dia de aula. Principalmente, caso no dia
anterior, você tenha percebido um grande número de
Introdução pessoas que chegaram atrasadas ou que não puderam
participar. É importante você relembrar o nome e os
objetivos do curso antes de discorrer sobre o que será
tratado no dia.
Quadro 6 - Perguntas
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 161
Feedback: refere-se ao retorno acerca do desempenho, análise de alcance dos objetivos pro-
postos e alcançados, temática esta estudada no módulo anterior, na aula avaliação.
A condução de um tema, com capacidade de bem explorá-lo, como já ilustrado, envolve téc-
nica, sim, porém que se isolada do interesse e da abertura para entender comportamentos,
muito pouco avança, em essência. Você se lembra quando falamos em ensino e educação?
O primeiro como processo formal e o segundo, internalização para vida. Assim ocorre, sem
menosprezar ou enaltecer um e outro, quando de propõem a aplicabilidades dissociadas.
Finalizamos aqui o estudo de mais uma aula e convidamos você a continuar a caminhada. Na
próxima você conhecerá as fases do processo de formação de grupo. Instigante, não é mes-
mo? Acompanhe!
Aula 5
Fases do processo de formação de grupo
Desde os primórdios, as pessoas buscam grupos de identificação. Estudiosos do compor-
tamento costumam afirmar que é o outro que nos confirma. Ex.: Sou engraçado, piadista.
Entretanto, o que valida essa característica é eu ser chamado por grupos de amigos a contar
as minhas anedotas. Compreende?!
Fases do grupo
Nessa aula, trataremos destes conceitos, segundo a visão de W. Schultz (1958), que aponta
três fases do grupo:
Fase da inclusão
Ocorre no contato inicial, independentemente de o grupo já se conhecer ou não. Trata-se de
uma espécie de “identificação do território”, ante o proposto.
Ex.: Pessoas de uma mesma organização que são convidadas a participar de um curso tendem
a não se expor em um primeiro momento, quer por curiosidade, resistência ou receio. Ou, ao
contrário, expor-se em demasia, desejando já evidenciar domínio acerca da temática.
Isso ocorre porque é o momento pelo qual o indivíduo implicitamente deseja se sentir aceito
e respeitado.
Você vai perceber que quanto mais o grupo é desconhecido, maior a tendência de essa fase
demorar a passar, pois a relação de confiança não foi consolidada.
Do mesmo modo, quando o grupo é conhecido e traz alguns conflitos, esse processo poderá
iniciar na superfície, onde as pessoas ou se colocam com cautela ou evitam exposições mais
densas. Você vai observar que alguns podem até perceber e externar que está havendo uma
perda de tempo. O processo, então, deve ser bem manejado por você, evitando-se ampliação
do sentimento de improdutividade.
Fase do controle
Momento delicado em que, de maneira deliberada ou inconsciente, o grupo procura se legiti-
mar, podendo surgir conflitos de comunicação, disputas pessoais pela liderança e subgrupos.
A disputa pelo papel de líder do grupo pode se dar inclusive com o professor, extrapolando a
relação entre os participantes.
Mais uma vez, será preciso utilizar de muita habilidade para contornar a situação.
164 Didática Básica
Fase da afeição
Momento em que ocorre um “assentamento” dos papéis e das possibilidades. Caracterizado
como o mais produtivo, em virtude de já ter se instalado maior respeito, clarificação de espa-
ço e interesses. Observa-se aí maior tolerância com as diferenças individuais.
A tendência é de que, se a transição das fases anteriores for bem conduzida, o grupo esteja
construtivo, sinérgico e afetivo, entre si. O que pode ser facilitador para criatividade e produ-
tividade.
Fase da separação
Acrescentamos em meio aos paradoxos a fase da separação, onde podem ocorrer dois fenô-
menos opostos: de coesão, afetividade intensa, ou negação ante o término das experiências ali
compartilhadas. Situação semelhante ao que ocorre nas separações conjugais, aposentadorias
etc.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 165
Para negar a dor da separação, alguns apelam para a indiferença ou até hostilidade. Nesse
momento, podem responsabilizar o professor pelas situações que julgarem não ter sido sufi-
cientemente esgotadas.
Uma atitude bastante comum, ainda de negação, principalmente em turmas abertas, é a troca
de telefones, promessas de que continuarão a se encontrar pós-curso, ainda que de antemão
percebam a dificuldade de esse intento se concretizar.
As fases de formação de um grupo não obedecem a uma sequência rígida e cabal. Por vezes,
ocorre de maneira sutil, prolongando-se mais em alguns estágios que outro.
Aula 6
Dinâmica de grupo
Embora tenhamos citado a dinâmica de grupo em aulas anteriores, entendendo ser esta uma
das mais populares temáticas, quando se fala em didática, melhor exploraremos este conte-
údo, iniciando os conceitos que facilitarão a condução do Ciclo da Aprendizagem Vivencial
(CAV). Sim, estamos “preparando o caminho” para ele também.
Dinâmica de grupo?
A que se refere?
Começaremos por um breve histórico, não poderíamos falar de grupo sem nos referirmos a
um dos teóricos mais influentes da área – Kurt Lewin, que instituiu o termo “teoria de cam-
po”.
A teoria de campo (LEWIN, 1975) considera que não se pode compreender o comportamen-
to do indivíduo sem se considerar os fatores externos e internos à pessoa, uma vez que estes
interagem na determinação desse comportamento. Logo, o comportamento deriva da coexis-
tência dos fatos. Sejam eles promovidos por estímulos internos ou externos.
A dinâmica de um grupo é considerada como o seu próprio movimento e a vida deste grupo é
a inter-relação entre os participantes. Por isso, ao conduzir uma dinâmica de grupo, além de
cuidados elementares como atentar-se aos objetivos propostos, perfil do curso e dos partici-
pantes, disponibilização de todos os recursos necessários, domínio da técnica, faz-se impor-
tante que você, na condição de condutor do processo, não cometa alguns pecados, como:
●●Ajuda: consiste em, ao tentar auxiliar algum participante que está experimentando al-
gum desconforto com a técnica, na tentativa de poupar-lhe os sentimentos negativos,
o condutor do processo corre em seu socorro. O que pode se despertar em quem está
vivenciado a técnica sentimento de incompetência/incapacidade.
●●Julgamento: expressões de espanto, frustração, desgosto, alegria, devem ser evitados.
Imparcialidade é a tônica. Do mesmo modo, zele para que os participantes percebam que
muitas das expressões pejorativas são manifestações de sentimentos pessoais, próprios,
ante ao impacto de algum conteúdo que poderá emergir.
●●Direcionamento: “Deveria” – não há resposta certa ou errada. Interessa ser autêntico
e fazer sentido, para a pessoa, o que está sendo vivenciado.
●●Explicação: evite traduzir o sentimento do outro. Deixe que o participante se mani-
feste, segundo as suas percepções. Se você se antecipa, ele, participante, pode limitar-se
ao processamento seu e/ou do grupo. Contenha a sua ansiedade, mesmo que já tenha
aplicado a técnica cem vezes.
168 Didática Básica
A harmonização dessas dicas aos objetivos traçados é uma proposta rica, em que o condu-
tor necessita se dedicar a apurar percepções de modo isento. Afinal, essa atitude facilitará a
expressão de ideias e sentimentos autênticos por parte dos envolvidos.
Módulo 4| Métodos, Recursos e Atitudes Pedagógicas 169
Saiba Mais
Colocando em prática
Relembrando
Neste módulo, você teve oportunidade de conhecer o conceito, os tipos e, de maneira prática,
o que são métodos pedagógicos. Percebendo as principais vantagens e limitações de cada um
dos métodos apresentados.
Você aprendeu algumas técnicas instrucionais, as quais poderão auxiliá-lo em sua prática
docente e alcance de resultados. Durante os estudos, você percebeu a importância de escolher
os recursos instrucionais de acordo com os objetivos estabelecidos, além de identificar que
alguns fatores são relevantes para a escolha e seleção dos recursos, como tempo, execução,
material, custo, durabilidade e execução.
Você teve a oportunidade de entrar em contato com dicas de atitudes simples e desejáveis que
devem compor uma aula: introdução, revisão/memória; exposição; conclusão ou fechamento
e feedback.
Identificou também as fases pelas quais passam o grupo, que podem ser resumidas em: fase
da inclusão, controle, afeição e a fase da separação, a qual foi acrescida empiricamente.
Por fim, conheceu o que é dinâmica de grupo, percebendo o tamanho de sua responsabilidade
em todo o processo, independentemente do papel que você assuma.
Você recebeu dicas valiosas neste módulo. Sempre que necessário, recorra a elas e tire o má-
ximo de proveito em prol do processo de ensino-aprendizagem.
Atuação docente
em treinamento 5
Atuação docente em treinamento Módulo 5
O CONVITE
Vou aguardar Olá Isabel,
Olá Arthur, Tudo bem, cada dia
o Arthur chegar tudo bem?
como vai? mais empolgado com o
aqui, quero fazer um
meu trabalho.
convite a ele.
173
Didática Básica
Como ciclo
Tenho uma
de aprendizagem
apostila bem completa
vivencial, ensinar,
para você estudar.
educar e instruir.
Lá
você também
encontrará outros
assuntos.
Continue assim
Agradeço Vou estudar tudo Arthur. Você é muito
muito seu apoio. com muita atenção dedicado. Parabéns!
para dar um ótimo
treinamento. Mas agora
quero lhe falar sobre
o treinamento.
174
Unidade 5 | Nome da Unidade 175
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo, você terá subsídios para:
Aulas
Aula 1 – Perfis de participantes
Vamos lá!
Aula 1
Perfis de participantes
Nesta aula, você terá oportunidade de identificar e conhecer algumas sugestões de condutas
possíveis para quando tiver de lidar com perfis diversos dos participantes de um curso.
Você pode observar que cada turma tem participantes com perfis diferentes. Entretanto,
estamos nos referindo a perfis que, por deterem características controversas de maneira
acentuada, podem desestabilizar a turma. Mas não se preocupe: seguindo as orientações no
que tange a embasamento teórico, planejamento e postura adequados, você tem tudo para
reverter esse quadro, superando as mais delicadas situações. Vamos lá?
Unidade 5 | Nome da Unidade 177
Acompanhe a seguir os tipos de perfil de participantes e algumas dicas para você manter a
boa conduta no processo.
Confira!
O dono da verdade
Deseja sempre expor a sua opinião, com ou sem informação suficiente. Deseja ser visto pelo
grupo.
178 Didática Básica
Sua atitude:
●●Incentive a participação dos demais em torno dos processamentos realizados pelo “dono
da verdade”.
●●Incentive o grupo de modo que, fortalecidos, os demais participantes não se deixem in-
fluenciar pelo “dono da verdade”.
●●Intervenha e solicite que o grupo também emita opinião acerca do tema.
●●Lance uma pergunta complexa e aguarde o posicionamento do “dono da verdade” e do
grupo.
O questionador
Deseja interferir no andamento do curso, expondo o professor a situações delicadas. Não
pergunta pelo simples espírito de curiosidade, e/ou contribuição.
Sua atitude:
●●Mantenha a serenidade. Jamais dê mostras de descontrole, pois isso é tão compromete-
dor quanto externar simpatia/antipatia.
●●Conduza o participante para atuação junto do grupo, redirecionando as suas perguntas.
●●Converse com o participante em particular, descobrindo suas preferências e seu canal de
comunicação.
O defensivo
Acredita que o professor quer lhe ensinar o que ele já sabe. É comum ele aparecer em cursos
operacionais nos quais os participantes já detêm anos de prática. O defensivo poderá adotar
uma atitude de “protesto”, mantendo-se calado, com ares de que já sabe. Pode ser que, no
fundo, ele se sinta incapaz de discutir a temática e tenha receio de se expor.
Unidade 5 | Nome da Unidade 179
Sua atitude:
●●Proceda a uma abordagem, solicitando-lhe auxílio e contribuições acerca de tema de seu
domínio.
●●Solicite que ele ilustre, com experiências, os conceitos que estão sendo abordados.
O tagarela
Aborda os mais diversos temas: moda, religião, política... Menos o assunto que está em dis-
cussão. Ou seja, não tem foco e acaba por comprometer o rendimento dos demais, que podem
ora se dispersar, ora considerar o colega cansativo.
Sua atitude:
●●Formule perguntas olhando em outra direção.
●●Solicite que outros participantes emitam opinião.
●●Direcione a pergunta, deliberadamente, a outro participante.
●●Interrompa delicadamente sua explanação. Você poderá se limitar a dizer: “Compreen-
do” e retornar ao assunto de origem.
●●Resgate, no “Contrato de Convivência”, a atitude de participação consciente, lembra-se?
O introvertido
Prefere manter-se calado ou à parte, pois não se sente seguro para se manifestar. Talvez por
deter escassos recursos de comunicação, dificuldade ou receio de se expressar ou por possuir
autocrítica muito severa.
Sua atitude:
●●Dirija perguntas a que ele tenha plenas condições de responder. (Daí, mais uma vez, a
importância de o professor ter registros das apresentações iniciais, fichas de inscrição,
podendo resgatar, por meio delas, experiências e características significativas dos alunos
para utilizá-las, quando apropriado).
●●Procure integrá-lo gradativamente ao grupo, valorizando as suas contribuições.
●●Solicite auxílio em tarefas e aplicação de técnicas. (Caso perceba que ele tem habilidades
de redação, por exemplo, solicite que ele tome notas de impressões acerca de dinâmicas
e comentários do grupo. Alternar: você lê uma parte dos registros, e ele, outra...)
O opositor
Adora emitir opinião diferente de tudo o que já foi tratado. Polemizar é o seu prazer.
Sua atitude:
●●Mantenha-se calmo e devolva as perguntas para o grupo, conduzindo os fechamentos.
●●Tente acalmá-lo, contextualizando as temáticas.
●●Evite a excitação/animosidade do grupo.
●●Estrategicamente, acate a sua opinião e prossiga evitando polêmicas.
O sabe-tudo
Exibicionista, quer impor sua opinião, muitas vezes convencido de que sabe tudo.
Sua atitude:
●●Tenha tato e interrompa-o, educada e firmemente.
●●Deixe-o por conta do grupo.
●●Lance uma pergunta difícil.
●●Peça-lhe, delicadamente, que dê oportunidade a outros colegas.
●●Não o critique: concorde, mas depois procure levá-lo à reflexão e use a técnica “sim...
mas... talvez...”
182 Didática Básica
O desinteressado
Não se interessa por nada e não coopera por achar o assunto, algumas vezes, simples ou com-
plexo demais.
Sua atitude:
●●Procure a sua participação por meio da solicitação de alguns exemplos que ele esteja em
condições de dar.
●●Solicite a sua experiência ou a sua opinião.
O líder
Pronto a ajudar, seguro de si, recebe bem as críticas, sabe encarar as situações esportivamen-
te e aceita os colegas como eles são.
Sua atitude:
●●Sendo ele de grande auxílio numa discussão, use a sua participação nos momentos opor-
tunos, mas sem exageros.
A seguir, você receberá uma contribuição de um artigo extraído da Revista Mestre, escrito
por Raul Candeloro, em alusão aos preceitos da educadora norte-americana Bernice McCar-
thy. Este artigo contribui com uma visão pedagógica de perfis em sala de aula e condução do
professor. Em especial, para situações onde o curso é mais prolongado, tem carga horária
mais intensiva, constituindo relações mais estreitas. Então, vamos ao artigo?
Segundo o artigo de Bernice McCarthy, “Não existe apenas uma maneira de aprender, nem
apenas uma maneira de ensinar” (apud CANDELORO, 1998). Isso se percebe em sala de aula.
Há dezenas de reações diferentes a um exercício, a uma apresentação. Alguns de seus alunos
reagem mais a uma explicação falada, outros preferem debates. Existem os que, ao ouvirem
a expressão “trabalho em equipe”, já levantam a mão perguntando: “Pode ser individual,
professor(a)? (...)”
Então, deparamo-nos com atitudes que, uma vez repetidas, vão compondo os mais diversos
perfis. Bernice elegeu quatro para conceituar, numa leitura pautada pela experiência. Vamos
a eles:
184 Didática Básica
Diplomata
Prefere trabalhar com pessoas a lidar com informações escritas.
Características:
●●Escuta atentamente os outros antes de formar suas próprias ideias.
●●Prefere estudar em grupo.
●●Gosta de atenção e feedbacks pessoais do professor.
●●Quando se emociona com algo, o aluno diplomata gasta algum tempo pensando sobre o
que sentiu.
●●Demora para digerir e responder à informação, o que às vezes pode ser confundido com
desatenção.
●●É influenciado pelo grupo e conta muito com a colaboração de todos.
●●Esse tipo de estudante precisa da aceitação do resto da classe e de uma certa empatia
com o professor.
●●Para ele, uma informação só é boa se servir para todos no grupo.
Sua atitude:
●●Você não precisa fazer atividades em grupo toda aula, até porque isso toma muito tempo:
arrastar carteiras daqui para lá, conversas paralelas, dificuldade em voltar a aula para o
ritmo normal etc. Mas você pode fazer enquetes rápidas, perguntando o que os alunos
acham da matéria, quem discorda e quem concorda com ela.
●●Pedir que os estudantes resolvam um exercício em pares também estimula o trabalho em
grupo de uma forma mais rápida.
●●Não se atenha apenas a notas e conceitos; passe a seus alunos informações sobre como
eles estão indo, que áreas precisam ser melhoradas (e como fazer isso), entre outras.
●●Passe a seus alunos reportagens de revistas que tenham a ver com sua matéria e peça
que eles a analisem em pequenos grupos; assim, você agrada tanto o diplomata quanto o
burocrata, cujo perfil você pode ver a seguir.
Unidade 5 | Nome da Unidade 185
Burocrata
Características:
●●Aprende melhor ao se concentrar em um pequeno tópico até virá-lo do avesso e, em se-
guida, passar para os outros.
●●Precisa de instruções detalhadas para fazer um exercício ou trabalho.
●●Prefere trabalhar sozinho.
●●Pensa muito no que vai dizer antes de falar, o que causa uma baixa participação em sala
de aula.
●●O professor pode contar a melhor piada, que ele não se deixa levar pela emoção e usa
apenas a razão para analisar as matérias.
●●Sua forma preferida de receber informação é por meio de leituras e ditados do professor.
●●Dá muito valor à informação documentada e “oficial”.
●●Tende a rejeitar informações subjetivas.
●●Precisa ter a sensação de controle de seus estudos.
Sua atitude:
●●De vez em quando, comunique algo por meio de um bilhete escrito e assinado. Pode dar
um pouco mais de trabalho do que falar e escrever no quadro o assunto, mas agrada mais
a uma boa parcela de sua turma.
●●Sempre que for possível, ancore sua matéria com dados sólidos: quem fez, quando, onde.
Você só precisa falar uma frase a mais e dar o embasamento teórico de que o diplomata
precisa.
Prático
Suas características:
●●Gosta de tomar decisões e de resolver problemas.
●●Prefere que a aula vá direto ao assunto, sem muitas ações paralelas.
●●Agarra-se a qualquer oportunidade de aplicar novas soluções a um problema, mesmo
sem pensar muito antes.
●●Gosta de exercícios alternativos, como preparar aulas ou maquetes, mas prefere traba-
lhar sozinho.
●●Caso não veja nenhuma utilidade pessoal em sua aula, ele descarta a informação assim
que entrega a prova.
●●Precisa perceber o assunto como útil.
Unidade 5 | Nome da Unidade 187
Sua atitude:
●●Faça exercícios que demandem o uso de lógica para serem resolvidos. Inspire-se nas
revistas de palavras cruzadas.
●●Use e abuse de listas. Cinco regras para acentuar bem, três axiomas de probabilidade etc.
Essa é uma maneira de agradar tanto ao prático como ao burocrata.
●●Reforce a utilidade do que está sendo ensinado. Caso isso não possa ser utilizado no mes-
mo dia, reforce os benefícios futuros.
Radical
Características:
●●Prefere aprender na interação com o grupo.
●●Gosta de riscos e desafios.
●●Prefere ligar-se com outras pessoas cheias de energia e entusiasmo. Em outras palavras,
é da turma do fundo.
●●Reage melhor a novidades: apresentações em PowerPoint, vídeos, ambientes 3D.
●●Tem dificuldades em prestar atenção a um tópico por muito tempo. Precisa pular para
outro assunto e, então, voltar ao primeiro.
●●Precisa estar entusiasmado com a matéria ou seus progressos.
●●Gosta de conhecer pontos de vista diferentes sobre os assuntos.
188 Didática Básica
Sua atitude:
●●Apresente novidades. Basta um exercício inédito a cada 15 dias ou mês para agradar os
radicais. A chave é variar. Se você passar um filme num mês, espere ao menos três meses
antes de passar outro.
●●Faça pausas durante sua apresentação, conte uma história pitoresca sobre a matéria (fale
algo como “muitos livros não trazem essa informações, mas...” e retome o assunto).
●●Durante os trabalhos em equipe, permita que as equipes demonstrem seu envolvimento
de uma maneira um pouco mais expansiva.
Ao finalizar os estudos desta aula, faz-se fundamental a sua compreensão de que as nomen-
claturas utilizadas, bem como as ilustrações dos perfis, são caricatas, exclusivamente com o
intuito de facilitar-lhe a associação ao cotidiano.
Olá! Com esta quarta parte de nosso tema acerca dos Perfis, concluiremos as características
individuais em sala. Claro que você, com certeza, já se deparou com vários desses alunos, ou
combinações deles, e continuará se deparando, pois a diversidade que rege a natureza hu-
mana é surpreendente! E é com espírito aberto que precisamos nos integrar e conduzir essas
situações, extraindo delas as melhores experiências. Vamos lá?
190 Didática Básica
Aula 2
A sala de aula comprometida por atitudes
inadequadas do grupo
Sabemos que, em sala, movimentos individuais podem influenciar sobremaneira o anda-
mento das atividades. Entretanto, sejam essas manifestações individuais ou de todo o grupo,
você continua condutor do processo. E por isso, precisa ter ou desenvolver habilidades para
melhor contornar a turbulência, que pode ser momentânea ou perpetuar-se.
Para auxiliá-lo, a seguir estão relacionadas algumas sugestões de como se portar em diversas
situações, as quais serão o foco da nossa discussão.
Com o decorrer do tempo, com certeza você desenvolverá suas próprias técnicas.
Bom proveito!
Todas estas incursões mudam o cenário e promovem reações de atenção ao próximo passo.
Grupo reticente
Quando parecer que você “está falando às paredes,” aplique uma técnica vitalizadora, intro-
duza um assunto acerca de tema atual, notícia recente, e solicite manifestações do grupo a
respeito. Evite perguntas diretas, cuja resposta se restrinja a “sim”, ou “não”. Prefira: “Co-
mente”, “O que você entende...”
Caso por questões particulares você tenha alguma restrição relacionada a lidar com situações
delicadas, seja honesto: do mesmo modo como orientamos nossos alunos a superar limites
buscando auxílios, por vezes, precisaremos valer-nos desses aconselhamentos.
O que é isso?
Unidade 5 | Nome da Unidade 193
O PNL é um recurso tão oportuno quanto cursos de “Técnicas de Falar em Público”, “Consul-
toria Vocal”, entre outros. Vamos conhecer um pouquinho e checar as suas utilizações possí-
veis?
Programação: Diz respeito a nossas ações: de que forma agimos para atingir nossos resul-
tados.
Nesta aula, você teve oportunidade de conhecer o conceito básico de Programação Neuro-
linguística na sua relação com o desempenho docente. Nesse contexto, caracterizado pela
necessidade de autoanálise, caso o grupo esteja disperso, desviando-se do tema proposto,
reticente, além das dicas aqui relacionadas, pense seriamente nos seguintes itens:
Aula 3
Situações adversas no treinamento
Na aula anterior, você se apropriou de conhecimentos em uma perspectiva conceitual: as
fases pelas quais um grupo pode passar, o que atende a um preceito da necessidade de com-
petência técnica e comportamental por parte do professor. Entretanto, o fato de você ter se
preparado sob o ponto de vista conceitual e de planejamento não vai isentá-lo de se deparar
com situações adversas. Porém, encare-as como oportunidades de crescimento.
Nesta aula, você apreenderá algumas contribuições acerca de como lidar com momentos
críticos.
Prepare-se!
Situações adversas
Situação 1 – O grupo desconhece o assunto a ser tratado
Nem sempre!
Consequências prováveis:
●●Participantes desmotivados ou frustrados em relação ao curso, pela incerteza da aborda-
gem ou, ainda, por terem desenvolvido uma expectativa que, de fato, não correspondia
aos objetivos do curso.
●●No caso de curso promovido pela empresa, fantasias de toda sorte: se estarão sendo
avaliados, se correm o risco de, ao participar muito ou de pouco serem julgados ou mal
interpretados pelos colegas – receio advindo da exposição.
O que fazer?
●●Desenvolver uma boa aula de abertura do curso.
●●Discutir, definir, esclarecer detalhes relacionados ao curso como: título, objetivos, siste-
mática operacional (Metodologia/Duração/Período). Lembra-se quando, em nossa aula
inicial, foi proposto “levantamento de expectativas e contrato de convivência? Pois bem:
essas são ferramentas que em muito corroboram para evitar mal entendidos. Inclusive,
em caso de participantes inseridos a partir do segundo dia de curso, trate de inteirá-los
do que foi trado/combinado.
Unidade 5 | Nome da Unidade 197
Consequências prováveis:
●●Participantes indiferentes às discussões propostas.
●●Tendência à evasão.
●●Participantes com “desculpas verdadeiras”: “não continuarei/vim/virei, porque:
choveu/o tempo estava fechado/o ônibus demorou/perdi a minha carona/não tinha com
quem deixar as minhas crianças...”
●●Participantes apáticos e/ou isolados.
O que fazer?
●●Reforçar os benefícios e as oportunidades que o curso agrega enquanto vantagem com-
petitiva.
●●No caso de patrocínio pela empresa, reforçar o interesse/esforço da empresa em sua
participação.
●●Realçar que os cursos contribuem, se não para a vida profissional, como bons investi-
mentos de autorrealização – figuram no topo da hierarquia das necessidades de Maslow,
por exemplo.
198 Didática Básica
●●Ilustre a sua experiência como professor na área. Para algumas turmas, essa parte é mais
importante que a formação, pois cria a expectativa de domínio do tema, além de sugerir
maiores possibilidades de o conteúdo ser transposto para a vivência.
Por tudo isso, faz-se importante, além da apresentação inicial, pelos participantes, que você:
●●Verifique as fichas de inscrição – esse é um bom momento, inclusive, para checar se exis-
tem aniversariantes recentes ou que farão aniversário no decorrer do curso; se existem
pessoas com formação e/ou atividades correlatas.
Consequências prováveis:
●●Dificuldade do professor para manter o controle visual do grupo.
●●Dispersão dos participantes.
●●Favorece que o participante mais tímido mantenha-se recluso. Caso o professor não se
atente, ele acaba passando despercebido durante todo o curso.
●●Permite que participantes desenvolvam trabalhos diferentes do proposto, ou quaisquer
outras ações aleatórias à proposta pelo curso. (Para quem tem, no notebook, um amigo
inseparável, é realmente propício).
O que fazer:
●●Retire da sala carteiras e/ou mesas que estejam sobrando. Sob o ponto de vista psicoló-
gico, essa atitude elimina barreiras. Sob o ponto de vista físico, oportuniza melhor apro-
veitamento de espaço para aplicação de técnicas.
●●Desobstrua a visão dos participantes em relação aos recursos instrucionais.
●●Disponha as carteiras em semicírculo, favorecendo o contato visual entre todos os par-
ticipantes
Unidade 5 | Nome da Unidade 203
Veja, ainda, algumas atitudes que podem dificultar a relação com o grupo, promovendo des-
confortos:
●●Iniciar somente depois que todos chegarem – As pessoas que foram pontuais poderão
sentir-se desprestigiadas, o que pode fazer com que se desmotivem por não verem seu
esforço recompensado, passando a adotar o horário “oficioso”. Ademais, se você firmou
com o grupo um contrato de convivência, reporte-se a ele para chamar a atenção do gru-
po para o que foi combinado.
●●Inibir a participação do grupo falando demais, não lhes oportunizando contribuições de
processamento.
●●Permitir que o grupo monopolize a aula, sem direcionamento.
●●Supervalorizar contribuições de alguns participantes em detrimento de outros. Ou su-
bestimá-las.
●●Denotar falta de autocontrole ante discussões acaloradas, temas polêmicos, adotando
posicionamentos pessoais. Pode parecer banal, porém, declarar o time para o qual você
torce, o credo que pratica ou mesmo percepções políticas pode ser desastroso, especial-
mente nos contatos iniciais. Afinal, você pode estar diante de um chefe de torcida orga-
nizada, pessoa com fortes convicções religiosas, ou filho/parente/amigo de um político
da mídia.
●●Denotar desinteresse pelo grupo, baixo empenho em torná-lo produtivo, desencorajan-
do-lhes a participação.
●●Externar preferências e dar maior ênfase a determinados assuntos do conteúdo.
Lembre-se: autocontrole e energia são necessários para adotar atitudes oportunas sem perder
o foco.
Fechamos, neste momento, o tema “Situações Adversas”. Esperamos que você tire proveito
das dicas aqui apresentadas a fim de auxiliá-lo na minimização de inconvenientes.
Acompanhe!
204 Didática Básica
Aula 4
Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV)
Durante os estudos deste módulo, você apreendeu sobre técnicas e métodos pedagógicos,
bem como sobre os papéis que o professor assume em dinâmicas de grupo. Agora, você se
apropriará de um dos mais instigantes processos em sala de aula: a condução do Ciclo da
Aprendizagem Vivencial (CAV).
Primeiramente, vale uma contextualização histórica. O CAV tem sua origem nas pesquisas
do psicólogo americano David Kolb (1990). Para o autor, a noção de criação e transferência
de conhecimento é muito mais do que uma mera reprodução. É um processo que passa pela
reflexão, crítica e internalização do que é vivido.
Como internalizamos
as informações?
*vivenciando
*vivenciando
206 Didática Básica
●●No dia a dia, a pessoa tem insights, com os quais, pautado pela experiência, empreende
reflexões e propõe-se a estendê-las para as práticas cotidianas.
●●O CAV, além de possibilidades de ocorrência espontânea no dia a dia, poderá compor
situações controladas, visando a alcançar focos de aprendizagem específicos.
●●O CAV obedece a uma perspectiva contínua, uma vez que a pessoa poderá, em situações
similares ou não, empregar as experiências e iniciar um novo ciclo de aprendizagem.
Entretanto, para que o CAV seja considerado completo, deve passar pelas cinco etapas abaixo
discriminadas.
Como você deve ter percebido, uma grande vantagem que o CAV bem conduzido oportuniza
é, não só trabalhar os conceitos, ou seja, o hemisfério esquerdo do cérebro, mas também as
experiências e o afeto das pessoas envolvidas, impactando em mudança de perspectivas, e,
consequentemente, de comportamentos. Entretanto, justamente por essa riqueza de possibi-
lidades, deve ser tratado com zelo e profissionalismo. Sua atuação poderá gerar, desde atitude
defensiva, de resistência ao processo, a reflexões construtivas, profundas e edificantes.
Gostou do assunto CAV? Vamos, agora, para os estudos da última aula deste módulo e do
curso, em que trataremos a temática “Ensinar estrategicamente, educar e instruir”.
Vamos lá!
Aula 5
Ensinar estrategicamente, educar e instruir
Refletindo...
“Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autorita-
rismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de
esquerda.
Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a
dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na
fartura.
Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não
cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições ma-
teriais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e já não
ser testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste”. (FREIRE, 1996,
p. 116).
Unidade 5 | Nome da Unidade 211
Aliás, no decorrer de nosso curso, evitamos realçar as definições de quem se dedica a que,
conquanto professor, educador, instrutor, que, em linhas gerais, tem as suas características
traduzidas, em algumas instâncias, conforme você verá a seguir.
Não raro somos inquiridos a definir papéis que, em sua essência, confundem-se. Porém, na
esfera conceitual, poderíamos assim tratar:
O significado que essa missão assume, conforme o dito em aulas anteriores, extrapola con-
textos de vaidade, interesses, status, que também se fazem presentes na docência, apesar de
que nossa mola propulsora, sem qualquer vestígio de pieguice, deveria ser a responsabilidade
social de que somos investidos no momento em que nos propomos a ensinar educar, instruir.
Quer seja, conteúdos cognitivos (intelectuais), psicomotores (relacionados à motricidade e
raciocínio) e/ou de domínio afetivo (ética, moral, relacionamentos sociais, etc.).
212 Didática Básica
Saiba Mais
Colocando em prática
Relembrando
Neste módulo, você teve oportunidade de conhecer alguns tipos de perfis de participantes e
pôde apropriar-se de algumas dicas de postura para contornar situações desagradáveis.
Durante esse período, apresentamos algumas situações adversas que podem ocorrer durante
o treinamento e, nesse momento, você recebeu algumas orientações, distribuídas em “conse-
quências” e em “o que fazer”, que poderão auxiliá-lo na prática.
Você aprendeu o que é CAV, seu conceito e suas aplicabilidades e, por fim, viu o assunto edu-
car.
Didática Básica
214
Didática Básica
Caro Aluno,
Chegamos ao final de um curso em que esperamos ter contribuído com a sua visão macro do
processo e das nuanças que envolvem a sala de aula, relação professor-aluno e seus diversos
fatores intervenientes. Visão macro porque a vivência e suas próprias impressões serão cons-
truídas ao longo de sua caminhada, de modo absolutamente singular.
O importante é que você, pautado pelas diretrizes constantes nesse programa de curso, de-
senvolva o seu próprio estilo, nunca perdendo de vista que o processo ensino-aprendizagem
é contínuo e válido para professor e aluno, que se retroalimentam na troca de experiências e
percepções.
Nesse contexto, embora soe paradoxal, reside a magia de nossa atividade docente: constru-
ções particulares, fomentadas pelo compartilhamento.
Desejamos a você toda a sabedoria para bem usufruir desse universo de possibilidades,
independentemente do conteúdo, da disciplina, da temática que venha a assumir. Assumir,
sim, sem perder jamais o foco de que quem está recebendo as suas informações é, por certo,
alguém que somente pelo fato de existir, de ser humano, já merece todo o seu respeito.
Um abraço!
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Didática Básica
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2. ed. São Paulo, SP: Moderna,
1996.
BLOOM, Benjamin S.; KRATHWOHL, David R.; MASIA, Bertram B. Taxonomia dos
objetivos educacionais. São Paulo, SP: Globo, 1972. 204 p.
CASTRO, Amélia Domingues. Piaget e a didática. São Paulo, SP: Papirus, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33. ed.
Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1996. (Coleção leitura)
KOLB, D. A. Psicologia organizacional: uma abordagem vivencial. São Paulo, SP: Atlas,
1990.
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| Sumário | Carta ao Aluno | Apresentação | Plano de Estudos | Sobre o Autor | Palavras do Autor Referências
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública. São Paulo, SP: Loyola: 1990.
_____. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, SP: EDUSC, 1999.
______. Didática. São Paulo, SP: Cortez, 1994. (Coleção Magistério 2. grau. Série formação
do professor)
POLITO, Reinald. Como falar corretamente e sem inibições. 97. ed. São Paulo, SP:
Saraiva, 2001.
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