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PROFESSOR: PAULO EUSTÁQUIO DOS SANTOS

ENGENHARIA
SUMÁRIO:
UNIDADE 1:
FUNÇÕES
1.1 Funções de 1º grau 08

1.2 Funções de 2º grau 11

1. 3 Demais Funções 15

UNIDADE 2:
LIMITES
2.1 Limites e Continuidade 20

UNIDADE 3:
DERIVADAS
3.1 Derivadas pela Definição 31
3.2 Derivadas Diretas 32
3.3 Derivadas Polinomiais 36

UNIDADE 4:
OUTRAS DERIVADAS
4.1 Regra da Multiplicação 44

4.2 Regra da Divisão 45

4.3 Derivadas Sucessivas 46

UNIDADE 5:
OS REGISTROS PÚBLICOS DE INTERESSE DOS EMPRESÁRIOS
5.1 Teorema de L’ Hôpital 52

5.2 Máximos e Mínimos 55


UNIDADE 6:
INTEGRAIS DIRETAS
6.1 Aspectos Teóricos e Usabilidade 61
6.2 Integrais de Funções Polinomiais 62
6.3 Integrais de Funções Polinomiais 64

UNIDADE 7:
INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS
7.1 Integração por Partes 71
7.2 Integrais Definidas 73
SOBRE O PROFESSOR

PAULO EUSTÁQUIO DOS SANTOS

Bacharel em Química Industrial pela UNIVALE (2000);

Mestre em Química (Inteligência Artificial) pela UFMG (2003).

ATUA COMO Coordenador do curso de Ciência da Computação das Faculdades

Doctum de Caratinga;

Professor nos cursos de Ciência da Computação, Engenharia Civil e

Serviço Social.
INTRODUÇÃO

UNIDADE 1
Funções

1.1 Funções de 1º grau 08


1.2 Funções de 2º grau 11
1. 3 Demais Funções 15
UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Olá, nessa unidade estaremos entendendo o conceito de funções e, de forma prática, temos

como objetivo sabermos identificar as diferentes funções e fazermos o esboço de seus gráficos.

Abordaremos com mais ênfase as funções de 1º e 2º graus, fazendo uma breve revisão em funções

exponenciais, logaritmos e funções modulares.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Em nosso vídeo aula, trabalhei com os principais conceitos de cada tópico os explicando a partir

de exemplos práticos. Portanto, não deixe de assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

A diferença entre as funções de 1º e 2º graus se dá justamente no maior expoente da variável em

estudo, normalmente expressa por “x”. Ou seja, o que determinará se uma função é de 1º ou 2º

grau é o expoente de “x”, sendo uma função de 1º grau aquela que possui apenas “x” (implícito o

expoente 1: x¹ ) e a função de 2º grau será aquela com o termo x².

1.1 FUNÇÕES DE 1º GRAU:


As funções de primeiro grau podem ser escritas da forma:

y = ax + b

sendo consideradas, então, de 1º grau por possuírem apenas o termo “x”, ou seja, x¹. Essas funções

são muito aplicadas e vale entender o conceito de funções crescentes e decrescentes.

Supondo que temos o salário de uma pessoa calculado da seguinte forma:

SALÁRIO FIXO de R$ 1.000,00

COMISSÃO de R$ 100,00 por cada venda concretizada

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Podemos então representar o salário dessa pessoa da seguinte forma:

SALÁRIO = 1000 + 100 ∙ VENDA

Substituindo SALÁRIO por y e VENDA por x, teríamos que:

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y = 1000 + 100x

Observe que quanto maior forem as vendas, maior seria o salário dessa pessoa, correto? Portanto,

como o salário cresce a medida que as vendas crescem, dizemos que essa função é crescente!

Agora, suponha que o salário dessa pessoa seja calculado da seguinte forma:

SALÁRIO FIXO de R$ 1.000,00

DESCONTO de R$ 40,00 por cada dia ausente no serviço

Seu salário então seria representado da seguinte forma:

SALÁRIO = 1000 - 40 ∙ FALTA

Substituindo SALÁRIO por y e FALTA por x, teríamos:

y = 1000 - 40x

Observe agora que, diferentemente da função anterior, quando maior for o número de falta, me-

nor será o salário. Portanto, essa função será decrescente.

FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES

Repare então que o que define se a função será crescente ou decrescente não são os valores em

si, mas se o termo x contribui de forma positiva (crescente) ou negativa (decrescente) na função.

Assim, podemos generalizar da seguinte forma:

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Para uma função do tipo: y = ax + b temos que a mesma será:

CRESCENTE, se: a > 0

DECRESCENTE, se: a < 0

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ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÕES DE 1º GRAU

Como uma função de 1º grau será sempre uma reta, para fazer o esboço do gráfico são neces-

sários apenas dois pontos, podendo ser então escolhidos arbitrariamente dois valores de X e cal-

culados, respectivamente, os dois valores de Y tendo assim então o esboço do gráfico conforme

exemplo abaixo, utilizado na vídeo aula.

Exemplo 1:

y = 2x + 1

Se escolhermos os valores 0 e 1 para x, teremos respectivamente 1 e 3 para y, pois:

PARA X = 0, temos que: y = 2 ∙ 0 + 1 = 0 + 1 = 1

PARA X = 1, temos que: y = 2 ∙ 1 + 1 = 2 + 1 = 3

Para fazer o esboço do gráfico, basta marcar os dois pontos e, posteriormente, traçar uma reta os

ligando, conforme pode ser visto na Figura 1.

-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-1

-2

-3

-4

FIGURA 1: Exemplo de função de 1º grau.


FONTE: Próprio autor.

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Outro conceito importante é a raiz da função, que é dada pelo valor de X que possui y = 0. Para a

determinação desse valor, basta igualar a função a zero, conforme demonstrado a seguir:

2x + 1 = 0 → 2x = -1 → x = - 1
2

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Portanto, temos que a raiz da função é igual a - 1 ou -0,5. No gráfico, podemos observar que é
2
justamente o valor que corta o eixo X, ou seja, o valor que divide a função entre os valores positivos

e negativos de y (os valores de Y são negativos para x < - 0,5 e positivos para x > - 0,5 ).

1.2 FUNÇÕES DE 2º GRAU


As funções de segundo grau podem ser escritas da forma:

y = ax² + bx + c

sendo consideradas, então, de 2º grau por possuírem o termo x². Essas funções são muito utiliza-

das em problemas de máximos e mínimos, justamente pelo seu esboço ser dado por uma pará-

bola contendo um ponto máximo, ou um ponto mínimo, como mostra a Figura 2.

(a) (b)

FIGURA 2: Exemplo de parábolas com ponto máximo (a) e ponto mínimo (b).
FONTE: Próprio autor.

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Observe na Figura 2 que a primeira parábola (a), com concavidade para baixo, possui um ponto

máximo enquanto a segunda parábola (b), com concavidade para cima, possui um ponto mínimo.

A definição da concavidade será dada justamente pelo valor de a na função: y = ax² + bx + c. Se

o valor de a for negativo (a < 0), a parábola terá concavidade para baixo como o exemplo (a) da

figura 1. Se o valor de a for positivo (a > 0), a parábola terá concavidade para cima como o exemplo

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(b) da Figura 2.

Por causa dessas características, as funções de 2º grau são utilizadas nas diversas áreas em busca

de um ponto máximo ou mínimo, podendo ser uma maior lucratividade, um menor desperdício,

uma maior resistência de um material etc.

Por causa dessas características, as funções de 2º grau são utilizadas nas diversas áreas em busca

de um ponto máximo ou mínimo, podendo ser uma maior lucratividade, um menor desperdício,

uma maior resistência de um material etc.

DETERMINAÇÃO DE RAÍZES

Um erro comum é afirmar que uma função de segundo grau possui duas raízes reais. O correto é

dizer que uma função de 2º grau possui até duas raízes! Pois dependendo do valor de delta ( Δ )

essa função pode ter duas raízes, apenas uma raiz ou nenhuma raiz.

Para determinarmos as possíveis raízes de uma função, utilizamos a fórmula de Bhaskara, confor-

me explicado no vídeo aula. A seguir, um exemplo de determinação de raízes.

Exemplo 1:

y = x² + 2x - 8

Para determinarmos as raízes, iremos utilizar as seguintes fórmulas de Bhaskara:

Fórmula 1:

Δ = b² - 4ac

Fórmula 2:

x = -b +- √Δ
2a

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Portanto, para determinarmos os valores de x, primeiramente devemos identificar os coeficientes

a, b, c. Comparando a função geral da equação de 2º grau com a função do exemplo 1 podemos

facilmente identifica-los, conforme abaixo:

y = ax² + bx + c
e

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y = x² + 2x - 8

Comparando, encontramos os seguintes valores: a = 1, b = 2 e c = -8

Substituindo na Fórmula 1, determinamos o valor de delta, conforme cálculo abaixo.

Δ = b² - 4ac = 2² - 4 ∙ 1 (-8) = 4 + 32 = 36

Substituindo o valor 36 encontrado na Fórmula 2, determinamos os valores das raízes.

x = -b +- √Δ = - 2 +- √36 = - 2 +- 6
2a 2∙1 2

Observe que há duas possibilidades (uma com o sinal positivo e outra com o sinal negativo). Jus-

tamente por isso temos dois valores distintos de raízes. Para determina-las faremos os cálculos

separadamente, identificando uma raiz como x' e outra como x''.

x' = -2 + 6 = 4 = 2 e x'' = -2 - 6 = -8 = -4
2 2 2 2

Portanto, os valores das raízes são -4 e 2 (não importando a ordem das mesmas). Observe que

foram encontradas duas raízes, devido às duas possibilidades da raiz de 36 ( 6 e -6 ). Portanto,

sempre que o valor de delta for positivo, serão encontradas duas raízes. Como também explicado

na videoaula, o valor de delta que definirá o número de raízes, conforme abaixo:

Δ > 0 : duas raízes

Δ = 0 : apenas uma raiz

Δ < 0 : nenhuma raiz

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

DETERMINAÇÃO DO VÉRTICE

Para fazer o esboço do gráfico, além das raízes é necessário determinar o valor do vértice da fun-

ção (o valor máximo ou mínimo, conforme Figura 2, explicado anteriormente). Para encontra-lo

utilizaremos as seguintes fórmulas:

xv = -b e yv = -Δ
2a 4a

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Portanto, ainda no Exemplo 1, encontramos os seguintes valores de x e y do vértice:

xv = -b = -2 = -2 = -1 e yv = -Δ = -36 = -36 = -9
2a 2∙1 2 4a 4∙1 4

O vértice então será dado pelo ponto V( -1 ; -9 ). De posse das raízes e do vértice, podemos fazer o

esboço da função, conforme Figura 3.

-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9

-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9

FIGURA 3: Esboço da parábola encontrada no Exemplo 2.


FONTE: Próprio autor.

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

1. 3 DEMAIS FUNÇÕES:

FUNÇÕES EXPONENCIAIS

Apesar do principal foco dessa aula serem as funções de 1º e 2º graus, como dito no início desse

material, existem outros tipos de funções sendo uma delas a função exponencial. Essa função é

quando possuímos a variável no expoente, como por exemplo: y = 2X tendo então o comporta-

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mento da curva um crescimento mais rápido, por ser exponencial.

LOGARITMOS

Os logaritmos são dados pela função inversa da exponencial. O principal conceito que será revisa-

do aqui é o entendimento dos termos de um logaritmo e a resolução do mesmo.

Para determinar, por exemplo, o valor de: log2 8 uma forma de se resolver é montando a expres-

são as seguinte forma:

log2 8 = x

Portanto, para se determinar o valor, é necessário calcular o valor de X. Para isso faremos da se-

guinte forma: 2x = 8 caindo então em uma função exponencial de simples resolução, pois nesses

casos podemos igualar as bases, fatorando o valor 8, conforme abaixo:

2x = 8 → 2x = 2³

concluindo então que:

x=3

Esse exemplo também foi utilizado no vídeo aula, para seu melhor entendimento.

FUNÇÕES MODULARES

As funções modulares são funções que trabalharão com valores absolutos, ou seja, apenas valores

positivos. Utilizando o mesmo conceito que o módulo de um valor será sempre positivo, ou seja:

|2| = 2 mas também |-2| = 2 , a solução de funções modulares trabalhará sempre com funções

compostas, considerando as possibilidades de valores negativos e positivos dentro do módulo.

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

Portanto, se tivermos por exemplo: y = |x + 1| teremos que:

Y = X + 1, se: x + 1 > 0 (ou seja, se o valor “dentro do módulo” for positivo)

Y = - (X + 1), se: x + 1 < 0(ou seja, se o valor “dentro do módulo” for negativo)

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A solução desse exemplo também é explicada na vídeo aula de forma mais detalhada.

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UNIDADE 1 : FUNÇÕES

RESUMO:
Como disse na introdução desta unidade, o conteúdo envolvendo funções de 1º e 2º graus é o foco

de nosso estudo, sendo então melhor detalhado. Mesmo assim, o conteúdo é bem extenso e nos

limitamos à determinação das raízes ao do esboço do gráfico da função. Os conceitos principais

são resumidos abaixo:

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FUNÇÕES DE 1º GRAU:

y = ax + b

01_Se a > 0 a função será crescente;


02_Se a < 0 a função será decrescente.
03_Para se determinar a raiz, basta igualar a função a zero.
04_Para fazer o esboço do gráfico, basta escolher dois valores quaisquer de X, determinar os res-
pectivos valores de Y, marcar os dois pontos encontrados e traçar uma reta os ligando.

FUNÇÃO DE 2º GRAU:

y = ax² + bx + c

01_Se a > 0 a parábola terá concavidade para cima e possuirá ponto mínimo;
02_Se a < 0 a parábola terá concavidade para baixo e possuirá ponto máximo;
03_Se Δ > 0 a função terá duas raízes;
04_Se Δ = 0 a função terá apenas uma raiz;
05_Se Δ < 0 a função não terá raízes;
06_Para se determinar as possíveis raízes, deverá ser usado o Método de Bhaskara;
07_Para fazer o esboço do gráfico deverão ser marcadas (se existirem) as raízes da função e o
vértice.

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UNIDADE 2
Limites

2.1 Limites e Continuidade 20


UNIDADE 2 : LIMITES

OLÁ NOVAMENTE, CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos entendendo o conceito de limites e continuidade, necessário para

compreensão dos principais tópicos de Cálculo I, que são derivadas e integrais. Para que você

possa compreender bem o conceito de continuidade estarei fazendo uso do gráfico de algumas

funções (assunto esse tratado na unidade anterior) para, posteriormente, tratarmos do conceito

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de limite em si. Portanto, caso ainda não tenha compreendido os conceitos fundamentais de

funções e o esboço do gráfico, sugiro que volte na unidade de funções antes de prosseguir com

seus estudos nessa unidade.

Assim, nessa unidade, iremos inicialmente trabalhar graficamente os conceitos de continuidade

para depois tratarmos dos limites laterais e, após o entendimento desses conceitos, discutiremos

os conceitos fundamentais de limites finitos e infinitos trabalhando os exercícios.

Em nosso vídeo aula, como na anterior, trabalhei com os principais conceitos de cada tópico os

explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

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UNIDADE 2 : LIMITES

2.1 LIMITES E CONTINUIDADE

CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO:

Uma função será contínua, para um determinado valor de x, se e somente se não houver uma “in-

terrupção” (ou “salto”) no gráfico dessa função, para esse valor de x. Imaginando que você tenha

que ter lido novamente a frase anterior para entender o que eu disse, tentarei falar de outra forma

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mais prática e peço até licença para uma linguagem mais popular.

Graficamente falando, para verificarmos se uma função é contínua temos que imaginar o esboço

de seu gráfico. Supondo que temos uma função de primeiro grau, ou seja, uma reta, quando for-

mos “desenhar” essa reta não tiraremos a caneta do papel em ponto algum, ou seja, a reta será

desenhada continuamente, conforme exemplo abaixo:

1 2 3

FIGURA 4: Função contínua.


FONTE: Próprio autor

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UNIDADE 2 : LIMITES

Perceba que nem mencionei qual é a função, mas se analisarmos a reta em vermelho, no ponto

x = 1 temos que a função é contínua, pois no momento de traçarmos a mesma, quando passamos

pelo ponto de x = 1 não precisamos “tirar” a caneta do papel. Creio que você também já tenha

percebido que essa função é contínua para qualquer valor de x, pois ela é uma reta contínua em

todos os valores de x, ou seja de -∞ a ∞ .

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Porém, podemos ter funções que não são contínuas em todos os valores de x, como exemplo

abaixo de uma função composta:

1 2 3

FIGURA 5: Função descontínua.


FONTE: Próprio autor

Perceba que agora, no ponto X = 0 há uma descontinuidade, ou seja, quando traçamos a reta

destacada em azul e chegamos no valor X = 0 temos que tirar a caneta do papel para continuar-

mos o esboço, destacado de vermelho.

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UNIDADE 2 : LIMITES

Para os demais valores de x a função é contínua, como por exemplo X = 1, onde não precisamos

tirar a caneta do papel, mas no ponto X = 0, como mencionado, a função é descontínua.

Portanto, concluímos que uma função será contínua se “não tirarmos a caneta do papel” no valor

de x em estudo.

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Entendendo esse conceito, trabalharemos agora os limites laterais.

LIMITES LATERAIS:

Os limites laterais possuem o objetivo de confirmar a continuidade de uma função e, incialmente,

também faremos um estudo dos mesmos do ponto de vista gráfico.

Voltando no exemplo anterior, podemos analisar lateralmente os limites dessa função.

1 2 3

FIGURA 6: Função descontínua.


FONTE: Próprio autor

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UNIDADE 2 : LIMITES

Antes de discutirmos o limite em si, primeiramente precisamos entender o conceito de limite.

Quando você diz que está “no limite” creio que queira dizer que chegou ao extremo, no seu má-

ximo, ou seja, num ponto onde não consegue mais prosseguir, correto? Essa é a mesma ideia de

limite, ou seja, um valor limite se refere a um valor máximo (ou mínimo). Portanto, quando dize-

mos limite de y com x tendendo a 0, queremos dizer o valor extremo de y, quando o x tende a 0,

ou seja, quando ele aproxima de 0, tanto por um valor menor (-0,001 por exemplo) quanto por um

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valor maior (0,001 por exemplo).

Assim, vamos analisar dois limites para , que é o limite pela esquerda, por valores menores que 0,

e o limite pela direita, ou seja, por valores maiores que 0.

lim y = 2 limite lateral de y, com x tendendo a 0, pela esquerda


x → 0-

lim+ y = 1 limite lateral de y, com x tendendo a 0, pela direita


x→0

O "-" sobrescrito se refere aos valores menores que 0, ou seja, pela esquerda. Já o “+” se refere aos

valores maiores que 0, ou seja, pela direita.

Analisando o gráfico (Figura 6) percebemos que quando x aproxima de 0 pela esquerda, o y

aproxima de 2 (reta azul) e quando x aproxima de 0 pela direita, o y aproxima de 1 (reta vermelha).

Claramente percebemos que são valores diferentes (descontinuidade).

Mas ainda, para completar um limite, temos que analisar o valor de y quando . Para isso vamos

olhar o ponto marcado quando entendendo que

ƒ(0) = 2 valor de y, quando x = 0

Logo, como esses três valores não são iguais, podemos afirmar que não existe o limite de y com

x tendendo a zero! Graficamente, essa conclusão é justificada por haver descontinuidade da fun-

ção nesse ponto.

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UNIDADE 2 : LIMITES

Então, concluímos que:

lim y = Ɇ
x→0

Se voltarmos no exemplo 1, que a função era contínua, podemos concluir que o limite existe para

X = 1.

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S (m)
40

30

20

10

1 2 3 t (s)

FIGURA 7: Função contínua.


FONTE: próprio autor

Analisando os limites laterais (pela esquerda e pela direita) e o valor de y para x = 1 temos que:

lim y = 2
x → 1-

lim+ y = 2
x→1

ƒ(1) = 2
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UNIDADE 2 : LIMITES

Portanto, como os três valores são iguais, podemos afirmar que o limite existe, conforme abaixo:

lim y = 2
x→0

LIMITES FINITOS:

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Após entender a existência dos limites, para determinar o valor dos mesmos iremos substituir o

valor de x, pois como o limite existe podemos afirmar que o limite lateral pela esquerda e pela

direita são iguais ao valor de y substituindo x. Como esse último é mais fácil de calcular, podemos

calcular simplesmente substituindo o valor de x na função, conforme exemplo abaixo:

Ex1:

lim (2x² + 3x -1) = 2 ∙ 1² + 3 ∙ 1 - 1 = 2 + 3 - 1 = 4


x→1

Assim, podem haver casos que não existem o limite conforme abaixo:

Ex2:

lim
x→1 ( 2xx -+11 )= 2∙1+1 = 3 = Ɇ
1-1 0

Nesse caso, se fosse feito o gráfico da função, iríamos perceber uma descontinuidade para x = 1.

Mas há casos que aparentemente não existe o limite, mas quando melhor observado, a função é

contínua, conforme exemplo abaixo:

Ex3:

x→1 (
lim 2x - 2
x-1 = )
2(x - 1)
x-1
=
2(x - 1)
x-1
=2

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UNIDADE 2 : LIMITES

Como disse, aparentemente não existia o limite. Mas se usarmos o fator comum, ou seja, fatorar-

mos colocando 2 em evidência, percebemos que a função pode ser simplificada existindo assim

o limite.

Na vídeoaula faço uma revisão das principais fatorações e, por isso, te convido a assisti-la para

revisar os conceitos de fatoração.

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Concluindo então, para resolvermos um limite devemos seguir os seguintes passos:

01_Verificar se podemos substituir o valor de x;


02_Caso não possamos substituir, tentar fatorar a função para depois substituir

Caso não seja possível, o valor do limite não existirá (como tratado no segundo exemplo). Se for

possível substituir, o limite existirá sendo igual ao resultado.

LIMITES INFINITOS:

Ainda, há um outro tipo de limite (o último de nossa unidade) que é o limite infinito. A diferença

para o limite finito é que analisamos o valor de y quando x tende a um valor infinito. Para resolver-

mos, devemos apenas analisar qual das funções tende ao infinito mais rapidamente.

Como o conceito é um pouco complexo de se tratar de forma textual o explorei principalmente

na vídeo aula, onde expliquei detalhadamente. A seguir deixarei os principais pontos para fixação

mas também sugiro assistir a vídeo aula (quantas vezes necessário) para melhor compreensão.

x→∞ (
lim 2x³ + 40x² - 3x + 2
x³ + 5x² - 6 ) = lim( 2x³
x→∞

) = lim ( 2x³) = 2

x→∞

Como o limite é infinito, desprezamos os termos de menor grau, deixando apenas os termos mais

expressivos (grau 3). Assim, é possível simplificar o x3 sobrando apenas o valor 2.

Ex2:

lim sen (x) = lim sen (x) = 0


x→∞
x² x→∞

26
UNIDADE 2 : LIMITES

Nesse caso, como não é possível simplificar a função, olhamos qual das funções tende ao infinito

mais rapidamente. Como sabemos que a função sen (x) varia entre -1 a 1 apenas, percebemos que

a função x² tenderá ao infinito mais rapidamente. Portanto, uma forma razoavelmente simples de

resolver, é substituir por e resolver a divisão determinando o valor 0, uma vez que qualquer valor

dividido por infinito é igual a zero.

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Novamente reforço que na vídeo aula expliquei esses conceitos detalhadamente, sendo então

fundamental que você a assista.

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UNIDADE 2 : LIMITES

RESUMO:
Como disse na introdução desta aula, vimos o conceito de limites e continuidade inicialmente

para melhor entendimento dos limites. Após esse entendimento vimos os limites finitos e infini-

tos. Abaixo faço um resumo dos principais tópicos trabalhados:

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LIMITES E CONTINUIDADE:

01_Analisar o limite lateral pela esquerda;


02_Analisar o limite lateral pela direita;
03_Analisar o valor de ƒ(x);
04_Se houver pelo menos um valor diferente, a função é descontínua e não existirá o limite.
Porém, se os três valores forem iguais, a função será contínua existindo o limite igual a esse valor

encontrado.

LIMITES FINITOS:

01_Verificar se pode substituir o valor de x diretamente, encontrando o limite;


02_Caso não seja possível substituir, verificar possibilidade de fatoração, simplificação e posterior
substituição de x para determinação do limite;

03_Se não for possível simplificar e substituir o valor de x, o limite não existirá, sendo então a
função descontínua.

LIMITES INFINITOS:

01_Nos limites infinitos basta desprezar os demais termos, mantendo apenas o termo mais ex-
pressivo no numerador e denominador para simplificar e resolver;

02_Não sendo possível simplificar, deve ser analisada qual função tende ao infinito mais rapida-
mente para substituir essa função por infinito e resolver o limite.

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UNIDADE 3
Derivadas

3.1 Derivadas pela Definição 31

3.2 Derivadas Diretas 32

3.3 Derivadas Polinomiais 36


UNIDADE 3 : DERIVADAS

OLÁ NOVAMENTE, CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos entendendo o conceito de derivadas, um dos principais tópicos da

disciplina de cálculo I, além de integrais. Para que você possa compreender bem esse conceito

trabalhado, iniciarei com uma rápida explanação acerca de derivadas a partir da definição, uti-

lizando o conceito de limites trabalhado anteriormente para, posteriormente, trabalharmos as

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
derivadas em si de forma mais direta e “rápida”. Portanto, caso ainda não tenha compreendido os

conceitos fundamentais de limites, sugiro que volte nessa unidade antes de prosseguir com seus

estudos aqui.

Portanto, trabalharei nessa unidade com os aspectos teóricos de derivadas (derivadas pela defi-

nição), com as derivadas diretas de funções simples, funções polinomiais, com a regra da cadeia

e, finalmente, com derivadas de outras funções. Em outra unidade abordaremos as regras da

multiplicação e divisão, em derivadas, e com derivadas sucessivas.

Em nossa vídeo aula, como temos trabalhado em nossas unidades anteriores, abordei os princi-

pais conceitos de cada tópico os explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de

assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

30
UNIDADE 3 : DERIVADAS

3.1 DERIVADAS PELA DEFINIÇÃO:


A derivada de uma função é dada pela variação dessa função, em relação a alguma variável em

estudo. Para ficar mais claro esse conceito, pense por exemplo na velocidade de um carro. Essa

pode ser dada pela variação do espaço (distância percorrida pelo mesmo) em relação ao tempo

(tempo gasto para percorrer um determinado trecho). Então, temos que a velocidade pode ser

dada pela variação de espaço em relação ao tempo, conforme abaixo:

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v= ΔS
Δt

Na forma de derivada, podemos dizer que a velocidade pode ser dada pela derivada de S (espaço)

em relação a t (tempo).

Pensando nessa definição de derivada, conforme explicado na vídeo aula, graficamente temos

que a derivada será dada pela inclinação da reta, ou da curva que compõe a variável em questão.

Ou seja, voltando no exemplo trabalhado, se tivermos um gráfico da variação do espaço em rela-

ção ao tempo, podemos calcular a velocidade pela inclinação da reta, conforme Figura 8 abaixo:
S (m)
40

30

20

10

1 2 3 t (s)

FIGURA 8: Variação do espaço em relação ao tempo.


FONTE: Próprio autor

31
UNIDADE 3 : DERIVADAS

Perceba que, no ponto t = 0 (eixo x) o espaço S percorrido (eixo y) também é igual a zero. Para

t = 1 temos que S = 10 e para t = 2 temos que S = 20. Ou seja, a cada variação de 1s para t, o S varia

em 10m. Portanto, podemos afirmar que a variação de S em relação a t é igual a 10, ou, que a ve-

locidade então é igual a 10m/s. Portanto, como a inclinação dessa reta, variação de S em relação

a t, permite determinar a velocidade, podemos afirmar que a velocidade é dada pela variação de

S em relação a t.

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Conforme abordado na vídeoaula, essa inclinação pode ser determinada pelo limite da função,

uma vez que nem sempre essa velocidade será dada por uma reta, como no gráfico da Figura 8

podendo ser variada e tendo que ser calculada pela tangente da curva no ponto desejado.

ƒ'(x) = lim ƒ(x + Δx) -ƒ(x)


Δx → 0
Δx

Assim então temos a derivada da função, dada por ƒ'(x) , calculada pela definição.

3.2 DERIVADAS DIRETAS:


Após você ter assistido a vídeo aula, creio que tenha ficado claro que o cálculo da derivada pela

definição te auxiliou no entendimento teórico de derivada, mas que a determinação da derivada


em si pode ser feita de forma muito mais prática, conforme veremos abaixo.

Me permita dividir a determinação da derivada em alguns tópicos para facilitar sua compreensão.

FUNÇÕES CONSTANTES:

A derivada de uma constante sempre será igual a zero. Basta pensarmos que graficamente, uma

função constante é paralela ao eixo x. É como, se por exemplo, fôssemos calcular a velocidade de

um carro que não possui variação de espaço em relação ao tempo. Sua velocidade então seria

igual a 0, ou seja, o mesmo estaria em repouso como pode ser visto na Figura 9 a seguir:

32
UNIDADE 3 : DERIVADAS

S (m)
40

30

20

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10

1 2 3 t (s)

FIGURA 9: Espaço constante em relação ao tempo.

FONTE: Próprio autor

Conforme percebemos na Figura 9, o espaço não muda em relação ao tempo, permanecendo

constante, ou seja, igual a 10m. Então a variação do espaço nesse período de tempo é igual a zero.

Portanto, a inclinação e, consequentemente, a derivada será igual a zero também.

Assim, temos que:

y = 20 → y' = 0
y = 5 → y' = 0
y = -3 → y' = 0

Generalizando:

y = k → y' = 0, sendo k uma constante qualquer.

33
UNIDADE 3 : DERIVADAS

FUNÇÕES DE 1º GRAU:

Uma função de 1º grau será graficamente representado por uma reta, ou seja, por uma função

constante. Assim, sua inclinação será constante, como visto na Figura 10, que tomo a liberdade de

repetir abaixo para auxiliar seu entendimento:

S (m)
40

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30

20

10

1 2 3 t (s)

FIGURA 10: Variação do espaço em relação ao tempo.

FONTE: Próprio autor

Nessa figura, pode ser percebido que o espaço varia 10m a cada 1s, ou seja, possui variação de

10m/s. Se formos escrever na forma de uma função, seria:

S = 10t ou, utilizando as variáveis x e y:


y = 10x

Portanto, intuitivamente percebemos que a derivada é igual a 10, ou seja, o termo que acompa-

nha x.

34
UNIDADE 3 : DERIVADAS

A NÍVEL DE CURIOSIDADE, se você se lembrar de uma função de 1º grau escrita do tipo :

y = ax + b,

recordará que o termo a é o coeficiente angular (inclinação da reta) e o termo b é o coeficiente

linear (deslocamento vertical em relação ao eixo x). Ou seja, o termo a que acompanha x é justa-

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mente o termo responsável pela inclinação, sendo então igual a derivada da função.

Então, temos as seguintes derivadas:

y = 10x → y' = 10
y = 4x → y' = 4
y = -3x → y' = -3

Generalizando:

y = kx → y' = k, sendo k uma constante qualquer.

FUNÇÕES DE GRAU ELEVADO:

Com funções de grau diferente de 1, podemos deduzir que a derivada terá seu grau reduzido em
uma unidade (ou seja, diminui o grau em 1) além do grau anterior passar a ser o índice da deriva-

da. Seguem exemplos para facilitar sua compreensão:

y = x³ → y' = 3x²
y = x5 → y' = 5x4
y = x10 → y' = 10x9

Ou seja, o expoente (grau da função) passa multiplicando o x, enquanto o expoente da derivada

é reduzido em 1. Percebemos no último exemplo que “x elevado a 10” terá sua derivada dada por

“10 (expoente da função) vezes x elevado a 9 (10 - 1)”.

Generalizando:

y = xa → y' = a ∙ xa-1 , sendo a o expoente de x

35
UNIDADE 3 : DERIVADAS

Caso tenhamos uma constante multiplicando o termo x, basta juntarmos as duas regras anterio-

res. Seguem abaixo exemplos para melhor entendimento:

y = 5x³ → y' = 5 ∙ 3x² = 15x²


y = 10x4 → y' = 10 ∙ 4x3 = 40x³
y = -2x7 → y' = -2 ∙ 7x6 = -14x6

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Generalizando:

y = k ∙ xa → y' = k ∙ a ∙ xa-1, sendo k uma constante qualquer e a o expoente de x

3.3 DERIVADAS POLINOMIAIS:


Para se determinar a derivada de um polinômio, basta fazer as derivadas separadamente e somá-

-las utilizando uma propriedade de derivadas que diz:

A DERIVADA DE UMA SOMA SERÁ DADA PELA SOMA DAS DERIVADAS

Ou seja, tendo um polinômio (soma de termos) basta fazer a derivada de cada termo separada-

mente e soma-los, conforme exemplos abaixo:

y = 5x³ + 4x² + 5x + 7 → y' = 15x² + 8x + 5 + 0

Perceba que foi feita cada derivada separadamente, conforme abaixo:

y = 5x³ → y' = 15x²


y = 4x² → y' = 8x
y = 5x → y' = 5
y = 7 → y' = 0

Nas duas primeiras foi utilizada a regra de graus elevados; na terceira foi utilizada a regra de fun-

ção de 1º grau e na última a regra de função constante. Portanto, como dito anteriormente, basta

calcular as derivadas separadamente e soma-las.

36
UNIDADE 3 : DERIVADAS

Segue abaixo outro exemplo para fixação:

y = 3x² - 5x + 4 → y' = 6x - 5 + 0

Algo que deixei para mencionar, propositalmente, apenas agora é que, como a derivada de uma

função varia em relação a uma variável, temos que defini-la. Para melhor clareza, no início dessa

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aula utilizei o exemplo da variação do espaço em relação ao tempo para determinação da veloci-

dade. Portanto, a derivada foi em relação a t. Nos casos acima, derivamos sempre y em relação a

x. Portanto, sempre em nossas respostas devemos mencionar isso, fazendo uso de um termo . Na

verdade esse termo significa muito mais que isso, tendo a ver com a função ser diferenciável, mas

por hora nos limitaremos a entender como “derivada da função em relação a x”.

Então, temos que:

y = 3x² → y' = 6x dx

3.4 REGRA DA CADEIA:


Para finalizar nossa unidade, um conceito importante é a regra da cadeia. Quando temos uma

função elevada a um expoente, por exemplo, utilizamos o mesmo conceito porém temos que

pensar também na derivada dessa função.

Novamente reforço que na vídeoaula expliquei esses conceitos detalhadamente, sendo então

fundamental que você a assista.

Suponhamos, por exemplo, a função:

y = (2x + 1)³

Utilizando a lógica trabalhada, temos sua derivada igual a:

y' = 3(2x + 1)²dx

Porém, não consideramos o termo 2x + 1 na determinação da derivada e esse é uma função que

37
UNIDADE 3 : DERIVADAS

possui inclinação, além do expoente. Assim, temos que considerá-lo e uma forma de resolver isso

é utilizando uma função indireta, conforme explicarei a seguir.

Para y = (2x + 1)³ vou considerar que u = 2x + 1

Assim, poderíamos escrever a função como:

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y = u³.

Se derivarmos essa função, temos que

y' = 3u²du.

Observe que o termo du indica que a função foi derivada em relação a u e não x . Da mesma for-

ma que a derivada de x³ é dada por 3x² temos então que a derivada de u³ é dada por 3u². Falta

agora determinarmos o termo du ou seja, a derivada da função u .Como u = 2x + 1 temos que

du = 2dx. Portanto substituindo du por 2x + 1, teríamos que y' = 3u²du ficaria da forma

y' = 3(2x + 1)² ∙ 2dx que pode ser reescrito como y' = 6 (2x + 1)² dx .

Para maior clareza, segue abaixo na forma organizada sem ser textual:

y = (2x + 1)³

Considerando u = 2x + 1 temos que du = 2dx

Portanto: y = (2x + 1)³ pode ser reescrito como y = u³

Derivando y = u³ temos que y' = 3u² du

Substituindo os termos u e du temos que: y' = 3(2x + 1)² ∙ 2dx = 6(2x + 1)²dx

Segue abaixo outro exemplo para melhor fixação:

y = (x² - 3)5

Considerando u = x² - 3 temos que du = 2xdx

Portanto: y = (x² - 3)5 pode ser reescrito como y = u5

38
UNIDADE 3 : DERIVADAS

Derivando y = u5 temos que y' = 5u4du

Substituindo os termos u e du temos que:

y' - 5(x² - 3)4 ∙ 2xdx = 10x(x² - 3)4 dx

De forma mais prática (e mais direta) podemos entender que a derivada pela regra da cadeia

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pode ser resolvida se lembrando do ou seja, dessa função que está entre parênteses, elevada a

um expoente, conforme abaixo:

y = (4x + 1)7 → y' = 7(4x + 1)6 ∙ 4 = 28(4x + 1)6dx

Observe o termo 4 destacado acima, que é exatamente o du que pôde ser multiplicado por 7,

resultando em 28.

Segue outros dois exemplos para maior fixação:

y = (3x + 5)5 → y' = 5(3x + 5)4 ∙ 3 = 15(3x + 5)4dx


y = (3x² + 1)6 → y' = 6(3x² - 1)5 ∙ 6x = 36x(3x² - 1)5dx

3.5 DERIVADAS DE OUTRAS FUNÇÕES:


Após entendimento da regra da cadeia, que apliquei em funções polinomiais, fica mais fácil a

compreensão da determinação de derivadas de outras funções. Para isso, aplicaremos uma “ta-

bela de derivadas”, conforme abaixo:

01_y = ua y' = a ∙ ua-1du


02_y = sen(u) y' = cos(u)du
03_y = cos (u) y' = -sen(u)du
04_y = tg (u) y' = sec²(u)du
05_y = cotg (u) y' = -cosec²(u) du
06_y = sec (u) y' = sec(u) tg(u)du
07_y = cosec (u) y' = -cosec²(u) cotg(u) du
08_y = au y' = au ∙ In(a) du
09_y = eu y' = eu du
10_y = In(u) y' = du
u 39
UNIDADE 3 : DERIVADAS

Para se determinar uma derivada, basta identificar qual regra utilizaremos, mediante consulta

dessa tabela, determinar e aplicar a regra da cadeia, conforme exemplos abaixo (utilizei os mes-

mos exemplos da vídeo aula para melhor compreensão):

Exemplo 1:

y = (4x + 1)3

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Como temos ua, utilizaremos a regra 1: y = ua → y' = a ∙ua-1 du

Portanto, temos que: y' = 3(4x + 1)² ∙ 4dx = 12(4x + 1)²dx

Exemplo 2:

y = sen(2x + π)

Como temos sen(u), utilizaremos a regra 2: y = sen(u) → y' = cos(u)du

Portanto, temos que: y' = cos(2x + π) ∙ 2dx = 2cos (2x + π)dx

Exemplo 3:

y = 34x+1

Como temos au , utilizaremos a regra 8: y = au → y' = au ∙ ln(a)du

Portanto, temos que: y' = 34x+1 ∙ In(3) ∙ 4 = 4 In( 3) 34x+1dx

Exemplo 4:

y = e4x+1

Como temos eu, utilizaremos a regra 9: y = eu → y' = eu du

Portanto, temos que: y' = e4x+1 ∙ 4 = 4e4x+1dx

40
UNIDADE 3 : DERIVADAS

RESUMO:
Como disse na introdução desta aula, vimos o conceito de derivadas inicialmente para melhor

entendimento para, posteriormente, determinarmos a derivada de uma função de forma direta.

Abaixo faço um resumo dos principais tópicos trabalhados:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
DERIVADAS PELA DEFINIÇÃO:

01_Derivadas calculadas pelo limite da curva, utilizando a tangente da função

DERIVADAS DIRETAS:

01_Derivada de uma função constante: y = k → y' = 0


02_Derivada de uma função de 1º grau: y = kx → y' = kdx
03_Derivada de uma função de grau elevado: y = xa → y' = a ∙ xa-1 dx
04_Derivada de um monômio: y = kxa→ y'= k ∙ a ∙ xa-1 dx

DERIVADAS DE POLINÔMIO:

01_A derivada da soma é igual a soma das derivadas, ou seja, basta somar os termos feitos sepa-
radamente;

Exemplo:

y = 4x³ - 5x² + 7x → y' = (12x² - 10x + 7)dx

REGRA DA CADEIA:

01_Verificar a regra a ser utilizada;


02_Determinar u e du;
03_Aplicar a derivada utilizando a regra correta.

41
UNIDADE 4
Outras Derivadas

4.1 Regra da Multiplicação 44


4.2 Regra da Divisão 45
4.3 Derivadas Sucessivas 46
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

OLÁ NOVAMENTE, CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos continuando os estudos a respeito de derivadas. Após termos compre-

endido a determinação de derivadas diretas, de funções polinomiais e a regra da cadeia, estare-

mos estudando outras derivadas:

01_Regra da multiplicação e divisão

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
02_Derivadas sucessivas

Em nossa vídeo aula, como temos trabalhado em nossas unidades anteriores, abordei os princi-

pais conceitos de cada tópico os explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de

assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

43
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

4.1 REGRA DA MULTIPLICAÇÃO:


A Regra da Multiplicação deve ser utilizada quando temos uma multiplicação de duas funções,

ou seja, não é necessária quando se tem a multiplicação de uma constante por uma função, po-

dendo nesse caso ser resolvido diretamente, como visto na unidade anterior.

Tendo uma multiplicação de duas funções (que chamaremos aqui de a e b) a derivada dessa mul-

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tiplicação seguirá a seguinte regra:

Se ƒ(x) = a ∙ b

então: ƒ'(x) = a' ∙ b + a ∙ b'

Ou seja, a derivada será dada pelo produto entre a derivada da primeira função (a’) pela segunda

função (b) acrescido da soma do produto da primeira função (a) pela derivada da segunda função

(b’).

Para melhor compreensão, segue um exemplo abaixo:

Exemplo 1:

ƒ(x) = x² ∙ sen(3x)

Considerando a = x² e b = sen(3x) temos que: a' = 2x e b' = 3 cos(3x), pela regra da cadeia.

Portanto, substituindo na fórmula da derivada da multiplicação (a'b + ab') temos que:

ƒ' (x)= 2x ∙ sen(3x)+ x² ∙ 3 cos(3x)

Que pode ser melhor escrita como:

ƒ' (x)=[ 2xsen(3x) + 3x² cos(3x) ]dx

44
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

4.2 REGRA DA DIVISÃO:


No caso de uma divisão de duas funções, a forma de derivar é bem parecida com a da regra da

multiplicação, porém com mudança na sua fórmula, conforme abaixo:

Se: ƒ(x) = a
b

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então: ƒ'(x) = a' ∙ b - a ∙ b'

Observe que nessa situação a ordem dos termos faz diferença, pois além do sinal negativo no

segundo termo do numerador, o denominador é elevado ao quadrado. Portanto, diferentemente

da regra da multiplicação que a ordem dos termos não altera a derivada, a ordem dos termos faz

diferença na Regra da Divisão.

Segue abaixo um exemplo para melhor entendimento:

ƒ(x) = e
2x
Exemplo 2:

Temos que: a = e2x e b = x³.

Portanto: a' = 2e2x (pela regra da cadeia) e b' = 3x²

Substituindo na fórmula, temos que:

ƒ' (x) = 2e2x ∙ x³ - e2x ∙ 3x² = 2x³e2x - 3x²e2x


(x³)² x6

que pode ser simplificada por x² resultando em:

ƒ' (x) = 2xe2x - 3e2x dx


x4

45
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

4.3 DERIVADAS SUCESSIVAS:


Concluindo essa unidade, outras derivadas importantes são as derivadas sucessivas, que nada

mais são que “derivadas das derivadas”. Ou seja, para se determinar a derivada de segunda or-

dem, por exemplo, basta efetuar uma derivada e depois efetuar novamente a derivada e assim

sucessivamente, quantas forem necessárias para se obter o grau de derivação necessário.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Para melhor compreensão, suponha que se queira a derivada de terceira ordem da função:

ƒ(x) = x4 por exemplo.

A primeira derivada será dada por:

ƒ'(x) = 4x3dx

A segunda derivada será dada pela derivada de ƒ' (x) , ou seja, pela derivada de 4x³ . Portanto,

seu valor será dado por:

ƒ''(x) = 12x²dx

Observe que foram usados duas apóstrofes, ou seja representando a derivada de segunda ordem.

Assim, podemos concluir que a derivada de 3ª ordem será dada por:

ƒ'''(x) = 24xdx

e assim sucessivamente quantas vezes for necessário derivar até chegar à ordem de derivação

desejada. Logo, a derivada de 4ª ordem será dada por:

ƒ''''(x) = 24dx

Outra forma de representar, principalmente para graus mais elevados, é colocar o grau de deri-

vação subscrito entre parênteses. Ou seja, ao invés de utilizarmos ƒ''(x) , por exemplo, poderíamos

utilizar ƒ(2) (x).

46
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

Então, para um segundo exemplo onde ƒ(x) = 2x5 teríamos:

ƒ' (x) ou ƒ(1) (x) = 10x4dx


ƒ'' (x) ou ƒ(2) (x) = 40x3dx
ƒ''' (x) ou ƒ(3) (x) = 120x2dx
ƒ'''' (x) ou ƒ(4) (x) = 240xdx

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
ƒ'''' (x) ou ƒ(5) (x) = 240dx
ƒ'''' (x) ou ƒ(6) (x) = 0dx

Em alguns casos, podemos ter derivadas de ordens mais elevadas que utilização Regra da Ca-

deia, Regra da Multiplicação ou Regra da Divisão. Segue abaixo um último exemplo para melhor

compreensão.

Exemplo 3: Sendo:

ƒ(x) = sen (x2 + π) determine a derivada de segunda ordem.

ƒ'(x) = cos(x2 + π) ∙ 2x que pode ser melhor reescrito como:

ƒ'(x) = 2xcos(x2 + π)

Observe que utilizamos a Regra da Cadeia para determinar a derivada de 1ª ordem.

ƒ''(x) = 2 ∙ cos(x2 + π) + 2x ∙ [-sen(x2 + π) ∙ 2x]

que pode ser melhor reescrito como:

ƒ''(x) = [2 cos(x2 + π) - 4x2 sen(x2 + π)]dx

Observe que utilizamos a Regra da Multiplicação, além da Regra da Cadeia, para a determinação

da derivada de 2ª ordem.

47
UNIDADE 4 : OUTRAS DERIVADAS

RESUMO:
Como disse na introdução desta aula, vimos o conceito de derivadas inicialmente para melhor

entendimento para, posteriormente, determinarmos a derivada de uma função de forma direta.

Abaixo faço um resumo dos principais tópicos trabalhados:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
DERIVADAS PELA DEFINIÇÃO:

01_Derivadas calculadas pelo limite da curva, utilizando a tangente da função

DERIVADAS DIRETAS:

01_Derivada de uma função constante: y = k → y' = 0


02_Derivada de uma função de 1º grau: y = kx → y' = k dx
03_Derivada de uma função de grau elevado: y = xa → y' = a ∙ xa-1 dx
04_Derivada de um monômio: y = kxa → y' = k ∙ a ∙ xa-1 dx

DERIVADAS DE POLINÔMIO:

01_A derivada da soma é igual a soma das derivadas, ou seja, basta somar os termos feitos sepa-
radamente;

Exemplo:

y = 4x3 - 5x2 + 7x → y' = (12x2 - 10x + 7)dx

REGRA DA CADEIA:

01_y = ua → y' = a ∙ ua-1 du;

Exemplo:

y = (3x-1)5 → y' = 5(3x - 1)4 ∙ 3 = 15(3x - 1)4 dx

48
UNIDADE 5
Aplicação de Derivadas

5.1 Teorema de L’ Hôpital 52


5.2 Máximos e Mínimos 55
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

OLÁ NOVAMENTE, CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos continuando os estudos a respeito de derivadas. Após termos compre-

endido a determinação de derivadas, iremos agora trabalhar na aplicação das mesmas, com foco em:

01_Teorema de L’Hôpital
02_Máximos e mínimos de funções

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Em nossa vídeo aula, como temos trabalhado em nossas unidades anteriores, abordei os princi-

pais conceitos de cada tópico os explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de

assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

50
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

5.1 TEOREMA DE L’ HÔPITAL:


A regra de L’Hôpital possui esse nome pois foi desenvolvido e publicado 2m 1712 por um mate-

mático francês, Guillaume François Antoine, o marquês de l’Hôpital. Essa regra pode ser utilizada

para determinar o limite da fração, que é igual ao limite da derivada do numerador dividida pela

derivada do denominador, supondo funções deriváveis no intervalo de interesse, conforme de-

monstrado abaixo:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
lim ƒ(x) = lim ƒ'(x)
x→a
g(x) x→a
g'(x)

Ou seja, para se determinar o limite da função, podemos efetuar a derivada do numerador e do

denominador separadamente (note que não é necessário efetuar a derivada da divisão, mas de

cada um dos termos separadamente) e determinar o limite do resultado obtido.

Para melhor compreensão, segue um exemplo abaixo:

Exemplo 1:

x→1(2x - 2 )
lim 6x - 6 = lim 6
x→1
2 ( ) =3

Observe que, conforme estudando anteriormente, não poderíamos substituir a variável x por 1,

pois resultaria numa indeterminação (zero dividido por zero). Pela condição de existência de um

limite, o denominador deve ser sempre diferente de zero. A resolução do limite (finito) deveria

ser resolvido pela fatoração dos termos e posterior substituição de , quando possível, conforme

abaixo:

x→1(2x - 2 )
lim 6x - 6 = lim 6 (x - 1) = lim 6 = 3
x→1
2 (x - 1) x→1 2

Ou seja, após a fatoração dos termos (separadamente) utilizando o conceito de fator comum,

pode-se simplificar o numerador e divisor por x - 1 resultando a divisão de 6 por 2 que é igual a 3.

51
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Observe que estou trabalhando um exemplo muito simples (sem muita dificuldade de resolução

pelo método tradicional, com a fatoração e posterior simplificação) mas que pelo Teorema de

L’Hôipital possui resolução muito mais simples, obtendo o mesmo resultado: 3.

Uma condição importante que deve ser sempre respeitada é que o Teorema de L’Hôpital so-

mente pode ser aplicado se tanto o numerador quanto o denominador forem iguais a zero após

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
substituição do valor que a variável está tendendo.

No exemplo 1, se substituirmos tanto o numerador quanto o denominador, antes de resolver o

limite, perceberemos que os dois termos seriam iguais a zero, conforme abaixo:

NUMERADOR: 6x - 6 com x substituído por 1 resulta em: 6 ∙ 1 - 6 = 0

DENOMINADOR: 2x - 2 com substituído por 1 resulta em: 2 ∙ 1 - 2 = 0

Essa é uma condição de utilização do teorema!

Para melhor compreensão, seguem dois exemplos abaixo:

Ex.2:

(
lim 8x - 8
x→2
2x - 4 )

Não pode ser utilizado o teorema, pois o numerador não seria igual a zero ao substituir a variável

x por 2:

8x - 8 = 8 ∙ 2 - 8 = 16 - 8 = 8 (≠0)

Portanto, não podemos utilizar o teorema, apesar do denominador resultar em zero ao substituir

o valor de x.

Apenas uma observação, esse limite não existe, conforme explicado na abordagem de limites

laterais, por haver uma descontinuidade na função para x = 2.

52
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Exemplo 3:

(
lim 9 - 3x
x→3
2x - 6 )
Primeiramente, verificando se podemos utilizar o Teorema de L’Hôpital:

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NUMERADOR: 9 - 3x com x substituído por 3 resulta em: 9 - 3 ∙ 3 = 0

DENOMINADOR: 2x - 6 com x substituído por 3 resulta em: 2 ∙ 3 - 6 = 0

Como ambos resultaram em zero, podemos utilizar o Teorema, derivando separadamente o nu-

merador e denominador:

x→3(2x - 6 )
lim 9 - 3x = lim -3
x→3
2 ( ) = - 32
Entendido o teorema, podemos aplicá-lo em qualquer situação que a condição é verificada (nu-

merador e denominador iguais a zero), conforme mais dois exemplos a seguir:

Exemplo 4:

(
lim 2x² - 4x
x → 2 x² + x - 6 )
Verificando:

NUMERADOR: 2x2 - 4x : 2 ∙ 22 - 4 ∙ 2 = 2 ∙ 4 - 8 = 8 - 8 = 0
DENOMINADOR: 2x - 2 : 22 + 2 - 6 = 4 - 4 = 0

Após verificado basta derivar os termos separadamente (nesse caso, derivadas diretas de polinômios):

( )
lim 2x² - 4x = lim 4x - 4
x→2
x² + x - 6 x→2
2x + 1 ( ) = ( 24 ∙∙ 22 +- 41 ) = 4
5

53
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Como “sobrou” x após derivarmos, resolvemos o limite simplesmente substituindo o valor de x

por 2, uma vez que o denominador não mais resultaria em zero com a substituição de x.

Exemplo 5:

lim sen x = lim cos x = 1 = 1


x→0
x x→0
x 1

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No primeiro limite não podíamos substituir x por 0, pois o denominador resultaria em 0. Verifi-

cando se podemos utilizar o teorema, tanto o numerador quanto o denominador seriam iguais a

zero, uma vez que: sen (0) = 0 .

Portanto, bastou derivar separadamente o numerador e o denominador, para depois efetuar a

substituição da variável x, determinando o valor buscado.

Mais uma vez reforço que derivamos separadamente os dois termos (numerador e denominador)

não precisando resolver a derivada pela regra da divisão.

5.2 MÁXIMOS E MÍNIMOS:


Outra importante aplicação de derivadas (talvez a principal delas) é a determinação de máximos

ou mínimos de funções, ou seja, na otimização de uma função. Esse conceito pode ser utilizado,

por exemplo, para se determinar o lucro máximo possível de um negócio, o mínimo de esforço

de uma estrutura de concreto, o gasto mínimo com materiais em uma determinada demanda e

assim por diante.

Todo o conceito se baseia numa premissa simples que é derivar a função e igualar a zero! Não

deixe de assistir a vídeo aula, pois na mesma expliquei a partir de um exemplo para facilitar sua

compreensão.

Ou seja, o ponto máximo ou mínimo de uma função será dado pelo valor da variável que “zera” a

derivada da função.

Iniciaremos com um exemplo simples. Suponha que você quer descobrir dois números com

54
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

soma igual a 10 que possua o produto máximo possível.

Se fizéssemos por tentativa (pensando apenas em números inteiros, poderíamos montar a se-

guinte tabela:

HIPÓTESE 1º NÚMERO 2º NÚMERO PRODUTO ENTRE OS NÚMEROS

A 0 10 0

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B 1 9 9

C 2 8 16

D 3 7 21

E 4 6 24

F 5 5 25

G 6 4 24

H 7 3 21

I 8 2 16

J 9 1 9

K 10 0 0

Facilmente identificamos que o produto máximo é igual a 25. Além disso, podemos perceber que

o produto “vai aumentando” até 25 e depois “vai diminuindo” até 0 novamente. Se fizéssemos um

gráfico do resultado encontrado (produto) em função do primeiro número, encontraríamos uma

parábola, conforme abaixo:

25
24

21

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FONTE: Próprio autor

55
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

Mesmo se tentássemos números próximos de 5, como por exemplo 4,9 e 5,1 o produto encontra-

do seria menor que 25, pois: 4,9 • 5,1 = 24,99 . No gráfico acima, percebemos de forma mais clara

que o ponto máximo é o vértice da parábola, ou seja, o valor 25.

De forma análoga podemos aplicar em problemas, devendo sempre colocarmos a função com

apenas uma variável, derivarmos e igualarmos a zero, como melhor explicado na vídeo aula.

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Como disse na introdução desta aula, o objetivo é aplicar as derivadas aprendidas até o momento.

56
UNIDADE 5 : APLICAÇÃO DE DERIVADAS

RESUMO:
TEOREMA DE L’HÔPITAL:

01_Utilizados para se determinar limites de funções


02_Somente pode ser utilizado se, ao substituir a variável, encontrarmos 0 tanto no numerador
quanto denominador

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
03_Derivamos numerador e denominador separadamente
04_Resolvemos o limite

MÁXIMOS E MÍNIMOS:

01_Montamos o problema em função de apenas uma variável


02_Derivamos e igualamos a zero

57
UNIDADE 6
Integrais e Diretas

6.1 Aspectos Teóricos e Usabilidade 60

6.2 Integrais de Funções Polinomiais 61

6.3 Integrais de Funções Polinomiais 63


UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos introduzindo os conceitos do nosso último bloco de conteúdo, as inte-

grais. Após termos compreendido os conceitos e aplicações de limites, continuidade e derivadas,

finalmente concluiremos nosso conteúdo de Cálculo I com o estudo de integrais. Nessa unidade

veremos os seguintes tópicos:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
01_Aspectos teóricos e usabilidade de integrais
02_Integrais de funções polinomiais
03_Regra da Cadeia nas Integrais
04_Integrais de outras funções

Em nossa vídeoaula, como temos trabalhado em nossas unidades anteriores, abordei os princi-

pais conceitos de cada tópico os explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de

assisti-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

59
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

6.1 ASPECTOS TEÓRICOS E USABILIDADE:


As integrais são indispensáveis em muitas áreas do conhecimento pois elas permitem determi-

nar valores exatos, de uma forma razoavelmente simples, de “somatórios” de algumas funções

que não podem ser obtidas de outra forma mais simples, ou que serão determinadas por valores

aproximados (objeto de estudo de uma disciplina chamada Cálculo Numérico).

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Para melhor compreensão, suponha que se queira determinar o somatório de todas as forças

exercidas sobre uma viga por exemplo (de forma mais popular, suponha que você está em uma

sala no 5º andar de um prédio, olha para o chão e pensa como é possível calcular toda a força

exercida sobre esse piso, considerando pessoas, móveis, objetos e outros fatores que influenciam

desde a objetos pequenos a grandes e pesados móveis).

Imagina então você sobre esse piso e precisamos calcular a força que você exerce sobre ele (sua

massa x gravidade) mas precisamos somar de todos os itens. O problema é que você pode des-

locar um metro, ou um centímetro, ou um milímetro para o lado e podemos ter tantos itens ou

tantas forças que tenderiam ao infinito (conceito abordado na aula de limites).

Então, ao invés de calcular um somatório de um milhão de itens, por exemplo, fazemos esse so-

matório usando uma função que passa por todos os pontos possíveis, e para fins de cálculo só

preciso saber o ponto de início e de término, além da função.

Se ainda ficou muito vago, convido você a assistir (mesmo que novamente) a vídeo aula pois falo

do Teorema de Castigliano, representado na figura abaixo:

TEOREMA DE CASTIGLIANO

N1 N9
N2 N8
N3 N7
N4 N5 N6

∑N = N1 + N2 + N3 + N4 + N5 + N6 + N7 + N8 + N9
FONTE: Próprio autor.

60
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

6.2 INTEGRAIS DE FUNÇÕES POLINOMIAIS:


Como explicado na vídeoaula, a integral pode ser chamada de antiderivada, por ser justamente

o inverso da derivada. Ou seja, se a derivada de ∫(x) for dada por g (x) dx então a integral de será

igual a ∫(x). Me perdoem o termo popular, mas como se a integral fosse “de trás pra frente”.

Voltando então na integral de x, temos que pensar qual função que a derivada seria igual a x.

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Como sabemos que a derivada de x2 = 2xdx para termos xdx teríamos então que dividir por 2.

Logo, seria x² demonstrado a seguir:


2

∫xdx = x²
2

Porém, um detalhe importante é que, como a derivada de qualquer constante é igual a zero, terí-

amos que a derivada de qualquer função x² adicionada a uma constante qualquer resultaria em
2
xdx. Como a integral é o inverso, teríamos que generalizar.

Para melhor compreensão, o que estou tentando dizer é que:

01_Derivada de x² = xdx
2
02_Derivada de x² + 5 = xdx
2
03_Derivada de x² - 7 = xdx
2
04_Derivada de x² + 1.000.000π = xdx
2

Ou seja, a derivada de qualquer função com x² adicionada a uma constante qualquer resulta em
2
xdx. Logo, podemos generalizar que a derivada de x² + c = xdx sendo uma constante qualquer.
2
Portanto, temos que:

∫ xdx = x² + c
2
sendo c uma constante qualquer.

Baseando nesse mesmo raciocínio, podemos generalizar que:

61
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

01_ ∫ xdx = x² + c
2
02_ ∫ x²dx = x³ + c
3
03_ ∫ x³dx = x4 + c
4
04_ ...
05_ ∫ xadx = x + c , sendo a o expoente de x
a+1

a+1

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Da mesma forma que a derivada da soma é igual a soma das derivadas (ou seja, num polinômio

resolvemos cada uma separadamente) podemos fazer com as integrais mantendo o princípio

que uma constante multiplicando a função é simplesmente repetida. Segue exemplo abaixo para

melhor compreensão:

∫(5x3 + 4x2 - 9x + 6) dx = 5x + 4x + 9x + 6x + c
4 3 2

4 3 2

Ou seja, resolvemos separadamente cada integral para obtermos o resultado do polinômio.

6.3 INTEGRAIS DE FUNÇÕES POLINOMIAIS:


Também, semelhante ao processo da Regra da Cadeia em derivadas, utilizamos o mesmo con-

ceito em integrais. Nesse momento, sugiro novamente rever a vídeo aula para melhor entendi-

mento.

Considere a integral função x + 1:

∫(x+ 1) dx = x + x + c
2

Fizemos da mesma forma que explicado anteriormente, termo a termo.

Porém se tivéssemos (x + 1)³ não poderíamos fazer a integral da soma, a menos que primeiro re-

solvêssemos o parênteses, pela regra do trinômio obtendo: x³ + 3x² + 3x + 1 para depois integrar

62
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

cada um separadamente. Se já ficou trabalhoso com a função elevada ao cubo, imagina elevado

a 10!? Por isso usamos a regra pra função elevada ao expoente:

∫ (x + 1)³ dx = (x + 1) + c
4

Ou seja, fizemos a mesma regra porém com (x + 1) ao invés de x aumentando o expoente em uma

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unidade e repetindo esse valor no denominador, semelhante a regra demonstrada no tópico an-

terior, onde:

∫ xadx = xa+1 + c
a+1
Se derivarmos o resultado voltamos na função. Porém se eu tivesse a função conforme abaixo,

não conseguiríamos derivar o resultado obtido dessa forma à função conforme abaixo:

∫ (2x + 1)³ dx = (2x + 1)4+ c


4
Pois derivando (2x + 1) + c obteríamos:
4

4(2x + 1)3 ∙ 2 + 0 = 2(2x + 1)3 dx


4
Destaquei esse 2 em vermelho, pra lembrar da Regra da Cadeia em derivada onde a derivada de

ua = a ∙ ua-1 du. Logo, temos que pensar na derivada de u e como a integral é o inverso, ao invés de

multiplicar dividimos pelo du.

Porém, para melhor solução em integrais de outras funções, faremos um pouco diferente como

se “garantíssemos” o du para integrar, conforme abaixo:

∫(2x+1)3 dx = ∫(2x + 1)3 dx ∙ du = ∫(2x+1)3 dx ∙ 2 = 1 ∫(2x+1)3 dx ∙ 2 = ...


du 2 2

2
Ou seja, como temos que ter 2dx pra “garantir” o du, multipliquei a função por
que não altera
2
em nada o resultado. Mesmo critério que seria você sair acompanhado de uma pessoa e a conta

der $20 para cada e você fazer o cálculo: “vinte vezes dois é igual a $40 a conta total, que divido

63
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

por 2 é igual a $20 para cada”. Óbvio!!! Depois de pensar o que fez, multiplicar pra 2 e dividir o re-

sultado por 2 SEMPRE voltará ao mesmo valor.

Então voltando na integral, garanti o du para integrar (2dx). Como o 2 no denominador não é ne-

cessário, o passei para fora da integral multiplicando (por ser constante) na forma de 1 . O que
2
sobrou foi a integral de (2x + 1)3 2dx que é exatamente uadu já que o 2dx é o du. Portanto esse 2 de

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2dx não “aparecerá” na resposta uma vez que ele é apenas a “garantia” da integração, sendo o du.
2
2
Continuando a resolver temos que:

1 ∫(2x+1)3 2dx = 1 ∙ (2x + 1) + c = (2x + 1) + c


4 4

2 2 4 8

Observe que o 2dx destacado em vermelho não “aparece” na resposta por ser justamente o du.

Assim, se derivarmos o resultado encontrado voltamos na função integrada, conforme abaixo:

Derivada de:
(2x + 1)4 + c = 4(2x + 1)3 ∙ 2 + 0 = 8(2x + 1)3 = (2x + 1)3 dx
8 8 8
Percebam que o 2, novamente destacado em vermelho, foi fundamental para se encontrar a fun-

ção correta, ao derivar.

Assim, podemos resolver qualquer integral polinomial pela Regra da Cadeia, conforme outro

exemplo abaixo:

∫ (2x2 - 1)5 xdx = ∫(2x2 - 1)5 xdx 4 = 1 ∫(2x2 - 1)5 xdx ∙ 4 = 1 ∙ (2x² - 1) =(2x² - 1) + c
6 6

4 4 4 6 24

Como: u = 2x2 - 1 temos que: du = 4xdx . Como já tínhamos xdx faltava apenas multiplicar por 4,

para “garantir” o du. Por isso a função foi multiplicada por 4 .


4

Logo, sempre ao integrar uma função polinomial, deve-se verificar a função u e determinar sua

derivada (du) antes de efetuar em si a integração.

64
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

6.4 INTEGRAIS DE OUTRAS FUNÇÕES:


De forma semelhante, utilizaremos a regra da cadeia para efetuarmos a integral de outras funções,

conforme exemplo abaixo:

∫sen(2x+π)dx = ∫sen(2x + π)dx • 2 = 1∫ sen(2x + π) dx • 2 = cos(2x+π)+ c


2 2 2

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Como a derivada de cos(u) = -sen(u)du então a integral de sen(u)du = - cos (u)

1º PASSO: definimos a função a ser integrada como sen(u)

2º PASSO: determinamos du a partir de u: derivada de 2x + π = 2dx

3º PASSO: garantimos o du como 2dx

4º PASSO: integramos pela Regra da Cadeia sabendo que ∫ sen(u)du = - cos(u) + c

Para integrarmos então, devemos possuir (de forma semelhante às derivadas) uma tabela de inte-

grais, que destaco as principais abaixo (inverso da tabela de derivadas):

01_ ∫ uadu = ua+1 + c


a+1
02_ ∫ sen(u)du = - cos(u) + c
03_ ∫ cos (u)du = sen(u) + c
04_ ∫ sec2(u)du = tg(u) + c
05_ ∫ cosec2 (u)du = - cotg(u) + c
06_ ∫ sec(u) tg(u)du = sec(u) + c
07_ ∫ cosec(u) cotg(u)du = - cosec(u) + c
08_ ∫ au ln(a)du = au + c
09_ ∫ eudu = eu+c
10_ ∫ du = ln(u) + c
u

65
UNIDADE 6 : INTEGRAIS E DIRETAS

RESUMO:

Como disse na introdução desta aula, o objetivo é entender o conceito de integrais e saber deter-

miná-las em funções polinomiais e pela Regra da Cadeia

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
INTEGRAIS:

01_São também chamadas de antiderivadas


02_Representa um somatório finito ou infinito de uma determinada função

REGRA DA CADEIA:

1º: Determina a função para identificar

2º: Deriva para determinar

3º: Garante o na integral

4º: Utiliza a tabela de integral para determinar o resultado sempre acrescentando o termo: + c por

representar uma constante qualquer

66
UNIDADE 7
Integrais por Partes e
Integrais Definidas

7.1 Integração por Partes 69


7.2 Integrais Definidas 71
UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

OLÁ NOVAMENTE, CARA ALUNA E CARO ALUNO.

Nessa unidade estaremos concluindo nosso curso de Cálculo I com as integrais por partes e defi-

nidas. Logo, veremos os seguintes tópicos:

01_Integração por partes


02_Integrais definidas

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
Em nossa vídeo aula, como temos trabalhado em nossas unidades anteriores, abordei os princi-

pais conceitos de cada tópico os explicando a partir de exemplos práticos. Portanto, não deixe de

assistí-la!

Para esclarecimento de outras dúvidas não deixe de acessar o material de apoio sugerido. Conte

também sempre com o apoio da tutoria, disponível para auxiliar em seus estudos.

BONS ESTUDOS!

68
UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

7.1 INTEGRAÇÃO POR PARTES:


Partindo da premissa que as integrais são dadas pelo inverso das derivadas, utilizaremos esse

mesmo conceito para fazer integração por partes (ou seja, multiplicação de duas funções).

Lembrando que ao estudarmos as derivadas, vimos a Regra da Multiplicação que diz que a deri-

vada de a • b = a' • b + a • b' . Portanto, fazendo “de trás pra frente” teríamos que a integral de:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
a' • b + a • b' = a • b.

Porém, considerando ainda que temos que ter du na função e rearranjando a mesma, escrevere-

mos da seguinte forma (mencionado na vídeo aula) e podendo ser melhor compreendido, caso

você deseja ver a dedução minuciosa da fórmula, através do material complementar recomen-

dado:

∫ a • b' = a • b - ∫ b • a'

Mas aqui substituiremos por pelas funções u e v e suas respectivas derivadas du e dv para maior

facilidade de resolução, como é padronizado em praticamente toda a bibliografia disponível:

∫ u • dv = u • v - ∫ v • du

Sendo u e v funções quaisquer, ou seja:

u = ƒ(x) e v = ƒ(x)

O objetivo dessa integração é reduzir uma função a uma constante para ser possível resolver pela

integral simples e direta.

Como sua resolução é “morosa”, colocarei aqui a resolução do mesmo exemplo da vídeo aula para

você acompanhar a assistindo, para melhor compreensão:

Exemplo:

∫(x - 3)4 xdx

Consideramos: u = x e dv = (x - 3)4 dx

69
UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

Ou seja, escolhemos como u a função que mais rapidamente (ou de forma mais simples) ao

derivar se tornará uma constante (permitindo integração direta) e o que “sobra” chamamos de

incluindo o termo

Logo, temos:

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
u=x
dv = (x - 3)4 dx

Falta agora termos du e v que serão dados respectivamente pela derivada de u e pela integral de

dv (pois como temos dv, para determinarmos v precisamos fazer o inverso da derivada, ou seja,

integrarmos).

Então temos:

u = x → du = dx (pois derivada de x = 1, não sendo necessário escrever 1 dx )

Observe que para determinar o v foi simples, pois não foi necessário usar Regra da Cadeia, mas

sempre deve ser feita a integral como explicada na aula anterior, observando a função, du, regra

da cadeia etc. Não vou adicionar agora o termo deixando o mesmo para o final. Por isso não co-

loquei dv = (x - 3) + c
5

Substituindo então em u • v - ∫ v • du temos:

x • (x - 3) - ∫ (x - 3)5 • dx
5

5 5
Note que agora temos uma multiplicação (primeiro termo) e uma integral sem multiplicação de

duas funções, sendo possível resolver de forma direta (destacado em vermelho).

Justamente esse é objetivo de se resolver “por partes”, ou seja, uma “parte de cada vez”. Repetin-

do o primeiro termo e resolvendo a integral temos:

x(x - 3)5 - 1 ∫ (x - 3)5 • dx = x(x - 3)5- 1 • (x - 3)6 = (x - 3)5- (x - 3)6 + c


5 5 5 5 6 5 6

70
UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

Como disse, essa explicação foi feita de forma bem detalhada na vídeoaula, sendo possível então

sua compreensão. Assim, sugiro assistir essa vídeoaula quantas vezes for necessário uma vez que

a integração por partes não é difícil, mas talvez “assuste” no início por sua aparente complexidade.

Enfim, a integração por partes segue os seguintes passos:

01_Determinar u e dv sendo a função “mais simples” de se derivar tornando-se uma constante

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02_Determina-se du e v a partir dos termos anteriores (derivando u e integrando dv respectivamente)
03_Substitui os termos encontrados na fórmula de integração por partes
04_Integra novamente a integral obtida quantas vezes for necessário até se obter o resultado
esperado

Me permitam, antes de passar para o próximo tópico, esclarecer que nem sempre uma multipli-

cação de duas funções deverá ser resolvida por partes. Na aula anterior, antes de falar de integra-

ção por partes, resolvemos o seguinte exemplo:

∫(2x2 - 1)5 xdx = ∫ (2x2 - 1)5 xdx • 4 = 1 ∫ (2x2 - 1)5 xdx • 4 = 1 • (2x² - 1)6 = (2x² - 1)6 + c
4 4 4 6 24

Apesar de ter uma multiplicação de duas funções, observe que a função xdx era necessária para

ser a derivada da função (2x² - 1)5. Portanto, utilizamos xdx para garantir o du.

Porém se a integral fosse: ∫ (2x - 1)5 xdx ao considerar u = 2x - 1 na tentativa de se resolver direta-

mente, o du = 2dx “sobrando” então esse termo x fora dos parênteses. Justamente por isso, con-

firma uma multiplicação de duas funções caracterizando a necessidade de integração por partes.

Reforço então que um simples 2x e 2x² mudou totalmente a forma de se resolver.

7.2 INTEGRAIS DEFINIDAS:


No início do estudo de integrais, comentamos que ela pode ser utilizada para se determinar um

somatório e esse, normalmente, é finito. Nossas integrais até o momento geram um resultado

indeterminado por conta do + c .

71
UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

É como se pensássemos em uma função para calcular o peso sobre a viga (mencionado anterior-

mente) mas essa viga não possuísse nem início nem fim. Ou seja, seria uma viga infinita.

Logo, sem perceber (imagino que você não se atentou para isso) até agora somente estudamos

integrais indefinidas. E o conceito de integrais definidas é bem simples, pois basta definirmos os

Material para uso exclusivo dos alunos da Rede de Ensino Doctum. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da lei.
limites de integração, ou seja, como se eu quisesse calcular os esforços sobre a viga do ponto 0 a

5, considerando marco 0 e uma viga de 5m.

Para isso, definimos esse limite inferior e superior e o único conceito que muda é adicionarmos

esse limite substituindo os valores de x no final da integral. Nesse caso não utilizamos o pois a

integral se torna definida.

Para melhor compreensão segue um exemplo:

4 4
∫ (x - 1)3 dx =(x - 1)4 = (4 - 1)4- (2 - 1)4 = 34 + 14 = 81 - 1 = 80 = 20
2 4 2 4 4 4 4 4 4 4

Como explicado também na vídeo aula, resolvemos a integral da mesma forma, mas no final inse-

rimos o limite inferior e superior, substituindo x pelo limite superior e x pelo limite inferior, sendo
o resultado esperado a diferença entre esses dois limites, como destacado em vermelho acima.

Portanto, mesmo que se tenha integrais diretas, regra da cadeia, por partes etc, resolve-se da

mesma forma mas no resultado final deve ser determinada a diferença entre os limites superio-

res e inferiores, pela substituição dos valores em x.

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UNIDADE 7 : INTEGRAIS POR PARTES E INTEGRAIS DEFINIDAS

RESUMO:
Nessa unidade vimos integração por partes e integrais definidas. Resumindo, temos que as inte-

grais por partes seguem os passos abaixo, como já mencionado:

01_Determinar u e dv sendo a função “mais simples” de se derivar tornando-se uma constante


02_Determina-se du e dv a partir dos termos anteriores (derivando u e integrando dv respectiva-

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mente).

03_Substitui os termos encontrados na fórmula de integração por partes


04_Integra novamente a integral obtida quantas vezes for necessário até se obter o resultado
esperado

E para as integrais definidas:

1º: Resolve-se normalmente como se fossem integrais indefinidas

2º: Substitui os valores de x pelos limites superior e inferior, subtraindo os termos

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