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2014

CÁLCULO I

ÁUREO MARTINS,
JANOR BASTOS E
LEOMIR JOEL SCHWEIG
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – FUNÇÕES 3

CAPÍTULO 2 – O LIMITE 34

CAPÍTULO 3 – LIMITES: PROPRIEDADES E CÁLCULO DE LIMITES 49

CAPÍTULO 4 – CONTINUIDADE DE FUNÇÃO,

LIMITES INFINITOS E ASSÍNTOTAS 59

CAPÍTULO 5 – A DERIVADA 73

CAPÍTULO 6 – REGRAS DE DERIVAÇÃO 92

CAPÍTULO 7 – REGRA DA CADEIA 106

CAPÍTULO 8 – PONTOS DE MÁXIMO E DE MÍNIMO 114

CAPÍTULO 9 – APLICAÇÕES DE DERIVADAS:

PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 127

CAPÍTULO 10 – FORMAS INDETERMINADAS E

REGRA DE L`HÔPITAL 147

BIBLIOGRAFIA 152

2
Capítulo 1: FUNÇÕES

1
Janor Araujo Bastos

Introdução

Neste capítulo faremos uma revisão sobre funções abordando o conceito, o domínio, a
imagem e o gráfico das funções constante, linear, quadrática, trigonométricas e as funções
definidas por várias sentenças.
Normalmente as grandezas físicas estão relacionadas entre si segundo um critério. Este
fato constitui uma relação de dependência entre duas ou mais grandezas. Por exemplo, se uma
máquina que produz 90 copos plásticos por minuto, em dois minutos terá produzido 180
copos, em três minutos produzirá 270. Neste contexto pode-se perceber que a quantidade de
copos, depende do tempo que a máquina ficar ligada. O salário de uma pessoa que é
remunerada por um porcentual de 5% de suas vendas, depende do valor final das vendas.
Vários tipos de relação recebem o nome de função. Pode-se concluir que uma função é o
critério com o qual duas grandezas se relacionam.

Podemos modelar os exemplos dados acima, representando no primeiro, a quantidade


de copos por Q e t o tempo em minutos e no segundo, o salário por S e as vendas por v.

Q = 90.t a quantidade de copos em função do tempo.

S = 0,05.v o salário em função das vendas.

Normalmente costuma-se generalizar representando as grandezas pelas últimas letras


do alfabeto, x, y, z, w e chamá-las de variáveis Assim as funções acima ficariam:

y = 90x onde x representa o tempo e y a quantidade.

y = 0,05x onde x representa as vendas e y o salário

Neste capítulo abordaremos alguns tipos mais importantes de funções, com mais
detalhe dada a sua importância.

1
Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.
3
1.1 – Função constante

A função definida pela equação f(x) = k e é chamada função constante. Esta função é
utilizada para escrever situações que nunca mudam. Seu gráfico é uma reta paralela ao eixo x
e intercepta o eixo y em y = k.

Outros exemplos de funções constantes com seus respectivos gráficos:

a) f(x) = 4 b) f(x) = - 2 c) f(x) = 1,5

1.2 – Função do primeiro grau ou função linear

Função do primeiro grau ou função linear é a função definida por:

f(x) = mx + k

onde m é chamado coeficiente angular que é responsável pela inclinação da reta, é a tangente
do ângulo que a reta forma com o eixo das abscissas (eixo x) e k é chamado coeficiente linear
que indica onde gráfico intercepta o eixo das ordenadas (eixo y).

O gráfico da função do primeiro grau é sempre uma reta.

4
Uma função é dita crescente quando aumentando o valor da variável independente o
valor da variável dependente também aumenta ou quando uma diminui a outra também
diminui.

Uma função é decrescente quando aumentando o valor da variável independente, o


valor da variável dependente diminui ou quando uma diminui a outra aumenta.

Exemplos de funções do primeiro grau com seus respectivos gráficos.

a) f(x) = x b) f(x) = x + 2 c) f(x) = x – 3

d) f(x) = - x e) f(x) = -x + 2 f) f(x) = - x – 3


y



x

       




g) = 2x+1 h) f(x) =3x+1 i) f(x) =- 2x+1

Observe que nos exemplos (a) e (d) os gráficos interceptam o eixo das ordenadas na
origem do sistema porque as equações tem k = 0. Nos exemplos (b) e (e) os gráficos
interceptam o eixo das ordenadas em y = 2 porque as equações tem k = 2. Nos exemplos (c) e
(f) gráficos interceptam o eixo das ordenadas em y = -3 porque as equações tem k =-3. Nos
exemplos (g), (h) e (i) gráficos interceptam o eixo das ordenadas em y = 1 porque as
equações tem k =1. Isso ocorre porque se fizermos x = 0 encontramos y = k. Então, para

5
encontrar o ponto de intersecção do gráfico da função com o eixo das ordenadas basta atribuir
valor zero para x.

Nos exemplos (a), (b), (c), (g) e (h) as retas estão inclinadas para a direita. Isso ocorre porque
o valor de m nesses casos é um número maior que zero (m=1, m=2 e m=3). O fato de m ser
maior que zero, assegura que a função é crescente. Nos exemplos (d), (e), (f) e (i) as retas
estão inclinadas para a esquerda. Isso ocorre porque o valor de m nesses casos é um número
menor que zero (m= - 1 e m= - 2). O fato de m ser menor que zero, assegura que a função é
decrescente.

Pode-se concluir que quando se soma uma quantidade a uma função seu gráfico se
desloca para cima o numero de unidades somadas e se for subtraído o gráfico se desloca para
baixo.

A Raiz de uma função é valor de x para o qual a função é nula, é o ponto onde o
gráfico da função intercepta o eixo das abscissas. Para encontrá-lo, basta atribuir valor zero
para y. Neste ponto a função troca seu sinal, de positivo para negativo ou de negativo para
positivo.

Quando multiplicamos uma função por -1, o gráfico dessa função faz uma reflexão

com relação ao eixo x, tendo sua raiz como apoio, neste caso x   1 . Todos os valores da
2
função trocam de sinal, os que eram positivos ficam negativos e vice-versa. Observe os
gráficos abaixo e suas respectivas equações.

f(x) = 2x +1
- f(x) = - 2x -1

Sabendo-se que por dois pontos passa uma única reta, para traçar o gráfico de
uma função linear precisamos de apenas dois pontos.

1.3 – Exercício resolvido

Dada a função y = 2x – 6, determine:


a) O ponto onde o gráfico intercepta o eixo y;
b) A raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x);
c) O gráfico da função;
6
d) O sinal da função;
e) A função é crescente ou decrescente.

Solução: Nessa função termos m = 2 e k = - 6


a) O gráfico intercepta o eixo y quando x = 0, este ponto é y = - 6 que é valor de k.
b) A raiz da função é o valor de x para o qual a função é nula, ou seja, y = 0. Então
fazendo temos
2x  6  0
2x  6
x3
c) Pa ra traçar o gráfico, precisamos determinar dois pontos. Como sabemos que o
gráfico intercepta o eixo y em y = 6 e que a raiz da função é x = 3, já dispomos dos
dois pontos, as intersecções com os eixos coordenados. Poderíamos ter utilizado
outros pontos, por exemplo:
y = 2x + 6

para x = 2 y = 2× 2 - 6 = - 2 ponto (2, -2)

para x = 5 y = 2×5 -6 = 4 ponto (5, 4)

Observe a figura abaixo. Estes dois pontos (2, -2) e (5, 4) pertencem a mesma reta.

d) A função troca de sinal em x = 3, raiz da função.


Para x < 3 a função tem sinal negativo. Observe que neste intervalo o gráfico está
abaixo do eixo x.
Para x >3 a função tem sinal positivo. Observe que neste intervalo o gráfico está
acima do eixo x.
e) A função é crescente, porque seu coeficiente angular m, é maior que zero (m = 2).

1.4 – Exercícios propostos

1. Dada a função y = x, trace o seu gráfico e em seguida, utilizando a idéia de


translação e reflexão trace o gráfico das funções abaixo.

a) y = x + 3 b) y = x – 4 c) y = - x d) y = - x + 1 e) y = - x – 2
7
2. Dada a função y = 3x – 2, determine:

a) O ponto onde o gráfico intercepta o eixo y;


b) A raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x);
c) O gráfico da função;
d) O sinal da função;
e) A função é crescente ou decrescente.

3. Trace o gráfico das seguintes funções num mesmo sistema de eixos:


a) f(x) = 2x b) f(x) = 4x c) f(x) = 6x d) f(x) = - 6x e) f(x) = -3x f) f(x) = -2x

4. Dada a função f(x) = 2x +1, dê as equações das seguintes funções:


a) g(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o eixo y duas unidades
acima de f(x).
b) h(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o eixo y quatro
unidades abaixo de f(x).

1.5 – Respostas dos exercícios propostos

1) y = x
y


x

   




a) y = x + 3

y




x

    



b) y = x – 4

8
y


x

    





c) y = -x

y



x

       




d) y = - x + 1

y


x

     




e) y = - x – 2
y


x

     





9
2) y = 3x – 2
a) A intersecção com o eixo y é o ponto onde x = 0, ou o coeficiente linear b. Neste caso b = - 2.
b) A raiz da função é o valor de x para o qual a função é igual a zero.
3x  2  0
3x  2
2
x
3
c) Gráfico.
y


x

   






2
d) Para x < a função tem sinal negativo
3
2
Para x > a função tem sinal positivo
3
e) A função é crescente (a > 0).

3) Gráficos.
y


x

     








4) ..
a) f(x) =2x + 1
b) g(x) = 2x + 3
c) h(x) = 2x – 3

10
1.6 – Função do segundo grau ou função quadrática

Função do segundo grau ou função quadrática é toda função


definida por,
2
f(x) = ax + bx + c
com a ϵ R, b ϵ R, c ϵ R e a≠ 0.

O gráfico de uma função do segundo grau é sempre uma parábola cuja concavidade e
intersecção com o eixo x, dependem do sinal de “a”, (coeficiente de x2 ) e do valor de Δ = b2
– 4ac.

Se a for um número positivo ( a> 0), a parábola tem concavidade voltada para cima e
se a for um número negativo (a < 0) a parábola tem concavidade voltada para baixo.

Se Δ for maior que zero a parábola intercepta o eixo x em dois pontos, se Δ for igual a
zero a parábola terá apenas um ponto em comum com o eixo x e se Δ for menor que zero a
parábola não toca no eixo x.

Vale lembrar que os pontos de intersecção do gráfico com o eixo x são chamados de
raiz da função. Então se pode concluir que a função do segundo grau pode ter duas raízes
reais e distintas se Δ > 0, uma raiz real se Δ = 0 e não possui raiz real se Δ < 0. Observe o
quadro abaixo.

Δ=0 Δ<0
Δ>0

a>0 X1 X2 x

x1 x
x

x1
x x
a<0
X1 X2

Para encontrar as raízes de uma função do segundo grau pode-se usar a fórmula de
Báskara a seguir:

11
Para encontrar o vértice da parábola usa-se a seguinte fórmula:
b 
xV  , yV  
2a 4a

b 
V ( xV , yV ) ou V , 
 2a 4a 

Alguns exemplos de funções do segundo grau e seus respectivos gráficos são


apresentados abaixo:

a) f(x) = 2x2 +3x – 4 a=2 b=3 c=-4

b) f(x) =- x2 -3x +2 a=-1 b=3 c=2

c) f(x) = 3x2- 9x a=3 b=9 c=0

d) f(x) = x2- 4 a=1 b=0 c=-4

12
e) f(x) = x2 a=1 b=0 c=0

Os intervalos onde a função do segundo grau é crescente ou decrescente são limitados


pelo xv. Se a > 0, a parábola está voltada para cima. De -  até xv a função é decrescente e de
xv até +  a função é crescente. Se a < 0, de a parábola está voltada para baixo. De -  até xv
a função é crescente e de xv até +  a função é decrescente. Observe os gráficos abaixo.

Xv= 1

para x 1 f ( x) é decrescent e


xv para x 1  f ( x) é crescente

É importante notar que até o ponto x=xv o


gráfico está descendo e a partir desse ponto
o gráfico começa a subir.

xv Xv= 1

para x  1  f ( x) é crescente
para x  1  f ( x) é decrescent e

É importante notar que até o ponto


x=xv o gráfico está subindo e a partir
desse ponto o gráfico começa descer.
13
Os Intervalos onde a função troca de sinal são limitados pelas suas raízes.
Se a > 0 a parábola está coma concavidade voltada para cima.

Para x < x1  f(x) > 0 (a função tem sinal positivo).


Para x1 < x < x2  f(x) < 0 ( a função tem sinal negativo).
Para x > x2  f(x) > 0 (a função tem sinal positivo).
Se a < 0 a parábola está coma concavidade voltada para baixo:

Para x < x1  f(x) < 0 (a função tem sinal negativo).

Para x1 < x < x2  f(x) > 0 ( a função tem sinal positivo).

Para x > x2  f(x) < 0 (a função tem sinal negativo).

1.7 – Exercício resolvido

Dada função f(x) = x2 - 2x – 3, determine:

a) O ponto de intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas,


b) A concavidade,
c) Quantas raízes reais ela possui,
d) Se ele possui raízes reais, quais são,
e) As coordenadas do vértice,
f) O gráfico,
g) Os intervalos onde ela está crescendo e onde está decrescendo,
h) O sinal da função,
i) O conjunto imagem,
j) Os pontos P(1, - 4) e Q(0, 5) pertencem a função?

Solução: a = 1, b = -2 e c = -3

a) O gráfico da função intercepta o eixo dos y no ponto (0, - 3), y = c


b) A concavidade da parábola está voltada para cima porque a = 1 > 0
c) Para sabermos quantas raízes a função possui, devemos calcular o valor de Δ
(delta).

  b 2  4ac
  (2) 2  4.1.(3)
  16

A função tem duas raízes reais e distintas.

d) Para determinar as raízes devemos utilizar a fórmula:

14
 b  x 2  4ac
x
2a
 (2)  (2) 2  4.1.(3)
x
2 .1
2  16
x
2
 24
 x1   3
24  2
x 
2  x  2  4  1
 2 2

As raízes são x1=3 e x2= -1.

b 
e) As coordenadas do vértice são dadas por xv  e yv 
2a 4a
 (2)  16
Então xv  1 yv   4
2.1 4.1
Logo V(1, - 4)
f) Para construir o gráfico podemos fazer uma tabela, mas já conhecemos quatro
pontos: as duas raízes, x1=3 e x2=-1 que são os pontos de intersecção com o eixo x,
as coordenadas do vértice e a intersecção com o eixo y que é c = 3. Como sabemos
que a parábola é uma figura simétrica podemos determinar mais um ponto (2, -3)
que é simétrico ao c em relação ao eixo da parábola.



      
C

X1 X2


V(1, -4)
g) Para x < 1 (xv) f(x) é decrescente

Para x> 1 (xv) f(x) é crescente

h) Para valores de x < -1 a função assume valores positivos. Observe que para esses
valores de x o gráfico se encontra acima do eixo x.

Para valores de -1 < x < 3 a função assume valores negativos. Observe que nesse
intervalo o gráfico se encontra abaixo do eixo x.

Para valores de x > 3 a função assume valores positivos. Observe que para esses
valores de x o gráfico se encontra acima do eixo x.

15
i) A imagem da função é dada por valores de y gerado por algum valor de x do
domínio da função. Nesse caso a imagem é:
Im  y  R / y  4 ou Im = [ - 4;  ).
Observe que o gráfico da função começa no ponto de ordenada y = -4 e vai até  .

j) Temos f(x) = x2 – 2x – 3.
P(1, - 4) - 4 = 12 – 2 . 1 – 3 (V) P(1, - 4 ) pertence a parábola
Q(0, 5) 5 = 02 – 2 . 0 – 3 (F) Q(0, 5) não pertence a parábola.

1.8 – Exercícios propostos

1. Dada função f(x) = x2 - x – 6, determine:


a) O ponto de intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas,
b) A concavidade,
c) Quantas raízes reais ela possui,
d) Se ele possui raízes reais, quais são,
e) As coordenadas do vértice,
f) O gráfico,
g) Os intervalos onde ela está crescendo e onde está decrescendo,
h) O sinal da função,
i) O conjunto imagem,
j) Os pontos P(1, - 6) e Q(0, 5) pertencem a função?

2. Dado o gráfico de função f(x) = x2 abaixo, utilize a ideia de translação e reflexão


para esboçar os gráficos das funções de o domínio e a imagem de cada uma:

a) f(x) = x2+ 2 b) f(x) = x2-1 c) f(x) = - x2 d) f(x) = - x2+ 2

e) f(x) = - x – 3 f) f(x) =(x -2)2 g) g(x) = (x + 1)2

1.9 – Respostas dos exercícios propostos

1. f(x) = x2 – x – 6 a =1 b = - 1 c=-6
a. O gráfico intercepta o eixo y em y = c= - 6
b. A concavidade está voltada para cima porque a > 0
c.   5  0 , logo a função tem duas raízes reais e distintas.
d. x1  3 x2  2
 1  25 
e. V , 
2 4 
f. Gráfico

16
y



 x

       






1
para x  a função é decrescent e
g. 2
1
para x  a função é crescente
2
parax  2 e x  3 a função assume valores positivos
h.
para  2  x  3 a função assume valores negativos
i. Imagem
 25 
Im   y  R / y   
 4
j. O ponto P(1, -6) pertence a função.
O ponto Q(0, 5) não pertence a função.
2. ....
a. ....
y


x

     




D( f )  R
Im( f )  y  R / y  0

b. ....

17
y


x

   

D( f )  R
Im( f )  y  R / y  2

c. ...

y


x

   


D( f )  R
Im( f )  y  R / y  1

d. ....

y

 x

   







D( f )  R
Im( f )  y  R / y  0
18
e. .....
y


 x

    






D( f )  R
Im( f )  y  R / y  2
f. ...
y
 x

    









D( f )  R
Im( f )  y  R / y  3
g. ...
y

     



D( f )  R
Im( f )  y  R / y  0
h. ...

19
y


x

     


D( f )  R
Im( f )  y  R / y  0

1.10 – Funções trigonométricas

Inicialmente relembraremos um pouco de trigonometria básica na circunferência.

Chama-se circunferência ao conjunto de todos os pontos de um plano que ficam a uma


mesma distância r de um ponto dado O. Essa distância r é chamada raio e O é o centro da
circunferência.

O comprimento C de uma circunferência de raio r é dado por C = 2πr

O comprimento de uma circunferência de raio r = 5 cm é C = 2.π.5 =31,41592...

1.10.1 – Arcos e ângulos

Considerando dois pontos A e B numa circunferência, o ângulo formado pelos


segmentos OA e OB com vértice no centro “O” , é denominado ângulo central.

α 20
O A
AÔB = ângulo central

O ângulo central determina na circunferência dois arcos de circunferência. Se os


pontos A e B forem coincidentes ( A  B ), teremos um arco nulo e outro de uma volta.

As unidades de medida dos ângulos e dos arcos são o grau e o radiano.


1
Um arco de um grau (10) é aquele cujo comprimento é igual a do comprimento
360
da circunferência.
Um arco de uma volta corresponde a C=3600.
O arco de um radiano (1 rad) é aquele cujo comprimento é igual ao raio da
circunferência que o contém.
O arco de uma volta corresponde C = 2πr. Logo: C = 2π rad.

A medida de um arco em radianos é a razão entre seu comprimento e o comprimento


do raio da circunferência que o contém.
comprimento do arco
O arco AB  rad
comprimento do raio

Consideremos uma circunferência orientada de raio igual a uma unidade cujo centro
coincide com a origem de um sistema de coordenadas cartesianas e o ponto A de intersecção
da circunferência com o eixo das abscissas seja a origem de todos os arcos AP, conforme a
figura abaixo, onde o sentido anti-horário seja o sentido positivo de percurso.

90o B(0,1)
20 quadrante P(x,y) 10 quadrante
y
r=1
A’(x,y) α A(1,0)
180o x 0o≡360o

30 quadrante 40 quadrante 21

270o B’(x,y)
Como o raio da circunferência e igual a 1, o seno do ângulo α é a ordenada y do ponto
P e o co-seno de α é a abscissa de P.

Quando o ponto P percorre a circunferência, sua abscissa e sua ordenada variam


conforme a tabela abaixo.

Unidade GRAUS RADIANOS SENO CO-SENO


Arco (ordenada) (abscissa)

P≡A 0 0 0 1

P≡B 90 1 0
2
P≡A’ 180  0 -1
3
P≡B’ 270 2 -1 0

P≡A 360 2 0 1

1.10.2 – Função seno

Chama-se função seno a função real definida por:

f(x) = sen x onde, senx é ordenada do ponto P, extremidade do arco AP.

Com os dados da tabela acima podemos construir o gráfico da função seno.

y

 
 
 



O domínio da função seno é D = R


A imagem é Im  y  R /  1  y  1
O período da função é P = 2 

22
1.10.3 – Função co-seno

Chama-se função co-seno a função real definida por:


f(x) = cos x onde, cos x é abscissa do ponto P, extremidade do arco AP.

Com os dados da tabela acima podemos construir o gráfico da função co-seno.


y

 
 
 



O domínio da função co- seno é D = R


A imagem é Im  y  R /  1  y  1

O período da função é P = 2 

1.10.4 – Função tangente

Chama-se função tangente a função real definida por f(x) = tag x, onde tag x é o
quociente entre o seno de x e co-seno de x, ou seja:

senx
tag x 
cos x

O gráfico da função tangente é apresentado abaixo.

y





 x

    
 
   






23
 (2n  1) 
D( f )   x  / x  
 2  n = inteiro
Im( f )  R

O período da função é P = 

1.10.5 – Função co-tangente

Chama-se função tangente a função real definida por f(x) = cotag x, onde cotag x é o
quociente entre o co-seno de x e seno de x, ou seja:

cos x
ctg x 
senx

O gráfico da função co-tangente é apresentado abaixo.

y





 x

    
 
   






D( f )  x  / x  n 
n = inteiro
Im( f )  R

O período da função é P = 

1.10.6 – Função secante

Chama-se função secante a função real definida por f(x) = sec x, onde sec x é o
inverso do co-seno de x, ou seja:

1
sec x 
cos x

O gráfico da função secante é apresentado abaixo.

24
y





 x

    
 
    





 (2n  1) 
D( f )   x  / x  
 2  n = inteiro
Im( f )  (,1] U [1,)
O período da função é P = 

1.10.7 – Função co-secante

Chama-se função co-secante a função real definida por f(x) = csc x, onde csc x é o
inverso do seno de x, ou seja:

1
csc x 
senx

O gráfico da função co-secante é apresentado abaixo.

y





 x

    
 
    





D( f )  x  / x  n 
n = inteiro
Im( f )  (,1] U [1,)

O período da função é P = 

1.11 – Exercícios propostos

25
Usando as ideias de translação e reflexão aprendidas nas últimas aulas, esboce o
gráfico das seguintes funções. Analise sempre o domínio, a imagem e o período destas
funções.

a) f ( x)  2  senx b) f ( x)   cos x

 
c) f ( x)  1  senx d) f ( x)  sen x  
 2

e) f ( x)  2senx f) f ( x)  sen2 x 

g) f ( x)  1  3senx

1.12 – Respostas dos exercícios propostos

a) y =2 + sen x
y

 
 
 

D( f )  R
Im( f )  y  R / 1  y  3
O período da função é P = 2 
b) y = -cos x

 
 
 



D( f )  R
Im( f )  y  R /  1  y  1
26
O período da função é P = 2 

c) f(x) =- 1 – sen x
y

 
 
 



D( f )  R
Im( f )  y  R /  2  y  0
O período da função é P = 2 

 
d) f(x) = sen  x  
 2
y

 
 
 



D( f )  R
Im( f )  y  R /  1  y  1

O período da função é P = 2 

e) f(x) = 2sen x

27
y

 
 
 



D( f )  R
Im( f )  y  R /  2  y  2

O período da função é P = 2 

f) f(x) = sen (2x)

 
 
 



D( f )  R
Im( f )  y  R /  1  y  1

O período da função é P = 
g) f(x) =1 – sen (3x)
y

 
 
 

28
D( f )  R
Im( f )  y  R / 0  y  2

2
O período da função é P 
3
 
h) f(x) =  x  
 4
y



x

      
 
       



D( f )  R
Im( f )  y  R /  1  y  1

O período da função é P = 2 

1.11 – Funções definidas por partes

Existem funções que são definidas em um intervalo do domínio por uma sentença em
outro intervalo por outra sentença. Veja os exemplos, com seus respectivos gráficos, domínio
e imagem.

1.12 – Exercícios resolvidos


 x  1 se x  1
1. f ( x)  
 x  1 se x  1
y




x

       





D
Im  y   / y  2 e y  0
29
 x se x  1

2. f ( x)   x 2 se  1  x  2
2 se x  2

y




x

       





D
Im  y   / y  1 e 0  y  4

1.13 – Exercícios propostos

Faça o esboço do gráfico das funções abaixo dando o domínio e a imagem:

 x se x  2
1. f ( x)  
 x  2 se x  2
 x  1 se x  1

2. f ( x)   x 2  2 se  1  x  2
3 se x  2

 x 2 se x  0

3. f ( x)  senx se 0  x  
2 se x  

3 se x  0

4. f ( x)  1 se 0  x  
cos x se x  

senx se x  
csc x se    x  0

5. f ( x)  
cos x se 0  x  
sec x se x  
1.14 – Respostas dos exercícios propostos
1. ...

30
y



 x

        




D( f )  R
Im( f )  y  R / y  2
2. ..
y




x

       




D( f )  R
Im( f )  y  R / y  2 e y  3
3. ...
y


x

     




D( f )  R
Im( f )  y  R / y  0
4. ...

31
y


x

       




D( f )  R
Im( f )  y  R /  1  y  1 e y  3
5. ...
y




x

   
  
   




1.15 – Função valor absoluto


A função valor absoluto também camada função modular é uma função definida por
partes, sendo dada por:
 x se x  0
f ( x)  x  
 x se x  0

Note que você terá sempre o valor positivo do número que se encontra entre as barras, ou seja,
a distância deste número a origem.
Exemplos: f (5)  5  5 , f (3)   3  3 e f (0)  0  0 .
GRÁFICO y
x y 
-3 3

-2 2
-1 1 

0 0 
x
32
       

1 1
2 2
3 3
D(f) = R Im(f) = R+

A idéia de translação e reflexão também podem ser utilizadas para esboçar o gráfico
dessa função.

1.16 – Exercícios resolvidos

a) Esboce o gráfico das funções abaixo e dê o domínio e a imagem.


a) f(x) = |x| + 1

Solução:
Pelo que estudamos sabemos que o gráfico dessa função será o mesmo gráfico da
função mãe, apresentado acima, deslocado duas unidades para cima.

y


x

       

D( f )  R I m  y  R / y  1

b) f(x) = -|x- 2|.


y
x

     








D( f )  R I m ( f )  y  R / y  0

33
c) f(x) = |x +2| + 1

y






x

       


D( f )  R I m ( f )  y  R / y  1

d) f(x) = - |x-1| + 2
y



x

       





D( f )  R I m ( f )  y  R / y  2

Capítulo 2 : O LIMITE

Prof. Áureo Martins2


Introdução

O conceito de limite é a base sobre a qual estão construídos os demais conceitos de


cálculo. O objetivo deste capítulo é discutir a definição de limites de diferentes maneiras,
iniciando com um exercício problema. A seguir apresentamos a noção intuitiva usando
exemplos de funções, fazendo tabelas e gráficos que auxiliam na visualização do limite de

2
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática

34
uma função. Após analisaremos a definição formal de limites e, finalmente, o estudos dos
limites laterais.

2.1. Problema
Consideremos a função f ( x)  x 2  4 . Como encontrar a reta tangente a essa curva no
ponto de coordenada x  2 ?

Verifica-se que a dificuldade está em possuirmos um único ponto sobre a reta tangente
para calcularmos a inclinação m , enquanto sabemos que são necessários dois pontos.
No entanto, podemos calcular as inclinações de retas secantes pelo ponto onde x  2 e
pontos próximos a ele para obtermos uma aproximação da inclinação da reta tangente.
Usemos os seguintes intervalos: [2;3], [2;2,1], [2;2,05], [2;2,01] e [2;2,001].
Calculamos: f (3)  32  4  5

f (2)  2 2  4  0

f (2,1)  2,12  4  0,41

f (2,05)  2,05 2  4  0,2025

f (2,01)  2,012  4  0,0401


f (2,001)  2,0012  4  0,004001
f (3)  f (2) 5  0
msec   5
32 1
f (2,1)  f (2) 0,41  0
msec    4,1
2,1  2 0,1
f (2,05)  f (2) 0,2025  0
msec    4,05
2,05  2 0,05
f (2,01)  f (2) 0,0401
msec    4,01
2,01  2 0,01

35
f (2,001)  f (2) 0,004001
msec    4,00
2,001  2 0,001

Conclusão: quanto mais próximos de x = 2, mais nos aproximamos de 4. Dizemos então que
a inclinação m = 4 é o limite das inclinações das retas secantes, que é a inclinação da reta
tangente em x  2 .
Portanto, com a inclinação da reta tangente ou o coeficiente angulara da reta tangente
igual a 4 no ponto onde x = 2 e o y  f (2)  2 2  4  0 , podemos encontrar a equação desta
reta tangente, da seguinte forma:
y  ax  b
0  4.2  b  b  8
Logo, a equação da reta tangente ao gráfico da função: f ( x)  x  4 no ponto (2,5) é
2

y  4 x  8 , conforme o mostra o gráfico abaixo:

OBSERVAÇÃO: A distinção entre a taxa de variação média e a taxa de variação instantânea


pode ser comparada à distinção entre a inclinação da reta da reta secante que passa por dois
pontos em um gráfico e a inclinação da reta tangente em um ponto do gráfico.

2.2 – Exercícios resolvidos

1 - 3Uma flecha é atirada para cima com uma velocidade de 58m/s e sua altura em metros
após t segundos é dada por h(t )  58t  0,83t 2 .
a) Encontre a velocidade média durante os intervalos de tempo dados
[1;2], [1;1,5], [1;1,1], [1;1,01] e [1;1,001]

h(2)  58.2  0,83.2 2  112,68m


Calculando as alturas:
h(1)  58.1  0,83.12  57,17m
h(1,5)  58.1,5  0,83.1,5 2  85,1325m

3
Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª. edição
36
h(1,1)  58.1,1  0,83.1,12  62,7957m
h(1,01)  58.1,01  0,83.1,012  57,733317m
h(1,001)  58.1,001  0,83.1,0012  57,22633917m

h(2)  h(1) 112,68  57,17


Vmédia[1; 2]    55,51m / s
2 1 1
h(1,5)  h(1) 85,1325  57,17
Vmédia[1;1,5]    55,925m / s
1,5  1 0,5
h(1,1)  h(1) 62,7957  57,17
Vmédia[1;1,1]    56,257m / s
1,1  1 0,1
h(1,01)  h(1) 57,733317  57,17
Vmédia[1;1,01]    56,3317m / s
1,01  1 0,01
h(1,001)  h(1) 57,22633917  57,17
Vmédia[1;1,001]    56,33917m / s
1,001  1 0,001

b) Encontre a velocidade instantânea após 1 segundo.


Vins tan tânea (1)  56,34m / s

2 – Se um objeto é deixado cair em queda livre de uma altura de 300 metros e a resistência do
ar for desprezada, a altura h (em metros) do objeto no instante t (em segundos), será dada por
h(t )  320  16t 2 . Determine:
a) A velocidade média do objeto em cada intervalo de tempo dado:
[1;2], [1;1,5] , [1;1,1] , [1;1,01] e [1;1,001]

Calculando as alturas: h(2)  320  16.2 2  256m


h(1)  320  16.12  304m
h(1,5)  320  16.1,5 2  284m
h(1,1)  320  16.1,12  300,64m
h(1,01)  320  16.1,012  303,6784m
h(1,001)  320  16.1,0012  303,967984m
h(2)  h(1) 256  304
Vmédia[1; 2]    48m / s
2 1 1
h(1,5)  h(1) 284  304
Vmédia[1;1,5]    40m / s
1,5  1 0,5
h(1,1)  h(1) 300,64  304
Vmédia[1;1,1]    33,7m / s
1,1  1 0,1
h(1,01)  h(1) 303,6784  304
Vmédia[1;1,01]    32,16m / s
1,01  1 0,01
h(1,001)  h(1) 303,967984  304
Vmédia[1;1,001]    32,016m / s
1,001  1 0,001

b) A velocidade instantânea após 1 segundo.

37
Vins tan tânea (1)  32m / s

2.3 – Noção intuitiva do limite

O uso básico de limites é descrever como uma função se comporta quando a variável x
tende a um valor dado.
No cálculo e suas aplicações interessa-nos, em geral, valores f(x) de uma função f que
estejam próximos de um número x = a, mas que não seja igual a “a”, principalmente nos casos
em que “a” não está no domínio da função.

1º Exemplo: Seja a função: f ( x)  2 x  1 . Imaginemos x assumindo valores sempre mais


próximos de 2, tanto pela esquerda de 2 ( x  2  ) e tanto pela direita de 2 ( x  2  ) .
x  2 x  2
x f (x) x f (x)

1 3 3 5
1,5 2 2,5 4
1,7 2,4 2,3 3,6
1,9 2,8 2,1 3,02
1,999 2,889 2,001 3,002
lim f ( x)  3 lim f ( x)  3
x 2 x 2

Como os limites laterais existem e são iguais, então Seja a função:  f ( x)  3


x 2
e,

também, como f (2)  3 , dizemos que a função é CONTÍNUA em x = 2.

Gráfico da função: f ( x)  2 x  1.

Domínio da função =  e Imagem da função =  .

38
x2 1
2º Exemplo: Seja a função: f ( x)  .
x 1
12  1 0
Calculando f (1) teremos o seguinte: f (1)   (não pertence aos Reais).
11 0

Veja que o f (1) não está definido pois x = 1 não está no domínio da função. Então
vamos analisar pontos vizinhos de 1, tanto pela esquerda de 1 ( x  1 ) e tanto pela
direita de 1 ( x  1 ) .

( x  1 ) ( x  1 )
x f (x) x f (x)

0,5 1,5 1,5 2,5


0,7 1,7 1,3 2,3
0,9 1,9 1,1 2,1
0,999 1,999 1,001 2,001
lim f ( x)  2 lim f ( x)  2
x 1 x 1

O número 1 não está no domínio da função, pois se fizermos x = 1, obtemos a


0 ( x  1)( x  1)
indeterminação . Fatorando-se f ( x)  , não podemos cancelar ( x  1) , pois só
0 x 1
podemos fazer isso se x  1. Todavia com o limite quando x tende a 1, mas não igual a 1, tal
cancelamento é possível.
( x  1)( x  1)
Logo: lim  lim x1 ( x  1)  1  1  2.
x 1 x 1

x2 1
Gráfico da função: f ( x) 
x 1

Domínio da função =   {1} e Imagem da função =   {2} .

3º Exemplo: Seja a função definida por duas sentenças: f (x) 

39
Vamos calcular f (3) e o limite lim f ( x) .
x3

a) Para calcular f (3) , procure na função onde está x = 3, então f (3)  3  1  2


b) Para calcular o limite lim f ( x) , temos que analisar os limites laterais.
x3

O limite xlim
3
f ( x) , vamos verificar qual função se refere a x tende a 3- , isto é,

x < 3 , logo lim f ( x)  lim ( x  1)  3  1  2


x 3 x 3

O limite xlim
3 
f ( x) , vamos verificar qual função se refere a x tende a 3 + , isto é,

x > 3 , logo lim f ( x)  lim ( x  3)  3  3  6


x 3 x 3

Portanto, o xlim f ( x) 
3 Ɇ, porque os limites laterais existem mas são diferentes.

f (x) 
Gráfico da função:

Domínio da função  e Imagem da função = (-∞;2] U (6;∞).


1
4º Exemplo: Seja a função: f ( x) 
x
1 1 1
Vamos calcular f (0) e os limites lim , lim e lim
x 0 x x  x x   x

1
a) f (0)    (não pertence aos Reais).
0
1
b) Para descobrir o lim temos que estudar os limites lateriais:
x 0 x

1 1 1 1
O lim     e o lim     , logo o limite (não existe), pois os limites laterais
x 0 x 0 x 0 x 0
são diferentes.
Lembre-se: zero pela esquerda (0  ) é um número pequeno e negativo e zero pela direita (0  ) é
um número pequeno e positivo.

1
c) Para descobrir o limite lim ,vamos fazer uma tabela com valores de x crescendo de 1 até um valor
x  x

bem grande simbolizado por  ( infinito):

40
x 
x f (x)
1 1
2 0,5
4 0,25
10 0,10
1000 0,001
∞ 0
1 1
Observando a tabela: lim  0
x  x 
1 1
d) Da mesma forma, o limite: lim  0
x  x 
1
e) Gráfico da função: f ( x) 
x
1
Observe que gráfico da função f ( x) possui duas assíntotas: uma assíntota vertical
x
de equação x = 0 e uma assíntota horizontal de equação y = 0.

O Domínio da função =  * ou   {0} e Imagem da função =  * ou   {0} .


1
5º Exemplo: Seja a função: f ( x) 
x2

1 1 1
Vamos calcular f (2) e os limites lim , lim e lim
x2 x2 x  x  2 x   x  2

1 1
a) f (2)    
22 0

1
b) Para descobrir o lim temos que estudar os limites lateriais:
x2x2

1 1 1 1 1 1
O lim       e o lim       ,
x 2 x  2 2 2 0 x 2 x  2 2 2 0

Logo, o limite da função (não existe), pois os limites laterais são diferentes.

1 1 1
c) lim   0
x  x2 2 

41
1 1 1
d) lim   0
x  x  2 2 

e) Gráfico da função:
1
Observe que gráfico da função f ( x)  possui duas assíntotas: uma assíntota vertical
x2
de equação x = 2 e uma assíntota horizontal de equação y = 0.

O Domínio da função =   {2} e Imagem da função =  * ou   {0} .

2.4 – Definição de limite

“Escrevemos lim f ( x)  T e dizemos “o limite de f (x) , quando x tende a a , é


x a

igual a T , se pudermos tornar os valores de f (x) tão próximos de T quanto quisermos,


tornando x suficientemente próximo de a (pela esquerda e pela direita), mas não igual a.”

42
2.5 - Limites laterais

Escrevemos lim f ( x)  T e dizemos que o limite esquerdo de f (x) quando x tende a


x a

a (ou o limite de f (x) quando x tende a a pela esquerda) é igual a T se pudermos tornar

os valores de f (x) arbitrariamente próximos de T , tornando-o suficientemente próximos de a


e x menor que a .

Escrevemos lim f ( x)  T e dizemos que o limite direito de f (x) quando x tende a a


x a

(ou o limite de f (x) quando x tende a a pela direita) é igual a T se pudermos tornar os
valores de f (x) arbitrariamente próximos de T , tornando-o suficientemente próximos de a e
x maior que a .

DEFINIÇÃO: O limite de uma função só vai existir, quando os limites laterais existirem e
forem iguais, isto é, lim f ( x)  T existe se, e somente se,
x a

lim f ( x)  T e lim f ( x)  T .
x a  x a

Observe que a função não necessita estar definida em “a” para o limite existir.
2.6 – Exercício resolvido

Observe os gráficos e responda o que se pede abaixo de cada um deles:

43
lim f ( x)  2
x 2 

lim f ( x)  2
x 2 

lim f ( x)  2
x 2

f (2)  2
Em x = 2 a f é contínua

lim f ( x)  2
x 2 

lim f ( x)  2
x 2 

lim f ( x)  2
x 2

f (2)  5
Em x = 2 a f é descontínua de ponto ou
removível

lim f ( x)  2
x 2 

lim f ( x)  6
x 2 

lim f ( x)  
x 2

f (2)  4
Em x = 2 a f é descontínua de salto

44
lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3

f (3)  
Em x = 3 a f é descontínua infinita.

lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3
f (3)  
Em x = 3 a f é descontínua infinita.

lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3

lim f ( x)  
x 3
f (3)  
Em x = 3 a f é descontínua infinita.

45
2.7 – Exercícios propostos

1 - 4Uma bola é atirada no ar com velocidade de 10 m/s. Sua altura em metros após t segundos é
dada por y  20t  4,9t 2 .
a) Encontre a velocidade média para o período de tempo que começa quando t = 2s e dura
0,5s; 0,1s; 0,05s ; 0,01, 0,001s e 0,0001s;
b) Estime a velocidade instantânea quando t = 2s.

2 - Observando o gráfico abaixo responda o que se pede:

a) b) c) d) f (4) 
e) f) g) h) f (1) 
i) j) k) l) f (2) 
m) n) o) p) f (3) 

q) Em x = - 4 a função é _______________________________________________________

r) Em x = -1 a função é ________________________________________________________

s) Em x = 2 a função é _________________________________________________________

t) Em x = 3 a função é _________________________________________________________

u) Domínio da função: ___________________

v) Imagem da função:__________________

4
Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª. edição

46
3 - Analisando o gráfico, responda:

a) lim f ( x)  b) lim f ( x)  c) lim f ( x)  d) f (0) 


x 0 x 0 x 0

e) lim f ( x)  f) lim f ( x)  g) lim f ( x)  h) f (1) 


x 1 x 1 x 1

i) lim f ( x)  j) lim f ( x)  k) lim f ( x)  l) f (2) 


x 2 x 2 x 2

m) lim f ( x)  n) lim f ( x)  o) lim f ( x)  p) f (3) 


x 3 x 3 x 3

q) Em x = 0 a função é __________________________________________________________
r) Em x = 1 a função é __________________________________________________________
s) Em x = -2 a função é _________________________________________________________
t) Em x = 3 a função é __________________________________________________________
u) Domínio da função: __________________ v) Imagem da função: _____________________
x) lim f ( x)  y) lim f ( x) 
x  x 

4 - Dado os gráficos das duas funções y  f (x) e y  g (x) , respectivamente, determine:

47
a) lim f ( x)  f (1)  Em x = 1 a função é ______________________________
x 1

b) lim f ( x)  f (2)  Em x = - 2 a função é ______________________________


x 2

c) lim g ( x)  g (3)  Em x = - 3 a função é ______________________________


x 3

d) lim g ( x)  g (0)  Em x = 0 a função é _______________________________


x 0

e) lim g ( x)  g (2)  Em x = 2 a função é _______________________________


x 2

5 - Dado os gráficos das duas funções y = f(x) e y=g(x), respectivamente, determine:

a) lim f ( x)  f (1)  Em x = 1 a função é _______________________


x 1

b) lim f ( x)  f (2)  Em x = 2 a função é _______________________


x 2

c) lim g ( x)  g (3)  Em x = - 3 a função é ______________________


x 3

d) lim g ( x)  g (0)  Em x = 0 a função é _______________________


x 0

e) lim g ( x)  g (1,5)  Em x = 1,5 a função é _____________________


x 1, 5

f) lim g ( x)  g (2)  Em x = - 2 a função é _____________________


x 2

g) lim g ( x)  g (3)  Em x = 3 a função é _______________________


x 3

48
2.8 – Respostas dos exercícios propostos

1 – a) -0,525 m/s ; -0,009 m/s; 0,151m/s; 0,351 m/s; 0,395 m/s; 0,3995 m/s.
b) Vi(2) = 0,4 m/s.

2 – a) -2 b) -2 c) -2 d) -2
e) 4 f) 6 g)  h) 6
i) 2 j) 2 k) 2 l) 2
m) -3 n) 1 o)  p) 0
q) contínua
r) descontínua de salto
s) contínua
t) descontínua de salto
u)   reais
v) (-∞,6]

3 - a) 4,6 b) 4,6 c) 4,6 d) 4,6


e) 3 f) 1 g)  h) 2
i) 4 j) 4 k) 4 l) 3
m) +∞ n) +∞ o) +∞ p)  
q) contínua
r) descontínua de salto
s) descontínua de ponto ou removível
t) descontínua infinita
u)   {3}
v) [-2 ; ∞)
x) 0
y) +∞

4– a) 1,   , descontínua de ponto ou removível


b)  , -1, descontínua de salto
c)  , 3, descontínua de salto
d) +∞,   , descontínua infinita
e) -1,   , descontínua de ponto ou removível

5- a) +∞,   , descontinuidade infinita


b) 1,   , descontínua de ponto ou removível
c) -∞,   , descontínua infinita
d) 1, 1, contínua
e)  , 3, descontínua de salto
f) 3,   , descontínua de ponto ou removível
g) 0, 0, contínua

49
Capítulo 3: LIMITES: PROPRIEDADES E CÁLCULO DE LIMITES

5
Prof. Áureo Martins
Introdução

Neste capítulo, estudaremos as propriedades dos limites que serão utilizadas para
realização do cálculo dos limites, bem como discutiremos as técnicas algébricas para calcular
limites de diversas funções.

3.1 - Propriedade da substituição direta

Se f for uma função polinomial ou racional e a estiver no domínio de f , então:

lim f ( x)  f (a)
x a

3.2 – Propriedades dos limites de funções

1) O limite de uma constante é a própria constante. limc  c


x a

Exemplo: lim (18) =18


x 7

2) O limite da soma é igual a soma dos limites e o limite da diferença é igual a diferença
dos limites.
lim f ( x)  g ( x)  lim f ( x)  limg ( x)
x a x a x a

Exemplo: lim ( x 3  2 x)  lim x 3  lim 2 x  33  2.3  15


x 3 x 3 x 3

3) O limite do produto é igual ao produto dos limites.

lim f ( x).g ( x)  lim f ( x). limg ( x)


x a x a x a

Exemplo: lim ( x 2 .3 x )  lim x 2 . lim 3 x  32.33  243


x 3 x 3 x 3

4) O limite de uma constante vezes uma função é igual a constante vezes o limite da
função.
lim c. f ( x)  c. lim f ( x)
x a x a

Exemplo: lim 5.x 2  5. lim x 2  5.32  45


x 3 x 3

5) O limite da potência de uma função é igual a potência do limite da função.

5
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática

50
lim f ( x)  lim xa ( f ( x)
n n
x a

Exemplo: lim[ x 3 ]  [lim x]3  23  8


x 2 x 2

6) O limite de uma função é igual a raiz do limite da função.

lim n f ( x)  n lim xa ( fx )


x a

Exemplo: lim 3  4 x  3 lim (4 x )  3  4.2  3  8  2


x 2 x 2

7) O limite do quociente é igual ao quociente dos limites.

 f ( x)  lim  f ( x)
lim   x a
x a g ( x)  g ( x)
  lim
x a
Teremos três casos a considerar:

1º CASO: quando Substituição Direta

x 2  3x  1 2 2  3.2  1 9
Exemplo: 1) lim ( )( )   1.
x 2 x7 27 9

3x 3.  3 9
2) lim ( )( )  3.
x 2 2x  3 2.  3  3 3


2º CASO: quando lim g ( x)  0 e lim f ( x)  0 3 possibilidades (+∞, -∞ ou  ).
x a x a 0
Para descobrir se o limite é +∞, -∞ ou  , temos que estudar os limites laterais,
conforme os gráficos a seguir:

lim f ( x)   lim f ( x)   lim f ( x)  


x a  x a  x a 

lim f ( x)   lim f ( x)   lim f ( x)  


x a  x a  x a 

lim f ( x)   lim f ( x)   lim f ( x)  


x a x a x a
f (a)   f (a)   f (a)  

DEFINIÇÃO: Seja f uma função definida em ambos os lados de a , exceto possivelmente


em a . Então:
51
a) lim f ( x)   significa que podemos fazer os valores de f (x) ficarem arbitrariamente
x a

grandes (tão grande quanto quisermos) por meio de uma escolha adequada de x nas
proximidades de a , mas não igual a a .

b) lim f ( x)   significa que podemos fazer os valores de f (x) ficarem


x a

arbitrariamente grandes, porém negativos, por meio de uma escolha adequada de x


nas proximidades de a , mas não igual a a .

3.3 – Exercícios resolvidos

Calcular os limites das funções, se existirem:

1 1 1 nº
1. lim ( )  - 2° CASO
x 2 x  2 22 0 0
Solução: temos que analisar os limites laterais:
1 1 1
lim ( )     
x 2 x  2 2 2 0
1 1 1
lim ( )     
x 2  x  2 2 2 0
Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes.

1 1 1 nº
2. lim ( )  - 2° CASO
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
0 0
Solução: temos que analisar os limites laterais:
1 1 1 1
lim ( )    2    
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
(0 ) 0
1 1 1 1
lim ( )    2    
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
(0 ) 0
Logo, o limite é +∞, pois os limites laterais são iguais.

1 1 1 n º - 2° CASO
3. lim ( ) 
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
0 0
Solução: temos que analisar os limites laterais:
1 1 1 1
lim ( )    2    
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
(0 ) 0
1 1 1 1
lim ( )    2    
x 2 ( x  2) 2
(2  2) 2
(0 ) 0
Logo, o limite é -∞, pois os limites laterais são iguais.

1 1 1 nº
4. lim ( )  - 2° CASO
x 2 x  2 22 0 0
Solução: temos que analisar os limites laterais:

52
1 1 1
lim ( )     
x 2  x2 2 2 0
1 1 1
lim ( )     
x 2 x  2 2 2 0
Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes.

8 8 8 nº
5. lim   - 2° CASO
x 3 ( x  3) 2
(3  3) 2
0 0
Solução: temos que analisar os limites laterais:
8 8 8 8
lim     2    
x 3 ( x  3) 2
(3  3) 2
(0 ) 0
8 8 8 8
lim     2   
x 3 ( x  3) 2
(3  3) 2
(0 ) 0
Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes.

3º CASO: quando lim g ( x)  0 e lim f ( x)  0 0 Símbolo de Indeterminação


x a x a 0

Nada se pode afirmar, a priori, sobre o limite do quociente das duas funções pois ele
pode assumir qualquer valor real ou não existir. Exprimimos essa expressão indeterminada
dizendo que 0 é um Símbolo de Indeterminação. Devemos, então, fatorar e simplificar a
0
função de tal forma a levantar a indeterminação 0 .
0

OBSERVAÇÃO: Existem outras formas de expressões indeterminadas, a saber:


0 
, ,   ,0.ou 0.  ,0 0 ,  0 ,1
0 

Continuação dos exercícios resolvidos

Calcular os limites das funções, se existirem:


x2 1
6. lim ( )
x 1 x  1

Solução: No cálculo deste limite, se simplesmente substituíssemos no lugar de x o


x 2  1 12  1 0
valor 1, teríamos   , que é uma divisão que não faz sentido.
x 1 11 0
Porém, notamos através de tabelas que o limite existe e vale 2.
O que acontece é que esta é uma função que não está determinada neste ponto (o ponto
1 não pertence ao domínio da função), porém, quando estamos falando em limite, não estamos
interessados no ponto em si, mas sim nas proximidades dele.

Agora nos concentraremos apenas em alguns artifícios para calcular limites.

Vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x – a)”, sendo a o valor que o x
tende.
53
Neste mesmo exemplo, para valores diferentes de x = 1, podemos escrever:

Portanto, para aproximar o valor do limite, basta calcular os valores de , para


valores de x próximos de 1, ou seja,

x2 1
Logo, o gráfico da função f ( x)  é igual ao gráfico da função f ( x)  x  1 , isto é,
x 1
isto é, uma reta que corta o eixo da ordenadas (y) em 1 e tem uma descontinuidade de ponto
em x = 1 e y = 2.

Domínio da função =   {1} e a imagem da função =   {2}.

x2  9 32  9 0
7. lim ( )  (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO).
x 3 x 3 33 0
x2  9 ( x  3).( x  3)
Solução: lim ( )  lim  lim ( x  3)  3  3  6
x 3 x  3 x 3 x3 x 3

Logo, em x = 3 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois f (3)   .

Domínio da função =   {3} e a imagem da função =   {6}.

54
x 2  4x  4 (2) 2  4(2)  4 0
8. lim ( )  lim ( )  (Símbolo de Indeterminação – 3°
x 2 x2 x 2 22 0
CASO).
x 2  4x  4 ( x  2) 2
Solução: lim ( )  lim ( )  lim ( x  2)  2  2  0
x 2 x2 x 2 x2 x 2

Logo, em x = -2 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois f (2)    .

Domínio da função =   {2} e a imagem da função =   {0}.

x 2  3x  4 12  3.1  4 0
9. lim ( )( )  (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO)
x 1 x 1 11 0

Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x - 1)”:


( x 2  3x  4)  ( x  1)  ( x  4)
 ( x  1).( x  4) 
lim 
x 1
 x 1   lim
x 1
( x  4)  1  4  5

Logo, em x =1 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois f (1)    .

Domínio da função =   {1} e a imagem da função =   {5}.


55
x 2  3x  10 2 2  3.2  10) 0
10. lim ( )  lim (  (Símbolo de Indeterminação–3° CASO)
x 2 x2 x 2 22 0

Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x - 2)”:


( x 2  3x  10)  ( x  2)  ( x  5)

 ( x  2).( x  5) 
lim 
x 2
 x2   lim
x 2
( x  5)  2  5  7

Logo, em x =2 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois f (2)    .

Domínio da função =   {2} e a imagem da função =   {7}.

x 2  x  6 22  2  6 0
11. lim   (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO)
x 2 x2 22 0

x2  x  6 ( x  2).( x  3)
lim  lim  lim ( x  3)  2  3  5
x 2 x2 x  2 x2 x 2

Domínio da função =   {2} e a imagem da função =   {5}.


56
OBSERVAÇÃO: Para casos em que existe uma raiz quadrada na função e no cálculo do
limite ocorre uma indeterminação zero dividido por zero, teremos que usar o artifício de
multiplicar o numerador e o denominador da função pelo conjugado da função que contém a
raiz, conforme mostraremos nos exercícios resolvidos de 12 ao 15, a seguir:

x 5
12. lim ( )
x 25 x  25

Solução: No cálculo deste limite, se simplesmente substituíssemos no lugar de x o valor 25,


25  5 55 0
teríamos   , que é uma divisão que não faz sentido (Símbolo de
25  25 25  25 0
Indeterminação) – 3º CASO.

Vamos usar o artifício de multiplicar pelo conjugado da função que contém a raiz.

Logo: Multiplicar pelo conjugado

( x  5) ( x  5)
lim [ . ]
x 25 ( x  25) ( x  5)

( x ) 2  52 x  25 1 1 1
lim  lim  lim  
x 25
( x  25).( x  5) x 25
( x  25).( x  5) x 25
x5 25  5 10

x3 3 63 3 0
13. lim ( )  (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO)
x 6 x6 66 0

( x  3  3) ( x  3  3)
lim[ . ]
x 6 ( x  6) ( x  3  3)
( x  3 ) 2  32 x6 1 1 1 1
lim  lim  lim   
x 6
( x  6).( x  3  3) x 6
( x  6).( x  3  3) x 6
x3 3 63 3 33 6

4 x 44 0
14. lim ( )  (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO)
x 4
2 x 2 4 0
(4  x) (2  x ) (4  x).(2  x) (4  x).(2  x )
lim[ . ]  lim  lim 
x 4
(2  x ) (2  x ) x 4
(2)  ( x )
2 2 x 4 4 x

 lim (2  x  2  4  2  2  4
x 4

x 2  81 9 2  81 0
15. lim   (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO)
x 9
x 3 9 3 0

57
x 2  81 x 2  81 x 3 ( x 2  81).( x  3) ( x  9).( x  9).( x  3)
lim  lim .  lim  lim 
x 9
x 3 x 9
x 3 x 3 x 9
( x ) 2  32 x 9 x9

lim ( x  9).( x  3)  (9  9).(3  3)  18.6  108


x 9

3.4 – Exercícios propostos


1. Calcule o limite indicado em cada uma das funções, se existirem:

a) lim (6 x  7) =
x 2

x 2  25
b) lim ( )=
x 5 x5
c) lim 20 =
x  2

6 x  42
d) lim ( )=
x 7 x7
3x  5
e) lim ( )=
x  4 x  11

x 2  49
f) lim ( )=
x 7 x7
x2  x  2
g) lim ( )=
x 1 x 1
x3
h) lim =
x 0 x

4x 2  9
i) lim
3 2x  3
x
2

3s 2  8s  16
j) lim =
s 4 2 s 2  9 s  4

x3  x2
k) lim =
x 0 x2
x2  6
l) lim =
x 3 x  1

x 2  4x  3
m) lim =
x  1 x2 1
x 2  2x  1
n) lim =
x  1 x 1
o) lim  x  x  2 =
x 4

4  x2
p) lim =
x 2 x  4

4
q) lim 
x 2 x  2

8
r) lim 
x  2 ( x  2) 2

58
5
s) lim 
x 4 ( x  4) 2
4  x2
t) lim 
x 2 x  2

x 3  27
u) lim 2 
x 2 x  9

3x 2  17 x  20
v) lim 2 
x 4 4 x  25 x  36

x2 + 1, para x < 2

w) Sendo f(x) = 2, para x = 2 , calcule lim f ( x) e f (2).


x2
2
9 – x , para x > 2

x - 1, para x ≤ 3

x) Sendo f(x) = 3x - 7, para x > 3 , calcule lim f ( x) e f (3).


x3

1
y) lim 
x 0 x2

1
z) lim 
x 0 x3

3.5 – Respostas dos exercícios propostos

a) 1 b) -10 c) 10 d) 6 e) -1 f) 14
g) 3 h) 0 i) -6 j) 32/21 k) 1 l) 15/2
m) -1 n) 0 o) 8 p) 0 q)  r) + ∞
s) - ∞ t) 0 u) 4,5 v) 1 w) 5 e 2 x) 2 e 2
y) +∞ z) 

59
Capítulo 4: CONTINUIDADE DE FUNÇÃO, LIMITES INFINITOS E ASSÍNTOTAS

Prof. Áureo Martins6


Introdução

Neste capítulo, estudaremos a continuidade de função. Veremos que os valores de


algumas funções variam continuamente sem interrupções e que os valores de outras funções
podem saltar de maneira imprevisível, independentemente do modo como se controlam as
variáveis. O limite fornece uma idéia precisa para verificar esses comportamentos. Após,
vamos nos ocupar com o comportamento de uma função quando x cresce ou decresce sem
parar denominado de limites infinitos, isto é, o comportamento final de uma função quando x
aumenta ou diminui sem parar.

4.1. Continuidade de uma função

DEFINIÇÃO: Uma função é dita CONTÍNUA em um número a , se:

lim f ( x)  f (a) .
x a

Implicitamente, nesta definição temos que analisar três situações:

1ª.) f (a) está definido (isto é, a está no domínio de f );


2ª.) lim f ( x) existe (só vai existir se os limites laterais existirem e forem iguais);
xa

3ª.) lim f ( x)  f (a) .


x a

Basicamente, existem três tipos de descontinuidade, a saber:

 DESCONTINUIDADE DE PONTO: ocorre quando o lim f ( x) existe, mas não é


xa

igual a f (a) . Essa descontinuidade é chamada de REMOVÍVEL quando for possível


fazer o f (a) igual ao lim f ( x) .
xa

 DESCONTINUIDADE DE SALTO: ocorre quando ambos os limites laterais


existem, mas não são iguais.

Ocorre uma CONTINUIDADE LATERAL ESQUERDA quando lim f ( x)  f (a) .


x a

Ocorre uma CONTINUIDADE LATERAL DIREITA quando lim f ( x)  f (a) .


x a

 DESCONTINUIDADE INFINITA: ocorre limite infinito quando x tende a “a” por


um ou por ambos os lados.

6
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática

60
4.2 – Exercícios resolvidos

1. Observando o gráfico da função, determine:


a) os pontos onde há descontinuidade;
b) o tipo de descontinuidade de cada ponto;
c) onde ocorre continuidade lateral.

Solução:
a) ocorre descontinuidade em x = -3, 0 e 3.
b) descontinuidade de ponto ou removível em x = -3, descontinuidade de salto em x =
0 e descontinuidade infinita em x = 3.
c) ocorre continuidade lateral esquerda em x = 0.

2. Estude a continuidade da função em x = 1, 3 e 6. Verifique se é contínua e, se for


descontínua, determine o tipo: de ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da
função.

x2- 4, se x < 1
f(x) = 2 – x, se 1 ≤ x < 3
5, se , se 3 ≤ x < 6
x - 1, se x ≥ 6

Em x = 1: 1ª) f(1) = 2 – 1 = 1
2ª) lim f ( x)  , temos que estudar os limites lateriais:
x 1

lim f ( x)  lim ( x 2  4)  12  4  3
x 1 x 1
lim f ( x)  lim (2  x)  2  1  1
x 1 x 1

Logo, como os limites laterais são diferentes, o lim f ( x)   .


x 1

3ª) lim f ( x)   é diferente do f(1) = 1.


x 1

Portanto, a função é descontínua de salto em x = 1.

Em x = 3: 1ª) f(3) = 5.
61
2ª) lim f ( x)  , temos que estudar os limites lateriais:
x 3

lim f ( x)  lim (2  x)  2  3  1
x 3 x 3

lim f ( x)  lim (5)  5


x 3 x 3

Logo, como os limites laterais são diferentes, o lim f ( x)   .


x 3

3ª) lim f ( x)   é diferente do f(3) = 5.


x 3
Portanto, a função é descontínua de salto em x = 3.

Em x = 6: 1ª) f(6) = 6 – 1 = 5.
2ª) lim f ( x)  estudar os limites lateriais:
x 6

lim f ( x)  lim (5)  5.


x 6  x 6

lim f ( x)  lim ( x  1)  6  1  5.
x 6  x 6

Logo, como os limites laterais são iguais, o lim f ( x)  5 .


x 6

3ª) lim f ( x)  5 é igual ao f(6) = 5.


x 6
Portanto, a função é contínua em x = 5.

Gráfico da função:

3. Estude a continuidade da função em x = 0 e 2. Verifique se é contínua e, se for


descontínua, determine o tipo: de ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da
função.

(x + 2)2 ,se x < 0


3, se x = 0
f(x) = x + 4, se 0 < x ≤ 2
x
 1, se x > 2
2
Em x = 0: 1ª) f(0) = 3.
2ª) lim f ( x)  , temos que estudar os limites lateriais:
x 0

62
lim f ( x)  lim ( x  2) 2  (0  2) 2  4
x 0  x 0

lim f ( x)  lim ( x  4)  0  4  4
x 0  x 0

Logo, como os limites laterais são iguais, o lim f ( x)  4 .


x 3

3ª) lim f ( x)  4 é diferente do f(0) = 3.


x 0
Portanto, a função é descontínua de ponto em x = 0.

Em x = 2: 1ª) f(2) = 2 + 4 = 6.
2ª) lim f ( x)  estudar os limites lateriais:
x 2

lim f ( x)  lim ( x  4)  2  4  6.
x 2  x 2

x 2
lim f ( x)  lim 1   1  0.
x 2 x 2
2 2
Logo, como os limites laterais diferentes, o lim f ( x)   .
x 6

3ª) lim f ( x)   é diferente do f(2) = 6.


x 2

Portanto, a função é descontínua de salto em x = 2.

Gráfico da função:

4.3 – Limites Infinitos

DEFINIÇÃO: A notação lim f ( x)   é utilizada para indicar que os valores de f (x)


x 

tornam-se tão grandes quanto x .

63
4.3.1. Limite de uma função polinomial

A função polinomial é a função do tipo: f ( x)  an .x n  an1 x n1  ...  a1 x  a0

Exercícios resolvidos

1. Determinar o limite lim (2 x 4  4 x 2  5 x  3).


x 
Nesse caso, temos a indeterminação do tipo ∞ - ∞. Para calcular, vamos utilizar um
artifício de cálculo, colocando em evidência do termo de maior grau da função.

4 5
lim (2 x 4  4 x 2  5 x  3)  lim x 4 (2    3)  (2  0  0  3)  
x  x  x2 x

Logo, o limite de uma função polinômica quando x   ou quando x   é igual


ao limite do termo de maior grau da função.

n 1
Logo: lim a n .x  a n1 x  ...  a1 x  a0  lim (a n .x )  
n n
x  x 

2. Calcule, se existirem, os limites das funções e mostre no gráfico o que significa:


a) lim (2 x  1)  lim (2 x)  2.  
x  x 

b) lim ( x 2  4 x  4)  lim ( x 2 )  () 2  


x  x 

64
c) lim ( x 3  1)  lim ( x 3 )   3  
x  x 

4.3.2. Limite da função racional


P( x)
A função racional é a função do tipo f ( x)  , ode P(x) e Q(x) são dois
Q( x)
polinômios e Q(x) ≠ 0.

Exercício resolvido
2x  3
Determinar o lim .
x  x  2


Nesse caso, substituindo x   , teremos a indeterminação do tipo
.

Então, vamos dividir o numerador e o denominador por x e depois aplicar as
propriedades de limites juntamente com o teorema:

1 1
TEOREMA: Se p é um número qualquer positivo, então: lim p
 0 e lim p  0 .
x   x x   x

2x  3 2 3 lim (2  3 ) lim 2  lim 3 2  3.0


Teremos lim  lim x  x  x  x  x  x
 2
x  x  2 1  2.0
x 
1 2 lim (1  2 ) lim 1  lim 2
x x  x x  x  x

a x n  a n1 x n1  ...  a1 x  a0


Logo, dado um quociente de polinômios tipo: f ( x)  n m .
bm x  bm1 x m1  ...  b1 x  b0
O limite do quociente de polinômios quando x   ou quando x   é igual ao
limite do termo de maior grau da função do numerador com o termo de maior grau do
denominador.
a .x n
Logo: lim n m  3casos
x  b . x
m

1º) CASO: Quando m  n  lim f ( x)  


x 

65
an an
2º) CASO: Quando m  n  lim f ( x)  ASSÍNTOTA HORIZONTAL: y 
x  bm bm

3º) CASO: Quando m  n  lim f ( x)  0


x 

ASSÍNTOTA HORIZONTAL: y  0

Observação: quando x   tem os mesmo três casos, só que devemos cuidar do sinal dos
coeficientes e da paridade do expoente.
66
Exercícios resolvidos
x 3  2 x 2  5x  5 x3
1 - 1º CASO: lim  lim  lim x 2  () 2  
x  x  10 x   x x
x  2 x  5x  5
3 2
x3
lim  lim  lim x 2  () 2  
x  x  10 x   x x
8x 2  4 x 8x 2 8 8
2 - 2º CASO: lim 2  lim 2  lim   4
x  2 x  10 x  2 x x  2 2 Assíntota Horizontal: y = 4
8x 2  4 x 8x 2 8 8
lim  lim  lim   4
x  2 x  10
2 x  2 x 2 x  2 2
x5 x 1 1
3 - 3º CASO: lim 2  lim 2  lim   0
x  x  10 x  x x  x  Assíntota Horizontal: y = 0
x5 x 1 1
lim  lim 2  lim  0
x  x 2  10 x  x x  x 

4 - Calcule, se existirem, os limites abaixo:

2 x9  2 x3 2x9 2x 2
a) lim  lim  lim  lim x 2  () 2  
x   2 x 7  1 x  2 x 7 x  2 x 

x 3  12 x x3 1 1 1
b) lim 5  lim 5  lim 2   0
x  x  3 x x  x x  x () 2

5 x 2  12 x 5  12 x 5  12
c) lim  lim  lim  lim (6)  6
x  2x  2
5 x  2 x 5 x  2 x 

5 - O custo médio para a produção de livros, somente na cor preta, de uma Editora é
dado pela função custo médio:
2.500,00
C ( x)  15,20 
x
a) Calcule lim C ( x) e interprete o resultado obtido.
x 

2,500,00 2.500,00
lim C ( x)  lim (15,20  )  15,20   15,20
x  x  x 

O resultado obtido significa que quanto maior o número de livros produzidos,


menor será o custo medi para produzi-los. Se o número de livros produzidos tender
a uma quantidade muito alta o custo médio tende a se tornar constante, no valor de
15,20.

Já para o custo médio de um livro com 5 cores e com fotos coloridas é dado pela
24 x 2  2 x  3500
função custo médio: C ( x)  .
x 2  3x  1

b) Calcule lim C ( x) e interprete o resultado obtido.


x 

24 x 2  2 x  3500 24 x 2
lim C ( x)   lim 2  24,00
x  x 2  3x  1 x  x

67
O resultado obtido significa que quanto maior o número de livros produzidos com
5 cores e com fotos coloridas, menor será o custo médio para produzi-los. Se o
número de livros produzidos tender a uma quantidade muito alta o custo médio
tende a se tornar constante, no valor de 24,00.

4.4 - Assíntotas

Em aplicações práticas, encontramos com muita frequência gráficos que se aproximam


de uma reta à medida que o valor de x cresce ou decresce. Essas retas são denominadas de
Assíntotas. Vamos nos dedicar as assíntotas verticais e horizontais. Em muitos gráficos de
funções é possível observar mais que um tipo de assíntota.

 ASSÍNTOTA VERTICAL: a reta x  a é uma assíntota vertical do gráfico de uma


função, se pelo menos uma das assertivas abaixo for verdadeira:
a) lim f ( x)  
x a

b) lim f ( x)  
x a 

c) lim f ( x)  
x a

d) lim f ( x)  
x a 

 ASSÍNTOTA HORIZONTAL: a reta y  c é uma assíntota horizontal quando pelo


menos uma das assertivas abaixo for verdadeira:
a) lim f ( x)  c
x 

b) lim f ( x)  c
x 

Exercícios resolvidos
1
1. A reta x  2 é uma assíntota vertical do gráfico da função y  , pois, analisando os
x2
limites laterais de 2, teremos:
1 1
lim f ( x)  lim    
x 2 x 2 x  2 0
1 1
lim f ( x)  lim    
x 2 x  2  x2 0

1
Nessa mesma função y  , a reta y  0 é uma assíntota horizontal, pois analisando os
x2
limites infinitos, teremos:
1 1 1
lim f ( x)  lim  lim  0
x  x  x  2 x  x 
1 1 1
lim f ( x)  lim  lim   0
x  x  x  2 x  x 

2. Esboce o gráfico de um exemplo de função f que satisfaça a todas as condições dadas:

68
a) lim f ( x)   , lim f ( x)   , lim f ( x)  3 , lim f ( x)  3
x 0 x 0 x  x 

b) lim f ( x)   , lim f ( x)  0 , lim f ( x)  0 , lim f ( x)   , lim f ( x)  


x 2 x  x  x 0 x 0
f (1)  0, f (0)  2, f (2)  3

4.5 – Exercícios propostos

1. Calcule, se existirem, os limites abaixo:


x2  9
a) lim 5 
x  x  10

6x 2  6
b) lim 2 
x  3 x  2 x  10

x 6  24
c) lim 2 
x  x  5 x  1

21x 4  9 x 3  5 / 7 x 2  3x  2
d) lim 
x  3 / 4 x 4  10 x 3  8 x 2  x  e

69
2. Calcule, se existirem, os limites abaixo:
x x x
1 1 1 1 1
a) lim    b) lim    c) lim    d) lim  e) lim 
 
x  3
 
x  3
 
x   3 x  x 4 x   x 4

3. Calcule os limites, se existirem:

a) lim 15 
x 4

x2  6
b) lim 
x 1 2 x  3

x 2  6x  9
c) lim 
x 3 x 3
4x
d) lim =
x  4 ( x  4) 2

x 2  4x  3
e) lim 
x 3 x 2  x  12

x2  x  5
f) lim 
x 2 x2
x 2
g) lim 
x 4 x  4

2x3  x
h) lim 3 
x  x  x 4

x8  2
i) lim 4 
x   x  5

20 x 3  x  4
j) lim 
x  5x 3  7

2 x  3 se x  0
4. Construa o gráfico da função: g ( x)   x 2 se 0  x  2
1 se x  2

Faça o gráfico e responda:

70
a) lim g ( x)  b) lim g ( x)  c) lim g ( x)  d) g (2)  e) lim g ( x) 
x 2 x 2 x 2 x 2

f) lim g ( x)  g) lim g ( x)  h) g (2)  i) lim g ( x)  j) lim g ( x) 


x 2 x 2 x o x 4

5. Determine os seguintes limites:

x 2
lim 
a) x 1 3

x 2  36
lim 
b) x  6 x  6
3x  1
lim
c) x  2 x 2 4 =

x 3
d) lim 
x 9 x9

9 x 3  5x
e) lim 
x  2 x 3  4

x3  x
f) lim 
x  2 x 4  5

6. O custo médio por disco que uma Companhia de Manuaus tem ao fabricar x Cds de
4000
áudio é dado pela função do custo médio C ( x)  2,24  .
x

Calcule lim c( x) e interprete o resultado obtido.


x 

7. Observando o

gráfico e diga:

e) lim f ( x) =
a) lim f ( x) = x 2
x2

f) lim f ( x) =
b) lim f ( x) = x 2
x2

g) lim f ( x) =
c) lim f ( x) = x2
x 2

h) f (2) =
d) f (2) =

71
8. Esboce um gráfico de uma função que satisfaça todas as seguintes condições: o limite
da função quando x tende a 3 pela direita é 4; o limite da função quando x tendo a 3
pela esquerda é 2; f(3) = 3; o limite da função quando x tende a –2 é 2; f(-2) = -3; o
limite da função quando x tende a 6 é +∞; f(6) =Ɇ; o limite da função quando x tende
a menos infinito é mais infinito e o limite da função quando x tende a mais infinito é
zero.

9. Esboce o gráfico da função, determinando o domínio e a imagem:

x + 1, se x ≤ 0
f (x) = x² -1, se 0 < x ≤ 3
x  1, se x > 3

10. Esboce o gráfico da função, determinando o domínio e a imagem:

x , se x ≤ 0
f(x) = x² , se 0 < x ≤ 2
8-x, se x > 2

11. Analise o gráfico da função abaixo e determine:

a) Os pontos de descontinuidade e o tipo de cada um;


b) Os limites laterais nos pontos de descontinuidade;
c) Onde ocorre continuidade lateral;
d) Qual dessas descontinuidades é de ponto (ou removível) e como deveria a função ser
redefinida para torná-la contínua nesse ponto.

72
4.6 – Respostas dos exercícios propostos
1 - a) 0 b) 2 c)  d) 28
2 - a) 0 b)  c)  d) 0 e) 0
3 – a) 15 b) -1 c) 0 d) +∞ e) 2/7
f)  g) 1/4 h) 0 i) +∞ j) 4
4 – a) -1 b) -1 c) -1 d) 0 e) 4
f) 1 g)  h) 1 i) 3 j) 1
5 - a) 1 b) 12 c)  d) 1/6 e) 4,5 f) 0
6 - 2,24
7 - a) 2 b) 4 c)  d) 3 e) 4
f) 6 g)  h) 5

8- 9-

10 -

11 – a) Em x = -4 descontinuidade infinita; x = 0 descontinuidade infinita; x = 3 descontinuidade


infinita; x = 6 descontinuidade de ponto ou removível e x = 8 descontinuidade de salto;
b) Em x = -4: lim f ( x)   ; lim f ( x)   ; em x = 0: lim f ( x)   e lim f ( x)   ;
x 4 x 4 x 0 x 0

em x = 3: lim f ( x)   e lim f ( x)   ; em x = 6: lim f ( x)  4 e lim f ( x)  4 ;


x 3 x 3 x 6 x 6

em x = 8: lim f ( x)  6 e lim f ( x)  3 .
x 8 x 8

c) Continuidade lateral direita em x = 8.

d) Descontinuidade de ponto ou removível em x = 6. Para remover a descontinuidade é necessário que


f(6) = 4.

73
Capítulo 5 – A DERIVADA

Leomir Joel Schweig7

Introdução

No capítulo 2 vimos como encontrar uma equação para a reta tangente a uma curva,
usando intuitivamente a noção de limite. Agora veremos a definição precisa de reta tangente a
uma curva y = f(x) num ponto P(a, f(a)).

5.1 – Reta tangente a uma curva

Para determinarmos a inclinação da reta que tangencia uma curva em um ponto P(a,
f(a)) devemos considerar um ponto Q(x, f(x)) na curva que seja distinto de P e calcularmos a
inclinação da reta que passa por P e Q, chamada de reta secante s (ver figura 1).
A inclinação mPQ da reta secante s coincide com a tangente do ângulo  que possui

f ( x)  f ( a )
vértice em P, no triângulo retângulo QPR da figura 1. Então, mPQ  .
xa
Se fizermos o ponto Q se aproximar do ponto P, deslocando-se sobre o gráfico e
passando pelos pontos Q1, Q2, Q3, Q4 e assim por diante, ficando mais e mais próximo do
ponto P, a reta secante s que passa pelos pontos P e Q vai “girando” (com o ponto P fixo),
tendendo a se tornar a reta tangente no ponto P do gráfico (veja novamente na figura 1). Em
consequência a inclinação da reta secante mPQ tende a se tornar a inclinação mtg da reta

tangente.

Figura 1

7
Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil
74
Veja que durante o deslocamento do ponto Q para o ponto P, as abscissas x, x1, x2, x3,
x4, ... dos pontos Q1, Q2, Q3, Q4, ... se aproximam de a, com x tendendo a zero ( x  0), ao
mesmo tempo em que y também tende a zero ( y  0).

5.2 - Definição:

Suponhamos que a pertença ao domínio da função f. A reta tangente à curva


no ponto é a reta de equação

onde

(inclinação da reta tangente) (1)

sempre que este limite existir.

Há outra expressão para a inclinação da reta tangente, muito utilizada. Essa expressão
é obtida quando chamamos x de h, ou seja, x = h. No gráfico da figura 1, vemos, no eixo x,
que x  x  a . Então podemos escrever que h  x  a ou que x  a  h . Substituindo na
equação (1) acima, ficamos com:

5.3 - INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA DERIVADA:

A derivada de uma função em um número a é a inclinação da reta tangente que passa


pelo ponto (a, f (a)), ou seja, a derivada de uma função f (x) em um número a é dada por:

ou (2)

e escrevemos: derivada da função no ponto a =

Então, quando calculamos a inclinação da reta tangente a um ponto a de uma curva,


estamos calculando a derivada da função naquele ponto a.
Pra representar a derivada da função num ponto a escrevemos: . Então:

ou

OBS.: Quando calculamos a inclinação da reta secante, que passa por dois pontos,
estamos calculando uma taxa de variação média e quando calculamos a inclinação da reta
tangente num ponto, estamos calculando uma taxa de variação instantânea.
75
Logo, calcular a derivada num ponto é calcular a inclinação da reta tangente naquele
ponto e também a taxa de variação instantânea da função naquele ponto.

5.4 - INTERPRETAÇÃO CINEMÁTICA DA DERIVADA

Suponha um objeto movendo-se sobre uma linha reta de acordo com a equação
s  f (t ) , onde s é o deslocamento do objeto a partir da origem do instante t . A função f
que descreve o movimento é chamada função posição do objeto. No intervalo de tempo entre
t  a e t  a  h a variação na posição será de f (a  h)  f (a) A velocidade média nesse
intervalo é:

deslocamento f (a  h)  f (a)
velocidade média  
tempo h

Que é exatamente a inclinação da reta secante PQ na figura 1.


Suponha que a velocidade média seja calculada em intervalos cada vez menores
a, a  h. Em outras palavras, fazendo h tender a zero, como foi feito nos exercícios
resolvidos 1 e 2 do capítulo 2. Com isto a reta secante tende a se tornar a reta tangente no
ponto a e a velocidade média tende a se tornar a velocidade instantânea no ponto a.
Então a expressão da inclinação da reta tangente calcula a velocidade instantânea no
ponto a:

f ( a  h)  f ( a )
v(a)  lim
h 0 h

Isto significa que a velocidade no instante t  a é igual à inclinação da reta tangente


em P , ou seja, é a derivada da função posição neste instante. Em símbolos, temos:

f ( a  h)  f ( a )
s' a   v(a)  lim
h0 h

OBS.: quando calculamos a velocidade média entre dois pontos é como se


estivéssemos calculando a inclinação da reta secante que passa por estes dois pontos ou a taxa
de variação média da posição em função do tempo; quando calculamos a velocidade
instantânea num certo instante, é com se estivéssemos calculando a inclinação da reta
tangente neste ponto, ou a taxa de variação instantânea da posição em função do tempo.

76
5.5 - Exercícios resolvidos.

1. Calcule a derivada da função f(x) = 4x + 3, no ponto onde x = 2. Dê o significado do


resultado obtido.
Resolução: vamos calcular a derivada utilizando as duas expressões vistas
anteriormente.

1º) Utilizando a expressão :

Queremos a derivada no ponto onde x = 2 (logo, a = 2). Após substituirmos a por 2 na


expressão, vamos calcular o limite. O resultado do limite é a derivada no ponto x = 2:
f ( x )  f ( 2)
f ' (2)  lim
x2 x2
4 x  3  (4.2  3)
f ' (2)  lim
x2 x2
4 x  3  11
f ' (2)  lim
x2 x2
4x  8
f ' (2)  lim
x2 x  2

4( x  2)
f ' (2)  lim
x2 x2
f ' (2)  lim 4
x2

f ' ( 2)  4

Logo, a derivada é igual a 4.

2º) Utilizando a expressão

f ( 2  h )  f ( 2)
f ' (2)  lim
h0 h
4(2  h)  3  (4.2  3)
f ' (2)  lim
h0 h
8  4h  3  11
f ' (2)  lim
h0 h
4h
f ' (2)  lim
h0 h

f ' (2)  lim 4


h0

f ' (2)  4
Logo, a derivada é igual a 4.
Este resultado é a inclinação da reta tangente ao gráfico da função f(x) = 4x +3, no
ponto onde x = 2.

77
Veja que a função é de uma reta e a derivada é exatamente o coeficiente angular da
reta.

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função f ( x)  x 2  5x  2 , no ponto


onde x = 3. Construa os gráficos dos resultados num mesmo sistema de eixos.

Resolução: vamos utilizar a expressão para calcular a

inclinação da reta tangente.


Sabemos que a = 3. Então vamos, antes de usar o limite acima, calcular f (a  h) e
f (a) :

f (a  h)  f (3  h)  (3  h) 2  5(3  h)  2
f (3  h)  9  6h  h 2  15  5h  2
f (3  h)  h 2  h  4

f (a )  f (3)  32  5.3  2
f (3)  4
A reta é tangente no ponto P(3, -4).
Substituindo estes resultados no limite, temos:
f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h0 h
f (3  h)  f (3)
f ' (3)  lim
h0 h
h  h  4  (4)
2
f ' (3)  lim
h0 h
h h
2
h(h  1)
f ' (3)  lim  lim
h0 h h 0 h
f ' (3)  lim (h  1)
h0

f ' (3)  0  1
f ' (3)  1
Então, a inclinação da reta tangente mtg = 1.

Agora vamos utilizar a expressão para calcular a equação da


reta tangente:

78
Gráficos:

3. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função f ( x)  x , no ponto P de


abscissa igual a 1. Construa os gráficos dos resultados num mesmo sistema de eixos.
Resolução: Neste caso temos a = 1.
Calculando f(1), temos:

f (1)  1
O ponto P tem coordenadas P(1, 1)
f (1)  1
Calculando f (a  h) :

f (1  h)  1  h
Então, calculando a derivada (inclinação da reta tangente), substituindo no limite:

1  h 1
f ' (1)  lim
h0 h
Se substituirmos h por 1 no limite teremos a forma indeterminada 0/0. Então vamos
racionalizar o numerador para evitarmos a indeterminação (veja no capítulo sobre o cálculo de
limites como foram resolvidos estes casos de indeterminação):

79
1 h 1
f ' (1)  lim
h0 h
( 1  h  1) ( 1  h  1)
f ' (1)  lim .
h0 h ( 1  h  1)
( 1  h ) 2  12
f ' (1)  lim
h0 h.( 1  h  1)

1 h 1
f ' (1)  lim
h0 h.( 1  h  1)

h
f ' (1)  lim
h0 h.( 1  h  1)

1
f ' (1)  lim
h0 ( 1  h  1)

1 1
f ' (1)   f ' (1) 
( 1  0  1) 2
Então, a inclinação da reta tangente mtg = ½.

Agora vamos utilizar a expressão para calcular a equação da reta


tangente:

Gráficos:

80
4. Um móvel se movimenta conforme a equação da posição s(t )  3t 2  8t  3 , em
unidades do Sistema Internacional. Calcule sua velocidade nos instantes t = 1 segundo
e t = 3 segundos.
Resolução: Como vimos na interpretação cinemática da derivada, quando temos a
equação da posição, a sua derivada nos dá a velocidade instantânea. Como queremos a
velocidade nos instantes (instantâneas) 1 segundo e 3 segundos, basta calcularmos a derivada
nestes instantes.
1º) Quando t = 1 segundo: neste caso temos a = 1.

s (1  h)  3(1  h) 2  8(1  h)  3
s (1)  3.1  8.1  3
2

s (1  h)  3(1  2h  h 2 )  8  8h  3
s (1)  3  8  3
s (1  h)  3  6h  3h 2  8  8h  3
s (1)  2 m
s (1  h)  3h 2  2h  2
Substituindo no limite:

f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h 0 h
s (1  h)  s (1)
s ' (1)  v(1)  lim
h 0 h
3h  2h  2  (2)
2
s ' (1)  v(1)  lim
h 0 h
3h  2h
2
h(3h  2)
v(1)  lim  lim
h 0 h h  0 h
v(1)  lim (3h  2)
h 0

v(1)  3.0  2
v(1)  2
Logo a velocidade no instante t = 1 segundo é v = - 2 m/s.

Faça uma pesquisa e para verificar o que significa uma velocidade negativa.

2º) Quando t = 3 segundos: neste caso temos a = 3.

s(3  h)  3(3  h) 2  8(3  h)  3


s (3)  3.3  8.3  3
2

s(3  h)  3(9  6h  h 2 )  24  8h  3
s (3)  27  24  3
s(3  h)  27  18h  3h 2  24  8h  3
s (3)  6 m
s(3  h)  3h 2  10h  6

Substituindo no limite:

81
f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h 0 h
s (3  h)  s (3)
s ' (3)  v(3)  lim
h 0 h
3h  10h  6  6
2
s ' (3)  v(3)  lim
h 0 h
3h  10h
2
h(3h  10)
v(3)  lim  lim
h 0 h h  0 h
v(3)  lim (3h  10)
h 0

v(3)  3.0  10
v(3)  10

Logo a velocidade no instante t = 3 segundos é v = 10 m/s.

5. O custo para fabricar x unidades de um produto é dado pela função custo


C ( x)  x 2  100 x  2520 , em reais. Calcule a taxa de variação do custo no instante em
que são produzidas 30 unidades, 50 unidades e 80 unidades.
Resolução: estas taxas são calculadas pela derivada nos pontos a = 30, a = 50 e a = 80.

1º) Quando a = 30 unidades

C (30)  302  100.30  2520 C (30  h)  (30  h) 2  100(30  h)  2520


C (30)  900  3000  2520 C (30  h)  900  60h  h 2  3000  100h  2520
C (30)  420 C (30  h)  h 2  40h  420

Substituindo no limite:
f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h 0 h
C (30  h)  C (30)
C ' (30)  lim
h 0 h
h  40h  420  420
2
C ' (30)  lim
h 0 h
h  40h
2
h(h  40)
C ' (30)  lim  lim
h 0 h h 0 h
C ' (30)  lim (h  40)
h 0

C ' (30)  0  40
C ' (30)  40 reais/unid ade

A taxa de variação do custo é igual a – 40 reais/unidade. Isto significa que no instante


em que são produzidas 30 unidades do produto, o custo está variando – 40 reais por unidade,
isto é, se aumentar uma unidade na produção (passar para 31 unidades), o custo diminuirá
aproximadamente 40 reais.
82
2º) Quando a = 50 unidades

C (50)  50 2  100.50  2520 C (50  h)  (50  h) 2  100(50  h)  2520


C (50)  2500  5000  2520 C (50  h)  2500  100h  h 2  5000  100h  2520
C (50)  20 C (50  h)  h 2  20

Substituindo no limite:
f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h0 h
C (50  h)  C (50)
C ' (50)  lim
h0 h
h  20  20
2
C ' (50)  lim
h0 h
2
h
C ' (50)  lim  lim (h)
h0 h h0

C ' (50)  0

A taxa de variação do custo é nula. Isto significa que no instante em que são
produzidas 50 unidades do produto, o custo não está variando, isto é, não aumenta e nem
diminui.
3º) Quando a = 80 unidades

C (80)  802  100.80  2520 C (80  h)  (80  h) 2  100(80  h)  2520


C (80)  6400  8000  2520 C (80  h)  6400  160h  h 2  8000  100h  2520
C (80)  920 C (80  h)  h 2  60h  920

Substituindo no limite:

f ( a  h)  f ( a )
f ' (a )  lim
h0 h
C (80  h)  C (80)
C ' (80)  lim
h0 h
h  60h  920  920
2
C ' (80)  lim
h0 h
h  60h
2
h(h  60)
C ' (80)  lim  lim
h0 h h 0 h
C ' (80)  0  60
C ' (80)  60 reais/unid ade

A taxa de variação do custo é igual a 60 reais/unidade. Isto significa que no instante


em que são produzidas 80 unidades do produto, o custo está variando 60 reais por unidade,
isto é, se aumentar uma unidade na produção (passar para 81 unidades), o custo aumentará
aproximadamente 60 reais.

83
5.6 - Exercícios propostos:
1. Dada a função f ( x)  5x 2  3x  8 , calcule a derivada nos pontos onde x = - 4,
x = 0 e x = 6.

2. Determine as equações das retas tangentes ao gráfico da função f ( x)  x 2  4 nos


pontos onde x = 0 e onde x = 1. Construa os gráficos num mesmo sistema de eixos.

3. A posição de um móvel varia de acordo com a função s(t )  t 2  20t. Calcule a


velocidade instantânea nos instantes t = 5 segundos, t = 10 segundos e t = 12
segundos. Unidades no SI.

5.7 – Respostas dos exercícios propostos:

1. f ' (4)  37 f ' (0)  3 f ' (6)  63

2. Onde x = 0, a equação da reta tangente é y = - 4.


Onde x = 1, a equação da reta tangente é y = 2x – 5.
Gráficos:

3. v(5) = 10 m/s v(10) = 0 v(12) = - 4 m/s

5.8 - A derivada de uma função

Vimos que a derivada de uma função f, num ponto onde x = a é definida e calculada
pela expressão:
f ( a  h)  f ( a )
f ' (a)  lim
h0 h

84
Se fizermos o valor de a variar, então podemos substituir a pela variável x na definição
acima. Então:

A função definida por:

É chamada derivada de f em relação à x. O domínio de é formado pelos x do domínio de f


para os quais existe o limite.

Para qualquer número x para o qual este limite existe, é atribuído o número .
Podemos, então, considerar como uma nova função, chamada de função derivada de f.
A função derivada calcula a inclinação da reta tangente ou a taxa de variação instantânea da
função num ponto P(x, f(x))

Se usarmos a notação para a função como y  f (x) para indicar que a variável independente
é x enquanto que y é a variável dependente, então podemos usar como notação da derivada
qualquer uma das notações a seguir:
dy df d
f ' ( x)  y '    f ( x)  Df ( x)  Dx f ( x)
dx dx dx

5.9 - Exercícios resolvidos:

1. Calcule a função derivada (ou simplesmente a derivada) da função f(x) = 4x + 3,


usando a definição.
Resolução: a definição a ser usada é para calcular é dada pela expressão
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim .
h0 h
Então, calculando antes

f ( x)  4 x  3
f ( x  h)  4( x  h)  3
f ( x  h)  4 x  4h  3
Substituindo no limite:

85
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h0 h
4 x  4h  3  (4 x  3)
f ' ( x)  lim
h0 h
4 x  4h  3  4 x  3
f ' ( x)  lim
h0 h
4h
f ' ( x)  lim
h0 h

f ' ( x)  4

Logo, a derivada da função f(x) = 4x + 3 é a função f’(x) = 4.

2. Um móvel se movimenta conforme a equação da posição s(t )  3t 2  8t  3 , em


unidades do Sistema Internacional. Calcule sua velocidade nos instantes t = 1
segundo e t = 3 segundos Resolução: veja que este exercício é o mesmo exercício
resolvido número 4.

Vamos aplicar a definição para calcular a função derivada, que é a função da


velocidade.
Esta função da velocidade servirá para calcularmos a velocidade no instante que
desejarmos.
s(t )  3t 2  8t  3
s(t  h)  3(t  h) 2  8(t  h)  3
s(t  h)  3(t 2  2ht  h 2 )  8t  8h  3
s(t  h)  3t 2  6ht  3h 2  8t  8h  3

Substituindo no limite:

86
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h0 h
s (t  h)  s (t )
s ' (t )  v(t )  lim
h0 h
3t  6ht  3h 2  8t  8h  3  (3t 2  8t  3)
2
v(t )  lim
h0 h
3t  6ht  3h  8t  8h  3  3t 2  8t  3
2 2
v(t )  lim
h0 h
6ht  3h  8h
2
v(t )  lim
h0 h
h.(6t  3h  8)
v(t )  lim
h0 h
v(t )  lim (6t  3h  8)
h0

v(t )  6t  3.0  8
v(t )  6t  8 (função ou equação da velocidad e)
Utilizamos agora esta equação para calcular a velocidade nos instantes pedidos:

 Para t = 1 segundo: Veja que obtemos os mesmos resultados.


v(1) = 6.1 – 8 A diferença é que usamos apenas uma
vez
v(1) = 6 – 8 a definição, para calcular a função
derivada
v(1) = -2 m/s (que é a função da velocidade)

 Para t = 3 segundos: Depois foi só substituir cada instante na


v(3) = 6.3 – 8 função.
v(3) = 18 – 8
v(3) = 10 m/s

3. Calcule a taxa de variação da função f ( x)  2 x 2  4 x  1 quando x = –3, x = 0 e x =


2.
Resolução:
Primeiro vamos calcular a função derivada usando a definição
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim ,
h0 h
Calculando antes:
f ( x)  2 x 2  4 x  1
f ( x  h)  2( x  h) 2  4( x  h)  1
f ( x  h)  2( x 2  2hx  h 2 )  4 x  4h  1
f ( x  h)  2 x 2  4hx  2h 2  4 x  4h  1

Substituindo no limite:

87
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h0 h
2 x  4hx  2h 2  4 x  4h  1  (2 x 2  4 x  1)
2
f ' ( x)  lim
h0 h
2 x  4hx  2h  4 x  4h  1  2 x 2  4 x  1
2 2
f ' ( x)  lim
h0 h
4hx  2h  4h
2
f ' ( x)  lim
h0 h
h.(4 x  2h  4)
f " ( x)  lim
h0 h
f ' ( x)  lim (4 x  2h  4)
h0

f ' ( x )  4 x  2. 0  4
f ' ( x)  4 x  4 (função derivada)

Esta função derivada calcula a taxa de variação instantânea para cada valor de x.
Então, calculando para os valores pedidos:
Para x = -3: Para x = -1: Para x = 2:
f’(-3) = 4.(-3) + 4 f’(-1) = 4.(-1) + 4 f’(2) = 4.2+4
f’(-3) = -12 + 4 f’(0) = -4 + 4 f’(2) = 8 + 4
f’(-3) = - 8 f’(0) = 0 f’(2) = 12

4. Construa os gráficos das funções f(x) e f’(x) do exemplo anterior num mesmo
sistema de eixos cartesianos.
Resolução; veja que a função f ( x)  2 x 2  4 x  1 é do segundo grau. Portanto o seu
gráfico é uma parábola. A função f ' ( x)  4 x  4 é do primeiro grau. Seu gráfico é uma
reta:

88
Definição: Uma função f é derivável ou diferenciável num ponto onde x = a, se a sua
derivada existir, isto é se f’(a) existir. É derivável ou diferenciável em um intervalo
aberto (a, b), ou (a, ∞), ou (-∞, a), ou (-∞, ∞), se a derivada existir em cada ponto do
intervalo.

Exemplo: a função f ( x)  x é definida para qualquer número real. E a sua função

derivada, é definida para qualquer número real, isto é, a função é diferenciável para
qualquer número real?

Já sabemos que esta função pode ser escrita na forma:


 x, se x  0
f ( x)  x  
 x, se x  0

Vamos analisar cada caso:

1º) Se x > 0:
Então x  x . Escolhendo h suficientemente pequeno, para que x  h  0 , então
x  h  x  h . Logo:

xh  x ( x  h)  x h
f ' ( x)  lim  lim  lim  lim 1  1
h0 h h0 h h0 h h0

Como o limite existe, f é diferenciável para qualquer x > 0.

2º) Se x < 0:
Então x   x . Escolhendo h suficientemente pequeno, para que x  h  0 , então
x  h  ( x  h) . Logo:

xh  x  ( x  h)  (  x ) h
f ' ( x)  lim  lim  lim  lim (-1)  1
h0 h h0 h h0 h h0

Como o limite existe, f é diferenciável para qualquer x > 0.

3º) Se x = 0:
Temos que verificar o limite:

f (0  h)  f (0) 0h  0
f ' (0)  lim  lim (se existir)
h0 h h0 h

Para verificar este limite, vamos calcular os limites laterais:

89
0h  0 h h
f ' (0)  lim  lim  lim  lim 1  1
h0 h h0 h h0 h h0

0h  0 h h
f ' (0)  lim  lim  lim  lim (-1)  1
h0 h h0 h h0 h h0

Como os limites laterais são diferentes, f’(0) não existe.

Portanto, a função f ( x)  x é diferenciável para todo valor de x real, exceto em 0.


A função f’(x) pode ser escrita na forma:
1, se x  0
f ' ( x)  
 1, se x  0
Os gráficos de f(x) e f’(x) estão indicados a seguir:

Gráfico da função: f ( x)  x

Gráfico da função: 1, se x  0


f ' ( x)  
 1, se x  0

As funções se que comportam como a função f ( x)  x , isto é, possuem um “bico”,

ou uma “dobra”, ou uma “quina”, não são deriváveis destes pontos, pois o gráfico não
possui tangente nestes pontos.

Teorema: se uma função for diferenciável em a, então ela é contínua em a.

A recíproca deste teorema não é verdadeira. Veja que a função do exemplo anterior,

f ( x)  x , é contínua no ponto onde x = 0 mas não é diferenciável em x = 0.

90
A seguir temos alguns exemplos de gráficos onde a função não é diferenciável no
ponto x = a:

(a) Neste caso temos uma “quina” em x = 3. A função não possui derivada neste ponto.

(b) Neste caso a função não é contínua em x = 2. A função não possui derivada neste ponto.

(c) Neste caso a função possui uma reta tangente vertical em x = 3. A função não possui derivada neste ponto, pois a reta
vertical não é uma função.

5.10 - Exercícios propostos

1. Calcule a função derivada de cada função a seguir, usando a definição:


f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim :
h0 h

a) f ( x)  10 x  5
b) f ( x)  5x 2  8x  16

91
c) f ( x)  3x 2  3x  7
x2
d) f ( x) 
x 1

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função f ( x)  x3 , no ponto P


onde x = 1. Construa os gráficos num mesmo sistema de eixos.

3. Dado o gráfico a seguir, indique os pontos onde a função correspondente não é


diferenciável:

5.11 – Respostas dos exercícios propostos:


3
1. a) f ' ( x)  10 b) f ' ( x)  10 x  8 c) f ' ( x)  6 x  3 d) f ' ( x) 
( x  1) 2
2. Reta tangente: y  3x  2
Gráficos:

3. Não é diferenciável nos pontos onde x = -3 (ali a função não é contínua) e no


ponto onde x = 2 (ali temos uma “quina”).

92
Capítulo 6: REGRAS DE DERIVAÇÃO

Leomir Joel Schweig8

Introdução

No capítulo anterior vimos a definição da derivada num ponto e seu significado


geométrico e cinemático. Vimos também como podemos calcular a derivada de uma função
f ( x  h)  f ( x )
utilizando a definição: f ' ( x)  lim . Se usarmos sempre esta fórmula da
h0 h
definição para calcular a derivada das funções, o cálculo pode se tornar trabalhoso e às vezes
tedioso. Neste capítulo veremos algumas regras para o cálculo da derivada das funções, sem
usar a definição. Estas regras nos facilitam o cálculo da derivada. É importante saber que
todas as regras podem ser demonstradas utilizando a definição. Portanto, as regras são os
resultados da aplicação da definição, para utilizarmos de modo direto. Vamos também utilizar
estas regras para resolver problemas de taxa de variação.

6.1 – Tabela das regras de derivação


A seguir é dada uma tabela das regras de derivação de algumas funções simples:

1- Derivada de uma função constante


d
(c )  0
dx

2- Regra da potência

Se n for um número real qualquer


d n
( x )  nx n 1
dx

O tipo mais simples de função potência é , onde

3- Regra do múltiplo constante

Se f for diferenciável e c uma constante real

d d
[cf ( x)]  c [ f ( x)]
dx dx

4- Regra da soma

8
Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil
93
Se f e g forem ambas diferenciáveis, então

d d d
[ f ( x)  g ( x)]  [ f ( x)]  [ g ( x)]
dx dx dx

5- Regra da diferença
Se f e g forem ambas diferenciáveis, então

d d d
[ f ( x)  g ( x)]  [ f ( x)]  [ g ( x)]
dx dx dx

6- Regra do produto

Se f e g forem ambas diferenciáveis, então

d
 f ( x).g ( x)  f ( x). d g ( x)  g ( x). d  f ( x)
dx dx dx
Ou

[ f ( x).g ( x)]'  f ( x).g ' ( x)  g ( x). f ' ( x)

7- Regra do quociente

Se f e g forem ambas diferenciáveis, então


g ( x).  f ( x)  f ( x). g ( x)
d d
d  f ( x)  dx dx
  
dx  g ( x)  g ( x)2

Ou

'
 f ( x)  g ( x). f ' ( x)  f ( x).g ' ( x)
 g ( x)  
  g ( x)2

8- Derivada das funções trigonométricas

d
1) sen( x)  cos( x)
dx

d
2) cos( x)   sen( x)
dx

d
3) tg ( x)  sec 2 ( x)
dx

94
d
4) cot g ( x)   cos sec 2 ( x)
dx

secx   sec( x).tg ( x)


d
5)
dx

cos secx    cos sec( x). cot g ( x)


d
6)
dx

9- Derivada da função exponencial

d x
(a )  a x . ln a
dx

10- Derivada da função exponencial natural


d x
(e )  e x
dx

11- Derivada da função logarítmica

d 1 d 1
(log a x )  log a e ou (log a x ) 
dx x dx x. ln a

12- Derivada da função logarítmica natural

d 1
(ln x ) 
dx x

Como foi dito no início deste capítulo, os resultados destas regras são obtidos aplicando a
definição da derivada, em cada função.
Para ilustrar vamos utilizar a definição para demonstrar três das regras acima:

1) Demonstração da regra da derivada da função constante.


d
Na tabela vemos que (c)  0 . Vamos demonstrar que isto é verdadeiro.
dx
A função é constante: f ( x)  c
Então, f ( x  h)  c
Substituindo no limite (definição):

95
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h 0 h
cc
f ' ( x)  lim
h 0 h
0
f ' ( x)  lim
h 0 h

f ' ( x)  lim 0
h 0

d
f ' ( x)  0 (c )  0
logo :
dx
Sabemos que a derivada calcula a taxa de variação de uma função. Como a função
f ( x)  c é uma função constante, é claro que a sua taxa de variação (ou a derivada) é nula.

2) Demonstração da regra da derivada da função potência.


d n
Na tabela vemos que ( x )  nx n 1 , para qualquer n real. Vamos demonstrar que
dx
isto é verdadeiro.
A função: f ( x)  x n
Então, f ( x  h)  ( x  h) n
Substituindo no limite (definição):

f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h 0 h
( x  h)  x n
n
f ' ( x)  lim
h 0 h
A potência ( x  h) n pode ser desenvolvida utilizando o desenvolvimento do binômio
de Newton:
n(n  1) n2 2 n(n  1)(n  2) n3 3
( x  h) n  x n  nx n1h  x h  x h  ...  nxh n1  h n . Logo:
2! 3!

n(n  1) n2 2 n(n  1)(n  2) n3 3


[ x n  nx n1h  x h  x h  ...  nxh n1  h n ]  x n
f ' ( x)  lim 2! 3!
h0 h
n(n  1) n2 2 n(n  1)(n  2) n3 3
nx n1h  x h  x h  ...  nxh n1  h n
f ' ( x)  lim 2 ! 3 !
h0 h
n(n  1) n2 n(n  1)(n  2) n3 2
h.[nx n1  x h x h  ...  nxh n1  h n1 ]
f ' ( x)  lim 2! 3!
h0 h
n ( n  1 ) n ( n  1)( n  2) n3 2
f ' ( x)  lim [nx n1  x n2 h  x h  ...  nxh n1  h n1 ]
h0 2! 3!
n 1
f ' ( x)  lim [nx ]
h0

f ' ( x)  nx n1

96
3) Demonstração da regra da derivada da função seno.

d
Na tabela vemos que sen( x)  cos( x) . Vamos demonstrar que isto é verdadeiro.
dx
A função: f ( x)  sen( x)
Então, f ( x  h)  sen( x  h)
Substituindo no limite (definição):
f ( x  h)  f ( x )
f ' ( x)  lim
h 0 h
sen( x  h)  sen( x)
f ' ( x)  lim
h 0 h
Da trigonometria sabemos que: sen( x  h)  sen( x) cos(h)  cos( x)sen(h) . Substituindo no
limite:
sen( x  h)  sen( x)
f ' ( x)  lim
h0 h
sen( x) cos(h)  cos( x) sen(h)  sen( x)
f ' ( x)  lim
h0 h
 sen( x) cos(h)  sen( x) cos( x) sen(h) 
f ' ( x)  lim   
h0
 h h
  cos(h)  1   sen(h) 
f ' ( x)  lim  sen( x)   cos( x) 
h0
  h   h 
cos(h)  1 sen(h)
f ' ( x)  lim sen( x). lim  lim cos( x). lim
h0 h 0 h h 0 h0 h
cos(h)  1 sen(h)
f ' ( x)  lim sen( x). lim  lim cos( x). lim
h0 h 0 h h 0 h0 h

Como x é uma constante, então: lim sen( x)  sen( x) e lim cos( x)  cos( x) .
h0 h0

cos( h)  1 sen(h)
E também: lim  0 e lim 1.
h 0 h h 0 h

Temos:

cos(h)  1 sen(h)
f ' ( x)  lim sen( x). lim  lim cos( x). lim
h 0 h 0 h h 0 h 0 h
f ' ( x)  sen( x).0  cos( x).1
f ' ( x)  cos( x)

Veja que mesmo para estas funções simples a aplicação da definição é trabalhosa.

Portanto, a partir de agora vamos utilizar estas regras para calcular a derivada de funções,
a não ser os casos onde for solicitada a definição.

97
6.2 - Exercícios resolvidos:

1. Calcule a derivada de cada função:

 Utilizando a derivada da função constante:


d
(c )  0
dx

f ( x)  12 f ( x)  4 f ( x)  7 4
a) b) c)
f ' ( x)  0 f ' ( x)  0 f ' ( x)  0

f ( x)  a f ( x)  m
d) e)
f ' ( x)  0 f ' ( x)  0

 Utilizando a regra da potência:


d n
( x )  nx n 1
dx

f ( x)  x 5 f ( x)  x13 f ( x)  x 4
a) b) c) 4
f ' ( x)  5 x 4 f ' ( x)  13x12 f ' ( x)  4 x 5 
x5

1
f ( x) 
x3
d) f ( x)  x 3
3
f ' ( x)  3x 4 
x4

1 7
f ( x)  f) f ( x)  x g) f ( x)  x 2
3 5
e)
x7
7 43 2
f ( x)  x 7 f ' ( x)  x f ( x)  x 5
3
2 3 5
f ' ( x)  7 x 8 f ' ( x)  x
5
7 2
f ' ( x)  f ' ( x)  3
x8 5x 5

2
f ' ( x)  5
5 x3

98
 Utilizando a regra do múltiplo constante:
d d
[cf ( x)]  c [ f ( x)]
dx dx

a) f ( x)  4 x 8  f ' ( x)  4.8x7  f ' ( x)  32 x 7

b) f ( x)  5 x 3  f ' ( x)  15x 2

c) f ( x)  9 x8  f ' ( x)  72 x 7

 Utilizando as regras da soma e da diferença:

d d d
[ f ( x)  g ( x)]  [ f ( x)]  [ g ( x)]
dx dx dx
d d d
e [ f ( x)  g ( x)]  [ f ( x)]  [ g ( x)]
dx dx dx

Observe que utilizamos outras regras junto, principalmente a regra da potência.

a) f ( x)  x 3  x 5  f ' ( x)  3 x 2  5 x 4

b) f ( x)  x 4  x 9  f ' ( x)  4 x 3  9 x 8

c) f ( x)  x  3 x 2  x 2

Preparando a função, na forma de potência, para aplicar a regra, temos:

1 2
f ( x)  x 2
x 3
 x2

Agora derivamos:

1 12 2 13
f ' ( x)  x  x  2x
2 3
Procuramos não deixar com expoente negativo e fracionário. Então a
resposta final fica:

1 2
f ' ( x)   3
 2x
2 x 3 x

1
d) f ( x)  7 x 3  2 x 
2
 64 x 3
x
Preparando a função, na forma de potência, para aplicar a regra, temos:

1
f ( x)  7 x 3  2 x  x 2  6 x
3
2 4

99
Agora derivamos:

1 1 3 1
f ' ( x)  21x 2  2. x 2  2 x 3  6. x  4
2 4
Ajeitando a resposta, fica:

1 2 9
f ' ( x)  21x 2   3 4
x x 2 x

 Utilizando a regra do produto:

d
 f ( x).g ( x)  f ( x).g ' ( x)  g ( x). f ' ( x)
dx

a) y  (3x 2  5x).( x3  2 x)

Vamos chamar:

f ( x)  3 x 2  5 x e g ( x)  x 3  2 x

Substituindo na regra:

y'  (3x 2  5x).(3x 2  2)  ( x3  2 x).(6 x  5)


f ( x) . g ' ( x)  g ( x) . f ' ( x)

Resolvendo as operações:

y '  (3x 2  5 x).(3x 2  2)  ( x 3  2 x).(6 x  5)


y '  9 x 4  6 x 2  15 x 3  10 x  6 x 4  5 x 3  12 x 2  10 x
y '  15 x 4  20 x 3  18 x 2  20 x

b) y  ( x 4  2 x3 ).(6 x5  3x 2 )

Vamos chamar:

f ( x)  x 4  2 x 3 e g ( x)  6 x 5  3 x 2

Substituindo na regra:

y'  ( x 4  2 x3 ).(30 x 4  6 x)  (6 x5  3x 2 ).(4 x3  6 x 2 )

Resolvendo as operações:

y'  30 x8  6 x 5  60 x 7  12 x 4  24 x8  36 x 7  12 x 5  18 x 4
y'  54 x8  96 x 7  18 x 5  30 x 4

100
 Utilizando a regra do quociente:

'
 f ( x)  g ( x). f ' ( x)  f ( x).g ' ( x)
 g ( x)  
  g ( x)2
4x  3
a) y
x 1

Vamos chamar: f ( x)  4 x  3 e g ( x)  x  1
Substituindo na regra:

( x  1).4  (4 x  3).1
y' 
( x  1) 2

Resolvendo as operações:

( x  1).4  (4 x  3).1
y' 
( x  1) 2
4x  4  4x  3
y' 
( x  1) 2
7
y' 
( x  1) 2
ou
7
y'  
( x  1) 2

x3  2 x  1
b) y 
x2  2

Vamos chamar: f ( x)  x3  2 x  1 e g ( x)  x 2  2
Substituindo na regra:

( x 2  2).(3x 2  2)  ( x 3  2 x  1).2 x
y' 
( x 2  2) 2

Resolvendo as operações:

( x 2  2).(3 x 2  2)  ( x 3  2 x  1).2 x
y' 
( x 2  2) 2
3x 4  2 x 2  6 x 2  4  2 x 4  4 x 2  2 x
y' 
( x 2  2) 2
x 4  8x 2  2 x  4
y' 
( x 2  2) 2

101
 Utilizando a regra função exponencial:

d x
(a )  a x . ln a
dx

a) f ( x)  5 x b) f ( x)  2 x

f ' ( x)  5 x. ln(5) f ' ( x)  2 x. ln(2)

 Utilizando a regra da função logarítmica:

d 1
(log a x )  log a e
dx x

a) f ( x)  log 3 x b) f ( x)  log15 x
1 1
f ' ( x)  log 3 e f ' ( x)  log15 e
x x

 Utilizando várias regras na mesma função:

3
a) f ( x)  4 x 3  5 x 2  4
 cos( x)  tg ( x)  cos sec( x)  3.6 x  ln x
x

Primeiro devemos preparar cada termo para aplicar a regra correspondente:

f ( x)  4 x3  x 2 5  3.x 4  cos( x)  tg ( x)  cos sec( x)  3.6 x  ln x

Aplicando a regra correspondente em cada termo, temos:

2 1
f ' ( x)  12 x 2  x 3 5  12 x 5  sen( x)  sec2 ( x)  cos sec( x). cot g ( x)  3.6 x. ln(6) 
5 x

Ajeitando a resposta (não deixar com expoente negativo e fracionário),


fica:

2 12 1
f ' ( x)  12 x 2   5
 sen( x)  sec 2 ( x)  cos sec( x). cot g ( x)  3.6 x. ln(6) 
5
5. x 3 x x

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função f ( x)  sen( x) , no ponto x = 0.


Resolução:
O ponto considerado é onde x = 0. Então:

102
f ( x)  sen( x)
f (0)  sen(0) Logo, a reta tangencia o gráfico no ponto P(0, 0)
f (0)  0

A inclinação da reta tangente é dada pela derivada da função no ponto considerado


(x=0). Logo:

mtg  f ' ( x  0)

A derivada da função é: f ' ( x)  cos( x)

mtg  f ' ( x  0)
mtg  cos(0)
mtg  1

Utilizando a expressão para calcular a equação da reta


tangente:
(note que a = 0)

y  0  1( x  0)
y  x (equação da reta tangente)

3. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função f ( x)  3 x no ponto onde x =


8.
Resolução: o ponto considerado é: P(8, 2)

f ( x)  3 x  f ( x)  x1 3
1 1
f ' ( x )  x 2 3  f ' ( x)  3
3 3 x2
1
mtg  3
3 82
1
mtg 
12

Equação da reta tangente:

y  f (a )  mtg ( x  a )
1
y2 ( x  8)
12
x 8 8  8  24 16
y  2  Resolvendo :  2  , fica:
12 12 12 12 12
x 16
y 
12 12
x 4
y 
12 3
103
4. Calcule a taxa de variação instantânea da função f ( x)  3x 2  5x  4 no ponto onde x
= 2.
Resolução:

A taxa de variação instantânea é dada pela derivada. Então:

f ' ( x)  6 x  5
Taxa de variação : f ' (2)  6.2  5  7
Isto significa que no ponto onde x  2 a função f(x) está variando 7 unidades para cada variação
de 1 unidade para x.

5. A função posição de um móvel é dada por s(t )  4t 3  12t 2  10 , onde s é medido em


metros e t em segundos.
a) Determine as equações da velocidade e da aceleração.
b) Calcule a velocidade e a aceleração nos instantes t = 1 s e t = 3 s.
c) Calcule os instantes em que a velocidade é nula.

Resolução:
a) s(t )  4t 3  12t 2  10
A equação da velocidade é dada pela derivada da posição (taxa de variação da
posição em função do tempo). Logo:

v(t )  s' (t )  12t 2  24t  v(t )  12t 2  24t

A equação da aceleração é dada pela derivada da velocidade (taxa de variação


da velocidade em função do tempo). Logo:

a(t )  v' (t )  24t  24  a(t )  24t  24

b) Velocidade e aceleração no instante t = 1 s.


Basta substituir nas equações correspondentes:

v(t )  12t 2  24t a (t )  24t  24


v(1)  12.12  24.1 a (1)  24.1  24
v(1)  12  24 a (1)  24  24
v(1)  12 m/s a (1)  0 m/s 2

Velocidade e aceleração no instante t = 3 s:

v(t )  12t 2  24t a (t )  24t  24


v(3)  12.32  24.3 a (3)  24.3  24
v(3)  108  72 a (3)  72  24
v(3)  36 m/s a (3)  48 m/s 2

c) Velocidade nula:

104
v(t)  0
12.t 2  24.t  0
t.( 12t  24 )  0
t  0s
12t  24  0
12t  24
24
t
12
t 2s

6. O crescimento populacional de uma população de bactérias é dado pela fórmula


f (t )  400et . Qual a função que expressa a taxa de variação instantânea desta
população?

Resolução:
A taxa de variação é dada pela derivada da função. Logo
f (t )  400et
f ' (t )  400et

6.3 - Exercícios propostos

1. Calcule a derivada de cada função a seguir:

a) f ( x)  2 x3  4 x 2  5x  1
1
b) f ( x)  3 x  4
x
c) f ( x)  3cos( x)  cot g ( x)  cos sec( x)
d) f ( x)  2e x  4 x  4 ln( x)
e) f ( x)  12 x5  3x 4  2 x3  6 x 2  8x  20
f) f ( x)  (4 x5  6 x 2 ).(7 x 2  2 x  3)
sen( x)
g) f ( x) 
x

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função, no ponto indicado:


a) f ( x)  x 2  5 , em x  4.
b) f ( x)  3x 2  6 , em x  2.
c) f ( x)  x 2  2 x  1, em x  3.
d) f ( x)  3x 2  2 x  2 , em x  1.
e) f ( x)  2 x3  x 2  3x  2 , em x  1.
f) f ( x)  x  2 , em x  4.

3. Calcule a derivada da função f ( x)  5x 2  6 x  2 no ponto onde x  2.


4. Calcule a taxa de variação instantânea da função f ( x)  x 2  6 quando x  7.

105
1
5. O volume de um cone circular reto é V  r 2 h , onde r é o raio da base e h é a altura.
3
a) Encontre a taxa de variação do volume em relação à altura se o raio for mantido
constante.
b) Encontre a taxa de variação do volume em relação ao raio se a altura for mantida
constante.

6. Se uma bola for empurrada ladeira abaixo, sobre um plano inclinado, a uma
velocidade inicial de 5 m/s, a distância que ela terá rolado, após t segundos , será dada
por s  5t  3t 2 .
a) Determine a sua velocidade após 2 s.
b) Quão longe ela estará do ponto de partida quando sua velocidade atingir 35 m/s?

7. Se uma bola for atirada verticalmente para cima com uma velocidade de 24,5 m/s,
então sua altura depois de t segundos é s  24,5t  4,9t 2 .
a) Qual a altura máxima atingida pela bola?
b) Qual a velocidade da bola quando estiver 29,4 m acima do solo na subida? E na
descida?

6.4 - Respostas dos exercícios propostos


1. a) f ' ( x)  6 x 2  8x  5
1 4
b) f ' ( x)   5
33 x 2 x
c) f ' ( x)  3sen( x)  cos sec2 ( x)  cos sec( x). cot g ( x)
4
d) f ' ( x)  2e x  4 x. ln( 4) 
x
e) f ' ( x)  60 x  12 x  6 x 2  12 x  8
4 3

f) f ' ( x)  196 x 6  48x5  60 x 4  168x3  36 x 2  36 x


x. cos( x)  sen( x)
g) f ' ( x) 
x2

2. a) y  8x  11
b) y  12 x  18
c) y  4x  8
d) y  8x  5
e) y  5x  3
1
f) y  x  3
4

3. f ' (2)  14
4. f ' (7)  14
1 2
5. a) V ' (h)   .r 2 b) V ' (r )   .r.h
3 3
6. a) v(2)  17 m / s b) s(5)  100 m
7. a) s(2,5)  30,625 m b) v(2)  4,9 m / s (para cima) e v(3)  4,9 m / s (para
baixo).

106
Capítulo 7: REGRA DA CADEIA

Leomir Joel Schweig9

Introdução

Quanto vale a derivada da função y  ( x 4  5)3 ?


As regras que vimos no capítulo anterior não nos permitem calcular esta derivada. O
que acontece, é que na verdade possuímos duas funções que formam uma única. Esta única
função é chamada de função composta.
Consideremos f ( x)  x3 e g ( x)  x 4  5 .

A função y  ( x 4  5)3 é uma função composta entre as funções f (x) e g (x) , que é
escrita na forma y  f o g , ou y  f ( g ( x)) .

Geralmente chamamos o argumento da função de u . Com isso ficamos com y  (u )3 ,

onde u  x 4  5  g ( x) . Desta maneira, poderemos analisar melhor uma das mais importantes
regras de diferenciação, que é a famosa regra da cadeia.

7.1 - Definição

Se f e g forem diferenciáveis e F  f o g for uma função composta definida

por F ( x)  f ( g ( x)) , então F é diferenciável e F ' é dada pelo produto:


F ' ( x)  f ' ( g ( x)).g ' ( x)
Se y  f (u) e u  g (x) forem duas funções diferenciáveis, então podemos
escrever a regra da cadeia de forma mais simples:

y'  F ' ( x)  f ' (u).u'

Leibnitz escreveu a regra da cadeia da seguinte maneira:

dy dy du
 onde:
dx du dx

9
Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil
107
dy
 indica a derivada da função, em relação à variável x.
dx
dy
 indica a derivada da função y em relação á variável u.
du
du
 indica a derivada da função u em relação á variável x.
dx

7.2 - Exercícios resolvidos

1- Derivar as seguintes funções:

a) y  ( x 4  5)3
Fazendo u  g ( x)  x 4  5 e y  f (u)  u 3 , temos:
u'  g ' ( x)  4 x3 e f ' ( g ( x))  f ' (u)  3u 2 vamos substituir na regra da cadeia:

F ' ( x)  f ' ( g ( x)).g ' ( x) ou


y'  3.u 2 .u '

Fazendo a substituição:

y'  3.( x 4  5) 2 .4 x3

Realizando os produtos:

y'  12 x3 .( x 4  5) 2
y'  12 x3 .( x8  10 x 4  25)
y'  12 x11  120 x 7  300 x3 que é a derivada da função dada.

b) y  (2 x  3) 7
Fazendo:
y  f (u )  u 7
y '  f ' (u )  7.u 6
u  2x  3
u'  2

Aplicando a regra da cadeia:

y '  F ' ( x)  f ' (u ).u '


y '  7.u 6 .u '
y '  7.u 6 .2
y '  14.u 6

Fazendo a substituição:

108
y'  14.(2 x  3)6 que é a derivada da função dada.

Obs.: neste caso não há necessidade de desenvolver a potência (2 x  3)6 .

c) f ( x)  x 2  1
Escrevendo a função na forma de potência:
1
f ( x)  ( x 2  1) 2

Fazendo:
1
y  f (u )  u 2
1 1 1
f ' (u )  u 2 
2 2 u
u  x 12

u'  2 x

Aplicando a regra da cadeia:

y '  F ' ( x)  f ' (u ).u '


1
y'  .u '
2 u

Fazendo a substituição:

1
y'  .2 x Simplificando:
2 x2  1

x
y'  que é a derivada da função dada.
x 1
2

d) f ( x)  sen( x 2 )
Fazendo:
y  f (u )  sen(u )
y '  f ' (u )  cos(u )
u  x2
u'  2 x

Aplicando a regra da cadeia:

y '  F ' ( x)  f ' (u ).u '


y '  cos(u ).u '

Fazendo a substituição:

y '  cos( x 2 ).2 x


ou y '  2 x. cos( x 2 ) que é a derivada da função dada.

109
e) y  e 2 x 3
Fazendo:
y  f (u )  e u
y '  f ' (u )  e u
u  2x  3
u'  2

Aplicando a regra da cadeia:


y '  F ' ( x)  f ' (u ).u '
y '  eu .u '

Fazendo a substituição:
y'  e 2 x3 .2
ou y '  2.e 2 x3 que é a derivada da função dada.

f) y  ( x 3  1)100
Fazendo:
y  f (u )  u100
y '  f ' (u )  100.u 99
u  x3  1
u '  3x 2

Aplicando a regra da cadeia:

y '  F ' ( x)  f ' (u ).u '


y '  100.u 99.u '

Fazendo a substituição:

y'  100.( x 3  1)99.3x 2


ou y'  300 x 2 .( x 3 - 1) que é a derivada da função dada.

Observe que na resolução dos exemplos sempre procuramos a função argumento g(x)
que chamamos de u. Com isto obtemos a função dada como uma função de uma nova variável
u.

Com isto a função fica simples e então aplicamos as regras estudadas no capítulo 6.

Na tabela a seguir são dadas as mesmas regras de derivação estudadas no capítulo 6,


mas adaptadas para funções compostas, onde é aplicada a regra da cadeia. Com isto podemos
dizer que as regras do capítulo 6 são regras particulares da forma mais geral das funções
compostas.

110
7.3 - TABELA – Derivadas e Identidades Trigonométricas

 Derivadas: Sejam u e v funções deriváveis de x e n constante.

1. y  u n  y '  n u n1u ' .


2. y  u v  y '  u'v  v'u .

u u'v  v 'u
3. y   y'  .
v v2
4. y  a u  y '  a u (ln a ) u ',  a  0, a  1 .
5. y  eu  y '  eu u ' .

u'
6. y  loga u  y'  loga e .
u
1
7. y  ln u  y'  u'.
u
8. y  u v  y '  v u v 1 u ' u v (ln u) v ' .

9. y  sen u  y '  u 'cos u .

10. y  cos u  y '  u 'sen u .

11. y  tg u  y '  u 'sec2 u .

12. y  cotg u  y '  u 'cosec2u .

13. y  sec u  y '  u 'sec u tg u .

14. y  cosec u  y '  u 'cosec u cotg u .

u'
15. y  arc sen u  y '  .
1  u2
u '
16. y  arc cos u  y '  .
1  u2
u'
17. y  arc tg u  y'  .
1  u2
u '
18. y  arc cot g u  .
1  u2
u'
19. y  arc sec u, u  1  y '  , u  1.
u u2  1

u '
20. y  arc cosec u, u  1  y '  , u  1.
u u2  1

111
7.4 - Exercícios propostos

1. Calcule a derivada de cada função:

 5 
a) f ( x)  50  50 cos  x  20
 3 
ln( 2 x)
b) f ( x) 
x 1
c) f ( x)  x .tag (2 x  1)
d) f ( x)  sen 5 (4 x)
e3x
e) f ( x) 
3x
f) f ( x)  3 x 4  4 x 3  2 x 2  5 x  2
g) f ( x)  x 2  3 cos x
1
h) f ( x)  x  3 x 2 
x
i) y  xsenx
ex
j) y
x2 1
k) f ( x)  x ( x  1)
x2  2 x
l) f ( x) 
x
m) f ( x)  ln(1  4 x 2 )
n) f ( x)  ln(ln x)
o) f ( x)  x. ln( x)
e2 x
p) f ( x) 
x2
f ( x)  e3 x  ln(2 x  1)
2
q)
r) f ( x)  x5 .e3. ln x
1
s) f ( x)  .e3 x
3
6 x
f ( x)  23 x
2
t)
u) f ( x)  e x

v) f ( x)  x.e x
w) f ( x)  e 2 x . ln(3x)
x) f ( x)  2tg (2 x  1)  4 sec( x 2 )  5sen3 ( x 3 )
sen(3x  2)
y) f ( x) 
x

2. Derive as funções:
a) f ( x)  ln( x 2  10)
b) f ( x)  sen(ln x)
c) f ( x)  ln( sen 2 x)
112
d) f ( x)  log 2 (1  3x)
e) f ( x)  log 5 ( xe x )
f) f ( x)  5 ln x
g) f ( x)  ln 5 x
ln x
h) f ( x) 
x 1
x 1
i) f ( x) 
x 1

j) f ( x)  cos sen(tgx)

k) f ( x)  sen(sen(senx))

l) f ( x)  e 3 x  2 x

m) f ( x)  e
4
sec(3 x )

3. Calcule a derivada de cada função:


f) f ( x)  5e
x
a) y  ( x 2  1)3
b) y  (3x  2 x 2 )3 g) f ( x)  x 2e x  2 xe x  2e x
c) y  3 ( x 2  2) 2 h) f ( x)  ln x  1
x x( x 2  1) 2
d) f ( x)  i) f ( x)  ln
3
x2  4 2x3  1
2
e) f ( x)   32x  1  j)
 x  3
f ( x)  tg (8x)  cos 2 (9 x)  sen(5x)  cos sec (6 x)

7.5 - Respostas dos exercícios propostos

250  5  x  1  x ln( 2 x)
1. a) f ' ( x)   .sen  ( x  20) b) f ' ( x) 
3  3  x.( x  1) 2
tag (2 x  1)
c) f ' ( x)  2 x . sec2 (2 x  1)  d) f ' ( x)  10. sen3 (4 x) . cos(4 x)
2 x
e3 x .(3x  1)
e) f ' ( x)  f) f ' ( x)  12 x3  12 x 2  4 x  5
3x 2
1 1
g) f ' ( x)  2 x  3sen( x) h) f ' ( x)   6x 
2 x x2
e .( x 2  2 x  1)
x
i) y'  x. cos( x)  sen( x) j) y ' 
( x 2  1) 2
3 x 1 1
k) f ' ( x)   l) f ' ( x)  1 
2 2 x x x

113
8x 1
m) f ' ( x)  n) f ' ( x) 
1  4x2 x. ln( x)
2e 2 x ( x  1)
0) f ' ( x)  1  ln( x) p) f ' ( x) 
x3
2
q) f ' ( x)  6 x.e 3 x 
2
r) f ' ( x)  2 x 4 .e2 ln(x )
2x  1
1
s) f ' ( x)   .e3 x t) f ' ( x)  23 x 3 x. ln(2).(6 x  6)
2

3
e x
u) f ' ( x)  v) f ' ( x)  e x .( x  1)
2 x
e2 x
w) f ' ( x)   2.e 2 x . ln(3x)
x
x) f ' ( x)  4 sec2 (2 x  1)  8x sec( x 2 ).tg ( x 2 )  45x 2 .sen2 ( x3 ). cos( x3 )
3x. cos(3x  2)  sen(3x  2)
y ) f ' ( x) 
x2

2x cos(ln( x))
2. a) f ' ( x)  b) f ' ( x)  c) f ' ( x)  2. cot g ( x)
x  10
2
x
3 x 1 1
d) f ' ( x)  e) f ' ( x)  f) f ' ( x) 
(1  3x). ln( 2) x. ln(5) 5 x. (ln( x)) 4
5

1 1 ln( x) 1
g) f ' ( x)  h) f ' ( x)   i) f ' ( x) 
5x x( x  1) ( x  1) 2 ( x  1).( x  1)3

j) f ' ( x) 
 
  .sen sen(tg ( .x) . cos(tg ( .x)). sec 2 ( .x)
2. sen(tg ( .x)
k) f ' ( x)  cos(sen(sen( x))). cos(sen( x)). cos( x)
m) f ' ( x)  12 x3 .esec(3 x ) . sec(3x 4 ).tg (3x 4 )
4
l) f ' ( x)  3e x  2 x. ln(2)

4x
3. a) y'  6 x( x 2  1) 2 b) y'  (9  12 x).(3x  2 x 2 ) 2 c) y ' 
3 x2  2
3

x 2  12  18 x 3  18 x 2  50 x  18
d) f ' ( x)  e) f ' ( x) 
(3x 2  12).3 x 2  4 ( x 2  3)3

5e x 1
f) f ' ( x)  g) f ' ( x)  x 2 .e x h) f ' ( x) 
2 x 2x  2
1 4x 3x 2
i) f ' ( x)   2  3
x x  1 2x 1
5. cos(5 x)
j) f ' ( x)  8. sec 2 (8 x)  18. cos(9 x).sen(9 x)   6. cos sec(6 x). cot g (6 x)
2. sen(5 x)

114
Capítulo 8: PONTOS DE MÁXIMO E DE MÍNIMO

Janor Araujo Bastos10

Introdução

Neste capítulo estudaremos os pontos onde uma função atinge seu maior e seu menor
valor bem como os pontos onde a mesma muda sua concavidade. Esses pontos são chamados
de pontos críticos e pontos extremos.

8.1 – Definições e Teoremas

DEFINIÇÃO: Uma função tem um máximo absoluto (ou máximo global) em c se


f (c)  f ( x) para todo x em D , onde D é o domínio de f . O número f (c) é chamado de
valor máximo de f em D . Analogamente, f tem um mínimo absoluto em c se
f (c)  f ( x) para todo x em D e o número f (c) é chamado de valor mínimo de f em D .
Os valores máximos e mínimos de f são chamados de valores extremos de f . Observe o

gráfico da função abaixo definida por f ( x)  3x 4  16 x 3  18x 2 ,  1  x  4 . Neste intervalo


a função atinge o maior valor (37) em x = -1 e o menor valor (-27) em x = 3. Dizemos que a
função tem máximo absoluto em x = -1 e o mínimo absoluto em x = 3.

y

(-1,37) (4,30)




 (1, 5)
x

 (0, 0)    




 (3,-27)

DEFINIÇÃO: Uma função tem um máximo local (ou máximo relativo) em c se


f (c)  f ( x) quando x estiver numa proximidade de c . Isto significa que f (c)  f ( x) para

10
Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.
115
todo x em um intervalo aberto contendo c . Analogamente f tem um mínimo local em c se
f (c)  f ( x) quando x estiver nas proximidades de c .

Obsevando o gráfico percebemos que a função tem um máximo local em x = 1, onde


tem um pico, e dois mínimos locais, um em x = 0 e outro em x = 3, onde existem depressões.

TEOREMA DO VALOR EXTREMO: Se f for contínua em um intervalo fechado

a, b então f assume um valor máximo absoluto f (c) e um valor mínimo absoluto f (d ) em

algum número c e d em a, b .

TEOREMA DE FERMAT: Se f tiver um ponto de máximo ou mínimo local em c ,


e f ' (c) existir, então f ' (c)  0 .

DEFINIÇÃO: Um número crítico em uma função f é um número c no domínio de


f onde ou f ' (c)  0 ou f ' (c) não existe.

Se f tiver um máximo ou mínimo local em c, então c é um número crítico de f.

Exemplo: 1. Encontre os pontos críticos das funções abaixo:

a) f ( x)  3x 2  6 x  7

Solução:

Devemos derivar a função e encontrar os valores de x para os quais a derivada é igual


a zero. Isto é, as raízes da função derivada.

f ' ( x)  6 x  6
Fazendo f ' ( x)  0 para encontr as raizes de f ' ( x), temos :
6
6x  6  0 x  x 1
6

A função tem um ponto crítico x = 1

x3 x2
b) f ( x)    2x  2
3 2

Solução:

116
f ' ( x)  x 2  x  2

x2  x  2  0 As raízes dessa função são x1 = -2 e x2 = 1

Então os pontos críticos são x1 = - 2 e x2 = 1.

8.2 – Como as derivadas afetam os gráficos

Lembrando que a derivada primeira nos dá a taxa de variação, o que podemos dizer
sobre a função sabendo que sua taxa de variação em determinado ponto é positiva?

8.3 – Condição de crescimento ou decrescimento

a) Se f ' ( x)  0 sobre um intervalo, então f é crescente nele.


b) Se f ' ( x)  0 sobre um intervalo, então f é decrescente nele.

Exemplo: 2. No (exercício 1b) acima, você encontrou como pontos críticos x= - 2 e


x= 1. Utilize a derivada da função para deduzir se nos intervalos limitados pelos
pontos críticos x= - 2 e x = 1, a função é, crescentes ou decrescentes.

Solução:

Os intervalos são (;  2) , (2;1) e (1; ) . Devemos verificar o sinal da função


derivada em cada intervalo.

Tomamos um ponto no intervalo (- ∞; - 2 ), x = - 3, por exemplo.

f’(- 3) =(-3)2 + (- 3) – 2 = 4 > 0 (tem sinal positivo) então a função é crescente nesse
intervalo.

Para o intervalo (- 2; 1), tomemos x = 0.

f’(0) = 02+ 0 – 2 = - 2 < 0, (tem sinal negativo), então a função é decrescente nesse
intervalo.

Para o intervalo (1; ∞), tomemos x = 2.

f’(2) = 22+ 2 – 2 = 4 > 0, (tem sinal positivo), então a função é crescente nesse
intervalo.

Exemplo: 3. Encontre os pontos críticos da função y  x 3 e classifique os intervalos


em crescente e decrescente, usando a derivada primeira da função.

Solução:
Derivando f(x) = x3 temos:
f’(x) = 3x2

117
Fazendo f’(x) = 0 temos:

0
3x 2  0  x 2   x2  0  x  0
3
A função tem um único ponto crítico, x = 0.

8.4 – Teste da derivada primeira

Suponha que c seja um número crítico de uma função contínua f .

a) Se o sinal de f ' mudar de positivo para negativo em c , então f tem um


máximo local em c .

b) Se o sinal de f ' mudar de negativo para positivo em c , então f tem um


mínimo local em c .

c) Se f ' não mudar de sinal em c então f não tem um máximo ou mínimo locais
em c .

Exemplo: 4. Usando o teste da derivada primeira, classifique os pontos de extremo da


seguinte função:

Solução:

Derivando f’(x) = x 2 temos f’(x) = 2x

Fazendo f’(x) = 0 temos:

2x  0  x  0

118
O ponto crítico x = 0 determina dois intervalos, (- ∞; 0) e (0, ∞).

Determinamos o valor da derivada para um valor de x a esquerda do ponto crítico (x


=0) e outro a direita e observamos o seu sinal.

Para x = - 1 f’(-1) = 2×(-1) = - 2 ( a derivada tem sinal negativo)

Para x = 1 f’(1) = 2×1 = 2 ( a derivada tem sinal positivo)

Em x = 0 a derivada mudou o sinal de negativo para positivo, então a função tem um


ponto mínimo em x = 0.

8.5 – Máximos e mínimos absolutos em um intervalo fechado

Para encontrarmos os valores máximos e mínimos absolutos de uma função f em um


intervalo fechado [a; b]:

1- Encontre os valores de f nos números críticos de f em (a; b);


2- Encontre os valores de f nos extremos do intervalo;
3- O maior valor das etapas 1 e 2 é o valor máximo absoluto e o menor é o mínimo
absoluto.

Exemplo: 5. Encontre os valores máximo e mínimo absolutos de f no intervalo dado.

, no intervalo [-2; 3].

Solução:

Derivando f(x) temos:

f”(x) = 4x3- 4x2

x  0
4x3 - 4x = 0  4x(x - 1) = 0   (são os valores críticos)
x  1

Calculando os valores da função para os valores críticos x = 0 e x = 1 e para os


extremos do intervalo, x = - 2 e x = 3, temos:

f (0)  0 4  2  0 2  0
f (1)  14  2  12  1
f (2)  (2) 4  2  (2) 2  8
f (3)  3 4  2  3 2  63

Então podemos concluir que o máximo absoluto é 63 e o mínimo absoluto é -1.

119
DEFINIÇÃO: Um ponto I sobre a curva f(x) é chamado de ponto de inflexão se f é
contínua no ponto e a curva mudar de côncava para cima para côncava para baixo ou vice-
versa em I .

Como calcular o ponto de inflexão? Basta calcularmos a segunda derivada da


função e igualarmos a zero, isto é f " ( x)  0 .

8.6 – Teste da concavidade

a) Se f " ( x)  0 para todo x em um intervalo, então o gráfico de f é côncavo


para cima nesse intervalo.
b) Se f " ( x)  0 para todo x em um intervalo, então o gráfico de f é côncavo
para baixo nesse intervalo.

Exemplo: 6. Examine a curva y  x 4  4x 3 em relação à concavidade, pontos de


inflexão. Use as informações para esboçar a curva.

Solução:

Devemos derivar a função e achar as raízes da derivada.

f’(x) = 4x3- 12x2

4x3- 12x2 = 0

4x2(x – 3) = 0

4x = 0 x–3=0

x=0 x=3 (são os pontos críticos)

Os intervalos são (- ∞; 0) , (0; 3) e ( 3; ∞)

Derivando novamente temos:

f”(x) = 12x2- 24x

Substitui-se um valor de x da cada intervalo em f’’(x) e analisa-se o sinal:

No intervalo (- ∞; 0) tomemos x = -1, então, f’’(-1) = 12×(-1)2 -24×(-1) = 36 > 0


(sinal positivo), então o gráfico é côncavo para cima neste intervalo.

No intervalo (0; 3) tomemos x = 1, então, f’’(1) = 12×12 - 24×1 = -12 < 0 (sinal
negativo), então o gráfico é côncavo para baixo neste intervalo.

No intervalo (3; ∞) tomemos x = 4, então, f’’(4) = 12×42 - 24×4 = 96 > 0 (sinal


positivo), então o gráfico é côncavo para cima neste intervalo.

120
Para encontrar o ponto de inflexão fazemos f”(x) = 0, ou seja:

12x2- 24x = 0

12x.(x – 2) = 0

12x = 0 x–2=0

x1 = 0 x2 = 2 são os pontos de inflexão.

GRÁFICO

y



x

     






Veremos, a seguir, que existe outra maneira de classificarmos os pontos críticos em


máximo e mínimo relativos.

8.7 – Teste da derivada segunda

Suponha que f " seja contínua na proximidade de c

a) Se f ' (c)  0 e f " (c)  0 , então f tem um mínimo local em c .


b) Se f ' (c)  0 e f " (c)  0 , então f tem um máximo local em c .

8.8 – Exercícios resolvidos

Examine as curvas abaixo em relação à concavidade, pontos de inflexão, mínimo e


máximo local e intervalo crescente e decrescente. Use as informações para esboçar a curva.

x3
a) f ( x)   4x  2
3

Solução:

f’(x) = x2 – 4

Fazendo f’(x) = 0, encontramos as raízes de f’(x) que são os pontos críticos.


121
 x  2
x2  4  0  x2  4  x  4   1
 x2  2

Derivando novamente temos:

f”(x) = 2x.

Encontremos agora os valores de f’(x) para os pontos críticos e verificamos se esses


valores são maiores ou menores que zero.

Para x1 = - 2, f’(-2) = 2×(- 2) = - 4 < 0 logo, a função tem um máximo local em x1= -
2.

Para x2 = 2, f’(2) = 2× 2 = 4 > 0 logo, a função tem um máximo local em x2= 2.

Para encontrar os pontos de inflexão fazemos f’(x) = 0 e isolamos x, ou seja:

2x = 0  x = 0

A função tem um ponto de inflexão, x = 0.

Tomemos um ponto no intervalo (- ∞ ; -2), x = -3, por exemplo, e substituímos em


f’(x).

f’(- 3) = (-3)2 – 4 = 5 > 0, então a função é crescente no intervalo (- ∞ ; - 2).

Tomemos um ponto no intervalo ( - 2 ; 2), x = 0 , por exemplo, e substituímos em


f’(x).

f’(0) = 02 – 4 = - 4 < 0, então a função é decrescente no intervalo (- 2 ; 2).

Tomemos um ponto no intervalo ( 2 ; ∞), x = 3 , por exemplo, e substituímos em f’(x).

f’(0) =32 – 4 = 5 > 0, então a função é crescente no intervalo (2 ; ∞).

Para determinar a concavidade precisamos verificar o sinal da derivada segunda,


f”(x)=2x nos intervalos limitados pelos pontos de inflexão, (-∞ ; 0) e (0 ; ∞).

Tomemos qualquer valor dentro do intervalo (- ∞ ; 0), - 1 por exemplo:

f”(-1) = 2×(- 1) = -2 < 0, então a função tem concavidade voltada para baixo neste
intervalo.

Tomemos qualquer valor dentro do intervalo (0 ; ∞ ), 1 por exemplo:

f”(-1) = 2×1 = 2 > 0, então a função tem concavidade voltada para cima neste
intervalo.

122
y






 x

       



b) f ( x)  3x 4  4 x 3  6

Solução:

Derivando f(x) temos:

f’(x) = 12x3 – 12x2

12x3 – 12x2 = 0

12x2(x – 1) = 0

12x = 0 x -1 = 0

x1 = 0 x2 = 1 (são os pontos críticos)

Derivando f’(x) temos: f”(x) = 36x2 – 24x

Encontrando os valores de f”(x) para os pontos críticos, temos.

f”(0) = 36×02 - 24×0 = 0 então a função tem uma inflexão em x = 0.

f”(1) = 36×12 - 24×1 = 12 > 0 então a função tem um mínimo local em x2 = 1.

Para verificar se a função tem mais ponto de inflexão fazemos f”(x) = 0

Então,

36x2 - 24x = 0 12x.(3x – 2) = 0

12x = 0 3x – 2 = 0

2
x0 x ( são os pontos de inflexão). Para determinar a
3
concavidade precisamos verificar o sinal da derivada segunda f”(x) = 36x2 – 24x, nos
 2 2 
intervalos limitados pelos pontos de inflexão, (; 0),  0; ;  ;   .
 3 3 

123
No intervalo (- ∞; 0) tomemos x = -1 f”(-1) = 36×(-1)2 - 24×(- 1) = 60 > 0, então a
função é côncava para cima nesse intervalo.

 2
No intervalo  0 ;  tomemos x = 0,5 f”(0,5) = 36×(0,5)2 - 24×(0,5) = - 3 < 0, então
 3
a função é côncava para baixo nesse intervalo.

2 
No intervalo  ;   tomemos x = 1 f”(1) = 36×12 - 24×1 = 12 > 0, então a função é
3 
côncava para cima nesse intervalo.

Observe o gráfico.

y







x

  

8.9 – Exercícios propostos

1. Encontre os pontos críticos das seguintes funções:


x3 9x 2
a) f ( x)    14 x
3 2
2x3 7x 2
b) f ( x )    3x  1
3 2
t 1
c) h(t )  2
t  t 1
3
d ) f ( x) 
x

2. Encontre os valores máximos e mínimos absolutos das funções nos intervalos


especificados. Esboce o gráfico.
a) f ( x)  x 2  1 1  x  2
 7
b) f ( x)  1  senx x
2 4
c) f ( x)  x  3x  2
3 2
 2,5  x  2

124
3. Examine as curvas abaixo em relação à concavidade, pontos de inflexão, mínimo e
máximo local e intervalo crescente e decrescente. Use as informações para esboçar a
curva.

a ) f ( x)  x 2  x  6
b) f ( x )  x 3  3 x 2  4
3
c) f ( x)   x 4  3x 3  5
4

8.10 – Respostas dos exercícios propostos

1. ..
a) x = 2 e x = 7
1
b) x e x4
4
c) x = 0 e x = 2
d) Não existe

2. ..
a) Máx. abs. f(2) = 5
Mim. Abs. f(0) = 0
y


x

  

b) Max. Abs. f(  )= 2
   3 
Min. Abs. f    f   1
2  2 
y







x

     

     

125
c) Max. Abs. f(2)= 18
Min. Abs. f(-2) = 2
y








 x

    

3. ..
1
a) P. de mínimo.x = .
2
Não possui ponto de máximo.
Não possui ponto deinflexão.
 1
  ;  a função e decrescente,
 2
1 
 ;   a função e crescente
2 
O gráfico da função tem concavidade voltada para cima em todo domínio.

y



 x

      






b) Máx. local f(0) = - 4


Min. local f(2) = - 8
Inflex. f(1) = - 6
(- ∞; 0) Crescente.
(0; 2) Decrescente.
(2; ∞) Crescente.
(-∞; 1) Concavidade para cima.
(1; ∞) Concavidade para baixo.

126
101
c) Máx. local. f(3) =
4
Min. local f(3) = não existe
Inflex. f(0) = 0
f(2) = 2
(- ∞; 3) Crescente.
(3; ∞) Decrescente.
(-∞; 0) Concavidade para baixo.
(0 ; 2) Concavidade para cima.
(2 ; ∞) Concavidade para cima

y




 x

      




127
Capítulo 9: APLICAÇÕES DE DERIVADAS: PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO

Prof. Áureo Martins11

Introdução

Neste capítulo, estudaremos algumas aplicações práticas do cálculo das derivadas,


fornecendo uma idéia da aplicabilidade do cálculo e estabelecendo uma relação com o mundo
real e as experiências do estudante, visando determinar os valores ótimos, que podem ser uma
maximização ou uma minimização. A tarefa de descobrir esses valores ótimos constituem-se
um problemas de otimização.

9.1 – Passos para resolução de problemas

A quantidade de problemas de otimização é muito grande e é difícil estabelecer regras


especificas para obter a resolução desses problemas. No entanto, vamos apresentar alguns
passos para abordar esses problemas de otimização envolvendo duas variáveis relacionadas e
que nada mais são do que aplicações de ponto crítico, de ponto de máximo e de ponto de
mínimo.

Portanto, para resolução de problemas de otimização é importante e salutar seguir os


seguintes passos:

1º - Ler atentamente o enunciado do problema, pensando nos dados fornecidos, nos


dados desconhecidos e no que deve ser otimizado (maximizado ou minimizado);

2° - Esboçar um croqui com os dados fornecidos e introduzir variáveis para


representar os dados desconhecidos;

3° - Com os dados conhecidos, modelar uma função com as variáveis desconhecidas e


isolar uma delas;

4º - Modelar a função que deve ser otimizada em função de duas variáveis;

5º - Substituir na função modelada no 4º passo a variável isolada conforme refere o 3°


passo, reescrevendo a função em termos de uma variável;

6º - Com esta função modelada, vamos descobrir os números críticos, derivando a


primeira e igualando a zero. Na maioria das vezes só existe um número crítico. Retorna-se na

11
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática

128
função com a variável isolada no 3º passo para descobrir o valor desta variável. Verificar os
pontos extremos com os testes da derivada primeira ou segunda, sempre que necessário;

7º - Se, além disso, a função é contínua em um intervalo fechado [a;b], contendo um


número crítico c, dentro do intervalo, então os extremos da função são o maior e o menor dos
valores de f(a), f(b) e f(c). Fazer o gráfico da função, se necessário.

9.2 - Exercícios resolvidos seguindo os 7 passos:

1. Um Engenheiro Agrônomo tem 400 metros de tela de cerca e quer cercar um campo
retangular que está na margem de um riacho, sendo que ele não precisa colocar tela ao
longo do riacho. Determine as dimensões do campo que tem maior área (1º Passo) e
qual é a maior área a ser cercada com tela.
2º Passo: croqui.

4º Passo: Área ( A)  x. y
3º Passo: 2x + y = 400
y = 400 – 2x
5º Passo: Área( A)  x.(400  2 x)
A  400 x  2 x 2

6º Passo: A'  0  400  4x  0


400
400  4 x  x   100m
4
y  400  2.100  200m
7º Passo: intervalo do domínio = [0;200]
f(0) = 400.0 - 2.02 = 0
f(100) = 400.100 – 2.1002 = 20.000
f(200) = 400.200 – 2.2002 = 0

Gráfico da função: A  400 x  2 x 2


A  0  400 x  2 x 2  0  x(400  2 x)  0
x' 0
400
400  2 x  0  400  2 x  x   200  x' '  200
2
Logo, o domínio da função é [0;200] e a imagem é [0;20000].

x (m) A(m2) 100 20000


0 0 150 15000
0 15000 200 0
129
R: 100x200m e 20.000m2.

2. Um Engenheiro necessita construir uma caixa sem tampa de base quadrada com uma
folha de metal de 120 cm de lado, cortando-se quadrados iguais em cada canto desta
folha e dobrando-a convenientemente e soldando convenientemente os lados.
Determine:
a) as dimensões da caixa de forma que o volume a ser armazenado seja o maior possível;
b) o maior volume possível de ser armazenado nesta caixa.

Como 0  2 x  120 , o domínio da função é 0  x  60 e, portanto, se x = 0 ou x = 60 não há


formação de caixa, isto é, o volume da caixa seria zero.

V = área da base x altura V = (120 - 2x).(120 - 2x).x

V = (14400 – 240x – 240x + 4x2).x


V = 4x3 – 480x2 + 14400x
V’ = 0 12x2 – 960x +14400 = 0
x’ = 20 e x” = 60
Fazendo o teste da derivada segunda: V” = 24x – 960
V”(20) = 24.20 – 960 = - 480 < 0, logo Ponto Máximo (20, 128000)
V(20) = 4.203 – 48.202 + 14400 = 128000
V”(60) = 24.60 – 96 = 4800 > 0 , logo Ponto Mínimo (60,0)
V(60) = 4.603 – 48.602 + 14400 = 0
R: a) 80 x 80 x 20 cm; b) 128000 cm3.

Gráfico da função: V = 4x3 – 480x2 + 14400x


V  0  4 x 3  480 x 2  14400 x  0
x.( x 2  480 x  14400)  0
130
x' 0
x 2  480 x  14400  0
x' '  60

Logo, o domínio da função é [0;60] e a


imagem é [0;128000].

x (cm) V(cm3)
0 0
10 100000
20 128000
30 108000
40 64000
50 20000
60 0

3. Tem-se 1200 cm2 de material disponíveis e necessita-se projetar uma caixa com base
quadrada e sem tampa, de modo que o volume a ser armazenado nesta caixa seja
otimizado. Determine:
a) As dimensões da caixa;
b) o maior volume possível da caixa.

Volume (V) = x2.y


300 x x3
V  x 2 .(  )  300 x 
x 4 4
3x 2
V '  0  300  0
Dados: Material (M) = 1200 cm2 4
M  x 2  4 xy  1200 3x 2
300   300.4  3x 2
1200  x 2 4
y
4x 300.4
x2   400
300 x 3
y 
x 4 x   400  20cm
300 20
y   10cm
20 5

Gráfico da função:

131
x3 x2
V  300 x   0  x.(300  )  0
4 4
x' 0
x2 x2
300   0  300   x   1200  x' '  34,64
4 4
Logo, o domínio da função é [0;34,64] e a imagem é [0;4000].

x (cm) V(cm3)
0 0
5 1.469
10 2.750
15 3,656
20 4.000
25 3.594
30 2250
34,64 0

R: 20x20x10 cm e 4.000 cm3.

12
4. Um Engenheiro pretende projetar uma calha para escoamento de um determinado
líquido, com uma folha retangular de 30 cm de largura e 5 m de comprimento,
devendo dobrar as bordas perpendicularmente à folha, conforme mostra o croqui
abaixo. Quantos centímetros ele deve dobrar de cada lado da folha de modo que a
calha tenha capacidade máxima de escoamento do líquido?

Se x é a largura da calha a ser dobrada para fazer os lados da calha, a base da calha é
30 – 2x. A capacidade máxima da calha será quando o retângulo de lados x e 30 - 2x estiver
ocupado com líquido.

12
Fonte: SWOKOWKI – Cálculo com Geometria Analítica, Ed. Makron Books, 2ª. Ed.

132
Logo: A  x(30  2 x)  30 x  2 x 2 .

Como 0  2 x  30 , o domínio da função é 0  x  15 e, portanto, se x = 0 ou x = 15 não há


formação de calha, isto é, a área do retângulo seria zero.

A'  0  30  4 x  0

30  4 x  x  7,5cm

A"  0  4  0, f (7,5) é o máximo local da função.

R: 7,5 cm.

Gráfico da função: A  30 x  2 x 2

A  0  30 x  2 x 2  0  x.(30  2 x)  0
x' 0
30
30  2 x  0  30  2 x  x   x' '  15
2
Logo, conforme já citado, o domínio da função é [0;15] e a imagem é [0;112,50].

x (cm) A (cm2)
0 0
5 100
7,5 112,50
10 100
15 0

5. Uma indústria de doces em calda deseja criar uma lata de alumínio, de formato
cilíndrico, de tal forma que a mesma contenha 500 ml do produto e que o material
usado para esta embalagem seja o menor possível, tendo em vista o alto custo da
produção desta embalagem.

133
Volume = 500 ml = 500cm³

500
Volume = área da base x altura V   .r 2 .h  500  h 
 .r 2
Material = fundo + tampa + lateral M   .r 2   .r 2  2 .r.h

M  2. .r 2  2 .r.h
500
M  2. .r 2  2 .r. 2
 .r
1000
M  2. .r 2 
r
1000
Como o material deve ser otimizado: M '  0  4. .r  0
r2
1000
4. .r 
r2
1000
r3 
4.
1000
r3  4,30cm
4.

500 500
h   8,60cm
 .r 2
 .(4,30) 2

Resposta: a altura da lata de conserva é igual ao seu diâmetro, para que o material seja
otimizado e que o seu volume seja de 500 ml.

1000
Gráfico da função: M  2. .r 2 
r
O domínio da função é (0;∞) e a imagem é [348,73;+∞)

r (cm) M (cm2) 4,30 348,73


0  6 392,86
1 1006,28 8 527,12
2 525,13 9 620,05
3 389,99 10 728,32
4 350,53 12 988,11

134
6. Uma Engenheira Agrônoma deseja fechar um jardim retangular, sendo que um lado
com um muro de tijolos que custa R$ 30,00 reais por metro e os outros três lados com
uma cerca que custa R$ 10,00 por metro. Se a área do jardim deve medir 1.000 m²,
encontre as dimensões do jardim que minimizam o custo.

R.:

Gráfico da função:

O domínio da função é (0;∞) e a imagem é [1789;∞).

135
0 
10 2400
15 1933
20 1800
22,36 1789
25 1800
30 1867
35 1971
40 2100

7. Uma área retangular com 288 m² deve ser cercada. Em dois lados opostos será usada
uma cerca que custa R$ 10,00 por metro e nos lados restantes um tipo de cerca que
custa 20,00 por metro. Encontre as dimensões do retângulo com o menor custo
possível, assim como este custo.

=0

Gráfico da função:

O domínio da função é de (0;∞) e a imagem é de [960;∞).


20 976
24 960
0  25 960,80
5 2404 30 984
10 1352 35 1029
15 1068 40 1088

136
13
8. Um Engenheiro acompanha o adicionamento de um líquido para um tanque de
grande capacidade de armazenamento. Após t minutos, o total de líquido no recipiente
3
é modelado pela função: L(t )  (10.t  t ) litros. Com que taxa, em litros por
5
minuto, o líquido flui para o recipiente em t  16 minutos?

Dado:

Neste exercício é solicitado a taxa de variação que é igual a declividade da reta


tangente ao gráfico da função em t = 16 minutos. Logo temos que calcular a derivada
primeira da função em t = 16 minutos, para encontrar a taxa neste instante.

13
Fonte: STEWART, James – Cálculo, Ed. Thomson, 6ª. Ed.

137
9 - Um Matemático deseja encontrar as dimensões e a área de um retângulo com perímetro
de 1000 metros, cuja área é a maior possível.

Dados: Perímetro (P) = 1000 m Área do retângulo:A = x.y

P  2 x  2 y  1000 A  x.(500  x)  500 x  x 2

2 y  1000  2 x A' 0  500  2 x  0

1000  2 x
y 500  2 x
2

500
y  500  x x  250m
2

y  500  250  250m

Resposta: a Dimensões 250 x 250 m e área 62.500 m2. Observe que o retângulo de maior
área e um quadrado.

Gráfico da função: A  500 x  x


2

A  x.(500  x)  0
x' 0
500  x  0  x' '  500
O domínio da função é de [0;500] e a imagem é de [0;62500].

0 0
100 40.000
200 60.000
250 62.500
300 60.000
400 40.000
500 0

138
10. Um Matemático deseja descobrir quais são os dois números positivos cuja soma de
duas vezes o primeiro número com o segundo número é igual a 720, de forma que
o produto dos dois números seja máximo.
Solução: Dado: 2x + y = 720, logo: y  720  2 x
Produto = x.y, logo o produto será P  x.(720  2 x)  720 x  2 x 2
Para que o produto seja máximo:
720
P' ( x)  0  720  4 x  0  720  4 x  x   180
4
Com isto, y  720  2.180  360
R: os dois números são 180 e 360.

Gráfico da função: P  720 x  2 x 2


P  x(720  2 x)  0
x' 0
720
720  2 x  0  720  2 x  x' '   360
2
O Domínio da função é de [0;360] e a imagem é de [0;64.800].

0 0
90 48.600
135 60.750
180 64.800
225 60.750
270 48.600
360 0

139
Para resolver os problemas a seguir, vamos estudar este resumo de termos:
x = número de unidades produzidas (ou vendidas)
p = preço unitário
R = receita total proveniente da venda de x unidades: R  x. p
C = custo total da produção de x unidades
_
_ C
C  custo médio por unidade: C 
x
L = lucro total proveniente da venda de x unidades: L  R  C
R’ = Receita Marginal = derivada da receita
C’ = Custo Marginal = derivada do custo
L’ = Lucro Marginal = derivada do Lucro
Logo, para otimizar o lucro, a derivado do lucro que é o lucro marginal deve ser igual a zero:
L' 0  R'C'  0  R'  C '
Portanto, o lucro é máximo ocorre quando a Receita Marginal R’ é igual ao Custo Marginal C’.

11. Suponhamos que o custo de produção de uma empresa é dado pela função
C ( x)   x 2  400 x  700 , onde x é a quantidade produzida. Qual a quantidade
que maximiza o custo?
Para maximizar o custo, devemos fazer C ' ( x)  0 .
400
Logo, C ( x)  2 x  400  0  2 x  400  x   200
2
Portanto, a quantidade a ser produzida que maximiza o custo é de 200 unidades.

Gráfico da função: C ( x)   x  400 x  700


2

O domínio da função é de [0;400] e a imagem é de [700;40.700].


200 40.700
0 700 250 38.200
100 30.700 300 30.700
150 38.200 400 700
140
12. Uma forma líquida de penicilina fabricada por uma firma farmacêutica é vendida a
granel a um preço de R$ 200,00 por unidade. O custo total de produção para x
unidades é de C ( x)  500.000  80 x  0,003x 2 . Qual a quantidade que maximiza o
lucro?
R = receita total proveniente da venda de x unidades: R  x. p

Portanto: a Receita é R  x.200  200 x e a receita marginal R' 200 é de o custo marginal
é de C ' ( x)  80  0,006 x .
Para maximizar o lucro, a receita marginal deve ser igual ao custo marginal, isto é:
L'  0  R'C'  0  R'  C '

Assim sendo: 200  80  0,006 x

200  80
x  20.000unidades.
0,006

Gráfico das funções: R  200 x C ( x)  500.000  80 x  0,003x 2

5.000 1.000.000 5.000 975.000


10.000 2.000.000 10.000 1.600.000
15.000 3.000.000 15.000 2.375.000
20.000 4.000.000 20.000 3.300.000
25.000 5.000.000 30.000 5.600.000
30.000 6.000.000 35.000 6.975.000
35.000 7.000.000
141
13. Numa fábrica, o custo médio em função da quantidade de certa embalagem de
x 700
herbicidas produzidos x é dado pela função: C ( x)  80   . Determine:
7 x
a) a quantidade conveniente que deve ser produzida para que o custo médio seja mínimo;
b) este custo médio mínimo.
Solução:
a) para que o custo médio seja mínimo C ' ( x)  0
x 700 x
C ( x)  80    80   700.x 1
7 x 7
1 700 1 700
C ' ( x)  0   2  0   2  x 2  700.7  x   4900  x  70unidades.
7 x 7 x

100 700
b) o custo médio será: C (100)  80    80  14,29  7  164,29 .
7 100

142
14. Considere a população de uma cultura de bactérias. O número de bactérias P pode
 4t 
P  5001 
ser modelado por  50  t 2 
em que t é o tempo em horas. Determine a
taxa de variação da população em t = 2.

Solução:

R.:
é

15. Um ponto material é lançado do solo, verticalmente para cima e tem posições no
decorrer do tempo t dadas pela função horária: h(t )  120t  10t 2 , com s em
metros e t em segundos. Calcule:
a) o tempo gasto para atingir a altura máxima;
b) a altura máxima atingida pelo ponto material em relação ao solo.

120
Solução: a) o tempo gasto é dado por: h' (t )  0  120  20t  0  t   6s
20
b) altura máxima é dada por: h(6)  120.6  10.6 2  360m

Gráfico da função: h(t )  120t  10t 2


h(t )  0  120t  10t 2  0  t.(120  10t )  0
t ' 0
120
120t  10t  0  t ' '   12
10
143
O domínio da função é de [0;12] e a imagem é de[0;360].

t (s) h (m)
0 0
1 110
2 200
3 270
6 360
9 270
10 200
11 110
12 0

144
9.3 – Exercícios propostos
14
1. Uma caixa deve ser feita com folha de papelão medindo 16 por 30 cm,
destacando-se quadrados iguais dos quatro cantos e dobrando-se os lados,
conforme figura abaixo. Defina:
a) Qual é o tamanho dos quadrados para se obter uma caixa com o maior volume?
b) Qual o maior volume desta caixa a ser armazenado?

2. Uma caixa sem tampa é construída a partir de um pedaço de papelão, de


dimensões de 8 por 5 decímetros, eliminando quatro quadrados iguais dos seus
vértices, como mostra a figura.

a) Modele a equação do volume desta caixa;


b) Determine o tamanho de cada lado de um dos quadrados para se obter uma caixa de
volume máximo, bem como esse volume máximo.

3. Um projetista necessita dimensionar uma caixa de base quadrada e com tampa, de


modo que a mesma contenha um volume de 1000 cm3 e que o material consumido
na fabricação da mesma seja o menor possível.

14
Fonte: ANTON, Howard – Cálculo um novo horizonte, Ed. Bookman, 6ª. Ed.

145
4. Um Matemático foi consultado por um fazendeiro que dispõe de 750 metros de
cerca para cercar uma área retangular e concomitantemente pretende dividi-la em
quatro partes com cercas paralelas a um lado do retângulo, querendo saber:
a) qual as dimensões do retângulo de maior área total das quatro partes;
b) qual é a maior área total possível das quatro partes.

5. Um fazendeiro quer cercar uma área de 15000m2 em um campo retangular e então


dividi-lo ao meio com uma cerca paralela a um dos lados do retângulo. Como fazer
isso de forma a minimizar o custo da cerca?

6. Quais são dois números positivos cuja soma do triplo de um mais o quíntuplo do
outro número é 135, de tal forma que o produto desses dois números seja máximo?

7. Suponhamos que o custo de produção de uma empresa é dado pela função


C ( x)  2 x 2  600 x  1700 , onde x é a quantidade produzida. Qual a quantidade
que maximiza o custo?

8. Determine a quantidade de unidades que devem ser produzida para maximizar a


função receita modelada por: R( x)   x 3  150 x 2  768,75x , bem como a receita
máxima.

9. Numa fábrica, o custo médio em função da quantidade de certa embalagem de


x 6125
cimento colante produzidas x é dado pela função: C ( x)  50   . Calcule
5 x
a quantidade conveniente que deve ser produzida para que o custo médio seja
mínimo, assim como este custo médio mínimo.

10. 15A eficácia E de um medicamento t horas após ser ingerido e entrar na corrente
sanguínea é modelada por E  22,5t  7.5t 2  2,5t 3 , com 0  t  4,5 . Determine a
eficácia máxima que o medicamento analgésico atinge no intervalo [0, 4,5].
11. Um ponto material é lançado do solo, verticalmente para cima, e tem posições no
decorrer do tempo t dados pela função horária: s(t )  56t  7t 2 , sendo s em metros
e t em segundos. Calcule o tempo gasto para atingir a altura máxima e a altura
máxima atingida pelo ponto móvel em relação ao solo.
12. Uma partícula move-se segundo a lei do movimento s(t )  t 3  12t 2  136t , em
que t é medido em segundos e s em metros. Encontre:
a) Encontre a distância percorrida durante os primeiros 8 s:
b) Encontre a velocidade no instante t;
c) Qual a velocidade depois de 8 s;
d) Qual a aceleração no instante t;
e) Qual a aceleração depois de 8 s.

15
Fonte: LARSON, Ron - Cálculo Aplicado – Ed. CENGAGE.
146
13. Uma partícula move-se segundo a lei do movimento s(t )  2t 3  10t 2  36t  2 ,
em que t é medido em segundos e s em metros. Encontre:
a) Encontre a distância percorrida durante os primeiros 6 s:
b) Encontre a velocidade no instante t;
c) Qual a velocidade depois de 3 s;
d) Qual a aceleração no instante t;
e) Qual a aceleração depois de 3s.

14. Um ponto móvel se desloca descrevendo uma curva segundo a função horária
s(t )  1  5t  t 2 (t em segundos e s em metros). Determine a velocidade e a
aceleração do ponto no instante t=10s.

15. Um objeto preso a uma mola oscila de tal maneira que a equação de seu
5
movimento é dada por s(t )  20  36. cos( t ) . Determine a equação da
12
velocidade e da aceleração em qualquer tempo.

9.4 – Respostas dos exercícios propostos

1- 9,34 x23,34 x3,33cm 2 – V ( x)  4 x 3  26 x 2  40 x ; 3x6 x1cm  18cm 3

3 – 10 x 10 cm. 4 -75 x 187,50 m; Amáxima = 14.062,50 m2 5 – 100 x150m

6 - 13,50 e 22,50 7– 150 unidades. 8 – 102,5 unidades; R(102,5) = 577.843,75.

9 – 35 unidades e R$ 232,00. 10 – 3 s. 11 – 4s e 169,24m.


12 - a) s(8)  32m ; b) v(t )  3t 2  24t  136 ; c) v(8)  136m / s ; d) a(t )  6t  24 ;
e) a(8)  24m / s 2
13 – a) s(6)  290m ; b) v(t )  6t 2  20t  36 ; c) v(3)  30m / s ; d) a(t )  12t  20 ;
e) a(3)  16m / s 2
14 – a) v(t )  15m / s e a(t )  40m / s 2 .
5 75 5
15 - v(t )  15 .sen( t ) e a(t )    . cos( t )
12 12 12

147
Capítulo 10: FORMAS INDETERMINADAS E REGRA DE L’HÔPITAL
Janor Araujo Bastos16

x2  x x2 1
Já aprendemos resolver lim x e também do tipo lim 2 .
x 1 x  1 x  2 x  1

0
No primeiro caso temos uma forma indeterminada e no segundo caso temos a forma
0

indeterminada .

senx ln x
Observe agora os limites lim e lim que também são formas são formas
x 0 x x  x

0 
indeterminadas e , mas não permitem fatoração. Para esses casos emprega-se a Regra de
0 
L’Hôpital, que também pode se ser empregada nos casos que conhecíamos.
REGRA DE L’HÔPITAL

Suponha que f e g são diferenciáveis e g’(x)≠0 próximo a a (exceto possivelmente em a).


Suponha que

lim f ( x)  0 e lim g ( x)  0 ou que lim f ( x)   e lim g ( x)   (Em outras palavras


x a x 0 x a x 0

0 
temos formas indeterminadas do tipo e ). Então
0 

f ( x) f ' ( x)
lim  lim
x a g ( x) x a g ' ( x)

Se o limite do lado direito existir (ou for  ou   ).

Agora podemos resolver os limites abaixo aplicando a regra de L’Hôpital que consiste
em derivar o numerador e o denominador da função. É importante verificar se o limite leva a
0 
alguma indeterminação do tipo ou .
0 

16
Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.
148
0 
10.1 – Formas indeterminadas do tipo e
0 

Exemplos:

Calcule:

senx
a) lim
x 0 x

Solução:

Derivando o numerador e o denominador, temos:

senx cos x
lim  lim  cos 0  1
x 0 x x 0 1

ln x
b) lim
x  x

Solução:

Derivando o numerador e o denominador, temos:

1
ln x 1
lim  lim x  lim  0
x  x x  1 x  x

10.2 – Formas indeterminadas do tipo 0.  , 0.(-  ),  .0 , -  .0

Quando temos um limite do tipo lim f ( x).g ( x) que resulta num dos casos acima,
xa

devemos escrevê-lo na for de quociente.

f ( x) g ( x)
f ( x).g ( x)  ou f ( x).g ( x) 
1 1
g ( x) f ( x)

Exemplo:

Calcule lim x. ln x
x 0

Solução:

1
ln 2 x  1 x2 
lim x. ln 2 x  lim  lim x  lim    lim ( x)  0
x 0  1
x 0 x o 1 x 0
 x  1  x 0
2
x x

149
10.3 – Formas indeterminadas do tipo   .

Devemos converter essa diferença em um quociente e então aplicar a regra de


L’Hôpital

Exemplo:

 1 1 
Determine lim  2  .
x 0
x sen x 

Solução:

 1 1   1 1  sen x  x 2 cos x  2 x
lim  2    lim  2    lim 2  lim
x 0 2 xsen x  x 2 cos x
x 0
x sen x  x0  x sen x  x0 x sen x

 1 1   sen x  2 2
lim  2    lim  
x 0
x sen x  x0 2sen x  2 x cos x  2 x cos x  x sen x
2
0

10.4 – Formas indeterminadas do tipo 0  , 0 0 ,1

Os limites do tipo lim f ( x)


g ( x)
dão origem às formas indeterminadas do tipo acima
x a

citadas.

Problemas desse tipo podem ser resolvidos, introduzido uma variável auxiliar w,
fazendo w   f ( x)g ( x ) e aplicando o logaritmo.

Exemplo:

Calcular lim (3x 2  2 x) x


x 0

Solução:

w  lim (3x 2  2 x) x
x 0

ln w  ln[ lim (3x 2  2 x) x ]  lim [ln(3x 2  2 x) x ]


x 0 x o

ln( 2 x 2  2 x)
ln w  lim [ x. ln(3x 2  2 x)]  lim
x 0 x 0 1
x

150

Temos mais uma indeterminação do tipo . Aplicando a regra de L’Hôpital, temos:

6x  2
 6x3  2x 2 
ln w  lim 2 x  2 x = lim  
2
 .
x 0 1 x 0
 2x  2x
2

x2

Aplicando novamente a regra de L’Hôpital temos:

 18 x 2  4 x  0
ln w  lim      0
x 0
 4 x  2  2

10.5 – Exercícios propostos

Calcule os seguintes limites usando a regra de L’Hôpital.

x7 1
1. lim 
x 1 x 2  1

cos x  1
2. lim 
x  sen x
 
3. lim x.sen   
x 
x
x
2 1 
4. lim   2  

x  x x 
1
5. lim (2 x  1) x

x 

 5 1 
6. lim  2  
 x  x 6 x  2
x 2

x. ln x
7. lim 
x  x  ln x

1
8. lim (2  x) x

x 0

9. lim[cot(4 x).sen (3x)] 


x 0

10. lim ( x 3 .e x ) 
x 

10.6 – Respostas dos exercícios propostos

7 1 1
1. 2. 0 3.  4. 1 5. 1 6. 7.  8.
2 5 e

151
Bibliografia

REFERÊNCIAS BÁSICAS

STEWART, James. Cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo - Funções de uma variável. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e
Científicos, 2002.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A . São Paulo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol. I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1. São Paulo:

LEITURAS E SITES RECOMENDADOS

THOMAS, George B. – Cálculo. Vol. I. São Paulo. Addison Wesley, 2005.

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro: LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas aplicações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

152

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