Você está na página 1de 24

Cálculo Diferencial e Integral I

RAE - Módulo 2

Plano da Unidade 3

Carga horária Conteúdos da unidade Atividades


Concavidade e Pontos de Inflexão Apresentação do conteúdo.
5 horas Análise do comportamento de Atividades de aprendizagem com
de funções: Gráficos exercícios propostos.
Integral Indefinida Apresentação do conteúdo.
5 horas Primitivas Atividades de aprendizagem com
Método da Substituição exercícios propostos.
Integral Definida ou Apresentação do conteúdo.
4 horas Integral de Riemann; Atividades de aprendizagem com
Teorema Fundamental do Cálculo exercícios propostos.
Atividade Avaliativa da P3- Prova dissertativa: resolução de questões
4 horas Unidade 3: Revisão Pontuação: 10 pontos
dos conteúdos Data para entrega até 24/09/2020.
Carga horária total da unidade: 18 horas

Prof. Dra. Vanderléa Bazão


Conteúdo

1 Conteúdo 1 da Unidade 1
1.1 Concavidade e Pontos de Inflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Análise do comportamento de funções: Gráficos . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 Conteúdo 2 da Unidade 7
2.1 Primitivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Método da Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3 Conteúdo 3 da Unidade 13
3.1 Integral Definida ou Integral de Riemann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.2 Cálculo de Áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

ii
Capítulo

Conteúdo 1 da Unidade

1.1 Concavidade e Pontos de Inflexão


Seja f derivável no intervalo aberto I e seja p um ponto de I. A reta tangente em
(p, f (p)) ao gráfico de f é

y − f (p) = f 0 (p)(x − p) ou y = f (p) + f 0 (p)(x − p).

Deste modo, a reta tangente em (p, f (p)) é o gráfico da função T dada por

T (x) = f (p) + f 0 (p)(x − p).

Definição 1.1. Dizemos que f tem a concavidade para cima no intervalo aberto I se

f (x) > T (x)

quaisquer que sejam x e p em I, com x 6= p.

Definição 1.2. Dizemos que f tem a concavidade para baixo no intervalo aberto I se

f (x) < T (x)

quaisquer que sejam x e p em I, com x 6= p.

1
2 CAPÍTULO 1. CONTEÚDO 1 DA UNIDADE

Definição 1.3. Sejam f uma função contínua em p. Dizemos que p é ponto de inflexão
de f se existirem números reais a e b, com p ∈]a, b[, tal que f tenha concavidades de nomes
contrários em ]a, p[ e em ]p, b[.

Teorema 1.4. Teste da segunda derivada para concavidade: Seja f uma função
duas vezes derivável em um intervalo I;
(a) se f 00 > 0 em I, o gráfico de f ao longo do intervalo I é côncavo para cima;
(b) se f 00 < 0 em I, o gráfico de f ao longo do intervalo I é côncavo para baixo;
(c) se f 00 (p) = 0 ou f 00 (p) não existe, então p é um ponto de inflexão.

Exemplo 1.5. Determine a concavidade e o ponto de inflexão da função f (x) = x3 − x.

Solução: A derivada da função é f 0 (x) = 3x2 − 1. Então a segunda derivada é


f ”(x) = 6x. Temos que f 00 (x) = 0 se

6x = 0 ⇐⇒ x = 0.

Ainda, f 00 (x) > 0 se x > 0 e f 00 (x) < 0 se x < 0. Portanto, p = 0 é um ponto de inflexão
e
1.2. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES: GRÁFICOS 3

• f tem concavidade voltada para cima em ]0, +∞[.

• f tem concavidade voltada para baixo em ] − ∞, 0[.

Teorema 1.6. Teste da segunda derivada para extremos locais: Suponha que f 00
seja contínua em um intervalo aberto que contenha x = c;
(a) se f 0 (c) = 0 e f 00 (c) < 0, então f tem um máximo local em x = c.
(b) se f 0 (c) = 0 e f 00 (c) > 0, então f tem um mínimo local em x = c.
(c) se f 0 (c) = 0 e f 00 (c) = 0, então o teste falha. A função pode ter um máximo local ou
um mínimo local ou nenhum dos dois.

Exemplo 1.7. Determine os extremos locais da função f (x) = x3 − x.

Solução: A derivada da função é f 0 (x) = 3x2 − 1. Temos que f 0 (x) = 0 se


r
2 1 2 1
3x − 1 ⇐⇒ x = ⇐⇒ x = ± .
3 3
r r
1 1
Então, a derivada sempre existe e é zero em x = ≈ 0, 57 e em x = − ≈ −0, 57,
3 3
para esses valores de x, temos os pontos críticos da função dada.
Como f 00 (x) = 6x, então
r r r r
00 1 1 00 1 1
f ( )=6· >0 e f (− ) = 6 · (− ) < 0.
3 3 3 3
q q
1 1
Portanto, f tem um máximo local em x = − 3
e f tem um mínimo local em x = 3
.
4 CAPÍTULO 1. CONTEÚDO 1 DA UNIDADE

1.2 Análise do comportamento de funções: Gráficos


Para o esboço do gráfico de uma função f, sugerimos o roteiro:

(a) identifique o domínio da função;

(b) identifique os pontos críticos;

(c) identifique os intervalos em que f é crescente e decrescente;

(d) identifique onde os extremos ocorrem;

(e) determine os intervalos onde a função é côncava para baixo e/ou côncava para cima;

(f) esboce de forma geral o gráfico de f e alguns pontos específicos.

Exemplo 1.8. Esboce o gráfico da função

f (x) = x3 − x2 − x + 1

realizando as seguintes etapas:

(a) Domínio da função: D(f ) = R

(b) Pontos críticos: f 0 (x) = 3x2 − 2x − 1, então f 0 (x) = 0 se 3x2 − 2x − 1 = 0


p √
2± 22 − 4 · (3) · (−1) 2± 16 2±4
x= ⇐⇒ x= ⇐⇒ x=
2·3 6 6
2+4 6 2−4 −2 1
Portanto, os pontos críticos são x = = =1ex= = =− .
6 6 6 6 3
1.2. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES: GRÁFICOS 5

(c) Intervalos em que f é crescente e decrescente;

Então,

– f é crescente em ] − ∞, − 13 [ ou ]1, +∞[


– f é decrescente em ] − 31 , 0[

(d) Extremos de f (x) = x3 −x2 −x+1: Temos que f 0 (x) = 3x2 −2x−1, então f 0 (x) = 0
1
se x = 1 e x = − (pontos críticos de f ). Como f 00 (x) = 6x − 2, então
3
– f 00 (1) = 6 · 1 − 2 = 6 − 2 = 4 > 0, então 1 é ponto de mínimo local.
1
– f 00 (− 13 ) = 6 · (− 13 ) − 2 = −2 − 2 = −4 < 0, então − é ponto de máximo local.
3
(e) Concavidade: Temos que f 00 (x) = 6x − 2, então f 00 (x) = 0 se

2 1
6x − 2 = 0 ⇐⇒ 6x = 2 ⇐⇒ x= = .
6 3
1 1
Então x = é um ponto de inflexão de f . Ainda, f 00 (x) < 0 se x < e f 00 (x) > 0
3 3
1
se x > . Portanto,
3
– f tem concavidade voltada para cima em ] 13 , +∞[.
– f tem concavidade voltada para baixo em ] − ∞, 13 [.

(f ) Esboço do gráfico de f e alguns pontos específicos.


6 CAPÍTULO 1. CONTEÚDO 1 DA UNIDADE

1.3 Exercícios
1. Estude a função dada com relação à concavidade e pontos de inflexão.

a) f (x) = x3 − 3x2 − 9x

b) f (x) = 2x3 − x2 − 4x + 1

c) f (x) = xe−2x
1
d) f (x) = x2 +
x

2. Esboce o gráfico das funções

a) f (x) = x3 − 3x2 − 9x

b) f (x) = 2x3 − x2 − 4x + 1

c) f (x) = xe−2x
1
d) f (x) = x2 +
x
Capítulo

Conteúdo 2 da Unidade

2.1 Primitivas
Uma função F é chamada de primitiva ou antiderivada de uma função f se

F 0 (x) = f (x),

para todo x pertencente ao domínio da função f .

Exemplo 2.1. a) F (x) = 31 x3 é uma primitiva de f (x) = x2 .


F (x) = 13 x3 + 1 é uma primitiva de f (x) = x2 .

F (x) = 31 x3 + 2 é uma primitiva de f (x) = x2 .
De maneira geral, F (x) = 31 x3 + k, para k constante; é uma primitiva de f (x) = x2 .

b) F (x) = sin(x) + k, para k constante; é uma primitiva de f (x) = cos(x).

Definição 2.2. Se F é uma primitiva de f , diremos que F (x) + k, sendo k constante é


uma família de primitivas de f .
R
Notação: f (x)dx = F (x) + k, sendo a função f denominada integrando.

Uma primitiva de f será, também, denominada uma integral indefinida de f . É comum


R
referir-se a f (x)dx como a integral indefinida de f .

Exemplo 2.3. Integrais imediatas

7
8 CAPÍTULO 2. CONTEÚDO 2 DA UNIDADE
R
1. 1dx = x + k
R x3
2. x2 dx = +k
3
R xn+1
3. xn dx = + k, n 6= −1
n+1
1
R
4. x
dx = ln x + k
R
5. ex dx = ex + k
R
6. sin(x)dx = − cos x + k
R
7. cos(x) = senx + k
R
8. sec2 (x)dx = tgx + k

Exemplo 2.4. Calcule as integrais

1.
x3+1 x4
Z
x3 dx = +k = +k
3+1 4
2.
x−2+1 x−1
Z Z
1 1
dx = x−2 dx = +k = + k = −x−1 + k = − + k
x2 −2 + 1 −1 x
3. Z √ 2 5
x 3 +1 3√
Z
3 2 x3 3 5 3
x2 dx = x dx = 2
3 + k = 5 + k = x3 + k = x5 + k
3
+ 1 3
5 5

Propriedades: Sejam f e g funções integráveis e c uma constante


R R
1. c · f (x)dx = c · f (x)dx
R R R
2. f (x) + g(x)dx = f (x)dx + g(x)dx
R
Exemplo 2.5. Calcule 4x2 + 3senxdx
Usando as propriedades

x(2+1)
Z
4x2 + 5senxdx = 4 − 5 cos x + k
(2 + 1)
4
= x3 − 5 cos x + k
3

Observação 2.6. A integral do produto não é o produto das integrais, assim como a
integral do quociente também não é o quociente das integrais.
2.2. MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO 9

2.2 Método da Substituição


Para a maioria das funções com as quais trabalharemos, não será possível calcular
integrais indefinidas aplicando uma das fórmulas básicas de integração. Veremos a seguir
um método que nos auxiliará no cálculo de tais integrais.

Suponha que precisamos calcular a integral


Z
(2x + 1)100 dx.

Nosso primeiro impulso seria tentar desenvolver (2x + 1)100 para depois integrarmos como
soma, o que no mínimo seria um trabalho bastante tedioso, além do tempo que perdería-
mos neste processo.

Para resolver problemas desse tipo, existe um método chamado integração por substi-
tuição (ou mudança de variável), que simplifica em muito o cálculo de integrais. O método
consiste em mudar a variável de integração de modo que a integral possa ser calculada
por meio das fórmulas básicas para integrais indefinidas.
R
No caso do cálculo da integral (2x + 1)100 dx, os passos a serem seguidos são os
seguintes:

Passo 1: Introduzimos uma outra letra, por exemplo a letra u, para representar alguma
expressão escolhida com o objetivo de simplificar o integrando. Esta expressão geralmente
é uma parte do integrando cuja derivada, ou o produto dela por uma constante, também
aparece no integrando, multiplicando dx. No nosso caso, fazemos

u = 2x + 1

uma vez que du = 2dx, ou seja, uma constante multiplicando dx.

Passo 2: Calculamos a diferencial de u em relação a x, e escrevemos dx como função


de du. Neste caso,
1
du = 2dx =⇒ dx = du
2

Passo 3: Reescrevemos a integral em termos de u e calculamos a integral resultante,


utilizando as fórmulas básicas de integração.

1 u101 u101
Z Z
100 1
(2x + 1) dx = u100 · du = · +k = +k
2 2 101 202
10 CAPÍTULO 2. CONTEÚDO 2 DA UNIDADE

Passo 4: Voltamos à variável x, ou seja, trocamos u por x na resposta obtida.

u101 (2x + 1)101


Z
100
(2x + 1) dx = + k = +k
202 202

Observação 2.7. Nem sempre é fácil decidir qual a melhor substituição necessária para
transformar uma integral indefinida em uma forma que possa ser facilmente integrável.
Às vezes é preciso tentar várias possibilidades diferentes, para encontrar uma substituição
adequada.
R
Exemplo 2.8. Calcule a integral (3x2 − 1)3 xdx

Solução: Fazemos u = 3x2 − 1 porque parte de sua diferencial du = 6xdx aparece


no integrando. Observando o integrando, notamos a presença do termo (xdx) e, assim,
escrevemos (xdx) como função de du, ou seja,

1
du = 6xdx =⇒ xdx = du
6

Reescrevemos a integral dada em termos de u, e calculamos a integral resultante.

1 u4 u4
Z Z
2 3 1
(3x − 1) xdx = u3 · du = · +k = +k
6 6 4 24

Voltando à variável x, obtemos

u4 (3x2 − 1)4
Z
(3x2 − 1)3 xdx = +k = +k
24 24
x
R
Exemplo 2.9. Calcule a integral x2 +1
dx

Solução: Fazemos u = x2 − 1 e du = 2xdx . Então xdx = 21 du , reescrevemos a


integral dada em termos de u, e calculamos a integral resultante e voltamos à variável x,
obtendo Z Z
x 1 1 1 1
2
dx = · du = ln |u| + k = ln |x2 + 1| + k
x +1 u 2 2 2
R x
Exemplo 2.10. Calcule a integral x+1 dx

Solução: Neste caso, o problema é que o denominador é uma soma e, assim, não
podemos desmembrar o integrando em uma soma de funções integráveis. Desta forma,
fazemos uma substituição para que a soma fique no numerador.
2.2. MÉTODO DA SUBSTITUIÇÃO 11

Fazemos então u = x + 1, então podemos escrever x = u − 1 e ainda du = dx.


Escrevemos a integral dada em termos de u e calculamos a integral resultante

u−1
Z Z Z Z
x u 1 1
dx = du = − du = 1 − du = u − ln |u| + k
x+1 u u u u

Voltando à variável x, obtemos


Z
x
dx = u − ln |u| + k = (x + 1) − ln |x + 1| + k
x+1
R 2
Exemplo 2.11. Calcule a integral xex dx
Solução: Fazemos u = x2 e du = 2xdx, então 21 du = xdx . Escrevemos a integral
dada em termos de u e calculamos a integral resultante.
Z Z
x2 1 1 1 2
xe dx = eu du = eu + k = ex + k
2 2 2
R
Exemplo 2.12. Calcule a integral tg x dx
Solução: Inicialmente escrevemos a função tangente em termos de seno e coseno, o
que nos permite visualizar que uma mudança de variável facilita seu cálculo. Assim, a
integral torna-se: Z Z
sen x
tg x dx = dx
cos x
Fazendo u = cos x, obtemos du = −senxdx e, portanto, senx dx = −du. Substituindo na
integral, obtemos:
Z Z Z
sen x 1
tg x dx = dx = − du = − ln |u| + k = − ln | cos x| + k
cos x u

Observamos que − ln | cos x| = ln | cos x|−1 = ln | cos1 x| = ln | sec x|. Então, também
podemos escrever a integral como
Z
tg x dx = − ln | cos x| + k = ln | sec x| + k.

ln x
R
Exemplo 2.13. Calcule a integral x
dx
1
Solução: Fazendo u = ln x, obtemos du = dx. Substituindo na integral, obtemos:
x

u2 (ln x)2
Z Z
ln x
dx = udu = +k = + k.
x 2 2
12 CAPÍTULO 2. CONTEÚDO 2 DA UNIDADE

2.3 Exercícios
1. Calcule as integrais abaixo.
R
(a) x8 dx
R
(b) 6 dx.
R
(c) 2 − x dx
R
(d) x − x2 dx
R √
(e) 4+ x + x3 dx
1
R
(f) x2
dx
1
R
(g) x
+ 5 sin x dx
R
(h) cos x − 2ex dx

1. Calcule as integrais abaixo.


R√
(a) 3x2 + 1x dx
1
R
(b) (2x−3)2
dx.
R √
(c) x2 4 1 − 4x3 dx
R
(d) e9x dx
R 2 −1
(e) 2xex dx
x
R
(f) x−4
dx
sen x
R
(g) cos3 x
dx
R
(h) ex cos(2ex ) dx
Capítulo

Conteúdo 3 da Unidade

3.1 Integral Definida ou Integral de Riemann


Seja f uma função, tal que f é contínua no intervalo fechado [a, b] e f (x) ≥ 0, ∀x ∈
[a, b]. Seja R a região limitada pela curva y = f (x), as retas x = a e x = b e o eixo x.
Vamos calcular a área da região R

Para isso, vamos fazer uma partição do intervalo [a, b] em n subintervalos, escolhendo
n − 1 pontos entre a e b.

a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn−1 < xn = b

Em cada subintervalo [xk−1 , xk ], k = 1, 2, 3, · · · , n vamos escolher um ponto tk .

13
14 CAPÍTULO 3. CONTEÚDO 3 DA UNIDADE

Para cada k = 1, 2, 3, · · · , n, seja ∆xk = xk − xk−1 o comprimento do subintervalo


[xk−1 , xk ], e seja Rk o retângulo com altura f (tk ) e largura ∆xk .
Vamos encontrar um valor aproximado para a área que desejamos calcular somando
as áreas dos retângulos Rk .
n
Área de R ∼
X
= f (tk )∆xk = f (t1 )∆x1 + f (t2 )∆x2 + · · · + f (tn−1 )∆xn−1 + f (tn )∆xn .
k=1

Observe que quanto maior for o valor de n, mais próximo da região R estará a soma
das áreas dos retângulos
3.1. INTEGRAL DEFINIDA OU INTEGRAL DE RIEMANN 15

Seja k∆k o comprimento do maior subintervalo, isto é, k∆k = M ax{∆xk ; 1 ≤ k ≤


n}, e quanto mais próximo estiver k∆k de 0, mais próximo estará a soma das áreas do
retângulo, da área da região R.
n
X
Área de R = lim f (tk )∆xk
k∆k→0
k=1

Definição 3.1. (Soma de Riemann) Dada uma função f limitada num intervalo [a, b], e
uma partição P = {a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn−1 < xn = b} desse intervalo, uma Soma
de Riemann é n
X
f (tk )∆xk ,
k=1

onde tk ∈ [xk−1 , xk ] e ∆xk = xk − xk−1 .

Definição 3.2. (Integral Definida ou Integral de Riemann) Seja f uma função definida
em [a, b], e L um número real. Dizemos que nk=1 f (tk )∆xk , tende a L, quando k∆k tende
P

a 0, e escrevemos
Xn
lim f (tk )∆xk = L
k∆k→0
k=1

se, para todo ε > 0 dado existir δ > 0, que só depende de ε, e não da particular escolha
dos tk , tal que
Xn
f (tk )∆xk − L < ε



k=1

para toda partição P de [a, b], com k∆k < δ.


Tal número L quando existe é único denomina-se integral (de Riemann) de f em [a, b]
16 CAPÍTULO 3. CONTEÚDO 3 DA UNIDADE
Rb
e indica-se por a
f (x)dx. Então por definição
Z b n
X
f (x)dx = lim f (tk )∆xk .
a k∆k→0
k=1

Então, podemos calcular a área da região R como


Z b
Área R = f (x) dx.
a

Entretanto não parece um trabalho muito simples ficar subdividindo intervalos, calcu-
lando a f em muitos pontos, multiplicando e somando todos os termos. Para nos auxiliar
nesta tarefa vamos enunciar o Teorema Fundamental do Cálculo.

Teorema 3.3. Teorema Fundamental do Cálculo: Se f for uma função contínua em


[a, b] e se F for a primitiva de f em [a, b] então
Z b
f (x)dx = F (b) − F (a).
a

Rb
Notação: a
f (x)dx = F (x)|ba = F (b) − F (a), sendo F (x) uma primitiva de f (x).

Exemplo 3.4. Calcular a integral definida


R1 x3 1 13 03 1 1
a) 0
x2 dx = |
3 0
= 3
− 3
= 3
−0= 3
R3
b) 1
4 dx = 4x|31 = 4 · 3 − 4 · 1 = 12 − 4 = 8

c) 0
sin x dx = − cos x|π0 = − cos(π) − (− cos 0) = −(−1) − (−1) = 1 + 1 = 2
3.2. CÁLCULO DE ÁREAS 17

3.2 Cálculo de Áreas


Seja f contínua em [a, b], com f (x) ≥ 0 em [a, b]. Sabemos que a área do conjunto R
do plano limitado pelas retas x = a, x = b, y = 0 e pelo gráfico de y = f (x), pode ser
calculada como Z b
Área R = f (x) dx.
a
.

Exemplo 3.5. Seja f a função dada por f (x) = x2 . Determine a área da região abaixo
do gráfico de f e limitada pelas retas x = 0 e x = 1.

Solução: Devemos determinar a integral definida de f (x) = x2 no intervalo [0, 1]

1
x3 1 13 03
Z
1
Área R = x2 dx = |0 = − = u. a.
0 3 3 3 3

Exemplo 3.6. Determine a área do conjunto


 
1
R = (x, y) ∈ R2 | 1 ≤ x ≤ 2 e 0≤y≤ 2 .
x

1
Solução: Devemos determinar a integral definida de f (x) = x2
no intervalo [1, 2]

2
2 2 2
x−2+1 x−1
Z
1 1 1 1 1 1
Área R = 2
dx = = = − = − − (− ) = − + 1 = u. a.
1 x −2 + 1 1
−1 1 x 1 2 1 2 2
18 CAPÍTULO 3. CONTEÚDO 3 DA UNIDADE

As situações que apresentamos a seguir sugerem como estender o conceito de área para
uma classe mais ampla de subconjuntos do plano.

Seja R o conjunto hachurado.


Z c Z d Z b
Área R = f (x) dx − f (x) dx + f (x) dx
a c d

Rc Rd Rb
Observe que Área R = a f (x) dx − c f (x) dx + d f (x) dx = soma das áreas dos
conjuntos acima do eixo 0x menos soma das áreas dos conjuntos abaixo do eixo 0x.
3.2. CÁLCULO DE ÁREAS 19

Exemplo 3.7. a) Calcule a área da região limitada pelo gráfico de f (x) = x3 , pelo eixo
x e pelas retas x = −1 e x = 1.
R1
b) Calcule −1 x3 dx
Solução: a) Devemos determinar o cálculo das seguintes integrais

0 1
0 1
x4 x4
Z Z
3 3 1 1 1 1 1
Área R = − x dx + x dx = − + = −(0 − ) + ( − 0) = + =
−1 0 4 −1 4 0 4 4 4 4 2

R1 1
3 x4 1 1
b) −1
x dx = 4
= 4
− 4
= 0 = Área A2 − Área A1
−1

Exemplo 3.8. Calcule a área da região limitada pelas retas x = 0, x = 1, y = 2 e pelo


gráfico de y = x2 .

Solução:


Exemplo 3.9. Calcule a área do conjunto de todos os pontos (x, y) tais que x2 ≤ y ≤ x.
20 CAPÍTULO 3. CONTEÚDO 3 DA UNIDADE

Exemplo 3.10. Calcule a área da região compreendida entre os gráficos de y = x e


y = x2 , com 0 ≤ x ≤ 2.
3.3. EXERCÍCIOS 21

3.3 Exercícios
1. Calcule as integrais abaixo.
R −1
(a) 1
x8 dx
R3
(b) 1
6 dx.
R3
(c) 2
2 − x dx
R2 1
(d) 1 x2
dx
R2 1
(e) 1 x
dx
R π/2
(f) 0
cos x dx

(g) 0
5 sin x dx

2. Seja f a função dada por f (x) = x4 . Determine a área da região abaixo do gráfico
de f e limitada pelas retas x = 1 e x = 2.

3. Determine a área do conjunto


 
1
R = (x, y) ∈ R2 | 1 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ .
x+1

4. Determine a área do conjunto


n π o
R = (x, y) ∈ R2 | 0 ≤ x ≤ e 0 ≤ y ≤ cos x .
2

5. Determine a área do conjunto de todos os pontos (x, y) tais que x2 + 1 ≤ y ≤ x + 1.


Bibliografia

[1] Ávilva, G. S. S.; Araújo, L.C. L. Cálculo - Ilustrado, Prático e Des-


complicado. Grupo GEN, 06/2012. 978-85-216-2128-7. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br//books/978-85-216-2128-7/. Accesso
em: 09 Jul 2020

[2] Bizelli, M. H. S. S.; Barrozo, S. Cálculo para um curso de química. São Paulo :
Cultura Acadêmica : Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação,
2009. 406 p.

[3] Costa, J. J. S. Cálculo I – Mossoró : EdUFERSA, 2013. 88 p. : il. Disponível em:


http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/204262. Acesso em: 12 jul. 2020

[4] Flemming D. M., Gonçalves, M. B. . CÁLCULO A: Funções, Limite, Derivação,


Integração Vol. 1, 5a ed. São Paulo : Macron, 1992. 618p.

[5] Guidorizzi, H. L. Um Curso de Cálculo. vol. 1, 6a edi-


ção . Grupo GEN, 08/2018. 9788521635574. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br//books/9788521635574/. Acesso em:
12 jul 2020

[6] Stewart, J. Cálculo. 6. ed. Vol. 1. , Cengage Learning Brasil, 2017. 9788522126859.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br//books/9788522126859/.
Acesso em: 12 jul 2020

[7] Videos de Matemática básica e Cáculo 1 do Canal da UNIVESP. Disponível em:


https://integra.univesp.br/courses/1901/. Acesso em: 12 jul 2020

22

Você também pode gostar