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Universidade Federal Fluminense

Cálculo IA - 23/11/2018
Professora: Fabiani A. C.

REVISÃO

EMENTA PARA A SEGUNDA PROVA:

1. Derivação implícita, Taxas relacionadas, Teorema da função inversa;

2. Funções exponencial, logaritmo, Derivação logaritmica e aplicações;

3. Funções trigonométricas inversas e suas derivadas;

4. Função crescente e decrescente, Máximos e mínimos, Ponto crítico, Teorema do


Valor Extremo, Problemas de máximo e mínimo em intervalos fechados;

5. Teorema de Rolle, Primitivas e Integral inde…nida, Problemas de valor inicial;

6. Esboço de grá…cos: Crescimento e decrescimento (Teste da derivada primeira), Con-


cavidade (Teste da derivada segunda), Pontos de in‡exão;

7. Regra de L’Hôspital;

8. Funções hiperbólicas;

9. Problemas de otimização, Cálculo de máximos e mínimos absolutos;

10. Aproximação linear, Polinômio de Taylor.

Será feita uma breve revisão do conteúdo referente à segunda prova de Cálculo IA.
Este material deve ser utilizado juntamente com o conteúdo ministrado em aula.

1
Observação: Os assuntos: Taxas relacionadas, Funções trigonométricas inversas
e suas derivadas, Primitivas e integral inde…nida, problemas de valor inicial, Funções
hiperbólicas e otimização não constam nessa revisão porém, são temas para a prova
e devem ser estudados separadamente através da matéria dada em sala e os exercícios
selecionados.

1.1) Derivada implícita:

Example 1 Encontre a reta tangente a y = f (x) no ponto (1; 1) onde y satisfaz a equação

(2 x) y 2 = x3

Derivando implicitamente a equação acima tem-se,

4yy 0 y2 2xyy 0 = 3x2 :

Substituindo os pontos x = 1 e y = 1 obtemos

4y 0 1 2y 0 = 3 ) y 0 = 2 no ponto x = 1:

Portanto, a equação da reta tangente em (1; 1) é dado por y = 1 + 2(x 1) = 2x 1.

Observação: No exemplo anterior, substituímos os pontos logo após derivarmos. Não


foi necessário encontrar a expressão de y 0 em função de x e y, o que reduz as chances de
cometermos erros. Apenas encontre a fórmula para a função y 0 se o exercício exigir!

1.2) Para que utilizamos o Teorema da Função Inversa?

a) Para mostrar em quais intervalos uma função derivável é invertível;


1
b) O teorema também conclui que nesses intervalos a função inversa f (x) é
derivável e nos dá uma fórmula para calcular sua derivada:

1 0 1
f (x) = :
f 0 (f 1 (x))

2
Observação: Em geral, não é preciso descobrir a expressão de f 1 para usarmos
a fórmula acima. Basta descobrir o valor de f 1 no ponto x que desejamos calcular
a derivada.

Example 2 Mostre que a função f (x) = 2 (x2 + 1) arctan x é invertível para todo x real
0
e que f 1 ( ) = 1. Calcule (f 1 ) ( ).
A derivada de f é f 0 (x) = 4x arctan x + 2 > 0 para todo x 2 R pois x e arctan x
possuem o mesmo sinal para x < 0 e para x > 0 (Veri…quem!). Logo, pelo Teorema da
Função Inversa, f é invertível em R.
Sabemos que f 1 ( ) = 1 se, e somente se, f ( 1) = . Como

f ( 1) = 4 arctan( 1) = 4 = ;
4

temos o que queríamos.


Para …nalizar, utilizamos novamente o Teorema da Função inversa:
0
(f 1 ) ( ) = f 0 (f 11( ))) = f 0 (1 1) = +2
1
.

2) É importante lembrar dos grá…cos e das propriedades das funções exponencial e loga-
ritmo natural.

y y 2.5
60
2.0

40 1.5

1.0
20 0.5

0.0
5 10 15
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -0.5 x
x

Grá…co da função y = ex : Grá…co da função y = ln x:

3
Como essas funções são inversas uma da outra tem-se

eln x = x ; ln (ex ) = x:

Sabemos ainda que (ex )0 = ex e (ln x)0 = x1 .


Relembrem também que (loga x)0 = x ln1 a e (ax )0 = ax ln a.

Derivação logarítmica

Sempre que estivermos interessados em derivar funções do tipo y = f (x)g(x) podemos


utilizar a derivação logarítmica que consiste, simplesmente, em aplicar o logaritmo natural
e derivar a função resultante.

Example 3 Derive a função y = xx .


Aplicando o ln obtemos ln y = ln(xx ) ) ln y = x ln x. Utilizando a regra da cadeia e
derivando tem-se
y0 1
= ln x + x = 1 + ln x:
y x
Portanto,
y 0 = xx (1 + ln x):

4) e 6) Dizemos que uma função f é crescente se satisfaz: x < y ) f (x) < f (y). A
função f é decrescente se x < y ) f (x) > f (y) :

Quando a função é derivável não precisamos utilizar a de…nição acima para concluirmos
se a mesma é crescente ou decrescente.
O estudo de crescimento e decrescimento de uma função f é feito através da análise
do sinal da função derivada f 0 (x):

Nos intervalos onde f 0 (x) > 0 então a função f (x) é crescente;

Nos intervalos onde f 0 (x) < 0 a função f (x) é decrescente.

4
Observação: Note que estudamos f 0 para obtermos informações sobre f .

Também podemos fazer o estudo da concavidade apenas utilizando derivadas:

Nos intervalos onde f 00 (x) > 0 a função possuirá concavidade para cima;

Nos intervalos onde f 00 (x) < 0 a concavidade será para baixo.

Obs.: Uma maneira fácil de lembrar esse método é utilizar como exemplo a função
y = x2 :

Um ponto x onde ocorre a mudança de concavidade é chamado ponto de in‡exão.

Pontos críticos: Sabemos que x 2 D (f ) é um ponto crítico de f se f 0 (x) = 0.

Os pontos críticos são candidatos a máximos e mínimos relativos, mas pode acon-
tecer de um ponto crítico não ser nenhuma das duas coisas. Portanto, é importante
analisar o crescimento e decrescimento da função (próximo desse ponto crítico) para
chegar a alguma conclusão.

Método para encontrar máximos e mínimos relativos:

a) Primeiro localize os pontos críticos;

b) Estude o crescimento e decrescimento da função em cada um desses pontos e classi…que


quais são máximos e mínimos relativos.

Example 4 Determine os máximos e mínimos relativos da função f (x) = x3 3x + 1.


A derivada de f é dada por f 0 (x) = 3 (x2 1), portanto, seus pontos críticos são
x = 1 e x = 1. Tem-se também que f 0 (x) > 0 se x < 1 e x > 1. Além disso, f 0 (x) < 0
se 1 < x < 1, ou seja, f (x) é crescente em ( 1; 1), (1; +1) e f (x) é decrescente em
( 1; 1). Logo, x = 1 é máximo local e x = 1 é mínimo local.

5
Máximos e mínimos absolutos: São os pontos no domínio da função que possuem
maior e menor imagem, respectivamente. Se estes pontos estiverem dentro de uma in-
tervalo aberto e a função for diferenciável então eles serão automaticamente máximos e
mínimos relativos.
Se a função f for contínua e estiver de…nida em um intervalo fechado [a; b] sabemos,
pelo Teorema do Valor Extremo, que esses pontos de máximo e mínimo absolutos existem.
Nesse caso, considerando que f é derivável em (a; b), como encontramos seus máximos
e mínimos absolutos?

Localize os pontos críticos e avalie a função nesses pontos críticos e também nos
pontos a e b (que são os extremos do intervalo fechado [a; b]).

Os que tiverem menor imagem serão mínimos absolutos e os que possuírem maior
imagem serão máximos absolutos.
4
Example 5 Encontre os máximos e mínimos absolutos de f (x) = x4 x3 2x2 + 3 em
[ 2; 3].
Temos que f 0 (x) = x(x + 1)(x 4) logo, seus pontos críticos são x = 0, x = 1 e
x = 4. Como x = 4 não pertence ao intervalo [ 2; 3], podemos excluí-lo. Analisando
f nos outros pontos críticos obtemos f (0) = 3, f ( 1) = 94 . Repetindo essa análise nos
extremos do intervalo tem-se f ( 2) = 7 e f (3) = 487 .
Concluímos que o ponto de máximo absoluto é x = 2 e o mínimo absoluto é x = 3.

5) O Teorema de Rolle (vide notas de aula) possui diversas aplicações, como por exemplo,
para descobrir quantas raízes reais, no máximo, um polinômio possui, qual o número
máximo de interseções entre duas funções, etc. Algumas vezes, necessitamos utilizá-
lo juntamente com o Teorema do Valor Intermediário.

Example 6 Mostre que o polinômio p (x) = 2x3 + 3x + 13 possui apenas uma raiz
real.

Solução: O polinômio satisfaz p( 2) = 9 < 0 e p( 1) = 8 > 0 e, sabemos que


todo polinômio é contínuo. Pelo Teorema do Valor Intermediário, p(x) possui uma
raíz x0 2 ( 2; 1), isto é, p(x0 ) = 0.

6
Como p0 (x) = 6x2 + 3 > 0 para todo x 2 R, tem-se que sua derivada nunca se
anula.
Suponha agora que p(x) possua outra raiz x1 2 R e que x0 < x1 . Nesse caso, temos
p(x1 ) = p(x0 ) = 0. Logo, pelo Teorema de Rolle, deverá existir c 2 (x0 ; x1 ) tal que
p0 (c) = 0, o que é um absurdo!
Logo, p(x) não pode possuir outra raiz real.

7) A regra de L’Hôspital é uma ferramenta utilizada no cálculo de limites que possuem


indeterminação do tipo 00 ou 1
1
. Ela pode ser aplicada quantas vezes for necessário.
2
Example 7 Calcule limx!0 cos x 1
ex2 1
.
Solução: Esse limite possui indeterminação do tipo 00 . Aplicando L’Hôspital e uti-
lizando o limite fundamental obtemos:

cos2 x 1 2 cos x sin x


lim 2 = lim
x!0 ex 1 x!0 2xex2
sin x cos x
= lim = 1:
x!0 x ex2

cos2 x 1
Atenção: No momento que utilizamos L’Hôspital não derivamos o quociente ex2 1
.
2
Devemos derivar cada uma das funções cos2 x 1 e ex 1 separadamente!!!

Limites de funções do tipo f (x)g(x) .

Os limites limx!a f (x)g(x) merecem atenção especial. Para calcularmos devemos uti-
lizar a seguinte identidade:

g(x)
lim f (x)g(x) = elimx!a ln[f (x) ] = elimx!a g(x) ln(f (x)) :
x!a

x2
Example 8 Calcule limx!+1 cos x2 .
Temos que

x2 x2
2 limx!+1 ln (cos x2 ) 2 ln(cos 2
):
lim cos =e = elimx!+1 x x
x!+1 x

7
Como
2 2 ln cos x2
lim x ln cos = lim
x!+1 x x!+1 1=x2
possui indeterminação do tipo 0=0, podemos aplicar L’Hôspital. Logo,

2 2 ln cos x2
lim x ln cos = lim
x!+1 x x!+1 1=x2
2
= lim x tan
x!+1 x
tan x2
= lim ;
x!+1 1=x

que também possui indeterminação do tipo 0=0. Aplicando L’Hôspital novamente obtemos

tan x2 2
lim = lim 2 sec2
x!+1 1=x x!+1 x
= 2:

Portanto,
x2
2
lim cos = e 2:
x!+1 x

Importante: Utilizamos o método de aplicar o ln em dois casos distintos, para cal-


cular derivadas e no cálculo de limites. Fiquem atentos à diferença!!!

10) Aproximação Linear e Polinômio de Taylor.

Example 9 Avalie (1; 03) 1=3 utilizando um Polinômio de Taylor de grau 2.


Seja f (x) = x 1=3 e escolha x0 = 1. Escolhemos x0 dessa forma forma porque ele está
muito próximo de 1; 03. O polinômio de Taylor de grau 2 de f no ponto x0 é dado por

f 00 (x0 )(x x0 )2
p2 (x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )(x x0 ) + :
2!

8
Calculando as derivadas de f e substituindo na fórmúla acima obtém-se

1 4=9(x 1)2 1 2
p2 (x) = 1 (x 1) + =1 (0; 03) + (0; 03)2
3 2 3 9
2
= 1 0; 01 + (9 10 4 ) = 0; 99 + 2 10 4
9
= 0; 99 + 0; 0002 = 0; 9902:

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Atenção ao usar a regra da cadeia!

1) Determine os pontos da elipse x2 xy + y 2 = 9 em que a reta tangente é horizontal.

2) Os lados de um triângulo equilátero estão crescendo à uma taxa de 10cm= min. A


que taxa a área do triângulo está crescendo, quando os lados medem 30cm?

3) Calcule

x2
a) lim b) lim (arctan (2x) + 1)1=x
x!0 tan x sin (3x) x!0

4) Localize os máximos e mínimos absolutos de f (x) = 2 sin x + cos (2x) no intervalo


[0; 2 ].

5) Utilize derivação logarítmica para derivar a função


p
(2x + 1)x x2 + 3
f (x) = ; x > 0:
esin x
ln x
6) Esboce o grá…co de f (x) = x
.
x
7) Calcule limx! 1 (1 + 2ex )e :

xx
8) Seja f (x) = g 2 (e1 x) ; x > 0, onde g : R ! (0; +1) é derivável em R.

9
a) Calcule f 0 (x), x > 0.
b) Determine a equação da reta tangente ao grá…co de f no ponto de abscissa
x = 1, sabendo que g (1) = 2 e g 0 (1) = 3.

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