Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Pauta de Correção da 3a Avaliação de Cálculo I - 17 de setembro de 2016

1. Calcule os seguintes limites:


xex
a) lim ;
x→0 ex − 1
 
1 1
b) lim − .
x→0 x sen x
Resolução: (a) Uma vez que

lim xex = 0 e lim (ex − 1) = 0,


x→0 x→0

aplicando a Regra de L’Hôspital temos que


d(xex )
xex dx ex + xex
lim x = lim = lim = lim (1 + x) = 1.
x→x e − 1 x→0 d(ex − 1) x→0 ex x→0
dx

(b) Neste caso, note que


   
1 1 senx − x
L = lim − = lim .
x→0 x sen x x→0 xsenx
Uma vez que
lim [sen x − x] = 0 = lim [x sen x],
x→0 x→0
pela Regra de L’Hôspital temos que
cos x − 1
L = lim .
x→0 sen x + x cos x
Desde que
lim [cos x − 1] = 0 = lim [sen x + x cos x],
x→0 x→0
aplicando mais uma vez a Regra de L’Hôspital, temos que
− sen x
L = lim = 0.
x→0 2 cos x − x sen x

Pauta:(i) Descontar 0,2 por cada erro de conta;


(ii) Descontar 0,5 por cada derivada calculada errada;

2. Seja f uma função contínua no intervalo fechado [2, 7], diferenciável no intervalo aberto
(2, 7), e tal que 1 ≤ f 0 (x) ≤ 5 para todo x ∈ (2, 7). Prove que

5 ≤ f (7) − f (2) ≤ 25.

Resolução: Sendo f uma função contínua no intervalo fechado [2, 7] e diferenciável no


intervalo aberto (2, 7), pelo Teorema do Valor Médio, existe c ∈ (2, 7) tal que

f (7) − f (2) = f 0 (c)(7 − 2) = 5f 0 (c).


Desde que c ∈ (2, 7), temos por hipótese que 1 ≤ f 0 (c) ≤ 5; assim

5 = 5.1 ≤ f (7) − f (2) ≤ 5.5 = 25.

Pauta: (i) Descontar 0,2 por cada erro de conta;


(ii) Dar 1,0 ponto se ao tentar resolver a questão o aluno mostra que sabe enunciar o
Teorema do Valor Médio.

3. Determine os valores máximo e mínimo absoluto de f (x) = ex − x no intervalo fechado


[−1, 1].

Resolução: Como f é contínua em [−1, 1] (diferença de uma função exponencial e uma


função polinomial), podemos usar o Método do Intervalo Fechado. Desde que f 0 (x) = ex −1,
temos que os únicos pontos críticos de f ocorrem quando f 0 (x) = 0, isto é, x = 0. Sendo
x = 0 o único ponto crítico neste intervalo fechado, então o maior dentre f (−1) = e−1 + 1,
f (0) = 1 e f (1) = e − 1 será o valor máximo absoluto e o menor valor será o valor mínimo
absoluto, ou seja, f (1) = e − 1 será o valor máximo absoluto e f (0) = 1 será o valor mínimo
absoluto.

Pauta: (i) Descontar 0,2 pontos se o aluno esquecer de comentar sobre a continuidade de
f;
(ii) Pontuar em 0,5 ponto se o aluno acertou no cálculo do número crítico.

4. Considere a função
1
f (x) = .
x2 − 4
a) Encontre o domínio de f , os pontos de intesecção com os eixos coordenados e as assin-
totas horizontais e verticais, caso existam;
b) Indique os intervalos de crescimento, decaimento, os pontos críticos e os extremos rela-
tivos de f , caso existam;
c) Estude a concavidade da função f e determine os pontos de inflexão, caso existam;
d) Esboçe o gráfico de f .

Resolução: (a) O domínio de f é D = (−∞, −2) ∪ (−2, 2) ∪ (2, ∞). A intersecção com o
eixo y ocorre em y = f (0) = −1
4 e o gráfico de f não intersepta o eixo x. Desde que

lim f (x) = 0,
x→±∞

temos que a o eixo x é uma assintota horizontal. Por outro lado,

lim f (x) = +∞,


x→−2−

lim f (x) = −∞,


x→−2+

lim f (x) = −∞,


x→+2−
e
lim f (x) = +∞,
x→+2+

e portanto as retas x = −2 e x = 2 são assíntotas verticais.

(b) Usando a regra da derivação do quociente de funções, temos que


−2x
f 0 (x) = .
(x2− 1)2
Assim f 0 (x) > 0 para todo x ∈ (−∞, 0) e, portanto f é uma função crescente neste in-
tervalo. Por outro lado, f 0 (x) < 0 para todo x ∈ (0, ∞), de modo que f é uma função
decrescente neste intervalo. Usando o Teste da Derivada Primeira concluímos a único nú-
mero crítico de f dado por c = 0 corresponde a um ponto de máximo relativo;

(c) Aplicando a regra da derivação do quociente a f 0 (x) obtemos

6x2 + 8
f 00 (x) = ,
(x2 − 1)3

Portanto temos f 00 (x) 6= 0 para todo x ∈ D, de modo que não temos ponto de infleção. Por
outro lado temos que f 00 (x) > 0 se x ∈ (−∞, 2) ou x ∈ (2, +∞) e f 00 (x) < 0 se x ∈ (−2, 2),
de modo que o gráfico de f é côncavo para cima em x ∈ (−∞, −2) e em x ∈ (2, , +∞) e
côncavo para baixo no intervalo (−2, 2);

(d) Usando as informações obtidas nos ítem (a), (e) e (c), finalizamos o esboço do grá-
fico, conforme abaixo.

Pauta: (i) Descontar 0,2 ponto por erro de conta;


(ii) No item (d), pontuar em 1,0 se o esboço do gráfico estiver correto e em 0,0 se o esboço
estiver errado.

5. Uma caixa com base quadrada e sem tampa tem volume de 32 cm3 . Encontre as dimensões
da caixa que minimizam a quantidade de material usado.

Resolução: Se x é a aresta da base e h é a altura da caixa então o volume é dado por


V = x2 h. Sendo o volume dado igual a 32 (que será substituído no final), segue que
h = V /x2 . A área total da caixa é dada por
4V
A = x2 + 4xh = x2 + .
x
o domínio para A(x) é (0, +∞) e neste domínio lim A(x) = +∞ e lim A(x) = +∞.
x→0 x→+∞
Temos que
4V x3 − 2V
A0 (x) = 2x − = 2
x2 x2

Neste caso A0 (x0 ) = 0 se, e somente se√x0 = 3 2V , assim x0 é o único ponto crítico
de A. Note que se x > x0 temos x > 3 2V e portanto x3 > 2V , x3 − 2V > 0. Daí,
x3 − 2V √
2 2
> 0. Logo A0 (x) > 0, x ∈ (x0 , +∞) e se x < x0 temos x < 3 2V e portanto
x
x3 − 2V
x3 < 2V , x3 − 2V < 0. Daí, 2 < 0. Logo A0 (x) < 0, x ∈ (0, x0 ), assim, pelo
x2
Teste da Derivada Primeira para Valores Extremos Absolutos, concluímos que x = x0 cor-
responde a um mínimo para A(x). Concluímos assim que as dimensões que minimizam a
quantidade de
√ material usado corresponde a escolha de uma caixa de base quadrada de
aresta x0 = 2V = 4 cm e cuja altura vale h0 = xV2 = 2 cm.
3

Pauta: (i) (i) Pontuar em 0,5 o aluno que modelou o problema corretamente;
(ii) Pontuar em 0,5 o aluno que determinou corretamente o ponto crítico de A;
(iii) Pontuar em 0,5 o aluno que concluiu corretamente que o crítico de A corresponte a
um mínimo absoluto;
(iv) Pontuar em 0,5 o aluno que encontrou as dimensões corretamente;
(v) Descontar 0,2 ponto por erro de conta.

Você também pode gostar