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Objetivos da Aula
Denir limites laterais de uma função em um ponto de seu domínio;
Utilizar os limites laterais para vericar a existência de um limite;
Calcular o limite de uma função composta;
1 Limites Laterais
Ao discutirmos a ideia intuitiva de limite de uma função f num ponto p na aula passada, zemos questão
de sempre exibir uma tabela tomando valores maiores que p (à direita de p) e menores que p (à esquerda
de p). Essa preocupação pode ser exemplicada no seguinte exemplo:
Exemplo 1. Considere a função de Heaviside, denida por
1 se t≥0
H(t) = .
0 se t<0
É possível calcular lim H(t)?
t→0
Antes de responder a essa questão, devemos entender que considerar pontos x tendendo a um número
real p pela direita, signica dizer que estamos nos aproximando de p por valores maiores que ele. Sempre
que zermos isso, utilizaremos a notação x → p+ . Analogamente, se considerarmos pontos x tendendo a
um número real p pela esquerda, signica que estamos nos aproximando de p por números menores que ele,
e isso será denotado por x → p− .
No caso da função de Heaviside, H , notamos que lim+ H(t) = 1 e limt→0− H(t) = 0. Formalizando
t→0
essa ideia:
1
Cálculo I Aula nº 07
lim f (x) = L
x→p+
se, para todo ε > 0, existe δ>0 tal que, se p < x < p + δ, então |f (x) − L| < ε.
lim f (x) = L
x→p−
se, para todo ε > 0, existe δ>0 tal que, se p − δ < x < p, então |f (x) − L| < ε.
Como não existe um único número real para o qual a função H(t) se aproxima quando t → 0
(independente do lado pelo qual se aproxima do ponto 0), dizemos que lim H(t) não existe e esse fato
t→0
é enunciando no nosso próximo teorema, que relaciona a denição de limite com as denições de limite à
esquerda e à direita:
Teorema 1. lim f (x) = L se, e somente se, lim f (x) = L = lim f (x)
x→p x→p+ x→p−
Portanto, o teorema acima é um bom critério para sabermos se o limite de uma função existe ou não,
como podemos observar nos seguinte exemplos:
Exemplo 2. Calcule o valor de lim f (x), se existir, onde f (x) = |x|.
x→0
x se x≥0
f (x) =
−x se x<0
|x|
Exemplo 3. Verique a existência do limite lim .
x→0 x
Solução: Note que:
|x| x
lim = lim = lim 1 = 1; (1)
x→0+ x x→0+ x x→0+
|x| −x
lim = lim = lim −1 = −1; (2)
x→0 − x x→0− x x→0−
|x|
Como lim f (x) 6= lim f (x) então, pelo Teorema 1, temos que lim não existe.
x→0+ x→0− x→0 x
Teorema 2. Sejam f, g duas funções tais que Imf ⊆ Dg . Se lim f (x) = b e g é contínua em b, então
x→a
lim g(f (x)) = g lim f (x) .
x→a x→a
1
O segundo passo a ser dado é vericar se g(u) é contínua em u = . De fato, pois a função
2
g(u) = cos u é contínua em R. Logo, pelo teorema 2, temos que
√ √
1− x 1− x 1
lim cos = cos lim = cos .
x→1 1−x x→1 1−x 2
r
x2 − 1
(b) Note que h(x) = = g(f (x)), em que
x−1
√ x2 − 1
g(u) = u e f (x) = .
x−1
Note também que
x2 − 1 −1)(x
(x + 1)
lim = lim
x→1 x − 1 x→1 x−
1
= lim (x + 1)
x→1
= 2.
√
Como a função g(u) = u é contínua em 2, então segue do teorema 2 que
r r
x2 − 1 x2 − 1 √
lim = lim = 2.
x→1 x−1 x→1 x − 1
(3 − x3 )4 − 16
h(x) =
x3 − 1
pode ser representada como a composta de duas outras funções. Para isso, fazemos o seguinte
método, chamado mudança de variável no limite. Como o nome diz, devemos mudar a variável x
para uma variável u de tal forma que o limite possa ser facilmente resolvido. Dessa forma, façamos
u = 3 − x3 .
x3 = 3 − u
u4 − 16
q(u) = .
2−u
lim u = lim (3 − x3 ) = 2.
x→1 x→1
(3 − x3 )4 − 16 u4 − 16
lim = lim
x→1 x3 − 1 u→2 2 − u
u4 − 16
= lim
u→2 −(u − 2)
(u2 − 4)(u2 + 4)
= − lim
u→2 u−2
(u− 2)(u + 2)(u2 + 4)
= − lim
u→2 u−
2
2
= − lim ((u + 2)(u + 4)) = −4 . 8 = −32.
u→2
(d) Assim como no exemplo anterior, vamos aplicar a mudança de variável no cálculo do limite
√
3
x+2−1
lim .
x→−1 x+1
Fazendo
√
3
u= x + 2,
observe que
x = u3 − 2
e que, como
√
3
lim u = lim x + 2 = 1,
x→−1 x→−1
O próximo teorema é uma consequência imediata do teorema anterior e arma propriedade extremamente
útil para a determinação de limites, pois garante que a composta de duas funções contínuas também é
contínua:
Teorema 3. Sejam f, g funções tais que Imf ⊆ Dg . Se f for contínua em a e g for contínua em f (a)
então a função composta (g ◦ f )(x) = g(f (x)) é contínua em a.
Solução: Note que a função h(x) pode ser reescrita como (g ◦ f )(x) em que f (x) = x2 e g(u) = cos u.
Note que f é contínua em R e g é contínua em R. Logo, pelo teorema 3, temos que a composta g ◦ f é
contínua em A = R.
Exemplo 6. Determine o maior subconjunto A de R em que a função h(x) = ln(1 + sen x) é contínua.
Solução: Note que a função f (x) = 1 + sen x é contínua em R. Mas, a função g(u) = ln u é contínua
em seu domínio, que é o conjunto (0, +∞). Sendo assim, devemos tomar os valores de x ∈ Df tais que
f (x) > 0, ou seja sen x > −1. Desse modo, a composta não estará denida para os valores de x em que
3π 7π
sen x = −1, isto é, para x = ± , ± , ..., sendo a mesma contínua nos outros valores. Portanto,
2 2
3π
A=R− + 2kπ , k ∈ Z.
2
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas seções 2.2 e 2.3 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios das seções 2.2 e 2.3 do livro texto.