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Prof. Marcos Diniz | Prof. André Almeida | Prof. Edilson Neri Júnior | Prof. Emerson Veiga | Prof. Tiago Coelho
Objetivos da Aula
• Denir limites laterais de uma função em um ponto de seu domínio;
1 Limites Laterais
Ao discutirmos a ideia intuitiva de limite de uma função f num ponto p na aula passada, zemos questão
de sempre exibir uma tabela tomando valores maiores que p (à direita de p) e menores que p (à esquerda
de p). Essa preocupação pode ser exemplicada no seguinte exemplo:
Antes de responder a essa questão, devemos entender que considerar pontos x tendendo a um número
real p pela direita, signica dizer que estamos nos aproximando de p por valores maiores que ele. Sempre
que zermos isso, utilizaremos a notação x → p+ .
Analogamente, se considerarmos pontos x tendendo a
um número real p pela esquerda, signica que estamos nos aproximando de p por números menores que ele,
e isso será denotado por x → p .
−
No caso da função de Heaviside, H , notamos que lim H(t) = 1 e limx→0− H(t) = 0. Formalizando
x→0+
essa ideia:
1
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se, para todo ε > 0, existe δ > 0 tal que, se p < x < p + δ , então |f (x) − L| < ε.
Denição 2. Dizemos que L é o limite à esquerda da função f (x) quando x → p− e escrevemos
lim f (x) = L
x→p−
se, para todo ε > 0, existe δ > 0 tal que, se p − δ < x < p, então |f (x) − L| < ε.
Como não existe um único número real para o qual a função H(t) se aproxima quando t → 0 (indepen-
dente do lado pelo qual se aproxima do ponto p), dizemos que lim H(t) não existe e esse fato é enunciando
t→0
no nosso próximo teorema, que relaciona a denição de limite com as denições de limite à esquerda e à
direita:
Portanto, o teorema acima é um bom critério para sabermos se o limite de uma função existe ou não,
como podemos observar nos seguinte exemplos:
x se x≥0
f (x) =
−x se x<0
|x|
Exemplo 3. Vamos vericar que o limite lim não existe.
x→0 x
Note que
|x| x
lim = lim = lim 1 = 1 (1)
x→0+ x x→0+ x x→0+
|x| −x
lim = lim = lim −1 = −1 (2)
x→0− x x→0− x x→0−
|x|
Como lim f (x) 6= lim f (x) então, pelo Teorema 1, temos que lim não existe.
x→0+ x→0− x→0 x
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Teorema 2. Sejam f, g duas funções tais que Imf ⊆ Dg . Se lim f (x) = b e g é contínua em b, então
x→a
lim g(f (x)) = g lim f (x) .
x→a x→a
Exemplo 4. Calcule:
√
1− x
(a) lim cos ;
x→1 1−x
r
x2 − 1
(b) lim ;
x→1 x−1
(3 − x3 )4 − 16
(c) lim ;
x→1 x3 − 1
√
3
x+2−1
(d) lim .
x→−1 x+1
Solução:
√
1− x
(a) Um primeiro passo a ser dado é identicar na composta g(f (x)) = cos , qual é a função
1−x
f (x) e g(u). Nesse caso, ca claro que
√
1− x
f (x) =
1−x
e que
g(u) = cos u
1
O segundo passo a ser dado é vericar se g(u) é contínua em u = . De fato, pois a função
2
g(u) = cos u é contínua em R. Logo, pelo teorema 2, temos que
√ √
1− x 1− x 1
lim cos = cos lim = cos
x→1 1−x x→1 1 − x 2
r
x2 − 1
(b) Note que h(x) = = g(f (x)), em que
x−1
√ x2 − 1
g(u) = u e f (x) = .
x−1
Note também que
x2 − 1 −1)(x
(x + 1)
lim = lim
x→1 x − 1 x→1 x−
1
= lim x + 1
x→1
= 2
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√
Como a função g(u) = u é contínua em 2, então segue do teorema 2 que
r r
x2 − 1 x2 − 1 √
lim = lim = 2
x→1 x−1 x→1 x − 1
(3 − x3 )4 − 16
h(x) =
x3 − 1
pode ser representada como a composta de duas outras funções. Para isso, fazemos o seguinte
método, chamado mudança de variável no limite. Como o nome diz, devemos mudar a variável x
para uma variável u de tal forma que o limite possa ser facilmente resolvido. Dessa forma, façamos
u = 3 − x3 .
x3 = 3 − u
u4 − 16
q(u) =
2−u
Agora, devemos determinar a nova tendência de u:
lim u = lim (3 − x3 ) = 2.
x→1 x→1
(3 − x3 )4 − 16 u4 − 16
lim = lim
x→1 x3 − 1 u→2 2 − u
u4 − 16
= lim
u→2 −(u − 2)
(u2 − 4)(u2 + 4)
= − lim
u→2 u−2
(u− 2)(u + 2)(u2 + 4)
= − lim
u→2 u−
2
2
= − lim ((u + 2)(u + 4)) = −4 . 8 = −32
u→2
(d) Assim como no exemplo anterior, vamos aplicar a mudança de variável no cálculo do limite
√
3
x+2−1
lim
x→−1 x+1
Fazendo
√
3
u= x + 2,
observe que
x = u3 − 2
e que, como
√
3
lim u = lim x + 2 = 1,
x→−1 x→−1
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O próximo teorema é uma consequência imediata o teorema anterior e arma propriedade extremamente
útil para a determinação de limites, pois garante que a composta de duas funções contínuas também é
contínua:
Teorema 3. Sejam f, g funções tais que Imf ⊆ Dg . Se f for contínua em a e g for contínua em f (a)
então a função composta (g ◦ f )(x) = g(f (x)) é contínua em a.
A utilidade desse último resultado é mostrado nos seguintes exemplos:
Exemplo 6. Determine o maior subconjunto A de R em que a função h(x) = ln(1 + sen x) é contínua.
Solução: Note que a função f (x) = 1 + sen x é contínua em R. Mas, a função g(u) = ln u é contínua
em seu domínio, que é o conjunto (0, +∞). Sendo assim, devemos tomar os valores de x ∈ Df tais que
f (x) > 0, ou seja sen x > −1. Desse modo, a composta não estará denida para os valores de x em que
3π 7π
sen x = −1, isto é, para x = ± , ± , ..., sendo a mesma contínua nos outros valores. Portanto,
2 2
3π
A=R− + 2kπ , k ∈ Z
2
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas seções 2.2 e 2.3 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios das seções 2.2 e 2.3 do livro texto.
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