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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LUCAS AQUINO ARAÚJO

Primeira atividade referente à primeira avaliação da disciplina Matemática Básica com


o Prof. Dr. Douglas Ferreira de Albuquerque

São Cristóvão
2023
SUMÁRIO

1 CONCEITO DE LIMITES DE FUNÇÕES.............................................................................3


2 DEFINIÇÕES E NOTAÇÕES BÁSICAS DE LIMITES........................................................3
3 PROPRIEDADES DOS LIMITES..........................................................................................5
4 EXEMPLOS.............................................................................................................................6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................9
1 CONCEITO DE LIMITES DE FUNÇÕES

Antes de apresentar a conceituação de limites, se faz oportuna uma breve definição de


funções. Stewart (2006, p. 12), conceitua função como “uma lei pela qual para cada elemento
x em um conjunto A faz corresponder exatamente um elemento chamado f (x), em um
conjunto B”. Na definição de Stewart, por exemplo, o conjunto A é chamado de Domínio, ou
variável independente, e o conjunto B de Imagem, ou variável dependente. Na representação
cartesiana, o Domínio é o conjunto das abscissas, e a Imagem é o conjunto das ordenadas.
Feitos esses breves esclarecimentos, podemos dizer concisamente que uma função é
uma relação entre duas grandezas.
O conceito cotidiano de limite está relacionado a algo que geralmente não deveria ser
ultrapassado. O dicionário Priberam define limite como “momento ou espaço que corresponde
ao fim ou ao começo de algo”1. Na Matemática, pode ser entendido como a “quantidade fixa
de que uma variável se aproxima indefinidamente sem nunca alcançar”2.
De uma forma mais técnica, Iezzi, Murakami e Machado (2013, p. 23) fazem a
seguinte consideração sobre os limites da função: “seja I um intervalo aberto ao qual pertence
o número real a. Seja f uma função definida para x ∈ I – {a}. Dizemos que o limite de f(x),
quando x tende a a, é L e escrevemos , ε > 0, existir δ > 0 tal que 0 < |x – a| < δ
então |f(x) – L| < ε”. Em símbolos, ficaria:

lim f ( x)=L ↔(∀ ε >0 ,∃ δ >0∣0<∣x−a∣< δ →∣ f ( x )− L∣<ε )


x→1

2 DEFINIÇÕES E NOTAÇÕES BÁSICAS DE LIMITES

Foi mostrado no tópico anterior uma definição básica de Limites, contudo, Iezzi,
Murakami e Machado (2013, p. 62) criticam essa definição informal, pois segundo eles,

(…) frases como arbitrariamente próximo e suficientemente próximo são


imprecisas; seu significado depende do contexto (para um torneiro mecânico que
fabrica um pistão, próximo pode significar a alguns milésimos de polegada. Para um

1 https://dicionario.priberam.org/limite
2 https://dicionario.priberam.org/limite
astrônomo que estuda galáxias distantes é clara o suficiente para nos permitir
reconhecer e avaliar limites de funções específicas.

Contudo, é inegável que a demonstração intuitiva de Limites se faz extremamente


necessária.
Os autores fazem uma importante observação quanto à possibilidade da função não
estar definida em um determinado ponto. Eles utilizaram a seguinte função a título de
exemplo:

x−1
lim
x →a x ²−1

( x−1)( x +1)
f ( x)= = x+1 para x≠1
( x−1)
Podemos concluir a parte desse exemplo que f(x) se aproxima do limite 2 quando x se
aproxima de 1.
Na aula da atual disciplina, o Prof. Dr. Douglas Ferreira de Albuquerque se utilizou de
um exemplo similar:

x−1
f ( x)=
√ x−1
( x−1).( √ x+1)
f ( x)= = √ x−1
( √ x−1).( √ x+1)

Conclui-se que as fórmulas apresentadas definem f para qualquer número real x,


exceto x = 1, pois não podemos dividir por zero.
Ao discutir limites, geralmente se utiliza a notação x → x 0 se queremos enfatizar o
ponto x 0 que é aproximado no processo de limite (geralmente para aumentar a clareza de uma
discussão ou exemplo em particular). Outras vezes, tais como nas afirmações dos teoremas a
seguir, utilizamos a notação mais simples x →c ou x →a , o que evita o subscrito em x 0 . Em
todos os casos, os símbolos x 0 , c e a se referem a um único ponto no eixo x que pode ou não
pertencer ao domínio da função envolvida.

3 PROPRIEDADES DOS LIMITES

Para calcular limites de funções que são combinações aritméticas de funções que
possuem limites conhecidos, pode-se utilizar diversas regras simples. Iezzi, Murakami e
Machado (2013, p. 64) expõem cinco teoremas que fundamentam as regras do Limite.

Teorema 1 – Lei do limite: se L, M, c e k são números reais e


lim f ( x)= L e lim g ( x)= M
x →c x →c

1. Regra da soma: lim ( f ( x)+ g ( x))=L +M


x →c

2. Regra da diferença: lim ( f ( x)− g ( x))=L− M


x →c

3. Regra da multiplicação por constante: lim ( k . f ( x))=k . L


x →c

4. Regra do produto: lim ( f ( x). g ( x))=L . M


x →c

f ( x) L
5. Regra do quociente: lim = ,M ≠0
x →c g ( x) M
n n
6. Regra da Potenciação: lim [ f ( x)] = L , n é um número inteiro positivo
x →c
n
7. Regra da raiz: lim n√ f ( x)=√ L= L1/ n , n é um número inteiro positivo (Se n
x →c

for um número par, suporemos que lim f ( x)= L>0 .)


x →c

Teorema 2 – Limites de polinômios:

n n−1
Se P( x)=a n x + a n−1 x +...+ a0 ,então
n n−1
lim P( x)= P( c)=an c +a n−1 c + ...+a 0.
x →c

Teorema 3 – Limites das funções racionais:

Se P( x)e Q ( x) são polinômios e Q (c)≠=, então


P ( x) P (c)
lim = .
x →c Q ( x) P (c)
Teorema 4 – Teorema do confronto: esse teorema permite calcular uma variedade de
limites. Ele é chamado de teorema do confronto porque se refere a uma função f cujos valores
são “presos” entre os valores de outras funções g e h que possuem o mesmo limite L em um
ponto c.

Suponha que g(x) ≤ f(x) ≤ h(x) para todo x em um intervalo aberto contendo c,
exceto possivelmente, no próprio x = c. Suponha também que

lim g ( x)= lim h( x)=L então, lim f ( x)= L


x →c x →c x →c

Teorema 5 – Se f(x) ≤ g(x) para todo x em um intervalo aberto contendo c, exceto


possivelmente em x = c, e os limites de f e g existirem quando x se aproxima de c, então

lim f ( x)≤ lim g ( x).


x →c x →c

4 EXEMPLOS

Exemplo para conceituação básica de Limite:

Suponha que estejamos observando os valores de uma função f(x) quando x se aproxima de x0
(sem se tornar o próprio valor de x0). A finalidade é ser capaz de dizer que f(x) fica a um décimo de
unidade de L, contanto que x fique a alguma distância δ de x0.
Podemos concluir que, se para
cada número ɛ > 0, existir um
número correspondente δ > 0,
de modo que, para qualquer
valor de x,

0 < |x – x0| < δ → |f(x) – L| < ɛ


Exemplo para verificar se um suposto Limite está correto:

lim (5 x−3)=2
x →1

Seja x0 = 1, f(x) = 5x – 3 e L = 2 na definição de limite. Para qualquer ɛ > 0,


precisamos determinar um δ > 0 apropriado para que, se x ≠ 1 e x estiver a menos de δ de x0 =
1, isto é, sempre que 0 < |x – 1| < δ, seja verdade que f(x) está a menos de E de L = 2, de modo
que |f(x) – 2| < ɛ.
Determinamos δ ao trabalhar de trás para frente a partir da inequação ɛ:

|(5x – 3) – 2| = |5x – 5| < ɛ


5|x – 1| < ɛ
|x – 1| < ɛ/5

Se 0 < |x – 1| < δ = ɛ/5, então


|(5x – 3) – 2| = |5x – 5| = 5|x – 1| < 5(ɛ/5) = ɛ

Provando-se lim (5 x−3)=2


x →1

Exemplo de aplicação do Teorema 1:

lim ( x 3+4 x 2−3)= lim x 3 + lim 4 x 2− lim 3=c3 +4 c 2−3


x →c x→c x→c x→c

Exemplo de aplicação dos Teoremas 2 e 3:

( x3 +4 x 2−3) (−1)3 +4(−1)2−3 0


lim = = =0
x →−1
2
x +5 2
(−1) +5 6

Exemplo de aplicação do Teorema 4: uma vez que


x2 x2
1− ≤u ( x)≤1+ para qualquer x ≠ 0, determine lim u (x ).
4 2 x →0

x2 x2
lim (1−( ))=1 e lim (1+( ))=1
x →0 4 x →0 2

O teorema do confronto, também chamado de “teorema do aperto” ou “teorema


sanduíche”, implica no exemplo acima lim u (x)=1.
x →0

Essa função resulta na seguinte demonstração gráfica:

A conclusão que podemos chegar é que


qualquer função u(x) cujo gráfico esteja na
região entre y = 1 + (x²/2) e y = 1 – (x²/4)
possui limite 1 quando x→0.

Exemplos de aplicação do Teorema 5:

lim sen θ=0


θ→0

A asserção resultante da substituição da desigualdade menor ou igual a (≤) pela


desigualdade estrita (<) no teorema 5 é falsa. Essa função nos mostra que para θ ≠ 0, – |θ| <
sen θ < |θ|, mas no limite quando θ → 0, a igualdade se aplica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos; MACHADO, Nilson José. Fundamentos da


matemática: elementar: limites, derivadas, noções de integral. 7. ed. São Paulo: Atual,
2013 v 8. ISBN 978-85-357-1756-3

STEWART, James. Cálculo. Tradução de Antonio Carlos Moretti; et al. 5. ed. São Paulo:
Pioneira Thompson Learning, 2006 v 1. ISBN 85-221-0479-4

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