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Cálculo I

Cálculo Diferencial e Integral

Aula 2

PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LIMITES

Profa. Me. Alessandra Azzolini

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Profa. Me. Alessandra Azzolini
Nesse capítulo, enunciaremos, sem demonstração, os teoremas sobre limites de funções e suas
aplicações na resolução de problemas, teoremas estes que desempenharão um papel importante
em todo o nosso curso.

• (P0) Se lim f ( x) = L1 e lim f ( x) = L2 , então L1 = L2 . (Teorema da Unicidade do limite)


x→a x→a

• (P1) Sejam a e c números reais quaisquer, então lim c = c isto é o limite de uma
x→ a

constante é a própria constante.

• (P2) Se a, b, m são números reais, então: lim (mx + b) = ma + b


x→ a

Exemplo: lim (3 x − 5) = 3.4 − 5 = 7


x→ 4

• (P3) Se lim f ( x) = L e lim g ( x) = M , então:


x →a x →a

• Sejam f e g funções tais que: lim f ( x ) = L1 e lim f ( x ) = L 2 então:


x →p x →p

1) lim [ f ( x) + g ( x)] = L1 + L 2 = lim f ( x) + lim g ( x) , ou seja, o limite da soma é igual a soma


x→ p x→ p x→ p
dos limites.

2) lim k  f ( x) = k.  L1 = k  lim f ( x)
x→ p x→ p

3) lim [f ( x ) − g( x )] = L1 − L 2 = lim f ( x ) − lim g( x )


x →p x →p x →p

4) lim [ f ( x)  g ( x)] = L1  L 2 = lim f ( x)  lim g ( x)


x→ p x→ p x→ p

f ( x ) L1 limx →p
f (x)
5) lim = = , desde que L 2  0
x →p g( x ) L 2 lim g ( x )
x →p

n
lim [f ( x )] n = L1 =  lim f ( x )  , n  N
n
6)
x →p  x →p 

7) lim n f (x) = n L1 = n lim f (x) , desde que L1  0 (no caso em que n é par)
x →p x →p

8) lim k = k ,  k   , ou seja, o limite de uma constante é a própria constante.


x→ p

9) lim x = p
x →p
lim g ( x )
= lim f ( x )
x →p
= L1
g(x) L2
10) lim f ( x )
x →p  x →p 

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a) lim x 2 = 3 2 = 9
x →3

b) lim (5 x + 7 ) = 5  4 + 7 = 27
x →4

Exemplo 1

Obs: Toda vez que calcula-se um limite deve-se iniciar aplicando o valor na qual deseja-se
saber o limite. Somente se der alguma indeterminação deve-se recorrer a outros métodos e
técnicas. Ou seja, a ideia é literalmente substituir o valor para o qual 𝒙 está tendendo dentro
do limite. Então, isso é possível porque temos um polinômio e um teorema que garante que

onde 𝑝(𝑥)é um polinômio de ordem n.

Exemplo 2

Da mesma forma, como no exemplo anterior, deve-se abrir em vários limites aplicando as
propriedades:

Exemplo 3

Resolve-se este exemplo da mesma forma que os anteriores.

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Exercícios

1. Dada a função 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 2, determine:

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→0

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→−1

2. Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 3𝑥 + 2, determine:

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→−2

3. Determine os limites

3
x 2 + 2x − 3  3x 2 − 2 x − 5 
a) lim (4 x − 7 x + 5)
2
b) lim c) lim  
x→ 1 x → −3 5 − 3x x→ 2 − x 2 + 3 x + 4 
 

2 x 2 + 3x − 3 3x 3 − 5 x 2 − x + 3 2 x 2 + 3x + 2
d ) lim e) lim 3 f ) lim
x→ −1 5x − 4 x→ −2 4x + 3 x→ 2 6 − 4x

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Resp. : a) 2 b) 0 c) 1 / 8 d) 2/3 e) 3 f ) −2
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LIMITES INDETERMINADOS

Em alguns casos não é possível calcular o valor do limite por simples substituição. Ao adotar tal
0 
procedimento nos deparamos com resultados do tipo ou .
0 

Exemplo 1

Seja a função
3 x 2 −4 x −4
f (x ) = , com x → 2 , isto é,
x −2
3 x 2 −4 x −4 0
f ( x ) = lim = Indeterminação,
x→ 2 x −2 0
estudando-se esta função, tem-se que o domínio de f (x) abrange todos os números reais,com
exceção de x = 2 que anula o denominador e o numerador. O que significa que a função é indefinida
neste ponto. Porém, ao se utilizar “Bhaskara” no numerador, ou seja,

− b b 2 −4ac
ax 2 + bx + c = 0  x= . Assim,
2a

4 16+48 48 x = 2
x= =   1
6 6 x2 = − 2 3

3x 2 −4 x−4 (3x+ 2)( x−2)


f (x ) = = = 3x+2
x −2 x −2

f (x) = 3x + 2 x2
Ponto ( 2 , 8 )
deve ser
excluído do
gráfico, pois
naquele ponto
a função é
indefinida.

O gráfico mostra que para x aproximando de 2 , f (x) se aproxima de 8 , mas se substituir-se x = 2


na 1 expressão, f (x) não está definida naquele ponto.
a

Desta forma, tem-se que

3 x 2 −4 x −4 (3x+2)( x−2)
f (x ) = lim = lim = lim 3x+2 = 8 ,
x→ 2 x −2 x → 2 x −2 x→ 2

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Exemplo 2

.
Aqui encontra-se um dos casos de indeterminação nos limites. Assim, para superar
esta indeterminação, propõe-se utilizar o método de decompor a expressão do denominador
como produto de suas raízes. Assim, caso uma das suas raízes seja igual ao numerador, então
se simplifica.

Para encontrar as raízes podemos utilizar a Formula de Bhaskara ou Soma e Produto ou até

mesmo o algoritmo de Briot-Ruffini.

Simplificando os termos iguais encontramos facilmente o limite dado por:

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Produtos notáveis:

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1) Determine os valores de:

𝑥2 − 9
a) lim =
𝑥→3 𝑥 + 3

𝑥−2
b) lim =
𝑥→2 𝑥2 − 4

1 − 𝑥2
c) lim =
𝑥→1 1 − 4

𝑥 2 − 5𝑥 + 6
d) lim =
𝑥→3 𝑥−2

𝑥2 − 1
e) lim =
𝑥→1 𝑥−1

4 − 𝑥2
f) lim =
𝑥→−2 2+𝑥

𝑥3 − 1
e) lim =
𝑥→1 𝑥2 − 1

8 + 𝑥3
f) lim 2
=
𝑥→1 4 − 𝑥

x2 − x − 2
g) lim =
x→2 x 2 − 4

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LIMITES NO INFINITO

Introdução:

1
Consideremos a função f definida por f ( x) = e analisemos, mediante uma tabela, o seu
x
comportamento quando os valores de x crescem ilimitadamente através de valores positivos.

x 1 1 1 1 2 3 4 10 100 1.000 10.000 100.000


4 3 2
f (x) 4 3 2 1 1 1 1 0,1 0,01 0,001 0,0001 0,00001
2 3 4

Pela tabela constatamos que quando x cresce ilimitadamente através de valores positivos, os
valores da função se aproximam cada vez mais de 0 (zero). Simbolicamente, representamos
tal fato por: lim f ( x ) = 0 , que se lê: “limite de f de x , quando x tende a mais infinito, é
x → +

igual a zero”.

Observação: Quando uma variável independente x está crescendo ilimitadamente através de


valores positivos, escrevemos: “ x → + ”. Devemos enfatizar que + não é um número real.
O símbolo + indica, portanto, o comportamento da variável independente x.

Consideremos agora, para a mesma função, uma tabela onde os valores da variável x
decrescem ilimitadamente através de valores negativos.

x -
1
-
1
-
1 -1 -2 -3 -4 -10 -100 -1.000 -10.000 -100.000
4 3 2
f (x) -4 -3 -2 -1 1 1 1 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001
- - -
2 3 4

Observando a tabela anterior verificamos que à medida em que os valores de x decrescem


ilimitadamente através de valores negativos, os valores da função se aproximam cada vez
mais de 0 (zero). Usando o simbolismo “ x → − ” para indicar os valores de x que estão
decrescendo ilimitadamente, representamos simbolicamente o fato acima por um lim f ( x) = 0
x → −
, que se lê: “limite de f de x , quando x tende a menos infinito, é igual a zero.

1
Pelo gráfico da função f ( x) = cujo esboço
x
é indicado pela figura ao lado, notamos que
quando x cresce ilimitadamente através de
valores positivos ( x → + ), os valores da
função f (x) aproximam-se cada vez mais de
0 (zero). E, portanto, simbolicamente
1
podemos escrever lim f ( x ) = 0 ou lim =0
x → + x→+ x
.

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Analogamente, observando o comportamento da função através do seu gráfico (figura indicada
acima), constatamos que quando x decresce ilimitadamente através de valores negativos (
x → − ), os valores da função f (x) aproximam-se cada vez mais de 0 (zero).
1
Simbolicamente, escrevemos: lim f ( x ) = 0 ou lim =0.
x → − x→− x
1
f ( x) = 1 −
Observe o gráfico da função x apresentado na Figura a seguir:

Observando o gráfico e as tabelas, vemos que esta função tende para o valor 1, quando x
 1
lim 1 −  = 1
tende para o infinito. Isto é, y → 1 quando x → . Denotamos por
x→
 x

Propriedades dos Limites no Infinito

Limite de uma função Polinomial

Consideremos a função polinomial P( x) = −4 x 3 + 6 x 2 − 7 x + 13 , podemos escrevê-la na seguinte


forma:

 6 7 13 
P( x) = −4 x 3  1 + − 2 + 3 
 4x 4x 4x 
Portanto,
 6 7 13 
lim P( x) = lim (−4 x 3 )  lim 1 + − 2 + 3 
x → x→ x →
 4x 4x 4x 
Ora, é claro que:
 6 7 13 
lim 1 + − 2 + 3  = 1
x →
 4x 4x 4x 
Temos, então:
lim P( x) = lim (−4 x 3 )
x→ x→
Assim, temos dois casos:

lim P( x) = lim (−4 x 3 ) = − e lim P( x) = lim (−4 x 3 ) = +


x→+ x→+ x→− x→−

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Generalizando, sendo P( x) = an x n + an−1 x n−1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 , podemos sempre escrever:

lim P( x) = lim an x n
x→ x→

Exemplo 1

Neste exemplo, utiliza-se outra estratégia que também poderia ser usada no exemplo anterior,
que é dividir a expressão do numerador e do denominador por :

.
Portanto, aplicando o limite tem-se:

.
Exemplo 2

Desenvolvendo a mesma metodologia do exemplo anterior, no entanto dividindo por tem-


se:

Portanto, aplicando o limite fica-se com:

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2) Calcule os limites indicados:

a) lim(2𝑥 + 1) =
𝑥→+∞

b) lim(−3𝑥 + 2) =
𝑥→+∞

c) lim 𝑥 3 =
𝑥→−∞

d) lim 𝑥 2 =
𝑥→−∞

5
e) lim =
𝑥→−∞ 𝑥

1
f) lim 2
=
𝑥→−∞ 𝑥

1+𝑥
g) lim =
𝑥→+∞ 5

1
h) lim (2 + ) =
𝑥→−∞ 𝑥

1 −𝑥
i) lim ( ) =
𝑥→+∞ 4

7 𝑥
j) lim ( ) =
𝑥→+∞ 5

𝑘) lim 𝑥 2 + 3𝑥 − 1 =
𝑥→−∞

3
l) lim =
𝑥→0− 𝑥3

−2
m) lim =
𝑥→0+ 𝑥2

𝑥
n) lim =
𝑥→2− 𝑥−2
𝑥
o) lim =
𝑥→2+ 𝑥−2

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Referências Bibliográficas

GUIDORIZZI, Hamilton L. Um Curso de Cálculo: Volume 1. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2001.
PISKUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral: Volume 1. Moscou: Editora Mir, 1977.
ROGAWSKI, Jon. Cálculo: Volume 1. Porto Alegre: Bookman, 2009.

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