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Universidade do Minho

Departamento de Matemática e Aplicações

Cálculo I
Resultados sobre funções 16.12.2022
No que se segue, X designará sempre um subconjunto não vazio de R.
Definições de limite
Sejam f : X → R uma função, c ∈ X ′ e a ∈ R.

1. lim f (x) = a ⇐⇒ ∀ε > 0 ∃ δ > 0 ∀x ∈ X 0 < |x − c| < δ ⇒ |f (x) − a| < ε


x→c

2. lim f (x) = +∞ ⇐⇒ ∀M > 0 ∃ δ > 0 ∀x ∈ X 0 < |x − c| < δ ⇒ f (x) > M


x→c

3. lim f (x) = −∞ ⇐⇒ ∀M > 0 ∃ δ > 0 ∀x ∈ X 0 < |x − c| < δ ⇒ f (x) < −M


x→c

4. se X é um conjunto não majorado,


lim f (x) = a ⇐⇒ ∀ε > 0 ∃M > 0 ∀x ∈ X x > M ⇒ |f (x) − a| < ε
x→+∞

5. se X é um conjunto não minorado,


lim f (x) = a ⇐⇒ ∀ε > 0 ∃M > 0 ∀x ∈ X x < −M ⇒ |f (x) − a| < ε
x→−∞

6. Tentem escrever as definições de lim f (x) = ±∞


x→±∞

Resultados sobre limites

1. Sejam f : X → R uma função, c ∈ X ′ . Então


lim f (x) > 0 =⇒ ∃ δ > 0 ∀x ∈ X∩]c − δ, c + δ[\{c} f (x) > 0
x→c

2. Pensem no que podem afirmar se lim f (x) > a, com a ∈ R, ou se substituitrm o “>” por “<”, ou se
x→c
substituirem o c por −∞ ou +∞, . . .

Resultados sobre funções contı́nuas em domı́nios quaisquer

1. Seja f : X → R uma função. Então



x0 é ponto isolado de X


fé contı́nua em x0 ∈ X ⇐⇒ ou
x0 ∈ X ′ e lim f (x) = f (x0 ).


x→x0

2. Sejam f : X → Y uma função contı́nua em x0 e g : Y → R uma função contı́nua em f (x0 ). Então


g ◦ f é contı́nua em x0 .

3. As funções polinomiais, exponenciais, trigonométricas e hiperbólicas são funções contı́nuas.

4. Teorema de Heine-Borel
Seja f : X → R uma função e c ∈ X. Então

dada qualquer sucessão (an )n de


f contı́nua em c ⇐⇒ elementos de X convergente para c,
(f (an ))n converge para f (c).
Resultados sobre funções contı́nuas definidas em intervalos

1. Teorema de Weierstrass
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua. Então f tem máximo e mı́nimo absolutos.

2. Teorema de Bolzano-Cauchy
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua. Então f ([a, b]) contém o intervalo fechado de extremos f (a)
e f (b).

3. Corolário
Se f : [a, b] → R é uma função contı́nua e f (a) f (b) < 0 então existe c ∈]a, b[ tal que f (c) = 0.

4. Seja I um intervalo de extremos a e b, com a ∈ ∪{−∞} ∪ R, b ∈ R ∪ {+∞}, a < b.


Se lim f (x) lim f (x) < 0 então existe c ∈]a, b[ tal que f (c) = 0.
x→a x→b

5. Sejam I um intervalo de R e f : I → R uma função contı́nua. Então f (I) é um intervalo.

6. Sejam I um intervalo de R e f : I → R uma função contı́nua e injetiva. Então f é estritamente


monótona.

7. Se I, J são intervalos de R e f : I → J é uma função bijetiva e contı́nua, então f −1 : J → I é contı́nua.

8. Pelo resultado anterior, concluimos que as funções inversas (nos intervalos onde fizerem sentido) de
funções polinomiais, exponenciais, trigonométricas e hiperbólicas são funções contı́nuas.

Resultados sobre funções deriváveis


No que se segue, X, Y são subconjuntos de R.

1. Sejam f : X → Y , g : Y → R funções, c ∈ X ∩ X ′ e f (c) ∈ Y ∩ Y ′ . Se f é derivável em c e g é


derivável em f (c) então g ◦ f é derivável em c e

(g ◦ f )′ (c) = g ′ (f (c))f ′ (c).

2. Seja f : X → Y uma função bijetiva e suponhamos que


i) f é derivável em c, ii) f ′ (c) ̸= 0, iii) f −1 é contı́nua em f (c).
Então f −1 é derivável em f (c) e
′ 1
f −1 (f (c) = .
f ′ (c)

3. Seja f : X → R uma função derivável em c ∈ X ∩ X ′ e tal que f ′ (c) ̸= 0. Então


f ′ (c) > 0 =⇒ ∃ δ > 0 ∀x ∈ X∩]c − δ, c[ ∀y ∈ X∩]c, c + δ[ f (x) < f (c) < f (y)
f ′ (c) < 0 =⇒ ∃ δ > 0 ∀x ∈ X∩]c − δ, c[ ∀y ∈ X∩]c, c + δ[ f (x) > f (c) > f (y)

4. Seja f : [a, b] → R uma função derivável em c ∈]a, b[X ∩ X ′ ]. Se c é um extremo de f então f ′ (c) = 0.

5. Teorema de Rolle
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua, derivável em ]a, b[. Então existe c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = 0.

6. Corolário
Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua, derivável em ]a, b[. Então, entre dois zeros consecutivos de
f ′ , existe no máximo um zero de f .

7. Seja f : R → R uma função derivável. Se f ′ tem k zeros (k ∈ N) então f tem, no máximo, k + 1 zeros.
8. Seja f : [a, b] → R uma função derivável em c ∈]a, b[. Se c é um extremo de f então f ′ (c) = 0.

9. Teorema de Lagrange
f (b)−f (a)
Se f : [a, b] → R uma função contı́nua, derivável em ]a, b[, então existe c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = b−a .

10. Regra de l’Hôpital


Sejam I um intervalo de R e f : I → R uma função derivável. Seja a ∈ R ∪ {−∞, +∞} (no caso em
que a = −∞, supomos I não minorado e no caso em que a = +∞, I será não majorado). Suponhamos
que
 f ′ (x)
lim f (x) = lim g(x) = 0 ou lim f (x) = lim g(x) = ∞ e lim ′ existe.
x→a x→a x→a x→a x→a g (x)

Então
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→a g(x) x→a g (x)

11. Teorema de Darboux


Seja f : [a, b] → R uma função derivável. Então f ′ ([a, b]) contém o intervalo fechado de extremos f ′ (a)
e f ′ (b).

12. Corolário
Seja f : [a, b] → R uma função derivável tal que f ′ (a) f ′ (b) < 0. Então existe c ∈]a, b[ tal que f ′ (c) = 0.
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Cálculo I
Resultados sobre séries 02.11.2022

Licenciatura em Matemática
Sejam (an )n e (bn )n sucessões. Então:

X ∞
X ∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
1. an e bn convergem ⇒ (an + bn ) e (an + bn ) = an + bn
n=0 n=0 n=0 n=0 n=0 n=0

X ∞
X ∞
X ∞
X
2. λ ∈ R e an ⇒ λan converge e λan = λ an
n=0 n=0 n=0 n=0

X
a
3. an = a rn , |r| < 1 ⇒ an converge e tem soma S = 1−r
n=0

X
4. an = a rn , |r| ≥ 1, a ̸= 0 ⇒ an diverge
n=0

X
5. an converge ⇒ lim an = 0
n
n=0

X
6. [Critério de d’Alembert] Estudo da série an , com an > 0, ∀n ∈ N,
n=0

an+1 < 1
 a série converge
lim =α =1 nada se conclui
n an 
>1 a série diverge


X
7. [Critério de Cauchy] Estudo da série an , com an ≥ 0, ∀n ∈ N,
n=0

√ < 1
 a série converge
lim n an = α = 1 nada se conclui
n 
>1 a série diverge

8. [1º critério de comparação] Natureza de séries por comparação, com an , bn ≥ 0, ∀n ∈ N,


X∞ X∞
∃n0 ∈ N ∀n ≥ n0 an ≤ bn ∧ bn converge ⇒ an converge
n=0 n=0

9. [Critério de Liebniz] Natureza de séries alternadas



∀n ∈ N an ≥ 0 ∞

 X
lim an = 0 ⇒ (−1)n an converge
 n

(a ) decrescente n=0
n n


(
X 1 converge se α > 1
10.
nα diverge se 0 < α ≤ 1
n=0
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Cálculo I
Resultados sobre sucessões 01.11.2022

Sejam (an )n , (bn )n e (cn )n sucessões em R. Então:

1. (an )n limitada e monótona ⇒ (an )n converge

2. (an )n converge ⇒ (an )n limitada

3. (an )n converge ⇒ (an )n de Cauchy (depois de sabermos 9., 3. é inútil)

4. (an )n de Cauchy ⇒ (an )n limitada

5. (an )n admite uma subsucessão monótona (toda a sucessão tem uma subsucessão monótona)

6. (an )n limitada ⇒ (an )n tem uma subsucessão convergente (basta usar 5. e 1.)

7. (an )n tem limite ⇒ todas as subsucessões de (an )n têm o mesmo limite (mesmo quando o limite de (an )n é +∞ ou

−∞)

8. (an )n tem duas subsucessões (aφ(n) ) e (aψ(n) ) com limite α e N = {φ(n) : n ∈ N} ∪ {ψ(n) : n ∈ N} ⇒
lim an = α (nota: α ∈ R ∪ {−∞, +∞})
n

9. (an )n de Cauchy ⇔ (an )n convergente

10. (an )n converge para zero, (bn )n sucessão limitada ⇒ (an bn )n converge para zero

11. bn ≤ an ≤ cn , ∀n ∈ N, lim bn = lim cn = α, com α ∈ R ⇒ lim an = α


n n n

12. bn ≤ an , ∀n ∈ N, lim bn = +∞ ⇒ lim an = +∞


n n

13. an ≤ cn , ∀n ∈ N, lim cn = −∞ ⇒ lim an = −∞


n n
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2021/2022

Algumas regras de derivação


(estão a ser omitidos os domı́nios das funções)

C 0 = 0, C constante (xα )0 = α xα−1 , (α ∈ R)


 0
f f 0 (x)g(x) − f (x)g 0 (x)
(f g)0 (x) = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x) (x) =
g g 2 (x)

0 1
(g ◦ f )0 (x) = g 0 (f (x))f 0 (x)) f −1 (x) =
f 0 (f −1 (x))

1
(ex )0 = ex log0 x =
x
1
(ax )0 = ax log a log0a x =
x log a

sen0 x = cos x cos0 x = − sen x

tg0 x = sec2 x cotg0 x = − cosec2 x

sec0 x = sec x tg x cosec0 x = − cosec x cotg x

sh0 x = ch x ch0 x = sh x

th0 x = sech2 x coth0 x = − cosech2 x

sech0 x = − sech x th x cosech0 x = − cosech x coth x

1 −1
arcsen0 x = √ arccos0 x = √
1 − x2 1 − x2

1 −1
arctg0 x = arcotg0 x =
1 + x2 1 + x2
1 −1
arcsec0 x = √ arcosec0 x = √
x x2 − 1 x x2 − 1

1 1
argsh0 x = √ argch0 x = √
1 + x2 x2 −1

1 1
argth0 x = argcoth0 x =
1 − x2 1 − x2
−1 −1
argsech0 x = √ argcosech0 x = √
x 1 − x2 x 1 + x2

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