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CÁLCULO APLICADO – UMA VARIÁVEL

INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE DERIVADA

REGRAS DE DERIVAÇÃO

PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DAS DERIVADAS

Profa. Me. Alessandra Azzolini


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Profa. Me. Alessandra Azzolini
Derivadas

Derivadas são de extrema importâncias em várias áreas de estudos das ciências


exatas. De uma maneira geral, a derivada é a inclinação da reta tangente que passa
por uma determinada curva. Além disso, podemos utilizar a derivada em física, pois
ela também é uma taxa de variação, como por exemplo, a velocidade.

Derivada de uma função 𝑓 em relação à variável 𝑥: é a taxa de variação de 𝑓 à medida


que 𝑥 varia. A derivada no ponto 𝑥 = 𝑥0 é

Para entender este conceito formal de derivada, é importante estudar e revisar sobre
limites. Vamos agora entender como surgiu o conceito de derivadas.

O conceito de derivadas surgiu com Pierre Fermat no século XVII. Com seus estudos
sobre funções, ele chegou a um empasse sobre a definição do que era uma reta
tangente. Ele percebeu que algumas das funções estudadas não batiam com a
definição de reta tangente da época. Isso ficou conhecido como “problema da
tangente”.

Foi, então, que ele resolveu o problema da seguinte maneira: para determinar uma
reta tangente a uma curva no ponto P, ele definiu um outro ponto Q na curva e
considerou a reta PQ. Desta forma, aproximou o ponto Q ao ponto P, obtendo assim
retas PQ que se aproximavam de uma reta t que Fermat chamou de reta tangente ao
ponto P.

Estas foram as ideias consideradas como “embriões” para o conceito de derivadas.


Entretanto, Fermat não possuía as ferramentas necessárias, por exemplo, o conceito
de limite por ainda não ser conhecido na época. Foi apenas com Leibniz e Newton que
o cálculo diferencial se tornou possível e importante para as ciências exatas.

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∆𝑦
O limite da razão , quando ∆𝑥 → 0, exprime que, quando 𝑥 aumenta de 1 unidade de
∆𝑥
tempo a partir de 𝑥0 = 1h, a temperatura 𝑦 aumentará de aproximadamente 2ºC.

DERIVADA DE UMA FUNÇÃO EM UM PONTO

Consideremos uma função f contínua e definida num intervalo] a, b [; sejam xo e xo +


∆x dois pontos desse intervalo. Quando a variável x passa do valor xo para o valor xo +

∆x sofrendo uma variação ∆x (incremento de x), o correspondente valor da função


passa de f(xo) para o valor f(xo+∆x) sofrendo, portanto, uma variação ∆y (incremento
da função f), onde ∆y = f(xo+∆x) – f(xo) conforme mostra a figura seguinte:

Dizemos que a derivada da função f no ponto xo é

y f ( x o + x ) − f ( x o )
lim = lim
x → o x x → xo x

se ele existir e for finito.


Nesse caso, dizemos também que f é derivável no ponto xo.

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Exemplo

A derivada pela definição da função 𝑓 (𝑥) = 𝑥 2 .

𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2
𝑓 (𝑥 + ∆𝑥) = (𝑥 + ∆𝑥)2 = ( )
𝑓 (𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥)
𝑓´(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
( ) −( )
𝑓´(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

𝑓´(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

∆𝑥 ()
𝑓´(𝑥) = lim
∆𝑥→0

𝑓´(𝑥) = lim
∆𝑥→0

Esta regra é conhecida como regra do “tombo”. Isso se deve ao fato de que a
potência n “cai” quando derivamos uma função potência.

Utilizando a regra da potência para resolver

f(x) = xn, então f’(x)= n. xn-1

𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 = 𝑓 (𝑥 ) ′ =

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Regras de derivação

Como, derivar funções utilizando o conceito de derivada torna-se um processo


longo, foram introduzidas algumas regras objetivando uma maior rapidez nas soluções
das mesmas. Então, a partir de agora, utilizaremos algumas regras práticas para
calcular derivadas de funções.

Derivadas das principais funções elementares:

Derivada da função constante:

𝑺𝒆 𝒇(𝒙) = 𝒄, 𝒆𝒏𝒕ã𝒐 𝒇′ (𝒙) =

Demonstração

Se x é um ponto qualquer de R temos:

y f ( x + x) − f ( x) k −k 0
lim = lim = lim = lim = lim 0 = 0
x → 0
x x →0 x x → 0
x x → 0
x x →0

y
 y ' = lim =0
x → 0
x

Exemplo
𝑓 (𝑥 ) = 5 ⇒ 𝑓 ′ (𝑥 ) =
f(x)= e2 ⇒ f’(x)=
f(x)= 23 ⇒ f’(x)=

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Derivada da função identidade:
Se 𝒇(𝒙) = 𝒙, 𝒆𝒏𝒕ã𝒐 𝒇′ (𝒙) =
Demonstração
Se x é um ponto qualquer de R, temos:
y f ( x + x) − f ( x) ( x + x) − x
lim = lim = lim =
x → 0
x x → 0 x x → 0
x

x + x − x x
lim = lim = lim 1 = 1
x → 0
x x → 0
x x → 0

y
 y ' = lim =1
x → 0
x

Derivada de uma Função Potência f(x) = xn.

Apliquemos a regra geral das derivadas, vista no início, para chegarmos a essa fórmula:

1º passo:
y + y = (x + x )
n

2º passo:
y + y − y = (x + x ) − x n
n


y = (x + x ) − x. (x + x )
n −1
+ (x + x )
n−2
.x + (x + x )
n −3
.x 2 + ... + x n−1 

y = x. (x + x )
n −1
+ (x + x )
n−2
.x + (x + x )
n −3
.x 2 + ... + x n−1 
3º passo:

=

y x. ( x + x ) + (x + x ) .x + (x + x ) .x 2 + ... + x n −1
n −1 n−2 n −3

x x
y
= (x + x ) + (x + x ) .x + ( x + x ) .x 2 + ... + x n −1
n −1 n−2 n −3

x
4º passo:
Lim (x + x) n −1
+ (x + x )
n−2
.x + (x + x )
n −3
.x 2 + ... + x n −1 = 
x → 0

= x n −1 + x n − 2 .x + x n −3 .x 2 + ... + x n −1 = x n −1 .x n −1 .x n −1 + ... + x n −1 = n.x n −1

Portanto: f(x) = xn → f’(x) = n.xn-1

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Exemplos

𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 3 ⇒ 𝑓 ′ (𝑥 ) =

𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 5 ⇒ 𝑓 ′ (𝑥 ) =

1
𝑓 (𝑥 ) = ⇒ 𝑓 ′ (𝑥 ) =
𝑥³

1
Se y = n x então y' = , x 0 .
n  n (x )n −1

Portanto ∶
1
𝑓 ( 𝑥 ) = √𝑥 = 𝑥 2 ⇒ 𝑓 ′ ( 𝑥 ) =

5
𝑓 (𝑥) = √𝑥 3

Derivada de uma Função Exponencial.


 f ( x) = a → f ( x) = a .Lna
x ' x
f(x) = ax (1  a > 0) →  (Ln e = log e e = 1)

 f ( x) = e → f ' ( x) = e .Lne = e
x x x

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Exemplo

Calcular a derivada de cada função:


f ' ( x) = a x .Lna e f ' ( x) = e x .Lne = e x
a) f(x) = 2x
b) f(x) = (1/2)x

Derivadas da Função Logarítmica


1
Se 𝑦 = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 (𝒙) , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑎 > 0 𝑒 𝑎 ≠ 1, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑦 ′ = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝑒
𝑥

1 1
Em particular, se 𝑦 = ln 𝑥, então 𝑦 ′ = 𝑙𝑛 𝑒 = .
𝑥 𝑥

Vamos aplicar a propriedade de logaritmos de mudança de bases.

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 1
 f ( x) = Log a x → f ' ( x) = x.Lna
f(x) = Log a x (1  a > 0) → 
 f ( x) = Lnx → f ' ( x) = 1 = 1
 x.Lne x

Derivadas do produto de uma constante por uma função

𝑆𝑒 𝑦 = 𝒄. 𝑔(𝑥) 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑦 ′ = 𝑐. 𝑔′(𝑥)

Demonstração

Se x é um ponto qualquer de R, temos:

y cg ( x + x) − cg ( x) c  [ g ( x + x) − ( g ( x)]


lim = lim = lim =
x → 0
x x →0 x x → 0
x

g ( x + x) − g ( x) g ( x + x) − g ( x)
= lim c = c  lim = c  g ' ( x)
x → 0
x x → 0
x

y
 y ' = lim = c  g ' ( x)
x → 0
x

Exemplos

a) y = 5x³ 
b) f(x) = 2 log 5 𝑥 
c) f(x) = 3.ex 

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Derivadas das Funções Trigonométricas

Derivada da Função Seno

Se 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥), 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑓 ′ (𝑥) =

Derivada da Função Cosseno

𝑆𝑒 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥), 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑓′(𝑥) =

Derivada da Função Tangente

𝑆𝑒 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔(𝑥), 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑓′(𝑥) =

Como as demais funções Trigonométricas são definidas a partir do seno ou cosseno,


podemos usar as regras de derivação para encontrar suas derivadas.

Analogamente, encontramos:

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Derivada de uma Adição e/ou Subtração Algébrica.

Devemos derivar cada termo da soma, como segue:

𝒇(𝒙) ± 𝒈(𝒙) = 𝒇′(𝒙) ± 𝒈′(𝒙)

Exemplo

Derivar as funções:

a) y = 3x – 7

b) y = 4x2 – 5x + 6

c) y = -2x3 + 3x2 – 5x + 43

Derivada do Produto de Funções.

𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) = 𝒇′(𝒙). 𝒈(𝒙) + 𝒇(𝒙). 𝒈′(𝒙)

Exemplo

Derivar a função f(x) = 2x3. cos(x)

Solução

Derivada do Quociente de Funções

𝒇(𝒙) 𝒇′ (𝒙). 𝒈(𝒙) − 𝒇(𝒙). 𝒈′(𝒙)


=
𝒈(𝒙) [𝒈(𝒙)]𝟐

Exemplo

x4
Derivar a função f(x) =
ex

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Propriedades Operatórias:

1ª Se F(x)= k.g(x) então F’(x)= k.g’(x)

f(x)= 5 ln(x) -⇒ f’(x)=

2ª Se F(x)= f(x) + g(x) então F’(x)= f’(x) + g’(x)

f(x)= x2 + sen(x) ⇒f’(x)=

3ª Se F(x)= f(x) - g(x) então F’(x)= f’(x) - g’(x)

f(x)= x3 - cos(x) ⇒ f’(x)=

4ª Se F(x)= g(x).g(x) então 𝑭′(𝒙) ⇒ 𝒇′(𝒙). 𝒈(𝒙) − 𝒇(𝒙). 𝒈′(𝒙)

f(x)= x2 . sen(x) ⇒ f’(x)=

𝒇(𝒙) 𝒇′(𝒙).𝒈(𝒙)−𝒇(𝒙).𝒈′(𝒙)
5ª Se 𝑭(𝒙) = então 𝑭′(𝒙) =
𝒈(𝒙) (𝒈(𝒙))𝟐

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑓 (𝑥 ) = ⇒ f’(x)=
𝑙𝑛(𝑥)

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Exercícios
1) Calcule a derivada:
1
a) f(x)= x 2
2

b) f(x)= x2 + x5

c) f(x)= 2x + 1

d) f(t)= 3t2 - 6t + 10

e) f(y)= 10 ln(y) - 3y + 6

f) f(x)= 5sen(x) + 2cos(x) – 4

g) f(x)= x . sen(x)

h) f(x)= x2. ln(x)

i) f(x)=(2x2 - 3x + 5).(2x - 1)

x−1
j) f(x)=
x−2

k) f(x)= sen x + tg(x)

l) f(x)= √x. cos(x)

𝑒𝑥
𝑚) 𝑓(𝑥) =
2𝑥

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Vamos determinar a derivada da função 𝑓(𝑥) = 3𝑥 2 + 4𝑥 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜
𝑥0 = 2, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑓 ′ (2).

2 – Determine as derivadas nos pontos estabelecidos.

𝑎)𝑆𝑒 𝑓 (𝑥) = 4𝑥 −2 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓 ′ (−1)

𝑏)𝑆𝑒 𝑓 (𝑥) = 3𝑥 3 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓 ′ (2)

3
𝑐)𝑆𝑒 𝑓(𝑥) = √𝑥 2 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓 ′ (8)

𝜋
𝑑) 𝑆𝑒 𝑓(𝑥) = cos 𝑥, 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓 ′ ( )
6

𝑒)𝑆𝑒 𝑓(𝑥) = 𝑥 5 + 3𝑥 4 + 2𝑥 3 + 6𝑥 + 2, 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓′(1)

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Formulário

Função Derivada

𝒇(𝒙) 𝒇′(𝒙)

𝒄 𝟎

𝒙 𝟏

𝒙𝒏 𝒏𝒙𝒏−𝟏

𝒄. 𝒙𝒏 𝒄. 𝒏𝒙𝒏−𝟏

𝟏 𝟏

𝒙 𝒙𝟐

√𝒙 𝟏
𝟐 √𝒙

𝒆𝒙 𝒆𝒙

𝒂𝒙 𝒂𝒙 𝒍𝒏(𝒂)

𝐥𝐨𝐠 𝒂 (𝒙) 𝟏
𝒙 𝒍𝒏(𝒂)

𝒍𝒏 (𝒙) 𝟏
𝒙
𝒔𝒆𝒏 (𝒙) 𝒄𝒐𝒔 (𝒙)

𝒄𝒐𝒔 (𝒙) − 𝒔𝒆𝒏 (𝒙)

𝒕𝒈(𝒙) 𝒔𝒆𝒄𝟐 (𝒙)

𝒄𝒐𝒕𝒈(𝒙) −𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒄𝟐 (𝒙)

𝒇(𝒙) ± 𝒈(𝒙) 𝒇′(𝒙) ± 𝒈′(𝒙)

𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) 𝒇′(𝒙). 𝒈(𝒙) + 𝒇(𝒙). 𝒈′(𝒙)

𝒇(𝒙) 𝒇′ (𝒙). 𝒈(𝒙) − 𝒇(𝒙). 𝒈′(𝒙)


𝒈(𝒙) [𝒈(𝒙)]𝟐

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Referências Bibliográficas

STEWART, James. Cálculo, volume I. 5ª edição. São Paulo - SP: Pioneira Thomson
Learning, 2006.

GUIDORIZZI, Hamilton L. Um Curso de Cálculo: Volume 1. Rio de Janeiro: Editora


LTC, 2001.

ROGAWSKI, Jon. Cálculo: Volume 1. Porto Alegre: Bookman, 2009.

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