Você está na página 1de 7

Resolução Lista 8 - Representação de funções como

série de potências

P∞ n
Questão 1 Se o raio de convergência da série n=0 cn x é 10, o que podemos dizer sobre
o raio de convergência da série ∞ n−1
P
n=0 nc nx ?

Sabemos que toda série de potência de raio de convergência positivo R pode ser derivada
ou integrada termo a termo, e a nova série de potência tem mesmo raio de convergência R.
Como a segunda série é a derivada da primeira, então seu raio de convergência é 10.

P∞ n
Questão 2 Suponha que a série n=0 bn x converge para |x| < 2 o que pode ser dito da
série ∞ bn xn+1
P
n=0 n+1 , por quê ?

Como a primeira série converge para |x| < 2, então seu raio de convergência R satisfaz
R ≥ 2. De acordo com a Questão 2, a segunda série tem também raio de convergência R.
Assim, a segunda série converge para |x| < 2

Questão 3 Encontre uma representação em série de potências centradas em 0 Para as


funções e determine o intervalo de convergência.
1
(a) f (x) =
1+x
Usaremos uma assosiação com séries geométricas para desenvolver o problema.
∞ ∞
1 X X
f (x) = = (−x)n = (−1)n xn
1 − (−x) n=0 n=0

A série converge para |x| < 1, onde seu intervalo de convergência é dado por I = (−1, 1)

2
(b) f (x) =
3−x
Seguindo a linha de raciocı́nio do exercı́cio a, temos:
∞ ∞
2/3 2 X x n X xn
= ( ) = 2 n+1
1 − x3 3 n=0 3 n=0
3

Para a série convergir:


x
| | < 1 ⇔ −3 < x < 3
3

1
Lembre-se que é sempre importante verificar as extremidades, porém, como essa série é
um caso mais simples, a verificação é quase imediata, seu intervalo de convergência é dado
por I = (−3, 3).

1+x
(c) f (x) =
1−x
Temos que:
∞ ∞ ∞
1 X X X
f (x) = (1 + x) = (1 + x) xn = xn + xn+1
1−x n=0 n=0 n=0

Substituiremos o intervalo da primeira série para começar em 1, isso implica que devemos
somar o primeiro termo anterior (1), além disso, perceba que na segunda série, n pode
começar em 1 da seguinte forma:

X ∞
X ∞
X ∞
X
n n n
1+ x + x =1+2 x =1+ 2xn+1
n=1 n=1 n=1 n=0

Que no caso o segundo termo é apenas duas vezes uma série geométrica qualquer, logo,
|x| < 1 ⇔ I = (−1, 1)

x2
(d) f (x) =
a3 − x 3
Temos que:
∞  n X ∞
x2 /a3 x2 X x3 x3n+2
f (x) = 3 = =
1 − xa3 a3 n=0 a3 n=0
a3n+3
Utilizando o teste da razão, teremos:
3n+5 3n+3 3 3
(x )(a ) x x
lim 3n+6 3n+2 = lim 3 ⇒ 3 < 1

n→∞ (a )(x ) n→∞ a a
Como (a) admite valores negativos, temos que I = (−|a|, |a|)

Questão 4
(a) Use derivação para encontrar a representação em série das potências centradas em 0,
além disso,qual é seu raio de convergência?
1
f (x) =
(1 + x)2
Temos que dada g(x):
 
1 0
g(x) = − ⇒ g (x) = f (x)
1+x

X ∞
X
n
g(x) = − (−x) = − (−1)n xn
n=0 n=0

2
Derivando termo a termo de g(x), temos:

X ∞
X
n+1 n−1
− n(−1) x =− (n + 1)(−1)n xn
n=1 n=0

Logo, pelo teste da razão ( Ou analisando g(x)) vemos que |x| < 1 Logo, R = 1.
Perceba também que (−1)n+2 = (−1)n . Se houver dificuldade, é recomendado abrir a
série para enxergar melhor a corência das afirmações e dos passos.

(b) Use o item (a) para para encontrar uma série de potências para
1
f (x) =
(1 + x)3

Tomando g(x) como:


 
1 −1 0
g(x) = ⇒ g (x) = f (x)
2 (1 + x)2

Escreveremos g(x) como uma série para a derivação termo a termo, logo pelo item (a)
temos:
∞ ∞
1X 0 1X
g(x) = (n + 1)(−1)n xn ⇒ g (x) = (n + 1)(n)(−1)n+1 xn−1
2 n=0 2 n=1


0 1X
g (x) = f (x) = (n + 2)(n + 1)(−1)n xn
2 n=0

(c) Use o item (b) para encontrar uma série de potências para

x2
f (x) =
(1 + x)3

Nesse caso, apenas multiplicaremos o item b por x2 logo:



1X
f (x) = (n + 2)(n + 1)(−1)n xn+2
2 n=0

Questão 5 Encontre uma representação em série de potências centradas em 0 para as


funções e determine o raio de convergência.

(a)
f (x) = ln(5 − x)
Temos que dado g(x):
Z
1
g(x) = − ⇒ g(x) = f (x) + C
5−x

3
Representaremos g(x) e integremos termo a termo, veja:
∞ ∞ ∞
1/5 1X x n 1 X xn X xn
g(x) = − = − ( ) = − = −
1 − x5 5 n=0 5 5 n=0 5n n=0
5n+1

Integrando termo a termo, temos:



xn+1
Z X
g(x) = f (x) + C = − +C
n=0
(n + 1)5n+1

Perceba que quando zeramos o eixo x para encontrar a interseção em y (x = 0), temos
que C = ln(5). Para determinar o raio de convergência, usaremos o teste da razão:
n+2
(x )(n + 1)(5)n+1

(x)(n + 1) n(x + x/n) x
= ⇒ x < 1

lim
= lim = lim
n→∞ (n + 2)(5)n+2 (x)n+1 n→∞ (n + 2)(5) n→∞ n(5 + 10/n) 5 5

Portanto, o raio de convergência é 5.

(b)
f (x) = x2 arctg(x3 )
Colocaremos:
h(x) = arctg(x3 )
Temos que dado g(x):

3x2
Z
g(x) = ⇒ g(x) = h(x) + C
1 + x6

É claro que C = 0 para x = 0, assim, representaremos g(x) e integremos termo a termo,


veja:
∞ ∞ ∞
3x2 2
X
6 n 2
X
n 6n
X
g(x) = = 3x (−x ) = 3x (−1) x = 3 (−1)n x6n+2
1 + x6 n=0 n=0 n=0
Z ∞ ∞
X (−1)n x6n+3 X (−1)n x6n+3
g(x) = h(x) = 3 = (C = 0)
n=0
6n + 3 n=0
2n + 1

h(x)x2 = f (x)

X (−1)n x6n+5
f (x) =
n=0
2n + 1
Pelo teste da razão:
6n+11 6
2n(x6 + x6 /n)

(x )(2n + 1) x (2n + 1)
lim = lim = lim = |x6 | ⇒ |x6 | < 1
n→∞ (2n + 3)(x)6n+5 n→∞ (2n + 3) n→∞ 2n(1 + 3/n)

Concluindo que R = 1

(c)
x3
f (x) =
(2 − x)3

4
Tomando g(x) como:
 
1 1 0
g(x) = ⇒ g (x)x3 = f (x)
2 (2 − x)2

Escreveremos g(x) como uma série para a derivação termo a termo,para isso, usaremos
h(x), tal que:  
1 1 0
h(x) = ⇒ h (x) = g(x)
2 (2 − x)
Perceba que podemos atribuir a constante que quisermos para essas primitivas, pois na
derivação a constante sumirá.
∞ ∞  ∞ 
1 X  x  n X xn xn−1
 
0
X
h(x) = = ⇒ h (x) = n n+2 = g(x)
4 n=0 2 n=0
2n+2 n=1
2

∞  ∞  ∞ 
xn xn−1 xn
  X 
0
X X
g(x) = (n + 1) n+3 ⇒ g (x) = (n + 1)(n) n+3 = (n + 2)(n + 1) n+4
n=0
2 n=1
2 n=0
2
∞ 
xn+3

0
X
3
g (x)x = f (x) = (n + 2)(n + 1) n+4
n=0
2
Utilizando o teste da razão para encontrar o raio de convergência,temos:
n+4
(x )(n + 2)(n + 3)(2)n+4
n+4
(x )(n + 2)(n + 3)(2)n+4

lim = lim
n→∞ (2)n+5 (n + 2)(n + 1)xn+3 n→∞ (2)n+5 (n + 2)(n + 1)xn+3

Simplificando os termos:

(x)(n + 3) (n)(x + 3/n) x
= ⇒ x < 1

= lim = lim
n→∞ (2)(n + 1) n→∞ (n)(2 + 1/n) 2 2

Portanto, o raio de convergência é 2.

Questão 6

(a) Completando quadrado, mostre que:


Z 1
2 dx π
= √
0 x2 −x+1 3 3
Completando quadrado, temos:
Z 1 Z 1 Z 1
2 dx 2 dx 4 2 dx
= = 2
(x − 1/2)2 + 1 − 1/4 2
(x − 1/2) + 3/4 3

0 0 0 2(x−1/2)

3
+1

Usando substituição simples, teremos:


 
2(x − 1/2) 2
u= √ ⇒ du = √ dx
3 3

5
Fazendo a mudança de intervalos de integração, teremos x = 0 ⇒ u = − √13 . Para
x = 21 ⇒ u = 0. Portanto, a nossa nova integral fica:
√ Z √ 0 √  
2 3 0

du 2 3 2 3 −π π
= arctg(u) = − = √

3 − √1 u2 + 1 3 3 6

3

− √1
3 3
3

(b) Use a fatoração de (x3 + 1) e reescreva a integral do item (a), após isso, expresse
1
x3 +1
como uma série de soma de potências e ache uma fórmula para π.
Dividindo (x3 + 1) por x2 − x + 1 , temos que a divisão nos dá (x + 1) como resultado
e resto 0 (Use o método de chaves, ou o produto notável de (x3 + 1), logo:
Z 1 Z 1
3 2
2 dx π 2 (x + 1)dx
(x + 1) = (x − x + 1)(x + 1) ⇒ 2
= √ =
0 x −x+1 3 3 0 (x3 + 1)
Temos que:
∞ ∞ ∞
1 X
n 3n (x + 1) X
n 3n+1
X
= (−1) x ⇒ 3 = (−1) x + (−1)n x3n
(x3 + 1) n=0 (x + 1) n=0 n=0

∞ ∞
(x + 1)dx X (−1)n x3n+2 X (−1)n x3n+1
Z Z
dx
2
= = + +C
x −x+1 (x3 + 1) n=0
3n + 2 n=0
3n + 1
Temos que nossa integral definida nos intervalos de 1/2 e 0 ficará:
Z 1 ∞
X (−1)n (1/2)3n+2 X (−1)n (1/2)3n+1 ∞
2 dx
= + =
0 x2 − x + 1 n=0 3n + 2 n=0
3n + 1

∞ ∞
X (−1)n X (−1)n π
= + = √
n=0
(3n + 2)22 · (23 )n n=0 (3n + 1)2 · (23 )n 3 3
Finalmente temos a fórmula para π dada por:
√ "∞ ∞
#
3 3 X (−1)n X 2(−1)n
π= +
4 n=0
(3n + 2) · (23 )n n=0 (3n + 1) · (23 )n

P∞ xn
Questão 7 Considere a série: n=0 n!

(a) Encontre seu raio de convergência.


O raio de convergência da série é facilmente obtido pelo teste da razão, percebendo que
o raio de convergência é ∞ .
P∞ xn 0
(b) Defina f (x) = n=0 n! mostre que f (x) = f (x)
∞ ∞ ∞ ∞
X xn 0
X xn−1 X xn−1 X xn
f (x) = ⇒ f (x) = n = n = = f (x)
n=0
n! n=1
(n)! n=1
(n)(n − 1)! n=0 (n)!

6
(c) Mostre que e−x f (x) é constante.
Para isso, derivaremos usando a regra do produto, veja:

d(e−x f (x)) 0
= −e−x f (x) + e−x f (x)
dx
Sabemos que a derivada de f (x) é igual a f (x), logo, sabemos que:

d(e−x f (x))
= 0 ⇒ e−x f (x) = C
dx

0
(d) Sabemos que f (x) = f (x)ou seja, a sua derivada deve ser igual a própria função,
as funções que definem essa propriedade são o conjunto Cex ( C são as
P∞ Constantes do item
n
(c)) , porém sabemos que f (0) = 1, logo, C deve ser 1, ou seja e = n=0 xn!
x

Você também pode gostar