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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
Análise Matemática II- Correcção do Exame
30/03/2005

Grupo I

1) A afirmação verdadeira é:

( × ) Se f admite derivadas parciais contı́nuas até à ordem 2 (inclusivé), então f ∈ C 2 (R2 );

1 ∂z 1 ∂z
2) Sendo z = yf (x2 − y 2 ), então + é igual a:
x ∂x y ∂y

( × ) yz2 ;

Aplicando a regra da cadeia a z = uf (v) com u = y, v = x2 − y 2 vem:


∂z ∂z ∂v ∂z ∂z ∂u ∂z ∂v
= = yf ′ (x2 − y 2 )(2x) e = + = f (x2 − y 2 ) + yf ′ (x2 − y 2 )(−2y);
∂x ∂v ∂x ∂y ∂u ∂y ∂v ∂y
Então tem-se:
1 ∂z 1 ∂z 1 1
= yf ′ (x2 − y 2 )(2x) + f (x2 − y 2 ) + yf ′ (x2 − y 2 )(−2y) =

+
x ∂x y ∂y x y
1 1 1 z
= 2yf ′ (x2 − y 2 ) + f (x2 − y 2 ) − 2yf ′ (x2 − y 2 ) = f (x2 − y 2 ) = 2 yf (x2 − y 2 ) = 2
y y y y
y
3) Sendo g(x, y) = sin x − ln − 2, a afirmação verdadeira é:
2

( × ) A equação g(x, y) = x − y define implicitamente y como função de x numa vizinhança


do ponto (0, 2) ;

A função F (x, y) = g(x, y) − x + y verifica:


- F (0, 2) = 0;

∂F ∂F
- , existem e são contı́nuas numa vizinhança do ponto (0, 2);
∂x ∂y
∂F
- (0, 2) 6= 0;
∂y

logo F (x, y) = 0 define implicitamente y como função de x numa vizinhança do ponto (0, 2).
Como F (x, y) = 0 ⇐⇒ g(x, y) = x − y tem-se o resultado.

4) O valor máximo da taxa de variação de f (x, y) = xey no ponto (2, 0) na direcção de (2, 4) é
igual a:

(×) 5 ;

Como ∇f = (ey , xey ) então ∇f (2, 0) = (1, 2) tem a mesma direccção que (2, 4) logo atinge
nesta direcção o valor máximo da taxa de variação no ponto (2, 0) dado por
√ √
k∇f (2, 0)k = k(1, 2)k = 12 + 22 = 5.
Grupo II
+∞
X (x − 2)n
5) A série de potências pode ser estudada aplicando o Critério de D’Alembert à
4n+1 (2n)!
n=1
série dos módulos.
(x − 2)n+1
4n+2 (2n + 2)! 4n+1 (x − 2)n+1 (2n)! |x − 2| 1
lim n = lim = lim =
n→+∞ (x − 2) n→+∞ 4n+2 (x − 2)n (2n + 2)! 4 n→+∞ (2n + 2)(2n + 1)
4n+1 (2n)!
|x − 2|
= × 0 = 0 < 1 ∀x ∈ R
4
Então a série dada é absolutamente convergente ∀x ∈ R.
an 1
Ou, de outro modo, o raio de convergência R = lim = +∞ com an = n+1 .
n→+∞ an+1 4 (2n)!
+∞ +∞
X n3 + 2 |cos n| X 3
nn + 2
6) A série (−1)n + pode ser estudada através da soma das séries (−1)
3n2 n4 3n2
n=1 n=1
+∞
X |cos n|
e .
n4
n=1
+∞
X n3 + 2 n3 + 2
(−1)n é uma série alternada mas lim = +∞ logo o termo geral não tem
3n2 n→+∞ 3n2
n=1
+∞
X n3 + 2
limite e portanto falha a condição necessária de convergência: (−1)n é Divergente.
3n2
n=1
+∞
X |cos n|
é uma série de termos não negativos logo podemos aplicar o critério de com-
n4
n=1
+∞
|cos n| 1 X 1
paração. Como 0 ≤ ≤ 4 e é uma série de Dirichlet convergente (α = 4 > 1),
n4 n n4
n=1
+∞
X |cos n|
tem-se: é Convergente.
n4
n=1

Assim, a soma das duas séries (divergente + convergente) é uma série Divergente.

Grupo III
x3 y
0
7) a) Na direcção x = 0 tem-se lim f (x, y) = lim =
= 0, mas lim
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x4 + y4
y4 (0,y)→(0,0)
x3 y
x4 1
na direcção x = y tem-se lim f (x, y) = lim = lim = 6 0
=
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x4 + y 4 (x,x)→(0,0) 2x4 2
logo não existe lim f (x, y) e portanto f não é contı́nua no ponto (0, 0).
(x,y)→(0,0)

b) Se f não é contı́nua em (0, 0) também não é diferenciável em (0, 0).


−−→ √ √
f ((0, 0) + t−→
u ) − f (0, 0) −
→ PQ 1 2 2
c) D→−u f (0, 0) = lim . Como u = −−→ = √ (1, 1) = ( , ),
t→0 t kP Qk 2 2 2
√ √ !
2 2
f t, t − f (0, 0)
2 2 1
2 −0
então D→ −
u f (0, 0) = lim = lim = ∞ , logo não existe D→u f (0, 0).

t→0 t t→0 t
8) a) Os pontos crı́ticos de f são as soluções do sistema
 ∂f
∂x (x, y) = 0
,
∂f
∂x (x, y) = 0
isto é, são as soluções do sistema

ye−(x+y) − xye−(x+y)

= 0
.
xe−(x+y) − xye−(x+y) = 0
Donde, atendendo a que e−(x+y) = 0 é uma condição impossı́vel, resulta
 −(x+y)   
e (y − xy) = 0 y(1 − x) = 0 y=0 y=1
⇔ ⇔ ∨ .
e−(x+y) (x − xy) = 0 x(1 − y) = 0 x=0 x=1

Então, os pontos crı́ticos são: (0, 0) e (1, 1).

b) Para qualquer (x, y) ∈ R2 ,


∂2f
(x, y) = e−(x+y) (xy − 2y)
∂x2
∂2f
(x, y) = e−(x+y) (xy − 2x)
∂y 2
∂2f
(x, y) = e−(x+y) (xy − y − x + 1)
∂x∂y
2
∂2f ∂2f ∂2f

existem e são contı́nuas e, portanto, ∆ = (x, y) − (x, y) , sendo ∆ o deter-
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y
minante da matriz Hessiana. Então,

∂2f
ponto crı́tico ∆ sinal de conclusão
∂x2
(0, 0) −1 < 0 ——- (0, 0) é ponto sela
(1, 1) e−4 > 0 −e−2 < 0 (1, 1) é maximizante

c) Se D = (x, y) ∈ R2 : y ≥ 0 ∧ y ≤ 4 − x2 ∧ x ≤ 1 então,


i) Int(D) = (x, y) ∈ R2 : y > 0 ∧ y < 4 − x2 ∧ x < 1 ;




D′ = (x, y) ∈ R2 : y ≥ 0 ∧ y ≤ 4 − x2 ∧ x ≤ 1


F r(D) = (x, y) ∈ R2 : (y = 0 ∧ −2 ≤ x ≤ 1) ∨ (x = 1 ∧ 0 ≤ y ≤ 3) ∨ (y = 4 − x2 ∧ −2 ≤ x ≤ 1) .


ii) D não é aberto porque Int(D) 6= D.


Df é fechado porque F r(D) ⊆ D.
iii) Como f é uma função contı́nua em D (pois resulta do produto e da composição de
funções contı́nuas em R2 ) e D é um conjunto fechado (foi provado) e limitado (∃Br (c) :
Br (c) ⊃ D, basta tomar r = 5 e c = (0, 0)), pelo teorema de Weierstrass, f atinge o seu
valor máximo e o seu valor mı́nimo em D.

d) O gráfico de f é dado pela equação z = f (x, y), isto é, z = xye−(x+y) . Tomemos

F (x, y, z) = z − xye−(x+y)

Então, F ∈ C 1 (R3 ), isto é, F tem derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas em R3 e são
dadas por:

∂F
(x, y) = −e−(x+y) (y − xy)
∂x
∂F
(x, y) = −e−(x+y) (x − xy)
∂y
∂F
(x, y) = 1
∂z

Pelo que, F é diferenciável em (−1, 1, f (−1, 1)) isto é, em (−1, 1, −1) (já que f (−1, 1) = −1).
A equação do plano tangente ao gráfico de f no ponto (−1, 1, −1) vem dada por:
∂F ∂F ∂F
(−1, 1, −1)(x + 1) + (−1, 1, −1)(y − 1) + (−1, 1, −1)(z + 1) = 0,
∂x ∂y ∂z
isto é,
−2(x + 1) + 0(y − 1) + 1(z + 1) = 0 ⇔ 2x − z + 1 = 0.
Grupo IV

9) A região de integração, R, é definida analiticamente por


 
2 1
R = (x, y) ∈ R : ≤ y ≤ x ∧ 1 ≤ x ≤ 2 .
x

e geometricamente representada por:

y=x

1
y= x
1 2

Z 2Z x
Invertendo a ordem de integração considerada em f (x, y)dy dx, com o auxı́lio das
1
1 x
rectas horizontais representadas na figura a tracejado resulta
Z 1Z 2 Z 2Z 2
f (x, y)dx dy + f (x, y)dx dy.
1 1
2 y
1 y

10) Em R = (x, y) ∈ R2 : |x| ≤ 2 − y ∧ 0 ≤ y ≤ 2 a condição |x| ≤ 2 − y é equivalente a




−(2 − y) ≤ x ≤ 2 − y.

Assim,
Z Z Z 2 Z 2−y
4y−y 2 2
e dx dy = e4y−y dx dy
R 0 y−2
Z 2
2
2−y
= e4y−y [x]y−2 dy
0
Z 2
2
= e4y−y (−2y + 4)dy
0
2
= [e4y−y ]20
4
= e − 1.

11) Usando coordenadas cilı́ndricas a região de integração

E = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 9 ∧ y ≥ 0 ∧ 0 ≤ z ≤ 2


transforma-se em

E = {(r, θ, z) : 0 ≤ r ≤ 3 ∧ 0 ≤ θ ≤ π ∧ 0 ≤ z ≤ 2} ,

uma vez que 


 x = r cos θ
x = r sin θ ,
z = z

com r ∈ R+
0 , θ ∈ [0, 2π] e z ∈ R. Deste modo,
Z Z Z p Z Z Z √
z x2 + y 2 dz dy dx = z r2 .rdz dr dθ
E E
Z πZ 3Z 2
= zr2 dz dr dθ
0 0 0
π 3 2
z2
Z Z 
2
= r dr dθ
0 0 2 0
π 3
r3
Z 
= 2 dθ
0 3 0
π
= 18 [θ]0 dθ
= 18π.

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