Você está na página 1de 47

Fund.

de Mecânica dos Fluidos


e Termodinâmica (2021/1)

Hidrodinâmica
e equação de Bernoulli

Gláuber Carvalho Dorsch


Sumário

I Fluidos em movimento
Escoamento laminar e turbulento

I A equação da continuidade
(conservação da massa)

I A equação de Bernoulli e aplicações


Tipos de escoamento
Através de um
Como descrever o campo de velocidades
movimento de um fluido? v = v(r, t)

Qualquer partı́cula passando


num ponto r num instante t
tem velocidade v(r, t).
Tipos de escoamento
Através de um
Como descrever o campo de velocidades
movimento de um fluido? v = v(r, t)

Qualquer partı́cula passando


num ponto r num instante t
tem velocidade v(r, t).

Escoamento laminar
O fluido flui como camadas adjacentes

Permite-nos separar o fluxo em finos


“tubos de corrente” ou “filetes”
Tipos de escoamento
Através de um
Como descrever o campo de velocidades
movimento de um fluido? v = v(r, t)

Qualquer partı́cula passando


num ponto r num instante t
tem velocidade v(r, t).
Exemplo de tubo de corrente
Y
H
HH
 H 
H
Escoamento laminar
O fluido flui como camadas adjacentes Pode haver escoamento
estacionário
Permite-nos separar o fluxo em finos Independente do tempo!
“tubos de corrente” ou “filetes” v = v(r)
Escoamento laminar
O fluido flui como camadas adjacentes

Permite-nos analisar “filetes”


separadamente
Escoamento laminar
O fluido flui como camadas adjacentes

Permite-nos analisar “filetes”


separadamente

Escoamento turbulento

v(r, t) varia no tempo em magnitude e direção


A equação da continuidade
Escoamento estacionário
Considere um ⇓
tubo de corrente qualquer massa contida entre A1 e A2
em um escoamento estacionário é constante no tempo
A equação da continuidade
Escoamento estacionário
Considere um ⇓
tubo de corrente qualquer massa contida entre A1 e A2
em um escoamento estacionário é constante no tempo

Massa que entra por A1


num intervalo ∆t
=
massa que atravessa A2
nesse mesmo intervalo
A equação da continuidade
Escoamento estacionário
Considere um ⇓
tubo de corrente qualquer massa contida entre A1 e A2
em um escoamento estacionário é constante no tempo

Massa que entra por A1


num intervalo ∆t
=
massa que atravessa A2
nesse mesmo intervalo

ρ1A1v1 = ρ2A2v2
A equação da continuidade
Escoamento estacionário
Considere um ⇓
tubo de corrente qualquer massa contida entre A1 e A2
em um escoamento estacionário é constante no tempo

Massa que entra por A1


num intervalo ∆t
=
massa que atravessa A2
nesse mesmo intervalo

ρ1A1v1 = ρ2A2v2
Fluido incompressı́vel
A1v1 = A2v2
Equação da continuidade (caso mais geral)
Variação da massa no interior de V
é devido ao fluxo de fluido
através da superfı́cie
Equação da continuidade (caso mais geral)
Variação da massa no interior de V
é devido ao fluxo de fluido
através da superfı́cie

Quanto de massa flui através de uma


superfı́cie dS num intervalo dt?

É a massa de fluido a uma


distância v · n̂ dt da superfı́cie dS!
Equação da continuidade (caso mais geral)
Variação da massa no interior de V
é devido ao fluxo de fluido
através da superfı́cie

Quanto de massa flui através de uma


superfı́cie dS num intervalo dt?

É a massa de fluido a uma


distância v · n̂ dt da superfı́cie dS!

dm = ρv · n̂ dt dS
Equação da continuidade (caso mais geral)
Variação da massa no interior de V
é devido ao fluxo de fluido
através da superfı́cie

Quanto de massa flui através de uma


superfı́cie dS num intervalo dt?

É a massa de fluido a uma


distância v · n̂ dt da superfı́cie dS!

dm = ρv · n̂ dt dS

Integrando sobre toda a fronteira de V ,


Eq. da continuidade
I Z
d
ρv · n̂dS = − ρdV
S dt V
Equação da continuidade (caso mais geral)

Eq. da continuidade
I Z
d
ρv · n̂dS = − ρdV
S dt V

Essa equação pode ser reescrita (usando o Teorema de Gauss):


Eq. da continuidade
∂ρ
+ ∇ · (ρv) = 0
∂t | {z }
fontes ou
|{z}
variação sumidouros
da densidade
num ponto
Equação da continuidade (caso mais geral)

Eq. da continuidade
I Z
d
ρv · n̂dS = − ρdV
S dt V

Essa equação pode ser reescrita (usando o Teorema de Gauss):


Eq. da continuidade
∂ρ
+ ∇ · (ρv) = 0
∂t | {z }
fontes ou
|{z}
variação sumidouros
da densidade
num ponto
Quais forças atuam sobre
um fluido em movimento?
Peso da lâmina, pressão...
Quais forças atuam sobre
um fluido em movimento?
Peso da lâmina, pressão...
Viscosidade
Em um fluido real,
há atrito entre as camadas!
Quais forças atuam sobre
um fluido em movimento?
Peso da lâmina, pressão...
Viscosidade
Em um fluido real,
há atrito entre as camadas!
Fluido ideal
No que se segue,
consideraremos um
fluido ideal, sem viscosidade.
Num fluido ideal...
Não há forças tangenciais.
A pressão é normal à superfı́cie.
Equação de Bernoulli

Consideremos um
fluido perfeito incompressı́vel
(ρ = constante)

Um elemento ocupando o espaço


entre a e c num instante t0
estará entre b e d num instante t0 + ∆t.
Equação de Bernoulli

Consideremos um
fluido perfeito incompressı́vel
(ρ = constante)

Um elemento ocupando o espaço


entre a e c num instante t0
estará entre b e d num instante t0 + ∆t.
Equação de Bernoulli

Consideremos um
fluido perfeito incompressı́vel
(ρ = constante)

Um elemento ocupando o espaço


entre a e c num instante t0
estará entre b e d num instante t0 + ∆t.
Equação de Bernoulli

Consideremos um
fluido perfeito incompressı́vel
(ρ = constante)

Um elemento ocupando o espaço


entre a e c num instante t0
estará entre b e d num instante t0 + ∆t.

Efetivamente, é como se o volume ∆V


se movesse de baixo para cima
Equação de Bernoulli
Trabalho realizado pela pressão
W = (p1 − p2 )∆V
Equação de Bernoulli
Trabalho realizado pela pressão
W = (p1 − p2 )∆V

Variação da energia cinética


 2
v12

v2
∆K = ρ∆V −
2 2
Equação de Bernoulli
Trabalho realizado pela pressão
W = (p1 − p2 )∆V

Variação da energia cinética


 2
v12

v2
∆K = ρ∆V −
2 2

Variação da energia potencial


∆U = ρ∆V g (h2 − h1 )
Equação de Bernoulli
Trabalho realizado pela pressão
W = (p1 − p2 )∆V

Variação da energia cinética


 2
v12

v2
∆K = ρ∆V −
2 2

Variação da energia potencial


∆U = ρ∆V g (h2 − h1 )

Pelo teorema de trabalho-energia,


W = ∆K + ∆U ,

Eq. de Bernoulli
ρ v22 ρ v12
+ ρgh2 + p2 = + ρgh1 + p1
2 2
Equação de Bernoulli
Trabalho realizado pela pressão
W = (p1 − p2 )∆V

Variação da energia cinética


 2
v12

v2
∆K = ρ∆V −
2 2

Variação da energia potencial


∆U = ρ∆V g (h2 − h1 )

Pelo teorema de trabalho-energia,


W = ∆K + ∆U ,
Eq. de Bernoulli

ρ v2
+ ρgh + p = constante
2
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”

2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup + psup = bur + ρghbur + pbur
2 2
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”
psup = pext = patm
2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup + psup = bur + ρghbur + pbur
2 2
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”
psup = pext = patm
2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup + psup = bur + ρghbur + pbur
Aburaco  Asuperfı́cie 2 2

vsup ≈ 0
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”
psup = pext = patm
2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup + psup = bur + ρghbur + pbur
Aburaco  Asuperfı́cie 2 2

vsup ≈ 0

hbur = 0, hsup = h
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”
psup = pext = patm
2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup +   = bur + 
psup ρgh +
bur pbur

Aburaco  Asuperfı́cie 2 2
vsup ≈ 0

hbur = 0, hsup = h
Aplicações: Lei de Torricelli
Um reservatório possui um pequeno buraco a uma profundidade
h relativa à superfı́cie. Qual é a velocidade do jato d’água
emitido por esse buraco?

Aplicamos Bernoulli a um
tubo de corrente efluente
nos pontos “superfı́cie” e “buraco”
psup = pext = patm
2
ρvsup ρv 2
+ ρghsup +   = bur + 
psup ρgh +
bur pbur

Aburaco  Asuperfı́cie 2 2
vsup ≈ 0 √
vjato = 2gh
hbur = 0, hsup = h
Aplicações: Tubo de Venturi
Considere um
tubo de corrente horizontal,
e pontos 1 e 2 na figura.

h1 = h2 e A1 v1 = A2 v2
Aplicações: Tubo de Venturi
Considere um
tubo de corrente horizontal,
e pontos 1 e 2 na figura.

h1 = h2 e A1 v1 = A2 v2

ρv12 ρv22
+
ρgh

1 + p1 = +
ρgh

2 + p2
2 2
Aplicações: Tubo de Venturi
Considere um
tubo de corrente horizontal,
e pontos 1 e 2 na figura.

h1 = h2 e A1 v1 = A2 v2

ρv12 ρv22
p1 − p2 = ρgh +
ρgh

1 + p1 = +
ρgh

2 + p2
2 2

ρv 2 A2
 
p2 − p1 = 1 1 − 12 <0
2 A2

Maior velocidade de fluxo



menor pressão
Aplicações: Aterosclerose

Redução da área transversal



aumento da velocidade do fluxo

redução local da pressão

colapso
Aplicações: Aterosclerose

Redução da área transversal



aumento da velocidade do fluxo

redução local da pressão

colapso

ρv 2 A21
 
p2 − p1 = 1 1− 2
2 A2
Eq. da continuidade
A1 v1 = A2 v2
Quando o entupimento for & 70%,
Bernoulli um catéter pode ser necessário
ρv12 ρv 2 para impedir colapso arterial.
+ p1 = 2 + p2
2 2
Aplicações: Como o avião voa?
Aplicações: Como o avião voa?

6E

∗ Formato de aerofólio comprime o ar que passa por cima


∗ O ar comprimido acima flui mais rápidamente do que abaixo
∗ Maior velocidade =⇒ pressão abaixo > acima
Aplicações: Como o avião voa?

6E

∗ Formato de aerofólio comprime o ar que passa por cima


∗ O ar comprimido acima flui mais rápidamente do que abaixo
∗ Maior velocidade =⇒ pressão abaixo > acima
Ademais...
Aerofólio empurra o ar Ar empurra o aerofólio
∗ =⇒
para baixo para cima
No automobilismo, o desafio é
manter o carro no chão
para aumentar a aderência.

O aerofólio traseiro é essencialmente


uma asa de avião invertida
Aplicações: Bola com efeito

Você também pode gostar