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OBRA KOLPING DE PORTUGAL

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DESENVOLVIMENTO RURAL KOLPING


QUINTA DA CRUZ-ALTA – APART.137/5100 -088 - LAMEGO-PORTUGAL
Acreditação nº 783 da DGERT

Manual de 7227/Gestão de resíduos em contexto domiciliário e


institucional

Entidade Formadora: Obra de Kolping de Portugal

Formador(a): Marta Nogueira


Data: 30 de abril de 2018
Manual de Gestão de resíduos em contexto domiciliário e institucional
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Índice

Introdução ............................................................................................................................. 4
Público Alvo ....................................................................................................................... 4
Objetivos Gerais.................................................................................................................. 5
Objetivos Específicos.......................................................................................................... 5
Benefícios e condições de utilização .................................................................................. 5
1. Conceitos fundamentais sobre a gestão de resíduos ...................................................... 6
1.1. Tipologia de resíduos ................................................................................................... 7
1.2. Etapas de processo ..................................................................................................... 10
2.Normas e procedimentos de recolha, separação e transporte de resíduos ................. 12
2.1. Equipamentos de proteção individual ........................................................................ 16
2.2. Decorrentes de prestação de cuidados de higiene, conforto e eliminação ................. 23
2.3. Decorrentes da limpeza e higienização dos espaços .................................................. 29
2.4. Aplicáveis ao transporte na viatura de apoio domiciliário......................................... 33
3.Ocorrências e anomalias na gestão de resíduos: aspetos fundamentais a transmitir;
procedimento de registo ..................................................................................................... 35
Bibliografia .......................................................................................................................... 38

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Introdução

A crescente urbanização e industrialização das sociedades modernas origina uma


produção exponencial de resíduos sólidos, problema que urge encarar com frontalidade no
sentido de se encontrarem as melhores soluções para o minimizar.

A situação atual é caracterizada pela crescente produção de resíduos sólidos,


salientando-se a grande diminuição do seu peso específico originando um evidente
aumento do volume a tratar. Na última década houve uma duplicação da produção de
resíduos por habitante, em termos de peso, e quase o quádruplo em termos de volume.

A recolha de resíduos é a componente da gestão de resíduos que resulta na


passagem de um material residual da fonte de produção, para o ponto de tratamento ou
disposição final.

A Reciclagem consiste na incorporação de materiais recicláveis no fabrico de novos


objetos ou embalagens.

Depois de utilizadas, as embalagens transformam-se em resíduos. Através da


reciclagem podemos prolongar o seu ciclo de vida tornando-as objetos valiosos mesmo
depois de usadas.

Depois de recolhidos os resíduos são encaminhados para as estações de triagem, onde


as embalagens são rigorosamente selecionadas e compactadas e enfardadas de modo a
permitir o seu encaminhamento para as empresas recicladoras.

 Público-alvo
Ativos com idade superior a 18 anos, com interesse em adquirir conhecimentos no tema,
com habilitações mínimas de 9.º ano.

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 Objetivos Gerais

✓ Identificar a tipologia de resíduos.

✓ Efetuar a separação, recolha e transporte de resíduos em diferentes contextos.

✓ Efetuar o registo e transmitir ocorrências.

 Objetivos Específicos

✓ Conceitos fundamentais sobre gestão de resíduos.

✓ Normas e procedimentos de recolha, separação e transporte de resíduos.

✓ Ocorrências e anomalias na gestão de resíduos: aspetos fundamentais a


transmitir; procedimentos de registo.

 Benefícios e condições de utilização


Com a utilização do manual pretende-se que os formandos possibilitam:

✓ Identificar a tipologia de resíduos.

✓ Efetuar a separação, recolha e transporte de resíduos em diferentes contextos.

✓ Efetuar o registo e transmitir ocorrências.

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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE GESTÃO DE RESÍDUOS

O Planeamento e gestão de resíduos, englobando todas as tipologias de resíduos e as


diversas origens, constituem o objetivo das políticas neste domínio do ambiente, assumindo
ainda papel de relevo de carácter transversal pela incidência na preservação dos recursos
naturais, e em outras estratégias ambientais.

Os resíduos devem ser alvo de uma gestão própria e um destino adequado, em


função das suas características, classificando-se em: Resíduos Sólidos Urbanos (RSU),
Resíduos Industriais, Resíduos Agrícolas e Resíduos Hospitalares.

Os resíduos classificam-se em: Embalagens e Resíduos de Embalagens, Pneus


Usados, Pilhas e Acumuladores, Óleos Usados, Veículos em Fim de Vida (VFV), Resíduos
de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), Resíduos de Construção e Demolição
(RC&D), Óleos Alimentares Usados e Resíduos Biodegradáveis.

Quanto à perigosidade podem caracterizar-se em banais (não perigosos) ou


perigosos.

A gestão de resíduos visa:

a) a prevenção ou redução da produção ou nocividade dos resíduos, nomeadamente


através da reutilização e da alteração de processos produtivos, por via da adoção de
tecnologias mais limpas, bem como da sensibilização dos agentes económicos e dos
consumidores;

b) assegurar a sua valorização, nomeadamente através de reciclagem, valorização


orgânica, seguida de valorização energética, e a sua eliminação adequada.

A responsabilidade pelo destino final dos resíduos é de quem os produz. Quando os


resíduos forem provenientes de países terceiros, a responsabilidade pelo destino final a dar
aos resíduos e pelos custos da respetiva gestão, cabe ao responsável pela sua introdução em
território nacional. Quando o produtor for desconhecido ou indeterminado, a

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responsabilidade pelo destino final e pelos custos da respetiva gestão cabe ao respetivo
detentor.

1.1. TIPOLOGIA DE RESÍDUOS

Existem vários tipos de resíduos e eles podem ser classificados de acordo com
vários parâmetros. A classificação dos resíduos é feita com base nas propriedades físicas,
químicas, biológicas ou infectocontagiosas presentes na sua constituição, mas em Portugal,
normalmente, são classificados segundo a sua a origem. De acordo com o DL n.º178/2006,
de 5 de Setembro, definem-se em:

Resíduos urbanos: os resíduos domésticos ou outros resíduos semelhantes, em


razão da sua natureza ou composição, nomeadamente os provenientes do sector de serviços
ou de estabelecimentos comerciais ou industriais e de unidades prestadoras de cuidados de
saúde.

Assim, são considerados resíduos urbanos os resíduos produzidos:

a) pelos agregados familiares (resíduos domésticos);

b) por pequenos produtores de resíduos semelhantes (produção diária inferior a 1.100


l);

c) por grandes produtores de resíduos semelhantes (produção diária igual ou superior a


1.100 l).

Assim, apenas existe diferenciação no que diz respeito à responsabilidade de gestão,


cabendo a mesma aos municípios no caso de produções diárias inferior a 1100 1 litros e aos
respetivos produtores nos restantes casos (normalmente designados por "grandes
produtores").

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Resíduos industriais: os resíduos gerados em atividades industriais, bem como os


que resultam das atividades de produção e distribuição de eletricidade, gás e água;

Resíduos agrícolas: resíduos provenientes de exploração agrícola e/ou pecuária ou


similar;

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Resíduos hospitalares: os resíduos produzidos em unidades de prestação de


cuidados de saúde, incluindo as atividades médicas de diagnóstico, prevenção e tratamento
de doenças, em seres humanos ou em animais, e ainda as atividades de investigação
relacionadas;

Resíduos de construção e demolição: resíduos provenientes de obras de


construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição e da derrocada de
edificações.

Os resíduos comerciais, hospitalares, industriais, que apresentem características


semelhantes aos resíduos domésticos e que não representem perigo para a saúde pública e
ao ambiente, são equiparados aos resíduos domésticos, isto é, são depositados em conjunto
com os resíduos domésticos e é lhes aplicado o mesmo tratamento.

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1.2. ETAPAS DO PROCESSO DE GESTÃO DE RESÍDUOS

Aplica-se às operações de gestão de resíduos, compreendendo toda e qualquer


operação de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e
eliminação de resíduos, bem como às operações de descontaminação de solos e à
monitorização dos locais de deposição após o encerramento das respetivas instalações.

Fruto de particular complexidade ou importância crescente em termos quantitativos


e/ou qualitativos de alguns tipos de resíduos, designados por fluxos específicos de resíduos,
foi concedida particular atenção à sua gestão, mediante a criação de legislação específica, a
qual introduziu, em geral, uma corresponsabilização pela sua gestão, dos vários
intervenientes no seu ciclo de vida. No contexto da legislação específica e consoante as
características do fluxo específico de resíduos em causa, é aplicado:

✓ um modelo de gestão técnico-económico baseado no Princípio da Responsabilidade


Alargada do Produtor do bem, operacionalizado através da adoção de sistemas
individuais ou da implementação de sistemas integrados de gestão;

✓ um modelo em que a responsabilidade da gestão assenta no produtor/detentor do


resíduo.

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As operações de gestão de resíduos devem decorrer preferencialmente em território


nacional, reduzindo ao mínimo os movimentos transfronteiriços de resíduos. A gestão deve
assegurar que à utilização de um bem sucede uma nova utilização ou que, não sendo viável
a sua reutilização, se procede à sua reciclagem ou, ainda, a outras formas de valorização.

A eliminação definitiva de resíduos, nomeadamente a sua deposição em aterro,


constitui a última opção de gestão, justificando-se apenas quando seja técnica ou
financeiramente inviável a prevenção, a reutilização, a reciclagem ou outras formas de
valorização. Os produtores de resíduos devem proceder à separação dos resíduos na origem,
de forma a promover a sua valorização por fluxos e fileiras.

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As operações de gestão de resíduos são realizadas sob a direção de um responsável


técnico, o qual deve deter as habilitações profissionais adequadas para o efeito. Não estão
sujeitas a licenciamento as operações de recolha e de transporte de resíduos, bem como a de
armazenagem de resíduos que seja efetuada no próprio local de produção por período não
superior a um ano e, ainda, as de valorização energética de biomassa.

2. NORMAS E PROCEDIMENTOS DE RECOLHA, SEPARAÇÃO E


TRANSPORTE DE RESÍDUOS

A legislação respeitante ao transporte de resíduos está prevista na Portaria n.º


335/97, de 16 de maio, que estabelece as regras sobre as operações de transporte de
resíduos em território nacional e os modelos das respetivas guias de acompanhamento,
aprovados por portaria conjunta dos Ministros da Administração Interna, do Equipamento,
do Planeamento e Administração do Território, da Saúde e do Ambiente.

É da responsabilidade do produtor e detentor de resíduos, assegurar que o transporte


dos mesmos seja efetuado em condições adequadas (garantir o cumprimento da presente
portaria), bem como assegurar que o seu destinatário está autorizado a recebê-los.

De acordo com o estabelecido nos pontos 5 e 6 da Portaria n.º 335/97, de 16 de


maio, o produtor e o detentor de resíduos devem assegurar que cada operação de transporte
de resíduos seja acompanhada das respetivas guias de acompanhamento, cujo modelo
(modelo A) faz parte integrante do anexo da referida portaria (corresponde ao impresso
modelo 1428 da Imprensa Nacional Casa da Moeda).

Note-se ainda, que, de acordo com a alínea d) do n.º. 6 da referida Portaria, o


produtor ou detentor, o transportador e o destinatário devem manter em arquivo os seus
exemplares das guias de acompanhamento de resíduos, por um período de cinco anos. De
salientar ainda que as guias de acompanhamento deverão ser preenchidas de acordo com os
códigos da Lista Europeia de Resíduos (LER).
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As técnicas para o tratamento e valorização de resíduos, de acordo com a sua


caracterização e tipologia, são as seguintes:

✓ Reciclagem – resíduos sujeitos a separação seletiva;

✓ Valorização Orgânica, por Compostagem ou Digestão Anaeróbia – resíduos com


componente orgânica;

✓ Valorização Energética, recorrendo quer a Processos Fermentativos (onde se inclui


a digestão anaeróbia e a degradação anaeróbia dos resíduos em aterros sanitários);
quer a Processos Pirolíticos (onde se inclui a Incineração com recuperação de calor,
a Pirólise e a Gaseificação).

✓ Compostagem: consiste na degradação biológica aeróbia dos resíduos orgânicos, na


presença de uma população bacteriana, em ambiente aeróbio, produzindo um
produto final designado como composto, permitindo a valorização agrícola dos
resíduos com componente orgânica.

Digestão anaeróbia: Este processo consiste na degradação biológica anaeróbia dos


resíduos orgânicos, na presença de uma população bacteriana, em ambiente anaeróbio,
produzindo biogás (constituído por dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4)) e um
produto final fitotóxico, húmido e contaminado microbiologicamente, o qual segue para
compostagem. Deste modo, a digestão anaeróbia permite quer a valorização energética quer
a valorização agrícola dos resíduos com componente orgânica.

Digestão anaeróbia: Este processo consiste na degradação biológica anaeróbia dos


resíduos orgânicos, na presença de uma população bacteriana, em ambiente anaeróbio,
produzindo biogás (constituído por dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4)) e um
produto final fitotóxico, húmido e contaminado microbiologicamente, o qual segue para

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compostagem. Deste modo, a digestão anaeróbia permite quer a valorização energética quer
a valorização agrícola dos resíduos com componente orgânica.

Degradação anaeróbia dos resíduos em aterro sanitário: A degradação dos resíduos


em aterro sanitário compreende a degradação aeróbia e anaeróbia dos resíduos. A
degradação aeróbia ocorre na parte superficial dos resíduos, é muito rápida e dá origem a
uma mistura gasosa constituída por dióxido de carbono (CO2), amoníaco (NH3) e água
(H2O). A degradação anaeróbia dos resíduos ocorre nas camadas inferiores, sendo
promovida pela compactação e cobertura dos resíduos e dando origem ao biogás
(constituído aproximadamente por 60 % de CH4 e 40 % de CO2). O biogás produzido no
aterro sanitário é captado por meio de um sistema de extração, com drenos executados de
modo a acompanharem o crescimento da massa de resíduos. Deste modo, o biogás é
captado e aproveitado para a produção de eletricidade, em geral para a iluminação da área
do aterro. No caso do biogás produzido não ser sujeito a valorização energética, deverá ser
previamente queimado numa tocha e libertado para a atmosfera, uma vez que, por ser um
gás com efeito de estufa, contribui para o agravamento desse efeito.

Incineração: A Incineração é um processo de queima de resíduos, realizado sob alta


temperatura (900 a 1 250 ºC, com tempo de residência controlado. Nesta tecnologia ocorre
a decomposição térmica, via oxidação, a alta temperatura, da parcela orgânica dos resíduos,
transformando-a numa fase gasosa e outra sólida, reduzindo o volume, o peso e as
características de perigosidade dos resíduos. Este tipo de sistema tem vindo a ser
implementado em zonas de grande produção de resíduos por permitir uma redução do
volume inicial até cerca de 90 %. Deste processo resultam como produtos finais a energia
calorífica (que é transformada em energia elétrica ou vapor), águas residuais, gases, cinzas
e escórias. Os gases resultantes da incineração têm se sofrer um tratamento posterior, uma
vez que são compostos por substâncias consideradas tóxicas (chumbo, cádmio, mercúrio,

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crómio, arsénio, cobalto e outros metais pesados, ácido clorídrico, óxidos de azoto e
dióxido de enxofre, dioxinas e furanos, clorobenzenos, clorofenóis e PCB). O efluente
gerado pelo arrefecimento das escórias e pela lavagem dos gases, terá de sofrer um
tratamento adequado numa Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes – ETAL, ou
Estação de Tratamento de Efluentes – EFE, uma vez que é considerado um resíduo
perigoso. A incineração, visando a correta gestão dos resíduos, pressupõe uma adequada
triagem a montante do processo, de modo a garantir que são encaminhados para incineração
apenas resíduos indiferenciados, não sujeitos a separação seletiva e a valorização orgânica.
Apresenta como principais vantagens a valorização energética dos resíduos, a
monitorização on-line contínua de todo o processo e o controlo das emissões atmosféricas,
permitindo ainda flexibilidade na forma de receção dos resíduos (tambores, caixas, fardos,
sacos e big-bags).

Pirólise: A pirólise consiste na degradação térmica das moléculas orgânicas dos RSU
na ausência de oxigénio (destilação destrutiva, destilação). A temperatura elevada (> 700
ºC) favorece a formação de compostos gasosos simples, como hidrogénio (H2), monóxido
de carbono (CO) e metano (CH4). Em contraste com os processos de combustão e de
gaseificação, a pirólise é um processo altamente endotérmico, sendo necessário fornecer-
lhe 2.6 a 4 MJ/Kg RSU.

Gaseificação: A gaseificação consiste num processo de combustão parcial, no qual um


combustível é deliberadamente queimado com insuficiência de oxigénio (ar, vapor,
oxigénio puro), com produção de gás combustível rico em CO, H2, CO2, CH4 e outros
hidrocarbonetos, grandes quantidades de azoto (N2), cerca de 53 %, e um resíduo sólido
(coque e inertes originalmente presentes).

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2.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Segundo a Diretiva 89/656/CEE o Equipamento de Proteção Individual é “qualquer


equipamento destinado a ser usado ou detido pelo trabalhador para sua proteção contra um
ou mais riscos suscetíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho, bem como
qualquer complemento ou acessório destinado a esse objetivo”.

Os EPI representam a terceira linha de defesa do trabalhador perante o risco de


acidente, sendo que os EPI devem ser utilizados quando os riscos existentes não puderem
ser evitados ou suficientemente limitados, em primeiro lugar, por medidas, métodos ou
processos de prevenção inerentes à organização do trabalho e em segundo lugar, por meios
técnicos de proteção coletiva.

Para além de um estudo prévio, que deve envolver os trabalhadores na escolha do


EPI mais adequado à tarefa a executar, devem sensibilizar-se os trabalhadores que têm a
necessidade de utilização dos EPI para:

✓ Utilizarem o equipamento de proteção de forma adequada;


✓ Estarem cientes de quando o EPI é necessário;
✓ Saberem que tipo de equipamento de proteção é necessário;
✓ Entenderem as limitações do EPI na proteção de trabalhadores contra lesões;
✓ Colocar, ajustar, vestir e retirar EPI devidamente;
✓ Manter o equipamento de proteção de forma adequada.

Os EPI são uma ferramenta útil, mas que deve ser bem estudada para que a sua ação
seja efetivamente preventiva e não prejudicial ao trabalhador quando a utiliza, quer por pôr
perigo a sua condição, ou por não permitir que execute com eficiência e conforto a sua
tarefa.

Em termos legais, o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho,


presente na Lei Nº 102/2009, no seu artigo Nº 15- Obrigações gerais do empregador –
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refere como um dos princípios gerais de prevenção, que devem ser priorizadas as medidas
de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual.

Como as ações de prevenção e proteção coletiva podem não ser suficientes para
reduzir os riscos, uma política de sensibilização e utilização de EPI faz toda a diferença. E
essa diferença situa-se entre incidente, ou quase acidente, e um acidente com consequente
lesão e/ou dano.

Assim os EPI não devem fazer desaparecer as medidas de prevenção e proteção


coletiva, mas sim complementá-las, visto que os EPI são um instrumento fundamental para
diminuir a sinistralidade ao “transformarem” potenciais acidentes em incidentes ou quase
acidentes, reduzindo assim o potencial de lesão do trabalhador.

É função do empregador disponibilizar os EPI necessários para a execução do


trabalho, tendo os serviços de segurança do trabalho um papel vital, e legal, de supervisão
na seleção e dimensão dos EPI.

Os diferentes tipos de EPI a selecionar devem ter em linha de conta as funções ou


tarefas realizadas pelos trabalhadores, os níveis de risco presentes na organização, devem
ser dimensionados em função da sua categoria, classe de risco e dados antropométricos dos
trabalhadores.

Toda e qualquer organização que adquira EPI, só o deve fazer se a marcação CE


estiver presente e consequente informação técnica adequada fornecida pelo fabricante. Por
fim cada organização deve possuir procedimentos internos de planeamento, gestão e
controlo de distribuição dos EPI aos seus trabalhadores.

Em termos históricos, é de referir que até 1989 não existia qualquer legislação
relativamente a EPI na União Europeia, visto que até essa data cada país fazia uso da sua
própria normativa. Foi então que em 1989 foi decidido colocar-se em prática um sistema
para harmonizar os requisitos básicos em relação a EPI, com a finalidade de assegurar a
proteção dos trabalhadores.
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Partes do corpo a proteger

Existindo diferentes tipologias de trabalhos a efetuar, diferentes formas de o


executar e diferentes meios utilizados para tal efeito, é necessário proceder-se a uma
identificação não só dos diferentes tipos de EPI existentes e dos diferentes materiais ou
matérias que protegem, mas também, e em primeiro lugar, conhecer que zonas do corpo há
a proteger e para as quais existem EPI.

É na Portaria Nº 988/93 que encontramos as diferentes partes do corpo a proteger, e


a forma como são agrupadas:

✓ Cabeça – crânio, ouvidos, olhos, vias respiratórias, rosto, cabeça inteira;


✓ Membros Superiores – mão, braço;
✓ Membros Inferiores – pé, perna;
✓ Diversas – pele, tronco/abdómen, via parentérica, corpo inteiro.

Riscos para o trabalhador

São diversos os riscos existentes para os trabalhadores no seu local de trabalho e o


conhecimento destes é essencial para se efetuar a proteção a utilização dos EPI correta e
eficaz.

De acordo com a Portaria Nº 988/93 os riscos para o trabalhador podem ser


agrupados da seguinte forma:

✓ Físicos ✓ Ruído;
✓ Mecânicos; ✓ Químicos;
✓ Choques, Golpes; ✓ Poeiras;
✓ Perfurações, Cortes;
✓ Vibrações;
✓ Térmicos;
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✓ Biológicos – Bactérias Patogénicas, Vírus Patogénicos, Fungos produtores de


micoses.

Conformidade CE

Todo e qualquer EPI fabricado e posteriormente colocado no mercado tem de


obedecer a diversos requisitos. Esses requisitos servem para proteger tanto o fabricante,
como o comprador, pois são uma segurança para o fabricante que se encontre
certificado para produzir determinado EPI, como para o comprador de equipamento,
que assim tem possibilidade de efetuar uma compra segura e dentro dos parâmetros
legais existentes.

As informações obrigatórias devem responder aos requisitos de marcação CE,


sendo uma obrigatoriedade para qualquer fabricante de EPI incluir nos seus produtos
informação, redigida na língua portuguesa, acerca de:

✓ Nome e endereço do fabricante;

✓ Marca, modelo e referências do EPI;

✓ Instruções de armazenamento, utilização, limpeza, manutenção, revisão e


desinfeção;

✓ Resultados obtidos em ensaios de conformidade efetuados para determinar


os níveis ou classes de proteção do EPI, somente em casos em que tal é
aplicável;

✓ Acessórios utilizáveis com EPI e, mais uma vez somente em casos em que é
aplicável, características de peças sobresselentes;

✓ Classes de proteção adequadas a diferentes níveis de risco e aos limites de


utilização correspondente;

✓ Data ou prazo de validade, ou se for aplicável, dos seus componentes;

✓ Género de embalagem apropriado para transporte do EPI;

✓ Significado de marcações, símbolos ou pictogramas apostos no EPI.

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Categorias

A existência e permanência de um qualquer EPI no mercado tem


obrigatoriamente de conter a marcação CE, mas para além desse aspeto, é necessário
atentar que os EPI não pertencem todos à mesma categoria e nem todos necessitam de
passar pelos mesmos processos para obterem a marcação CE.

Assim, e de acordo com as diferentes categorias e processos para emissão da


declaração de conformidade CE, os EPI agrupam-se da seguinte forma:

Categoria I – EPI de Conceção Simples – O fabricante declara a conformidade


pela emissão de uma declaração de conformidade CE.

Nesta tipologia de EPI, o utilizador do equipamento assume um papel central, tal


deve-se ao facto de que é o utilizador quem avalia o risco de proteção oferecida pelo
EPI contra riscos mínimos cujos efeitos, à medida que forem aumentando, serão capazes
de ser observados pelo utilizador do EPI, ocorrendo essa observação em tempo útil.

Os EPI inseridos na Categoria I estão capacitados a proteger quem os utilize em


diversos casos, como são exemplo, os riscos de ação mecânica, cujos efeitos são
superficiais, riscos associados aos produtos de limpeza de fraca ação e com efeitos
facilmente reversíveis, contra riscos decorrentes da manipulação de objetos quentes e
que não exponham quem utiliza o EPI a uma temperatura superior a 50º C ou a choques
perigosos.

Existem ainda outros riscos aos quais os EPI de Categoria I são capazes de
responder, como são o caso dos riscos decorrentes de agentes atmosféricos que não
sejam de natureza excecional nem extrema, os riscos de pequenos choques e vibrações
que não atinjam zonas vitais do corpo e que não possam causar lesões irreversíveis,
como também a riscos de exposição à luz solar.

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Categoria II – EPI de Conceção nem Simples nem Complexa – O EPI é sujeito


a um exame-tipo realizado por um organismo notificado, sendo depois emitida a
declaração de conformidade CE.

Já nos EPI de Categoria II, o papel de verificador da conformidade e da


capacidade de proteção a riscos superiores aos da Categoria I e inferiores ao da
Categoria III, fica a cargo de um organismo certificador e notificado para tal efeito. Este
tipo de EPI insere-se somente em casos de proteção que não sejam abrangidos pela
Categoria I, nem pela Categoria III, logo o tipo de riscos a que estão habilitados para
executar uma proteção conforme está necessariamente ligado a caracterização da
proteção de riscos da Categoria I, mas também da Categoria III, a qual é detalhadamente
caracterizada em seguida.

Categoria III – EPI de Conceção Complexa – O EPI é sujeito a um exame-tipo


realizado por um organismo notificado, sendo ainda sujeito a um dos dois
procedimentos de garantia da qualidade, para depois ser emitida a declaração de
conformidade CE.

Por fim, os EPI de Categoria III são todos aqueles que têm como objetivo
principal proteger quem utilize EPI desta categoria contra o perigo de morte ou contra
perigos que acarretam uma grande gravidade, onde os efeitos para a saúde do utilizador
do EPI podem ser irreversíveis, estando presente que neste caso, quem utiliza o
equipamento poderá não ter capacidades para discernir em tempo útil as consequências
do risco a que se encontra exposto.

A Categoria III dos EPI abrange única e exclusivamente sete tipologias de


equipamentos para proteção. São eles, os aparelhos de filtragem respiratória para
proteção contra aerossóis ou irritantes sólidos e líquidos, gases perigosos, tóxicos ou
radio tóxicos, aparelhos de proteção respiratória inteiramente isolantes da atmosfera,
incluindo os utilizados para mergulhar e equipamentos que garantem somente uma
proteção circunscrita contra-ataques químicos ou contra radiações ionizantes.

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Já os outros quatro tipos de equipamento de proteção pertencentes à Categoria


III estão relacionados com equipamentos de emergência para serem utilizados em altas
temperaturas, onde os efeitos são comparáveis aos de uma temperatura do ar de 100 ou
mais graus, que poderá, ou não, ser descrita pela presença de radiação infravermelha,
chama, ou a projeção de grandes quantidades de material fundido e equipamento de
emergência para utilização em ambientes de baixas temperaturas, cujos efeitos são
comparáveis aos de uma temperatura do ar de - 50 graus ou menos.

Por último encontram-se os equipamentos que visam a proteção contra quedas


em altura e os equipamentos contra riscos elétricos, tensão perigosa e utilizados em
isolamento em trabalhos de alta tensão.

Assegurar a limpeza, higienização e transporte de roupas, espaços,


materiais e equipamentos

✓ Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da


unidade do utente, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

✓ Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do


utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou
procedimentos definidos;

✓ Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material


de apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;

✓ Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro,


material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;

✓ Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local


apropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou
procedimentos definidos;

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✓ Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na


lavagem e desinfeção, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos,
para posterior recolha de serviço interna ou externa;

✓ Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos


hospitalares, garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de
acordo com procedimentos definidos;

✓ Auxiliar O técnico auxiliar de saúde na recolha de amostras biológicas e


transporte para o serviço adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos.

2.2. DECORRENTES DA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE HIGIENE,


CONFORTO E ELIMINAÇÃO

Necessidade deve ser entendido como “carácter daquilo que é imprescindível”,


“que é indispensável, inevitável”, aquilo que é absolutamente necessário” à
sobrevivência.

Foram vários os autores que se debruçaram sobre o estudo das necessidades


humanas básicas, mas iremos fazer referência apenas a 2 autores: MASLOW e Virgínia
HENDERSON.

Nos anos 60 MASLOW identificou várias necessidades humanas que motivam o

comportamento. Defendeu a existência de 5 níveis de necessidades humanas e


hierarquizou-as de acordo com a sua importância em:

✓ Necessidades fisiológicas – 1.º nível;

✓ Necessidades de segurança e proteção – 2.º nível;

✓ Necessidades de amor e de pertença – 3.º nível;

✓ Necessidades de afeto e autoestima – 4.º nível

✓ Necessidades de autorrealização – 5.º nível.


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As necessidades fisiológicas são as mais importantes. São aquelas atividades


necessárias à manutenção da vida, tais como respirar e alimentar-se. Cada nível superior
representa algo menos importante à existência humana do que as anteriores.

Maslow acreditava que só depois das necessidades fisiológicas estarem


satisfeitas, é que os indivíduos procurariam a satisfação das necessidades menos cruciais
da vida.

Para Virgínia HENDERSON existem 14 necessidades fundamentais que


sãocomuns a todos os indivíduos:

1) Respirar normalmente;
2) Comer e beber adequadamente;
3) Eliminar os resíduos corporais;
4) Movimentar-se e manter uma postura correta;
5) Dormir e repousar;
6) Vestir-se e despir-se (selecionando roupas adequadas);
7) Manter a temperatura do corpo dentro dos limites normais, adaptando a
roupa e modificando o ambiente;
8) Manter o corpo limpo, cuidando e protegendo a pele;
9) Evitar perigos ambientais e impedir que prejudiquem outros;
10) Comunicar com os seus semelhantes;
11) Prestar culto de acordo com a sua fé (agir de acordo com as suas crenças e
valores);
12) Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização;
13) Divertir-se ou participar em atividades recreativas;
14) Aprender; descobrir ou satisfazer a curiosidade que leve ao
desenvolvimento normal e à saúde.

A saúde e o bem-estar dum indivíduo dependem da sua capacidade de se mover


e mobilizar os membros. A mobilização de todas as partes do corpo através de
movimentos coordenados e a manutenção de um bom alinhamento corporal permitem
ao organismo desempenhar eficazmente todas as suas funções (respiração, circulação,

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eliminação, etc.). Além disso, a mobilização ativa adequada estimula o apetite e reduz a
fadiga.

Respirar normalmente

Os principais sintomas das doenças respiratórias são a tosse, a expetoração e a


dispneia. O reflexo da tosse é uma espécie de “cão de guarda” do pulmão, permitindo
libertar este e as vias aéreas (brônquios, laringe e faringe) de secreções ou corpos
estranhos.

Quando existe dispneia, esta geralmente é mais acentuada quando a pessoa está
deitada. Os problemas associados à função respiratória podem desencadear outros
problemas de dependência, ao nível das outras necessidades fundamentais. Por
exemplo, a respiração ineficaz pode desencadear uma intolerância à atividade física e
interferir com a necessidade de mobilização e manutenção de uma boa postura.

A necessidade de respirar é razoavelmente afetada pelo envelhecimento. Os


idosos costumam manifestar mudanças associadas à idade que comprometem a
respiração, como a calcificação da cartilagem das costelas, mudanças no esqueleto na
região das vértebras e das costelas, número reduzido de alvéolos pulmonares, redução
da elasticidade do pulmão e enfraquecimento do reflexo da tosse.

Beber e comer adequadamente

A alimentação equilibrada ocupa um lugar importante na aquisição de hábitos de


vida saudável, e é um dos principais fatores para a manutenção da saúde. Para a
manutenção da saúde, o ser humano tem necessidade de uma determinada quantidade de
alimentos que contenham os nutrientes indispensáveis à vida. A água, não sendo
considerada como alimento, é, contudo, o elemento mais importante para a satisfação
desta necessidade humana.

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Eliminar os resíduos corporais

Para se manter saudável, o organismo deve eliminar os produtos resultantes do


metabolismo. Este processo denomina-se eliminação, constituindo uma necessidade
fundamental. A necessidade de eliminação dos resíduos corporais é particularmente
afetada pela imobilidade e pelo envelhecimento. Assim, os mais idosos quando
apresentam redução da capacidade de locomoção ou quando imobilizados no leito, têm
geralmente necessidade de intervenção para a eliminação intestinal. Pode acontecer
também que, por patologias específicas ou inespecíficas, particularmente no idoso,
possa ocorrer uma incontinência das fezes e da urina, que deverão ser objeto de
avaliação e de cuidados por parte da equipa de saúde.

As situações de dificuldade na eliminação dos resíduos corporais, nem sempre


são devidas a transtornos patológicos ou fisiológicos (envelhecimento), pois muitas das
vezes ocorrem por razões psicológicas ou por simples modificação dos hábitos do
indivíduo. Lembremos que muitas vezes, no hospital, o doente não tem o clima de
privacidade a que está habituado, particularmente quando não pode deslocar-se às
instalações sanitárias, para satisfazer as suas necessidades de eliminação.

Movimentar-se e manter uma postura correta

A saúde e o bem-estar dum indivíduo dependem da sua capacidade de se mover


e mobilizar os membros. A mobilização de todas as partes do corpo através de
movimentos coordenados e a manutenção de um bom alinhamento corporal permitem
ao organismo desempenhar eficazmente todas as suas funções (respiração, circulação,
eliminação, etc.). Além disso, a mobilização ativa adequada estimula o apetite e reduz a
fadiga.

Dormir e repousar

A importância da satisfação da necessidade de dormir e repousar para o ser


humano, tem a ver com a recuperação e o funcionamento geral do organismo, tornando-
se indispensável um período de sono em cada ciclo de 24 horas. Os idosos queixam-se
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frequentemente de ter um sono muito leve, de não dormir o suficiente ou ainda de


acordar muitas vezes durante a noite. Para a satisfação desta necessidade, a nossa
principal função é proporcionar um ambiente calmo e acolhedor.

Vestir-se e despir-se

O vestuário desempenha um papel primordial no bem-estar psicológico dos


indivíduos. Estar bem arranjado e bem vestido, proporciona segurança e autoconfiança.
O vestuário deve ser adequado, tendo em conta o seu conforto, apresentação e ser
prático.

Qualquer pessoa sensata avalia o ambiente, vestindo-se em conformidade. O


modo de vestir constitui uma forma de comunicação não verbal e é por vezes uma
forma do indivíduo exprimir os seus valores pessoais. Vestir e despir-se, exige muita
coordenação, destreza, equilíbrio, uma boa amplitude de movimentos e força muscular.
Estas funções são afetadas por um grande número de doenças e também pelo
envelhecimento do sistema músculo esquelético, situações em que é necessário dar
ajuda às pessoas afetadas.

Manter a temperatura do corpo dentro dos limites normais

O ser humano tem de manter a temperatura corporal dentro dos limites normais,
para conservar o seu estado de saúde e bem-estar. A termo regulação permite manter o
equilíbrio entre a produção e a perda de calor. As temperaturas elevadas podem surgir
em qualquer idade na presença de processos infeciosos.

Podem ser de aparecimento súbito ou gradual, de forma contínua ou


intermitente, com grandes ou pequenas oscilações durante o dia. O conhecimento destes
aspetos é importante para o estabelecimento do correto diagnóstico.

Também as temperaturas baixas ou muito baixas revelam situações patológicas,


algumas delas podendo estar relacionadas com a insatisfação da necessidade de e beber

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comer adequadamente.

Comunicar com os seus semelhantes

A comunicação é uma necessidade fundamental, cuja satisfação assenta num


conjunto de condições bio-pisco-sociais. Para que o ser humano possa ser independente
na satisfação da sua necessidade de comunicação, os seus órgãos sensoriais devem estar
íntegros, as emoções não o devem impedir de comunicar e terá que ter uma vida social.

A comunicação é mais que uma troca de palavras. Trata-se de um processo


dinâmico verbal e não verbal, que permite que as pessoas se tornem acessíveis, uma a
outra, que consigam por em comum sentimentos, opiniões, experiências e informações.
Comunicar é uma “arte” que não consiste somente numa troca de palavras, mas num
partilhar de emoções, de sentimentos e ideias. Comunicar exige de nós capacidade de
falar e principalmente a capacidade de escutar.

Agir de acordo com as suas crenças e valores

Todo o ser humano deve possuir um quadro de referência pessoal para apoiar o
seu comportamento. Os seus valores e crenças, que são essenciais ao desenvolvimento e
atualização, permitem-lhe conservar a identidade, mantendo-se em interação constante
com os seus semelhantes e/ou com o além e/ou Ser Supremo.

O ser humano tem necessidade de agir de acordo com as suas crenças e valores,
e de executar gestos e ações conformes com a sua noção pessoal do bem, do mal e da
justiça. É isto que constitui a sua dimensão espiritual, quer ele participe ou não nas
práticas formais da sua religião.

Para conservar a saúde física e mental, o ser humano deve manter-se em


harmonia com a natureza, consigo próprio e com os outros; as suas crenças e valores
ajudam-no a conservar este equilíbrio. O bem-estar espiritual, faz parte da definição de
saúde. A crença é uma convicção, uma certeza que uma pessoa tem, face à sua visão da
verdade. As crenças são, em geral, de natureza religiosa, filosófica ou política. O valor é
uma forma de crença que dita o comportamento a adotar ou a evitar.
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2.3. DECORRENTES DA LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

As ações de limpeza e desinfeção combinam diferentes métodos com um


objetivo final comum, garantir a máxima higiene das instalações. Dada a multiplicidade
de espaços e de equipamentos existentes nas diversas instalações da área alimentar
importa ter sempre em consideração os planos de limpeza e higiene (plano de
higienização) definidos para aquele espaço de forma a assegurar a cobertura de todas as
partes das instalações e de todos os equipamentos e utensílios relevantes. A
higienização deve garantir a eliminação de sujidades visíveis ou não visíveis e a
destruição de microrganismos patogénicos e de deterioração até níveis que não
coloquem em causa a saúde dos consumidores e a qualidade do produto.

A limpeza consiste no processo de remoção da sujidade por meios químicos,


mecânicos ou térmicos, efetuada às instalações (incluindo pavimento, janelas, teto,
varandas, mobiliário, equipamentos e outras estruturas similares) num determinado
período. Neste âmbito, os meios de limpeza podem ser caracterizados da seguinte
forma:

✓ Meio químico - é proveniente da ação de produtos com propriedades de


dissolução, dispersão e suspensão da sujidade.

✓ Meio mecânico - é proveniente da ação obtida pelo ato de esfregar manualmente


ou pela pressão de uma máquina de lavar, no sentido de permitir remover a
sujidade.

✓ Meio térmico - é proveniente da ação do calor, o qual reduz a viscosidade da


gordura, tornando-a mais fácil de remover. Sempre que a temperatura for alta e
aplicada em tempo suficiente, ela também poderá ter, por si só, uma ação
desinfetante ou esterilizante.

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A limpeza tem várias funções, que se podem sintetizar em duas vertentes distintas:

✓ Vertente microbiológica - consiste na remoção de grande parte dos


microrganismos e da matéria orgânica que favorece a sobrevivência e
proliferação desses microrganismos, o que contribui para uma maior segurança,
ou seja, prevenir as IACS para doentes e profissionais;

✓ Vertente não microbiológica - consiste em manter a aparência cuidada,


restabelecer a função e evitar a deterioração das superfícies.

De acordo com a abrangência e objetivos a atingir, podem estabelecer-se diferentes


frequências de limpeza:

✓ Limpeza corrente: é aquela que se realiza diariamente, e que inclui a limpeza e


a arrumação simplificadas.

✓ Limpeza de conservação ou semanal: é a limpeza que embora não necessite de


ser realizada todos os dias, pela sua importância na conservação de um bom
ambiente, não deve ser descurada, devendo por isso ser realizada pelo menos
uma vez por semana.

✓ Limpeza imediata: é aquela que é realizada quando ocorrem salpicos e/ou


derrames (ex: sangue ou outra matéria orgânica) em qualquer período do dia,
podendo ser solicitada pelos profissionais de saúde ou sempre que constatada
pelo funcionário do serviço de limpeza.

✓ Limpeza global: trata-se de uma limpeza mais completa e de fundo, que


contempla estruturas por vezes de difícil acesso e/ou limpeza.

Recomenda-se ainda, para que se obtenha uma adequada limpeza das superfícies, a
lavagem com água quente e detergente.

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No entanto, as técnicas de limpeza e os produtos empregues, para cada tipo de


material, são sempre iguais em qualquer área da Unidade de Saúde, quer seja
considerada ou não área crítica.

Desinfeção: consiste num processo de destruição ou inativação de


microrganismos na forma vegetativa (geralmente não atua nos esporos bacterianos) em
superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos. Os
desinfetantes, como antimicrobianos, exigem que os utilizemos de forma criteriosa, pelo
que não se aconselha a sua utilização, por rotina, na desinfeção de superfícies.

Desinfetante - Agente químico capaz de destruir os microrganismos nos objetos


inanimados (materiais, equipamentos ou superfícies) ou de reduzi-los para níveis não
prejudiciais à saúde.

Antissético - Agente químico capaz de destruir ou inibir o crescimento


microbiano nos tecidos vivos.

Antissepsia – Destruição ou inibição de microrganismos utilizando o


antissético.
Detergentes

Considera-se que os detergentes são substâncias tensioativas, solúveis em água e


dotadas de capacidade de emulsionar gorduras e manter os resíduos em suspensão,
facilitando desta forma a remoção da matéria orgânica das superfícies. São geralmente
utilizados para a limpeza de pavimentos, equipamentos, utensílios e superfícies de
trabalho.

Os detergentes a utilizar devem cumprir os requisitos:

✓ Estar devidamente rotulado¹ e identificado na embalagem de origem;

✓ Trazer indicações precisas de diluição;

✓ Ser diluído somente no momento em que vai ser utilizado;

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✓ Ser utilizado na dose correta (com a utilização de doseadores) e de acordo com


as instruções do fabricante;

✓ Ser biodegradável;

✓ Ser adequado² à (s) superfície (s) em que vai ser utilizado;

✓ Ser preferencialmente não iónico (pois produz menos espuma);

✓ Ter pH neutro ou ligeiramente alcalino;

✓ Manter-se fechado até ao início da sua utilização e sempre que não esteja a ser
utilizado.

Os detergentes não devem:

✓ Conter desinfetantes, nomeadamente do grupo dos fenóis por serem


considerados poluentes para o meio ambiente;

✓ Ser adquiridos em embalagens muito grandes, sendo considerado razoável as


embalagens que têm até 5 litros;

✓ Ser irritantes para as vias respiratórias ou outros alérgenos;

✓ Ser corrosivos;

✓ Estar associados a um desinfetante, com exceção das situações que assim o


exijam, como é o caso das instalações sanitárias, em que está recomendado o uso
da utilização de detergente que contenha desinfetante. Existem atualmente no
mercado produtos que têm incorporado detergente e desinfetante, evitando assim
as situações graves de incompatibilidade.

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No que diz respeito à utilização de desinfetantes, devem ser tomadas em


consideração as regras de segurança:

✓ Conhecer a composição do produto empregue;

✓ Respeitar as recomendações de emprego, doses, diluições e incompatibilidades;

✓ Utilizar sempre o equipamento de proteção individual preconizado para o


manuseamento destes produtos;

✓ Lavar imediatamente e abundantemente com água se a pele ou mucosas forem


atingidas por projeções do produto;

✓ Limpar sempre o recipiente em que se diluiu ou utilizou o desinfetante;

✓ Respeitar o tempo de conservação da diluição utilizada;

✓ Manter as embalagens das soluções desinfetantes fechadas quando não estão a


ser utilizadas;

✓ Nunca utilizar produtos que não sejam autorizados pela Comissão de Controlo
de Infeção (CCI).

2.4. APLICÁVEIS AO TRANSPORTE NA VIATURA DE APOIO


DOMICILIÁRIO (VAT)

A deposição é uma operação que abrange o armazenamento de resíduos e a sua


colocação em equipamentos próprios, os contentores, de forma adequada, para posterior
recolha. Esta operação é executada por pessoal qualificado e equipamentos,
especialmente adequados para esse fim, mediante a transferência dos resíduos para as
viaturas de recolha. Por último, os resíduos são transferidos para uma entidade de
gestão.

Os cuidados no domicílio devem ser prestados de modo a respeitar os conceitos


descritos no manual controlo da infeção. Os recursos materiais, tais como veículo,
equipamentos e utensílios devem respeitar as normas de controlo de infeção.

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O veículo utilizado para transporte de profissionais, equipamentos e materiais


necessários à prestação de cuidados, deverá ser adaptado e mantido em perfeito estado
de limpeza e será submetido a adequada desinfeção periódica. A bagageira deverá ser de
material lavável, impermeável e de fácil limpeza, estar compartimentada em zona de
contaminados e não contaminados, e dotada de equipamentos tais como, malas
refrigeradas, saco de material lavável, impermeável para transporte do material que não
necessita de refrigeração.

Os resíduos sólidos, carecem de uma triagem selectiva, manipulação,


acondicionamento, recolha e transporte criteriosos, de modo a minimizar os riscos para
os profissionais de saúde, utentes e restante pessoal envolvido, quer pelas implicações
de saúde em geral, quer sobre o ponto de vista económico.

Para segurança de todos, os sacos devem ser substituídos com frequência,


evitando a sua permanência em recintos fechados, que não sejam os apropriados. Na
unidade de saúde os resíduos sólidos são triados para sacos de cor:

✓ PRETO – resíduos equiparados a urbanos, para o aterro (Grupo I e II) Todo o


material que não oferecer perigosidade, não ofereça risco biológico, tóxico,
equiparado ao lixo urbano, sem risco de contaminação, que não possa ser
reciclado.

✓ BRANCO – resíduos sólidos para autoclavar (Grupo III) Todo o material que
ofereça risco biológico, tóxico ou outro tipo de contaminação, ou sob suspeita de
contaminação biológica Todo o material que apresente sangue ou outros fluidos
orgânicos.

✓ VERMELHO – resíduos sólidos para incinerar (Grupo IV). Todo o material


corto-perfurante, depositado nos contentores rígidos amarelos Material
proveniente da preparação, administração e eliminação de citostáticos
Medicamentos fora de prazo Peças anatómicas identificáveis.

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Para promover uma continuada diminuição do impacte ambiental associado aos


resíduos, é necessário reduzir a perigosidade dos mesmos (prevenção qualitativa), pela
redução da quantidade de substâncias perigosas utilizadas nos produtos que dão origem
a esses resíduos (ecodesign); limitar o transporte de resíduos e a sua eliminação ou
valorização longe dos seus locais de produção, desde que existam soluções mais
próximas adequadas para o efeito (ex. ecoparques industriais); resolver o passivo
ambiental existente e ainda introduzir/desenvolver tecnologias mais eficientes de
tratamento (valorização e eliminação), através da inovação tecnológica.

O produtor ou detentor de resíduos é responsável pelo encaminhamento dos


resíduos para empresas especializadas e licenciadas para o efeito ou para operadores de
resíduos, isto é, o destinatário final dos resíduos.

3. OCORRÊNCIAS E ANOMALIAS NA GESTÃO DE RESÍDUOS:


ASPETOS FUNDAMENTAIS A TRANSMITIR; PROCEDIMENTOS DE
REGISTO

Procedimento de licenciamento

Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11 de maio (diploma


LUA) qualquer pedido de licenciamento para a atividade de tratamento de resíduos
deverá ser efetuado através do Módulo LUA que funciona a partir da plataforma
eletrónica SILiAmb – Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente alojada no
portal da APA, constituído por um Simulador do Ambiente e que visa possibilitar a
tramitação eletrónica de todos os pedido de licenciamento e autorização relativos a
projetos e atividades abrangidas, entre outros, pelos Regimes de Resíduos.

O SILOGR – Sistema de Informação do Licenciamento de Operações de Gestão


de Resíduos – é uma aplicação informática, que tem como principal objetivo facilitar o
acesso por cidadãos e produtores de resíduos à informação relevante sobre as entidades
que efetuam operações de gestão de resíduos, prosseguindo o correto encaminhamento
dos resíduos e o seu tratamento adequado.

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Os dados disponibilizados não substituem nem prevalecem sobre as


licenças/alvarás/autorizações emitidas pelas respetivas entidades licenciadoras. A
introdução dos dados é feita on-line diretamente pelas várias entidades licenciadoras,
estando assim em permanente atualização.

Nesta fase, para além da informação relativa a licenças emitidas por entidades
pertencentes ao Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia
(MAOTE), o SILOGR integra também as licenças emitidas por entidades do Ministério
da Saúde e da Economia relativas a estabelecimentos onde sejam desenvolvidas
operações de tratamento de resíduos.

A maioria dos resíduos sujeitos a TGR (Taxa de Gestão de Resíduos) são


urbanos e a TGR sobre estes resíduos é assumida pelo cidadão que detém uma
intervenção limitada na sua gestão mais eficiente e no cumprimento dos objetivos
nacionais. Quer isto dizer, que a repercussão da TGR dos resíduos urbanos (RU) nos
municípios, que por sua vez repercutem no munícipe através da tarifa, aliada à ausência
de mecanismos de “pay as you throw”, não é suficientemente eficaz enquanto
modelação de comportamentos dos cidadãos, já que estes não sentem diretamente
qualquer compensação pelos seus esforços na redução de produção e deposição seletiva
de recicláveis.

Tornava-se assim fundamental imputar de forma direta e exclusiva uma parcela


importante da TGR aos agentes que detêm a responsabilidade de dar um destino
ambientalmente adequado aos resíduos urbanos, os Sistemas de Gestão de Resíduos
Urbanos, comprometendo-os ao cumprimento dos objetivos nacionais definidos no
Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Urbanos 2020 (PERSU 2020) que decorrem
dos já estabelecidos na legislação em vigor.

De forma semelhante as Entidades Gestoras de fluxos específicos devem ser


diretamente responsabilizadas através deste instrumento económico, pelos desvios em
relação aos objetivos preconizados nas licenças.

Neste âmbito, a maior alteração preconizada foi no enfoque da taxa por operação
de gestão sem distinções entre resíduos urbanos e não-urbanos com ganhos em termos

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de simplificação do cálculo, feito de forma automatizada com base nos dados registados
pelos sujeitos passivos e em transparência.

Em termos de equidade na aplicação do sistema, e no cumprimento do princípio


da hierarquia de gestão de resíduos, a TGR deveria ser aplicada, de uma maneira geral,
a operações de eliminação de resíduos. Desta forma, operações de valorização como o
“coprocessamento” ou a utilização de resíduos na recuperação ambiental e paisagística
de pedreiras serão objeto de discriminação positiva já que contribuem para o
cumprimento de metas.

Quando a incineração de resíduos urbanos cumprir os critérios comunitários para


ser classificada como uma operação de valorização energética (R1) ver-lhe-á ser
aplicada uma taxa mais reduzida em relação à operação eliminação (D10). Uma taxa
reduzida, mas não nula, por forma a incentivar outras operações de valorização
colocadas num patamar superior do princípio da hierarquia de gestão de resíduos.
Ainda, a incineração, enquanto operação de eliminação, beneficia de uma taxa inferior à
deposição em aterro já que apresenta a mais-valia de reduzir o volume de resíduos a
depositar.

O aumento dos valores da TGR é significativo mas gradual, com


progressividade linear, e no caso da nova parcela de TGR-NR, aplicável ao
cumprimento de metas. A taxa passou a ser diferenciada por operação de gestão de
resíduos e indexada à operação de deposição em aterro, que pagará 100% da taxa a
definir.

Foi considerado necessário estabelecer neste âmbito o enquadramento legal para a


possibilidade de atribuição de isenções de aplicação de TGR, em casos excecionais
(específicos e/ou limitados no tempo) que não ponham em causa os objetivos
ambientais e/ou quando a aplicação de TGR não tem implicações na modelação de
comportamentos.

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Bibliografia

✓ https://www.apsei.org.pt/areas-de-atuacao/seguranca-no-trabalho/equipamentos-
de-protecao-individual/

✓ https://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=84&sub2ref=197

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