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Universidade Federal do Paraná

Fenômenos de Transporte – JAN018

Movimento dos Fluidos

Professora: Luana Carolina Bosmuler Züge


Movimento dos Fluidos
} Dinâmica dos Fluidos, ou Cinemática dos Fluidos

} Estuda movimento ou vazão de uma massa fluida, sob


ação da gravidade ou pressões externas

} Escoamento – movimento das moléculas do fluido umas


em relação às outras e aos limites impostos de
escoamento
Definições
} Escoamento Uni, Bi e Tridimensionais
} Classificado em relação ao número de coordenadas espaciais
necessárias para especificar o campo de velocidade.
} Alguns casos podem ser considerados uni ou bidimensionais na
prática.
Definições
} Escoamento Unidimensionais

} Escoamento Bidimensionais

} Escoamento Tridimensionais
Definições
} Se, em um campo de escoamento, várias partículas
adjacentes forem marcadas num dado instante, formarão
uma linha no fluido naquele instante, esta é a chamada
linha de tempo.

} Trajetória: Caminho traçado por uma partícula fluida em


movimento.
Definições
} Linhas de corrente: curvas imaginárias tomadas
através do fluido para indicar a direção da velocidade em
diversas seções do escoamento no sistema fluido. Uma
tangente a curva em qualquer ponto representa a direção
instantânea da velocidade das partículas fluidas naquele
ponto.
Definições
} Tubo de corrente: é um tubo imaginário envolvido por
um conjunto de linhas de corrente, que delimitam o
escoamento. O tubo de corrente é também conhecido
como “veia líquida”. As linhas imaginárias fechadas que
limitam o tubo é chamado diretriz do tubo.
Definições
} Seção transversal: é cada superfície limitada pelo tubo
(ou pelo filamento) de corrente e traçada segundo a
normal às linhas de corrente no ponto considerado.
Classificação dos tipos de escoamento
Escoamento permanente e não-permanente
} Regime permanente
} Propriedades do fluido não variam em cada ponto com o
passar do tempo.
¶h
=0
¶t
Escoamento permanente e não-permanente
} Regime não-permanente ou transitório
} Propriedades do fluido variam em cada ponto com o passar do
tempo.
¶h
¹ 0
¶t
Escoamento permanente e não-permanente
} O que você considera neste caso?
} Reservatório de grande dimensões com baixa descarga de
fluido, nível não varia sensivelmente com a passar do tempo.
Escoamento Rotacional e Irrotacional
} Escoamento Rotacional: Cada partícula está sujeita a
velocidade angular w, em relação ao seu centro de massa.
Em virtude da viscosidade, o escoamento dos fluidos reais
é sempre do tipo rotacional.

} Escoamento Irrotacional: Não há rotação da partícula.


Para simplificações na Mecânica dos Fluidos, é usual
desprezar a característica rotacional do escoamento,
passando-se a considerá-lo como irrotacional.
Escoamento Uniforme e Não-Uniforme
} Escoamento Uniforme: A velocidade é constante
través de qualquer seção normal ao escoamento.

} Escoamento Não-Uniforme: Neste caso, os diversos


pontos da mesma seção não apresentam velocidade
constante no intervalo de tempo considerado.
Escoamento Laminar e Turbulento
} Experiência de Reynolds
Escoamento Laminar ou Turbulento
Escoamento Laminar ou Turbulento
} Escoamento Laminar: é aquele onde as partículas se
deslocam em lâminas individualizadas, sem troca de massa
entre elas. Este escoamento ocorre geralmente a baixas
velocidades e em fluidos que apresentam grande
viscosidade.

} Escoamento Turbulento: é aquele em que as partículas


apresentam um movimento aleatório macroscópico, isto
é, a velocidade apresenta componentes transversais ao
movimento geral do conjunto do fluido.
Escoamento Laminar ou Turbulento
} Número de Reynolds: Número adimensional, usado na
mecânica dos fluidos para verificar o tipo de escoamento
(laminar ou turbulento).
rvD vD Forças inerciais
Re = =
µ n Forças viscosas

} Para o caso de tubos, o número de Reynolds segue os


seguintes valores:
} Re< 2000 – Escoamento Laminar
} 2000<Re<2400 – Escoamento de Transição
} Re> 2400 – Escoamento Turbulento
Escoamento Laminar ou Turbulento
} Para escoamento através de tubos não circulares, Re se
baseia no Dh (diâmetro hidráulico).
4 Ac
Dh =
p
} Onde Ac é a área da seção transversal do tubo e p o seu
perímetro molhado.
Exemplo de Cálculo do Número de Reynolds
} Calcular o número de Reynolds e identificar se o
escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se que em
uma tubulação com diâmetro de 4 cm escoa água com
uma velocidade de 0,05 m/s. (ρágua = 1000 kg/m3;
µágua = 1,0030.10-3 Pa.s)
Exemplo de Cálculo do Número de Reynolds
} Benzeno escoa por uma tubulação em regime turbulento
com um número de Reynolds de 5000. Determine o
diâmetro do tubo em mm sabendo-se que a velocidade
do escoamento é de 0,2 m/s. (ρbenzeno = 876,5 kg/m3;
µbenzeno = 0,64.10-3 Pa.s).
Vazão – velocidade média na seção
} Vazão volumétrica

} Se o recipiente encher em 10 s, a vazão será de 2 L/s.


Vazão – velocidade média na seção
} Defini-se vazão em volume (Q) como o volume de fluido
que atravessa uma certa seção do escoamento por
unidade de tempo:

V
Q=
t

} Unidade no SI: m3/s


} Outras unidades: L/s; m3/h; L/min
Vazão – velocidade média na seção
} Relacionando a vazão com a velocidade do fluido:

} No intervalo de tempo t, o fluido se desloca através da


seção de área transversal A, a uma distância s.
Vazão – velocidade média na seção
} O volume de fluido que atravessa a seção A, no intervalo
de tempo t, é V = A.s.
Assim:
V A.s
Q= =
t t
e como:
s
v=
t
portanto:

Q = v. A
Vazão – velocidade média na seção
} Ou,
dQ = v.dA
} Logo na seção de área A:

Q = ò vdA
A
} Defini-se velocidade média na seção, como uma
velocidade uniforme que, substituída no lugar da
velocidade real produzirá uma mesma velocidade na
seção.
Vazão – velocidade média na seção
} Desta forma:
Q = ò vdA = vm A
A
} Assim
1
vm = ò vdA
AA
Vazão – velocidade média na seção
} Vazão em massa
m
Qm =
t
} E,
m rV
Q = vm . A Qm = =
t t
} Assim,
Qm = rQ = rvm . A
} Vazão em peso
G
QG = = gQ = gvm A
t
Equação da continuidade para regime
permanente
} Num tubo de corrente não pode haver fluxo lateral de
massa.
} Regime permanente: não há variação das propriedades,
em nenhum ponto do fluido com o tempo.
Equação da continuidade para regime
permanente
} Se Qm1 ¹ Qm 2 , há acúmulo ou redução de massa com o
tempo, assim o regime não é permanente.

} Para regime permanente:


Qm1 = Qm 2

r1Q1 = r2Q2
r1v1 A1 = r2v2 A2
} Essa é a equação da continuidade para regime
permanente.
Exemplo - Equação da continuidade para
regime permanente
Um gás escoa em regime permanente no trecho da
tubulação da figura abaixo. Na seção (1), tem-se A1 = 20
cm3, ρ1 = 4 kg/m3 e v1 = 30 m/s. Na seção (2), A2 = 10 cm2
e ρ2 = 12 kg/m3.
Qual a velocidade na seção (2)?
Equação da continuidade para regime
permanente
} Para fluidos incompressíveis, a massa específica na entrada
e na saída do volume serão a mesma, assim:
r1Q1 = r2Q2
Q1 = Q2
v1 A1 = v2 A2
} Ao longo do escoamento: velocidades médias e áreas são
inversamente proporcionais.
Equação da continuidade para regime
permanente
} Para o caso de diversas entradas e saídas de fluidos:

å Q
e
m = å Qm
s

} Para fluidos incompressíveis, e homogêneos em todas as


seções:

å Q = å Q
e s
Exemplo - Equação da continuidade para
regime permanente
} Um tubo admite água (ρH2O = 1000 kg/m3) num
reservatório com uma vazão de 20 L/s. No mesmo
reservatório é trazido óleo (ρóleo = 800 kg/m3) por outro
tubo com uma vazão de 10 L/s. A mistura homogênea
formada é descarregada por um tubo cuja seção tem uma
área de 30 cm2. Determinar a massa específica da mistura
no tubo de descarga e sua velocidade.
Velocidade e aceleração
} Descrição Lagrangiana e Euleriana do Movimento
} Lagrangiana (Joseph L Lagrange): acompanha cada vetor
posição de cada objeto e o vetor velocidade de cada objeto
como função do tempo.

} Euleriana (Leonhard Euler): defini-se um domínio de


escoamento ou um volume de controle. Então defini-se
variáveis de campo, funções do espaço e do tempo, dentro do
volume de controle.
Velocidade e aceleração
} Seja v = v i + v j + vz k a velocidade de um
x y
sistema cartesiano.

} Regime permanente, nem a velocidade nem suas


componentes serão função do tempo, sendo somente
função do espaço.
vx = vx (x, y, z)
v y = v y (x, y, z )

vz = vz (x, y, z)
Velocidade e aceleração
dv
} Mas a=
dt
¶ v dx ¶ v dy ¶ v dz
a= + +
¶x dt ¶y dt ¶z dt
dx dy dz
} Como vx = , v y = , vz =
dt dt dt
¶ v ¶ v ¶ v
a = vx + vy + vz
¶x ¶y ¶z
Velocidade e aceleração

} Mas
¶v ¶vx ¶v y ¶vz
= i+ j+ k
¶x ¶x ¶x ¶x
¶ v ¶v x ¶v y ¶v z
= i+ j+ k
¶y ¶y ¶y ¶y

¶v ¶vx ¶v y ¶vz


= i+ j+ k
¶z ¶z ¶z ¶z
Velocidade e aceleração
} As equações das coordenadas ficarão segundo suas
componentes:
¶vx ¶vx ¶vx
a ´ i = ax = vx + vy + vz
¶x ¶y ¶z
¶v y ¶v y ¶v y
a ´ j = a y = vx + vy + vz
¶x ¶y ¶z
¶vz ¶vz ¶vz
a ´ k = az = vx + vy + vz
¶x ¶y ¶z
Velocidade e aceleração
} Para regime não-permanente

æ ¶vx ¶vx ¶vx ö ¶vx


a x = çç vx + vy + vz ÷÷ +
è ¶x ¶y ¶z ø ¶t

æ ¶v y ¶v y ¶v y ö ¶v y


a y = çç vx + vy + vz ÷÷ +
è ¶x ¶y ¶z ø ¶t

æ ¶vz ¶vz ¶vz ö ¶vz


az = çç vx + vy + vz ÷÷ +
è ¶x ¶y ¶z ø ¶t
Exemplo - Velocidade e aceleração
} Num escoamento no plano Oxy, o campo de velocidade é
dado por vx= 2xt e vy = y2t. Determinar a aceleração na
origem e no ponto P ≡ (1,2) no instante t = 5 s (medidas
em cm).

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