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Engenharias

Disciplina de Fenômenos
de Transporte

Cinemática dos fluidos

Prof. Fábio de Souza


Cinemática dos fluidos
𝟏 − 𝑹𝒆𝒈𝒊𝒎𝒆 𝒐𝒖𝒎𝒐𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂𝒅𝒐 𝒆𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆

Regime permanente aquele que as propriedades do fluido são invariáveis


em cada ponto com o passar do tempo. Um exemplo prático disso será o
escoamento pela tubulação do tanque da figura 01, desde que o nível dele
seja mantido constante.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 01− 𝐸𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑅𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒


Cinemática dos fluidos

Nesse tanque, a quantidade de água que entra em (1) é idêntica a


quantidade que sai por (2). Nessas condições, a configuração de todas as
propriedades do fluido, como velocidade, massa específica, pressão e etc.,
será, em cada ponto, a mesma em qualquer instante.

Note que em cada ponto a velocidade, por exemplo, é diferente, assim


como a pressão o será, pela lei de Stevin (pressão em função da altura h).
Cinemática dos fluidos
Regime variado é aquele em que as condições do fluido em alguns pontos
ou regiões de pontos variam com o passar do tempo. Se no exemplo da
figura 1 não houver fornecimento de água por (1), o regime será variado
em todos os pontos .

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 01− 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎 çã 𝑜𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑐h𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 .

Denomina-se reservatório de grandes dimensões ou no qual se admite


fluido, mas, devido às suas dimensões transversal muito extensa, o nível
não varia sensivelmente com o passar do tempo.
Cinemática dos fluidos
Em um reservatório de grandes dimensões, o nível mantém-se
aproximadamente constante com o passar do tempo, de forma que o
regime pode ser considerado aproximadamente permanente.

A figura 2.a mostra um reservatório de grandes dimensões, em que,


apesar de haver uma descarga do fluido, o nível não varia sensivelmente
com o passar do tempo, e o regime pode ser considerado permanente .

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 2𝑎 − 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡 ó 𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠 õ 𝑒𝑠


Cinemática dos fluidos
A figura 2.b mostra um reservatório em que a seção transversal é
relativamente pequena em face da descarga do fluido. Isso faz com que o
nível dele varia sensivelmente com o passar do tempo, havendo uma
variação sensível da configuração do sistema, caracterizando um regime
variado.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 2𝑏− 𝑅𝑒𝑔𝑖𝑚𝑒𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎𝑑𝑎𝑑𝑜


Cinemática dos fluidos
𝟐 − 𝑬𝒔𝒄𝒐𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑳𝒂𝒎𝒊𝒏𝒂𝒓 𝒆 𝒕𝒖𝒓𝒃𝒖𝒍𝒆𝒏𝒕𝒐

Para definir esses 2 tipos de escoamentos, recorre-se à experiencia de


Reynolds (1833), que demonstrou a sua existência.

Seja, por exemplo, um reservatório que contém água. Um tubo transparente


é ligado ao reservatório e, no fim deste, uma válvula permite a variação da
velocidade de descarga da água. No eixo do tubo é injetado um líquido
corante do qual se deseja observar o comportamento figura 3. Note-se que
ao abrir pouco a válvula, portanto para pequenas velocidades de descarga,
forma-se um filete reto e contínuo de fluido colorido no eixo do tubo (3).
Cinemática dos fluidos

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 03 − 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠

Ao abrir mais a válvula (5), o filete começa apresentar um ondulações e


finalmente desaparece a uma pequena distância do ponto de injeção.
Nesse último caso, como o nível (2) continua descendo, conclui-se que o
fluido colorido é injetado, mas, devido a movimentos transversais do
escoamento, é totalmente diluído na água do tubo (3). Esses fatos
denotam tipo de escoamento separados por um escoamento de
transição .
Cinemática dos fluidos

No primeiro caso, em que é observável o filete colorido reto e contínuo,


conclui-se que as partículas viajam sem agitações transversais,
mantendo-se em lâminas com concêntricas, entre os quais não há troca
macroscópica de partículas.
No segundo caso, as partículas apresentam velocidades
transversais importantes, já que desaparece pela diluição de suas
partículas no volume de água.
Cinemática dos fluidos

Escoamento laminar é aquele que as partículas se deslocam em lâminas


individualizadas, sem troca de massa entre elas.

Escoamento turbulento é aquele em que as partículas apresentam um


movimento aleatório macroscópico, isto é, a velocidade apresenta
componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido .

Os escoamento laminar é menos comum na prática, mas pode ser


visualizado no filete de água de uma torneira pouco aberta ou no início
da trajetória seguindo pela fumaça de um cigarro, já que a certa
distância dele notam-se movimentos transversais.
Cinemática dos fluidos
Reynolds verificou que o fato de um movimento ser laminar outro
turbulento depende do número a dimensional dado por :

𝜌=𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í 𝑓𝑖𝑐𝑎
𝑹𝒆=
𝝆.𝑽 . 𝑫 𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑉=𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝝁 𝐷=𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜
𝜇=𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Essa expressão se chama número de Reynolds e mostra que o tipo de


escoamento depende do conjunto de grandezas e não somente cada um
delas.
Cinemática dos fluidos
Reynolds verificou que no caso de tubos seria observar os seguintes valores:

𝑅𝑒<2000 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟

2000<𝑅𝑒<2400 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖 çã 𝑜

𝑅𝑒>2400 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜
Cinemática dos fluidos
𝟑 −𝑻𝒓𝒂𝒋𝒆𝒕 ó 𝒓𝒊𝒂 𝒆 𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒅𝒆𝒄𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆

Trajetória é o local geométrico dos pontos ocupados por uma partícula


em instantes sucessivos. Note-se que a equação de uma trajetória será
função do ponto inicial, que individualizada a partícula e do tempo. Uma
visualização da trajetória será obtido por meio de uma fotografia com um
tempo longo de exposição um flutuante colorido colocado num fluido em
movimento (figura 4).

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 04 −𝑇𝑟𝑎𝑗𝑒𝑡 ó 𝑟𝑖𝑎𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜


Cinemática dos fluidos
Linha de corrente é a linha tangente aos vetores da velocidade diferente
partículas no mesmo instante. Note-se que na equação de uma linha de
corrente, o tempo não é uma variável, já que a noção se refere a um certo
instante. A visualização pode ser feita lançando, por exemplo, serragem
em diversos pontos do escoamento e tirando uma fotografia instantânea
(figura 5).

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 05 −𝑉𝑒𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛h𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒


Cinemática dos fluidos
As linhas de corrente e as trajetórias coincidem geometricamente no regime
permanente. Tubo de corrente é a superfície de uma tubular formadas pelas
linhas de corrente que se apoiam numa linha geométrica fechada qualquer
(figura 6).

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 06 −𝑇𝑢𝑏𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑢𝑚 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜


Cinemática dos fluidos

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 06 −𝑇𝑢𝑏𝑜 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑢𝑚 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜

Propriedades dos tubos de corrente:

 os tubos de corrente são fixos quando o regime permanente;


 os tubos de correntes são impermeáveis à passagem de massa, isto é,
não existe passagem de partículas de fluido através do tubo de corrente.
Cinemática dos fluidos
𝟒 − 𝑬𝒔𝒄𝒐𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒖𝒏𝒊𝒅𝒊𝒎𝒆𝒏𝒔𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍 𝒐𝒖𝒖𝒏𝒊𝒇𝒐𝒓𝒎𝒆 𝒏𝒂 𝒔𝒆 çã 𝒐

O escoamento é dito unidimensional quando uma única coordenada é a


superfície para descrever as propriedades do fluido. Para que isso aconteça, é
necessário que as propriedades sejam constantes em cada seção (figura 7).

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎7 − 𝑅𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑢𝑛𝑖𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙


Cinemática dos fluidos
Na figura 8 observa-se um escoamento bidimensional, em que a variação da
velocidade é função de 2 coordenadas x e y. Nesse escoamento, o diagrama de
velocidades repete-se identicamente em planos paralelos ao plano X, Y.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 8 − 𝑅𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 çã 𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑏𝑖𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙


Cinemática dos fluidos
O escoamento no espaço pode ser tridimensional (figura 9).

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 9− 𝑅𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑡𝑟𝑖𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙


Cinemática dos fluidos
𝟓 −𝑽𝒂𝒛 ã 𝒐− 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎 é 𝒅𝒊𝒂𝒏𝒂 𝒔𝒆 çã 𝒐
A vazão em volume pode ser definida facilmente pelo exemplo da figura
10.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎10 − 𝐸𝑥𝑒𝑚𝑝𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑎𝑧 ã 𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚 é 𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎

Suponha-se que, estando a torneira aberta, seja empurrado o recipiente


da figura 10 embaixo dela e simultaneamente seja disparado o
cronômetro. Admita-se que encha em 10 segundos. Pode-se então dizer
que a torneira enche 20 L em 10 segundos ou que a vazão em volume da
torneira é 20 L/10s = 2 L/s.
Cinemática dos fluidos

Define-se vazão em volume Q como o volume de um fluido que atravessa


uma certa seção do escoamento por unidade de tempo.

𝑉
𝑄= , 𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑉 =𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑒 𝑡 =𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
𝑡

As unidades corresponde à definição: m3/s, L/s, m3/h, L/min, ou outra


unidade de volume ou capacidade por unidade de tempo.
Cinemática dos fluidos

Existe uma relação importante entre a vazão em volume e a velocidade


do fluido figura 11. Suponha-se o fluido em movimento da figura 11.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎11 −𝑉𝑎𝑧 ã 𝑜𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑛 çã 𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒


Cinemática dos fluidos

No intervalo do tempo t o fluido se desloca através da seção A a uma


distância s. O volume do fluido que atravessa a seção de área A no
intervalo de tempo t é V = s . A. Logo, a vazão será

𝑉 𝑠. 𝐴 𝑠
𝑄= = 𝑚𝑎𝑠 =𝑣 ( 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)
𝑡 𝑡 𝑡

𝐿𝑜𝑔𝑜 :𝑄=𝑣 . 𝐴 , 𝑜𝑛𝑑𝑒:𝑣 =𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒 𝐴=á 𝑟𝑒𝑎

𝑄
𝑣=
𝐴
Cinemática dos fluidos
É claro que a expressão só seria verdadeira se a velocidade fosse uniforme
na sessão. Na maioria dos casos práticos, o escoamento não é
unidimensional, no entanto, é possível obter uma expressão do tipo da
equação (Q = v . A) definido a velocidade média na seção

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎12 −𝑉𝑎𝑧 ã 𝑜𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑛 çã 𝑜 𝑑𝑎 á 𝑟𝑒𝑎 𝑑𝐴

Adotando um dA qualquer no entorno de um ponto em que a velocidade


genérica é v, como na figura tem-se:

𝑑𝑄 =𝑣 . 𝑑𝐴
Cinemática dos fluidos
Logo, a vazão na seção de área A será:

𝑄=∫ 𝑣.𝑑𝐴
Define-se velocidade média na seção com uma velocidade uniforme que,
substituída no lugar da velocidade real, reproduziria a mesma vazão na
seção.

𝑄=∫ 𝑣.𝑑𝐴=𝑣𝑚 . 𝐴
Cinemática dos fluidos
Dessa igualdade suja a expressão para o cálculo da velocidade média na
seção (figura 13).

1
𝑣 𝑚= .∫ 𝑣 .𝑑𝐴
𝐴

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎13 − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 .


Cinemática dos fluidos
𝟔 − 𝑬𝒒𝒖𝒂çã 𝒐 𝒅𝒂𝒄𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂𝒓𝒆𝒈𝒊𝒎𝒆 𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆

Seja o escoamento de um fluido por um tubo de corrente figura 14. Num


tubo de corrente não pode haver fluxo lateral de massa.

Seja a vazão em massa na seção de entrada Qm1 e na saída Qm2. Para que o
regime seja permanente, é necessário que não haja variação de
propriedades, em nenhum ponto do fluido, com o tempo.

𝐹𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎14 − 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑢𝑚𝑡𝑢𝑏𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒


Cinemática dos fluidos
Se por absurdo, Qm1  Qm2 , então em algum ponto interno ao tubo de
corrente haveria ou redução ou acúmulo de massa.

Dessa forma, a massa específica nesse ponto variaria com o tempo, o que
contrariaria a hipótese de regime permanente. Logo:

𝑄𝑚 1 =𝑄𝑚 2

𝜌 1 .𝑄 1=𝜌 2 .𝑄 2

𝜌 1 .𝑣 1 . 𝐴 1=𝜌 2 . 𝑣 2 . 𝐴 2

Essa é a 𝑬𝒒𝒖𝒂 çã 𝒐 𝒅𝒂 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 para umfluido qualquer emregime permanente .


Exemplos
1° Questão: Um gás escoa em regime permanente ao trecho da tubulação da
figura. Na seção (1), tem-se A1 = 20 cm², 1 = 4 kg/m3 e V1 = 30 m/s. Na seção

(2), A2 = 10 cm² e 2 = 12 kg/m3 . Qual é a velocidade na seção (2)?

𝑆𝑜𝑙𝑢 çã 𝑜:
𝜌 1 .𝑣 1 . 𝐴 1=𝜌 2 . 𝑣 2 . 𝐴 2
𝑄𝑚 1 =𝑄𝑚 2 𝐿𝑜𝑔𝑜 :
𝑬𝒒𝒖𝒂 çã 𝒐 𝒅𝒂 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒊𝒏𝒖𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆

𝒗 𝟐=
𝜌 1 . 𝑣 1 . 𝐴1
=
( 4
𝑘𝑔
𝑚3
. 30
𝑚
𝑠 )( )
. ( 2 .10 𝑚 )
−3 2

=𝟐𝟎 𝒎/ 𝒔
𝜌 2 . 𝐴2
( 12
𝑘𝑔
𝑚3 )
. ( 1 .10 𝑚 )
−3 2
Exemplos
2° Questão: No escoamento laminar de um fluido em condutos circulares, o
diagrama de velocidades é representado pela equação (1), onde Vmáx é a
velocidade no eixo do conduto, R é o raio do conduto e r é um raio genérico
para qual a velocidade V é genérica. Verificar que Vm / Vmáx = 0,5 , onde

Vm = velocidade média na seção.

[ ]
2
𝑟
𝐸𝑞𝑢𝑎 çã 𝑜 ( 1 ) : 𝑉 =𝑉 𝑚 á 𝑥 . 1− 2
𝑅
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

𝑉𝑎𝑟𝑖 á𝑣𝑒𝑙

[ ]
2
𝑟
𝑉 =𝑉 𝑚 á 𝑥 . 1 − 2
𝑅

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

0≤𝑟 ≤ 𝑅
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

𝐴=𝜋 . 𝑅 2

𝑑𝐴
=𝜋 .2 . 𝑟 𝑟
𝑑𝑟

𝑑𝐴=𝜋 . 2 .𝑟 . 𝑑𝑟 𝑅

[ ]
2
𝑟
1 𝑉 =𝑉 𝑚 á 𝑥 . 1 − 2
𝑉 𝑚= .∫ 𝑉 .𝑑𝐴 𝑅
𝐴

[ ]
2
1 𝑟
2 ∫
𝑉 𝑚= . 𝑉 𝑚á 𝑥 . 1 − 2
. ( 𝜋 . 2 . 𝑟 . 𝑑𝑟 )
𝜋.𝑅 𝑅
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

[ ]
2
1 𝑟
2 ∫
𝑉 𝑚= . 𝑉 𝑚á 𝑥 . 1 − 2
. ( 𝜋 . 2 . 𝑟 . 𝑑𝑟 )
𝜋.𝑅 𝑅

2 . 𝜋 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[ ]
2
𝑟
𝑉 𝑚= 2
.∫ 1− 2 . ( 𝑟 𝑑𝑟 )
𝜋.𝑅 𝑅

𝑉 𝑚=
2.𝑉 𝑚 á𝑥
𝑅
2 [ 𝑅
1
. ∫ 𝑟 𝑑𝑟 − 2 .∫ 𝑟 .𝑑𝑟
3
]
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

𝑉 𝑚=
2 .𝑉 𝑚 á𝑥
𝑅
2 [ 𝑅
1
. ∫ 𝑟 𝑑𝑟 − 2 .∫ 𝑟 .𝑑𝑟
3
] 0≤𝑟 ≤ 𝑅

[ ]
𝑅 𝑅
2 .𝑉 𝑚 á 𝑥 1
. ∫ 𝑟 𝑑𝑟 − 2 .∫ 𝑟 𝑑𝑟
3
𝑉 𝑚= 2
𝑅 0 𝑅 0

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[( ) ( ) ]
2 4
𝑟 𝑅− 1 . 𝑟 𝑅
𝑉 𝑚= .
𝑅
2
2 0 𝑅
2
4 0
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[( ) ( ) ]
2 4
𝑟 𝑅− 1 . 𝑟 𝑅
𝑉 𝑚= .
𝑅
2
2 0 𝑅
2
4 0

𝐿𝑖𝑚 𝑆𝑢𝑝 . 𝐿𝑖𝑚 𝐼𝑛𝑓 . 𝐿𝑖𝑚 𝑆𝑢𝑝 . 𝐿𝑖𝑚 𝐼𝑛𝑓 .

[( ) ( )]
2 2 4 4
2 .𝑉 𝑚 á 𝑥 ( 𝑅) (0) 1 ( 𝑅) ( 0)
𝑉 𝑚= . − − 2. −
𝑅 2
2 2 𝑅 4 4

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[( ) ( )]
2 4
𝑅 1 𝑅
𝑉 𝑚= . −0 − 2 . −0
𝑅
2
2 𝑅 4
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[( ) ( )]
2 4
𝑅 1 𝑅
𝑉 𝑚= . −0 − 2 . −0
𝑅
2
2 𝑅 4

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[( ) ( )]
2 4
𝑅 1 𝑅
𝑉 𝑚= . − 2.
𝑅
2
2 𝑅 4

𝑉 𝑚=
2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
𝑅
2
.[𝑅2 𝑅 2
2

4 ] 𝑀𝑀𝐶 :

𝑉 𝑚=
2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
𝑅
2 [
.
2 𝑅 2 − 𝑅2
4 ]
Exemplos
Solução da 2° Questão: Verificar que Vm / Vmáx = 0,5

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[ ]
2 2
2𝑅 − 𝑅
𝑉 𝑚= .
𝑅
2
4

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥
[ ]
2
𝑅
𝑉 𝑚= .
𝑅
2
4

2 .𝑉 𝑚 á 𝑥 1
𝑉 𝑚= 𝑽 𝒎= . 𝑉 =𝟎 , 𝟓 .𝑽 𝒎 á 𝒙
4 2 𝑚á 𝑥

𝑽 𝒎=𝟎 , 𝟓 .𝑽 𝒎á 𝒙

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