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Hidrodinâmica

Professor: Wallan Azevedo


Hidrodinâmica
A hidrodinâmica é o estudo de fluidos em
movimento.
É um dos ramos mais complexos da
Mecânica dos Fluidos.
Felizmente, muitas situações de importância
prática podem ser representadas por modelos
idealizados, suficientemente simples para permitir
uma análise detalhada e fácil compreensão.
ESCOAMENTO EM CONDUTOS SOB PRESSÃO

Denominam-se condutos sob pressão ou condutos forçados, as


canalizações onde o líquido escoa sob uma pressão diferente da
atmosférica.

As seções desses condutos são sempre fechadas e o líquido


escoa enchendo-as totalmente; são, em geral, de seção circular
Bomba ou descendo a ladeira....
Condutos forçados podem funcionar por gravidade,
aproveitando a declividade do terreno, ou por recalque
(bombeamento), vencendo desníveis entre o ponto de
captação e o ponto de utilização.
Condutos sob pressão
Escoamento em condutos livres
Condutos livres funcionam sempre por gravidade. Sua
construção exige um nivelamento cuidadoso do terreno, pois
devem ter declividades pequenas e constantes.
Regime de Escoamento
Dizemos que um escoamento se dá em regime permanente
quando as condições do fluido (tais como: temperatura,
peso específico, velocidade, pressão, etc.) são invariáveis
em relação ao tempo.

O movimento de fluidos pode se processar,


fundamentalmente, de duas maneiras diferentes:

• Escoamento laminar (ou lamelar);

• Escoamento turbulento
Experiência de Reynolds
Experiência de Reynolds
Regime laminar
Ocorre quando as partículas de um fluido movem-se ao longo de
trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o
nome laminar) cada uma delas preservando sua característica no
meio. Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades e
em fluídos que apresentem grande viscosidade.
Escoamento turbulento
Ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao
longo de trajetórias bem definidas, ou seja as partículas
descrevem trajetórias irregulares, com movimento aleatório.
Este escoamento é comum na água, cuja a viscosidade e
relativamente baixa.
Limite de Transição
Existe um estado intermediário entre os dois tipos de escoamento, chamado de
camada limite de transição turbulenta, o qual geralmente se baseia no conhecido
número de Reynolds para definir um valor crítico, através do qual se determina
se o escoamento pode ser considerado laminar ou crítico.

Através do numero de Reynolds, é possível relacionar a importância relativa das


forças predominante no escoamento, isto é:
N° Reynolds
O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número
adimensional usado para o cálculo do regime de escoamento de
determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. É
utilizado, por exemplo, em projetos de tubulações industriais e
asas de aviões. O seu nome vem de Osborne Reynolds, um físico
e engenheiro irlandês.
N° DE REYNOLDS

O significado físico do Número de Reynolds é um quociente


entre as forças de inércia e as forças de viscosidade.
Limites do Número de Reynolds
Para Tubos
Densidade
Regime turbulento
De uma forma geral, na prática, o escoamento
se dá em regime turbulento, exceção feita a
escoamentos com velocidades muito reduzidas
ou fluido de alta viscosidade.
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o
escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se que em
uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma
velocidade de 0,05m/s.
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o
escoamento é laminar ou turbulento sabendo-se que em
uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma
velocidade de 0,05m/s.
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento
é laminar ou turbulento sabendo-se que em uma tubulação com
diâmetro de 4cm escoa água com uma velocidade de 0,2m/s.

vD
Re 

  1,0030.10 3 Ns / m 2
103 (0,2)(0,04)
Re 
1,0030.10 3
Re  7976  Regime turbulento
2) Um determinado líquido, com kg/m³, escoa por uma tubulação de
diâmetro 3cm com uma velocidade de 0,1m/s, sabendose que o número
de Reynolds é 9544,35. Determine qual a viscosidade dinâmica do
líquido.

vD
Re 

  ? Ns / m 2
103 (0,1)(0,03)
9544,35 

  3,143.10  4
3) Acetona escoa por uma tubulação em regime laminar
com um número de Reynolds de 1800. Determine a
máxima velocidade do escoamento permissível em um
tubo com 2cm de diâmetro de forma que esse número de
Reynolds não seja ultrapassado.

vD
Re 

0,791.103 (v)(0,02)
1800 
0,326.10 3
v  0,037m / s
4) Benzeno escoa por uma tubulação em regime turbulento
com um número de Reynolds de 5000. Determine o diâmetro
do tubo em mm sabendo-se que a velocidade do
escoamento é de 0,2m/s
vD
Re 

0,879.103 (0,2)d
5000 
0,64.10 3
d  0,0182m ou 18,2 mm
Vazão (Escoamento dos líquidos em
tubulações )
É o volume de fluido que atravessa uma seção de
escoamento na unidade de tempo, geralmente
representada pela letra Q.
Exemplo:
Um exemplo clássico para a medição de vazão é a realização do cálculo a
partir do enchimento completo de um reservatório através da água que
escoa por uma torneira aberta como mostra a figura.

Considere que ao mesmo tempo em que a


torneira é aberta um cronômetro é
acionado. Supondo que o cronômetro foi
desligado assim que o balde ficou
completamente cheio marcando um tempo
t, uma vez conhecido o volume V do balde
e o tempo t para seu completo
enchimento, a equação é facilmente
aplicável resultando na vazão volumétrica
desejada.
Relação entre Área e velocidade
Uma outra forma matemática de se determinar a vazão
volumétrica é através do produto entre a área da seção
transversal do conduto e a velocidade do escoamento
neste conduto como pode ser observado na figura a seguir.
Substituído essa equação de vazão volumétrica, pode-se
escrever que :

Substituído essa equação de vazão volumétrica, pode-se


escrever que :

A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em


Física, sabe-se que a relação d/t é a velocidade de
escoamento, portanto pode-se escrever a vazão volumétrica
da seguinte forma :
A partir dos conceitos básico de cinemática
aplicados em Física, sabe-se que a relação d/t
é a velocidade do escoamento, portanto, pode-
se escrever a vazão volumétrica da seguinte
forma:

Qv representa a vazão volumétrica, v é a velocidade do


escoamento e A é a área da seção transversal da
tubulação.
Vazão em Massa e em Peso
De modo análogo à definição da vazão volumétrica é possível

se definir as vazões em massa e em peso de um fluído, essas

vazões possuem importância fundamental quando se deseja

realizar medições em função da massa e do peso de uma

substância.
Vazão em massa e em Peso
Vazão em Massa: A vazão em massa é caracterizada pela
massa do fluído que escoa em um determinado intervalo de
tempo, dessa forma, tem-se que:

• Vazão em Peso: A vazão em peso se caracteríza pelo


peso do fluído que escoa em um determinado intervalo de
tempo, assim tem-se que:
EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
A equação da continuidade relaciona a vazão em massa na
entrada e na saída de um sistema.

Vazão em Massa

Como definido anteriormente, sabe-se que ρ = m/V, portanto, a


massa pode ser escrita do seguinte modo
Assim, pode-se escrever que:
Pelo esquema da Figura, podemos afirmar que, desde que
não tenhamos nenhuma saída ou entrada de líquido entre
as seções 1 e 2, a vazão Q1 na seção 1 é igual à vazão Q2
na seção 2.
Para o caso de fluido incompressível, a massa específica é
a mesma tanto na entrada quanto na saída, portanto:

Como as vazões são iguais nas duas seções, teremos:


onde:
V1 = Velocidade média de escoamento na seção 1.
V2 = Velocidade média de escoamento na seção 2.
D1 = Diâmetro interno da tubulação na seção 1.
D2 = Diâmetro interno da tubulação na seção 2.
Portanto, as velocidades são inversamente
proporcionais as áreas, ou seja, uma redução de área
corresponde a um aumento de velocidade e vice-versa.
Dobrando a área de uma seção da tubulação, a
velocidade média cairá para a metade.
Se dobrarmos o diâmetro, a área aumenta quatro vezes
e a velocidade média cairá para 1/4.
EXERCÍCIOS DE VAZÃO
1) Calcular o tempo que levará para encher um tambor de
214 litros, sabendo-se que a velocidade de escoamento do
líquido é de 0,3m/s e o diâmetro do tubo conectado ao
tambor é igual a 30mm.
V  214litros  0,214m 3
v  0,3m / s A   (0,015) 2
d  30mm A  7,0685.10  4 m 2
Q  vA volume
Q  tempo  Q.V
Q  0,3(7,0685.10  4 ) tempo
Q  2,120.10  4 m 3 / s 0,214
t 4
 1009,17 s
2,120.10

t  1009,17 s
t  16,82 min
t  16 min 50s
2) Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que
pela mesma, escoa água a uma velocidade de 6m/s. A
tubulação está conectada a um tanque com volume de
12000 litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para
enchê-lo totalmente
v  6m / s V  12.103 l
t  1hora, 5minutos e 49 segundos para encher

t  3600  300  49 Q  vA
t  3949segundos d2
Q  6  4,712d 2
4 Volume 12
Q  vA Q   3,038.10 3 m 3
tempo 3949
d2 4,712d 2  3,038.10 3
Q  6
4 d  0,0254m
2) Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que
pela mesma, escoa água a uma velocidade de 6m/s. A
tubulação está conectada a um tanque com volume de
12000 litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para
enchê-lo totalmente
2) Calcular o diâmetro de uma tubulação, sabendo-se que pela
mesma, escoa água a uma velocidade de 6m/s. A tubulação está
conectada a um tanque com volume de 12000 litros e leva 1 hora, 5
minutos e 49 segundos para enchê-lo totalmente
3) Uma mangueira é conectada em um tanque com
capacidade de 10000 litros. O tempo gasto para encher
totalmente o tanque é de 500 minutos. Calcule a vazão
volumétrica máxima da mangueira.

V  10.103 l  10m 3 Volume 10 4


Q   3,333.10 m 3
/s
t  500 min  30.103 s tempo 30.10 3
4) Calcular a vazão volumétrica de um fluido que escoa por
uma tubulação com uma velocidade média de 1,4 m/s,
sabendo-se que o diâmetro interno da seção da tubulação
é igual a 5cm.

v  1,4m / s
Q  v. A
d  5cm
Q  1,4(1,963.10 3 )
A  r 2

3 Q  2,749.10 3 m 3 / s
A  1,963.10 m 2
5) Calcular o volume de um reservatório, sabendo-
se que a vazão de escoamento de um líquido é igual
a 5 l/s. Para encher o reservatório totalmente são
necessárias 2 horas.

Q  5l / s
t  2horas  7200segundos
V  7200(5)
V  36000l
V  36m 3
6) No entamboramento de um determinado produto são
utilizados tambores de 214 litros. Para encher um tambor
levam-se 20 min. Calcule: a) A vazão volumétrica da
tubulação utilizada para encher os tambores. b) O diâmetro
da tubulação, em milímetros, sabendo-se que a velocidade
de escoamento é de 5 m/s.

V  214l
t  20 min  1200s (d 2
)
1,783.10  4  5.
V 4
Q   1,783.10  4 m 3 / s d  6,738mm  r  3,369mm
t
Equação da continuídade
1- Tendo uma velocidade média de escoamento de 3m/s numa
tubulação de área interna A2= 82, 4 cm2. Qual será a velocidade
de escoamento num outro trecho da linha com tubo de área
interna A1 = 186,4 cm2?

v  3m / s v1 A1  v2 A2
A1  82,4cm 2 3(82,4)  186,4v2
A2  186,4cm 2 v2  1,326m / s
2) Para a tubulação mostrada na figura, calcule a vazão
em massa, em volume e determine a velocidade na seção
(2) sabendo-se que A1 = 10cm² e A2 = 5cm². Dados: ρ =
1000kg/m³ e v1 = 1m/s.

A1  10cm 2  0,1m 2 Q  v1 A1 Qm  Qv


A2  5cm  10 m
2 2 2 Q  1(10  2 )  10  2 m 3 / s Q  103.10  2 kg / s
Q  10 Kg / s
3) Um tubo despeja água em um reservatório com uma vazão
de 20 l/s e um outro tubo despeja um líquido de massa
específica igual a 800kg/m³ com uma vazão de 10 l/s. A
mistura formada é descarregada por um tubo da área igual a
30cm². Determinar a massa específica da mistura no tubo de
descarga e calcule também qual é a velocidade de saída.
Q1 Agua  20l / s ,  agua  103 kg / m 3
Q2liquido  10l / s ,  liquido  0,8.103 kg / m 3

Mistura = Tubo de área igual a 30 cm2

Q1  Q2  Q3
Q3  vA
Q3  10  20  30l / s
0,03  3.10 3 v
Q3  0,03m 3 / s
v  10m / s

A quantidade de massa que entra é igual a que sai:


m1  m2  m3
1Q1   2Q2   3Q3
103 (0,02)  0,8103 (0,01)  0,03 3
 3  933,33kg / m 3
4) Água escoa na tubulação mostrada com velocidade de
2m/s na seção (1). Sabendo-se que a área da seção (2) é o
dobro da área da seção (1), determine a velocidade do
escoamento na seção (2).

v1  2m / s v2  ?? v1 A1  v2 A2
A1 A2  2 A1 2 A1  v2 (2 A1 )
v2  1m / s

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