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ENGENHARIA MECÂNICA

MECÂNICA DOS FLUÍDOS


Escoamento em Tubos
O escoamento em tubos que podem ser tanto circulares quanto não circulares.
Alguns exemplos de escoamento em tubos são: água quente e fria em nossos
lares, petróleo e gás natural por grandes tubulações, sangue pelas nossas artérias
e veias, entre outros.

Como visto anteriormente os escoamentos podem ser internos ou externos e,


nesta seção da nossa aula, estudaremos a classificação da tubulação quanto ao
fluido conduzido e o escoamento interno em que o meio condutor é
completamente preenchido pelo fluido. No escoamento de um líquido ou gás
através de tubos ou dutos utilizamos um ventilador ou bomba que força o líquido
ou gás a escoar pela tubulação. Nestes escoamentos, devemos estar atentos ao
atrito, quando não desprezível, que gera à queda de pressão e à perda de carga
durante o escoamento. Na hora de se determinar a potência de uma bomba ou
ventilador deve-se sempre levar em consideração as perdas causadas pelo atrito
em que as forças viscosas ou resultantes de atrito são desprezíveis em relação as
demais forças atuantes.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FLUIDO CONDUZIDO

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FLUIDO CONDUZIDO

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QUAL MATERIAL FORNECE O MELHOR VALOR DE VIDA ÚTIL
PARA APLICAÇÕES NA TUBULAÇÃO INDUSTRIAL?

Normalmente, como você já deve ter notado, utilizasse dutos circulares para se
transportar líquidos. Você já se perguntou o motivo disto? Vamos lá, isso se deve ao
fato de que os tubos com seção transversal circular suportam grande diferença de
pressão entre o interior e o exterior sem sofrer distorções significativas. Logo, os
tubos não circulares são mais utilizados em aplicações de sistemas de aquecimento
e refrigeração de prédios, por exemplo, onde a diferença de pressão é pequena, os
custos para fabricação e montagem são menores.
QUAL MATERIAL FORNECE O MELHOR VALOR DE VIDA ÚTIL
PARA APLICAÇÕES NA TUBULAÇÃO INDUSTRIAL?

A velocidade do fluido de um tubo não igual em todas as regiões do escoamento


sendo que ela varia do zero, na superfície em razão da condição de não-
escorregamento, até o seu valor máximo no centro do tubo. Também, é
conveniente trabalharmos com uma velocidade média que é constante durante o
escoamento incompressível e com área da seção transversal uniforme. Vejamos a
imagem abaixo:
TIPOS DE ESCOAMENTOS

Ao analisar o escoamento de um tubo nota-se que o escoamento é aerodinâmico a


baixas velocidade e caótico à medida que a velocidade ultrapassa um valor crítico.
Isso pode ser notado na fumaça de um cigarro. No início ela sobe de maneira
suave até atingir um ponto onde começa a se dispersar de maneira aleatória e
continua subindo. Na região com linhas de correntes suaves temos um
escoamento laminar com movimento altamente ordenado e na região com
movimento desordenado temos um escoamento turbulento com flutuações do
fluido. Entre estas duas regiões ocorre o escoamento de transição em que ocorre
flutuação entre escoamento laminar e turbulento antes de tornar-se
completamente turbulento.
TIPOS DE ESCOAMENTOS

Próxima do cigarro, ainda com velocidade baixa, a fumaça sobe


em escoamento laminar, mas à medida que a velocidade aumenta
(e consequentemente o número de Reynolds), devido à aceleração
causada pelo empuxo do ar, atinge-se finalmente o regime
turbulento. Nos escoamentos turbulentos ocorre um aumento da quantidade de
movimento entre as partículas do fluido, aumentando a força de atrito atuante na
superfície, em consequência disto exige uma maior potência de bombeamento. O
fator de atrito atinge o seu máximo quando o escoamento é completamente
turbulento. Vejamos quais os fatores que depende a transição do escoamento
laminar para turbulento:
TIPOS DE ESCOAMENTOS

Em 1880, Osborne Reynolds estabeleceu que o regime de escoamento é dependente


principalmente da relação entre as forças inerciais e as forças viscosas do fluido,
estabelecida pelo número de Reynols, denominado em sua homenagem.

Em que: V é a velocidade do fluxo, D é uma dimensão linear característica


(diâmetro hidráulico etc.) ρ densidade do fluido (kg / m3 ), μ viscosidade
dinâmica (Pa.s). Para escoamento em tubos não circulares o número de
Reynolds pode ser calculado a partir do diâmetro hidráulico (𝐷ℎ) que é
definido por: 𝐷ℎ = 4.𝐴 / 𝑝.
Onde A é a área da seção transversal e p é o perímetro molhado. Vejamos a
imagem
ESCOAMENTOS

Área molhada (A): essa é toda a área da seção reta do escoamento.


Perímetro molhado (P): é o perímetro de contato entre o conduto e o líquido,
considerando fundo e paredes.
Raio Hidráulico (Rh): é razão entre a área molhada e o perímetro molhado.
Matematicamente, a fórmula do raio hidráulico é:
ESCOAMENTOS

Observe o canal, monte as equações para o calculo do raio hidráulico


TIPOS DE ESCOAMENTOS

Calcule o diâmetro hidráulico para as figuras abaixo.


•O experimento de Reynolds

Reynolds, por meio do seu trabalho “An experimental investigation of the


circumstances which determine whether the motion of water shall be direct or
sinuous, and of the law of resistance in parallel channels”, descobriu o número
adimensional que prediz o fluxo do fluido com base nas propriedades estáticas e
dinâmicas, como velocidade, densidade, viscosidade dinâmica e características do
fluido.
Conforme o artigo, o número adimensional descoberto por Reynolds era adequado
para prever o fluxo de escoamento. A aplicabilidade desse parâmetro varia desde a
água em tubulações hidráulicas até o fluxo de ar sobre um aerofólio.
Ele conduziu estudos experimentais para examinar a relação entre a velocidade e o
comportamento do fluxo de fluidos. Em seu projeto, Reynolds injetou na corrente
líquida transparente um filete de líquido colorido e de mesma densidade.
•O experimento de Reynolds

Assim, no regime laminar, o filete manteve a sua individualidade e pôde ser


visualizado como se fosse um filete sólido. Cada camada da massa líquida desliza
suavemente sobre uma camada adjacente.
•O experimento de Reynolds

Por outro lado, no regime turbulento ocorreu um fenômeno diverso. O filete colorido
se misturou completamente com o líquido transparente, dando a ele uma coloração
uniforme e homogênea.
•O experimento de Reynolds

É de se notar, ainda, que o mesmo pode ocorrer no alargamento/estreitamento da


seção de uma tubulação. Sendo a área transversal inversamente proporcional à
velocidade, é notável o seguinte caso abaixo.
•O experimento de Reynolds
TIPOS DE ESCOAMENTOS

A tabela abaixo nos traz valores de referência aproximados para escoamento laminar,
de transição e turbulento para a maioria dos escoamentos
Exercícios

01. No caso de um escoamento de um fluido .............................. em duto, sua natureza


(laminar ou turbulenta) é determinada pelo valor do parâmetro ....................... chamado
número de .......................
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.
a) compressível • dimensional • Ranquine, Ra = 2,300
b) incompressível • dimensional • Ranquine, Ra = 2,300
c) incompressível • dimensional • Rancero, Ra ≥ 3,00
d) incompressível • admensional • Reynolds, Re
Exercícios

02. O tipo de escoamento que tem como característica o fato de as partículas apresentarem
um movimento aleatório macroscópico, isto é, a velocidade das partículas apresenta
componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido, é o escoamento
a) compressível
b) incompressível
c) laminar
d) turbulento
e) Viscoso

03. Identifique o tipo de escoamento, para os dados presentes na tabela a seguir.


ÁGUA V= 0,4 m/s e d=0,05 m

AR V= 0,4 m/s e d= 0,05 m


Exercícios

04. Em relação à Mecânica dos Fluidos, assinale a alternativa correta:


a) Para utilizar a equação de Bernoulli na sua forma original despreza-se os efeitos da
compressibilidade do fluido e de mudanças da velocidade em cada posição no espaço
(adota-se a hipótese de que o escoamento é incompressível e em regime permanente).
b) Os parâmetros dimensionais relevantes para o cálculo da perda de carga por atrito no
escoamento incompressível ao longo de uma tubulação reta são o número de Reynolds
e o número de Mach .
c) Os escoamentos em que o número de Reynolds está acima de 2300 são geralmente
considerados turbulentos.
d) Considerando a massa específica da água igual a 1000 kg/m³ e a aceleração da
gravidade aproximadamente 10 m/s², um corpo mergulhado 40 m abaixo da superfície
da água parada estaria sujeito a uma pressão 4 MPa acima da pressão encontrada na
superfície.
Exercícios

05. Avalie as afirmações que seguem com base no tema “Hidrodinâmica”.


I. Para determinar a perda de carga em um escoamento completamente desenvolvido
sob condições conhecidas, o número de Reynolds não é o parâmetro a ser avaliado.
II. Se um objeto estiver imerso em um líquido ou flutuando em uma superfície, a força
líquida vertical agindo sobre ele devido à pressão do líquido é denominada empuxo.
III. O número de Reynolds em tubo não pode ser mudado com facilidade, pois varia a
velocidade média do escoamento. Está correto o que se afirma em:
a) I e III, apenas
b) II e III, apenas
c) I e II, apenas
d) I, apenas
e) II, apenas
Exercícios

Ainda dentro dos estudos das forças exercidas por um fluido sobre um corpo temos o
princípio de Arquimedes que nos diz que a força de flutuação sobre um corpo imerso em
um fluido é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo, essa força age para cima no
centroide do volume deslocado. Logo, um fluido exerce uma força para cima em um corpo
nele afundado, essa força denominada de flutuação (𝐹𝐵) ou força de empuxo pode ser
calculada pela seguinte expressão

Em que 𝜌𝑓 é a massa específica do fluido, g a aceleração da gravidade e V o volume do


corpo submerso.

A força de empuxo do fluido é igual ao peso do fluido deslocado


PARA REFLEXÃO

Transferência de calor é um fenômeno importante em diversos processos industriais.


Considere as seguintes afirmações relativas a um processo em que uma mistura de ar e
vapor de água é aquecida, passando através de um trocador de calor duplo tubular que
opera na configuração em contracorrente.
O valor do coeficiente global de troca térmica associado a este processo cresce com o
aumento da velocidade do fluido.
A taxa de calor trocado depende da viscosidade e da massa específica dos fluidos
envolvidos no processo.
As trocas térmicas serão intensificadas pela introdução de irregularidades na superfície do
sólido, pois estas intensificam a turbulência do escoamento
PARA REFLEXÃO

Quando um fluido, a determinada temperatura, escoa sobre uma superfície sólida com
temperatura diferente, ocorre transferência de calor entre o fluido e a superfície sólida,
como consequência do movimento do fluido em relação à superfície, e esta transferência se
dá por convecção forçada.
Nesses processos de transferência, o coeficiente Global de troca térmica (U) está relacionado
a parâmetros adimensionais, como, por exemplo, o número de Reynolds. O número de
Reynolds é a medida da relação entre o efeito de inércia e o efeito viscoso e também da
possibilidade de desenvolvimento de turbulência (ex: introdução de irregularidades na
superfície do sólido). É diretamente proporcional à velocidade de escoamento do fluido.

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