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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO
ENGENHARIA MECÂNICA E MATERIAIS
FENÔMENOS DE TRANSPORTE 1

DETERMINAÇÃO DE CARGAS SINGULARES, VELOCIDADE E VAZÃO AO


LONGO DE UMA INSTALAÇÃO HIDRÁULICA

SÃO LUÍS

2022
ALUNOS: Marcus Vinicius Everton Martins (20191EM0018), Carlos Suamy
Rodrigues (20201EM0023), Louise Gabrielle Araújo Ribeiro (20181EM0022).

1. INTRODUÇÃO

Uma vez que 75% da Terra está coberta por água e 100% por ar, o escopo da
mecânica dos fluidos é vasto e faz parte da vida diária de todos os seres humanos.
As ciências da meteorologia, oceanografia física e hidrologia estão relacionadas
com escoamentos de fluidos que ocorrem naturalmente, bem como os estudos
médicos da respiração e da circulação sanguínea. Todos os problemas de
transporte envolvem movimento de fluidos, com especialidades bem
desenvolvidas em aerodinâmica de aeronaves e foguetes e em hidrodinâmica de
navios e submarinos. Quase toda a nossa energia elétrica é gerada do escoamento
de água ou do escoamento de vapor através de turbinas geradoras. Todos os
problemas de combustão envolvem movimento de fluido, assim como problemas
mais clássicos de irrigação, controle de cheias, abastecimento de água, disposição
de esgotos, movimento de projéteis, oleodutos e gasodutos (WHITE, 2010).

Entender o conceito de fluídos é de suma importância para o estudo da mecânica


dos fluidos. Partindo desse princípio, pode-se definir um fluído como uma
substância que quando submetida a uma força tangencial por menor que seja se
deforma continuamente, ou seja, escoa. Nesse sentido, quando um fluido encontra
-se em repouso, pode-se afirmar que a tensão de cisalhamento é igual a 0, e esta
condição é geralmente chamada de estado hidrostático de tensão, em uma análise
estrutural.

Para o estudo de mecânica dos fluidos é de suma importância o conhecimento da


equação de Bernoulli, que é utilizada para descrever o comportamento dos fluidos
em movimento no interior de um tubo. E também deve-se considerar o estudo
coeficiente de Reynolds, que é valor adimensional usado para o cálculo do regime
de escoamento de um determinado fluído, a descoberta desse coeficiente também
pode ser utilizada para encontrar o tipo de escoamento de fluído qualquer em um
sistema hidrodinâmico. No geral, esses dois conceitos são os mais importantes
para diversas aplicações dentro da mecânica dos fluidos, são utilizados desde um
simples cálculo aerodinâmico até o dimensionamento de uma bomba e perda de
carga como tratado neste referido relatório.

Dessa forma, o entendimento da mecânica dos fluidos é importante para diversas


áreas da engenharia e para diversas engenharias, já que o conceito de fluído é
muito mais abrangente do que se imagina ao ouvir na palavra fluídos. Entretanto,
este presente relatório se limita a tratar da perda de carga localizada em um
sistema hidrodinâmico fechado com a presença de válvulas e curvas, e também o
cálculo da velocidade e do dimensionamento da bomba para esse sistema tubular.
2. METODOLOGIA

2.1 EQUAÇÃO DE BERNOULLI: A equação de Bernoulli também chamada


de equação da energia, é uma equação que faz um balanço de igualdade entre
os diversos tipos de energias de um fluído em seu fluxo. A equação de
Bernoulli é escrita da seguinte forma:

Essa fórmula é deduzida partindo dos princípios de um fluido ideal que tem
como características a velocidade em qualquer ponto do fluido, é
incompressível com densidade constante, sem viscosidade e escoamento
irracional.

2.2 PERDA DE CARGA SINGULAR: A perda de carga singular ao longo da


instalação hidráulica é devido a válvulas, tês, curvas e reduções. Todas essas
singularidades combinadas convergem para uma perda de energia do fluido
ao longo do escoamento. A perda de carga singular é obtida através da análise
dimensional, então pode-se descrever a fórmula da perda de carga singular da
seguinte forma:

A tabela 01 exibe valores já predefinidos para a perda de carga localizada em


alguns elementos em específico:

Tabela 01: Coeficiente de perda localizada (AUTOR,2022)

2.3 PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA: As paredes dos dutos retilíneos


causam a perda de pressão distribuída ao longo do comprimento do tubo,
fazendo com que a pressão total vá diminuindo gradativamente ao longo do
comprimento e por isso é denominada de perda de carga distribuída. E esse
tipo de perda de carga depende de alguns fatores como: o diâmetro e o
comprimento do tubo, da rugosidade da parede, das propriedades do fluido,
da massa específica, da viscosidade e da velocidade do escoamento.
A rugosidade da parede depende do material de fabricação do tubo bem como
o seu estado de conservação, de maneira geral, um tubo usado apresenta uma
rugosidade maior que um tubo novo. O diagrama de Moody-Rouse foi criado
para facilitar o cálculo da rugosidade relativa de determinado material em
função do número de Reynolds.

Gráfico 01: Diagrama de Moody-Rouse (ENGINEERING,2020)

2.4 NÚMERO DE REYNOLS: O número de Reynolds é a razão entre forças


inerciais e forças viscosas. Esse número distingue entre regimes de fluxo,
como fluxo laminar ou turbulento em tubulações, na camada limite ou em
torno de objetos imersos. O número de Reynolds é encontrado através da
seguinte fórmula:

É importante destacar que o número de Reynolds é um valor adimensional e


se o valor encontrado for inferior ou igual a 2000 o regime de escoamento é
laminar e se for maior ou igual a 4000 o regime é turbulento, se por acaso o
valor encontrado estiver entre 2000 e 4000, não é possível definir o tipo de
escoamento, então considera-se como um regime de transição.

3. PROCEDIMENTO

Para o início das análises, foi feito o dimensionamento da tubulação utilizando


uma trena e um paquímetro, os valores encontrados não são extremamente
precisos, mas são suficientemente úteis para o dimensionamento da bomba
necessária para o sistema. A imagem 01 os equipamentos utilizados para
dimensionar o sistema e a imagem 02 a foto real do sistema hidráulico.
Imagem 01: Paquímetro e trena utilizados para dimensionar o sistema (AUTOR,2022)

Imagem 02: Foto real do sistema hidráulico usado para o relatório (AUTOR,2022)

O diâmetro dos tubos mais grossos que são predominantes no sistema é de 61mm
e do tubo mais fino que é o único e que se encontra na posição mais alta do sistema
é de 25,4 mm (1 Polegada). Já o comprimento do sistema é relativamente
proporcional, já que todos os tubos horizontais têm 3240 mm e os verticais
390mm, os únicos que fogem desse padrão, é o tubo vertical que se encontra no
canto inferior esquerdo da imagem que tem 1280mm e o tubo mais alto de todos
(1 polegada) que tem o comprimento de 3324mm. Todos esses dados são
mostrados especificamente na imagem 03.
Imagem 03: Imagem do sistema com a medida de cada tubo especificamente (AUTOR,2022)

E após a coleta de todos esses dados necessários para que o objetivo do


experimento fosse alcançado, foi dado início ao cálculo de todos os parâmetros e
valores que vão ser necessários para o dimensionamento da bomba.

4. RESULTADOS

4.1 ALTURA DE SUCÇÃO

O ponto inicial escolhido foi a altura da bomba que está alojada um


pouco acima do chão. A altura de sucção é a própria altura do cano que desce do
reservatório que foi medida como 45 cm. Assim:

Hs = 45 cm

4.2 ALTURA DE RECALQUE

A altura de recalque foi calculada através da soma dos tubos verticais.


No caso deste estudo a medida dos tubos foi considerada a mesma (390mm).
Como ao todo são 7 tubos verticais apenas multiplicaremos a medida por 7,
assim:

Hr = 390*7

Hr = 2730 mm ou 273 cm
4.3 COMPRIMENTO DE SUCÇÃO

O comprimento de sucção é todo aquele que vem antes da bomba, nesse


caso a tubulação de sucção é toda de PVC.
Ls = 45+160
Ls = 205 cm
4.4 COMPRIMENTO DE RECALQUE

O comprimento de recalque é todo aquele que vem depois da bomba, logo:


Lr = 170cm (PVC) + 273 cm + 45cm + 50cm (PVC) + 2268cm+ 40cm + 332cm
+ 128cm
Lr = 3266 cm
4.5 COMPRIMENTO TOTAL DA TUBULAÇÃO

Lt = Lr + Ls
Lt = 3471 cm
4.6 PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA

Para calcular a perda de carga distribuída podemos usar a fórmula:


H = f (L.v^2/ D.2g)

● H = perda de carga distribuída


● F = fator de atrito
● L = comprimento da tubulação
● V = velocidade
● G = gravidade

4.6.1 CÁLCULO DA VELOCIDADE


A velocidade pode encontrada a partir da relação entre vazão e área da seção
transversal do tubo, logo:
V = Q/A
V = 2,26 m/s

4.6.2 CÁLCULO DO NÚMERO DE REYNOLDS


O número de Reynolds é um número adimensional usado para classificar o
escoamento com laminar ou turbulento. Sua fórmula se dá por:
Re=V.D/v
Re = 152028,6
Logo o escoamento é turbulento.
Nesse caso também é necessário considerar o material da tubulação, como o
sistema é predominantemente metálico, iremos desconsiderar a parte de PVC e
iremos considerar a parte metálica com ferro fundido.
Achando a rugosidade relativa:
Rr= e/D
Rr = 0.004
Logo, o fator de atrito f será igual a 0,035.
Então, temos:
H = 4,566 m

4.7 CÁLCULO DAS CARGAS LOCALIZADAS

● Jc1 – registro de gaveta (6x) = 0,2 m


● Jc2 – curva de 90° (17x) = 0,6 m
● Jc3 – válvula de redução horizontal (1x) = 2,7 m
● Jc3 – curva de 45° (2x) = 0,5 m
Logo, a carga localizada total será:
Jct = (6x0,2) + (17x0,6) + 2,7 + (2x0,5)
Jct = 15,1 m
4.8 PERDA DE CARGA TOTAL

A perda de carga total se dá pela soma das perdas localizadas e


distribuídas, logo:
Ht = H + Jct
Ht = 19,666 m

4.9 ENCONTRA A ALTURA MANOMÉTRICA DA BOMBA


A altura manométrica pode ser achada através da soma da altura de sucção,
recalque e a perda de carga total, assim:
HB= Hs + Hr + Ht
HB= 22,306 m
4.10 POTÊNCIA DA BOMBA
P = ¥. Q. HB
P= 1.78448 kW

5. CONCLUSÃO

Esse relatório foi feito com o objetivo de simular uma situação real de
dimensionamento de bomba, usando conceitos como a equação de Bernoulli e
perdas de cargas localizadas e distribuídas. A perda de carga total Ht encontrada
foi de 19,666 m, a altura manométrica da bomba HB foi de 22,306 m e a potência
total foi de 1,78448 kW. O que significa que a bomba utilizada (imagem 04)
atualmente no sistema está adequada.

Imagem 04: Bomba utilizada no sistema (AUTOR,2022)

6. REFERÊNCIAS

1. WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 6. Ed. Porto Alegre, 2011.


2. https://infoenem.com.br/conhecendo-e-utilizando-a-equacao-de-bernoulli-
fisica/
3. https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/equacao-bernoulli.htm
4. https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/equacao-bernoulli.htm
5. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5626814/mod_resource/content/2/A
ula%202%20%20%202808.pdf
6. https://www.thermal-engineering.org/pt-br/o-que-e-o-diagrama-moody-
definicao/

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