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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DESCARGA (CD) E EXPERIÊNCIA DE


REYNOLDS.

Acadêmicos: Maria Eduarda Jasper Benavides RA 112421


Gabriel Girotto Zanutto RA 112431
Pedro Henrique Siscato RA 117082
Victor Hugo Lopes Benedito RA 118234

Turma: 216/03

Professora: Isabela Dancini Pontes

MARINGÁ, 26 DE OUTUBRO DE 2022.


1. Introdução

1.1 Coeficiente de descarga

Coeficiente de descarga é muito utilizado, ele é definido como a razão entre a


velocidade real e a velocidade máxima (teórica) de um fluido de escoamento, devido
a perda de cargas por atritos enquanto o fluido escoa. A perda de carga que ocorre
no experimento corresponde às perdas irreversíveis que são convertidas em energia
térmica por causa do atrito do fluido com as paredes dos dutos.
Nesse experimento podemos verificar tanto os valores teóricos e práticos do
coeficiente de descarga em relação ao aumento do fluxo para orifícios circulares. Se
utiliza bocais com diâmetros iguais e comprimentos diferentes, assim como bocais
de diâmetros diferentes e mesmo comprimento, para então analisar a influência
destes fatores, se relacionando com o fator de descarga.

1.2 Experiência de Reynolds

O número de Reynolds é proveniente do experimento de Reynolds. Esse


número é comumente usado na mecânica dos fluidos por ser uma constante
adimensional que relaciona as variáveis densidade, velocidade, diâmetro de
escoamento e viscosidade de um fluido para determinar o regime de escoamento.
O conhecimento do coeficiente de Reynolds para um escoamento tem
influência direta sobre o dimensionamento de tubulações, podendo ser usado para
cálculos de perda de carga, escolha dos tipos de válvulas, ângulos de curvas nos
tubos, estimativas de potência de bombas etc.

2. Objetivos

2.1 Coeficiente de descarga

Têm-se como objetivo a determinação do coeficiente de descarga para


orifícios circulares, variando o comprimento de carga e com o diâmetro fixado,
versus a variação do diâmetro do tubo com o comprimento de carga fixado.
Determinação por meio de dados gráficos experimentais.

2.2 Experiência de Reynolds

O experimento tem como objetivo observar a diferença entre o escoamento


turbulento e o escoamento laminar, coletando dados necessários para a
determinação do número de Reynolds para um escoamento em regime laminar, um
escoamento em regime turbulento e um escoamento em transição. Deve-se ainda
comparar o número de Reynolds calculado para cada escoamento com o previsto
na literatura.

3. Revisão bibliográfica

3.1 Coeficiente de descarga (CD)

O coeficiente de descarga (CD) representa a relação entre o que seria uma


descarga ideal em um sistema para a descarga real do sistema. O coeficiente de
descarga é dado como sendo:

Eq. 1

Onde a vazão é dada por:

Eq. 2

Desta forma, a vazão real do sistema depende de diversos fatores, uma vez
que o coeficiente de descarga não é constante. O CD pode ser obtido também
através do coeficiente de velocidade (CV) e do coeficiente de contração (CC), como
mostrado na EQ. 2.

Eq. 3
Desta forma, o coeficiente de descarga depende de diversos fatores, entre
eles a área e forma do orifício, da carga h sobre o centro do orifício, das condições
da borda do orifício, da localização do orifício no sistema (proximidade com as
paredes e com o fundo do recipiente, além da proximidade com a superfície do
líquido), as condições da veia à jusante e da viscosidade do fluido utilizado.

Experimentalmente, o coeficiente de descarga pode ser determinado


aplicando um balanço de massa no recipiente, considerando regime transiente e a
massa específica do fluido constante, e substituindo na Eq. 2.

Eq. 4

Com isso, a Eq. 4 pode ser manipulada e integrada.

Eq. 5

Na Eq. 5, o H0 representa a altura total do líquido no recipiente no instante t=0


s. Essa equação mostra uma variação linear de H com o tempo t, de forma que
podemos obter um gráfico com o comportamento de uma reta e o coeficiente
angular da reta obtida experimentalmente nos permite determinar o coeficiente de
descarga (CD). Com a equação da reta (Eq. 6), podemos utilizar o coeficiente
angular para determinar, de forma prática, o coeficiente de descarga para o sistema
utilizado (Eq. 7).

Eq. 6
Eq. 7

3.2 Experiência de Reynolds

O número de Reynolds é determinado para um escoamento de um fluido,


levando em conta diferentes aspectos desse escoamento. Ele relaciona as forças de
viscosidade e as forças de inércia do fluido e é fundamental na determinação do
regime do escoamento (turbulento ou laminar). As propriedades do escoamento
podem ser determinadas para um fluido escoando em tubos, dutos, placas
paralelas, bocais, difusores, contrações, expansões e válvulas ou junções de tubos.

No escoamento laminar, as “camadas” do fluido são bem ordenadas e


“deslizam” umas sobre as outras de forma paralela. Neste escoamento, o perfil de
velocidade do fluido se desenvolve de forma previsível.

Já no escoamento turbulento, o movimento das partículas do fluido é caótico


e errático, sem a formação de camadas no fluido. Dado o movimento errático das
partículas, ocorrem movimentos cruzados que geram pequenos vórtices no fluido,
mantendo o movimento desorganizado.

A experiência de Reynolds consiste, essencialmente, em escoar um líquido


por um tubo de vidro, onde na parte mais próxima a montante existe um ponto onde
é possível injetar uma pequena quantidade de tinta no escoamento. A vazão do
escoamento é controlada por uma válvula na jusante do escoamento para evitar
turbulência no início do escoamento. Pode-se então ajustar uma vazão e, com
auxílio do pigmento injetado, determinar visualmente se o escoamento é laminar ou
turbulento.

No escoamento turbulento, será possível observar uma separação das


camadas da tinta no escoamento, distorção do fluido com pigmento e um
movimento oscilatório no decorrer do tubo. Por outro lado, no escoamento laminar,
será possível observar que o fluido com pigmento mantém seu formato e tamanho,
mantendo as camadas do escoamento uniformes e apresentando um movimento
uniforme no decorrer de todo o tubo.
Com isso, Reynolds determinou os parâmetros que estão envolvidos na
formação dos dois tipos de escoamento. Estes são: velocidade média do
escoamento (v), massa específica do fluido (ρ), diâmetro do tubo (D) e viscosidade
dinâmica do fluido (µ), dadas pela Eq. 8.

Eq. 8

Reynolds observou ainda que a transição do escoamento laminar para o


turbulento ocorre entre 2000 e 3000, sendo que abaixo de 2000 o escoamento é
laminar e acima de 3000 o escoamento é turbulento. Para a engenharia, essa
transição ocorre em torno de Re=2300, sendo chamado de Reynolds Crítico (Rec). É
possível, com grande cuidado e condições específicas, levar um escoamento
laminar à Re=100000. Além disso, é importante ressaltar que para outras
geometrias de escoamento (como escoamento ao redor de objetos), embora os
escoamentos turbulento e laminar estejam presentes, a faixa de valores de Re para
cada escoamento e a transição podem variar significativamente.

O número de Reynolds, bem como o conhecimento do tipo de escoamento,


são fundamentais para a engenharia, uma vez que as expressões que modelam o
escoamento são diferentes para cada tipo de escoamento. A modelagem do
escoamento tem grande importância no dimensionamento de tubulações, bombas,
perdas de carga, escolha de válvulas e conexões e na montagem de um processo.
Além disso, medidores de escoamento internos com redução de seção também
incorporam Reynolds no cálculo para obter maior precisão. Para a Engenharia, o
maior interesse está no escoamento turbulento, porém o escoamento laminar
também tem diversas aplicações em outras áreas, como a lubrificação ou em
processos químicos.

Enquanto o escoamento laminar pode ser modelado matematicamente, por


meio de equações matemáticas exatas, com soluções analíticas, o escoamento
laminar apresenta uma natureza mais complexa. Para o escoamento turbulento,
faz-se uso de métodos empíricos, como análise dimensional acoplada à dados
experimentais, isso porque o escoamento turbulento apresenta uma natureza de
difícil descrição matemática, sendo um movimento aleatório e imprevisível.

4. Materiais e métodos

4.1. Coeficiente de descarga

Para o experimento de coeficiente de descarga, foram utilizados os seguintes


materiais:

● Reservatório de água de metal com ajuste para orifícios de saída;


● Seis bocais com diferentes diâmetros e comprimentos;
● Água;
● Cronômetro.

Figura 1: Esquema de montagem do experimento de coeficiente de descarga.

Fonte: Material de apoio Laboratório de Engenharia Química I - UEM


A operação do módulo, na Figura 1, foi feita da seguinte forma: encheu-se o
tanque com água até a marca de 20 cm, então, a saída de água foi liberada e
simultaneamente acionou-se o cronômetro, anotando o tempo percorrido a cada 2
cm no abaixamento do nível do tanque. O método repetiu-se para os outros orifícios
que variaram em comprimento e diâmetro. Além disso, determinou-se a altura de
água no tanque. Por fim, aferiu-se o volume de água no tanque.

4.2. Experimento de Reynolds

Para o experimento de Reynolds foram utilizados os materiais presentes na


Figura 2.

Figura 2: Esquema de montagem do experimento de Reynolds.

Fonte: Material de apoio Laboratório de Engenharia Química I - UEM


A operação do módulo, na Figura 2, foi feita da seguinte forma: fechou-se
todas as válvulas de saída e com a válvula da bomba totalmente aberta, ligou-se a
bomba. A válvula da bomba foi sendo fechada até o transbordamento no tanque.
Uma vez que a vazão está constante, abre-se a válvula de saída ao máximo para o
tubo com estrangulamento. Com uma proveta graduada e um cronômetro, foi
possível determinar a vazão. Por fim, foi injetado corante e visualizado o tipo de
escoamento.
Esses passos foram realizados para o escoamento laminar, transicional e
turbulento.

6. Resultados e discussões.

6.1. Coeficiente de descarga (CD)

No dia do experimento constatamos que a temperatura ambiente era:


𝑇𝑎𝑚𝑏 = 21 °𝐶. Considerando as condições da temperatura e altura de Maringá, pela

tabela termodinâmica (ÇENGEL, Y. A., 2013), obtemos:


−3
ρ𝐻 𝑂 = 997, 805 𝑘𝑔. 𝑚 ;
2

−2
𝑔 = 9, 805 𝑚. 𝑠 .

Seguindo o método experimental, obtemos os dados a seguir:

Tabela 1: Informações coletadas no experimento.


m balde m balde + m 𝐻2𝑂 H tanque D tanque
(g) 𝐻2𝑂 (g) (g) (m) (m)

478,9 4114,5 3635,6 0,2 0,15


Fonte: Elaborado pelo autor.

Utilizando a densidade da água à 21 °C, obtemos o volume do tanque:


3
𝑉𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 0, 00364 𝑚 . Dividindo pela altura, encontramos a área transversal:
2
𝐴𝑐, 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 = 0, 01821 𝑚 .
Seguindo o experimento, aferimos os diâmetros de cada tubo, bem como sua
altura, então calculamos sua área transversal:

Tabela 2: Informações dos tubos.


Tubo Diâmetro (m) Altura (m) −6
𝐴0 (10 𝑚)

1 0,0046 0,2805 16,6

2 0,0046 0,36 16,6

3 0,0046 0,509 16,6

4 0,0032 0,813 8,04

5 0,00465 0,8105 16,9

6 0,00775 0,8105 47,1


Fonte: Elaborado pelo autor.

Seguindo o experimento, sinalizamos no cronômetro cada variação de 2 cm


no tanque, obtendo os seguintes valores:
Tabela 3: Dados coletados nas quedas de água para os 6 tubos.
Tempo (s)

H (m) H(m)^1/2 Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6

0,20 0,45 14,17 12,32 13,19 36,56 11,77 4,21

0,18 0,42 26,81 25,18 25,51 69,45 23,82 7,63

0,16 0,40 39,50 38,12 38,91 102,66 36,99 11,54

0,14 0,37 53,81 52,04 52,41 136,69 49,61 14,97

0,12 0,35 68,70 66,34 65,86 172,24 64,36 18,99

0,10 0,32 84,21 81,55 80,20 206,88 78,07 22,96

0,08 0,28 101,25 97,32 94,80 242,61 92,24 26,61

0,06 0,24 119,89 113,88 109,62 280,90 106,31 30,49

0,04 0,20 164,42 131,46 125,66 315,64 120,65 34,87


Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nos resultados obtidos, plotamos 6 gráficos da raiz da altura a


cada 2 cm, pelos tempos de passagem em cada altura, para os 6 tubos:

Gráfico 1: 𝐻 em função do tempo para o tubo 1.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Gráfico 2: 𝐻 em função do tempo para o tubo 2.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 3: 𝐻 em função do tempo para o tubo 3.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Gráfico 4: 𝐻 em função do tempo para o tubo 4.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Gráfico 5: 𝐻 em função do tempo para o tubo 5.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Gráfico 6: 𝐻 em função do tempo para o tubo 6.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base nas funções das retas, conseguimos os coeficientes angulares β


de cada tubo:

Tabela 4: Coeficientes angulares para cada tubo.


Tubo β

1 -0,0017

2 -0,0020

3 -0,0022

4 -0,0009

5 -0,0022

6 -0,0079
Fonte: Elaborado pelo autor.

Então, a aplicação da Eq. 7 resulta no coeficiente de descarga para cada


tubo, os quais estão dispostos abaixo:
Tabela 5: Coeficientes de descarga para cada tubo.
Tubo Cd

1 0,8426

2 0,9913

3 1,0905

4 0,9210

5 1,0711

6 1,3801
Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir dos coeficientes de descarga obtidos foi possível determinar as


vazões reais utilizando os respectivos tubos, através da Eq. 2.
Considerando Cd = 1, temos a vazão ideal, o qual também foi calculada.
Todos os dados estão dispostos abaixo:

Tabela 6: Vazão ideal, real e desvio relativo para cada tubo.


Tubo Q ideal Q real Desvio
3
𝑚 /𝑠
3
𝑚 /𝑠 relativo
(%)

1 0,036079 0,0304009 15,74%

2 0,034228 0,0339304 0,87%

3 0,03227 0,0351889 9,05%

4 0,030186 0,0278023 7,90%

5 0,027947 0,0299335 7,11%

6 0,025512 0,0352076 38,01%


Fonte: Elaborado pelo autor.

7. 2. Experiência de Reynolds

No dia do experimento, a temperatura se encontrava a 21 °C. Pelo material


de Gelson Luz e interpolação linear, obtemos a viscosidade da água:
μ𝐻 𝑂 = 0, 98158 𝑚𝑃𝑎. 𝑠.
2

−3
ρ𝐻 𝑂 = 997, 805 𝑘𝑔. 𝑚 (ÇENGEL, Y. A., 2013).
2

Seguindo o procedimento experimental, obtemos os seguintes parâmetros:


𝐷 = 0, 6 𝑐𝑚;
𝑑 = 0, 3 𝑐𝑚;
𝑚𝑝𝑟𝑜𝑣𝑒𝑡𝑎 = 230 𝑔.

Utilizando os diâmetros maior (D) e menor (d), encontramos as áreas


transversais ao tubo de escoamento e estrangulamento, os quais serão utilizados
posteriormente:
−6 2
𝐴𝑐,𝐷 = 28, 2. 10 𝑚;
−6 2
𝐴𝑐,𝑑 = 7, 08. 10 𝑚.

Para obtermos os escoamentos laminares, de transição e turbulentos foi


observada a aparência do escoamento quando era injetado corante na água que
escoava.
Ajustamos a válvula para obter 3 vazões diferentes, cronometramos o tempo
e aferimos a quantidade de massa. A massa da proveta foi utilizada como tara.
Dividindo a massa pelo tempo obtemos a vazão mássica e em seguida dividimos
pela densidade da água a 21 °C para obter a vazão volumétrica. Segue os dados
abaixo:

Tabela 7: Massa de água, vazão mássica e vazão volumétrica.


Vazão Δt Massa Vazão Vazão
(s) (kg) mássica Volumétrica
(𝑘𝑔/𝑠) −5 3
10 (𝑚 /𝑠)

1 24,3 0,0331 0,00136 0,136

2 13 0,1534 0,01180 1,183

3 8,2 0,1845 0,02250 2,255


Fonte: Elaborado pelo autor
Então, calculamos calculamos as velocidades de escoamento antes (onde o
tubo tem 𝐴𝑐,𝐷) e após o estrangulamento (por conta de 𝐴𝑐,𝑑) para cada vazão. Por

fim, através de μ𝐻 𝑂, ρ𝐻 𝑂 ,𝑑 e 𝐷, obtivemos Reynolds também para os escoamentos


2 2

antes e após o estrangulamento, para as respectivas vazões, pela Eq. 8. Os dados


estão a seguir:

Tabela 7: Massa de água, vazão mássica e vazão volumétrica.


𝑣𝐷 𝑣𝑑 Re,D Re,d
(𝑚/𝑠) (𝑚/𝑠)

0,0483 0,193 294 589

0,4183 1,673 2551 5102

0,7975 3,190 4864 9728


Fonte: Elaborado pelo autor

7. Conclusão

7.1. Coeficiente de Descarga (Cd)

Com base nos resultados obtidos pela Tabela 5, observamos que quando
mantemos h constante e aumentamos o diâmetro, bem como se mantermos o
diâmetro constante e aumentarmos a altura, o coeficiente de descarga aumenta.
Como o coeficiente de descarga é a razão da descarga real pela ideal,
esperávamos valores entre 0 e 1, visualizando a tabela vemos resultados fugindo da
realidade para os tubos 3, 5 e 6.
Portanto, é possível que o experimento não tenha sido realizado de forma
correta. Outro fator que pode ter afetado os resultados são os estados dos tubos,
visto que todos estão numa situação totalmente oxidada, o que com certeza afeta a
condição da borda, um dos fatores o qual cd depende. Removendo da análise os
tubos 3, 5 e 6, observamos desvios da idealidade consideráveis para os tubos 1 e 5,
respectivamente: 15,74% e 7,11%. Para o tubo 2, a descarga foi praticamente ideal.
Portanto, é notório que para situações reais, as vazões nunca são ideais.
Alguns fatores que promovem perdas de carga no escoamento e quando o
escoamento necessita passar por um um orifício há o fenômeno da contração veia
líquida.

7.2. Experiência de Reynolds

A partir dos resultados, observamos que Reynolds aumenta conforme a


vazão aumenta, o que já era esperado. Foi possível visualizar, caracterizar e
calcular os três tipos de escoamento: laminar, transitório e turbulento. Também ficou
claro que a obstrução do escoamento por uma área de seção menor aumenta a
velocidade do fluido e consequentemente afeta o escoamento. Para a primeira
vazão, não houve tanta diferença, o escoamento permaneceu laminar. Já na vazão
2, o escoamento que era transitório tornou-se de fato turbulento. Já na última vazão
o escoamento era turbulento e tornou-se ainda mais turbulento, pelo aumento
considerável de Reynolds.
Portanto, é notável que o estrangulamento do tubo por uma área transversal
menor pode ser utilizada quando é desejado o aumento da velocidade, porém
deve-se atentar para a mudança no comportamento do escoamento. Ademais, a
introdução dessa área de seção menor e outros adereços (como tubo de pitot e
placa de orifício) promove uma perda de carga, então precisa-se ter isso em mente
quando dimensionamentos de bombas forem feitos, sendo necessária uma maior
potência em relação ao escoamento sem nenhum adereço.

3. Referências

ÇENGEL, Y. A. PROPERTY TABLES AND CHARTS (SI UNITS). 2013.

LUZ, Gelson. Viscosidade da Água (Tabela). Materiais por Gelson Luz, [s. l], 2018.
Disponível em:
https://www.materiais.gelsonluz.com/2018/12/viscosidade-da-agua-tabela.html
Acesso em: 18 de out. 2022.

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