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3 PRÁTICA 02:EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

3.1 OBJETIVO

A prática tem o objetivo de visualizar a diferença entre os escoamentos laminar


e turbulento para um fluido líquido, bem como a visualização da transição desses
escoamentos. Também determinar experimentalmente o número de Reynolds para
cada tipo de escoamento.

3.2 FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA

A análise dos escoamentos é uma atividade extremamente importante em


nível científico e tecnológico. No escoamento de um fluido tem-se um número
extremamente grande de partículas em movimento o que torna impossível uma
descrição quantitativa do estado de cada uma, como a velocidade em um determinado
local em um dado tempo. Assim, a análise do escoamento de um fluido é feita
considerando-se o fluido como um todo.
A classificação do escoamento depende da predominância das forças que
atuam sobre ele, sendo essas viscosas e inerciais. A influência dessas forças
determina se o escoamento é bem ordenado, denominado laminar, ou se apresenta
um comportamento caótico de grande complexidade, comumente chamado de
turbulência.
O número que quantifica o tipo do escoamento é o Número de Reynolds.
Esse número relaciona forças de inércia e forças de viscosidade, sendo parâmetro
primário na determinação do regime de escoamentos internos, ou seja, em tubos,
dutos, bocais, difusores, contrações e expansões repentinas, válvulas e junções.
Reynolds observou que o escoamento no interior de um duto de seção circular
de diâmetro constante é laminar ou turbulento em função de uma relação entre a
velocidade de escoamento, o diâmetro interno do tubo, a massa específica e a
viscosidade dinâmica do fluido. Assim, essa relação recebeu o nome de Número de
Reynolds, que é dada pela Equação (01).

.v.D
Re (01)

Para escoamento de dutos com seção circular, verifica-se que, para Re <2100,
o escoamento é laminar em geral. Se Re>2500, o escoamento geralmente é
turbulento. Dessa forma, se estabelece uma faixa de transição na qual os dois tipos de
escoamento podem existir, sendo que para 2100<Re<2500 ocorre essa situação de
transição, condição que depende de condições ambientes, principalmente de
vibrações no sistema (LIVI, 2004). Na Figura 4 pode-se visualizar a diferença entre os
diferentes tipos de escoamento.

Escoamento Turbulento

Escoamento em Transição

Escoamento Laminar

Fonte: (MUNSONet al., 1997).

Figura 4. Escoamento laminar e escoamento turbulento de um fluido líquido

A quantidade de turbulência influi diretamente no dimensionamento de


tubulações, sendo usada no cálculo de perda de carga, ângulo de curva dos tubos,
escolha do tipo de válvulas e conexões, estimativas de rompimento e potência de
bombas. Medidores de escoamentos internos com redução de seção também
incorporam o número de Reynolds para aumentar a precisão.
Para fluidos não newtonianos a viscosidade varia coma taxa de deformação e,
a utilização de diferentes definições para a viscosidade resulta em valores distintos
para o numero de Reynolds, uma dada condição de escoamento. No entanto, qualquer
que seja o numero de Reynolds ele pode ser utilizado desde que se considerem suas
limitações (BRODEY, 1962).
3.3 METODOLOGIA

1. Materiais
Os materiais a serem utilizados para a realização do experimento são
apresentados abaixo:

Tanque de vazão constante;


Tubo transparente com diâmetro (sem estrangulamento: Di= 0,57cm);
Seringa;
Válvula controladora de vazão;
Tubos auxiliares;
Redução de diâmetro no tubo;
Corante (azul de metileno 1%);
Termômetro;
Cronômetro;
Proveta graduada de 1L;
Balde;
Balança;
Béquer.

2. Métodos

O esquema do módulo experimental de Reynolds está apresentado na Figura 5.

Para colocar o módulo experimental de Reynolds em operação é proposto seguir a


sequência descrita abaixo:

1. Com as válvulas de saída representadas na Figura 5 como ponto 02 fechadas,


abrir totalmente a válvula (ponto 01);
2. Fechar a válvula (ponto 01) lentamente até observar a ocorrência de
transbordamento no tanque (reciclo), mantendo-se uma vazão constante;
3. Abrir a válvula de saída (ponto 02) da tubulação sem estrangulamento;
4. Determinar a vazãovolumétrica/mássica por meio da coleta do fluido em função
do tempo;
5. Injetar o corante (traçador) com o auxílio de uma seringa descartável conforme
indicado na Figura 5 (ponto 03);
6. Visualizar e identificar o tipo de regime de escoamento presente;
7. Variar a vazão com a válvula de saída da tubulação sem estrangulamento,
entre a vazão máxima e mínima, de modo a realizar 3 diferentes vazões,
diferenciando os tipos de escoamentos (repetir passos 4, 5 e 6);
8. Abrir a válvula de saída da tubulação com estrangulamento, e realizar os
passos 4, 5, 6 e 7 novamente;
9. Anotar todos os dados experimentais obtidos na Tabela 5.

Figura 5. Módulo experimental para determinação do número de Reynolds


Tabela 5. Dados experimentais obtidos para diferentes tubulações

Tubulação Sem estrangulamento Com estrangulamento

Tempo (s)

Volume de
água (cm3)

Massa de
água (g)

Escoamento
observado

3.4 QUESTÕES ABORDADAS

Determinar a vazão, velocidade de escoamento e número de Reynolds com


sua incerteza;
Comparar e discutir o tipo de regime de escoamento, teórico (Re) e observado,
bem como os erros envolvidos.
Destacar a importância deste experimento.

3.5 NOMENCLATURA

Símbolo Descrição/Unidade

Letras latinas

v Referente à velocidade (qualquer direção) ( m )


s
m Massa ( kg )

t Tempo ( s )

m Vazão mássica (
kg )
s
D Diâmetro do tubo(m)
Re Número de Reynolds (Adimensional)

Letras gregas

Viscosidade ( Pa.s )

Densidade (
kg )
m3

3.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRODEY, R. S.; “Translating Terms Of Now-Newtonian Flow”. Industrial and


Engineering Chemistry, 54(9), p. 44-48, 1962

LIVI, C. P.. Fundamentos de Fenômenos de Transporte. Editora LTC, Rio de


Janeiro – RJ, 2004.

MUSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H..Fundamentos da Mecânica dos


Fluidos. Volume 2. 2ª edição, Efitora Edgard Blucher, São Paulo – SP, 1997.

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