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FE – UEM/DECi - Eng.

ª Civil Construções Metálicas e de Madeira

ÍNDICE

6.1. DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES BÁSICAS (R.E.A.E) .................................... 1

6.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS - ARTIGO 26 ....................................................................... 1


6.1.2. TIPOS DE CORDÕES DE SOLDADURA - ARTIGO 27 ....................................................... 1
6.1.3. DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS DOS CORDÕES - ARTIGO 28 ........................................ 1
6.1.4. CONDICIONAMENTOS DAS DIMENSÕES DOS CORDÕES - ARTIGO 29 ............................. 2
6.1.5. TIPOS DE SOLDADURA DE TOPO - ARTIGO 30 ............................................................. 3

6.2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DAS LIGAÇÕES SOLDADAS ......................... 3

6.2.1. GENERALIDADES - ARTIGO 56 .................................................................................. 3


6.2.2. VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA DAS LIGAÇÕES SOLDADAS - ARTIGO 60 ....................... 3
6.2.3. EXEMPLOS ............................................................................................................. 5
Exemplo 1 ........................................................................................................................... 5
Exemplo 2 ........................................................................................................................... 7

F. Ricardo & J. Pindula AULA 6 - Dimensionamento de Ligacoes Soldadas. - i/8


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6.1. DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES BÁSICAS (R.E.A.E)


6.1.1. Considerações gerais - Artigo 26

Nas ligações soldadas atender-se-á às seguintes condições gerais:


a) A disposição das soldaduras e a sua ordem de execução devem ser estabelecidos de modo
a reduzir, quanto possível, os estados de tensão devidos à operação de soldadura;
b) Deve evitar-se a concentração excessiva de soldadura numa mesma zona;
c) Salvo justificação especial, evitar-se-á soldar elementos de espessura superior a 30 mm;
d) Evitar-se-á criar variações bruscas de secção, pela concentração de tensões a que dão
origem, nomeadamente em elementos que tenham de ser soldados em toda a periferia
deve evitar-se praticar entalhes ou furos de dimensões importantes;
e) Para a ligação das extremidades de barras as soldaduras devem estar dispostas, quanto
possível, equilibradamente em relação ao eixo de cada barra;
f) No projecto devem ser tidas em consideração as condições de execução e montagem
indicadas no artigo 65.

6.1.2. Tipos de cordões de soldadura - Artigo 27

Os tipos de cordões de soldadura são:


a) Cordões de topo – cordões que unem as peças colocadas topo a topo, no prolongamento
umas das outras, tenham ou não eixos coincidentes;
b) Cordões de ângulo – cordões que ligam as peças colocadas com sobreposição ou se
intersectam.

6.1.3. Dimensões características dos cordões - Artigo 28

As dimensões características dos cordões de soldadura são a espessura e o comprimento, tal


como são definidos nas alíneas seguintes:
a) A espessura dos cordões deve ser considerada do modo seguinte:

i. Cordões de topo – No caso dos elementos a ligar terem a mesma espessura, será
essa a espessura do cordão; no caso de terem espessura diferente, a espessura a
considerar será a do elemento mais delgado.
ii. Cordões de ângulo – A espessura será considerada igual à altura do triângulo
isósceles inscrito na secção do cordão;

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b) O comprimento dos cordões deve ser considerado do modo seguinte:


i. Quando existirem crateres de extremidade, o comprimento do cordão a considerar
será o seu comprimento total, descontando o comprimento dos crateres, avaliado
este em duas vezes a espessura;
l  lt  2a
ii. Quando se evita a formação de crateres de extremidade (pela utilização de peças
de extensão ou outros meios adequados), o comprimento do cordão a considerar
será o comprimento total.
l  lt

6.1.4. Condicionamentos das dimensões dos cordões - Artigo 29

As dimensões dos cordões de soldadura devem satisfazer aos seguintes condicionamentos:


a) A espessura dos cordões não deve ser inferior a 3 mm;
a  3mm
b) A espessura dos cordões de ângulo deve ser superior a 0,7 da menor espessura dos
elementos a ligar;
a  0,7.t min
c) Os cordões de topo contínuos devem ocupar toda a extensão de justaposição;
d) Os cordões de ângulo contínuos não devem ter comprimento inferior a 40 mm;
l  mm
40
e) Nos cordões de topo descontínuos o comprimento de cada troço não deve ser inferior a
quatro vezes a espessura do elemento mais fino a ligar e o intervalo entre dois troços
sucessivos não deve exceder doze vezes aquela espessura;

onde:
– comprimento de cada troço nos cordões de topo descontínuos
– espessura do elemento mais fino a ligar
– intervalo entre dois troços soldados sucessivos

f) Nos cordões de ângulo descontínuos o comprimento de cada troço não deve ser inferior a
quatro vezes a espessura do elemento mais fino a ligar. O intervalo entre dois troços
sucessivos não deve exceder dezasseis vezes a espessura do elemento mais fino, no caso

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c) Cordões que realizam a ligação entre a alma e o banzo de uma viga de alma cheia
[fig.25,g]:

e
a 1 S .TSd
- Se: 2,  Sd ,ref  .
0,67 2.a.I

em que:
TSd - esforço transverso de cálculo da secção considerada

S - momento estático da secção do banzo relativamente ao eixo de flexão simples


da viga.
I - momento de inércia da secção relativamente ao mesmo eixo.

e
- Se a , Não é necessária a verificação da segurança;
2

d) Cordões que realizam a ligação de uma viga a um pilar [fig.25,h]:


Para os cordões que ligam o banzo da viga ao pilar:

1  N Sd M Sd 
 Sd ,ref  . 
0,77   l.a h1 .l1 .a1 

Para os cordões que ligam a alma da viga ao pilar:


2 2
1  N   TSd 
 Sd ,ref  . 1,4. Sd   1,8 
0,90   l.a    l .a 
   2 2 

6.2.3. EXEMPLOS

Exemplo 1

Para a peça dada, dimensionar o cordão de soldadura e verificar a sua estabilidade. A força de
tracção é FSd = 206 KN e a espessura da chapa é de 10 mm. Os materiais são de aço tipo Fe 360.

a) Considerando apenas cordões laterais (um de cada lado).


b) Considerando também um cordão frontal.

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Resolução:
Dados: FSd = 206 KN,  Rd  135Mpa ,  Sd ,ref  f yd  235Mpa

Dimensionamento dos cordões

Os elementos a ligar têm todos a espessura t = 10 mm.


a  0,7.t min = 0,7.10 = 7 mm

 l.a = 2.l.a
Cordões laterais [fig.25,b], REAE:
FSd FSd 206.10 3
=  f yd  l  =  0,09345 m  9,35 cm
0,67.2.l.a 1,34.a. f yd 1,34.7.10 3.235
Considerando a existência de crateres de extremidade, temos:
l  lt  2a  lt  l  2a = 9,35 + 2.0,7 = 10,75 cm  11 cm

Cordão frontal [fig.25,a], REAE:


l  lt  2a  l  80 – 2.7 = 66 mm

FSd
 Sd.ref   f yd  FSd1  f yd .0,77. l.a = 235.103.0,77.6,6.10-2.7.10-3 = 83,6 KN
0,77. l.a

Cordões laterais [fig.25,b], REAE:

FSd 2  FSd  FSd1  206 – 83,6 = 122,4 KN


FSd FSd 2 122,4.10 3
=  f yd  l  =  0,0555 m  5,55 cm
0,67.2.l.a 1,34.a. f yd 1,34.7.10 3.235

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Considerando a existência de crateres de extremidade, temos:


l  lt  2a  lt  l  2a = 5,55 + 2.0,7 = 6,95 cm  7 cm

Exemplo 2

Dimensionar a ligação soldada de duas cantoneiras L45x45x5 pertencentes a asna da estrutura de


cobertura de um alpendre, sujeitas a um esforço de tracção de 89,2 KN. Considere a utilização de
uma chapa de ligação de 5 mm de espessura. Os materiais são de aço tipo Fe 360.

Resolução:

Dados: TSd = 89,2 KN,  Rd  135Mpa ,  Sd ,ref  f yd  235Mpa

Os elementos a ligar têm todos a espessura t = 5 mm.

a  0,7.t min = 0,7.5 = 3,5 mm

Considerando o dimensionamento do cordão de um dos lados (soldadura entre um dos perfis e a


chapa), temos:

TSd 89,2
T=  = 44,6 KN
2 2
T corte T T 44,6.10 3
 Rd   l   = 0,0944 m  9,5 cm
Acorte a.l  Rd .a 135.3,5.10 3
Considerando a existência de crateres de extremidade, temos:
l  lt  2a  lt  l  2a = 9,5 + 2.0,35 = 10,2 cm  10,5 cm

Cordões laterais [fig.25,b]:


44,6.10 3
=  200,2 Mpa  fyd = 235 Mpa Verifica a
0,67.(9,510 2.3,5.10 3 )

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