Você está na página 1de 5

4.2.

LIGAÇÕES REBITADAS
4.2.1. Disposições Regulamentares Básicas (R.E.A.E)

Artigo 18° - Diâmetro dos rebites


Os diâmetros dos rebites devem satisfazer os seguintes condicionamentos:
a) Os rebites devem ter diâmetro nominal 1 mm a 2 mm inferior ao dos furos em
que são introduzidos e, depois de cravados devem preencher completamente
os furos;
b) O diâmetro nominal dos rebites não deve, em geral, ser inferior à espessura do
elemento de maior espessura a ligar.

d – diâmetro do furo; d1 – diâmetro nominal do rebite; t – espessura do elemento a ligar


d = d1 + 1ou 2mm
 
d1 ≥ t max 

Artigo 19° - Espessura total máxima a ligar


A espessura total dos elementos a ligar não deve, em geral, exceder cinco vezes o
diâmetro dos furos e, em caso algum, exceder seis vezes e meia esse diâmetro. No caso
de diâmetros inferiores a 14 mm, a espessura total a ligar deverá ser limitada a quatro
vezes o diâmetro.
5.d 
d ≥ 14mm ⇒ ∑i =1 t i ≤  ; d < 14mm ⇒ ∑i =1 t i ≤ 4.d
n n

6,5.d 

Artigo 20° - Disposição dos rebites


Na disposição dos rebites devem ser respeitados os seguintes condicionamentos:
1) 2d ≤ a ≤ 3d
2) 1,5d ≤ b ≤ 2,5d
3) 3d ≤ c ≤ 7d (ambientes muito agressivos)
3d ≤ c ≤ 10d (ambientes pouco ou moderadamente agressivos)
em que: d – diâmetro dos furos
a – distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção do
esforço que solicita a ligação
b – distância do eixo do rebite ao bordo mais próximo, na direcção normal
à do esforço que solicita a ligação
c – menor distância entre os eixos dos rebites

4.2.2. Segurança das ligações rebitadas

Artigo 56° - Generalidades


A verificação da segurança das ligações deve ser feita em relação aos estados limites
últimos de resistência, devendo os valores de cálculo dos esforços ou tensões resistentes
ser iguais ou superiores aos valores de cálculo dos esforços ou tensões actuantes.

Artigo 57° - Verificação da segurança das ligações rebitadas


Para a verificação da segurança das ligações rebitadas, os valores de cálculo das tensões
actuantes devem ser determinados considerando para diâmetro dos rebites o seu diâmetro
depois de cravados (igual ao diâmetro dos furos) e atendendo ao disposto nas alíneas
seguintes:
a) A tensão de corte nos rebites será obtida dividindo o valor de cálculo do
esforço de corte correspondente a cada rebite pela sua secção, no caso de corte
simples, e por duas vezes essa secção, no caso de corte duplo;

TSd TSd
τ Sd = - corte simples; τ Sd = - corte duplo
A 2. A
onde: TSd – valor de cálculo do esforço de corte
A – área dos rebites calculada tendo em conta o diâmetro dos furos
b) A tensão de tracção dos rebites será determinada dividindo o valor de cálculo
do esforço de tracção correspondente a cada rebite pela sua secção;
N Sd
σ Sd
t
= onde: NSd - valor de cálculo do esforço de tracção
A

c) A tensão de esmagamento lateral (pressão lateral dos rebites) será obtida


dividindo o valor de cálculo do esforço de corte correspondente a cada rebite
pelo produto do diâmetro do rebite pela espessura da chapa.

TSd
σ Sd
esm
= onde: TSd - valor de cálculo do esforço de corte
d .e
d – diâmetro do rebite (após cravação)
e – menor espessura (chapa, perfis)
d) Deve verificar-se se existe nos elementos ligados (perfis) ou nos elementos de
ligação (chapas) alguma secção insuficiente para a transmissão dos esforços.
Em particular, para furos próximos dos bordos de chapas deve verificar-se a
condição:
0,8.FSd
≤ f yd onde: FSd – valor da força de corte transmitida pela chapa
a.e
ao rebite
a – distância do rebite ao bordo indicada no Art. 20°
e – espessura da chapa
fyd – valor de cálculo da tensão de cedência do aço
da chapa

Valores de cálculo das tensões resistentes em ligações rebitadas (Mpa)


Corte Tracção Esmagamento
Tipo de aço
0,8.fyd 0,3.fyd 2,25.fyd
Fe 360 188 70,5 528,75
Fe 430 220 82,5 618,75
Fe 510 284 106,5 798,75
EXEMPLO
1) Dimensionar a ligação rebitada de duas cantoneiras L35x35x6 pertencentes a asna
da estrutura de cobertura de um alpendre, sujeitas a um esforço de tracção de 105
KN. Considere a utilização de uma chapa de ligação de 5 mm de espessura. Os
materiais são de aço tipo Fe 360.

Resolução

Dados: TSd = 105 KN, τ Rd


Corte
= 188Mpa , σ Rd
esm
= 528,75Mpa

De acordo com a Tabela 53, pág. 86 (Tabelas Técnicas “Antigas”), a dimensão máxima
do furo para estas cantoneiras é d = 11 mm. Como tal, adoptaremos rebites com diâmetro
nominal d1 = 10 mm (Artigos 18° e 19°, R.E.A.E)

Área do furo: Af = π.d 2/4 = 0,95 cm2


Área total: A = n.Af onde: n – número de rebites

Resistência ao corte
TSd TSd TSd 105.10 −3
Corte duplo: τ Sd = = ⇒ n= = = 2,93 ≅ 3
2. A 2.n. A f 2. A f .τ Rd
Corte
2.0,95.10 − 4.188

Resistência ao esmagamento
TSd T TSd 105.10 −3
σ Sd
esm
= = Sd ⇒ n = = = 3,61 ≅ 4
d .e n.d .e d .e.σ Rd
esm
1,1.10 − 2.5.10 −3.528,75

Solução: n = 4 rebites; d1 = 10 mm

Disposição dos rebites (Artigo 20°)


a = 25 mm, b = 17mm, c = 40 mm

Nota: é necessário fazer o desenho pormenorizado da ligação (respeitar escalas)


Verificação da resistência da chapa
0,8.FSd 0,8.FSd 0,8.105.10 −3
≤ f yd ⇒ = = 168 Mpa < fyd = 235 Mpa verifica
a.e n.a.e 4.2,5.10 − 2.5.10 −3

Verificação da resistência ao corte


TSd TSd 105.10 −3
τ Sd = = = =138,2 Mpa < τ Rd
Corte
= 188Mpa verifica
2. A 2.n. A f 2.4.0,95.10 −4

Verificação da resistência ao esmagamento


TSd T 105.10 −3
σ Sd
esm
= = Sd = −2 −3
= 477,3 Mpa < σ Rd
esm
= 528,75Mpa verifica
d .e n.d .e 4.1,1.10 .5.10

Você também pode gostar