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SÃO MATEUS
2018
CARLOS HENRIQUE THOMAZINI CORDEIRO
SÃO MATEUS
2018
CARLOS HENRIQUE THOMAZINI CORDEIRO
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dra. Ana Paula Meneguelo
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientadora
___________________________________________
Prof. Dra. Rejane de Castro
Universidade Federal de Viçosa
Co-orientadora – Examinador externo
___________________________________________
Prof. Dra. Rita de Cássia Superbi de Sousa
Universidade Federal de Viçosa
Examinador externo
___________________________________________
Prof. Dra. Maria de Fátima Pereira dos Santos
Universidade Federal do Espírito Santo
Examinadora Interna ao PGEN
RESUMO
Emulsões são sistemas dispersos compostos por pelo menos duas fases
líquidas imiscíveis e um agente emulsificante capaz de promover sua estabilização.
A formação de emulsões durante a produção de petróleo é inevitável, sendo que o
processo de desestabilização ou quebra apresenta grandes desafios para atender
diversas especificações na indústria. O estudo e a compreensão dos mecanismos
formadores de emulsões, bem como sua caracterização e correlação entre suas
propriedades, são de grande importância para a indústria. Neste trabalho as
emulsões preparadas com óleo sintético (vaselina líquida), água e agente
emulsificante (Span 80) foram caracterizadas seguindo um planejamento fatorial 2k,
variando os fatores concentração de água, concentração de Span 80 e rotação
utilizada no processo de emulsificação. Foram avaliadas como variáveis resposta o
tipo de emulsão formada (água em óleo ou óleo em água), tamanho de gotas,
condutividade elétrica e viscosidade dinâmica. Os resultados mostraram uma
relação diretamente proporcional entre a porcentagem de água e a condutividade e
uma relação inversamente proporcional da viscosidade com a condutividade.
Observou-se que a região onde as curvas de viscosidade e condutividade se
interceptam é identificada como uma região de inversão de fases. Os resultados
obtidos pela análise estatística corroboraram com as observações experimentais e
identificaram a intensidade da interação entre cada variável estudada. Observou-se
que a rotação é a variável que mais influencia no tamanho de gotas, enquanto a
porcentagem de água tem forte influência na viscosidade e na condutividade. A
análise indicou um efeito negativo na viscosidade e positivo na condutividade.
Emulsions are dispersed systems composed of at least two immiscible liquid phases
and an emulsifying agent capable of promoting their stabilization. The formation of
emulsions during the production of oil is inevitable, being that the destabilization or
break process presents major challenges to comply with various specifications in the
industry. The study and understanding of emulsion-forming mechanisms, as well as
their characterization and correlation among their properties, are of great importance
for the industry. In this project, the emulsions prepared with synthetic oil (liquid
vaseline), water and emulsifying agent (Span80) were characterized following a 2k
factorial design, being varied the water concentration and Span 80 concentration
factors and the rotation used in the emulsification process. It was evaluated as
variable responses the type of emulsion formed (water in oil or oil in water), droplet
size, electrical conductivity and dynamic viscosity. The results showed a directly
proportional relation between the water percentage and the conductivity and an
inversely proportional relation of the viscosity with the conductivity. It has been
observed that the region where the viscosity and conductivity curves intercept is
identified as a phase inversion region. The results obtained by the statistical analysis
corroborated with the experimental observations and they identified the interaction
intensity among each studied variable. It was observed that rotation is the variable
that most influences the droplet size, while the water percentage has a strong
influence on viscosity and conductivity. The analysis indicated a negative effect on
viscosity and a positive effect on conductivity.
Figura 10: Teste de gota realizado, A) A/O (água em óleo), B) O/A (óleo em água). ........... 48
Figura 11: Análise de condutividade para emulsões 10.000 RPM e 15.000 rpm - 1,0%
Span80 (m/m), com diferentes percentagens de água (EM1 – EM5: linha azul, EM6 – EM10:
linha vermelha). ................................................................................................................... 50
Figura 12: Análise de condutividade para emulsões 10.000rpm e 15.000 rpm – 0,5%
Span80 (m/m), com diferentes percentagens de água (EM11 – EM15: linha azul, EM16 –
EM20: linha vermelha). ........................................................................................................ 52
Figura 13: Analise da estabilidade EM1, EM2, EM3, EM4, EM5 - 10.000 RPM - 1,0%
Span80. ............................................................................................................................... 53
Figura 14: Analise da estabilidade EM6, EM7, EM8, EM9 e EM10 - 10.000 RPM – 0,5%
Span80. ............................................................................................................................... 54
Figura 15: Analise da estabilidade EM11, EM12, EM13, EM14, EM15 - 15.000 RPM – 1%
Span80. ............................................................................................................................... 55
Figura 16: Analise da estabilidade EM16, EM17, EM18, EM19, EM20 - 15.000 RPM – 0,5%
Span80. ............................................................................................................................... 55
Figura 19: Curva de Escoamento, para emulsões A/O, 10.000rpm - EM4 (30/70), EM5
(20/80), EM9 (30/70),EM10 (20/80). .................................................................................... 59
Figura 20: Curva de Escoamento, para emulsões O/A, 15.000rpm – EM11 (80/20), EM12
(70/30), EM13 (50/50), EM16 (80/20), EM17 (70/30), EM18 (50/50). ................................... 60
Figura 21: Curva de Escoamento, para emulsões A/O, 15.000rpm – EM14 (30/70), EM15
(20/80), EM19 (30/70),EM20 (20/80). .................................................................................. 61
Figura 22: Distribuição e Tamanho de Gotas (DTG) das emulsões do tipo O/A. a) rotação de
10.000rpm e b) rotação de 15.000 rpm. ............................................................................... 66
Figura 23: Distribuição e Tamanho de Gotas (DTG) das emulsões do tipo A/O. a) rotação de
10.000rpm e b) rotação de 15.000 rpm. ............................................................................... 67
Figura 24: Relação entre as variáveis respostas para as emulsões O/A. ............................. 70
Figura 25: Relação entre as variáveis respostas para as emulsões A/O. ............................. 71
Figura 26: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de
10.000rpm e 1% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
............................................................................................................................................ 72
Figura 27: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de
10.000rpm e 0,5% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80%
(m/m). .................................................................................................................................. 72
Figura 28: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de
15.000rpm e 1% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
............................................................................................................................................ 73
Figura 29: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de
15.000rpm e 0,5% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80%
(m/m). .................................................................................................................................. 73
Tabela 8: Rotações e taxas de cisalhamento utilizado no reômetro OFITE MODEL 900. .... 44
Tabela 10: Análise de condutividade para emulsões 10.000 rpm e 15.000 rpm - 1,0%
Span80 (m/m), com diferentes percentagens de água. ........................................................ 50
Tabela 11: Análise de condutividade para emulsões 10.000 RPM e 15.000 rpm – 0,5%
Span80 (m/m), com diferentes percentagens de água. ........................................................ 51
Tabela 12: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões O/A,
10.000rpm - EM1 (80/20), EM2 (70/30), EM3 (50/50), EM6 (80/20), EM7 (70/30), EM8
(50/50). ................................................................................................................................ 58
Tabela 13: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões A/O,
10.000rpm - EM4 (30/70), EM5 (20/80), EM9 (30/70),EM10 (20/80). ................................... 59
Tabela 14: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões O/A,
15.000rpm – EM11 (80/20), EM12 (70/30), EM13 (50/50), EM16 (80/20), EM17 (70/30),
EM18 (50/50). ...................................................................................................................... 60
Tabela 15: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões A/O,
15.000rpm – EM14 (30/70), EM15 (20/80), EM19 (30/70),EM20 (20/80). ............................ 61
Tabela 16: Comportamento reológico das emulsões homogeneizadas a 10.000 rpm. ......... 63
Tabela 17: Comportamento reológico das emulsões homogeneizadas a 15.000 rpm. ......... 64
Tabela 18: Diâmetro de Sauter (d32) de 500 gotas de cada emulsão realizada no Image J. 69
Tabela 19: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro
4. ......................................................................................................................................... 75
Tabela 20: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro
4. ......................................................................................................................................... 78
Tabela 21: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro
4. ......................................................................................................................................... 79
LISTA DE QUADROS
EM: EMULSÃO;
K: NÚMERO DE FATORES;
Visc / V: VISCOSIDADE;
Cond / C: CONDUTIVIDADE;
Rot / R: ROTAÇÃO;
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 13
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 29
5.1 Materiais..................................................................................................................... 35
8 ANALISE ESTATÍSTICA............................................................................................... 74
9 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 80
11 REFERENCIAS ......................................................................................................... 83
11
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
(1)
Existem três tipos de emulsões: água em óleo (A/O), óleo em água (O/A), e
emulsões múltiplas. Emulsões A/O são formadas quando as gotículas de agua são
dispersas na fase contínua oleosa, O/A são formadas quando as gotículas de óleo
são dispersas na fase contínua aquosa e as emulsões múltiplas são sistemas
18
complexos onde A/O e O/A estão dispersos em outra fase contínua, conforme pode
ser observado pela análise da Figura 1 (KHAM, et al,. 2011).
∑
∑
(2)
3.2.3 Condutividade
A condutividade de emulsões A/O é bem menor que as de O/A, uma vez que
a condutividade elétrica da fase óleo pode ser de 100 a 1000 vezes menor que a
condutividade da fase aquosa. Portanto, se a emulsão é do tipo O/A, esta é boa
condutora, mas se é tipo A/O, a emulsão é má condutora (MORAIS, 2006).
Consequentemente, o ponto onde a emulsão inverte de fase (A/O para O/A
ou o inverso), corresponde a uma grande mudança na condutividade, o que pode se
detectado até com os condutivímetros mais rudimentares (SALAGER, 2000).
A determinação da condutividade elétrica das emulsões é assim capaz de
determinar o tipo de emulsão e monitorar sua estabilidade, verificando a integridade
da fase externa, principalmente daquelas armazenadas por longos períodos
(MORAIS, 2006).
(4)
Desta forma, embora haja mecanismos que impeçam a separação das fases,
o que ocorre é um atraso na separação e estabilidade da emulsão por uma
determinada faixa de tempo. A estabilidade termodinâmica indica como a separação
irá ocorrer e a estabilidade cinética indica a taxa na qual o processo ocorrerá
(ATKINS, 1994). A velocidade na qual ocorrerá o rompimento das gotas e a
separação das fases dependerá de diversos fatores, como sua composição,
estrutura, viscosidade, idade, pH, salinidade e condições de armazenamento
(MCCLEMENTS, 2005; MANNING & THOMPSON, 1995).
Uma emulsão é considerada estável quando pequena ou nenhuma mudança
ocorre no tamanho de gota da fase dispersa num determinado intervalo de tempo
(BECHER, 2001). No caso das emulsões geradas na produção de petróleo, a
maioria são cineticamente estáveis, devido à presença de agentes estabilizantes da
emulsão, também chamados surfactantes ou tensoativos, que se concentram na
interface óleo/água formando filmes que reduzem a tensão interfacial e evitam a
coalescência das gotas (KOKAL, 1999).
Quanto menor o tamanho de gota maior a estabilidade e mais difícil à
separação das fases (VAN DER ZANDE et al., 2000).
Apesar dos planejamentos fatoriais do tipo ser mais comuns, e que com
um número reduzido de níveis é praticamente impossível explorar de maneira
completa uma grande região no espaço das variáveis (>4), estes ainda se mostram
vantajosos, pois permitem verificar tendências importantes para a realização de
investigações posteriores (NEVES et al., 2002).
Segundo Montgomery (1984) os passos para um planejamento fatorial
completo poderão ser auxiliados pelo software STATISTICA® na análise dos
seguintes parâmetros:
Ajuste de modelos;
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Rotação
Composição da
Homogeneizador (rpm)/Tempo Caracterização Referência
emulsão
(min)
Reômetro Anton
PaarPhysica MCR
Óleo cru Mar do Kalesogluet
Mecânico 2000 / 60 301, NMR (Nuclear
Norte, NaCl, água al. (2012)
Magnectic
Resonance
N-heptano,
glicerina, óleos do Pena E
tipo OP3, OP10, X X X Carvalho
OP35, Talpa 30, (2009)
água, SDS
Reômetro Anton
Primol 352,
Paar Physica MCR
Poliisobutileno, Mecânico (Ika – Rodinova et
2000 / 15 301, NMR (Nuclear
Span 80, fase WerkeCo. Alemanha), al. (2014),
Magnectic
aquosa.
Resonance)
Microscópio ótico,
Vaselina líquida,
Mecânico (Ultra- 20000, 15000, Reômetro AR-G2, Almeida
Span 80, Twen 80,
Turrax digital T25) 10000 / 2 da TA Instruments. (2014)
água deionizada
X Filho et al.
Óleo cru, Brasil Polytron PT 3100 10000 / 3
(2012)
mecânicos, enquanto o tempo do processo varia entre três minutos a uma hora,
dependendo tipo de emulsão e finalidade do estudo. A caracterização é feita a partir
da microscopia ótica, NMR e MCR, reologia.
Cobos et al. (2012) em seu trabalho, estudou como as emulsões se
comportam atravessando microcapilares, sendo essas emulsões preparadas em
laboratório. Foram utilizados dois tipos de óleo, o SHELL Trivela 160 e o SHELL
Trivela 460. Esses óleos foram utilizados em cinco concentrações diferentes e foram
diluídos em um polímero para aumentar a viscosidade e a diferença de densidades
entre o óleo e a água. A emulsão foi preparada em um homogeneizador mecânico
com a rotação de 26500 rpm durante 3 minutos, o tamanho de gotas (DTG) foi
realizado por um microscópio ótico e a viscosidade no reômetro ARES (TA
Instruments).
Kalesoglu et al. (2012) em sua pesquisa faz uma investigação da reologia de
emulsões água em óleo com diferentes frações de volume aquoso. O óleo utilizado
foi um óleo cru retirado do Mar do Norte. As emulsões foram preparadas com NaCl
P.A em um homogeneizador mecânico a rotação foi de 2000 rpm durante 1 hora.
Nesta investigação, utilizaram-se técnicas NMR (ressonância magnética
nuclear) e DVM (vídeo microscopia digital) indicou-se que as emulsões tendem a
possuir uma média de tamanho de gotas por volta de 3 a 4 micrometros
(KALESOGLU et al., 2012).
Pena e Carvalho (2009) fizeram diferentes emulsões para o seu estudo,
usando óleos minerais e n-heptano puro na fase dispersa, água (pura ou com
surfactante o Dodecil Sulfato de Sódio chamado de SDS) e glicerina foram usadas
na fase contínua para modificar a diferença de viscosidade e densidade entre a fase
polar e apolar.
Rodinova et al. (2014) prepararam e caracterizaram uma emulsão sintética
visando reproduzir algumas características (como densidade, resinas, asfaltenos,
etc) típicas do óleo cru do Mar do Norte. Para o preparo da emulsão, os sistemas
foram submetidos a um homogeneizador digital (Ika – WerkeCo. Alemanha), em
uma rotação de 2000 rpm durante 15 minutos, entre o óleo Primol 352,
Poliisobutileno, o surfactante Span 83 e a fase aquosa variando de 0 a 0,7.
31
(5)
( ) (6)
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 Materiais
Parâmetros avaliáveis
Materiais
Tamanho de
Estabilidade Condutividade
gota
Óleo lubrificante
PETRONAS Possível Não possível Não possível
@URANIA CG – 4..
Emulsão de
vaselina em
Não possível Não possível Não possível
solução salina de
NaCl
Emulsão de
vaselina sem Possível Possível Possível
adição de NaCl
A fase óleo foi composta de vaselina e Span 80. A escolha do óleo mineral
vaselina líquida foi determinada a partir de testes preliminares com outros óleos
sintéticos ou minerais. Nestes testes realizados anteriormente alguma característica
(condutividade ou estabilidade ou tamanho de gotas) não foi possível de ser
avaliada, por exemplo na emulsão realizada com óleo diesel, foi possível observar o
tamanho de gotas das emulsões, porém não apresentava estabilidade, e
condutividade, sendo impossível trabalhar com essa composição de emulsão,
fazendo assim com que o objetivo do trabalho não fosse alcançado, conforme pode
ser observado no Quadro 2 .
Equipamento/
Marca Precisão Outros
modelo
Carga máxima =
Balança Mark série M BEL Engineering ± 0,01 g
1700 g
Ultra- turrax Digital haste modelo S25N-
IKA -
T15 25F
Precisão
Condutivímetro CG
Gehaka relativa 0,05% -
1800
(FE)
Câmera (dino eye)
Microscópio ótico
Alpha - Lentes disponíveis:
Eum 2000 series
10x, 20x, 40x, 100x.
Viscosímetro OFITE OFI Testing
± 0,001 RPM --
900 Equipment
Brookfield
Viscosímetro
Engineering ± 1% -
Brookfield Laboratories, inc
5.2 Métodos
Tabela 3: Composição das emulsões conforme a variação da % de água (m/m) em 10000 e 15000
rpm com 0,5% (m/m) de Span 80.
% de água 80 70 50 30 20
(m/m)
Óleo (g) 49,4 74,9 125,5 176,2 201,5
Água (g) 240 210 150 90 60
Span 80 (g) 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
Tabela 4: Composição das emulsões conforme a variação da % de água (m/m) em 10000 e 15000
rpm e com 1% (m/m) de Span 80.
% de água 80 70 50 30 20
(m/m)
Óleo (g) 47,7 73,1 123,86 174,9 200,2
Água (g) 240 210 150 90 60
Span 80 (g) 2,95 2,95 2,95 2,95 2,95
Variáveis Respostas
Condutividade
Viscosidade
Estabilidade cinética
Tamanho de gotas
Geradores do
K (Fatores) Frações Número de rodadas
planejamento
3 8
Rodada A B C
1 - - -
2 + - -
3 - + -
4 + + -
5 - - +
6 + - +
7 - + +
8 + + +
5.4.2 Reologia
1 1,70
2 3,40
3 5,11
6 10,21
10 17,02
20 34,05
30 51,07
60 102,14
100 170,23
200 340,46
300 510,69
400 680,92
600 1021,38
O procedimento seguido foi o descrito por Salager (2009) onde 500 gotas
foram analisadas para a determinação da distribuição do tamanho de gotas e do
diâmetro médio das gotas ou diâmetro de Sauter ( d 32 ) (Equação 1).
45
5.4.4 Condutividade
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 10: Teste de gota realizado, A) A/O (água em óleo), B) O/A (óleo em água).
Tabela 10: Análise de condutividade para emulsões 10.000 rpm e 15.000 rpm - 1,0% Span80
(m/m), com diferentes percentagens de água.
Figura 11: Análise de condutividade para emulsões 10.000 RPM e 15.000 rpm - 1,0% Span80 (m/m),
com diferentes percentagens de água (EM1 – EM5: linha azul, EM6 – EM10: linha vermelha).
180
160
140
Condutividade (mS/cm)
120
100
80
60
40
20
0
80 70 50 30 20
% de água
Tabela 11: Análise de condutividade para emulsões 10.000 RPM e 15.000 rpm – 0,5%
Span80 (m/m), com diferentes percentagens de água.
Figura 12: Análise de condutividade para emulsões 10.000rpm e 15.000 rpm – 0,5% Span80
(m/m), com diferentes percentagens de água (EM11 – EM15: linha azul, EM16 – EM20: linha
vermelha).
160
140
Condutividade (mS/cm)
120
100
80
60
40
20
0
80 70 50 30 20
% de água
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 13: Analise da estabilidade EM1, EM2, EM3, EM4, EM5 - 10.000 RPM - 1,0% Span80.
35
30
% Água decantada
25
20 EM1 (80/20)
EM2 (70/30)
15
EM3 (50/50)
10 EM4 (30/70)
EM5 (20/80)
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 20 11 12 13 14
Tempo de separação (dias)
Figura 14: Analise da estabilidade EM6, EM7, EM8, EM9 e EM10 - 10.000 RPM – 0,5% Span80.
40
35
30
25
% Água decantada
EM6 (80/20)
20 EM7 (70/30)
15 EM8 (50/50)
EM9 (30/70)
10
EM10 (20/80)
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 20 11 12 13 14
Tempo de separação (dias)
Figura 15: Analise da estabilidade EM11, EM12, EM13, EM14, EM15 - 15.000 RPM – 1% Span80.
35
% Água decantada 30
25
20 EM11 (80/20)
EM12 (70/30)
15
EM13 (50/50)
10 EM14 (30/70)
EM15 (20/80)
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 20 11 12 13 14
Tempo de separação (dias)
Figura 16: Analise da estabilidade EM16, EM17, EM18, EM19, EM20 - 15.000 RPM – 0,5% Span80.
35
30
% Água decantada
25
20 EM16 (80/20)
EM17 (70/30)
15
EM18 (50/50)
10 EM19 (30/70)
EM20 (20/80)
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 20 11 12 13 14
Tempo de separação (dias)
O volume de fases separada após 14 dias foi pouco alterada com a mudança
da porcentagem de surfactante, sendo observada uma tendência de maior
instabilidade nas emulsões com menor teor de surfactante, principalmente nas
emulsões O/A. Esta diferença é apenas observada nas emulsões EM12 e EM13,
que comparadas com as emulsões de mesma porcentagem de água (m/m) e mesma
56
Figura 17: Curvas de tensão de cisalhamento X taxa de cisalhamento de diferentes tipos de fluidos.
Nas emulsões com frações de água de 20% e 30% (m/m) (EM4 e EM5, EM9,
EM10, EM14, EM15, EM19 e EM20), que são as emulsões do tipo A/O, apresentam
características de fluidos com comportamento não newtoniano, o mesmo encontrado
por Ariffin (2017), pois não apresenta um comportamento linear, observando a curva
de escoamento (Figuras 19 e 21). De acordo com equação das curvas melhor
ajustadas (Tabelas 13 e 15), pode-se concluir que são fluidos pseudoplástico, ou
seja, em repouso, apresentam suas moléculas em um estado desordenado, e
58
Tabela 12: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões O/A, 10.000rpm -
EM1 (80/20), EM2 (70/30), EM3 (50/50) com 1 % de Span e com 0,5% de Span EM6 (80/20), EM7
(70/30) e EM8 (50/50).
Equação da curva de R² da curva de
escoamento escoamento
EM1 (80/20) y=0,0025x 0,995
EM2 (70/30) y=0,0059x 0,993
EM3 (50/50) y=0,0163x 0,995
EM6 (80/20) y=0,0031x 0,993
EM7 (70/30) y=0,0053x 0,998
EM8 (50/50) y=0,0126x 0,998
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 18: Curva de Escoamento, para emulsões O/A, 10.000rpm - EM1 (80/20), EM2 (70/30), EM3
(50/50), EM6 (80/20), EM7 (70/30), EM8 (50/50).
EM1
18
EM2
EM3
16 EM6
EM7
14 EM8
12
Tensao de cisalhamento (Pa)
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tabela 13: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões A/O, 10.000rpm -
EM4 (30/70) e EM5 (20/80) com 1 % de Span e com 0,5% de Span EM9 (30/70) e EM10 (20/80).
Equação da curva de R² da curva de
escoamento escoamento
EM4 (30/70) 0,995
EM5 (20/80) 0,982
EM9 (30/70) 0,995
EM10 (20/80) 0,961
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 19: Curva de Escoamento, para emulsões A/O, 10.000rpm - EM4 (30/70), EM5 (20/80), EM9
(30/70),EM10 (20/80).
EM4
EM5
200 EM9
EM10
180
160
140
Tensao de cisalhamento (Pa)
120
100
80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tabela 14: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões O/A, 15.000rpm –
EM11 (80/20), EM12 (70/30) e EM13 (50/50) com 1 % de Span e com 0,5% de Span EM16 (80/20),
EM17 (70/30) e EM18 (50/50).
Equação da curva de escoamento R² da curva de escoamento
EM11 (80/20) y=0,0041x 0,993
EM12 (70/30) y=0,0050x 0,994
EM13 (50/50) y=0,0145x 0,999
EM16 (80/20) y=0,0021x 0,903
EM17 (70/30) y=0,0014x 0,886
EM18 (50/50) y=0,0092x 0,867
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 20: Curva de Escoamento, para emulsões O/A, 15.000rpm – EM11 (80/20), EM12 (70/30),
EM13 (50/50), EM16 (80/20), EM17 (70/30), EM18 (50/50).
EM11
16 EM12
15 EM13
14 EM16
13 EM17
12 EM18
11
Tensao de cisalhamento (Pa)
10
9
8
6
5
4
3
2
1
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tabela 15: Equações das curvas de escoamento e o R² encontrado para emulsões A/O, 15.000rpm –
EM14 (30/70) e EM15 (20/80) com 1 % de Span e com 0,5% de Span EM19 (30/70) e EM20 (20/80).
Equação da curva de escoamento R² da curva de escoamento
EM14 (30/70) 0,994
EM15 (20/80) 0,984
EM19 (30/70) 0,994
EM20 (20/80) 0,900
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 21: Curva de Escoamento, para emulsões A/O, 15.000rpm – EM14 (30/70), EM15 (20/80),
EM19 (30/70),EM20 (20/80).
200 EM14
EM15
180 EM19
EM20
160
140
120
Tensao de cisalhamento (Pa)
100
80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200
.
66
Figura 22: Distribuição e Tamanho de Gotas (DTG) das emulsões do tipo O/A. a) rotação de
10.000rpm e b) rotação de 15.000 rpm.
a)
b)
Diâmetro de gotas (μm)
Figura 23: Distribuição e Tamanho de Gotas (DTG) das emulsões do tipo A/O. a) rotação de
10.000rpm e b) rotação de 15.000 rpm.
a)
b)
Diâmetro de gotas (μm)
Fonte: Elaborado pelo autor.
68
Tabela 18: Diâmetro de Sauter (d32) de 500 gotas de cada emulsão realizada no Image J.
pequenos, (Becher, 2001). Devido a fase contínua destas emulsões valores mais
elevados de condutividade foram observados quando comparados com os valores
encontrados para as emulsões do tipo A/O.
Condutividade maior
Menor estabilidade
Emulsões O/A
Tamanho de gotas
tende a ser maior
Condutividade menor
Maior estabilidade
Emulsões A/O
30/70 20/80
Maior Viscosidade
Tamanho de gotas
tende a ser menor
Figura 26: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de 10.000rpm e 1%
de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
160
140
120
100
Condutividade
80
Viscosidade
60
40 Tamanho de gotas
20
0
80 70 50 30 20
Figura 27: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de 10.000rpm e
0,5% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
200
150
Condutividade
100
Viscosidade
50 Tamanho de gotas
0
80 70 50 30 20
Figura 28: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de 15.000rpm e 1%
de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
140
120
100
80 Condutividade
60 Viscosidade
40 Tamanho de gotas
20
0
80 70 50 30 20
Figura 29: Comparação entre as variáveis respostas das emulsões com rotação de 15.000rpm e
0,5% de Span 80 (m/m), variando a porcentagem de água de 20% a 80% (m/m).
160
140
120
100
Condutividade
80
Viscosidade
60
40 Tamanho de gotas
20
0
80 70 50 30 20
8 ANALISE ESTATÍSTICA
Tabela 19: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro 4.
Efeito p
Interação 39,6700 0,000098
(1) % agua 3,9150 0,038123
(2) Rotação -18,9900 0,001714
(3) Span 80 -9,3800 0,006968
(1) com (3) -4,6550 0,027420
(2) com (3) -10,1400 0,005971
Fonte: Elaborado pelo autor
– (8)
76
Tabela 20: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro 4.
Efeito p
Interação 59,525 0,001054
(1) % agua -112,790 0,001174
(2) Rotação 25,085 0,022967
(3) Span 80 -16,390 0,051450
(1) com (2) -24,425 0,024180
(1) com (3) 16,820 0,049041
Fonte: Elaborado pelo autor
– (9)
Tabela 21: Estimativa de efeitos, para emulsões A/O e O/A baseados nos dados do Quadro 4.
Efeito p
Interação 81,88000 0,000019
(1) % agua 99,38500 0,000327
Fonte: Elaborado pelo autor
(10)
80
9 CONCLUSÃO
Através deste estudo foi possível observar uma relação importante entre as variáveis
respostas. A viscosidade é inversamente proporcional a condutividade, e o ponto
onde as curvas se interceptam em um gráfico das variáveis respostas versus
concentração de água é identificado como a região de inversão das emulsões do
tipo O/A para o tipo A/O. Está relação pode ser utilizada na caracterização das
emulsões para que o petróleo seja transportado em tubulações com a menor perda
de carga, auxiliando na identificação da inversão de fases, já que emulsões do tipo
O/A são menos viscosa que emulsões do tipo A/O.
10 TRABALHOS FUTUROS
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VAN DER ZANDE, M. J.; CURRIE, P. K.; Droplet break-up in turbulent oil-inwater
flow through a restriction. PhD Thesis, TU Delf University of Technology, 2000.
94
AGRADECIMENTOS
Agradeço a toda minha família e amigos que sempre estiveram presentes nessa
longa jornada e que nunca me deixaram desistir.