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CAPÍTULO 4: LIGAÇÕES

4.1. INTRODUÇÃO
Nas estruturas metálicas as ligações entre os elementos podem ser feitas por meio de
rebitagem, aparafusamento ou soldadura.

4.1.1. Rebitagem

Por muitos anos, a rebitagem foi o único método de ligação de estruturas metálicas.
Actualmente, devido à facilidade de execução e economia da soldadura e utilização de
parafusos de alta resistência, o uso de rebites reduziu significativamente ao ponto de
praticamente já não serem utilizados. Contudo, os regulamentos ainda reconhecem a sua
aplicação para a maioria das estruturas. Os rebites utilizados na construção são
usualmente feitos de aço macio que não se torna quebradiço quando aquecido ou
martelado com uma pistola de rebitagem. Os rebites precisam usualmente de um grupo de
3 a 4 operários para serem instalados. Este excesso de mão de obra, associado ao ruído
produzido durante a instalação contribuiram consideravelmente para o desaparecimento
dos rebites nas construções modernas. Embora o material dos parafusos seja mais caro
que o aço dos rebites, as vantagens de execução de ligações aparafusadas continuam a
superar de longe as da utilização de rebites.

4.1.2. Aparafusamento

O Aparafusamento de estruturas metálicas é um método que confere rapidez na execução


de obras (montagem “in situ”). Requer mão de obra menos laborada que a rebitagem e a
soldadura e consequentemente, leva uma distinta vantagem sobre os outros métodos de
ligação. As juntas obtidas usando parafusos de alta resistência são superiores em
perfomance e economia que as juntas rebitadas, facto que tornou o aparafusamento como
o método principal de ligação de elementos estruturais de aço, em obra.
Existem dois tipos de parafusos utilizados na ligação de elementos de estruturas de aço: o
primeiro tipo, parafusos comuns ou ordinários, é utilizado em estruturas ligeiras sujeitas
a cargas estáticas ou para ligação de elementos secundários. São feitos a partir de aços
com baixo teor de carbono. Este é o tipo de ligação mais barato. O segundo tipo,
parafusos de alta resistência, são feitos de aços com teores médios de carbono, laminados
a quente e têm resistências à tracção maiores que as dos parafusos ordinários.

4.1.3. Soldadura

Soldadura é a união de duas peças de metal pela aplicação de calor ou através de fusão.
As superfícies dos elementos são aquecidas, permitindo a fusão conjunta das partes,
usualmente com a adição de um metal de união.
A soldadura de arco é executada por meio de um arco eléctrico ou por um processo de
gás (maçarico oxiacetilénico). É adicionada uma protecção para controlar o metal de
união e melhorar as propriedades da soldadura pela prevenção da oxidação e usualmente
providenciada por uma escória em volta dos eléctrodos utilizados para unir as peças de
metal. Existem vários tipos de cordões de soldadura, dentre os quais se destacam:
- Cordões de topo: cordões que unem peças colocadas topo a topo, no
prolongamento umas das outras, tendo ou não os eixos coincidentes.
- Cordões de ângulo: cordões que ligam as peças colocadas com sobreposição ou
que se intersectam
- Soldadura por entalhe: os elementos são ligados por cordões executados na
periferia de entalhes ou furos (deve ser usada somente em casos especiais).

4.1.4. Disposições Regulamentares Gerais (R.E.A.E)

Artigo 12° - Espessuras mínimas


Não devem ser utilizados elementos estruturais de espessura inferior a 4 mm. Em casos
de ambientes corrosivos, a espessura dos elementos não deverá ser inferior que 7 mm.

Artigo 13° - Disposição dos elementos


Os elementos principais das estruturas planas devem, quanto possível, ter secções
simétricas em relação ao plano médio dessas estruturas. Nas estruturas tringuladas deve
ainda procurar-se que os elementos concorrentes numa ligação fiquem dispostos de modo
que os seus eixos concorram num ponto (nó).

Artigo 14° - Variações de secção


Devem evitar-se nos elementos das estruturas ou das suas ligações, variações bruscas de
secção ou enfraquecimentos localizados.

Artigo 15° - Tipos de ligações


As ligações entre elementos das estruturas podem ser executadas por rebitagem,
aparafusamento ou soldadura.
Numa ligação deve evitar-se, para a transmissão dos esforços, a utilização da soldadura
em conjunção com rebitagem ou com aparafusamento.

Artigo 16° - Contraventamentos


Devem ser previstos contraventamentos entre os elementos principais das estruturas, de
modo a garantir o seu funcionamento conjunto.

Artigo 17° - Conservação


Devem ser evitadas as disposições construtivas que dificultem a conservação das
estruturas, nomeadamente as que dificultem a aplicação de pintura ou favoreçam a
retenção de água.

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