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FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES

FACULDADE DE ENGENHARIA SOUZA MARQUES

SOLDAGEM

SANDRA PENHA DE SOUZA ALMEIDA

RIO DE JANEIRO/2017
SOLDAGEM

1 – INTRODUÇÃO
No passado a união entre os elementos constituintes de estrutura era obtida pelo
emprego de rebite.
Esse processo é caro por demandar reforços nas costuras rebitadas que de outra
forma se constituem em seções menos resistentes.
Moderadamente emprega-se uniões por solda.
A soldagem é hoje em dia muito utilizada na construção civil para pré-fabricação
de elementos de estrutura metálica que posteriormente são montadas no canteiro de
obras com o emprego de parafusos.
Entre os muitos processos de uso mais comum na construção civil são:
- Arco elétrico com eletrodo revestido
- Arco submerso
- Arco com proteção gasosa
- Solda oxiacetilênica

2 -ARCO ELÉTRICO COM ELETRODO REVESTIDO.


Nesse processo de soldagem o calor obtido do arco elétrico formado entre o metal
base e o eletrodo. A tensão no arco pode variar de 15 a 45 volts e a corrente de 20 a
600 Amperes conforme o tamanho do eletrodo, a espessura das partes soldadas e da
velocidade de decomposição do cordão de solda, figura 1.

Figura 1 - https://www.esab.com.br/br/pt/education/apostilas/upload/1901097-
rev1_apostilaeletrodosrevestidos_ok.pdf 2017/09 pg 5.
Forma-se uma poça de metal líquido que recebe adição de metal vindo do eletrodo
por transparência em curto circuito ou forma de glóbulos que após solidificação vem se
constituir no cordão de solda. Enquanto no estado líquido a poça deve ser protegida da
ação oxidante do cordão de solda. Essa proteção conseguida através da queima do
revestimento que promove a formação de uma atmosfera local não oxidante.
O material do revestimento produz também uma camada isolante sobre o cordão
de solda recém solidificado que diminui e homogenisa a sua velocidade de resfriamento
que minimiza o risco da formação de trincas por contração térmica. Essa camada
(escória) é removida mecânicamente por meio de martelamento e por emprego de
escovas metálicas, após o resfriamento do cordão.
Através da escolha de eletrodos adequados e de processo de soldagem próprio é
possível obter juntas soldadas resistentes mecânicamente que o próprio metal base.
Esse processo de soldagem é muito versátil aceitando trabalhar em todas as
posições inclusive vertical ou sobre cabeça.

3 - ARCO SUBMERSO
Esse é o método de soldagem elétrica que se utiliza de uma camada de proteção de
material mineral em forma granular que se liquefaz quando da aproximação do arco
elétrico. Esse processo é principalmente utilizado a fabricação em grande escala por
método automático, de peças de aço em oficinas, figura 2.
O material de proteção em forma de pó é derramado imediatamente a frente da
zona da solda. Na zona da solda o material de proteção se liquefaz e com isso protege
eficientemente a poça de fusão dos efeitos da atmosfera. Como a atmosfera é excluída
da solda o eletrodo é constituído por um arame nu que pode ser alimentado
continuamente na zona de solda a partir de bobinas de longo tamanho eliminando com
isso as interrupções provocadas pela constante troca de eletrodo que é inevitável no
processo de Arco elétrico com eletrodo revestido.
Figura 2 - https://slideplayer.com.br/slide/10306077/ 2017/09. Slide 45.

O processo não forma clarão que requeira proteção para a vista do operador.
A escória produzida pela solidificação do pó de proteção depois que a solda se
resfria e é removida muito facilmente.
O campo de utilização do processo é limitado pela capacidade do equipamento e
principalmente pela posição.
Atualmente é possível soldar de 0,7 mm até 75 mm em um único passe.
Materiais com maior espessura podem ser soldados empregando vários passes.
A velocidade do cordão pode chegar a 5m/min em chapa fina. As correntes
exigidas dependem do material a ser soldado e são em geral de 6 a 10 vezes maiores do
que no eletrodo revestido. As intensidades de corrente podem chegar até 4000 A o que
corresponde a corrente necessária para soldar chapas de aço carbonetado 75 mm de
espessura em um único passo.
Devido à natureza do processo as soldas têm que ser feitas numa posição plana.
Chapas com menos de 1/2" não requerem chanfro no bordo a ser soldado.
4 – ARCO COM PROTEÇÃO GASOSA
Este processo emprega uma atmosfera de gás inerte ou ativo para proteger a poça
de fusão da oxidação. O eletrodo é introduzido em forma de metal e não ocorre a
formação de escória. O processo se ajusta a soldagem de um número muito grande de
materiais, entre eles magnésio, alumínio, aço inoxidável, aço de alta liga, figura 3.

Figura 3 - https://www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_arames_tubulares.cfm
2017/09.

Os gases utilizados são geralmente, Hélio ou CO2.


Distinguem-se três tipos de métodos o TIG (Tungsten Inert Gás) o MAG (Metal
Active Gás) e o MIG (Metal Inert Gás).
NO TIG o eletrodo é de tungstênio e não se consome sendo o metal de adição
acrescentado manualmente junto a poça de fusão.
No MIG o eletrodo é um arame alimentado numa velocidade controlada.
No MAG o processo é idêntico ao MIG só variando o gás utilizado que nesse caso
é o CO2.
Ambos os métodos empregam os maçaricos capazes de escoar gás com pressão e
velocidades controladas em torno do eletrodo para máxima efetividade da proteção
gasosa.

5- SOLDA OXIACETILÊNICA
Nesse processo de soldagem a fonte de calor resulta da queima de uma mistura de
oxigênio e acetileno quando se obtém uma temperatura de chama de 2700 ºC a 3300 ºC.
Variando-se a proporção de oxigênio e acetileno na estrutura as atmosferas podem
ser neutras, oxidantes ou redutoras. Na maioria das aplicações usa-se chama neutra ou
levemente redutora.
O processo é aplicado com sucesso para soldas de praticamente todos os metais
fazendo uso eventualmente de um fluxo acrescentado em forma de pó na zona de fusão.
O cordão de solda pode ser formado com ou sem emprego de metal de adição. No caso
em que se utiliza metal de adição este é acrescentado manualmente em forma de vareta
de metal nu. O processo é particularmente usado quando se trata de soldar chapas finas
ou pequenas peças. Em construção civil o método é pouco utilizado em soldagem. O
emprego de maçaricos oxiacetilênicos em construção de estruturas de aço é muito
comum para o corte de chapas e perfis, figura 4.
Nesse caso a chama é regulada para ser oxidante e um forte jato de oxigênio
remove o material fundido.

Figura 4 - https://files.comunidades.net/mutcom/Solda_oxiacetileno.pdf 2017/09. Slide 14.


6 - DEFEITOS NAS JUNTAS SOLDADAS
A produção de juntas soldadas por processo a gás ou a arco depende de muitas
variáveis envolvendo técnica e habilidade do operador e dessas variáveis podem
ocasionar defeitos mecânicos na solda.
Alguns defeitos que podem ser detectados por uma simples análise visual externa
são: mordeduras, excesso de reforço no cordão de solda, provocando cantos vivos, falta
de metal de adição caracterizado pela concavidade na região do metal de adição e
respingos, figura 5.

Figura 5 -
http://www.servsolda.com.br/v/index.php?option=com_content&task=view&id=11&Itemid=13. 2017/09.

Outros defeitos limitados ao interior do cordão e escapam ao exame visual, são


eles: porosidade provocada por gases capturadas pela solidificação da peça líquida,
inclusão de escória, zonas de fusão incompletas entre o metal de fusão e o metal base e
trincas que resultam das tensões de contração.
Em tempos remotos utilizava-se estetoscópio médico de modo a detectar
variações no som observado em diferentes posições nos cordões de solda provocado por
um golpe de martelo.
Atualmente usa-se raio X, ultrassom e partículas magnéticas.
7 - BIBLIOGRAFIA
ALCANTARA, N. G. - Tecnologia de Soldagem - Módulo Básico. Associação
Brasileira de Soldagem - 1ª edição – 1990

MARQUES, P. V. - Tecnologia de Soldagem. HFMG - 1ª edição – 1991

TANIGUCHI, C.; OKUMURA, T. - Engenharia de Soldagem e Aplicações. Livros


Técnicos e Científicos Editora S.A. - 1978

WAINER, E. - Soldagem: processos e metalurgia. - Editora Edgard Blucher - 1992

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