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MEDIÇÕES DE EXTENSÃO
RIO DE JANEIRO/2017
MEDIÇÕES DE EXTENSÃO
1 - INTRODUÇÃO
A avaliação precisa de comprimentos e ângulos é importante em muitos
problemas de engenharia.
Peças sujeitas a ajustagens delicadas exigem frequentemente a determinação de
cotas com precisão na ordem de milésimo de milímetro.
A exatidão na medição de comprimentos ou ângulos é desejável mesmo em
ocasiões onde o aspecto geométrico não é de interesse direto. É o caso da
determinação da pressão atmosférica com barômetro de mercúrio ou da determinação
do índice de refração de uma substancia num goniômetro, que são feitas indiretamente
através de medição de comprimentos e ângulos.
O poder separador de um olho normal permite distinguir dois pontos cujas
distancia seja aproximadamente 0,1 mm.
Poderíamos então teoricamente construir réguas graduadas em décimos de
milímetro, entretanto, a espessura que teriam os traços da graduação torna impossível
sua realização prática.
Para avaliar frações inferiores a 1 mm existem dispositivos os mais diversos.
Quando se pretende precisão até a casa dos décimos de milímetro os instrumentos
habitualmente empregados baseiam-se no princípio do Vernier. No caso de se desejar
precisão da ordem de centésimo de milímetro o Vernier já se torna pouco prático.
Neste caso empregam-se instrumentos que funcionem dentro do princípio de parafuso
micrométrico. Além da casa dos centésimos de milímetro, entra-se no campo da
aplicação dos instrumentos óticos, dos comparadores de relógio, dos comparadores
pneumáticos e dos instrumentos eletrônicos.
2 – ESTUDO DO VERNIER
Tem por objetivo avaliar frações de uma escala graduada.
Figura 1
Consiste em uma pequena régua que desliza sobre uma escala fixa.
A sensibilidade S do vernier é por definição o menor comprimento que se pode
medir por seu intermédio.
r
S
N
r – menor divisão da escala principal.
N – número de divisões do vernier.
Para a determinação de um comprimento procede-se da seguinte forma:
a – Coloca-se o corpo a medir de modo que uma de suas extremidades
corresponda ao zero da escala fixa e desloca-se a escala móvel de modo que seu zero
corresponda a outra extremidade.
b – Determina-se o número n do traço da escala móvel que se acha em
coincidência com alguma das divisões da escala fixa e a leitura inteira l0 sobre a escala
fixa compreendida entre o zero desta escala e o zero da escala móvel.
Sendo S a sensibilidade do vernier teremos para valor do comprimento
l = l0 + (n x S)
No exemplo da figura 1 se a menor divisão da escala fixa fosse de 1 mm,
teríamos:
r 1
S 0,1mm
N 10
l0 = 10 mm
n=6
então:
l = 10 + (6 x 0,1)
l = 10,6 mm
Deve-se ainda saber que:
a – A leitura do traço n deve ser realizada numa visada vizinha da normal para
eliminar erros de paralaxe.
b – Se nenhum dos traços da escala móvel coincidir rigorosamente com um traço
da escala fixa existirão sempre dois traços n e (n + 1) da escala móvel que estarão mais
perto da coincidência. Neste caso a leitura da parte fracionária será feita ou por falta,
considerando (n x S) ou por excesso, considerando [(n + 1) x S]; de qualquer forma o
erro será inferior à sensibilidade do instrumento.
É possível adaptar um vernier para avaliação de frações numa escala angular,
figura 2. O dispositivo passa a ser denominado nônio.
Figura 2
3 – PAQUÍMETRO
O paquímetro permite fazer medidas lineares diversificadas tais como:
- Diâmetros internos.
- Diâmetros externos.
- Espessuras.
- Profundidade dos furos.
Basicamente consta de:
a – escalas fixas no sistema decimal e no sistema inglês.
b – cursor que desliza ao longo das escalas fixas e possui os Verniers
correspondentes.
c – pernas, uma solidária ao cursor outra solidária à escala fixa. Existem
instrumentos que além das pernas possuem do lado oposto duas esperas onde são feitas
as medições de diâmetro e espessuras internas.
d – haste para profundidade.
e – sistema de fixação do cursor.
Conforme figura 3.
Figura 3
Geralmente os paquímetros em milímetros são construídos com as seguintes
sensibilidades:
1 mm 1 mm 1 mm
S S S
10 div 25 div 50 div
Os paquímetros em polegadas
1 pol 1 pol 1 pol
S S S
64 div 128 div 1000 div
Figura 4
O instrumento consiste de uma régua graduada vertical fixada a uma sapata; sobre
a régua desliza um cursor com vernier. Por meio de uma braçadeira pode-se fixar ao
cursor pontas auxiliares para medir cotas especiais inacessíveis a pontas comuns.
Figura 5
5 – MICRÔMETRO COMUM
É usado para medidas externas.
Consta de um parafuso micrométrico, espera, apalpador, trava e catraca.
A catraca serve para limitar o aperto entre o apalpador e a espera.
Quando o aperto atinge certo valor a catraca dispara e gira sem transmitir esforço
ao parafuso figura 6.
Ao operar com micrômetros um cuidado muito importante a tomar é o de apertar
o parafuso micrométrico apenas pela catraca. Se o aperto for dado diretamente sobre o
tambor a tendência é desgastar rapidamente os filetes do parafuso provocando dano
irreparável ao instrumento.
Como o micrômetro é um instrumento muito sensível o desgaste que o uso
frequente provoca nas extremidades da sapata e do apalpador influencia as medições.
Para corrigir esta influência inclui-se na fórmula geral de utilização do parafuso
micrométrico um fator de correção.
l = l0 + [n x (S ± 1)]
onde l é a leitura residual que o micrômetro fornece quando faz-se encostar o
apalpador na espera.
Figura 6
A sensibilidade usual dos micrometros é
S = 0,01 mm/div
Existem, entretanto, certos aparelhos que possuem um vernier para avaliar fração
da menor divisão da escala móvel que ultrapassa o traço de referência.
Figura 7
5.2 – MICRÔMETRO DE PROFUNDIDADE
É usado para medir a distância que vai do fundo de um orifício ou rasgo até sua
borda. Como os demais micrômetros tem o curso do parafuso limitado a 25 mm e pode
ser montado com apalpadores de extensões variáveis, figura 8
Figura 8
6 - BIBLIOGRAFIA
ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. J. Física: um curso universitário. 2. ed. São
Paulo: Edgard Blucher, 2001.
YOUNG, H.; FREEDMAN, Roger A. Física l - IV. 12 ed. São Paulo: 2008.