Você está na página 1de 7

FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES

FACULDADE DE ENGENHARIA SOUZA MARQUES

ATRITO

LUCINDA CUSTÓDIO REBELO

RIO DE JANEIRO/2017
ATRITO

1 – INTRODUÇÃO
No estudo do atrito entre superfícies em contato dois são os casos a considerar.

2 – ATRITO ESTÁTICO
Define-se coeficiente de atrito estático entre duas superfícies não dotadas de
movimento relativo como o maior valor atingido pela relação entre a força tangencial
aplicada F e a força normal N entre as superfícies antes de se iniciar movimento
relativo, figura 1.

Figura 1.

3 – ATRITO CINÉTICO
O coeficiente de atrito cinético entre duas superfícies dotadas de movimento
relativo é a relação entre a força tangencial aplicada capaz de manter as superfícies em
movimento relativo uniformes e a força normal entre eles.
F
 sendo v ≠ 0
N

4 – LEIS DO ATRITO
A força e o coeficiente de atrito obedecem a determinados princípios que alguns
autores enunciam sob a forma de leis.
- A força de atrito tem sempre o sentido oposto ao deslocamento, no caso do atrito
estático seu sentido é oposto ao da resultante das forças tangenciais.
- A força de atrito é proporcional ao valor da componente normal N entre as
superfícies, o fator de proporcionalidade é o coeficiente de atrito.
- O valor do coeficiente de atrito depende principalmente do grau de polimento
das superfícies e da espécie dos materiais em contato. Entende-se por atrito direto o
atrito entre superfícies sem interposição de substância estranha e por atrito indireto o
caso oposto.
No caso de atrito direto a pressão de contato e a velocidade só exercem influência
no caso de atingirem valores grandes.
No atrito indireto é sensível a influência da velocidade da pressão de contato, da
temperatura e da natureza do material que se interpõe entre as superfícies.
- O coeficiente de atrito estático é maior que o coeficiente de atrito cinético. A
diferença é acentuadamente mais importante no caso de atrito indireto.

5 – EFEITOS DO ATRITO
Três são os efeitos básicos do atrito.
- Sendo a força de atrito contrária ao deslocamento seu trabalho é negativo, o que
implica num consumo de energia.
- O trabalho produzido pela força de atrito é transformado em grande parte em
calor. O aquecimento resultante pode vir a causar danos de monta nas máquinas.
Nas máquinas o atrito é quase sempre indireto existindo entre as superfícies uma
camada protetora de lubrificante. Com o aquecimento o lubrificante perde suas
características o que faz aumentar ainda mais o calor dissipado. Este processo de
recorrência pode conduzir a temperaturas muito elevadas chegando mesmo a fusão das
superfícies metálicas.
Na linguagem de oficina diz-se então que as superfícies “grimparam”.
- O atrito tende a desgastar as superfícies. Este efeito é particularmente sensível
nos casos de atrito direto.

6 – ÂNGULO DE ATRITO
Seja um corpo em repouso sobre uma superfície (figura 1) sujeito a ação de uma
força F tangencial. Suponha-se que esta força seja suficientemente pequena para não
produzir movimento no corpo.
Nessa situação a resultante das forças de atrito entre as superfícies vale –F.
A reação entre as superfícies em contato é a resultante entre a força normal N e a
resultante das forças de atrito F, figura 2.

Figura 2.
Pela figura 2 conclui-se que:
|F| = N tgα
No caso particular da força F assumir o valor suficientemente grande para
produzir no corpo a iminência de deslocamento, teremos por definição:
F = N fφ
Onde φ é o coeficiente de atrito estático.
Neste caso o ângulo α assume o valor particular que é o ângulo máximo que a
reação do plano pode fazer com a normal à superfície de contato. A esse valor dá-se o
nome de ângulo de atrito.
F = N tgφ
Logo:
f = tg φ
Existe um método simples para se obter o valor de tgφ e por esse caminho chegar
ao valor do coeficiente de atrito entre duas superfícies. Consiste em formar com uma
das superfícies um plano de inclinação variável e com outra um corpo de prova, figura
3.
Figura 3.
No plano inclinado F = N tgα
Se for dado ao plano inclinado uma pequena inclinação inicial tal que o corpo
continue sem se mover teremos a resultante das forças de atrito anulando a componente
tangencial F da força P.
Se a inclinação α for lentamente aumentada chega-se a um limite em que a
resultante das forças de atrito não mais aumenta.
Nessa situação tem-se:
α=φ e f = tgφ
Daí em diante a qualquer novo incremento em α rompe-se o equilíbrio estático e o
problema passa a ser estudado do ponto de vista dinâmico.

7 – ESTUDO DO ATRITO ENTRE CORDA E TAMBOR FIXO


Seja um tambor fixo sobre o qual desliza uma corda que deve vencer uma
resistência útil T2 mediante uma força motriz T1, figura 4.

Figura 4.
Vamos calcular o valor mínimo de T 1 para provocar o deslizamento, desprezando
o peso da corda.
Seja α o ângulo de contato entre a corda e o tambor, medido em radianos.
Consideremos o elemento dS da corda sobre o qual atuam as forças T, (T + dT), a força
de atrito dF e a força normal de reação do tambor dN, figura 5.

Figura 5.
O valor procurado de T1 provoca o deslizamento com a velocidade uniforme e
então o elemento dS está sujeito a um sistema de forças equivalente a 0.
Assim, as projeções dessas forças sobre a tangente à superfície de contato
conduzem à:
dT = dF
como dF = f dN
dT = f dN
O valor de dN pode ser calculado pela figura 5 que é uma ampliação esquemática
do elemento dS da figura 4.
dN = T tg dα
Como dα é infinitamente pequeno podemos assinalar tg dα a dα então:
dT = f T dα
Integrando esta equação diferencial para os elementos compreendidos no ângulo
de contato entre corda e tambor teremos T1 e T2 como valores limites de T.
T1 
dT
T T  0 fd
2
ln T1  ln T2  f
T1
ln  f
T2

T1  T2 e f
Onde T1 - força motriz
T2 - força resistente útil
e = 2,718 (base dos logaritmos neperianos
f – coeficiente de atrito estático
α – ângulo de contato definido pelas normais nos pontos inicial e final de contato,
medido em radianos.
A resultante F = T1 – T2
F  T2 (e f  1)

8 - BIBLIOGRAFIA
ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. J. Física: um curso universitário. 2. ed. São
Paulo: Edgard Blucher, 2001.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert: WALKER Jearl Fundamentos de física, l


- IV 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

TIPLER, Paul; LLEWELLYN, Ralph A. Física moderna:. 3. ed. Rio de Janeiro:


LTC 2001.

YOUNG, H.; FREEDMAN, Roger A. Física l - IV. 12 ed. São Paulo: 2008.

Você também pode gostar