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Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Centro de Engenharias e Ciências Exatas - CECE


Engenharia Química

Pré-relatório de Física Experimental II


PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES: Força de Empuxo

Autoria: Agatha Lima François [1]

Leonardo Galuppo Dalazem [2]

Grupo 4 da Turma I,

Curso de graduação em Engenharia Química, Unioeste – Campus de Toledo

Data de realização: 17/03/2023

Data de entrega: 20/03/2023

[1] Agatha Lima François: E-mail agatha.francois@unioeste.br, Celular (45) 9.8818.9691

[2] Leonardo Galuppo Dalazem: E-mail leonardo.dalazem@unioeste.br, Celular (46) 9.9138.4959


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Acerca da mecânica dos fluídos, torna-se indispensável no âmbito da física o estudo


da matéria que exibe fluidez ou certa facilidade em deformar-se, alternando entre estados
de equilíbrios enquanto apresenta condições de forças não nulas. Nesse sentido, o estudo
do comportamento dos fluídos é dividido em dois contextos, onde um deles abrange o
estado de equilíbrio e o outro não, sendo denominados respectivamente Hidrostática e
Hidrodinâmica. Esse estudo, parte de duas abordagens que seguem o princípio de
equivalência, entretanto, a complexidade de suas aplicações é distinta. Em uma delas,
chamada de método de Lagrange, utiliza-se de sistemas de N equações que predizem a
trajetória para N partículas do fluído em questão, onde N →∞, envolvendo as diversas
forças internas e externas atuantes em cada partícula, enquanto o outro método, chamado
de método de Euler, as essas forças externas e internas modificam o espaço criando um
campo de ação, onde a trajetória das partículas já é pré-definida, levando em conta o
espaço, e não a individualidade de cada partícula.

Neste contexto, o fator caracterizante do estudo dos fluídos é a massa específica


das partículas presentes, visto que o escoamento de cada partícula ao longo de linhas de
corrente é o fator condicionante do vetor velocidade, como consequência de como cada
ponto do espaço foi perturbado ou não, divergindo em meio ao âmbito da hidrostática e
hidrodinâmica. Em vista disso, a densidade é utilizada no estudo pois o volume é um
parâmetro modificado de acordo com as forças presentes no escoamento, sendo a
característica inercial que permite captar todas as mudanças dinâmicas entre as linhas de
corrente. Logo, utiliza-se do conceito volumétrico na maioria dos parâmetros presentes no
escoamento, como momento linear volumétrico, representado abaixo.


P →
=Pvol= ρV
V

Acerca disto, o estudo desta prática envolve o campo hidrostática da mecânica dos
fluídos, abordando a primordialmente a Primeira Lei de Newton onde se há o Equilíbrio de
forças e consequentemente a não variação de momentum, e ainda, exigindo do método de
estudo de Euler. Dessa forma, no equilíbrio de forças condicionante da hidrostática, o fluído
tende a permanecer em repouso ou estado cinético de velocidade constante, onde tem-se
um campo de velocidades no qual cada ponto e a todo instante a velocidade não se altera.
Seguindo essa lógica, sem variações de velocidade de escoamento, ou seja, sem
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perturbações dinâmicas, não há linhas de corrente ou consequência delas. Em vista disso,


para o equilíbrio de forças acontecer, o balanço de forças exige forças contrárias a aquelas
tidas como forças volumétricas. Dessa forma, como consequência da aplicação de forças
volumétricas, tem-se a origem de forças superficiais, desta vez, correlacionadas com a área
da superfície de contato. O caso da inexistência de forças volumétricas, como gravidade
nula e forças centrifugas nulas (sem rotação), as forças superficiais também são nulas.

Em geral, cada força volumétrica apresenta uma reação associada, ou seja,


correspondente em força superficial, devido a Primeira Lei de Newton. Neste caso, a
compressão de um fluído é ocorrente do empilhamento de camadas que apresentam forças
volumétricas, tendo como resposta uma força superficial proporcional. Para isso, no
contexto da Primeira e da Terceira Lei de Newton, o caso de correspondência de forças
volumétricas e superficiais pode ser visto abaixo.

→ →
f vol ,i → f ¿ ,i (terceira L. N .)

→ →
∑ f vol ,i +∑ f ¿,i =0( primeira L . N .)

Logo, no caso de forças compressivas, ou seja, das forças que estão atribuídas na
área de contato entre as camadas, tem-se o aumento das forças superficiais a medida do
aumento da área de contato, trazendo a pressão a esta relação. Este caso é demonstrado a
seguir.

|F |∝|A|

¿

P ( z )=
|F (z)|

|A ( z)|


F ( z )=−P(z )⃗
A( z)

(o sinal negativo é proveniente do indicativo de compressão)


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Levando em conta que a primeira Lei de Newton, o somatório de forças volumétricas


e superficiais pode ser expresso como razão entre estes e a variação de volume, e ainda,
essa variação de volume pode ser expressa como uma área de contato e a variação de
altura. Seguindo essa lógica, levando o limite desta variação de altura a zero, obtém-se a
relação entre as forças e o gradiente de pressão, como demonstrado abaixo no contexto da
força volumétrica gravitacional.

→ →
Fg F¿
+ =0( primeira L . N .)
∆ V ∆V


⃗f g= F g = ∆ m ⃗g =ρ ⃗g
∆V ∆V

(relativizando o caso de aplicação para 3 dimensões)

⃗f vol , res=−⃗f ¿ ,res =⃗


∇P

Ao mesmo tempo, no contexto de imersão de um objeto em um fluído, a


correspondência entre a diminuição da energia potencial gravitacional do objeto, ou seja,
enquanto o objeto afunda e sua profundidade aumenta, tem-se a necessidade de
surgimento de outra energia, que ainda deve estar associada a compressão para satisfazer
o princípio de conservação de energia. Esta energia que deve surgir, denomina-se pressão
volumétrica. Desta maneira, assumindo a pressão como um tipo de energia, e adotando o
conceito que o trabalho realizado por forças conservativas é nulo, a definição de energia
mecânica estática surge a partir da relativização dos conceitos de energia potencial
gravitacional para o contexto de densidade, como apresentado a seguir.

Ug
U g=mgZ → =ρgZ
V

(∑ )
2 n
W 1 → 2=∫ ⃗f − ⃗ ⃗
vol ,i ∇ P dl=0
1 i =1

n
Est =∑ ⃗f vol ,i + P ( x , y , z )
i=1
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Est =U g+ P ( x , y , z )=ρgZ+ P ( x , y , z )

A partir dos conceitos elucidados acerca do conteúdo de hidrostática e conservação


da energia mecânica podemos iniciar a compreensão no que se refere a prática referente
ao Princípio de Arquimedes, na qual são analisadas a relação da densidade de quatro
diferentes fluídos com o volume deslocado respectivo. No que concerne o vínculo dessas
definições podemos estabelecer um encadeamento da força peso, ou gravitacional e um
proceder de reação da superfície, que denominamos empuxo.

Arquimedes se destaca como físico e cientista a partir desta descoberta histórica,


que determinadas massas de objetos exerceriam uma força peso maior e
consequentemente de forma proporcional ao volume deslocado outra força, de reação,
agiria chamando-a de empuxo, podemos descrever matematicamente tais analogias
utilizadas nesse estudo de um fluído. Como demonstrado abaixo:

d⃗
F¿ =− p d ⃗S

E =∫ d ⃗
⃗ F ¿ =∬ − p ( x , y , z ) d ⃗S


E + ∆ Vρ ⃗g


E =−ρ ∆ V ⃗g

Por meio das expressões acima podemos efetuar o estudo e compreensão do


Princípio de Arquimedes, do peso real, e do peso aparente, que se encontra quando o
objeto está imerso inteiro ou parcialmente no fluído objeto de estudo, o peso real se estima
a ação da gravidade sem a reação superficial do empuxo, somente a força peso efetuada
pelo objeto, no caso da presente prática, um cilindro de nylon. Com a diferença do peso
aparente com o peso real podemos determinar a força do empuxo exercida, ao coletar 20
dados de peso aparente de quatro fluídos com densidades distintas, sendo o peso real o
cilindro fora do fluído. Serão coletadas 10 medidas em Newtons de 10 em 10 ml de
profundidade e em seguida mais dez retirando o objeto do fluído para melhor confiabilidade
dos dados, efetuando-se uma média entre as duas fileiras de medidas, e sem deixar de
levar em consideração os respectivos desvios, sejam eles de calibração do instrumento,
intrínsecos do instrumento, ou sistemáticos.

Com base nas medidas serão efetuados gráficos, o primeiro sendo a força medida
pelo dinamômetro vs o volume deslocado, a partir deste teremos um coeficiente angular que
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determinará a densidade do fluído. Para verificação da congruência dos resultados será


elaborado um segundo gráfico, sendo ele coeficiente angular do gráfico anterior vs a
densidade do fluído medida em laboratório. Tal verificação se dará de modo que o
coeficiente angular deste gráfico resultará na gravidade, a mesma que quanto mais próxima
estiver da realidade mais confiabilidade se confere aos dados coletados.

Com os parâmetros e métodos elucidados de forma sucinta a prática pode ser


realizada com êxito e o relatório efetuado.

Referências:

[1] QUINONES, Espinoza, Fernando. “Roteiro de aula prática: Princípio de Arquimedes”.


2023

[2] HALLIDAY, David. “Fundamentos de Física, volume 2: Fluídos”, tradução e revisão


técnica Ronaldo Sérgio de Biasi, Rio de Janeiro: LTC, 2009. capítulo 14.

[3] NUSSENZVEIG, Herch, Moysés. Curso de Física Básica. São Paulo, 4ed, Edgard
Blucher 2002.

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