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QUESTÕES PARA REVISÃO: DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

1. Qual a diferença entre materiais de estrutura cristalina e amorfa?


Estrutura cristalina = as partículas individuais (sejam elas átomos, íons ou moléculas)
ocupam posições bem definidas em um padrão ordenado que se estende por todo o
sólido. Isso cria uma rede cristalina que é caracterizada por sua simetria e repetição.
Estrutura amorfa = as partículas individuais estão dispostas de forma desordenada e
aleatória, sem a repetição periódica que é típica de estruturas cristalinas. Como
resultado, os materiais amorfos não possuem um padrão definido de arranjo atômico
ou molecular.

2. Qual a diferença entre deformação elástica e plástica em termos de efeito na


estrutura cristalina?
A deformação elástica é aquela em que o material é submetido a uma carga ou tensão,
mas a estrutura cristalina sofre uma distorção temporária reversível. A deformação
plástica é aquela em que o material é submetido a uma carga ou tensão que excede a
tensão de escoamento (limite de elasticidade) do material, sofrendo mudanças
permanentes.
3. Por que existe dificuldade em se prever a direção da deformação plásticas dos
metais?
A previsão da direção da deformação plástica em metais é desafiadora devido à
complexidade da estrutura e comportamento dos materiais metálicos, bem como às
condições de carregamento variáveis.
4. Na estrutura dos metais como podemos definir o que são cristais?
Um conjunto de células unitárias forma o “cristal” com contornos geométricos. Na
estrutura dos metais, a definição de cristais refere-se à organização regular e
tridimensional dos átomos dentro do material.
5. O que são e como são caracterizados os chamados planos de escorregamento
nos metais?
Os planos de escorregamento, também conhecidos como planos de deslizamento, são
planos cristalinos específicos dentro de uma estrutura metálica onde ocorre o
deslocamento dos átomos ou íons durante a deformação plástica.

6. Todos os planos cristalográficos tem igual probabilidade de se tornarem em


planos de deformação?
Não, pois depende de fatores como a orientação cristalina, a energia da interface de
grão, a tensão aplicada e as condições do material.
7. Comparando o sistema CCC (cúbico de corpo centrado) e CFC (cúbico de face
centrada) em qual a deformação plástica deve ocorrer mais facilmente e
porquê.
Reticulados cúbicos de face centrada (CFC) são mais fáceis de deformar que o
reticulado cúbico centrado (CC) devido à maior densidade de planos deslizantes, maior
mobilidade atômica e empilhamento compacto. Esse maior espaçamento dos planos
de maior densidade pode ser traduzido por uma menor resistência ao escorregamento
desses planos em relação a quaisquer outros.
8. Faça uma comparação entre o escorregamento e a maclação como
mecanismos de deformação.
O escorregamento é o mecanismo de deformação dominante em muitos materiais
metálicos e é responsável pela plasticidade e maleabilidade desses materiais. Por outro
lado, a maclação é um mecanismo menos comum e frequentemente associado a
materiais mais quebradiços, onde o deslizamento ocorre em um grau muito menor e
pode resultar em fratura em vez de deformação plástica.
9. Qual o motivo da ideia clássica de movimento dos planos cristalinos não ser a
forma mais correta de explicar a deformação plástica dos metais?
A ideia clássica de deformação não explica porque na prática os esforços são muito
menores que os previstos.
10. O que são as imperfeições estruturais ou defeitos cristalinos?
São desvios da ordem perfeita em uma estrutura cristalina de um sólido. Em outras
palavras, são irregularidades na organização dos átomos, íons ou moléculas dentro de
um cristal. Podem ser: •Defeitos de Ponto; •Defeitos de Linha ou Discordâncias;
•Defeitos de Superfície ou •Defeitos de Volume.
11. Como podemos definir a existência dos grãos nos metais?
O contorno de grão pode ser considerado como uma região conturbada da estrutura
cristalina dos metais. Grãos em metais são regiões individuais com cristalitos (cristais)
bem definidos separados por interfaces ou limites de grãos.
12. Como varia a tensão de escoamento com relação ao tamanho de grão?
Com grãos menores, há mais fronteiras de grãos, o que significa mais barreiras para o
movimento de discordâncias. Isso resulta em uma maior resistência à deformação
plástica e, portanto, uma tensão de escoamento mais alta.
Com menos fronteiras de grãos, o movimento das discordâncias é menos obstruído,
permitindo que o material sofra deformação plástica mais facilmente. Portanto, a
tensão de escoamento é menor em materiais com grãos maiores.
13. O que é o encruamento?
É o fenômeno no qual um material endurece devido à deformação plástica (realizado
pelo trabalho à frio). Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de discordâncias e
imperfeições promovidas pela deformação, que impedem o escorregamento dos
planos atômicos. À medida que se aumenta o encruamento, maior é a força necessária
para produzir uma maior deformação.
14. O efeito do encruamento pode ser removido? Como?
O encruamento pode ser removido por tratamento térmico (recristalização).
15. Cite pelo menos 5 propriedades dos metais afetada pelo encruamento.
 Resistência Mecânica: O encruamento aumenta a resistência à tração, compressão
e torção do material. Isso torna o metal mais capaz de suportar cargas e resistir a
esforços mecânicos.
 Dureza: O encruamento resulta em um aumento na dureza do metal. Isso significa
que o material se torna mais resistente a riscos e penetrações, tornando-o útil em
aplicações onde a dureza é uma consideração importante.
 Ductilidade: Uma das propriedades mais afetadas pelo encruamento é a
ductilidade. O metal se torna menos maleável e mais propenso a fraturar em vez de
se deformar plasticamente quando submetido a tensões. Isso pode ser uma
desvantagem em aplicações que requerem alta ductilidade.
 Tenacidade: A tenacidade do material é reduzida com o encruamento. A tenacidade
é a capacidade de um material de absorver energia antes de fraturar, e o
encruamento torna o material mais frágil.
 Resistência à fadiga: O encruamento pode afetar negativamente a resistência do
metal à fadiga. Isso significa que o material pode ser mais suscetível a rachaduras e
falhas sob cargas cíclicas, como vibrações ou ciclos de carregamento e
descarregamento.
O encruamento aumenta a resistência mecânica, aumenta o limite de escoamento e
diminui a ductilidade. A condutibilidade elétrica decresce e há diminuição da
resistência à corrosão.
16. Como varia a densidade das discordâncias de um material solidificado para
um material encruado?
A densidade de discordâncias em um material sólido aumenta substancialmente
quando o material é submetido ao encruamento devido ao movimento e criação de
deslocações durante o processo de deformação.
17. Quais são os estágios pelo qual passa um material encruado quando
aquecido?
Ele passa pelos estágios de recuperação, recristalização e crescimento de grãos.
Recuperação: o principal efeito é o alívio das tensões internas, restaurando-se ao
mesmo tempo certas características físicas alteradas, sem que a microestrutura do
metal sofra qualquer modificação; a condutibilidade elétrica aumenta rapidamente;
Na etapa da recristalização, decresce a densidade das discordâncias e as propriedades
relacionadas com a resistência mecânica, inclusive a dureza, caem, rapidamente, a
ductilidade melhora e todas as tensões são totalmente eliminadas. A estrutura é
inteiramente reconstituída (recristalizada);
A temperatura continuando a aumentar, os grãos cristalinos, agora inteiramente livres
de tensões, tendem a crescer. Esse crescimento de grão é também favorecido pela
permanência a temperaturas acima da de recristalização. Um excessivo aumento de
grão pode afetar as propriedades dos metais, pois, como se viu, grãos grandes são
desfavoráveis.
18. Quais são os estágios pelo qual passa um material não encruado quando
aquecido?
Os estágios envolvem o aquecimento, expansão térmica, fusão (se aplicável),
recristalização (se aplicável), e resfriamento. A natureza desses estágios dependerá do
tipo de material, de sua composição e de sua estrutura cristalina.
19. Qual a diferença entre a etapa de recuperação e de recristalização em um
material encruado quando este é aquecido?
A recuperação tem como objetivo eliminar deslocações de alta energia e aliviar
tensões, enquanto a recristalização visa a formação de uma nova estrutura cristalina
com grãos mais regulares e menos deslocações.
20. Quais os efeitos dos fatores tempo, temperatura e porcentagem de trabalho a
frio na recristalização?
A temperatura de recristalização é dependente do tempo. Em temperaturas mais
baixas, a recristalização pode ser mais lenta e requer mais tempo para se completar. O
processo de recristalização só ocorrerá se existir um valor mínimo de encruamento e
quanto maior a taxa de encruamento menor será a temperatura em que ocorre a
recristalização. Quanto maior a temperatura maior a velocidade de recristalização.
21. O que é deformação a frio?
Ocorre em temperatura abaixo da temperatura de recristalização do metal ou da liga.
Nesse tipo de conformação há mudanças das propriedades (encruamento). A precisão
dimensional é melhor e o acabamento superficial também.
22. O que é deformação a morno?
Ocorre a temperatura superior à de recuperação evitando uma parte das tensões
residuais geradas pelo processo. No entanto há encruamento.
23. O que é deformação a quente?
Ocorre a temperaturas superiores a temperatura de recristalização. Não há
encruamento (o material recristaliza instantaneamente) o que permite grandes
deformações e com menores esforços.
24. Quais as vantagens da deformação a frio?
•Aumenta a dureza e a resistência dos materiais, mas a ductilidade diminui; • Permite
a obtenção de dimensões dentro de tolerâncias estreitas; • Produz melhor acabamento
superficial.
25. Quais as vantagens da deformação a quente?
•Permite o emprego de menor esforço mecânico para a mesma deformação (necessita-
se então de máquinas de menor capacidade se comparado com o trabalho a frio);
• Promove o refinamento da estrutura do material, melhorando a tenacidade; •Elimina
porosidades; • Deforma profundamente devido a recristalização.
26. Quais as desvantagens da deformação a frio?
• Pequenas reduções e maior número de passes; • Necessidade de ferramental de alta
resistência mecânica e ao impacto; • Necessidade de recozimentos intermediários para
eliminação do encruamento.
27. Quais as desvantagens da deformação a quente?
Exige ferramental de boa resistência ao calor, o que implica em custo; • O material
sofre maior oxidação, formando casca de óxidos; • Não permite a obtenção de
dimensões dentro de tolerâncias estreitas.
28. Qual a vantagem e desvantagem da conformação a morno
•Vantagens: Maior Ductilidade; Redução da Força Necessária; Melhor Tolerância
Dimensional; Menos Encruamento; Aplicações Industriais.
•Desvantagens: Necessidade de Controle Preciso da Temperatura; Custo de Energia;
Maior Desgaste da Ferramenta; Limitações de Material; Processo Mais Lento.
29. Por que a deformação quente permite um grau mais profundo de
deformação?
O trabalho a quente deforma mais profundamente que o trabalho a frio, devido à
continuada recristalização que ocorre durante o processo.
30. Por que a deformação a frio propicia melhor acabamento superficial?
•Menor Desgaste da Ferramenta; •Melhor Tolerância Dimensional; •Menos Oxidação;
•Melhor Controle da Rugosidade; • Menos Encruamento; • Melhor Controle da
Temperatura da Peça; • Menor Tendência a Trincas; • Defeitos Superficiais.

31. Por que o acabamento superficial de peças deformadas a quente é pior que
das peças deformadas a frio?
32. Explique o que ocorre com as porosidades existentes nos materiais fundidos
quando são deformados a frio
33. Explique o que ocorre com as porosidades existentes nos materiais fundidos
quando são deformados a quente.
34. Como varia a resistência a deformação plástica com a taxa de deformação?

35. Em uma prensa que comprime com velocidade constante uma dada peça
pode-se dizer que a taxa de deformação é constante? Explique.
A taxa de deformação em uma prensa que comprime com velocidade constante não é
constante, mas sim variável, aumentando linearmente com o tempo devido à natureza
do movimento uniforme.

36. Seria vantajoso diminuir a velocidade de conformação de uma peça à medida


que a peça é finalizada? Justifique.
Depende das necessidades específicas do processo, das características do material e
dos requisitos do produto. Em muitos casos, essa abordagem pode ser vantajosa para
melhorar a qualidade das peças e atender às tolerâncias dimensionais e de
acabamento superficial desejadas.
37. O que é taxa de deformação?
A taxa de deformação representa a velocidade com que as dimensões do material
estão mudando devido à aplicação de uma força ou carga.
38. Como a taxa de deformação é influenciada pela temperatura?
Efeito da temperatura sobre a tensão de escoamento: A tensão cai com o aumento da
temperatura, mas o coeficiente angular da reta aumenta. Em muitos casos, o aumento
da temperatura pode acelerar a taxa de deformação, tornando-a mais rápida, mas é
importante lembrar que cada material tem seu próprio comportamento.
39. Na conformação a frio qual o efeito da taxa de deformação?
Ao realizar operações de conformação a frio, é importante ajustar a taxa de
deformação de acordo com as propriedades do material, as características da peça e os
requisitos de qualidade.
RESUMO:
Processos de conformação são processos de fabricação que através da deformação
plástica da matéria prima obtêm o produto acabado, conservando-se o volume e a
massa do material em todas as fases do processo
Tipos de conformação: compressão direta (forjamento e laminação); compressão
indireta (A trefilação de fios e tubos, a extrusão e o embutimento profundo); tração
(estiramento); dobramento; e cisalhamento.
Desse modo, os cristais que possuem um maior número de planos de maior densidade
atômica são os que possuem um grande número de planos de escorregamento.
As imperfeições de ponto correspondem à falta de um ou mais átomos ou à presença
de átomos extras ou ao deslocamento de átomos.
Imperfeições de linha: A mais importante é a "discordância", porque se atribui a esse
defeito a principal responsabilidade pelo fenômeno de escorregamento, segundo o
qual a maioria dos metais se deforma plasticamente ou de modo permanente.
Normalmente, os metais apresentam ambos os tipos de imperfeições: de ponto e de
aresta, os quais interagem entre si.
As deformações por maclação se constituem em um mecanismo de deformação
plástica que ocorre por um cisalhamento da rede cristalina, limitado a um grão, criando
uma região espelhada dentro do mesmo
Nos metais policristalinos, como ocorre geralmente, o tamanho de grão é um dos
fatores importantes a considerar na sua deformação plástica, assim como nas suas
propriedades mecânicas.
A tensão de escoamento, que é a quantidade de tensão aplicada a um material que
causa a transição da deformação elástica para a deformação plástica, pode variar com
relação ao tamanho dos grãos em um material.
Do mesmo modo que a poli cristalinidade confere aumento de resistência à
deformação, o tamanho de grão atua de modo idêntico, no sentido de que, à medida
que diminui o tamanho de grão, aumenta a resistência à deformação mecânica.
Discordâncias: O deslocamento de átomos nos planos de escorregamento ocorre
através das discordâncias, que são defeitos lineares na estrutura cristalina.
O aumento da temperatura ou o aumento do tempo de permanência em uma
temperatura acima da de recristalização favorece o crescimento de grão. Já um
decréscimo na temperatura diminui a velocidade ou interrompe o processo, mas não o
inverte. A única maneira de diminuir ou refinar o tamanho de grão consiste em
deformar plasticamente os grãos existentes e iniciar a formação de novos grãos.

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