1) Explique detalhadamente o endurecimento de metais e ligas por encruamento.
Considerando este mecanismo de endurecimento, você acha que ferro ou cobre encrua mais? Justifique sua resposta.
O endurecimento por encruamento é o mecanismo onde, devido ao trabalho
mecânico a frio no material (Temp. <0,5 Temp. homóloga), há geração e acúmulo de discordâncias em subestruturas chamadas subgrãos. No encruamento, o endurecimento é proporcional ao aumento da densidade de discordâncias. Quando o metal sofre trabalho a frio ocorre deformação plástica. As discordâncias se movem e interagem durante a deformação, em três estágios: no primeiro, chamado deslizamento fácil, as discordâncias se movem por longas distâncias sem encontrar obstáculos e o encruamento é pequeno. No segundo estágio, chamado de endurecimento linear, outros sistemas de deslizamento entram em ação e a interação entre discordâncias se acentua, formando emaranhados de discordâncias e o encruamento aumenta consideravelmente. Por fim, no terceiro estágio, caso o metal tenha energia de falha de empilhamento média ou alta, as discordâncias formam uma subestrutura celular no grão e o encruamento perde o comportamento linear. Considerando o mecanismo de endurecimento, o ferro encrua mais que o cobre. Utilizando como apoio o gráfico do Callister, nota-se como o limite de escoamento do aço aumenta consideravelmente com menor porcentagem de trabalho a frio se comparado ao cobre. 2) Explique detalhadamente as diferenças entre os mecanismos de endurecimento por precipitação e por dispersão. Detalhe os mecanismos e dê exemplos.
Dependendo da natureza da partícula e de sua relação cristalográfica com a matriz,
as discordâncias podem circundar as partículas formando anéis de discordâncias (Mecanismo de Orowan - endurecimento por precipitação e endurecimento por dispersão) u então cisalhar as partículas (endurecimento por precipitação). O endurecimento por precipitação (ou por envelhecimento) envolve a formação controlada e o crescimento de partículas de uma fase secundária dentro de uma matriz metálica. Este processo ocorre em ligas que apresentam solubilidade sólida parcial, onde a liga é aquecida para uma temperatura elevada e, em seguida, resfriada lentamente, permitindo que as partículas se formem na matriz. Posteriormente, o material é envelhecido a uma temperatura intermediária para promover o crescimento dessas partículas. Assim, no endurecimento por precipitação, a liga é aquecida a uma temperatura onde todos os elementos estão em solução sólida. Nesse estado, a liga é resfriada rapidamente para reter os átomos na solução sólida. O material é envelhecido a uma temperatura mais baixa para permitir a formação controlada de partículas da fase precipitada. As partículas começam a se formar na matriz metálica. Durante o envelhecimento, as partículas de precipitação crescem e se distribuem pela matriz metálica, criando obstáculos ao movimento das discordâncias. Isso resulta em um aumento da resistência e da dureza do material. Exemplos são ligas a base de Al (com elementos de liga Ag, Cu, Mg, Zn…), Cu-Co ou Cu-Be, Fe ou Ni.
O endurecimento por dispersão envolve a adição de partículas muito pequenas e
duras (como óxidos, carbonetos ou nitretos) à matriz metálica. Estas partículas não são solúveis na matriz metálica e são distribuídas uniformemente durante o processo de fabricação. A fração volumétrica dessas partículas é de no máximo 3~4% Quando o material é deformado, essas partículas atuam como obstáculos ao movimento das discordâncias, dificultando o deslizamento e, assim, aumentando a resistência do material. Quanto mais finas e homogeneamente distribuídas são as partículas, maior é a resistência do material. Como exemplo cita-se Ligas Al da série 2000 (com Al2O3 ou Sic), ligas de Ni (com adição de ThO2). 3) Considere o gráfico abaixo do limite de escoamento em função do inverso da raiz quadrada do tamanho médio de grão de uma liga Cu-30Zn e responda:
a) Determine os valores das constantes σo e ky da relação de Hall-Petch.
A constante σo é dada pela imagem, 25 Mpa. Para o cálculo de ky, tem-se:
ky = (175-25)/12 = 12.5 MPa*mm^(½).
b) Calcule o limite de escoamento quando o diâmetro médio de grão for 2x10^-3 mm
(apresentar o cálculo e estimar graficamente).
Graficamente: 4) Com os dados enviados na planilha em anexo, determine as equações constitutivas do encruamento utilizando o modelo de Hollomon e o modelo de Ludwig.