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Aula 01

Tratamento térmico é a parte tecnológica do que é conhecido como


metalurgia física (ciência). O tratamento térmico está diretamente ligado com
a fabricação mecânica (fundição, conformação, usinagem).

O tratamento térmico é usado tanto em ligas ferrosas quanto não


ferrosas. As mudanças de fase ocorrem no estado sólido (não é mudança de
fase física, e sim mudança de fase cristalina).

O ferro possui 3 transições no estado sólido:

- ferrita delta (não tem muita importância, só pro aço inox). Possui
estrutura CCC.

- austenita (CFC)

- ferrita alfa (CCC)

MUDA A FASE, MUDA A PROPRIEDADE.

O diagrama de fase também é chamado de diagrama de equilíbrio,


pois não tem o eixo do tempo. As transformações são lentas (dá o tempo
necessário para que a transformação aconteça).

Existem 2 tipos de transformação:

- As que dependem do tempo (reações de transformação


difusionais);

- Não difusionais (não dependem do tempo para acontecer), e sim


de cortar uma determinada faixa de temperaturas.

Apesar da ferrita alfa e delta serem CCC, mas apesar de ter mais
espaço elas tem um fator de empacotamento menor, elas tem menos espaço
que a CFC que é a austenita, por causa do número de espaços intersticiais que
tem na estrutura CFC da austenita. Em função dessa capacidade qe a autenita
tem de absorver elementos, a austenita tem uma maior capacidade de
dissolver elementos de liga.

CUIDADO! PERLITA NÃO É FASE, É A MISTURA DE DUAS FASES! É


CHAMADA DE MICROCONSTITUINTE. Qual a composição da perlita?
Qual a quantidade de carbono na cementita? Aproximadamente
6,67%.

Qual a solubilidade de carbono no ferro alfa à temp. ambiente?


0,008%.

A PERLITA TEM SEMPRE A MESMA PROPORÇÃO (88% DE FERRITA


E 12% DE CEMENTITA).

O ponto eutetóide varia com os elementos de liga.

DIFUSÃO: deve haver diferença de temperatura e tempo.

FASE é aquilo que tem características próprias e homogêneas.

No estado sólido, os grãos e inclusões não desapareceram; então o


contorno de grão e as inclusões de aluminetos, sulfetos que tem nos aços
servem de ponto para começar a nuclear a fase. Logo, a nucleação no estado
sólido é quase que exclusivamente heterogênea.

PERLITA GROSSA: resfriamento mais lento.

PERLITA FINA: resfriamento mais rápido.

BAINITA

É muito dependente do tipo do aço;

A estrutura é bem refinada;

Em termos de propriedades: maior dureza, maior resistência


mecânica, a tenacidade se mantém. Tem uma boa combinação de resistência
mecânica, ductilidade e tenacidade (tanto a superior quanto a inferior). Não é
uma estrutura padrão.

A bainita inferior possui mais carbono (já que o ferro é 2,4).

Aula 2

A cinética de decomposição da cementita em condições normais é


muito lenta.
Existem aços que são austeníticos á temperatura ambiente (aço
inox). Não há como trata-lo, porque ele já é austenítico.

A grande maioria dos tratamentos térmicos envolve a


transformação da austenita.

O diagrama de fases é a transformação mais lenta possível


(equilíbrio).

A transformação martensítica tem um papel decisivo nos aços. É a


principal fase em termos da resistência mecânica. A taxa de
transformação é maior (não que precise ser mais rápido). Como não há
ferrita e cementita, a transformação martensítica é não difusional. A
martensita não depende do tempo. Depende unicamente de cruzar uma
determinada temperatura. Não é uma exclusividade das ligas ferrosas. É
chamada de transformação por cisalhamento de planos.

O crescimento da aresta do cubo depende da quantidade de


carbono. Quanto mais carbono, mais a rede é distorcida.

As linhas Ms (start) e Mf (final) dependem de muita coisa.


Basicamente do % de carbono e do tipo do aço. O aço acaba tendo um reflexo
muito grande em como essas transformações acontecem. Se vc pegar um aço
1,2% de carbono e resfriar ele à temp. ambiente, por exemplo, uma parte será
martensita e o resto será austenita retida. A austenita retida nada mais é do
que a austenita que foi estabilizada pelo carbono.

c = tetragonalidade da martensita. Eixo z da célula unitária.

a = parâmetro de rede da célula cristalina.

Se tiver 0% de carbono na liga, de acordo com a fórmula, haverá


c=a, então não há tetragonalidade, ou seja, terá mastensita cúbica (aços de
altíssima resistência possuem martensita cúbica).

A martensita é extremamente frágil e cheia de tensões.

O CARBONO AFETA DIRETAMENTE A MARTENSITA DAS LIGAS


FERROSAS. Qaunto mais carbono, mais frágil é a martensita, mas mais
resistente ela é. Mais resistência, mais fragilidade. Tem martensita em placa e
em ripa.
O revenido serve para aliviar as tensões e redistribuir os
carbonetos.

O revenido é dividido em estágios para as várias temperaturas. O


revenido é feito em uma temperatura ABAIXO da temperatura para obter
austenita.

TEMPERATURA + TEMPO = DIFUSÃO.

SÓ TEMPERATURA = SEM DIFUSÃO.

A MARTENSITA É UMA FASE.

Na martensita, o carbono está em solução sólida intersticial na


célula tetragonal. Se vc dá temperatura e tempo, aquele carbono vai se
difundir.

O carbono na ferrita fica nos interstícios.

Quando vc aquece pouco (de 100°C à 200°C qnd se quer manter a


dureza alta), ocorre a formação do carboneto épslon, que é o que tem mais
carbono. A dureza, quase na sua totalidade, é preservada.

A tetragonalidade aumenta a dureza.

A austenita retida é metaestável.

A temperatura do revenido está relacionada com o nível de dureza


e resistência mecânica do componente.

Fragilidade ao revenido: Acontece em alguns aços, não em todos.


Ocorre principalmente em aços que têm manganês, fósforo e bromo. É
percebido qnd se avalia a tenacidade. Em alguns aços, com o aumento da tem.
do revenido, a ductilidade aumenta e a dureza diminui, PORÉM A TENACIDADE
NÃO AUMENTA, ELA CAI.

A martensita revenida a altas temperaturas é mais tenaz que a


ferrita e a perlita (além de ser mais resistente).

DIAGRAMAS TTT (TEMPERATURA, TEMPO E TRANSFORMAÇÃO)

São diagramas isotérmicos.


A temperatura pode ser deslocada em função da velocidade da
reação. Cada aço tem o seu diagrama de transformação. A partir do diagrama
são tiradas as considerações para fazer tratamento térmico. Os diagramas de
aquecimento não são muito utilizados. Só compensam em situações de
aquecimento muito rápido (ex.: tratamento superficial a laser).

Quando há mudança de fase acaba acontecendo mudança de


volume (princípio da dilatometria).

O eutetoide não é sempre 0,8%C, pode mudar com os elementos de


liga.

Aços mola normalmente são aços eutetoides, mas o eutetoide é


deslocado para 0,5%C por causa dos elementos de liga. Vantagem: não haverá
subprodutos. (23:00).

O diagrama TTT foi feito para indicar onde estão a perlita e a


bainita, pq as duas dependem do tempo, ou seja, difusionais (a martensita
não).

Quais os elementos fundamentais da difusão? Energia de ativação,


coeficiente de difusão (está associado com o campo em que acontece) etc.

PQ OS DIAGRAMAS TTT TEM FORMATO DE C? É um jogo tanto ta


energia de ativação quanto do coeficiente de difusão. O formato de C é
característico da difusão. O cotovelo é um ponto de máximo (ótimo).

O CARBONO É O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO INÍCIO DE


TRANSFORMAÇÃO MARTENSÍTICA.

SLIDES 16 E 17: quanto mais elementos de liga, mais tempo


demora para ocorrer as transformações da austenita, pq quanto mais
elementos de liga que se tem na austenita, mais tempo demora para eles
“encontrarem o seu caminho” .Os elementos de liga podem ser alfagênicos
(estabilizam o campo alfa -> favorecem a formação da ferrita). COM ESSE
RETARDAMENTO, AS TAXAS DE RESFRIAMENTO PODEM SER MAIS BAIXAS.
EM TERMOS PRÁTICOS, QUANTO MAIS LENTA OCORRER A TRANFORMAÇÃO,
OCORRERÁ MENOS DISTORÇÃO, MENOS EMPENAMENTO, MENOS TRINCA ->
VARIAÇÃO DIMENSIONAL.
Os elementos de liga podem estar nos interstícios os fazendo
solução sólida substitucional (ocupando lugar na rede).

OS ELEMENTOS DE LIGA MELHORAM A TEMPERABILIDADE.

EFEITO DA SEÇÃO: Se a peça for muito grande, pode haver


diferença de propriedade entre a superfície e o núcleo. Por isso que os
elementos de liga são importantes. Eles vão retardar a reação e com isso dar
o tempo necessário para que ocorra a homogeneização entre a superfície e o
núcleo.

Além da transformação, os aços (composição química) e a seção


afetam a transformação.

Aula 3

Os diagramas isotérmicos são para os processos que envolvem


difusão.

O diagrama CCT descreve o que acontece qnd há aquecimento com


taxa. É mais difícil ter taxas de resfriamento cts do que taxas de aquecimento
ctes.

Grão pequeno é bom pra baixa temperatura e grão grande é bom


pra alta temperatura. Contorno de grão é um defeito de linha.

Quanto maior o tamanho do grão, menos contornos de grão


haverá (que é o local onde ocorre a nucleação heterogênea e a formação de
uma nova fase).

Diagramas CHT: para processos que soltam muita energia de uma


vez só.

Aula 2 (slide 22): cada uma das três curvas representa uma temp.
de autenitização (todo o material é transformado em austenita). 23:00 aula 3
parte 1.

Quando se aumenta a temperatura da austenita, os grãos ficam


maiores e o carbono pode se difundir dentro deles. Como a austenita tá cheia
de carbono e o grão tá grande, isso acaba abaixando Mf (temp. de final de
transf. Martensitica) e com isso a reação não termina e a autenita fica retida.
Essa austenita retida é estável. Com tensão ou revenido ela pode desaparecer,
mas é difícil.

QUANDO A AUSTENITA SE TRANSFORMA EM MARTENSITA O


VOLUME AUMENTA!!!!! -> VARIAÇÃO DIMENSIONAL CAUSADA PELA
AUSTENITA RETIDA. A AUSTENITA RETIDA É UM GRANDE PROBLEMA EM
MECÂNICA DE PRECISÃO.

SUB-ZERO: Tratamento para eliminar a austenita retida (colocar a


peça no nitrogênio líquido). Depois faz o revenido.

Se vc quer austenita estável a temp. ambiente vc usa elementos


de liga (caso do aço inox) e não o carbono.

TAXA CRÍTICA: é a taxa máxima para se obter uma dada


microestrutura.

Resfriamentos rápidos causam tensão (choque térmico). Lembre-


se que a martensita expande. Quando começa a transformar o material ele
contrai, mas qnd chega a martensita expande. Logo, ao mesmo tempo que o
material expande ele contrai (imagine se isso for rápido) -> formação de
trincas.

Aços que permitem um resfriamento mais rápido são mais caros,


por causa dos elementos de liga.

Explicação slide 25 – aula 3 parte 2 começo.

Quanto maior o diâmetro, mais lento é o resfriamento, mas baixa


é a taxa.

Se um aço consegue manter dureza alta ao longo de grande seção,


significa que ele tem uma alta temperabilidade.

AUFHÄRTBARKEIT = DEPENDE DO CARBONO

MESMO QUE O AÇO TENHA MUITO ELEMENTO DE LIGA E SEJA


MUITO RESISTENTE, SE TIVER POUCO CARBONO A DUREZA SERÁ BAIXA.

Fator de intensidade de resfriamento (H): severidade do meio de


resfriamento. Se a água não for agitada pode dificultar a transf. de calor.

SE H AUMENTAR, O DIÂMETRO CRÍTICO VAI AUMENTAR.


A FORMA E A APLICAÇÃO DO COMPONENTE SÃO FATORES
IMPORTANTES QUE DETERMINAM QUAL SERÁ A TAXA DE RESFRIAMENTO DO
MATERIAL.

No ensaio JOMINY, se a dureza der acima de 60HRC


provavelmente há 0,4/0,5% de carbono. Quanto mais severa for a queda da
dureza significa que há menos elementos de liga. Quanto mais suave a curva,
mais elementos de liga há e, consequentemente, mais temperabilidade de
seção esse aço tem.

Aula 4

Tratamentos sem austenitização: não ocorre uma mudança


de microestrutura, e sim uma mudança de morfologia. Acaba ocorrendo
mudança de propriedade. Os principais são:

- Alívio de tensões/Recozimento para alívio de tensões; -> Não há


mudança nem na morfologia nem na microestrutura, nem mudança de fase. A
ideia é usar temperatura para baixar a tensão do escoamento do material.
Baixando a tensão de escoamento a tensão interna da peça vai ser aliviada (?).
É um processo físico. Ocorrerá deformação na peça. Em tese, o alívio de
tensões acaba acontecendo no início do processo. O PROCESSO DE ALÍVIO DE
TENSÕES OCORRE ANTES DA USINAGEM, PARA QUE QUALQUER VARIAÇÃO
DIMENSIONAL OCORRA COM A PEÇA BRUTA. TAMBÉM PODE ACONTECER DE
FUNDIR A PEÇA, FAZER UMA USINAGEM BEM PESADA, ALIVIAR TENSÕES
COM AQUECIMENTO E DEPOIS UMA USINAGEM LIGHT. PEÇAS COM ALÍVIO
DE TENSÃO VÃO TER UMA PRECISÃO DIMENSIONAL MELHOR. Quanto mais
tempo, mais alivia (? O que pode acontecer se deixar muito tempo?); porém, a
temperatura é mais marcante que o tempo (se tiver que escolher, é melhor
deixar uma temperatura mais alta com menos tempo que é melhor). Quanto
mais alta a temperatura, mais cai a tensão de escoamento e mais tensão é
aliviada. A tensão interna acaba sendo maior que a tensão de escoamento, que
causa deformação e alívio da tensão. PROCESSO FÍSICO.

- Recristalização; Há mudança de morfologia. Acontece em


materiais que sofreram deformação plástica (encruamento -> discordâncias
todas emaranhadas). ALGUMAS LIGAS TIPO ALUMÍNIO, AÇO INOX
AUSTENÍTICO ETC NÃO TEM COMO TRATAR, NÃO TEM COMO AUMENTAR A
RESISTÊNCIA MECÂNICA. A ÚNICA FORMA DE AUMENTAR A RESISTÊNCIA
MECÂNICA É REALIZANDO A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA (ENCRUAMENTO). A
IDEIA DA RECRISTALIZAÇÃO É JUSTAMENTE REVERTER O ENCRUAMENTO, OU
SEJA, DAR CONDIÇÕES PARA O MATERIAL SER DEFORMADO NOVAMENTE. O
MATERIAL QUE É ENCRUADO TEM UMA MUDANÇA NA MORFOLOGIA DOS
GRÃOS (FICAM ALONGADOS/ESTICADO). A IDEIA DA RECRISTALIZAÇÃO É
DEIXAR UM GRÃO EQUIAXIAL (BEM SIMÉTRICO EM TERMOS DE DIMENSÃO) E
RECUPERAR A DUCTILIDADE. O PROCESSO DE RECRISTALIZAÇÃO É UM
PROCESSO DIFUSIONAL. PRIMEIRO TEM A ETAPA EM QUE VC CRIA OS GRÃOS
NOVOS, E DEPOIS CRESCIMENTO DESSES GRÃOS.

RECUPERAÇÃO -> POLIGONALIZAÇÃO -> RECRISTALIZAÇÃO ->


CRESCIEMENTO DE GRÃO. 28:00

- Esferioidização;

No processamento mecânico e metalúrgico, normalmente há


geração de tensões (elásticas). Ex.: variação de temperatura causa tensão
(dilatação), esse é o motivo pq as peças empenam/entortam. Logo, o material
fundido, que tem diferentes seções, automaticamente terá tensão, pq uma
parte vai solidificar antes que a outra, por isso no projeto do fundido não pode
haver muita variação de seção. Com isso, solda, fundição, forjamento,
usinagem etc também induzem tensão. O que as tensões causam? Mudança
dimensional e empenamento, slide 5... Ferramentas, caixas de transmissão,
rolamentos, eixos...

Para aliviar a tensão deve ocorrer uma deformação plástica,


porém, a tensão que está no componente é elástica. Normalmente, a tensão
interna acaba sendo menor que a tensão de escoamento do material.

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