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Ciência e Processamento de

Materiais
Professor: Ramón Raudel Peña Garcia
E-mail: ramon.raudel@ufrpe.br

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➢ Revisão Sistema Fe-C
➢ Alterações Microestruturais e das Propriedades em
Ligas Ferro-Carbono
➢ Diagramas de transformações por resfriamento
contínuo (Tarefa Independente)
➢ Martensita revenida
REVISÃO
-O SISTEMA FERRO-CARBONO-
Importância das ligas Fe-C
(aços e ferros fundidos)
TRANSFORMAÇÕES DE
FASES EM METAIS
Materiais metálicos
➢Ampla gama de propriedades mecânicas
➢Mecanismos de aumento de resistência
➢ Refino do tamanho de grão;
➢ Formação de solução sólida;
➢ Encruamento.
➢Outras técnicas através de alterações da
microestrutura.
➢ Transformações de fases (alteração no
número e/ou natureza das fases).
➢ A maioria das transformações de fases não
ocorrem instantaneamente;

➢ São dependentes taxa de transformação;

➢ Diagramas de fases em equilíbrio não possuem


informação temporal;
➢Dependem da difusão e não há alterações do número e
composição de fases.
➢Solidificação de um metal puro;
➢Transformações alotrópicas;
➢Recristalização e crescimento de grão.
➢Dependem da difusão e há alterações nas composições
das fases e, frequentemente, no número de fases.
➢Reação eutetóide.
➢Sem difusão com produção de uma fase metaestável.
➢Transformação martensítica.
Transformação da austenita em perlita
ocorrerá somente se uma liga for super-
resfriada até abaixo da temperatura
eutetoide

Tempo necessário para que a transformação


comece e então termine depende da
temperatura

Temperaturas acima da eutetoide e À esquerda da curva de início da


para qualquer tempo, apenas a transformação, apenas a austenita estará
austenita existirá presente,

À direita da curva de término da transformação


haverá apenas perlita
Diagramas de transformações
isotérmicas ou transformação-tempo-
temperatura (ou T-T-T).

Restrições são impostas ao emprego de diagramas

➢ É válido apenas para uma liga ferro-carbono com composição eutetoide

➢ São exatos somente para as transformações em que a temperatura da liga é


mantida constante ao longo de toda duração da reação
BAINITA Temperatura abaixo daquela na qual a perlita fina se
forma → são formados outros microconstituintes
• Bainita
➢Bainita superior
➢Bainita inferior
Consiste em ferrita e cementita, porém com arranjos distintos
da estrutura lamelar da perlita

•Entre 300 e 540 °C → Bainita superior → série de ripas


paralelas (tiras finas e estreitas) ou agulhas de ferrita
separadas por partículas alongadas de cementita.
Micrografia eletrônica de
transmissão mostrando a estrutura
da bainita. Uma colônia de bainita
passa do canto inferior esquerdo para
o canto superior direito, e consiste
em partículas alongadas e em forma
de agulha de Fe3C em uma matriz de
ferrita. A fase envolvendo a bainita é
a martensita.
BAINITA
•Entre 200 e 300 °C →
Bainita inferior → ferrita
na forma de placas finas e
partículas estreitas de
cementita (forma de
bastões ou lâminas muito
finas) se formam no
interior das placas de
ferrita.
Diagrama de transformação isotérmica
para uma liga ferro-carbono com
composição eutetoide, incluindo as
transformações da austenita em perlita
(A-P) e da austenita em bainita (A-B)
Se um aço tendo uma microestrutura perlítica ou bainítica for aquecido e deixado em uma
temperatura abaixo da eutetoide durante um período de tempo suficientemente longo (700°C)
durante 18 a 24 horas ,outra microestrutura irá se formar, chamada de esferoidita

Em vez das lamelas alternadas de ferrita e cementita


(perlita), ou da microestrutura observada para a
bainita, a fase Fe 3 C aparecerá na forma de
partículas com aspecto esférico, dispersas em uma
matriz contínua da fase α.

Essa transformação ocorre por difusão adicional do


carbono, sem qualquer mudança nas composições
ou na quantidade relativa das fases ferrita e
cementita
Outro microconstituinte - chamada martensita se forma quando as ligas ferro-carbono são
austenitizadas e resfriadas rapidamente (ou temperadas) até uma temperatura
relativamente baixa (na vizinhança da temperatura ambiente).

A martensita é uma estrutura monofásica fora do equilíbrio que resulta de uma


transformação da austenita em que não há difusão.

A transformação martensítica ocorre quando a taxa de resfriamento brusca é rápida o


suficiente para prevenir a difusão do carbono.
Célula unitária tetragonal de corpo centrado para o aço martensítico, mostrando os átomos de
ferro (círculos) e as posições que podem ser ocupadas por átomos de carbono (cruzes). Para
essa célula unitária tetragonal, c > a.
• Ocorre quase instantaneamente (não
envolve difusão).
• Dois tipos de estruturas martensíticas nas
ligas Fe-C
▪ < 0,6 %p C → em ripas (placas longas e
finas, tais como lâminas de uma folha de
grama) lado a lado alinhadas paralelamente.
▪> 0,6 %p C → lenticular (placas). Aparência
em forma de agulhas
concentrações maiores
que 0,6% de C
• Não aparece no diagrama de fases → fora do
equilíbrio.
• No diagrama isotérmico → linhas horizontais
(início, 50 % e 90%)
• Independente do tempo (depende
exclusivamente da temperatura)
• Elementos de liga (Cr, Ni, Mo e W) → alterações
significativas na posição e forma das curvas TTT
Martensita no titânio

Martensita nos aços

A transf. Martensítica
ocorre c/ aumento de
volume
É importante examinar o comportamento mecânico das ligas ferro-carbono com
as microestruturas discutidas

➢ Perlita fina e grossa,


➢ Esferoidita,
➢ Bainita
➢ Martensita

Em todas as microestruturas, à exceção da martensita, duas fases estão


presentes (ferrita e cementita)

Permitirá explorar as várias relações entre as propriedades mecânicas e as


microestruturas que existem para essas ligas
Perlita

A cementita é muito mais dura, porém


muito mais frágil, que a ferrita. Assim, o
aumento da fração de Fe 3 C em um aço,
enquanto outros elementos microestruturais
são mantidos constantes, resultará em um
material mais duro e mais resistente

Todos os três parâmetros aumentam com o


aumento da concentração de carbono
Perlita

Como a cementita é mais frágil, o aumento em seu


teor resultará em uma diminuição tanto na
ductilidade quanto na tenacidade (ou energia de
impacto)

A espessura da camada de cada fase, ferrita e


cementita, na microestrutura também influencia o
comportamento mecânico do material.
Perlita A perlita fina é mais dura e mais resistente que a perlita grossa,

O que está relacionado com fenômenos que


ocorrem nas fronteiras entre as fases α-Fe 3 C.

Existe um elevado grau de aderência entre as


duas fases através do contorno entre elas.

Neste caso, a fase cementita, que é resistente


e rígida, restringe severamente a deformação
da fase ferrita, mais dúctil, nas regiões
adjacentes ao contorno de fases; pode-se
dizer que a cementita reforça a ferrita
Perlita O grau desse reforço é substancialmente maior
na perlita fina, em razão da maior área de
contorno de fase por unidade de volume do
material

O contorno entre fases servem como barreiras


ao movimento das discordâncias, da mesma
maneira que os contornos de grão

Na perlita fina existem mais contornos através


dos quais uma discordância tem que passar
durante a deformação plástica
Perlita

A perlita grossa é mais dúctil que a perlita fina

Resulta da maior restrição à deformação plástica


na perlita fina
Esferoidita
As ligas com microestruturas perlíticas têm maior resistência e dureza que aquelas com
esferoidita
Explicado em termos do reforço e da restrição
ao movimento das discordâncias através dos
contornos entre a ferrita e a cementita

Existe uma menor área de contorno de fase


por unidade de volume na esferoidita
consequentemente, a deformação plástica não
é tão restringida, o que dá origem a um
material relativamente dúctil e menos
resistente
Esferoidita

Aços com esferoidita são extremamente dúcteis, muito


mais que aqueles com perlita fina ou grossa

Eles são notavelmente tenazes, pois qualquer trinca


pode encontrar apenas uma fração muito pequena das
partículas frágeis de cementita na medida em que ela se
propaga através da matriz dúctil de ferrita
Bainita
Mais resistentes e mais duros que os aços perlíticos e exibem uma combinação desejável
de resistência e ductilidade.
Martensita
Das várias microestruturas que podem ser produzidas para determinado aço, a martensita
é a mais dura e mais resistente e a mais frágil ------- ela tem ductilidade desprezível

Dureza depende do teor de carbono até


aproximadamente 0,6 %p,

A Resistência e a dureza da martensita não


estejam relacionadas com sua microestrutura

Propriedades são atribuídas à eficiência dos


átomos intersticiais de carbono em RESTRINGIR
o movimento das discordâncias e ao número
relativamente pequeno de sistemas de
escorregamento
O revenido foi realizado a 594°C
(1100°F). As partículas pequenas são a Martensita revenida pode ser quase tão dura
fase cementita; a fase matriz é a e resistente quanto a martensita, porém com
ferrita α uma ductilidade e uma tenacidade
substancialmente aumentadas.
Com o aumento do tempo, a
dureza diminui, o que corresponde
ao crescimento e à coalescência
das partículas de cementita

Dependência da dureza em relação ao tempo em várias temperaturas diferentes para um


aço com composição eutetoide temperado em água; a escala do tempo é
logarítmica
Ciência e Processamento de
Materiais
Professor: Ramón Raudel Peña Garcia
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