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Ciências dos Materiais e

Ensaios Mecânicos
Profª. Ágatha Borges Teixeira
Resfriamento no equilíbrio: as
reações tem tempo suficiente para
acontecer;
Difusão: resfriamento lento;
Diagrama ferro-carbono

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Diagramas de fases

 O tempo não é uma variável observada nos diagramas de fases, pois neles
consideramos que o resfriamento acontece no equilíbrio;
 O tempo é longo suficiente para que as reações sejam completas;

 O resfriamento na prática não acontece no equilíbrio, tempos mais curtos são


empregados;
 Novas formas de análise são necessárias;

 Para isso foram criados dois tipos de curvas o TTT(temperatura continua) e o


CTT(Resfriamento continuo).

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Curvas TTT
 As curvas TTT representam possíveis transformações que dependem do tempo
e da temperatura;
 TTT – transformação-tempo-temperatura;

 Nesse tipo de diagrama transformações isotérmicas são consideradas;


 Um patamar de temperatura é mantido constante durante um tempo;

 Ambiente controlado.

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Curvas TTT
 Resfriamento isotérmico: patamar de temperatura;
 Resfriamento em banho de sal fundido;

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Curvas TTT

 As transformações de
interesse acontecerão sempre
a partir do campo
austenitico;
 Campo monofásico onde o
carbono está dissolvido na rede
do ferro;

 Nos tratamentos térmicos


realizaremos a austenitização
do aço – essa temperatura
depende da composição
química;
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Construção do diagrama TTT
1. Varias amostras do material são
preparadas
2. Cada uma é submetida a uma
temperatura específica
3. Anota-se o tempo em que a primeira
transformação ocorre
4. Anota-se o tempo em que tem-se 50
% da transformação
5. Anota-se o tempo em que tem-se 100
% da transformação
6. Com os resultados, se constrói o
diagrama TTT

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Curvas TTT
 As curvas serão válidas para apenas uma composição química;
 Cada aço possui um diagrama;

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Curvas TTT

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Curvas TTT – aço eutetóide

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*A transformação é mais rápida com a redução da temperatura

Curvas TTT – aço eutetóide

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Perlita
 Mais resistente
 Laminas mais finas entre as fases:
 Boa aderência
 Cementita restringe a deformação da ferrita

• Mais dúctil
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Resfriamento fora do equilíbrio

 Duas novas estruturas podem ser obtidas através do


resfriamento fora do equilíbrio, a bainita e a martensita;

 Reações que são menos dependentes da difusão;

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*Identificação dessa fase possível em microscópios mais específicos

Bainita
 Também constituída das fases ferrita e cementita;
 Matriz de ferrita com partículas alongadas de Fe3C;

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Bainita

Nariz da curva

Bainita superior

Bainita inferior

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https://www.tf.uni-kiel.de/matwis/amat/iss/kap_8/illustr/s8_4_1.html

Bainita

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Bainita
 Bainita superior possui partículas maiores na interface entre fases, e a dureza
varia entre 40 – 45 HRC;
 Bainita inferior além de possuir as interfaces mais finas também possui
partículas de cementita finamente dispersas na placa de ferrita, sua dureza
varia entre 50 – 60 HRC;

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Bainita
 Possuem uma estrutura mais fina que os aços perlíticos, porém ainda
apresentam ductilidade apreciável;

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Bainita
 Caso a bainita seja aquecida por um
longo período (entre 18 – 24h)
abaixo da temperatura eutetóide
poderá haver mudança na
microestrutura para cementita
globulizada (esferoidita);
 Estrutura mais dúctil encontrada no
aço;

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Bainita
 O tratamento térmico para obtenção da bainita se chama austêmpera;

 https://www.researchgate.net/publication/273880768_OTIMIZACAO_DOS_PARAMETROS_DE_AUSTENITIZACAO_DE_UM
_FERRO_NODULAR_AUSTEMPERADO_A_PARTIR_DA_ZONA_CRITICA 21
Bainita

 São variáveis desse tratamento:


 Temperatura e tempo de austenitização;
 Temperatura de transformação;
 Tempo de patamar;
 Resfriamento (entre austenitização e início da
transformação bainitica);

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Bainita
Observar o tempo de início da
formação da bainita;
É necessário que haja tempo
suficiente para que o
Nariz da curva resfriamento ocorra antes que
a reação tenha início;
Bainita superior Adição de elementos de liga;
Nem sempre é possível obter
essa microestrutura;
Bainita inferior

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Martensita

 Outro microconstituinte obtido com o resfriamento fora


do equilíbrio;
 Acontece quando a taxa de resfriamento é bem elevada;
 O tratamento que gera essa microestrutura pode ser conhecido
como têmpera;
 É uma transformação onde não há difusão do carbono;

 Difusão depende do tempo e da temperatura;


 A reação pode ser considerada independente do tempo;

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Martensita

Linhas horizontais: a
reação independe do
tempo;

A transformação pode
ser incompleta,
restando austenita
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martensita como
microestrutura;
Martensita
 A microestrutura obtida será do tipo “ripas” ou “agulhas” de martensita;

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Martensita
 Essa é a microestrutura mais dura e mais frágil existente
no aço;
 Considera-se como uma estrutura do ferro α super
saturada de carbono;
 Os átomos intersticiais de carbono são muito eficientes
em restringir a movimentação das discordâncias do
material;
 Também existem poucos sistemas de escorregamento na
estrutura TCC;

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Martensita
 Algumas exigências para obtenção da
microestrutura:
 Baixas quantidades de carbono propiciam pouco
carbono em solução sólida, sendo menos eficientes no
aumento de dureza;

 Necessidade de resfriamento rápido, ou haverá


obtenção de outras microestruturas além da
martensita;

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Martensita – efeito elementos de
liga

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Adição de elementos de liga


Martensita – resfriamento
 A têmpera pode ser feita em meios como:
 Água
 Óleo
 Salmoura Peça inteira
 Ar Somente superfície

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Martensita

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Martensita

 Por variação volumétrica durante a transformação de fases pode haver


formação de trincas no material em resultado da têmpera;
 Geração de tensões residuais;

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Martensita

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Martensita
 Essa microestrutura é muito frágil, normalmente
tratamentos térmicos posteriores são necessários para que
ela possa ser utilizada;

 Tratamentos térmicos de alívio de tensão;


 Tratamentos de revenimento;

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Austenita retida

 É uma quantidade de austenita que não


transformou-se em martensita;
 Fase com baixa dureza e pouca estabilidade;
 Pode gerar distorção dimensional quando
colocada em uso;
 Necessário o uso de outros tratamentos térmicos para
eliminar a austenita – ou resfriar em temperaturas mais
baixas ainda;

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Tratamentos térmicos
 Variáveis tratamentos térmicos:
 Temperatura de aquecimento
 Taxa de aquecimento
 Tempo de austenitização/solubilização
 Taxa de resfriamento
 Atmosfera

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Diagrama TTT

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OBRIGADA Prof.ª Dr.ª Ágatha Borges
Teixeira

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