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Prof.

Marcos Dorigão Manfrinato


contato: prof.dorigao@gmail.com

Tratamento Térmico
Materiais Metálicos

1
EMENTA
Introdução. Diagrama Fe-C. Temperaturas críticas do ferro e aço.
Tratamentos Térmicos. Constituintes microscópicos.
Curvas T.T.T..
Têmpera, influência de diversos fatores na Têmpera dos aços.
Temperabilidade.
Revenido, fragilidade do revenido.
Recozimento, ciclos de recozimento: recozimento pleno, recozimento de
coalescimento e alívio de tensão.
Aplicações industriais. Tratamentos Isotérmicos. Normalização, ciclos,
aplicações.
Solubilização e Envelhecimento. Microestruturas e propriedades mecânicas.
Ensaios no laboratório. Atmosferas usuais em tratamentos térmicos e tipos
de fornos.

2
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
• CHIAVERINI, V.; Aços Carbono e Ferro Fundido. 6ª ed., São
Paulo. Associação Brasileira de Metais, 1988.
• CHIAVERINI, V.; Tratamentos Térmicos das Ligas
Metálicas. ABM, 2003.
• COLPAERT, H.; Metalografia dos Produtos Siderúrgicos.
Edgard Bucher, 2008.
• TSCHIPTSCHIN, A.; GOLDENSTEIN, H. & SINATORA, A.;
Metalografia de Ligas Ferrosas. ABM,1988.
• COSTA e SILVA, A. L.; MEI, P. R.; Aços e Ligas Especiais.
Eletrometal, 1988.
• PORTER, D. A.; SHERIF, M.; Phase Transformations in
Metals and Alloys. CRC Press, 2008.
• ASM Handbook: Heat Treating, vol. 4. ASM International,
1991.
3
AVALIAÇÃO
Notas vem do trabalho diário!!!!

𝑷𝟏 + 𝑷𝟐 𝒏
𝑴É𝑫𝑰𝑨 𝑭𝑰𝑵𝑨𝑳 = ∗ 𝟔𝟎% + ෍ 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻Ó𝑹𝑰𝑶 𝑶𝑼 𝑻𝑹𝑨𝑩𝑨𝑳𝑯𝑶 ∗ 𝟒𝟎%
𝟐 𝒊=𝟎

Não será avisado quando teremos atividades avaliativas em sala de aula,


portanto vir nas aulas é fundamental!!!!!!

SE MÉDIA < 3,0 , NÃO FARÁ PROVA SUB

PROVA SUB, SUBSTITUI A MENOR NOTA DE PROVA, OU SEJA, P1 OU P2

4
Tratamento Térmico e
Termoquímico
➢ Tratamento Térmico: visa-se modificar as propriedades das ligas,
sobretudo as mecânicas, por meio de modificações microestruturais
e/ou densidade de discordâncias, ou aliviar as tensões e restabelecer a
estrutura cristalina normal. Por modificações microestruturais entende-
se as alterações na quantidade, tipo, fração volumétrica e/ou morfologia
das fases presentes. São obtidas por um conjunto de processos de
aquecimento e resfriamento controlados, em diversas faixas de
temperatura.

➢ Tratamento Termoquímico: procura-se apenas o endurecimento


superficial, pela alteração da composição química da camada superficial
do material, até uma certa profundidade.
5
Tratamento Térmico

6
Objetivos:
➢ Remoção de tensões internas
➢ Aumento ou diminuição da dureza
➢ Aumento da resistência mecânica
➢ Melhora da ductilidade
➢ Melhora da usinabilidade
➢ Melhora da resistência ao desgaste
➢ Melhora da resistência à corrosão
➢ Melhora da resistência ao calor
➢ Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
7
Tratamento Térmico de Ligas
Ferrosas
➢ Tipos:
Resfriamento Contínuo: sem mudança abrupta na taxa de resfriamento, ou
seja, a redução da temperatura acontece de modo contínuo sem a formação
de patamares.
Exemplos: têmpera, revenimento ou
alívio de tensão, homogeneização,
recozimento sub-crítico, esferoidização e
normalização.

Resfriamento Isotérmico: apresentam


um ou mais patamares, durante o
resfriamento.
Exemplos: austêmpera e martêmpera.
8
Tratamento Térmico de Ligas
Ferrosas
➢ A temperatura que a operação de aquecimento deve
atingir depende do tipo de tratamento a ser realizado e do
teor de carbono.

➢ As operações de aquecimento são realizadas em


diversos tipos de fornos, tais como por resistência elétrica,
por indução, a arco elétrico, a gás e a óleo.

➢ O resfriamento pode ocorrer em água, salmoura, óleo,


sais fundidos, ar ou ambiente do forno, dependendo da
taxa de resfriamento desejada.
9
DUREZA EM FUNÇÃO DO TEOR DE
CARBONO

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Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
➢ Temperatura
➢Tempo
➢Velocidade de resfriamento
➢Atmosfera*

* para evitar a oxidação ou perda de algum elemento


químico (ex: descarbonetação dos aços)
11
Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
➢ Tempo:
- o tempo de tratamento térmico depende muito das
dimensões da peça e da microestrutura desejada.

➢Quanto maior o tempo:


-maior a segurança da completa dissolução das fases
para posterior transformação
- maior será o tamanho de grão
Tempos longos facilitam a oxidação 12
TEMPO
O tempo de permanência na temperatura de tratamento é a soma do tempo
para a homogeneização da temperatura no componente e o tempo da
transformação de fase. Períodos superiores ao descrito, provocam o
crescimento do tamanho de grão. O tempo para a homogeneização de
temperaturas é calculado por meio de equações de regime de calor
transiente (números de Biot e Fourier) e o tempo de transformação em
austenita é da ordem de alguns segundos. A literatura normalmente descreve
equações empíricas para a determinação do tempo de permanência aplicada
em aços de construção mecânica. A equação mais conhecida é:
T = 0,5.E
T – tempo de permanência em horas;
E – espessura equivalente em polegada. Para fornos com 2 fontes de calor
(2 baterias de resistências ou maçaricos em duas paredes) a espessura
equivalente é de 0,5 da maior espessura do componente em polegada

Exemplo: para um componente com espessura de 100 mm (~4 polegadas), a


espessura equivalente (E) é 2 polegada e o tempo de permanência (T) será de 1
hora.
13
Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos

➢Temperatura:

- depende do tipo de material e da transformação de


fase ou microestrutura desejada

14
Temperatura

15
Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
➢ Velocidade de Resfriamento:

-Depende do tipo de material e da transformação de


fase ou microestrutura desejada

- É o mais importante porque é ele que efetivamente


determinará a microestrutura, além da composição
química do material
16
Como Escolher o Meio de
Resfriamento ????
É um compromisso entre:
- Obtenção das caracterísitcas finais desejadas
(microestruturas e propriedades),
- Sem o aparecimento de fissuras e
empenamento na peça,
- Sem a geração de grande concentração de
tensões

17
18
Principais Meios de Resfriamento

Ambiente do forno (+ brando)


Ar
Banho de sais ou metal fundido (+ comum
é o de Pb)
Óleo
Água
Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou
NaCl (+ severos)
19
Tratamento Isotérmico

20
Diagramas de Transformações
Isotérmicas
➢ Em aços, está normalmente associada a transformação isotérmica da
austenita. Um dos fatores mais importantes que influenciam a transformação
da austenita é a velocidade de resfriamento.

➢De fato, ao aumentar a velocidade de resfriamento, haverá um afastamento


das condições de equilíbrio e as reações de transformação tendem a
modificar-se.

➢ Estes diagramas envolvem o tempo e a temperatura de transformação,


chamados diagramas TTT (tempo-temperatura-transformação).

➢ O eixo vertical representa a temperatura e o eixo horizontal o logarítmo


do tempo. Estão traçadas curvas contínuas que representam o início, o meio
e o final da transformação de fase.
21
Tratamentos Isotérmicos
800
723o C
700 Curva TTT
Austenita
Perlita grossa
600 1
Perlita fina Aço eutetóide não ligado
50%
Temperatura ( C)

500 50 %
o

Perlita
Austenita
+
Bainita
Microconstituintes
400 produzidos pela
Austêmpera Bainita transformação austenítica:
300 2
Martêmpera 3
Ms
200
M50
-perlita
M90 -bainita
100
Martensita Martensita Perlita
- martensita
Martensita +
Bainita
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Tempo (s) 22
Têmpera
A têmpera consiste em aquecer o aço até uma temperatura acima da zona
crítica (austenitização), mantê-lo nesta temperatura por um certo tempo e
em seguida resfriá-lo bruscamente.
Abaixo de uma temperatura Mi de início de formação de martensita forma-se uma
estrutura muito dura e frágil denominada martensita, com reticulado TC -
tetragonal compacto.

A3
A1
Martensita
A estrutura martensítica é formada por agulhas ou placas muito finas.

Estrutura martensítica em aços de baixo e médio


carbono
Dureza da martensita
O reticulado TC é um reticulado CCC distorcido devido ao
excesso de carbono contido.
A ferrita tem capacidade muito pequena de dissolver carbono no
reticulado.
A austenita pode dissolver, em alta temperatura, todo o carbono
contido no aço.
Durante o resfriamento, não há tempo suficiente para a austenita
se transformar novamente em ferrita ou cementita e o carbono
em excesso fica retido na estrutura martensítica promovendo
forte distorção e introduzindo tensões elevadas no reticulado.
As tensões internas são tanto maiores quanto maior o teor de
carbono em excesso, sendo responsáveis pelo aumento de
dureza do aço.
Dureza da martensita
Dependendo do teor de
carbono do aço é
possível obter durezas % crescentes de
austenita retida

que vão de 20 HRC até


aproximadamente 67
HRC.
Nos aços de muito alto
teor de carbono não se
obtém durezas mais
elevadas devido à
retenção de austenita.
Efeito do teor de carbono nas
temperaturas Mi e Mf
O aumento do teor de carbono causa uma diminuição da
temperatura Mi.
Mi (0C) = 535 – 494 x %C
Ms (0C)  Mi - 200
Efeito do teor de carbono na % vol.
austenita retida
CURVAS TTT
Quando os aços são resfriados com velocidades intermediárias outras
microestruturas se formam.
Curvas TTT – Temperatura, Tempo (de início e fim), Transformação

Ferrita
Curva TTT

Aço carbono com 0,8%C


Curva TTT
A curva mais à esquerda (azul) corresponde ao início das transformações e a mais à direita (cor de
laranja) ao fim das transformações.
Nas duas curvas existem duas retas horizontais denominadas respectivamente Mi e Mf. São as
temperaturas de início e fim de transformação martensítica.

Quando uma curva


de resfriamento
cruza a curva TTT a
transformação ocorre
na região assinalada
por um serrilhado. A
determinação da
estrutura é feita
analisando-se em
região da curva TTT
ocorreu a
transformação.
CURVAS RC
Para tratamentos térmicos industriais, em
que raramente as temperaturasRecozimento são
mantidas constantes, e as peças são
continuamente resfriadas desde a
temperatura
Têmpera mal de austenitização até a
Normalização

temperatura ambiente, utilizam-se curvas


feita

de resfriamento contínuo que descrevem


as transformações
Têmpera bem em resfriamento
contínuo.
feita
Bainita
A bainita é uma estrutura acicular que se forma em uma região
intermediária entre a de formação de perlita e a de martensita.
Possui elevada dureza e boa tenacidade.

2% Nital 500X
Tratamentos térmicos industriais
Nos tratamentos térmicos industriais, em que o resfriamento do aço é
contínuo podem-se formar misturas de microestruturas.
Estruturas mistas
Nos tratamentos térmicos
industriais, em que o
resfriamento do aço é
contínuo podem-se formar
misturas de
microestruturas, como
mostra a série de 6 curvas
de resfriamento
superpostas à curva RC.
Os números indicados
correspondem à dureza
Vickers alcançada após cada
um dos tratamentos
térmicos indicados.
36
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO

AISI1035 - 1040

37
38
39
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1005 - 1006

40
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1008

41
AISI 1011

42
AISI 1OO9 - 1015

43
AISI 1016

44
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO

AISI 1023 - 1026

45
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1029 - 1033

46
AISI 1035 - 1040

47
AISI 1038 - 1043

48
AISI 1039 – 1046

49
AISI 1049 - 1055

50
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1055 - 1065

51
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO

AISI 1064 - 1070

52
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO

AISI 1069 - 1080

53
AISI 1525 - 1527 54
AISI 1029 - 1033
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1035 - 1040 AISI 1536 55


AISI 1038 - 1043 AISI 1335 - 1340
56
AISI 1016 AÇO LIGADO C/ O,16%C 57
AÇO AISI 1011 AÇO LIGADO C/ 0,11% C 58
AISI 1011 AÇOLIGADO C/ 0,09 %C 59
AISI 1029 - 1033 AÇO LIGADO C/ 0,32%C 60
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO

AISI 1029 - 1033 AÇO LIGADO C/ 0,30% C 61


AISI 1038 - 1043 62
AISI 8640 - 8642
AISI 8640 - 8642 AÇO LIGADO C/ 0,41%C 63
CURVAS DE DOIS AÇOS LIGADOS C/ MESMO TEOR DE CARBONO 64
Calcule a microestrutura de um
aço com 0,77%C submetido ao
seguinte tratamento térmico:
(i) resfriado instantaneamente da
região austenita para 500°C,
(ii) mantido por 5s, e
(iii) resfriado instantaneamente
para 250°C.
Utilize o diagrama abaixo para
auxiliar sua resposta.

65
. Um aço 1050 (ferro com 0,5%pC) com temperatura suficiente
para manter este material com estrutura austenítica é
rapidamente resfriado a 330oC, mantido por 10 minutos nesta
temperatura e depois resfriado para temperatura ambiente.
a) Qual é a microestrutura final resultante?
b)Qual é o nome desse tratamento térmico?

66
67
Transformação
de Fase

Simples Por Difusão Adifusional

68
Nucleação Homogênea

69
Nucleação Homogênea

70
Nucleação Homogênea

71
Nucleação Homogênea

A variação da energia livre de volume Gv é a força motriz para


transformação de solidificação, e sua magnitude é uma função da
temperatura, em que Hf representa o calor latente de fusão:

72
Nucleação Homogênea

n* é o número de núcleos estáveis, corresponde à frequencia


segundo a qual os átomos do líquido se fixam ao núcleo sólido,
relacionado com a difusão e é a taxa de nucleação.
73
Nucleação Homogênea

74
Nucleação Homogênea

75
EXERCÍCIOS

Calcule o raio critico e a quantidade de átomos no núcleo crítico se o cobre


solidifica por nucleação homogênea. Assuma um parâmetro de rede de 0,3615
nm para o cobre sólido na sua temperatura de fusão.

76
Nucleação Heterogênea

77
Nucleação Heterogênea

em que S(θ) é uma função apenas da forma do núcleo

78
Nucleação Heterogênea

79
Crescimento

A taxa de crescimento é determinada pela


taxa de difusão e sua dependência é a
mesma que para o coeficiente de difusão

80
Crescimento

81
Crescimento
Por convenção a taxa de uma transformação é
tomada como o inverso do tempo necessário para
que a transformação prossiga

82
Transformação
Para transformações no estado sólido para
temperaturas constantes, a fração transformada y é
uma função do tempo de acordo com:

Equação de Avrami
83
Transformação
Fração de transformação

- kt n
y = 1- e (Equação de Avrami)

y = fração de transformação
k, n = constantes
t = tempo de aquecimento

Nucleação Crescimento

Logaritmo do tempo de aquecimento

84
Transformação

Temperatura constante ao longo de toda a transformação


Porcentagem de austenita
transformada em perlita

Temperatura da Final da
transformação 675 transformação
°C

Início da
transformação

Tempo (s)
85
Transformação

86
87
88
89
90
CURVAS TTT

91
CURVAS TTT

-Como a martensita não envolve difusão, a sua formação ocorre instantaneamente


(independente do tempo, por isso na curva TTT a mesma corresponde a uma reta). 92
93
94
Calcule a microestrutura de um aço com 0,77%C submetido ao seguinte tratamento térmico: (i) resfriado instantaneamente da região austenita
para 500°C, (ii) mantido por 5s, e (iii) resfriado instantaneamente para 250°C. Utilize o diagrama abaixo para auxiliar sua resposta.

Utilizando o gráfico e enunciado do exercício 6 o que acontecerá se a microestrutura resultante for mantida por 1 dia a 250°C e depois resfriada
até a temperatura ambiente.

95
Um aço 1050 (ferro com 0,5%pC) com temperatura suficiente para manter este material com estrutura austenítica é rapidamente resfriado a
330oC, mantido por 10 minutos nesta temperatura e depois resfriado para temperatura ambiente.
a) Qual é a microestrutura final resultante?
b)Qual é o nome desse tratamento térmico?

96
Considere uma liga de aço com composição eutetóide, contendo uma microestrutura inicial de martensita + bainita. Para o diagrama da Figura
abaixo, responda:
(A) Projete um tratamento térmico para produzir a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado acima
(B) Projete um tratamento térmico para converter a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado em um material com 100% de perlita
(C) Projete um tratamento térmico para converter a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado em um material com 100% martensita

97
Tratamentos Isotérmicos
➢ Perlita:
Camadas alternadas (ou lamelas) de ferrita  e cementita.

98
Tratamentos Isotérmicos

SAE-AISI 1080 99
Tratamentos Isotérmicos
➢ Bainita:

A microestrutura da bainita consiste nas fases ferrita e cementita,


formada pelo processo de difusão, porém trata-se de uma estrutura
cujo aspecto varia desde um agregado de ferrita em forma de pena e
carboneto muito fino (em torno de 450oC), até um constituinte em
forma de agulhas (em torno de 200oC), com coloração escura.

Corresponde então em uma dispersão de carbetos submicroscópicos


em uma matriz ferrítica altamente deformada e que contém mais de
0,02%.

100
Tratamentos Isotérmicos

(a) Upper bainite (gray, feathery plates) ( 600). (b) Lower


bainite (dark needles) ( 400). (From ASM Handbook,
Vol. 8, (1973), ASM International, Materials Park, OH
44073.)
101
102
Tratamentos Isotérmicos

103
Tratamentos Isotérmicos
➢ Martensita:

Estrutura monofásica , que não se encontra em estado de equilíbrio,


resultante de uma transformação no estado sólido na ausência de difusão,
dependendo então somente da temperatura, e não do tempo.

Nos aços acima de 0,2%p C, a reação martensítica ocorre à medida que a


austenita CFC se transforma em martensita TCC (tetragonal de corpo
centrado). Corresponde a uma transformação alotrópica com aumento de
volume, o que leva a concentração de tensão. Esta estrutura, metaestável,
além de estar supersaturada de carbono, apresenta-se em estado elevado de
tensão, e seu reticulado apresenta-se distorcido.

Os cristais de martensita apresentam o formato de placas finas e, em uma


micrografia, revelam o aspecto de agulhas.
104
Tratamentos Isotérmicos

Estrutura CFC

Célula unitária
da martensita
TCC,
relacionada à
célula unitária
da austenita
CFC 105
106
Tratamentos Isotérmicos
Este cristal de MARTENSITA é formado por um mecanismo de cisalhamento, que
gera uma grande quantidade de discordâncias dentro do cristal e ao seu redor, ao
distorcer a superfície do grão austenítico, conforme esquematizado pela Figura. O
grande número de discordâncias, associado à supersaturação de carbono, resulta
na grande dureza e resistência mecânica da estrutura martensítica.

107
Tratamentos Isotérmicos
Microestrutura martensítica
– os grãos com formato de
agulha são a fase
martensítica, enquanto as
regiões em branco consistem
em austenita que não se
transformou durante o
processo de resfriamento
rápido (têmpera).

➢Existem transformações de fase martensítica também em outros sistemas


metálicos e não-metálicos. O cobalto, por exemplo, transforma-se de uma
estrutura CFC em HC por uma ligeira alteração na localização dos átomos.
Outros exemplos: Cu-Zn-Al e Ni-Ti.
108
Tratamentos Isotérmicos

(a) Lath martensite in low-carbon steel ( 80). (b) Plate martensite in


high-carbon steel ( 400). (From ASM Handbook, Vol. 8, (1973),
ASM International, Materials Park, OH 44073.)

109
Tratamentos Isotérmicos

©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc. Thomson Learning ™ is a trademark used herein under license.

The effect of carbon content on the


hardness of martensite in steels. 110
Tratamentos Isotérmicos
800
723o C
700
Austenita
Perlita grossa
600 1
Perlita fina
50%
Temperatura ( C)
o 500 50 %
Perlita
+
Austenita Bainita
400

Austêmpera Bainita
300 2
Martêmpera 3
Ms
200
M50
M90
100
Martensita Martensita Perlita
Martensita +
Bainita
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Tempo (s)
111
Tratamentos Isotérmicos
➢ Austêmpera:

Aquecimento do aço a temperaturas superior à


austenitização, com resfriamento rápido (abaixo do cotovelo
da curva, porém acima da transformação da austenita em
martensita) de modo a evitar a transformação da austenita,
seguido de uma transformação isotérmica a um tempo
necessário para a formação da bainita.

112
Tratamentos Isotérmicos
➢ Martêmpera:

Aquecimento do aço a temperaturas superior à


austenitização, com resfriamento brusco até uma
temperatura ligeiramente acima da Ms, seguido de um
tratamento isotérmico que não penetra a região de início da
transformação da austenita em bainita. Esta isoterma tem
duas finalidades: aliviar parcialmente as tensões térmicas
geradas pelo resfriamento brusco e homogeneizar a
temperatura. Após, é realizado o resfriamento rápido para a
produção da martensita.
113
Tratamentos Isotérmicos
O diagrama TTT apresentado anteriormente foi obtido para aço
eutetóide sem a presença de elementos de liga, além do carbono. A
presença de elementos de liga, com exceção do cobalto, desloca as
curvas de transformação para a direita, pois os elementos de liga
diminuem a taxa de resfriamento necessária para produzir uma
estrutura totalmente martensítica. Em aços-carbono de baixa liga, as
curvas de transformação estão tão deslocadas para a esquerda que é
impossível realizar um resfriamento rápido o suficiente para não
cruzar as regiões de transformação austenítica em perlita e/ou bainíta,
não sendo possível obter urna estrutura martensítica. O aumento dos
teores de carbono e de alguns elementos de liga também causa uma
diminuição das temperaturas Ms e M90, sendo possível a existência de
austenita à temperatura ambiente.
114
0,40%C-1,0%Mn

+ 0,8%Cr

115
116
Propriedades Mecânicas

➢ Martensita:

Dureza elevada, tenacidade muito


baixa.

Todo ou praticamente todo o


carbono esta dissolvido na
martensita.

A martensita tem alta densidade


de discordâncias, geradas na
transformações

117
Propriedades Mecânicas
➢ Bainita:

Apresentam propriedades
mecânicas intermediárias
entre a martensita e as
microestruturas obtidas por
resfriamento lento.

Por possuir uma estrutura


mais fina (partículas menores
de ferrita e cementita),
exibem uma combinação
desejável de resistência e
ductilidade.

118
Transformações possíveis envolvendo a decomposição da austenita. As setas contínuas
representam transformações que envolvem difusão; a seta tracejada envolve uma
transformação adifusional. 119
Determinações Microestruturais para Três Tratamentos Térmicos Isotérmicos

Usando o diagrama de transformação isotérmica para uma liga ferro-carbono com


composição eutetóide, especificar a natureza da microestrutura final (em termos dos
microconstituintes presentes e das porcentagens aproximadas) de uma pequena
amostra que foi submetida aos seguintes tratamentos tempo-temperatura. Em cada
caso, admitir que a amostra se encontra inicialmente a uma temperatura de 760°C
(1400°F) e que ela foi mantida nessa temperatura durante tempo suficiente para ser
obtida uma estrutura austenítica completa e homogênea.

(a) Resfriamento rápido até 350°C (660°F), manutenção nessa temperatura


durante 104 s, e a seguir resfriamento rápido até atemperatura ambiente.
(b) Resfriamento rápido até 250°C (480°F), manutenção nessa temperatura
durante 100 s, e a seguir resfriamento rápido até a temperatura ambiente.
(c) Resfriamento rápido até 650°C (1200°F), manutenção nessa temperatura
durante 20 s, resfriamento rápido até 400°C (750°F) manutenção nessa
temperatura durante 103 s, e a seguir resfriamento rápido até a temperatura
ambiente.

120
Tratamento Térmico de
Resfriamento Contínuo

121
Tratamento Térmico de
Resfriamento Contínuo

122
Têmpera
➢ Resfriamento rápido de um material.

➢ O objetivo fundamental da têmpera das ligas ferro-carbono é obter


uma estrutura martensítica, o que exige resfriamento rápido, evitando a
transformação da austenita em seus produtos normais.

➢ Aquece-se o aço a temperatura mais ou menos 50oC acima de A3


para aços hipoeutetóides, e abaixo da linha Acm para aços
hipereutetóides (a cementita formada é dura), seguido de resfriamento
rápido.

➢Visa-se elevar a dureza dos aços.

➢ A estrutura formada é a martensita, de dureza Rockwell de 65 a 67.


123
Têmpera

124
Têmpera
•A velocidade de resfriamento deve ser tal que a curva de
resfriamento pelo menos tangencie o cotovelo da curva TTT
de início de transformação da austenita e atinja as linhas
horizontais correspondentes a formação da martensita.
•Essa velocidade de resfriamento dependerá da posição das
curvas em C, diagrama TTT, ou seja do tipo de aço e
dimensões da peça.
•De acordo com as dimensões das peças, pode-se obter
estruturas mistas, pois é possível que o núcleo das peças
não resfrie com velocidade suficiente de modo a evitar a
formação de alguma perlita.

125
Têmpera
Dureza obtida após têmpera depende
principalmente do teor de carbono
e elementos de liga presentes no aço. Outros
fatores que influenciam a dureza após a
tempera são:
➢temperatura utilizada;
➢tempo de endurecimento à temperatura
escolhida;
➢meios de resfriamento utilizado.
126
Têmpera
Sendo a têmpera um tratamento térmico que exige geralmente um
resfriamento rápido, a velocidade de resfriamento constitui um dos
fatores mais importantes para o êxito da operação. Vários fatores
entram em jogo no mecanismo de resfriamento, tais como:
➢Forma da peça, que afeta o suprimento de calor do núcleo à
superfície;
➢Condições externas, incluindo a própria superfície da peça;
➢Potencial de extração do calor do meio de resfriamento, em
condições normais, ou seja, sem agitação e temperatura e pressões
normais;
➢Modificações do potencial de extração de calor do meio de
resfriamento, quando as condições deixam de ser normais, ou seja, a
temperatura, a pressão e a agitação do meio se modificam.

127
Têmpera
Parâmetros de reticulado (em nm)
austenita:
ao = 0,3555 + 0.0044x(%C)

martensita:
a = 0,28664 -0,0013x(%C)
c = 0,28664 + 0,0166x(%C)

para aço com 0,5%C,


volume austenita (B) = 0,0229 nm³
volume martensita (C) = 0,0239 nm³
5,4% de aumento de volume na têmpera

Consequências:

•Geração de tensões residuais.


•Risco de empenamentos.
•Risco de trincas de têmpera (sempre
intergranulares).
128
Têmpera

129
Têmpera

130
Têmpera
A agitação do líquido modifica as
características de transferência de
calor do meio de resfriamento,
ocasionando uma quebra
mecânica da camada de vapor
formada inicialmente e produzindo
bolhas de vapor menores e mais
facilmente destacáveis. Mesmo
num líquido sem agitação, ocorre
um movimento inevitável quando
se mergulha a peça quente no
meio.

131
Têmpera
A têmpera em um meio líquido pode ocorrer em
três estágios:
✓ 1º Estágio: quando o aço é introduzido forma-se
uma camada de vapor que rodeia o metal e o
resfriamento se faz por condução e radiação
através da camada gasosa;

✓ 2º Estágio: A película de vapor vai desaparecendo e


dando lugar à formação e desprendimento de
bolhas;

✓ 3º Estágio: resfriamento se dá por condução e


convecção. Durante este estágio ocorre a
transformação martensítica. 132
Têmpera
Outros fatores que podem afetar o mecanismo de resfriamento
são:
➢Sólidos que podem se depositar na superfície das peças
quando resfriadas em óleo, salmoura, etc.;
➢Géis que podem se formar na interface líquido/gás da camada
de vapor em álcool polivinílico ou certas soluções gelatinosas;
➢Outros depósitos que podem se formar ou modificações que
podem ocorrer no próprio líquido do resfriamento.

133
Têmpera
Temperatura (C) Óleo

centro

superfície

Tempo (s)

Água fortemente agitada


Temperatura
Diâmetro Tempo ~
Núcleo Superfície Diferença
20mm 275ºC 200ºC 75ºC 13 seg
40mm 390ºC 200ºC 190ºC 16 seg
80mm 600ºC 200ºC 400ºC 18 seg
160mm 740ºC 200ºC 540ºC 20 seg

134
Têmpera
A escolha do meio de resfriamento para operação de têmpera
depende inicialmente de:
➢Dureza final desejada;
➢Forma e dimensões da peça;
➢Capacidade de endurecimento do aço.
Quanto maior for a capacidade de resfriamento do meio, maior
a dureza final. Contudo, velocidades muito drásticas
proporcionadas por meios de grande capacidade de
resfriamento, podem ser prejudiciais em função das dimensões
e forma das peças.

135
Têmpera

136
Têmpera

137
138
139
140
Equipamentos Típicos

141
Equipamentos Típicos

142
Equipamentos Típicos

143
Têmpera
Microtrincas freqüentemente formam
nas placas de martensita em aço com alto
teor de carbono. As microtrincas surgem
em aços temperados que possuem grãos
de granulometria grosseira que formam
microestrutura com placas de martensita
grosseira, de grande porta. A presença
de microtrincas podem contribuir para
diminuir o desempenho em fadiga de
aços de alto teor de carbono
temperado. No entanto, microtrincas podem
ter apenas um efeito secundário sobre a
fadiga, como concentrador de tensão na
ponta da trinca e ocorrer a propagação da
trinca nos contornos de grãos da austenita.
144
Têmpera → aço inox AISI 420
A introdução de elementos de liga ao sistema binário Fe-C causa
modificações nas características de transformações de fase como, por
exemplo: expansão/contração do campo de estabilidade da austenita e da
ferrita, aumento/diminuição da temperatura MS/MF, deslocamento das curvas
de transformação sob resfriamento contínuo, formação de novas
fases/intermetálicos, etc. O conhecimento destas modificações é importante
para o entendimento da microestrutura de aços ligados, de suas
características de tratamento térmico e da relação entre a microestrutura e
suas propriedades.
Quando se adiciona cromo ao sistema Fe-C ocorre a diminuição da
extensão do campo monofásico de estabilidade da austenita e a formação de
carbonetos complexos de elemento de liga. No sistema Fe-C-Cr podem ser
formados carbonetos complexos ligados ao cromo. O cromo pode ser
dissolvido na cementita formando o carboneto (Fe,Cr)3C ou M3C ou formar
mais dois tipos de carbonetos de cromo com novas estequiometrias,
dissolvendo ferro simultaneamente, como: (Cr,Fe)23C6 e (Cr,Fe)7C3, ou M23C6
e M7C3, onde M = Cr,Fe ou outro elemento de liga formador de carboneto
presente na composição da liga em menor concentração.
145
Têmpera → aço inox AISI 420
O aço inoxidável martensítico tipo AISI 420 é amplamente utilizado em aplicações de
cutelaria, moldes para injeção de polímeros e componentes mecânicos que
combinem elevada resistência mecânica e resistência à corrosão.
Este aço é fornecido no estado recozido, com dureza máxima de 200HB, a partir do
qual são confeccionados diferentes tipos ferramentas. Após a usinagem inicial, as
ferramentas são submetidas aos tratamentos térmicos de têmpera e revenimento
para se condicionar a dureza ao nível especificado em cada aplicação, seguido da
usinagem final.
A Tabela 1 mostra a composição química nominal do aço inoxidável martensítico Tipo
AISI 420, desenvolvido especificamente para o setor de fabricação de moldes para
injeção de polímeros

C Si Cr Mo V
min 0,15 max 1,0 12 - 14 max 0,6 min 0,25
opcional

146
Têmpera → aço inox AISI 420

Diagrama Fe-Cr com 0.01 p% C


revelando as fase existentes.
Líquida, austenita e ferritas

147
Têmpera → aço inox AISI 420

Diagrama
pseudobinário
do sistema
Fe-C-Cr

148
Têmpera → aço inox AISI 420
A Figura mostra a variação da dureza da
martensita em função da temperatura de
austenitização. Verifica-se um aumento
da dureza entre 900°C e 1050°C,
decorrente da dissolução de carbonetos
de cromo que elevam tanto o teor tanto
de cromo quanto de carbono dissolvidos
na matriz, aumentando o grau de
supersaturação da martensita pelo
carbono. Acima de 1050°C a fração de
austenita retida é suficientemente
elevada para resultar em uma
diminuição na dureza do aço. É
importante salientar que o aumento de
dureza é provocado pela distorção da
rede cristalina da martensita enquanto
que a austenita possui reticulado livre
de tensões e o aumento de sua fração
volumétrica na estrutura se reflete em
uma diminuição na dureza global
149
Têmpera → aço inox AISI 420
C e V, são para intensificar o endurecimento na têmpera e no revenimento. O baixo
teor de enxofre é fundamental para questões de polibilidade. A microestrutura da
barra no estado recozido, Figura é constituída de uma matriz ferrítica com uma
dispersão de carbonetos esferoidizados tipo M23C6.

150
Têmpera → aço inox AISI 420
Na Figura observa-se a microestrutura após a têmpera, a partir de uma temperatura
de austenitização de 1025°C, constituída de martensita e carbonetos não
dissolvidos. A morfologia da martensita é intermediária entre martensita tipo
escorregada e tipo maclada, típica de aços de médio carbono

151
Têmpera → aço inox AISI 420
O tratamento de revenimento deve ser realizado imediatamente após a
têmpera, sendo projetado para adequar o nível de dureza e tenacidade às
condições exigidas no projeto. Considerando temperaturas de revenimento
utilizadas na prática industrial este processo não necessita obrigatoriamente
ser realizado a vácuo, mas o controle da atmosfera do forno é obrigatório
para garantir a integridade superficial da ferramenta.
A curva de revenimento fornecida pela literatura para o aço Tipo AISI 420 é
mostrada na Figura . Verifica-se que a dureza recomendada para os moldes,
entre 48–52 HRC, pode ser atingida por duas temperaturas de revenimento,
200°C e 520°C. A presença do endurecimento secundário na faixa de
500°C é decorrente de uma precipitação fina e homogênea de carbonetos
de elemento de liga, neste caso o M7C3. Com o aumento da temperatura de
revenimento, após o endurecimento secundário, ocorre uma queda
acentuada de dureza pela transformação do carboneto M7C3 em M23C6,
seguida do processo de coalescimento deste carboneto. Via de regra, o
tratamento de revenimento é realizado em temperaturas superiores à do pico
de endurecimento secundário, onde se obtém a melhor combinação entre
resistência e tenacidade.
152
Têmpera → aço inox AISI 420

153
03/06/2020 10:51 "/Graph1" (2459003)]
Polynomial Regression for DATA1_B:
Y = A + B1*X + B2*X^2 69
03/06/2020 10:51 "/Graph1" (2459003)]
68 Polynomial Regression for DATA1_B:
Y = A + B1*X + B2*X^2 DUREZA HRC
67
Parameter Value Error Polynomial Fit of Data1_B
66
Parameter Value Error 65
------------------------------------------------------------
A
B1
-269.77475
0.69002
49.18765
0.1045

------------------------------------------------------------ 64
B2 -3.54392E-4 5.51102E-5
------------------------------------------------------------

DUREZA (HRC)
63 R-Square(COD) SD N P

A -269.77475 49.18765 62
------------------------------------------------------------
0.90292 1.35459 9 9.14868E-4
------------------------------------------------------------

B1 0.69002 0.1045 61
60
B2 -3.54392E-4 5.51102E-5 59
58
------------------------------------------------------------ 57
56
55
R-Square(COD) SD N P 54
800 850 900 950 1000 1050 1100
------------------------------------------------------------ TEMPERATURA (°C)
0.90292 1.35459 9 9.14868E-4
------------------------------------------------------------

Y=A+B1*X+B2*X^2
DERIVADA Y/X → = ZERO ACHO O PONTO MÁXIMO DA TEMPERATURA DE AUSTENITIZAÇ
COMO EU SEI QUE y = DUREZA E X = TEMPERATURA, VOU SUBSTITUIR X=T

154
REVENIMENTO

155
Revenimento e Alívio de Tensão
➢ Consiste em aquecer o metal a uma temperatura abaixo da linha de início da
transformação austenítica, A1, mantendo o material em um determinado tempo neste
patamar. O objetivo principal é propiciar um aumento da ductilidade e tenacidade do
material, cuja estrutura foi afetada pelo resfriamento, transformação de fase e/ou
deformação plástica.

➢ A temperatura de revenimento será escolhida de acordo com o resultado final


desejado: aliviar apenas as tensões ou eliminá-las completamente.

➢ Tensões macroscópicas estão presentes em todos os materiais, submetidos a


processos que envolvam deformação plástica e/ou mudança de temperatura.

➢ A formação da microestrutura martensítica resulta em um material extremamente


frágil e sem aplicações práticas. Por ser metaestável, o aquecimento fornece energia
suficiente para que ocorra uma difusão dos átomos de carbono, formando carbonetos
e, portanto, reduzindo o nível de distorção da rede cristalina. O revenimento pode
provocar um rearranjo e uma redução do número de discordâncias, aumentando a
ductilidade e tenacidade do material, e uma redução na dureza e resistência mecânica.
156
REVENIMENTO
Dependendo da temperatura, pequenas ou grandes transformações na
estrutura martensítica. Essas modificações estruturais apresentam a seguinte
seqüência:
• 100°C a 200°C – não há modificações estruturais sensíveis. As
estruturas, quando atacadas apresentam aspecto mais claro, idêntico ao da
martensita original. Essa estrutura é chamada de martensita revenida. Em
um aço, de composição eutetóide, a dureza cai para abaixo de 60 HRC.

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157
REVENIMENTO
• 200°C a 260°C – nessa faixa, o aço começa a perder mais dureza,
embora não se verifique nenhuma modificação estrutural notável.
• 260°C a 360°C – inicia-se uma precipitação de carbonetos finos, a qual
origina uma estrutura com aparência de um agregado escuro onde ainda se
nota a origem de martensita. Essa estrutura é, as vezes, chamada de
troostita. A dureza continua caindo, chegando as valores em torno de 50
HRC.
• 360°C a 730°C – nessa faixa ocorrem as maiores transformações
estruturais e mecânicas. Quanto mais elevada a temperatura do revenido,
mais grossas se tornam as partículas de cementita precipitada, as quais
ficam perfeitamente visíveis em uma matriz férrica. Essas estruturas são
normalmente chamadas de sorbita e a dureza cai para aproximadamente 30
HRC. Nas temperaturas próximas a 720°C as partículas de cementita
precipitada assumem uma forma esferoidal, donde o nome da estrutura
esferoidita. A dureza cai a valores da ordem de 5 HRC a 8 HRC, a
tenacidade torna-se muito boa e o tipo de estrutura constituída de partículas
de carbonetos num fundo de ferrita confere ao aço as melhores
características de usinabilidade.
158
REVENIMENTO
• 200°C a 260°C – nessa faixa, o aço começa a perder mais dureza,
embora não se verifique nenhuma modificação estrutural notável.

Martensita revenida – as partículas


pequenas são compostas da fase
cementita, e a fase matriz é ferrita. O
revenido foi conduzido a temperatura
de 594ºC.

Microestrutura martensítica – os grãos


com formato de agulha são a fase
martensítica, enquanto as regiões em
branco consistem em austenita que não
se transformou durante o processo de
resfriamento rápido (têmpera). 159
REVENIMENTO
•260°C a 360°C – inicia-se uma precipitação de carbonetos finos, a qual
origina uma estrutura com aparência de um agregado escuro onde ainda se
nota a origem de martensita. Essa estrutura é, as vezes, chamada de
troostita. A dureza continua caindo, chegando as valores em torno de 50
HRC.

TROOSTITA - MARTENSITA

Aspecto micrográfico de um
aço temperado mostrando a
estrutura mista troostita
(carbonetos finos /cementita –
martensita). Ataque: reativo
Nital. Ampliação: 200x
160
REVENIMENTO
•360°C a 730°C – nessa faixa ocorrem as maiores transformações estruturais e
mecânicas. Quanto mais elevada a temperatura do revenido, mais grossas se tornam
as partículas de cementita precipitada, as quais ficam perfeitamente visíveis em uma
matriz férrica. Essas estruturas são normalmente chamadas de sorbita e a dureza cai
para aproximadamente 30 HRC.

SORBITA

Aspecto micrográfico de um aço


temperado e revenido. Estrutura:
sorbita (cementita grosseira numa
matriz ferrítica). Ataque: reativo Nital.
Ampliação: 1000x

161
Aço 1045 - Têmpera
1800 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 200°C
1700 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 250°C
1600 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 300°C
Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 350°C
1500 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 400°C
1400 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 450°C
1300 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 500°C
Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 550°C
1200 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 600°C
(MPa)

1100 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 650°C


1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,15 0,18 0,21 0,24 0,27

(mm/mm)
162
163
REVENIMENTO

164
REVENIMENTO

90 min

50 min

25 min

curvas aproximadas de dureza versus temperatura de


revenido para um aço com 1% C 4% Cr 18% W
temperado a 1090ºC. (a), (b) e (c) são as curvas para
tempos de 25, 50 e 90 minutos respectivamente.
165
REVENIMENTO

166
REVENIMENTO
Na realidade existem duas faixas de temperaturas favoráveis
para o revenido dos aços, no sentido de melhorar a tenacidade:
150°C a 200°C, na qual resulta apenas um ligeiro acréscimo
da tenacidade e acima de 450°C, na qual se obtém uma
melhora considerável da tenacidade, com prejuízo, porém, da
resistência mecânica a tração e dureza.
A faixa mais baixa de temperatura é recomendada para
aplicações que exigem altas resistências mecânicas e à fadiga,
em aço de médio carbono e onde as cargas são principalmente
de compressão, como mancais e engrenagens feita de aço de
alto carbono.

167
REVENIMENTO

Energia, J

Temperatura do revenido
Fragilidade da martensita revenida
260°C a 370°C

168
Revenimento e Alívio de Tensão
Martensita >>>>> dura e frágil
Aquecimento por um certo período abaixo da linha de transformação
austenítica (723oC).

➢ Aumento de dutilidade

➢Alívio de tensões

➢Rearranjo e aniquilação de discordâncias

➢Difusão de carbono >> Precipitados >> reduz distorção da rede

➢ O tratamento de têmpera e revenimento estão sempre associados


169
Martensita Revenida
➢ A martensita, por ser uma fase metaestável, quando aquecida abaixo da
temperatura eutetóide, a fase ferrita termodinamicamente estável e a
cementita se precipitam, causando a diminuição da resistência mecânica e
dureza, com aumento na ductilidade. A microestrutura final do revenido é a
martensita revenida.

➢ A microestrutura da martensita revenida consiste em partículas de


cementita extremamente pequenas e uniformes dispersas, encerradas no
interior de uma matriz contínua de ferrita. A martensita revenida pode ser tão
dura e resistente quanto a martensita, porém com uma ductilidade e
tenacidade substancialmente melhorada.

➢ O tamanho das partículas de cementita influenciam no comportamento


mecânico da martensita revenida → o aumento no tamanho das partículas
diminuem a área de contornos entre as fases ferrita e cementita, resultando em
um material mais mole e mais fraco. 170
Martensita Revenida
Microestrutura martensítica –
os grãos com formato de agulha
são a fase martensítica,
enquanto as regiões em branco
consistem em austenita que não
se transformou durante o
processo de resfriamento rápido
(têmpera).

Martensira revenida – as
partículas pequenas são
compostas de fase cementita, e
a fase matriz consiste em ferrita.
O revenido foi conduzido a
temperatura de 594oC.
171
Martensita Revenida

Limite de
resistência à tração,
limite de
escoamento e
ductilidade (%RA)
em função da
temperatura de
revenido para um
aço liga 4340
temperado em óleo.

172
Fragilidade de Revenido
➢ Diversos aços caracterizam-se por adquirir fragilidade, quando são aquecidos
na faixa de temperatura de 375-575oC, ou quando são aquecidos lentamente
através desta faixa.

➢ Tem-se verificado que aços que são susceptíveis à fragilidade de revenido


contém apreciáveis concentrações dos elementos de liga manganês, níquel ou
cromo e, em adição, um ou mais dos elementos antimônio, fósforo, arsênio e
estanho como impurezas em relativamente baixas concentrações.

➢ Observa-se concentrações de impureza nos contornos de grão, o que comprova


que é necessária a presença destas impurezas, juntamente com um elemento de
liga, para provocar esta fragilidade.

➢ A fragilidade de revenido pode ser evitada por (1) controle de composição;


e/ou (2) revenimento acima de 575oC ou abaixo de 375oC, seguido por têmpera
até à temperatura ambiente. Além disso, a tenacidade de aços que se tornaram
fragilizados pode ser melhorada significativamente pelo aquecimento até cerca de
600oC (1100oF) e a seguir rápido resfriamento até abaixo de 300oC (570oF). 173
Homogeneização
➢ Efetuado em uma faixa de temperatura de 1000 a 1200oC

➢ Aplicado antes de trabalhos termomecânicos

➢ Homogeneizar composição química ao longo do lingote

➢ Dissolver carbonetos

➢ Resulta em uma melhor trabalhabilidade a quente do


material e melhores respostas a tratamentos térmicos
posteriores.
174
175
176
1.50

1.35 WM annealing
1.20 HAZ annealing
1.05
BM annealing
BM untreated
0.90
E vs EAg/AgCl (V)

HAZ untreated
0.75 WM untreated
0.60

0.45

0.30

0.15

0.00

-0.15

1E-10 1E-9 1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3


2
log i (A/cm )
Manfrinato, et. al., 2020 . INFLUENCE OF ANNEALING HEAT TREATMENT ON MICROSTUCTURE AND CORROSION
RESISTANCE OF AISI 321H STAINLESS STEEL WELDED BY GTAW. Journal of Materials Engineering and Performance. 177
Homogeneização
➢ A escolha da temperatura na deve influir na ocorrência de
nenhuma transformação de fase.

➢ Resfriamento lento no forno ou ao ar.

178
NORMALIZAÇÃO

▪ Objetivos:
➔ Refinar o grão
➔ Melhorar a uniformidade
da microestrutura

*** É usada antes da têmpera e


revenido

Diagrama esquemático de
transformação para normalização. 179
Normalized → normalização

Annealed → recozimento

Tensile strength → resistência a


tração

Impact energy → energia absorvida


no ensaio charpy

180
NORMALIZAÇÃO

181
NORMALIZAÇÃO

► Temperatura
Hipoeutetóide ➔ acima da linha A3
Hipereutetóide ➔ acima da linha Acm*

* Não há formação de um invólucro de carbonetos frágeis


devido a velocidade de resfriamento ser maior

► Resfriamento

Ao ar (calmo ou forçado)

182
NORMALIZAÇÃO

► Constituintes Estruturais resultantes


Hipoeutetóide ➔ ferrita + perlita fina
Eutetóide ➔ perlita fina
Hipereutetóide ➔ cementita + perlita fina

✓ Conforme o aço pode-se obter bainita e martensita

Em relação ao recozimento a microestrutura é mais fina,


apresenta menor quantidade e melhor distribuição de
carbonetos
183
Normalização
➢ Os objetivos da normalização são idênticos aos do recozimento, com a
diferença de que se procura obter uma granulação mais fina (diminuir o
tamanho médio dos grãos) e produzir uma distribuição de grãos de tamanhos
mais uniformes e, portanto, propriedades mecânicas melhores.

➢ Deve-se aquecer a liga de modo que esta seja completamente


transformada em austenita, com o resfriamento sendo mais rápido: ao ar.

➢ No aquecimento dos aços hipereutetóides, pode-se ultrapassar a linha


Acm porque, sendo o resfriamento, neste caso, mais rápido, não à a
formação do invólucro frágil de carbonetos.

➢ É aplicada frequentemente em peças depois de laminadas e forjadas. É


usada ainda como tratamento preliminar à tempera e ao revenido, justamente
para produzir estrutura mais uniforme do que a obtida por laminação, por
exemplo. 184
Recozimento
Objetivos:
➢ remover tensões decorrentes de tratamentos
mecânicos a frio ou a quente
➢ reduzir a dureza
➢ aumentar a usinabilidade
➢ facilitar o trabalho a frio
➢ regularizar a textura bruta de fusão
➢ eliminar os efeitos de quaisquer tratamentos
térmicos ou mecânico anterior
185
Recozimento
➢ Aquecimento a uma temperatura escolhida por um
período de tempo e resfriamento lento dentro do forno.

Microestrutura obtida:
➢Perlita grossa (com dureza na faixa de 80 HRB a 20 HRC)
+ ferrita pró-eutetóide para hipoeutetóides
➢Perlita grossa e cementita pró-eutetóide para aços
hipereutetóides
Resfriamento: desliga-se o forno e deixa-se que o aço
resfrie com a taxa de resfriamento do forno

186
Recozimento
➢ Aquecimento a uma temperatura escolhida por um
período de tempo e resfriamento lento dentro do forno.

➢ Fatores que afetam o recozimento – Embora a


temperatura e o tempo de recristalização e de recozimento
do metal encruado possam ser determinados com suficiente
precisão, diversos fatores influenciam na sua escolha:
▪ Encruamento prévio;
▪ Tamanho de grão prévio;
▪ Pureza do metal.

187
Recozimento
➢ Em função da temperatura e dependendo dos
resultados alcançados tanto na estrutura cristalina
como nas propriedades do metal encruado, o
recozimento compreende três estágios principais:
▪ Recuperação;
▪ Recristalização;
▪ Crescimento de grão.

188
Recozimento

189
Recozimento
➢ RECUPERAÇÃO – Esse primeiro estágio do
recozimento é verificado a temperaturas baixas. Nele ocorre
um rearranjo das discordâncias, de modo a adquirir
configurações mais estáveis, embora não haja, pelos menos
aparentemente, mudança na quantidade de defeitos
presentes. A não ser essa, não há sensível modificação
estrutural do material. As tensões macro e micro
introduzidas durante o encruamento, são diminuídas, em
virtude do rearranjo das discordâncias.
O estágio de recuperação é também chamado de
recozimento para alívio de tensões. Não há nenhum efeito
sensível sobre as propriedades do metal.
190
Recozimento
➢ RECRISTALIZAÇÃO – nesse estágio, imediatamente
após a recuperação, e portanto a temperaturas elevadas,
verifica-se grande reação da microestrutura do metal, com
simultânea vedação nas propriedades do metal. A
recristalização consiste no surgimento de novos e diminutos
cristais, de composição e estrutura idêntica aos grãos
originais não deformados. São grãos eqüiaxiais poligonais,
que aparecem em primeiro lugar nas partes da estrutura
mais intensamente deformadas.
A recristalização é um fenômeno de nucleação. Após um
determinado tempo na temperatura desejada, o fenômeno
fica praticamente estabilizado.
191
Recozimento
➢ CRESCIMENTO DE GRÃO – a temperatura mais
elevada, os grãos recristalizados tendem a crescer, mediante
um mecanismo que consiste na absorção por parte de alguns
grãos dos grãos circunvizinhos. A força propulsora do
crescimento de grão é a energia superficial dos contornos de
grão dos grãos recristalizados.
Como os contornos de grãos representam descontinuidades
que impedem o deslizamento ou o movimento de
discordância, quanto menor o número de contornos de
grãos, menor a resistência mecânica a esse movimento, ou
seja, granulação fina favorece a resistência mecânica.

192
Recozimento Pleno
➢ Aquecimento do aço acima da zona crítica durante o tempo
necessário e suficiente para ter-se a solução do carbono ou dos
elementos de liga no ferro gama, seguido de resfriamento lento,
realizado sob condições que permitam a formação dos constituintes
normais de acordo com o diagrama Fe-C.

➢ Obtém-se a perlita grosseira, ideal para melhorar a usinabilidade de


aços de baixo e médio teor de carbono, a qual não é vantajosa para aços
de alto carbono (prefere-se a estrutura esferoidita).

➢ Consiste em aquecer o aço dentro de uma faixa de temperatura cerca


de 50oC acima da linha A3 para aços hipoeutetóides e 50oC acima de
A1, e entre as linhas A1 e Acm, para aços hipereutetóides (para evitar a
formação de um invólucro contínuo e frágil de carbonetos ao longo dos
contornos de grão, o que iria conferir excessiva fragilidade aos aços).
193
Recozimento Pleno

+Fe3C
+
Recozimento total
ou pleno

+Fe3C

194
Recozimento Pleno
Constituintes Estruturais resultantes
Hipoeutetóide➔ ferrita + perlita grosseira
Eutetóide ➔ perlita grosseira
Hipereutetóide➔ cementita + perlita grosseira

195
Recozimento Isotérmico

➢ Tem como objetivo aliviar tensões originadas durante a


solidificação ou produzidas em operações de transformação
mecânica a frio.

➢Aquecimento do aço a temperatura abaixo do limite


inferior da zona crítica, a uma temperatura inferior à da
linha A1, onde as peças permanecem o tempo necessário,
seguindo-se de resfriamento ao ar, geralmente.

196
Recozimento Isotérmico
❖A diferença do recozimento pleno está no
resfriamento que é bem mais rápido,
tornando-o mais prático e mais econômico,
❖Permite obter estrutura final + homogênea
❖Não é aplicável para peças de grande
volume porque é difícil de baixar a
temperatura do núcleo da mesma
❖Esse tratamento é geralmente executado
em banho de sais

197
Esferoidização (Coalescimento)
➢ Este recozimento tem como objetivo melhorar a usinabilidade e a
trabalhabilidade a frio dos aços.

➢ Consiste em um aquecimento e resfriamento subsequente em condições


tais a produzir uma forma globular ou esferoidal de carboneto no aço. Esta
microestrutura formada é chamada de cementita globulizada. Esta
transformação ocorre mediante uma difusão adicional de carbono, sem
qualquer alteração nas composições ou nas quantidades relativas das fases
ferrita e cementita.

➢ Para tanto, pode-se aquecer o aço a uma temperatura logo acima da linha
inferior de transformação seguido de resfriamento lento, ou aquecimento
prolongado a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica,
ou aquecimento e resfriamento alternado entre temperaturas que estão logo
acima e logo abaixo da linha inferior de transformação.
198
Esferoidização (Coalescimento)
A esferoidização tem como objetivo alterar a morfologia da cementita (Fe3C) de
lamelar para esferoidal. A microestrutura formada pelo recozimento para
esferoidização apresenta os valores máximos de ductilidade e usinabilidade e os
valores mínimos de resistência para um dado aço.
❖ pode-se aquecer a uma temperatura logo acima da zona crítica seguido de
resfriamento lento;
❖ aquecimento prolongado logo abaixo da zona crítica ou
❖ aquecimento e resfriamento alternado acima e abaixo da zona crítica

199
Esferoidização (Coalescimento)
➢ Aplica-se principalmente a aços de médio a alto teor de carbono, sobretudo para
melhorar a usinabilidade. Quando o teor de carbono é muito baixo, a condição
esferoidizada torna o aço extremamente mole e viscoso, tendo como objetivo
permitir deformações severas, sobretudo em operações de estiramento a frio.

Fotomicrografia de um aço que


tem uma microestrutura de
cementita globulizada 200
OUTRAS MANEIRAS DE PRODUZIR
ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO

➔ Aquecimento por tempo prolongado a


uma temperatura logo abaixo da linha
inferior da zona crítica,
➔ Aquecimento e resfriamentos alternados
entre temperaturas que estão logo acima e
logo abaixo da linha inferior de
transformação.

201
RECOZIMENTO ≠ NORMALIZAÇÃO

A principal diferença entre os tratamentos de recozimento


pleno e de normalização é queas peças tratadas em
recozimento pleno apresentam ductilidade e usinabilidade
homogêneas em todas as regiões, já quea peça toda fica
exposta ao ciclo de resfriamento. Já no caso da peça
normalizada a velocidadede resfriamento não é uniforme.
Seções mais espessas resfriam mais lentamente do que
seções mais finas. Como a velocidadede resfriamento é
heterogênea, a microestruturae as propriedades (usinabilidade
conformabilidade) também o são. Caso se deseje usinar a
peça nas etapas subseqüentes de fabricação é melhor fazer
recozimento pleno

202
2
Mecanismos de Controle da Microestrutura
• Na primeira Unidade do nosso
curso, foi dada a seguinte definição
de Engenharia dos Materiais :
“Projeto, desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento
de técnicas de processamento de materiais,
com base nas relações entre
composição/estrutura e propriedades,
visando um desempenho desejado”.

• Nesta Unidade serão apresentadas


algumas estratégias empregadas para
conseguir controlar propriedades
mecânicas de materiais por meio de
técnicas de processamento capazes de
alterar as suas microestruturas. 203
3

Mecanismos de Controle da Microestrutura


Materiais Metálicos
✓ Na Unidade do nosso curso que tratou de defeitos cristalinos, foi dito
que a existência de discordâncias é fundamental para a explicação do
fato de que os metais deformam plasticamente em tensões muito
inferiores às tensões teóricas calculadas a partir das suas energias de
ligação.

• Vamos relembrar o conceito de discordância...

3
204
DISCORDÂNCIA EM
4
...para relembrar:

CUNHA ("edge dislocation")

Linha de
discordância

205
DISCORDÂNCIA EM
5
...para relembrar:

CUNHA ("edge dislocation")

Linha de
discordância

Plano de
escorregamento

206
6

(a representação esquemática
é de um cristal metálico)

6
207
7

...ESTE É O PONTO IMPORTANTE !!

7
208
8

8
209
9

210
Movimentação de Discordâncias e 10

Deformação Plástica
• A deformação plástica ocorre por movimentação das linhas de
discordância, e também causa multiplicação de discordâncias.

linha da discordância

plano de escorregamento

...se as discordâncias não se moverem, a deformação plástica não ocorre!


211
11
Campos de Tensão e
Interações entre Discordâncias

212
12

IDEIA CENTRAL
• Se eu quero controlar propriedades
mecânicas:
• Identificar o mecanismo responsável pela
deformação plástica (e, em última análise, pela
falha...).
– Nos metais, a deformação plástica nos metais pode ser
relacionada à quantidade e à mobilidade das discordâncias
existentes.

– Em vidros, a falha está relacionada à existência e propagação de


trincas superficiais.

• Atuar sobre os mecanismos de modo a dificultar


e/ou impedir seus efeitos.
213
13
Mecanismos de Controle da Microestrutura
Materiais Metálicos
• Vários métodos existem para modificar propriedades mecânicas tais como a
resistência ao escoamento ( “yield strenght” ), a ductilidade (“ductitlity”) , a
tenacidade (“toughness”) e a dureza (“hardness”) dos materiais.

• A deformação plástica nos metais pode ser relacionada à quantidade


e à mobilidade das discordâncias existentes.

• Assim sendo, no caso dos materiais metálicos, a maioria dos métodos para
modificar propriedades mecânicas atua no sentido de facilitar ou de
dificultar/impedir o movimento das discordâncias:
– ...se o método tende a facilitar o movimento das discordâncias → aumenta possibilidade
de deformação plástica → aumenta ductilidade → diminui resistência ao escoamento e
dureza.

– ... se o método tende a dificultar/impedir o movimento das discordâncias →


diminui ductilidade → aumenta resistência a escoamento → aumenta dureza.

214
14
Mecanismos de Endurecimento
em METAIS e LIGAS METÁLICAS MONOFÁSICAS

•Restringir ou dificultar a movimentação das


discordâncias torna os metais mais resistentes à
deformação plástica, mais duros e menos dúcteis.
✓ Endurecimento por deformação plástica (ENCRUAMENTO) (“strain
hardening” , “work hardening” ou “cold work”)
✓ Endurecimento por diminuição (REFINO) do tamanho de grão
(“strengthening by grain size reduction”)
✓ Endurecimento por SOLUÇÃO SÓLIDA (“solid solution
strengthening”)
✓ Endurecimento por PRECIPITAÇÃO ou DISPERSÃO
✓ Tratamentos Térmicos Específicos para Desenvolvimento de
Microestruturas → exemplo: TÊMPERA em aços

215
15
Endurecimento em Metais:
Encruamento
• O endurecimento por deformação ou
encruamento é o mais utilizado dentre os
mecanismos de endurecimento, pois
praticamente todo metal ou liga pode ser
submetido a este tipo de endurecimento.

• Este foi provavelmente o primeiro


mecanismo de endurecimento observado
pelo homem.

• Vannoccio Biringuccio, no seu livro De La


Pirotechnia (considerado o primeiro livro tratando
de Metalurgia impresso no mundo, em 1540, em
Veneza),já mencionava que os metais ao
serem deformados tornavam-se mais
resistentes à uma deformação posterior.
Em outras palavras, eles endureciam por
deformação.
216
16
Endurecimento em Metais: Encruamento
• O encruamento é o mecanismo pelo Metal policristalino dúctil
qual um metal dúctil se torna mais duro Ferro deformado plasticamente
Densidade de discordâncias :
e resistente depois de ter sido
2 x 108 cm/cm3 )
submetido a uma deformação em uma
temperatura que pode ser considerada
baixa em relação à sua temperatura de
fusão.
• Durante a deformação plástica, as
discordâncias movimentam-se,
multiplicam-se, interagem entre si
formando “emaranhados”.
• As discordâncias são obstáculos para o
movimento de outras discordâncias...
• Para que a movimentação das
discordâncias continue a ocorrer passa
a haver a necessidade de tensões
crescentes.
217
17

Movimento
de
discordâncias

...as discordâncias
são obstáculo para
o movimento de
outras
discordâncias...

218
18
Endurecimento em Metais: Encruamento
Metal policristalino dúctil
Ferro deformado plasticamente
Densidade de discordâncias :
2 x 1011 cm/cm3 )

A tensão é relaxada e
se for novamente
aplicada, o limite de
escoamento
Metal policristalino dúctil aumentará: passará de
Ferro deformado plasticamente LE para LE’
Densidade de discordâncias :
2 x 1010 cm/cm3 )
219
19

Endurecimento em Metais: Encruamento

✓ À medida em que um metal é deformado plasticamente, as


discordâncias se movimentam e se multiplicam → a movimentação de
discordâncias vai ficando cada vez mais difícil !

✓ Essa maior dificuldade faz com que o material fique progressivamente


mais duro à medida que é deformado → encruamento.

✓ O aumento da quantidade de discordâncias não afeta apenas as


propriedades mecânicas dos metais:

➢ Também afeta outras propriedades, como por exemplo as propriedades


elétricas. Exemplo: no cobre, é observada uma queda de 3% de
condutividade elétrica após 97% de deformação plástica.

✓ Esse endurecimento pode ser revertido por meio de um tratamento


térmico
→ recozimento (“annealing”).
✓ Esse tratamento térmico de recozimento será discutido em detalhe mais adiante nesta aula...

220
20

221
21
Endurecimento em Metais: Encruamento
 Ao − A f 
%CW = x100% (b)
 Ao )

%CW é trabalho a frio, Ao e Af são áreas de seção


transversal, respectivamente, antes e depois da deformação.

(a)

Variação de : (a) limite de escoamento e (b)


ductilidade com o grau de deformação, em % de
redução de área (%CW) para aço AISI 1040,
latão e cobre, todos trabalhados a frio.
222
• Nos metais, devido à deformação plástica que ocorre em processos de conformação
a frio, as discordâncias movimentam-se, multiplicam-se, interagem entre si formando
“emaranhados” (encruamento) – mas não é só isso o que pode ocorrer → a
microestrutura é alterada , pois os grãos se deformam.

223
Recozimento (“Annealing”)
• O termo recozimento se refere a um tratamento térmico no qual um
material é exposto a uma temperatura elevada (mas ainda bem inferior à
temperatura de fusão) por um período de tempo adequado para serem
atingidos os resultados (alívio de tensões / microestrutura / propriedades)
desejados.

• Qualquer processo de recozimento é constituído de três etapas:


– Aquecimento até a temperatura de tratamento;
– Manutenção do material na temperatura de tratamento por um tempo
suficiente para sejam atingidos a microestrutura e/ou as propriedades
desejadas;
– Resfriamento, geralmente até a temperatura ambiente.

224
Recozimento

• O tempo de tratamento e as velocidades de aquecimento e


resfriamento são parâmetros importantes no processo.
– Durante o aquecimento e o resfriamento, existem gradientes de
temperatura que devem ser respeitados → suas magnitudes
dependem do tamanho e geometria das peças.

– O tempo de tratamento deve ser suficiente para que os efeitos


desejados (redução de tensões; microestrutura) sejam obtidos.

• A temperatura de tratamento é um outro parâmetro


importante no processo.
– Os mecanismos que atuam no processo de recozimento são
termicamente ativados.

225
Recozimento

Recozimento pleno Recozimento isotérmico

226
Recozimento

• Ao longo de tratamentos de recozimento podem ser


ativados mecanismos de :
– Alívio de tensões internas induzidas por
• Processos de deformação plástica na conformação;
• Resfriamento não uniforme durante a fabricação, em processos
realizados a partir do estado líquido (fundição);
• Transformações de fase que ocorram durante a produção de
peças, no caso em que as fases de origem e aquelas presentes
no produto tenham densidades muito diferentes.
– Movimentação de discordâncias;
– Recristalização;
– Precipitação.
227
Recozimento

➢Em função da temperatura e dependendo dos


resultados alcançados tanto na estrutura cristalina
como nas propriedades do metal encruado, o
recozimento compreende três estágios principais:
▪ Recuperação;
▪ Recristalização;
▪ Crescimento de grão.

228
26
Recozimento

Ciclos de deformação a frio e recozimento


(cápsula para cartuchos)

Influência da temperatura de recozimento na


resistência à tração e na ductilidade de um
latão (“brass” - liga Cu-Zn). Tempo de
tratamento térmico: 1h.
229
Recuperação (“Recovery”)
• Uma fração da energia empregada na
deformação é armazenada no metal na
forma de energia associada a zonas de
tração, compressão e cisalhamento ao
redor das discordâncias recém-criadas pela
própria deformação.
• Propriedades e estruturas alteradas pela
deformação plástica podem ser revertidas
por meio de um tratamento térmico
apropriado.
• Durante o recozimento, os seguintes
processos ativados pela temperatura
(que facilita a difusão) ocorrem:
– RECUPERAÇÃO
– RECRISTALIZAÇÃO

230
Recuperação (“Recovery”)
Recristalização(“Recrystallization”)

• RECUPERAÇÃO → movimentação de
discordâncias, com liberação de parte da
energia interna “armazenada” no processo
de deformação.

• RECRISTALIZAÇÃO → processo de
formação de novos grãos, menores,
equiaxiais e livres de deformações.

• Se o tratamento térmico de recozimento


prosseguir por tempo suficientemente
longo, pode haver crescimento dos grãos
formados na recristalização.

231
Crescimento de Grãos (“Grain Growth”)

• Uma energia está associada aos


contornos dos grãos.
• À medida que os grãos aumentam de
tamanho, a área total dos contornos
diminui, produzindo uma consequente
redução da energia total → essa é a força
motriz do processo.

• Se os grãos forem muito grandes, eles


podem ser reduzidos por um processo
de refino de grãos.
Refino de Grãos
=
{ Deformação Plástica + Recristalização }
232
Recozimento – Recristalização – Crescimento de Grãos

Micrografias mostrando
estágios de recristalização e de
crescimento de grãos em latão
a) Estrutura de material
deformado a frio (33% CW).
b) Estágio inicial de
recristalização (3s – 580oC)
→ grãos diminutos
aparecem.
c) Substituição parcial de grãos
do material endurecido por
grãos gerados no processo de
recristalização (3s – 580oC).
d) Recristalização completa (8s
– 580oC).
e) Crescimento de grãos depois
de tratamento térmico por
15min a 580oC.
f) Crescimento de grãos depois
de tratamento térmico por
10min a 700oC.

(micrografias: J.E.Burke, GE Co.;


retirado de Callister, cap. 7)
233
Exemplo de Processamento para Obtenção de
Microestruturas / Propriedades

Laminação a frio (90% de


Material de Partida : Aço 1006 redução)

Recozimento – 610oC
– 8 horas

Laminação a frio – 5%
de redução
G2L590 - Tensão de
escoamento > 560 MPa

G2RL - Tensão de escoamento < 280 MPa

234
Endurecimento por Refino de Grão
• Os maior parte dos materiais utilizados em engenharia são
policristalinos.
• Os contornos de grão são barreiras que dificultam a
movimentação das discordâncias, pois uma discordância não
consegue atravessá-los.

Grãos tem orientações


cristalinas diferentes.
Assim sendo, uma discordância
que tentasse passar de um grão
A para dentro de um outro grão
B teria de alterar sua direção de
movimentação.

235
Endurecimento por Refino de Grão
• Um material que possui grãos pequenos é mais duro e mais
resistente do que um material que possui grãos maiores, uma vez
que tem uma maior área total de contornos de grão para dificultar o
movimento das discordâncias.
• Este é o único mecanismo de endurecimento que também
aumenta a
tenacidade do material .
• Hall e Petch, trabalhando independentemente, propuseram uma
equação para o endurecimento causado por refino de grão :

– onde  é o limite de escoamento, 0 e Ke são constantes, e d é o tamanho


médio dos grãos.

236
34

Significado do 0
𝐾𝑒
• Para que  =  0 → 𝑑
=0
𝐾𝑒
• Para que = 0, d deve ser muito grande (idealmente, infinito)
𝑑
• ...ou seja, 0 seria o limite de resistência de um monocristal infinito.

...só que não é bem assim...

• A orientação do monocristal interfere nas suas propriedades


mecânicas, e isso é ainda mais pronunciado em metais não cúbicos.
• A própria orientação dos grãos em uma amostra policristalina
poderá
influir no valor do .

• O valor de 0 é determinado graficamente (VER PRÓXIMO SLIDE).


237
•O tamanho dos grãos pode ser
controlado :
•mediante o ajuste da taxa de
solidificação a partir da fase líquida
(em produtos obtidos por fundição,
por ex.);
•por deformação plástica seguida
de tratamento térmico adequado
(recristalização).

238
•Existe um limite para esse método de
endurecimento.
•Para grãos muito pequenos, o tamanho
das discordâncias começa a ser
comparável ao tamanho dos grãos.
•Por exemplo, para grãos de 10nm,
somente uma ou duas discordâncias
cabem dentro do grão.
•No caso de grãos tão pequenos, quando
se submete o material a uma tensão, os
grão começam a deslizar uns sobre os
outros, e a resistência cai.
•Esse mecanismo de endurecimento
funciona bem para grãos com dimensões
acima de 1m.

239
Normalização

240
Endurecimento por Solução Sólida
• Uma técnica utilizada para aumentar a resistência de materiais
consiste na inserção de elementos químicos diferentes daqueles
que compõem a matriz do material que se deseja “endurecer”.

• Em metais, esse processo consiste na formação de ligas com


átomos de impurezas que entram em solução sólida substitucional
ou intersticial.

• Em vidros, esse processo consiste na difusão de elementos


diferentes daqueles da matriz a partir da superfície do material (
processo também chamado de “têmpera química” ) .

241
Endurecimento por Solução Sólida – Metais
38

• As ligas são mais resistentes do que os metais puros, pois os átomos das
impurezas que entram em solução sólida geralmente impõem
deformações na rede cristalina formada pelos átomos “hospedeiros” →e
ssas deformações dificultam a movimentação das
discordâncias .
• Se o átomo de impureza for • Se o átomo de impureza for
menor que o átomo da rede → MAIOR que o átomo da rede →
deformação de tração deformação de compressão

242
• Se o átomo do soluto for um pouco maior ou um pouco menor do
que o átomo do metal de base da liga (que é o solvente ) →
SUBSTITUCIONAL
• Se o átomo do soluto for bem menor(tipicamente ao menos 10%
menor) do que o átomo do metal de base da liga (que é o solvente )
→ INTERSTICIAL

243
244
Endurecimento por Solução Sólida –
Metais
• Os átomos de impureza ou elementos de liga em solução sólida
interagem com a rede cristalina e os campos de tensão ao seu
redor interagem com as discordâncias, dificultando a sua
movimentação.

• A presença das impurezas dificulta a movimentação das


discordâncias → a aplicação de uma maior tensão é
necessária para em primeiro lugar iniciar a movimentação
dos átomos e depois para dar continuidade à deformação
plástica → aumento da resistência (= aumento do limite de
escoamento) e aumento da dureza.

245
4
2

Endurecimento por Solução Sólida


Liga Cu-Ni

246
Endurecimento Superficial por Solução Sólida – Metais
• Metais podem ter suas superfícies endurecidas por meio de tratamentos térmicos
nos quais ocorre a difusão de elementos que entram na rede cristalina, a partir da
superfície, como solutos intersticiais. Esses elementos podem dar origem a novas
fases ou criar condições favoráveis para tratamentos térmicos → os elementos mais
comuns são C, N e B. Exemplos:

• Carbono → Carbonetação ou Cementação (“carburizing”)


• Nitrogênio → Nitretação (“nitriding”)
• Carbono + Nitrogênio (C>N) → Carbonitretação (“carbonitriding”)
• Nitrogênio + Carbono (N>C) → Nitrocarbonetação (“nitrocarburizing”)
• Boro → Boretação (“boron heat treatment”)

• Esses tratamentos de endurecimento superficial são também conhecidos


como tratamentos termoquímicos.
• As principais finalidades desses tratamentos são conferir propriedades às
superfícies das peças tratadas tais como resistência ao atrito, à fadiga, à corrosão
e à oxidação em altas temperaturas. O mecanismo como cada um atua é diferente.

247
Foto de engrenagem de aço que
teve sua superfície endurecida
por um processo de
carbonetação (cementação –
“carburizing”)

248
Endurecimento Superficial de Vidros –
TÊMPERA QUÍMICA
• Apesar de ainda não termos tratado do tema “VIDROS” no curso
(ele será abordado com mais detalhe na Unidade que tratará de
Materiais Cerâmicos), é interessante falar da TÊMPERA QUÍMICA
DE VIDROS neste momento pela analogia que esse processo de
endurecimento superficial de vidros tem com o endurecimento
superficial de metais por solução sólida.

• De forma simplificada, a fratura de vidros depende da existência e


da propagação de trincas → em especial trincas superficiais.

• Impedir a formação e/ou dificultar a propagação de


trincas superficiais torna os vidros mais
resistentes e mais duros.

249
Endurecimento Superficial de Vidros – TÊMPERA 46

QUÍMICA
• Nos VIDROS (materiais amorfos...) :
• Não existem discordâncias
• Não é observada deformação plástica (somente deformação
elástica...)

• A resistência mecânica não depende, portanto, da movimentação


de discordâncias (elas não existem...) → depende da existência e
da propagação de trincas

• Aumento da resistência → pode ser obtido por processamento


que dificulte a formação e/ou a propagação de trincas superficiais

250
47

Representação Esquemática da Estrutura dos Vidros

251
48

Representação Esquemática do Processo de TÊMPERA QUÍMICA

252
49

A entrada de íons K+ na estrutura do vidro leva ao estabelecimento de tensões


de compressão na sua superfície (raio iônico K+ > raio iônico Na+)
Essas tensões se contrapõem às trincas → para se propagarem, as trincas
precisam vencer as tensões de compressão induzidas na superfície.
Resultado → AUMENTO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA e DA DUREZA.

Raios iônicos e atômicos em picometros (10-12 m)


253
50
Endurecimento por Precipitação
• ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO → precipitação de uma
nova fase no seio de uma fase “matriz”.

• O sistema deve apresentar necessariamente duas características


para poder ser endurecido por precipitação:
– Deve haver uma solubilidade máxima apreciável de um
componente no outro (da ordem de vários pontos percentuais) →
ponto M na figura a seguir;

– Deve haver um limite de solubilidade que diminua rapidamente


com a concentração do componente principal em função da
diminuição da temperatura → linha solvus, de M para N na figura a
seguir.

ATENÇÃO: essas condições são necessárias, mas não são


suficientes...
254
51

255
52

256
53

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Região rica em Al do diagrama de fases Al-Cu mostrando as três etapas do tratamento térmico
de endurecimento por precipitação e as respectivas microestruturas que são obtidas.
257
54

• O endurecimento por precipitação é


obtido mediante dois tratamentos
térmicos diferentes.
• O primeiro é um tratamento térmico de
solubilização na temperatura T0, no qual
todos os átomos do soluto são dissolvido
para formar uma solução sólida
monofásica.
• Esse procedimento é seguido por um
resfriamento rápido (têmpera ou “quench” )
até a temperatura T1 - difusão e formação
de fase  é evitada.
• Dessa forma, na temperatura T1 existe
uma situação de ausência de equilíbrio,
onde somente existe uma fase 
supersaturada no componente B (em
relação à composição da fase  que
existiria no equilíbrio).

258
55

• No segundo tratamento térmico, o


tratamento térmico de precipitação, a
solução sólida com composição 
supersaturada é aquecida à temperatura
T2, localizada dentro da região bifásica (
+ ).
• Na temperatura T2, a velocidade de
difusão começa a ficar apreciável.
• A fase  começa a precipitar na forma de
cristais muito pequenos, de composição
C .
• Com a manutenção do tratamento
térmico à temperatura T2, esses cristais da
fase  precipitada crescem.
• Decorrido o tempo adequado de
tratamento à temperatura T2 (também
chamado de tempo de envelhecimento), o
material é resfriado à temperatura
ambiente.
259
• O endurecimento por precipitação é
empregado comumente em ligas de alumínio
de alta resistência.
• Esse mecanismo de endurecimento foi
extensivamente estudado para as ligas
alumínio-cobre.
• A natureza das partículas precipitadas e,
subsequentemente, as propriedades mecânicas
do material (resistência, ductilidade, dureza)
dependem tanto da temperatura de
precipitação T2, quanto do tempo de
envelhecimento a essa temperatura.

• Com o aumento do tempo, a resistência (ou


dureza) aumenta, atinge um valor máximo e
finalmente diminui.
• Essa redução na resistência e na dureza que
ocorre após tempos de tratamento térmico
excessivo é chamada de superenvelhecimento.

260
5
7

Fase  supersaturada
Início do tratamento
térmico

261
58

Partícula de precipitado de fase de


transição ” (cristal pequeno;
precipitado coerente) → quando
esses precipitados existem, o sistema
atinge o máximo de resistência e o
mínimo de ductilidade

262
5
9

Partícula de precipitado de fase de equilíbrio 


(precipitado incoerente) → quando esses
precipitados crescem, a resistência do sistema cai, e
atinge-se o estado de superenvelhecimento

263
60

264
61
Application:
Precipitation Strengthening
• Internal wing structure on Boeing 767
Adapted from chapter- opening
photograph, Chapter 11, Callister
& Rethwisch 3e. (courtesy of
G.H. Narayanan and A.G. Miller,
Boeing Commercial Airplane
Company.)

•Aluminum is
strengthened
with precipitates
formed by
alloying.
Adapted from Fig. 11.26, Callister
& Rethwisch 8e. (Fig. 11.26 is
courtesy of
G.H. Narayanan and A.G. Miller,
1.5m Boeing Commercial
Company.)
Airplane

265
6
2

Têmpera em Aços
• O tratamento de têmpera do aço é
descrito na Odisséia, (atribuída a
Homero), obra escrita supostamente entre
os séculos XII e VIII a.C. .
• A TÊMPERA consiste em resfriamento
brusco (em água ou óleo) de aços com
composições dentro do campo
austenítico.
• Forma-se uma fase de não-equilíbrio
(>0,6 % C) de morfologia acicular
denominada MARTENSITA.
• A transformação de fase austenita (CFC)
para martensita (TCC) ocorre sem difusão
→ transformações desse tipo recebem o nome
de transformações martensíticas.

Plaquetas de martensita em um
fundo de austenita retida.
266
63

Têmpera em Aços
A transformação martensítica ocorre
quando a velocidade de resfriamento é
rápida o suficiente para impedir a difusão
do carbono.

• A martensita é uma
fase dura e frágil.
• Sua dureza
aumenta com o teor
de carbono do aço.
• Sem tratamento
térmico posterior à
têmpera (revenido), o
aço tratado não tem
utilidade – é frágil
demais !

Estrutura da martensita (TTC - tetragonal de corpo centrado) : os


círculos indicam as posições dos átomos de Fe, enquanto os X
indicam posições que podem ser ocupadas por átomos de C.
267
64
TÊMPERA TÊMPERA E REVENIDO
Aço aquecido a 1100oC e resfriado em água
•Aquecimento em temperaturas no campo austenítico.
Resultado: material muito frágil, que quebra
com uma martelada •Resfriamento rápido = Têmpera → imersão em água, óleo, polímero,
jato de ar, ....
Material resultante extremamente duro e frágil.
•Novo aquecimento a temperaturas relativamente baixas → 250oC-
600oC, dependendo da composição do aço = Revenido.
•Resfriamento ao ar
Resultado: material de alta dureza e alta tenacidade.

Aquecido a 1100oC e
resfriado ao ar
Resultado: material mais
tenaz, que amassa com
uma martelada
268
65
Endurecimento Superficial de Vidros
– TÊMPERA
• ...novamente falando de vidros : é interessante falar da TÊMPERA
TÉRMICA DE VIDROS neste momento, pelo fato de que esse
processo de endurecimento superficial de vidros tem o mesmo
nome
do processo de têmpera em aços, embora o mecanismo envolvido em
cada um deles seja completamente diferente !

• Nos dois casos – aços e vidros – o processo se chama TÊMPERA →


envolve um resfriamento brusco dos materiais que estão sendo
processados.

• No caso dos vidros, o resfriamento brusco induz tensões


superficiais de compressão que impedem a formação e/ou
dificultam a propagação de trincas superficiais, o que torna
os vidros mais resistentes e mais duros.

269
Endurecimento Superficial de Vidros –
• TÊMPERA
O resfriamento rápido realizado no processo de têmpera cria um perfil
de tensões de compressão na superfície e de tração no interior das
peças termicamente tratadas.

270
Endurecimento Superficial de Vidros – TÊMPERA
• Para causar a fratura de uma peça de vidro temperado, uma tensão
de tração externa deverá ser capaz de ser suficientemente grande
para superar a tensão residual de natureza compressiva da
superfície, e além disso tensionar adicionalmente a superfície o
suficiente para criar uma trinca.

• Essa trinca, para se propagar, deverá conseguir superar as tensões


de
compressão que existem na camada superficial da peça.
• Se uma trinca conseguir atingir a região interna, que está
submetida a tensões de tração, ela se propagará de forma
catastrófica pela grande liberação das tensões existentes nessa →
a peça quebrará de forma praticamente instantânea, em cacos
pequenos e arredondados.

271
68

vidro comum vidro temperado

272
69

Controle de
...finalizando

Propriedades...
• Ao final do estudo dos conteúdos desta Unidade você deve ser capaz de:
– descrever a relação entre o movimento de discordâncias e a deformação plástica em materiais
metálicos.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por encruamento.
– descrever os mecanismos que ocorrem em um tratamento de recozimento de metais:
recuperação, recristalização e crescimento de cristais.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por refino de grãos.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por solução sólida, bem como os chamados
tratamentos termoquímicos (tratamentos de endurecimento superficial).
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por precipitação.
– descrever brevemente o mecanismo de têmpera de aços.
– descrever os mecanismos de aumento de resistência mecânica de vidros que foram apresentados:
têmpera térmica e têmpera química.

273
70

Referências
• Callister, W.D. Materials Science and Engineering: An Introduction. 7th Ed.
Wiley. 2007. Cap. 7, Seções 7-8 a 7-13; Cap.11, Seção 11-9; Têmpera
(martensita) : Cap.10, Seções 10-5 e 10-8; Têmpera de Vidros: Cap. 13, Seção
13-9.
– Obs.: outras edições do livro do Callister existentes nas bibliotecas da EP, em inglês ou português, também cobrem o conteúdo
apresentado nesta Unidade.

• Askeland, D.R.; Phulé, P.P. Ciência e Engenharia dos Materiais. Cengage Learning. 2008. Cap. 8;
Cap. 10, Seções 10-4; Cap. 11, Seção 11-1.
• Padilha, A.F. – Materiais de Engenharia. Hemus. São Paulo. 1997. Cap. 15 .

274
Tabela 1 – Resultados do ensaio de dureza Rockwell B Tabela 2 – Resultados dos corpos de tração para as
para os corpos de prova submetidos ao tratamento condições de tratamento térmico de normalização,
térmico de normalização, recozimento e esferoidização. recozimento e esferoidização.
ESFEROIDIZADO
Do Df Lo Lf σesc σmax
RECOZIMENTO HRB NORMALIZADO HRB HRB
(mm) (mm) (mm) (mm) (MPa) (MPa
1° 82,9 1° 93,9 1° 72,1 )
2° 84,9 2° 93,6 2° 72,4 NORMALIZADO 10 8,11 25 28,25 904 958
3° 84,5 3° 93,3 3° 72,7 NORMALIZADO 10,05 8,25 25 28,75 905 968
4° 85,3 4° 94,0 4° 72,2 NORMALIZADO 10,10 8,32 25 29,55 895 952
5° 85,1 5° 94,3 5° 72,7 RECOZIDO 10 7,32 25 31,34 299 635
6° 86,9 6° 94,6 6° 73,1 RECOZIDO 10 7,22 25 31,98 301 630
7° 86,4 7° 96,4 7° 72,6
RECOZIDO 10,1 7,14 25 31,85 307 636
8° 85,2 8° 94,2 8° 72,5
ESFEROIDIZAD 10,1 6,54 25 33,12 287 591
O
9° 84,4 9° 92,7 9° 72,8
ESFEROIDIZAD 10,1 6,38 25 33,87 285 600
10º 86,0 10º 94,9 10º 73,4
O
11º 87,0 11º 95,4 11º 71,6
ESFEROIDIZAD 10,1 6,49 25 33,98 289 597
12º 84,2 12º 94,6 12º 72,4
O
13º 83,0 13º 93,3 13º 72,2
14º 88,7 14º 95,0 14º 72,6
15º 87,2 15º 93,8 15º 71,9
Média 85,44 Média 94,26 Média 72,48
Desvio CONDIÇÃO ENERGIA ABSORVIDA
Padrão 1,130 Desvio Padrão 1,003 Desvio Padrão 0,392
(J)
NORMALIZADO 45
NORMALIZADO 48
NORMALIZADO 53
RECOZIDO 95
RECOZIDO 98
Tabela 3 – Valores de energia absorvida pelo corpo de prova de impacto RECOZIDO 104
Charpy para cada condição de tratamento térmico. ESFEROIDIZADO 185
ESFEROIDIZADO 190
275
ESFEROIDIZADO 197
Solubilização e Envelhecimento

276
Solubilização e Envelhecimento
Tomaremos como exemplo, o resfriamento lento de uma liga
do sistema Al-Cu contendo 4,5% de Cu ou 94,5% de Al.

277
Solubilização e Envelhecimento
A solubilização tem como objetivo solubilizar a fase endurecedora,
mantendo a liga em uma condição metaestável.

278
Solubilização e Envelhecimento
O envelhecimento tem como objetivo a precipitação controlada da fase
endurecedora na matriz previamente solubilizada. A temperatura e o tempo de
envelhecimento determinam a mobilidade dos átomos de Cu, que tendem a formar
a fase θ.

279
Solubilização e Envelhecimento
Nas ligas de alumínio tratáveis,
o envelhecimento é realizado
em temperaturas de até 280ºC
(dentro do campo α + θ) por
um intervalo de tempo
precisamente determinado. A
combinação temperatura e
tempo de envelhecimento
determinam as características
da dispersão da fase θ. Para
uma determinada temperatura
existe um tempo “ótimo” em
que a dispersão de
precipitados é, na maior parte,
coerente provocando o
endurecimento máximo da liga.

280
Solubilização e Envelhecimento
A figura abaixo apresenta o aspecto típico de curvas de envelhecimento. Note que
quanto maior a temperatura de envelhecimento, o ponto de resistência máxima
ocorre mais rápido, porém com um valor de resistência menor.

281
Solubilização e Envelhecimento

282
Solubilização e Envelhecimento

283
Solubilização e Envelhecimento

284
Solubilização e Envelhecimento

285
Tratamento Termoquímico

286
Tratamento Termoquímico
➢ Visa-se o endurecimento superficial dos aços, pela modificação
parcial da sua composição química, nas seções que se deseja endurecer,
através da aplicação de calor em um meio apropriado, de modo a
produzir esta alteração da composição química até uma profundidade
que depende do tempo e temperatura de aquecimento.

➢ O objetivo principal é aumentar a dureza e a resistência ao desgaste


superficial, ao mesmo tempo em que o núcleo do material permanece
dúctil e tenaz.

➢ Cementação
➢Nitretação
➢ Cianetação
➢Carbonitratação
➢ Boretação 287
Cementação
➢ Consiste no enriquecimento superficial de carbono em certos aços,
aquecidos convenientemente em contato com substâncias carbonáceas. O meio
carbonetante pode ser sólido (carvão), gasoso (atmosferas ricas em CO) ou
líquido (banhos de sal à base de cianetos)

➢ Introduz-se carbono na superfície do aço, de modo que a que este, depois de


temperado, apresente uma superfície mais dura. Os processos usuais de
cementação devem elevar o teor superficial de carbono até 0,8% ou 1,0%.

➢ A operação deve ser realizada a uma temperatura que coloque o aço no


estado austenítico, geralmente entre 850 e 950oC.

➢ Os aços antes da cementação devem ser geralmente normalizados para


permitir usinagem, visto que depois da cementação, as dimensões e as
tolerâncias exigidas somente podem ser corrigidas por retíficação.
288
Cementação
➢ Para produzir uma combinação de uma superfície dura com núcleo tenaz,
deve-se partir, em princípio, de um aço de baixo carbono.

➢Os aços depois de


submetidos à cementação
devem ser temperados. Não
se faz geralmente o revenido
nos aços cementados. Se,
entretanto, o mesmo for
necessário para aliviar as
tensões residuais da têmpera,
faz-se o revenido a baixa
temperatura, geralmente
entre 160oC e 200oC.

289
Nitretação
➢ Endurecimento superficial através da introdução de nitrogênio até
uma certa profundidade, sob a ação de um agente nitroso, a uma
temperatura determinada, o qual se combina com certos elementos dos
aços formando nitretos de alta dureza e resistência ao desgaste.

➢ Objetivos: obter elevada dureza superficial, aumento de resistência


ao desgaste, aumento da resistência à fadiga, melhora da resistência à
corrosão, melhora da resistência superficial ao calor, até temperaturas
correspondentes às da nitretação.

➢Características: temperatura de tratamento entre 500 a 575oC, não há


a necessidade de qualquer tratamento térmico posterior à nitretação.

➢ A nitretação pode ser realizada através de três processos: a nitretação


a gás, a nitretação líquida ou em banho de sal e ionitretação. 290
Nitretação

291
Nitretação
15
14 AISI 304
13 AISI 316

Profundidade da Camada (m)


12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Tempo de Nitretação, (horas)

Gráfico da profundidade da camada nitretada (camada composta + camada de


difusão) em relação ao tempo de tratamento, mantida a temperatura de 400ºC.
292
Nitretação

Micrografias eletrônicas (MEV) do aço inoxidável austenítico AISI 316 tratado,


à temperatura de 400ºC em diferentes tempos: 1, 3, 6 e 10 horas
293
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

% % % % % % % % %
% MASSA
ATÔMICA MASSA ATOMICA MASSA ATOMICA MASSA ATOMICA ATOMICA MASSA

N 58,28 26,83 64,07 29,5 33,28 12,21 1,69 0,44 0,00 0,00
C 0,09 0,03 0,06 0,02 0,07 0,02 0,08 0,03 0,09 0,03
69,1
Fe 27,79 51,00 35,13 64,55 44,38 60,31 67,01 68,7 68,46
0
19,2
Cr 8,55 14,60 9,26 15,84 13,96 17,66 20,11 19,2 20,44
1
Ni 3,11 6,01 2,82 5,44 4,91 7,01 7,28 7,85 7,63 8,10
3m Mo 0,05 0,15 0,13 0,40 0,31 0,72 0,49 0,87 0,67 1,16
Si 0,44 0,41 0,31 0,29 0,88 0,6 1,09 1,09 0,71 0,66

Mn 0,88 1,58 0,93 1,67 1,63 2,18 2,32 2,34 2,09 2,07

Nitretação a plasma
35

30
% massa de Nitrogêmio

25

20

15

10

0
1 2 3 4
pontos 294
Nitretação

295
Nitretação
640
620 304 não nitretado
0
304 nitretado por 6h a 400 C
600
Amplitude de Tensão (MPa), S
316 não nitretado
580
0
316 nitretado por 6h a 400 C

560
540
520
500
480
460
440
420
400
380
360
4 5 6 7
10 10 10 10
Ciclos para Falhar, N
296
Cianetação
➢ Endurecimento superficial que consiste na introdução simultânea, na
superfície do aço, de carbono e de nitrogênio.

➢ Esse tratamento é realizado em banho líquido de sal (com maior porcentagem


de cianeto que a cementação). A cianetação é também denominada carbo-
nitretação líquida. O tempo de imersão varia de 30 minutos a uma hora, e a
espessura da camada varia geralmente de 0,1 a 0,3 mm.

➢ A faixa de temperatura de operação dos banhos de cianetação varia de 760 a


870oC, ou seja, acima da temperatura crítica, seguido de têmpera posterior.

➢A camada cianetada compõe-se de duas zonas distintas: uma, mais externa,


martensítica, e outra mais interna bainítica, apresentando teor mais baixo de
carbono.

➢ É aplicada mais comumente em aços-carbono de baixo teor de carbono,


quando se deseja rapidamente uma camada com dureza e resistência ao desgaste
297
satisfatórias
Carbonitretação
➢ Também chamada de “cianetação a gás”, consiste em submeter o aço a uma
temperatura elevada (acima da temperatura de transformação), numa atmosfera
gasosa (basicamente composta de gás natural e amônia anidra) que pode
fornecer carbono e nitrogênio simultaneamente, as quais são absorvidas pela
superfície do metal.

➢O nitrogênio que é incorporado na superfície do aço durante o processo de


carbonitretação reduz a quantidade de carbono que é necessária para produzir-se
a máxima dureza superficial. Também, o nitrogênio adicionado durante o
processo aumenta substancialmente a endurecibilidade da camada nitretada de
aços de baixo teor de carbono.

➢ A espessura da camada produzida varia de 0,07 a 0,7 mm. Por outro lado,
uma camada carbonitretada apresenta melhor temperabilidade que uma camada
cementada, de modo que, por carbonitretação e têmpera subsequente, pode-se
obter uma camada dura a custo mais baixo, dentro das faixas de espessura
indicada, usando aço-carbono ou aço-liga de baixo teor de liga.
298
Boretação
➢ Introduz-se na superfície do aço, por difusão, o elemento boro, formando-se
o boreto de ferro, com elevada dureza superficial.

➢ Para tanto, emprega-se normalmente um meio sólido de um granulado


composto de carboneto de boro B4C e um ativador. O tratamento é levado em
fornos que permitem controle rigoroso da temperatura, sendo as peças colocadas
em caixas (de aço resistente ao calor) envoltas pelo granulado de boretação. A
temperatura varia de 800 a 1050oC. O tempo depende da espessura desejada da
camada boretada.

➢Podem ser tratados aços-carbono comuns e aços-liga, de baixo e alto teor,


assim como ferro fundido comum e ferro fundido nodular.

➢A alta dureza superficial da camada produzida induz uma excelente resistência


ao desgaste do material.

➢O aço boretado pode ser temperado e revenido.


299
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
A boretação é um tratamento termoquímico que ocorre a difusão de átomos de boro para
dentro da superfície formando boretos (FeB e Fe2B). O boro preenche os espaços no
substrato criando uma totalmente nova liga de boro e ferro. Por se tratar de um verdadeiro
processo de difusão não há interferência mecânica entre a liga e o substrato. Abrasão e
aderência são tipicamente as principais formas de desgaste e são umas das características de
praticamente todos os tipos de estresses mecânicos. Aços boretados são extremamente
resistentes à abrasão por conta de sua extremamente dura superfície. Dependendo da
aplicação, a espessura da camada de boreto varia de 20 a 300µm e resulta no aumento da
vida útil em múltiplas vezes
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
(a), na amostra de 850ºC;(b) e na amostra de
950 ºC ; (c) Aço inoxidável Austenitico AISI
321 H imersos em H3PO4
MB(a); e nas temperaturas de 850 ºC (b); e 950
ºC (c); ampliadas a 1500x respectivamente,
imersão em HCl
BORETAÇÃO
corrosão de aço de alta liga em zinco
fundido
BORETAÇÃO
Comparação de desgaste do aço SAE 4131
Ensaio esfera sobre disco (força de 15N e percorrer 500m)
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO
BORETAÇÃO

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