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Tratamento Térmico
Materiais Metálicos
1
EMENTA
Introdução. Diagrama Fe-C. Temperaturas críticas do ferro e aço.
Tratamentos Térmicos. Constituintes microscópicos.
Curvas T.T.T..
Têmpera, influência de diversos fatores na Têmpera dos aços.
Temperabilidade.
Revenido, fragilidade do revenido.
Recozimento, ciclos de recozimento: recozimento pleno, recozimento de
coalescimento e alívio de tensão.
Aplicações industriais. Tratamentos Isotérmicos. Normalização, ciclos,
aplicações.
Solubilização e Envelhecimento. Microestruturas e propriedades mecânicas.
Ensaios no laboratório. Atmosferas usuais em tratamentos térmicos e tipos
de fornos.
2
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
• CHIAVERINI, V.; Aços Carbono e Ferro Fundido. 6ª ed., São
Paulo. Associação Brasileira de Metais, 1988.
• CHIAVERINI, V.; Tratamentos Térmicos das Ligas
Metálicas. ABM, 2003.
• COLPAERT, H.; Metalografia dos Produtos Siderúrgicos.
Edgard Bucher, 2008.
• TSCHIPTSCHIN, A.; GOLDENSTEIN, H. & SINATORA, A.;
Metalografia de Ligas Ferrosas. ABM,1988.
• COSTA e SILVA, A. L.; MEI, P. R.; Aços e Ligas Especiais.
Eletrometal, 1988.
• PORTER, D. A.; SHERIF, M.; Phase Transformations in
Metals and Alloys. CRC Press, 2008.
• ASM Handbook: Heat Treating, vol. 4. ASM International,
1991.
3
AVALIAÇÃO
Notas vem do trabalho diário!!!!
𝑷𝟏 + 𝑷𝟐 𝒏
𝑴É𝑫𝑰𝑨 𝑭𝑰𝑵𝑨𝑳 = ∗ 𝟔𝟎% + 𝑹𝑬𝑳𝑨𝑻Ó𝑹𝑰𝑶 𝑶𝑼 𝑻𝑹𝑨𝑩𝑨𝑳𝑯𝑶 ∗ 𝟒𝟎%
𝟐 𝒊=𝟎
4
Tratamento Térmico e
Termoquímico
➢ Tratamento Térmico: visa-se modificar as propriedades das ligas,
sobretudo as mecânicas, por meio de modificações microestruturais
e/ou densidade de discordâncias, ou aliviar as tensões e restabelecer a
estrutura cristalina normal. Por modificações microestruturais entende-
se as alterações na quantidade, tipo, fração volumétrica e/ou morfologia
das fases presentes. São obtidas por um conjunto de processos de
aquecimento e resfriamento controlados, em diversas faixas de
temperatura.
6
Objetivos:
➢ Remoção de tensões internas
➢ Aumento ou diminuição da dureza
➢ Aumento da resistência mecânica
➢ Melhora da ductilidade
➢ Melhora da usinabilidade
➢ Melhora da resistência ao desgaste
➢ Melhora da resistência à corrosão
➢ Melhora da resistência ao calor
➢ Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
7
Tratamento Térmico de Ligas
Ferrosas
➢ Tipos:
Resfriamento Contínuo: sem mudança abrupta na taxa de resfriamento, ou
seja, a redução da temperatura acontece de modo contínuo sem a formação
de patamares.
Exemplos: têmpera, revenimento ou
alívio de tensão, homogeneização,
recozimento sub-crítico, esferoidização e
normalização.
10
Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
➢ Temperatura
➢Tempo
➢Velocidade de resfriamento
➢Atmosfera*
➢Temperatura:
14
Temperatura
15
Fatores de Influência nos
Tratamentos Térmicos
➢ Velocidade de Resfriamento:
17
18
Principais Meios de Resfriamento
20
Diagramas de Transformações
Isotérmicas
➢ Em aços, está normalmente associada a transformação isotérmica da
austenita. Um dos fatores mais importantes que influenciam a transformação
da austenita é a velocidade de resfriamento.
500 50 %
o
Perlita
Austenita
+
Bainita
Microconstituintes
400 produzidos pela
Austêmpera Bainita transformação austenítica:
300 2
Martêmpera 3
Ms
200
M50
-perlita
M90 -bainita
100
Martensita Martensita Perlita
- martensita
Martensita +
Bainita
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Tempo (s) 22
Têmpera
A têmpera consiste em aquecer o aço até uma temperatura acima da zona
crítica (austenitização), mantê-lo nesta temperatura por um certo tempo e
em seguida resfriá-lo bruscamente.
Abaixo de uma temperatura Mi de início de formação de martensita forma-se uma
estrutura muito dura e frágil denominada martensita, com reticulado TC -
tetragonal compacto.
A3
A1
Martensita
A estrutura martensítica é formada por agulhas ou placas muito finas.
Ferrita
Curva TTT
2% Nital 500X
Tratamentos térmicos industriais
Nos tratamentos térmicos industriais, em que o resfriamento do aço é
contínuo podem-se formar misturas de microestruturas.
Estruturas mistas
Nos tratamentos térmicos
industriais, em que o
resfriamento do aço é
contínuo podem-se formar
misturas de
microestruturas, como
mostra a série de 6 curvas
de resfriamento
superpostas à curva RC.
Os números indicados
correspondem à dureza
Vickers alcançada após cada
um dos tratamentos
térmicos indicados.
36
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO
AISI1035 - 1040
37
38
39
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
40
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
AISI 1008
41
AISI 1011
42
AISI 1OO9 - 1015
43
AISI 1016
44
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO
45
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
46
AISI 1035 - 1040
47
AISI 1038 - 1043
48
AISI 1039 – 1046
49
AISI 1049 - 1055
50
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
51
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO
52
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO CONTÍNUO
53
AISI 1525 - 1527 54
AISI 1029 - 1033
DIAGRAMA TTT – RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
65
. Um aço 1050 (ferro com 0,5%pC) com temperatura suficiente
para manter este material com estrutura austenítica é
rapidamente resfriado a 330oC, mantido por 10 minutos nesta
temperatura e depois resfriado para temperatura ambiente.
a) Qual é a microestrutura final resultante?
b)Qual é o nome desse tratamento térmico?
66
67
Transformação
de Fase
68
Nucleação Homogênea
69
Nucleação Homogênea
70
Nucleação Homogênea
71
Nucleação Homogênea
72
Nucleação Homogênea
74
Nucleação Homogênea
75
EXERCÍCIOS
76
Nucleação Heterogênea
77
Nucleação Heterogênea
78
Nucleação Heterogênea
79
Crescimento
80
Crescimento
81
Crescimento
Por convenção a taxa de uma transformação é
tomada como o inverso do tempo necessário para
que a transformação prossiga
82
Transformação
Para transformações no estado sólido para
temperaturas constantes, a fração transformada y é
uma função do tempo de acordo com:
Equação de Avrami
83
Transformação
Fração de transformação
- kt n
y = 1- e (Equação de Avrami)
y = fração de transformação
k, n = constantes
t = tempo de aquecimento
Nucleação Crescimento
84
Transformação
Temperatura da Final da
transformação 675 transformação
°C
Início da
transformação
Tempo (s)
85
Transformação
86
87
88
89
90
CURVAS TTT
91
CURVAS TTT
Utilizando o gráfico e enunciado do exercício 6 o que acontecerá se a microestrutura resultante for mantida por 1 dia a 250°C e depois resfriada
até a temperatura ambiente.
95
Um aço 1050 (ferro com 0,5%pC) com temperatura suficiente para manter este material com estrutura austenítica é rapidamente resfriado a
330oC, mantido por 10 minutos nesta temperatura e depois resfriado para temperatura ambiente.
a) Qual é a microestrutura final resultante?
b)Qual é o nome desse tratamento térmico?
96
Considere uma liga de aço com composição eutetóide, contendo uma microestrutura inicial de martensita + bainita. Para o diagrama da Figura
abaixo, responda:
(A) Projete um tratamento térmico para produzir a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado acima
(B) Projete um tratamento térmico para converter a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado em um material com 100% de perlita
(C) Projete um tratamento térmico para converter a microestrutura do aço inicial descrita no enunciado em um material com 100% martensita
97
Tratamentos Isotérmicos
➢ Perlita:
Camadas alternadas (ou lamelas) de ferrita e cementita.
98
Tratamentos Isotérmicos
SAE-AISI 1080 99
Tratamentos Isotérmicos
➢ Bainita:
100
Tratamentos Isotérmicos
103
Tratamentos Isotérmicos
➢ Martensita:
Estrutura CFC
Célula unitária
da martensita
TCC,
relacionada à
célula unitária
da austenita
CFC 105
106
Tratamentos Isotérmicos
Este cristal de MARTENSITA é formado por um mecanismo de cisalhamento, que
gera uma grande quantidade de discordâncias dentro do cristal e ao seu redor, ao
distorcer a superfície do grão austenítico, conforme esquematizado pela Figura. O
grande número de discordâncias, associado à supersaturação de carbono, resulta
na grande dureza e resistência mecânica da estrutura martensítica.
107
Tratamentos Isotérmicos
Microestrutura martensítica
– os grãos com formato de
agulha são a fase
martensítica, enquanto as
regiões em branco consistem
em austenita que não se
transformou durante o
processo de resfriamento
rápido (têmpera).
109
Tratamentos Isotérmicos
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Austêmpera Bainita
300 2
Martêmpera 3
Ms
200
M50
M90
100
Martensita Martensita Perlita
Martensita +
Bainita
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Tempo (s)
111
Tratamentos Isotérmicos
➢ Austêmpera:
112
Tratamentos Isotérmicos
➢ Martêmpera:
+ 0,8%Cr
115
116
Propriedades Mecânicas
➢ Martensita:
117
Propriedades Mecânicas
➢ Bainita:
Apresentam propriedades
mecânicas intermediárias
entre a martensita e as
microestruturas obtidas por
resfriamento lento.
118
Transformações possíveis envolvendo a decomposição da austenita. As setas contínuas
representam transformações que envolvem difusão; a seta tracejada envolve uma
transformação adifusional. 119
Determinações Microestruturais para Três Tratamentos Térmicos Isotérmicos
120
Tratamento Térmico de
Resfriamento Contínuo
121
Tratamento Térmico de
Resfriamento Contínuo
122
Têmpera
➢ Resfriamento rápido de um material.
124
Têmpera
•A velocidade de resfriamento deve ser tal que a curva de
resfriamento pelo menos tangencie o cotovelo da curva TTT
de início de transformação da austenita e atinja as linhas
horizontais correspondentes a formação da martensita.
•Essa velocidade de resfriamento dependerá da posição das
curvas em C, diagrama TTT, ou seja do tipo de aço e
dimensões da peça.
•De acordo com as dimensões das peças, pode-se obter
estruturas mistas, pois é possível que o núcleo das peças
não resfrie com velocidade suficiente de modo a evitar a
formação de alguma perlita.
125
Têmpera
Dureza obtida após têmpera depende
principalmente do teor de carbono
e elementos de liga presentes no aço. Outros
fatores que influenciam a dureza após a
tempera são:
➢temperatura utilizada;
➢tempo de endurecimento à temperatura
escolhida;
➢meios de resfriamento utilizado.
126
Têmpera
Sendo a têmpera um tratamento térmico que exige geralmente um
resfriamento rápido, a velocidade de resfriamento constitui um dos
fatores mais importantes para o êxito da operação. Vários fatores
entram em jogo no mecanismo de resfriamento, tais como:
➢Forma da peça, que afeta o suprimento de calor do núcleo à
superfície;
➢Condições externas, incluindo a própria superfície da peça;
➢Potencial de extração do calor do meio de resfriamento, em
condições normais, ou seja, sem agitação e temperatura e pressões
normais;
➢Modificações do potencial de extração de calor do meio de
resfriamento, quando as condições deixam de ser normais, ou seja, a
temperatura, a pressão e a agitação do meio se modificam.
127
Têmpera
Parâmetros de reticulado (em nm)
austenita:
ao = 0,3555 + 0.0044x(%C)
martensita:
a = 0,28664 -0,0013x(%C)
c = 0,28664 + 0,0166x(%C)
Consequências:
129
Têmpera
130
Têmpera
A agitação do líquido modifica as
características de transferência de
calor do meio de resfriamento,
ocasionando uma quebra
mecânica da camada de vapor
formada inicialmente e produzindo
bolhas de vapor menores e mais
facilmente destacáveis. Mesmo
num líquido sem agitação, ocorre
um movimento inevitável quando
se mergulha a peça quente no
meio.
131
Têmpera
A têmpera em um meio líquido pode ocorrer em
três estágios:
✓ 1º Estágio: quando o aço é introduzido forma-se
uma camada de vapor que rodeia o metal e o
resfriamento se faz por condução e radiação
através da camada gasosa;
133
Têmpera
Temperatura (C) Óleo
centro
superfície
Tempo (s)
134
Têmpera
A escolha do meio de resfriamento para operação de têmpera
depende inicialmente de:
➢Dureza final desejada;
➢Forma e dimensões da peça;
➢Capacidade de endurecimento do aço.
Quanto maior for a capacidade de resfriamento do meio, maior
a dureza final. Contudo, velocidades muito drásticas
proporcionadas por meios de grande capacidade de
resfriamento, podem ser prejudiciais em função das dimensões
e forma das peças.
135
Têmpera
136
Têmpera
137
138
139
140
Equipamentos Típicos
141
Equipamentos Típicos
142
Equipamentos Típicos
143
Têmpera
Microtrincas freqüentemente formam
nas placas de martensita em aço com alto
teor de carbono. As microtrincas surgem
em aços temperados que possuem grãos
de granulometria grosseira que formam
microestrutura com placas de martensita
grosseira, de grande porta. A presença
de microtrincas podem contribuir para
diminuir o desempenho em fadiga de
aços de alto teor de carbono
temperado. No entanto, microtrincas podem
ter apenas um efeito secundário sobre a
fadiga, como concentrador de tensão na
ponta da trinca e ocorrer a propagação da
trinca nos contornos de grãos da austenita.
144
Têmpera → aço inox AISI 420
A introdução de elementos de liga ao sistema binário Fe-C causa
modificações nas características de transformações de fase como, por
exemplo: expansão/contração do campo de estabilidade da austenita e da
ferrita, aumento/diminuição da temperatura MS/MF, deslocamento das curvas
de transformação sob resfriamento contínuo, formação de novas
fases/intermetálicos, etc. O conhecimento destas modificações é importante
para o entendimento da microestrutura de aços ligados, de suas
características de tratamento térmico e da relação entre a microestrutura e
suas propriedades.
Quando se adiciona cromo ao sistema Fe-C ocorre a diminuição da
extensão do campo monofásico de estabilidade da austenita e a formação de
carbonetos complexos de elemento de liga. No sistema Fe-C-Cr podem ser
formados carbonetos complexos ligados ao cromo. O cromo pode ser
dissolvido na cementita formando o carboneto (Fe,Cr)3C ou M3C ou formar
mais dois tipos de carbonetos de cromo com novas estequiometrias,
dissolvendo ferro simultaneamente, como: (Cr,Fe)23C6 e (Cr,Fe)7C3, ou M23C6
e M7C3, onde M = Cr,Fe ou outro elemento de liga formador de carboneto
presente na composição da liga em menor concentração.
145
Têmpera → aço inox AISI 420
O aço inoxidável martensítico tipo AISI 420 é amplamente utilizado em aplicações de
cutelaria, moldes para injeção de polímeros e componentes mecânicos que
combinem elevada resistência mecânica e resistência à corrosão.
Este aço é fornecido no estado recozido, com dureza máxima de 200HB, a partir do
qual são confeccionados diferentes tipos ferramentas. Após a usinagem inicial, as
ferramentas são submetidas aos tratamentos térmicos de têmpera e revenimento
para se condicionar a dureza ao nível especificado em cada aplicação, seguido da
usinagem final.
A Tabela 1 mostra a composição química nominal do aço inoxidável martensítico Tipo
AISI 420, desenvolvido especificamente para o setor de fabricação de moldes para
injeção de polímeros
C Si Cr Mo V
min 0,15 max 1,0 12 - 14 max 0,6 min 0,25
opcional
146
Têmpera → aço inox AISI 420
147
Têmpera → aço inox AISI 420
Diagrama
pseudobinário
do sistema
Fe-C-Cr
148
Têmpera → aço inox AISI 420
A Figura mostra a variação da dureza da
martensita em função da temperatura de
austenitização. Verifica-se um aumento
da dureza entre 900°C e 1050°C,
decorrente da dissolução de carbonetos
de cromo que elevam tanto o teor tanto
de cromo quanto de carbono dissolvidos
na matriz, aumentando o grau de
supersaturação da martensita pelo
carbono. Acima de 1050°C a fração de
austenita retida é suficientemente
elevada para resultar em uma
diminuição na dureza do aço. É
importante salientar que o aumento de
dureza é provocado pela distorção da
rede cristalina da martensita enquanto
que a austenita possui reticulado livre
de tensões e o aumento de sua fração
volumétrica na estrutura se reflete em
uma diminuição na dureza global
149
Têmpera → aço inox AISI 420
C e V, são para intensificar o endurecimento na têmpera e no revenimento. O baixo
teor de enxofre é fundamental para questões de polibilidade. A microestrutura da
barra no estado recozido, Figura é constituída de uma matriz ferrítica com uma
dispersão de carbonetos esferoidizados tipo M23C6.
150
Têmpera → aço inox AISI 420
Na Figura observa-se a microestrutura após a têmpera, a partir de uma temperatura
de austenitização de 1025°C, constituída de martensita e carbonetos não
dissolvidos. A morfologia da martensita é intermediária entre martensita tipo
escorregada e tipo maclada, típica de aços de médio carbono
151
Têmpera → aço inox AISI 420
O tratamento de revenimento deve ser realizado imediatamente após a
têmpera, sendo projetado para adequar o nível de dureza e tenacidade às
condições exigidas no projeto. Considerando temperaturas de revenimento
utilizadas na prática industrial este processo não necessita obrigatoriamente
ser realizado a vácuo, mas o controle da atmosfera do forno é obrigatório
para garantir a integridade superficial da ferramenta.
A curva de revenimento fornecida pela literatura para o aço Tipo AISI 420 é
mostrada na Figura . Verifica-se que a dureza recomendada para os moldes,
entre 48–52 HRC, pode ser atingida por duas temperaturas de revenimento,
200°C e 520°C. A presença do endurecimento secundário na faixa de
500°C é decorrente de uma precipitação fina e homogênea de carbonetos
de elemento de liga, neste caso o M7C3. Com o aumento da temperatura de
revenimento, após o endurecimento secundário, ocorre uma queda
acentuada de dureza pela transformação do carboneto M7C3 em M23C6,
seguida do processo de coalescimento deste carboneto. Via de regra, o
tratamento de revenimento é realizado em temperaturas superiores à do pico
de endurecimento secundário, onde se obtém a melhor combinação entre
resistência e tenacidade.
152
Têmpera → aço inox AISI 420
153
03/06/2020 10:51 "/Graph1" (2459003)]
Polynomial Regression for DATA1_B:
Y = A + B1*X + B2*X^2 69
03/06/2020 10:51 "/Graph1" (2459003)]
68 Polynomial Regression for DATA1_B:
Y = A + B1*X + B2*X^2 DUREZA HRC
67
Parameter Value Error Polynomial Fit of Data1_B
66
Parameter Value Error 65
------------------------------------------------------------
A
B1
-269.77475
0.69002
49.18765
0.1045
------------------------------------------------------------ 64
B2 -3.54392E-4 5.51102E-5
------------------------------------------------------------
DUREZA (HRC)
63 R-Square(COD) SD N P
A -269.77475 49.18765 62
------------------------------------------------------------
0.90292 1.35459 9 9.14868E-4
------------------------------------------------------------
B1 0.69002 0.1045 61
60
B2 -3.54392E-4 5.51102E-5 59
58
------------------------------------------------------------ 57
56
55
R-Square(COD) SD N P 54
800 850 900 950 1000 1050 1100
------------------------------------------------------------ TEMPERATURA (°C)
0.90292 1.35459 9 9.14868E-4
------------------------------------------------------------
Y=A+B1*X+B2*X^2
DERIVADA Y/X → = ZERO ACHO O PONTO MÁXIMO DA TEMPERATURA DE AUSTENITIZAÇ
COMO EU SEI QUE y = DUREZA E X = TEMPERATURA, VOU SUBSTITUIR X=T
154
REVENIMENTO
155
Revenimento e Alívio de Tensão
➢ Consiste em aquecer o metal a uma temperatura abaixo da linha de início da
transformação austenítica, A1, mantendo o material em um determinado tempo neste
patamar. O objetivo principal é propiciar um aumento da ductilidade e tenacidade do
material, cuja estrutura foi afetada pelo resfriamento, transformação de fase e/ou
deformação plástica.
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157
REVENIMENTO
• 200°C a 260°C – nessa faixa, o aço começa a perder mais dureza,
embora não se verifique nenhuma modificação estrutural notável.
• 260°C a 360°C – inicia-se uma precipitação de carbonetos finos, a qual
origina uma estrutura com aparência de um agregado escuro onde ainda se
nota a origem de martensita. Essa estrutura é, as vezes, chamada de
troostita. A dureza continua caindo, chegando as valores em torno de 50
HRC.
• 360°C a 730°C – nessa faixa ocorrem as maiores transformações
estruturais e mecânicas. Quanto mais elevada a temperatura do revenido,
mais grossas se tornam as partículas de cementita precipitada, as quais
ficam perfeitamente visíveis em uma matriz férrica. Essas estruturas são
normalmente chamadas de sorbita e a dureza cai para aproximadamente 30
HRC. Nas temperaturas próximas a 720°C as partículas de cementita
precipitada assumem uma forma esferoidal, donde o nome da estrutura
esferoidita. A dureza cai a valores da ordem de 5 HRC a 8 HRC, a
tenacidade torna-se muito boa e o tipo de estrutura constituída de partículas
de carbonetos num fundo de ferrita confere ao aço as melhores
características de usinabilidade.
158
REVENIMENTO
• 200°C a 260°C – nessa faixa, o aço começa a perder mais dureza,
embora não se verifique nenhuma modificação estrutural notável.
TROOSTITA - MARTENSITA
Aspecto micrográfico de um
aço temperado mostrando a
estrutura mista troostita
(carbonetos finos /cementita –
martensita). Ataque: reativo
Nital. Ampliação: 200x
160
REVENIMENTO
•360°C a 730°C – nessa faixa ocorrem as maiores transformações estruturais e
mecânicas. Quanto mais elevada a temperatura do revenido, mais grossas se tornam
as partículas de cementita precipitada, as quais ficam perfeitamente visíveis em uma
matriz férrica. Essas estruturas são normalmente chamadas de sorbita e a dureza cai
para aproximadamente 30 HRC.
SORBITA
161
Aço 1045 - Têmpera
1800 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 200°C
1700 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 250°C
1600 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 300°C
Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 350°C
1500 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 400°C
1400 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 450°C
1300 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 500°C
Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 550°C
1200 Aço 1045 - Têmpera + Revenimento 600°C
(MPa)
(mm/mm)
162
163
REVENIMENTO
164
REVENIMENTO
90 min
50 min
25 min
166
REVENIMENTO
Na realidade existem duas faixas de temperaturas favoráveis
para o revenido dos aços, no sentido de melhorar a tenacidade:
150°C a 200°C, na qual resulta apenas um ligeiro acréscimo
da tenacidade e acima de 450°C, na qual se obtém uma
melhora considerável da tenacidade, com prejuízo, porém, da
resistência mecânica a tração e dureza.
A faixa mais baixa de temperatura é recomendada para
aplicações que exigem altas resistências mecânicas e à fadiga,
em aço de médio carbono e onde as cargas são principalmente
de compressão, como mancais e engrenagens feita de aço de
alto carbono.
167
REVENIMENTO
Energia, J
Temperatura do revenido
Fragilidade da martensita revenida
260°C a 370°C
168
Revenimento e Alívio de Tensão
Martensita >>>>> dura e frágil
Aquecimento por um certo período abaixo da linha de transformação
austenítica (723oC).
➢ Aumento de dutilidade
➢Alívio de tensões
Martensira revenida – as
partículas pequenas são
compostas de fase cementita, e
a fase matriz consiste em ferrita.
O revenido foi conduzido a
temperatura de 594oC.
171
Martensita Revenida
Limite de
resistência à tração,
limite de
escoamento e
ductilidade (%RA)
em função da
temperatura de
revenido para um
aço liga 4340
temperado em óleo.
172
Fragilidade de Revenido
➢ Diversos aços caracterizam-se por adquirir fragilidade, quando são aquecidos
na faixa de temperatura de 375-575oC, ou quando são aquecidos lentamente
através desta faixa.
➢ Dissolver carbonetos
1.35 WM annealing
1.20 HAZ annealing
1.05
BM annealing
BM untreated
0.90
E vs EAg/AgCl (V)
HAZ untreated
0.75 WM untreated
0.60
0.45
0.30
0.15
0.00
-0.15
178
NORMALIZAÇÃO
▪ Objetivos:
➔ Refinar o grão
➔ Melhorar a uniformidade
da microestrutura
Diagrama esquemático de
transformação para normalização. 179
Normalized → normalização
Annealed → recozimento
180
NORMALIZAÇÃO
181
NORMALIZAÇÃO
► Temperatura
Hipoeutetóide ➔ acima da linha A3
Hipereutetóide ➔ acima da linha Acm*
► Resfriamento
Ao ar (calmo ou forçado)
182
NORMALIZAÇÃO
Microestrutura obtida:
➢Perlita grossa (com dureza na faixa de 80 HRB a 20 HRC)
+ ferrita pró-eutetóide para hipoeutetóides
➢Perlita grossa e cementita pró-eutetóide para aços
hipereutetóides
Resfriamento: desliga-se o forno e deixa-se que o aço
resfrie com a taxa de resfriamento do forno
186
Recozimento
➢ Aquecimento a uma temperatura escolhida por um
período de tempo e resfriamento lento dentro do forno.
187
Recozimento
➢ Em função da temperatura e dependendo dos
resultados alcançados tanto na estrutura cristalina
como nas propriedades do metal encruado, o
recozimento compreende três estágios principais:
▪ Recuperação;
▪ Recristalização;
▪ Crescimento de grão.
188
Recozimento
189
Recozimento
➢ RECUPERAÇÃO – Esse primeiro estágio do
recozimento é verificado a temperaturas baixas. Nele ocorre
um rearranjo das discordâncias, de modo a adquirir
configurações mais estáveis, embora não haja, pelos menos
aparentemente, mudança na quantidade de defeitos
presentes. A não ser essa, não há sensível modificação
estrutural do material. As tensões macro e micro
introduzidas durante o encruamento, são diminuídas, em
virtude do rearranjo das discordâncias.
O estágio de recuperação é também chamado de
recozimento para alívio de tensões. Não há nenhum efeito
sensível sobre as propriedades do metal.
190
Recozimento
➢ RECRISTALIZAÇÃO – nesse estágio, imediatamente
após a recuperação, e portanto a temperaturas elevadas,
verifica-se grande reação da microestrutura do metal, com
simultânea vedação nas propriedades do metal. A
recristalização consiste no surgimento de novos e diminutos
cristais, de composição e estrutura idêntica aos grãos
originais não deformados. São grãos eqüiaxiais poligonais,
que aparecem em primeiro lugar nas partes da estrutura
mais intensamente deformadas.
A recristalização é um fenômeno de nucleação. Após um
determinado tempo na temperatura desejada, o fenômeno
fica praticamente estabilizado.
191
Recozimento
➢ CRESCIMENTO DE GRÃO – a temperatura mais
elevada, os grãos recristalizados tendem a crescer, mediante
um mecanismo que consiste na absorção por parte de alguns
grãos dos grãos circunvizinhos. A força propulsora do
crescimento de grão é a energia superficial dos contornos de
grão dos grãos recristalizados.
Como os contornos de grãos representam descontinuidades
que impedem o deslizamento ou o movimento de
discordância, quanto menor o número de contornos de
grãos, menor a resistência mecânica a esse movimento, ou
seja, granulação fina favorece a resistência mecânica.
192
Recozimento Pleno
➢ Aquecimento do aço acima da zona crítica durante o tempo
necessário e suficiente para ter-se a solução do carbono ou dos
elementos de liga no ferro gama, seguido de resfriamento lento,
realizado sob condições que permitam a formação dos constituintes
normais de acordo com o diagrama Fe-C.
+Fe3C
+
Recozimento total
ou pleno
+Fe3C
194
Recozimento Pleno
Constituintes Estruturais resultantes
Hipoeutetóide➔ ferrita + perlita grosseira
Eutetóide ➔ perlita grosseira
Hipereutetóide➔ cementita + perlita grosseira
195
Recozimento Isotérmico
196
Recozimento Isotérmico
❖A diferença do recozimento pleno está no
resfriamento que é bem mais rápido,
tornando-o mais prático e mais econômico,
❖Permite obter estrutura final + homogênea
❖Não é aplicável para peças de grande
volume porque é difícil de baixar a
temperatura do núcleo da mesma
❖Esse tratamento é geralmente executado
em banho de sais
197
Esferoidização (Coalescimento)
➢ Este recozimento tem como objetivo melhorar a usinabilidade e a
trabalhabilidade a frio dos aços.
➢ Para tanto, pode-se aquecer o aço a uma temperatura logo acima da linha
inferior de transformação seguido de resfriamento lento, ou aquecimento
prolongado a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica,
ou aquecimento e resfriamento alternado entre temperaturas que estão logo
acima e logo abaixo da linha inferior de transformação.
198
Esferoidização (Coalescimento)
A esferoidização tem como objetivo alterar a morfologia da cementita (Fe3C) de
lamelar para esferoidal. A microestrutura formada pelo recozimento para
esferoidização apresenta os valores máximos de ductilidade e usinabilidade e os
valores mínimos de resistência para um dado aço.
❖ pode-se aquecer a uma temperatura logo acima da zona crítica seguido de
resfriamento lento;
❖ aquecimento prolongado logo abaixo da zona crítica ou
❖ aquecimento e resfriamento alternado acima e abaixo da zona crítica
199
Esferoidização (Coalescimento)
➢ Aplica-se principalmente a aços de médio a alto teor de carbono, sobretudo para
melhorar a usinabilidade. Quando o teor de carbono é muito baixo, a condição
esferoidizada torna o aço extremamente mole e viscoso, tendo como objetivo
permitir deformações severas, sobretudo em operações de estiramento a frio.
201
RECOZIMENTO ≠ NORMALIZAÇÃO
202
2
Mecanismos de Controle da Microestrutura
• Na primeira Unidade do nosso
curso, foi dada a seguinte definição
de Engenharia dos Materiais :
“Projeto, desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento
de técnicas de processamento de materiais,
com base nas relações entre
composição/estrutura e propriedades,
visando um desempenho desejado”.
3
204
DISCORDÂNCIA EM
4
...para relembrar:
Linha de
discordância
205
DISCORDÂNCIA EM
5
...para relembrar:
Linha de
discordância
Plano de
escorregamento
206
6
(a representação esquemática
é de um cristal metálico)
6
207
7
7
208
8
8
209
9
210
Movimentação de Discordâncias e 10
Deformação Plástica
• A deformação plástica ocorre por movimentação das linhas de
discordância, e também causa multiplicação de discordâncias.
linha da discordância
plano de escorregamento
212
12
IDEIA CENTRAL
• Se eu quero controlar propriedades
mecânicas:
• Identificar o mecanismo responsável pela
deformação plástica (e, em última análise, pela
falha...).
– Nos metais, a deformação plástica nos metais pode ser
relacionada à quantidade e à mobilidade das discordâncias
existentes.
• Assim sendo, no caso dos materiais metálicos, a maioria dos métodos para
modificar propriedades mecânicas atua no sentido de facilitar ou de
dificultar/impedir o movimento das discordâncias:
– ...se o método tende a facilitar o movimento das discordâncias → aumenta possibilidade
de deformação plástica → aumenta ductilidade → diminui resistência ao escoamento e
dureza.
214
14
Mecanismos de Endurecimento
em METAIS e LIGAS METÁLICAS MONOFÁSICAS
215
15
Endurecimento em Metais:
Encruamento
• O endurecimento por deformação ou
encruamento é o mais utilizado dentre os
mecanismos de endurecimento, pois
praticamente todo metal ou liga pode ser
submetido a este tipo de endurecimento.
Movimento
de
discordâncias
...as discordâncias
são obstáculo para
o movimento de
outras
discordâncias...
218
18
Endurecimento em Metais: Encruamento
Metal policristalino dúctil
Ferro deformado plasticamente
Densidade de discordâncias :
2 x 1011 cm/cm3 )
A tensão é relaxada e
se for novamente
aplicada, o limite de
escoamento
Metal policristalino dúctil aumentará: passará de
Ferro deformado plasticamente LE para LE’
Densidade de discordâncias :
2 x 1010 cm/cm3 )
219
19
220
20
221
21
Endurecimento em Metais: Encruamento
Ao − A f
%CW = x100% (b)
Ao )
(a)
223
Recozimento (“Annealing”)
• O termo recozimento se refere a um tratamento térmico no qual um
material é exposto a uma temperatura elevada (mas ainda bem inferior à
temperatura de fusão) por um período de tempo adequado para serem
atingidos os resultados (alívio de tensões / microestrutura / propriedades)
desejados.
224
Recozimento
225
Recozimento
226
Recozimento
228
26
Recozimento
230
Recuperação (“Recovery”)
Recristalização(“Recrystallization”)
• RECUPERAÇÃO → movimentação de
discordâncias, com liberação de parte da
energia interna “armazenada” no processo
de deformação.
• RECRISTALIZAÇÃO → processo de
formação de novos grãos, menores,
equiaxiais e livres de deformações.
231
Crescimento de Grãos (“Grain Growth”)
Micrografias mostrando
estágios de recristalização e de
crescimento de grãos em latão
a) Estrutura de material
deformado a frio (33% CW).
b) Estágio inicial de
recristalização (3s – 580oC)
→ grãos diminutos
aparecem.
c) Substituição parcial de grãos
do material endurecido por
grãos gerados no processo de
recristalização (3s – 580oC).
d) Recristalização completa (8s
– 580oC).
e) Crescimento de grãos depois
de tratamento térmico por
15min a 580oC.
f) Crescimento de grãos depois
de tratamento térmico por
10min a 700oC.
Recozimento – 610oC
– 8 horas
Laminação a frio – 5%
de redução
G2L590 - Tensão de
escoamento > 560 MPa
234
Endurecimento por Refino de Grão
• Os maior parte dos materiais utilizados em engenharia são
policristalinos.
• Os contornos de grão são barreiras que dificultam a
movimentação das discordâncias, pois uma discordância não
consegue atravessá-los.
235
Endurecimento por Refino de Grão
• Um material que possui grãos pequenos é mais duro e mais
resistente do que um material que possui grãos maiores, uma vez
que tem uma maior área total de contornos de grão para dificultar o
movimento das discordâncias.
• Este é o único mecanismo de endurecimento que também
aumenta a
tenacidade do material .
• Hall e Petch, trabalhando independentemente, propuseram uma
equação para o endurecimento causado por refino de grão :
236
34
Significado do 0
𝐾𝑒
• Para que = 0 → 𝑑
=0
𝐾𝑒
• Para que = 0, d deve ser muito grande (idealmente, infinito)
𝑑
• ...ou seja, 0 seria o limite de resistência de um monocristal infinito.
238
•Existe um limite para esse método de
endurecimento.
•Para grãos muito pequenos, o tamanho
das discordâncias começa a ser
comparável ao tamanho dos grãos.
•Por exemplo, para grãos de 10nm,
somente uma ou duas discordâncias
cabem dentro do grão.
•No caso de grãos tão pequenos, quando
se submete o material a uma tensão, os
grão começam a deslizar uns sobre os
outros, e a resistência cai.
•Esse mecanismo de endurecimento
funciona bem para grãos com dimensões
acima de 1m.
239
Normalização
240
Endurecimento por Solução Sólida
• Uma técnica utilizada para aumentar a resistência de materiais
consiste na inserção de elementos químicos diferentes daqueles
que compõem a matriz do material que se deseja “endurecer”.
241
Endurecimento por Solução Sólida – Metais
38
• As ligas são mais resistentes do que os metais puros, pois os átomos das
impurezas que entram em solução sólida geralmente impõem
deformações na rede cristalina formada pelos átomos “hospedeiros” →e
ssas deformações dificultam a movimentação das
discordâncias .
• Se o átomo de impureza for • Se o átomo de impureza for
menor que o átomo da rede → MAIOR que o átomo da rede →
deformação de tração deformação de compressão
242
• Se o átomo do soluto for um pouco maior ou um pouco menor do
que o átomo do metal de base da liga (que é o solvente ) →
SUBSTITUCIONAL
• Se o átomo do soluto for bem menor(tipicamente ao menos 10%
menor) do que o átomo do metal de base da liga (que é o solvente )
→ INTERSTICIAL
243
244
Endurecimento por Solução Sólida –
Metais
• Os átomos de impureza ou elementos de liga em solução sólida
interagem com a rede cristalina e os campos de tensão ao seu
redor interagem com as discordâncias, dificultando a sua
movimentação.
245
4
2
246
Endurecimento Superficial por Solução Sólida – Metais
• Metais podem ter suas superfícies endurecidas por meio de tratamentos térmicos
nos quais ocorre a difusão de elementos que entram na rede cristalina, a partir da
superfície, como solutos intersticiais. Esses elementos podem dar origem a novas
fases ou criar condições favoráveis para tratamentos térmicos → os elementos mais
comuns são C, N e B. Exemplos:
247
Foto de engrenagem de aço que
teve sua superfície endurecida
por um processo de
carbonetação (cementação –
“carburizing”)
248
Endurecimento Superficial de Vidros –
TÊMPERA QUÍMICA
• Apesar de ainda não termos tratado do tema “VIDROS” no curso
(ele será abordado com mais detalhe na Unidade que tratará de
Materiais Cerâmicos), é interessante falar da TÊMPERA QUÍMICA
DE VIDROS neste momento pela analogia que esse processo de
endurecimento superficial de vidros tem com o endurecimento
superficial de metais por solução sólida.
249
Endurecimento Superficial de Vidros – TÊMPERA 46
QUÍMICA
• Nos VIDROS (materiais amorfos...) :
• Não existem discordâncias
• Não é observada deformação plástica (somente deformação
elástica...)
250
47
251
48
252
49
255
52
256
53
©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc. Thomson Learning™ is a trademark used herein under license.
Região rica em Al do diagrama de fases Al-Cu mostrando as três etapas do tratamento térmico
de endurecimento por precipitação e as respectivas microestruturas que são obtidas.
257
54
258
55
260
5
7
Fase supersaturada
Início do tratamento
térmico
261
58
262
5
9
263
60
264
61
Application:
Precipitation Strengthening
• Internal wing structure on Boeing 767
Adapted from chapter- opening
photograph, Chapter 11, Callister
& Rethwisch 3e. (courtesy of
G.H. Narayanan and A.G. Miller,
Boeing Commercial Airplane
Company.)
•Aluminum is
strengthened
with precipitates
formed by
alloying.
Adapted from Fig. 11.26, Callister
& Rethwisch 8e. (Fig. 11.26 is
courtesy of
G.H. Narayanan and A.G. Miller,
1.5m Boeing Commercial
Company.)
Airplane
265
6
2
Têmpera em Aços
• O tratamento de têmpera do aço é
descrito na Odisséia, (atribuída a
Homero), obra escrita supostamente entre
os séculos XII e VIII a.C. .
• A TÊMPERA consiste em resfriamento
brusco (em água ou óleo) de aços com
composições dentro do campo
austenítico.
• Forma-se uma fase de não-equilíbrio
(>0,6 % C) de morfologia acicular
denominada MARTENSITA.
• A transformação de fase austenita (CFC)
para martensita (TCC) ocorre sem difusão
→ transformações desse tipo recebem o nome
de transformações martensíticas.
Plaquetas de martensita em um
fundo de austenita retida.
266
63
Têmpera em Aços
A transformação martensítica ocorre
quando a velocidade de resfriamento é
rápida o suficiente para impedir a difusão
do carbono.
• A martensita é uma
fase dura e frágil.
• Sua dureza
aumenta com o teor
de carbono do aço.
• Sem tratamento
térmico posterior à
têmpera (revenido), o
aço tratado não tem
utilidade – é frágil
demais !
Aquecido a 1100oC e
resfriado ao ar
Resultado: material mais
tenaz, que amassa com
uma martelada
268
65
Endurecimento Superficial de Vidros
– TÊMPERA
• ...novamente falando de vidros : é interessante falar da TÊMPERA
TÉRMICA DE VIDROS neste momento, pelo fato de que esse
processo de endurecimento superficial de vidros tem o mesmo
nome
do processo de têmpera em aços, embora o mecanismo envolvido em
cada um deles seja completamente diferente !
269
Endurecimento Superficial de Vidros –
• TÊMPERA
O resfriamento rápido realizado no processo de têmpera cria um perfil
de tensões de compressão na superfície e de tração no interior das
peças termicamente tratadas.
270
Endurecimento Superficial de Vidros – TÊMPERA
• Para causar a fratura de uma peça de vidro temperado, uma tensão
de tração externa deverá ser capaz de ser suficientemente grande
para superar a tensão residual de natureza compressiva da
superfície, e além disso tensionar adicionalmente a superfície o
suficiente para criar uma trinca.
271
68
272
69
Controle de
...finalizando
Propriedades...
• Ao final do estudo dos conteúdos desta Unidade você deve ser capaz de:
– descrever a relação entre o movimento de discordâncias e a deformação plástica em materiais
metálicos.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por encruamento.
– descrever os mecanismos que ocorrem em um tratamento de recozimento de metais:
recuperação, recristalização e crescimento de cristais.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por refino de grãos.
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por solução sólida, bem como os chamados
tratamentos termoquímicos (tratamentos de endurecimento superficial).
– descrever o mecanismo de endurecimento de metais por precipitação.
– descrever brevemente o mecanismo de têmpera de aços.
– descrever os mecanismos de aumento de resistência mecânica de vidros que foram apresentados:
têmpera térmica e têmpera química.
273
70
Referências
• Callister, W.D. Materials Science and Engineering: An Introduction. 7th Ed.
Wiley. 2007. Cap. 7, Seções 7-8 a 7-13; Cap.11, Seção 11-9; Têmpera
(martensita) : Cap.10, Seções 10-5 e 10-8; Têmpera de Vidros: Cap. 13, Seção
13-9.
– Obs.: outras edições do livro do Callister existentes nas bibliotecas da EP, em inglês ou português, também cobrem o conteúdo
apresentado nesta Unidade.
• Askeland, D.R.; Phulé, P.P. Ciência e Engenharia dos Materiais. Cengage Learning. 2008. Cap. 8;
Cap. 10, Seções 10-4; Cap. 11, Seção 11-1.
• Padilha, A.F. – Materiais de Engenharia. Hemus. São Paulo. 1997. Cap. 15 .
274
Tabela 1 – Resultados do ensaio de dureza Rockwell B Tabela 2 – Resultados dos corpos de tração para as
para os corpos de prova submetidos ao tratamento condições de tratamento térmico de normalização,
térmico de normalização, recozimento e esferoidização. recozimento e esferoidização.
ESFEROIDIZADO
Do Df Lo Lf σesc σmax
RECOZIMENTO HRB NORMALIZADO HRB HRB
(mm) (mm) (mm) (mm) (MPa) (MPa
1° 82,9 1° 93,9 1° 72,1 )
2° 84,9 2° 93,6 2° 72,4 NORMALIZADO 10 8,11 25 28,25 904 958
3° 84,5 3° 93,3 3° 72,7 NORMALIZADO 10,05 8,25 25 28,75 905 968
4° 85,3 4° 94,0 4° 72,2 NORMALIZADO 10,10 8,32 25 29,55 895 952
5° 85,1 5° 94,3 5° 72,7 RECOZIDO 10 7,32 25 31,34 299 635
6° 86,9 6° 94,6 6° 73,1 RECOZIDO 10 7,22 25 31,98 301 630
7° 86,4 7° 96,4 7° 72,6
RECOZIDO 10,1 7,14 25 31,85 307 636
8° 85,2 8° 94,2 8° 72,5
ESFEROIDIZAD 10,1 6,54 25 33,12 287 591
O
9° 84,4 9° 92,7 9° 72,8
ESFEROIDIZAD 10,1 6,38 25 33,87 285 600
10º 86,0 10º 94,9 10º 73,4
O
11º 87,0 11º 95,4 11º 71,6
ESFEROIDIZAD 10,1 6,49 25 33,98 289 597
12º 84,2 12º 94,6 12º 72,4
O
13º 83,0 13º 93,3 13º 72,2
14º 88,7 14º 95,0 14º 72,6
15º 87,2 15º 93,8 15º 71,9
Média 85,44 Média 94,26 Média 72,48
Desvio CONDIÇÃO ENERGIA ABSORVIDA
Padrão 1,130 Desvio Padrão 1,003 Desvio Padrão 0,392
(J)
NORMALIZADO 45
NORMALIZADO 48
NORMALIZADO 53
RECOZIDO 95
RECOZIDO 98
Tabela 3 – Valores de energia absorvida pelo corpo de prova de impacto RECOZIDO 104
Charpy para cada condição de tratamento térmico. ESFEROIDIZADO 185
ESFEROIDIZADO 190
275
ESFEROIDIZADO 197
Solubilização e Envelhecimento
276
Solubilização e Envelhecimento
Tomaremos como exemplo, o resfriamento lento de uma liga
do sistema Al-Cu contendo 4,5% de Cu ou 94,5% de Al.
277
Solubilização e Envelhecimento
A solubilização tem como objetivo solubilizar a fase endurecedora,
mantendo a liga em uma condição metaestável.
278
Solubilização e Envelhecimento
O envelhecimento tem como objetivo a precipitação controlada da fase
endurecedora na matriz previamente solubilizada. A temperatura e o tempo de
envelhecimento determinam a mobilidade dos átomos de Cu, que tendem a formar
a fase θ.
279
Solubilização e Envelhecimento
Nas ligas de alumínio tratáveis,
o envelhecimento é realizado
em temperaturas de até 280ºC
(dentro do campo α + θ) por
um intervalo de tempo
precisamente determinado. A
combinação temperatura e
tempo de envelhecimento
determinam as características
da dispersão da fase θ. Para
uma determinada temperatura
existe um tempo “ótimo” em
que a dispersão de
precipitados é, na maior parte,
coerente provocando o
endurecimento máximo da liga.
280
Solubilização e Envelhecimento
A figura abaixo apresenta o aspecto típico de curvas de envelhecimento. Note que
quanto maior a temperatura de envelhecimento, o ponto de resistência máxima
ocorre mais rápido, porém com um valor de resistência menor.
281
Solubilização e Envelhecimento
282
Solubilização e Envelhecimento
283
Solubilização e Envelhecimento
284
Solubilização e Envelhecimento
285
Tratamento Termoquímico
286
Tratamento Termoquímico
➢ Visa-se o endurecimento superficial dos aços, pela modificação
parcial da sua composição química, nas seções que se deseja endurecer,
através da aplicação de calor em um meio apropriado, de modo a
produzir esta alteração da composição química até uma profundidade
que depende do tempo e temperatura de aquecimento.
➢ Cementação
➢Nitretação
➢ Cianetação
➢Carbonitratação
➢ Boretação 287
Cementação
➢ Consiste no enriquecimento superficial de carbono em certos aços,
aquecidos convenientemente em contato com substâncias carbonáceas. O meio
carbonetante pode ser sólido (carvão), gasoso (atmosferas ricas em CO) ou
líquido (banhos de sal à base de cianetos)
289
Nitretação
➢ Endurecimento superficial através da introdução de nitrogênio até
uma certa profundidade, sob a ação de um agente nitroso, a uma
temperatura determinada, o qual se combina com certos elementos dos
aços formando nitretos de alta dureza e resistência ao desgaste.
291
Nitretação
15
14 AISI 304
13 AISI 316
% % % % % % % % %
% MASSA
ATÔMICA MASSA ATOMICA MASSA ATOMICA MASSA ATOMICA ATOMICA MASSA
N 58,28 26,83 64,07 29,5 33,28 12,21 1,69 0,44 0,00 0,00
C 0,09 0,03 0,06 0,02 0,07 0,02 0,08 0,03 0,09 0,03
69,1
Fe 27,79 51,00 35,13 64,55 44,38 60,31 67,01 68,7 68,46
0
19,2
Cr 8,55 14,60 9,26 15,84 13,96 17,66 20,11 19,2 20,44
1
Ni 3,11 6,01 2,82 5,44 4,91 7,01 7,28 7,85 7,63 8,10
3m Mo 0,05 0,15 0,13 0,40 0,31 0,72 0,49 0,87 0,67 1,16
Si 0,44 0,41 0,31 0,29 0,88 0,6 1,09 1,09 0,71 0,66
Mn 0,88 1,58 0,93 1,67 1,63 2,18 2,32 2,34 2,09 2,07
Nitretação a plasma
35
30
% massa de Nitrogêmio
25
20
15
10
0
1 2 3 4
pontos 294
Nitretação
295
Nitretação
640
620 304 não nitretado
0
304 nitretado por 6h a 400 C
600
Amplitude de Tensão (MPa), S
316 não nitretado
580
0
316 nitretado por 6h a 400 C
560
540
520
500
480
460
440
420
400
380
360
4 5 6 7
10 10 10 10
Ciclos para Falhar, N
296
Cianetação
➢ Endurecimento superficial que consiste na introdução simultânea, na
superfície do aço, de carbono e de nitrogênio.
➢ A espessura da camada produzida varia de 0,07 a 0,7 mm. Por outro lado,
uma camada carbonitretada apresenta melhor temperabilidade que uma camada
cementada, de modo que, por carbonitretação e têmpera subsequente, pode-se
obter uma camada dura a custo mais baixo, dentro das faixas de espessura
indicada, usando aço-carbono ou aço-liga de baixo teor de liga.
298
Boretação
➢ Introduz-se na superfície do aço, por difusão, o elemento boro, formando-se
o boreto de ferro, com elevada dureza superficial.