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Tratamentos térmicos e metalografia................................................................ 3

Introdução às transformações fora de equilíbrio....................................... 3

A bainita..................................................................................................................... 5

A martensita............................................................................................................. 7

Introdução aos tratamentos térmicos............................................................ 9

Têmpera.................................................................................................................. 10

Revenimento.......................................................................................................... 13

Martêmpera............................................................................................................ 15

Austêmpera............................................................................................................ 16

Recozimento.......................................................................................................... 18

Normalização......................................................................................................... 20

Esferoidização..................................................................................................... 211

Bibliografia..............................................................................................................22
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Tratamentos térmicos e metalografia


Aula 01

Introdução às transformações fora de equilíbrio


Na disciplina de tecnologia dos materiais foram vistas as
transformações no estado de equilíbrio, especialmente do sistema
ferro-carbono, e analisado o diagrama de forma a entender as
possíveis fases e microestruturas que são possíveis de se obter,
dependendo da temperatura e do teor de carbono em estudo. Porém,
as transformações vistas eram somente as que ocorriam no estado
de equilíbrio, ou seja, os resfriamentos submetidos são realizados
demasiadamente lentos para que a difusão do carbono no ferro
ocorra de forma estável, em tempo suficiente para que a estrutura
possa rearranjar os átomos formando as novas microestruturas. Isto
ocorre porque o processo difusional é bastante lento, e caso seja
resfriado bruscamente, haverá um processo desequilibrado fazendo
com que a difusão não ocorra completamente.
Também foi observado que ao resfriar um aço eutetóide a partir
da fase austenita, é possível obter, em um resfriamento lento, a
perlita. Porém, dependendo da velocidade de resfriamento, para um
aço eutetóide, também pode ser obtido ainda outros dois tipos de
microestruturas, conhecidas como martensita e a bainita. A análise
gráfica para obtenção destas microestruturas não é possível somente
com o uso do diagrama ferro-carbono convencional, é preciso
também levar em consideração a velocidade de resfriamento, para
um teor de carbono pré-fixado, conhecida como Curvas TTT
(“Tempo – Temperatura – Transformação”).
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Figura 1 - Curva TTT de aço eutetóide

Fonte: https://www.passeidireto.com/exercicios-resolvidos/ciencia-e-engenharia-dos-
materiais-9788522112852/capitulo-12/problema-43P. Acesso em: 26 jun. 2018.

Na Erro! Fonte de referência não encontrada., você pode


observar a representação de uma curva TTT para o aço eutetóide,
onde “γ” representa a fase austenita completa e estável, “P” a fase de
perlita, “B” a fase de bainita e “M” a fase de “martensita”. Os índices
“s” e “f” representam pontos de início e término de transformação, e
“γu” uma fase onde a austenita está em estado instável. A linha
tracejada demarcada como “A1” representa a temperatura para a
completa austenitização do aço (temperatura eutetóide), ponto
considerado inicial para as transformações subsequentes durante o
resfriamento. Será visto com mais detalhes a utilização da curva TTT
nos tratamentos térmicos, mas primeiramente, serão apresentadas
as principais características da martensita e da bainita.
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A bainita
Se um aço eutetóide for resfriado rapidamente até uma
temperatura abaixo do “cotovelo” da curva TTT, e essa temperatura
for mantida, é obtida assim a microestrutura de “bainita”.

Figura 2 - Curva TTT de aço eutetóide com processo de resfriamento típico


para obtenção da bainita

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABg8sAK/curvas-ttt.Acesso em: 26 jun. 2018.


Reprodução: Pagotto, A.

Na Figura 2, é possível visualizar o processo de resfriamento


típico para a obtenção da bainita, a partir da fase austenita, com o
traçado em vermelho. Perceba que, inicia-se o processo com um
resfriamento rápido, colocando a austenita em uma fase instável.
Logo após o “cotovelo” da curva TTT, um pouco acima de 400ºC, a
temperatura é mantida até a completa transformação da austenita
para a bainita.
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A bainita pode ser subdividida em dois tipos básicos, a bainita


inferior, formada em temperaturas mais baixas, mais próximo da
região martensítica (entre 350ºC e 200ºC) e a bainita superior,
formada a partir de temperaturas mais elevadas, mais próxima da
região perlítica (entre 550ºC e 350ºC).
Figura 3 - Micrografia de bainita inferior (1000x)

Fonte: https://slideplayer.es/slide/154561/. Acesso em: 26 jun. 2018.

Figura 4 - Micrografia de bainita superior (1000x)

Fonte: http://www.metallum.com.br/TTT2012/ANAIS/PDF/01-005.pdf. Acesso em: 26 jun.


2018.
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A bainita superior é formada por lâminas finas de ferrita,


precipitadas nos contornos com cementita. Com baixo teor de
carbono, a cementita pode apresentar-se em lâminas descontínuas
ou isoladas, nos contornos das lâmimas de bainita. Em aços com alto
teor de carbono, a cementita pode apresentar-se em lâminas
contínuas.
A bainita inferior é formada por lâminas com o formato de
agulhas, com aspecto similar ao da martensita. Ambas as
micrografias da bainita inferior e superior podem ser visualizadas na
Figura 3 e Figura 4.
Quanto às propriedades mecânicas demonstradas em aços
bainíticos, é possível destacar a estrutura de boa estabilidade (em
comparação a martensita), com alta resistência a fluência, bastante
utilizada no tratamento térmico de revenimento, devido à alta
resistência a fragilidade decorrida no processo.

A martensita
A martensita, em um aço eutetóide, é obtida pelo simples
resfriamento brusco a partir da fase austenita. Analisando a curva
TTT, a velocidade de resfriamento dever ser alta o suficiente para que
seja realizada antes do “cotovelo” da curva TTT, conforme pode ser
exemplificado pelas curvas de resfriamento “A” e “B” da Figura 5.
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Figura 5 - Curva TTT de aço eutetóide com processo de resfriamento típico


para obtenção da martensita

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/45725/. Acesso em: 26 jun. 2018.

A martensita é uma microestrutura monofásica desiquilibrada


(metaestável), transformação essa obtida sem difusão do carbono, de
forma que, praticamente todos os átomos de carbono apresentam-se
como impurezas na rede martensítica, como uma solução sólida
instável, supersaturada, capaz de transformar-se rapidamente em
outra microestrutura quando reaquecida a temperaturas que
permitam o processo difusional do carbono. Uma vez que a
transformação em martensita não é obtida por difusão, a mesma
transforma-se muito rapidamente. É possível visualizar um exemplo
de microestrutura martensítica na Figura 6.
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Figura 6 - Micrografia da Martensita (1000x)

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA8GwAF/tratamento-termico. Acesso em: 26


jun. 2018.

A martensita obtida logo após o resfriamento brusco


dificilmente é utilizada, sendo necessário, posteriores tratamentos
térmicos. Isso ocorre porque a microestrutura obtida possui alta
dureza e resistência mecânica, porém, devido a sua instabilidade,
possui tensões internas que a tornam frágil e quebradiça.

Introdução aos tratamentos térmicos


Os tratamentos térmicos são basicamente operações realizadas
em peças semi-acabadas, ou mesmo realizados durante os processos
de fabricação de produtos metalúrgicos, com o intuito de causar
modificações na microestrutura através de procedimentos de
aquecimento e resfriamento controlados. Como já observado
anteriormente, as mudanças causadas na microestrutura possuem
forte impacto nas propriedades do material; o controle dessas
propriedades é o grande intuito dos processos de tratamentos
térmicos.
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Os tratamentos térmicos englobam processos com faixas de


temperaturas extremas, podendo ser abaixo de 0ºC ou até superiores
aos 1000ºC, como no caso dos aços, os quais são comuns o
aquecimento à temperatura de austenitização, que pode superar os
1200ºC. Boa parte dos tratamentos de ligas ferrosas envolvem o
aquecimento até sua completa austenitização. Também são utilizadas
diversas velocidades de resfriamento para que se obtenha as
microestruturas exatas desejadas, utilizando-se de análises de suas
curvas TTT, ou mesmo outros tipos de gráficos ou tabelas de
resfriamento. Para a realização destes processos, diversos tipos de
fornos, resfriadores, entre outras técnicas são empregados.
Para as ligas ferrosas, destacam-se alguns tratamentos
térmicos, que serão vistos detalhadamente a seguir:
 Têmpera;
 Revenimento;
 Recozimento;
 Normalização.

Têmpera
Uma característica muito almejada dentro da engenharia e
construção são os materiais com ótima combinação de resistência
mecânica e tenacidade, características essas que podem ser
alcançadas através de uma microestrutura martensítica revenida,
obtida através da têmpera e revenimento.
A têmpera consiste no resfriamento rápido do material em fase
austenítica, resfriamento este que necessita ser rápido o suficiente
para evitar a transformação da austenita em outras microestruturas,
obtendo-se assim uma estrutura martensítica. As curvas de
resfriamento para a obtenção da martensita, em aço eutetóide,
podem ser visualizadas na Figura 5, basicamente, a curva de
resfriamento necessita ocorrer antes do “cotovelo” da curva TTT, para
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conseguir atingir um percentual elevado de martensita (quase 100%).


Com velocidades inferiores, a curva de resfriamento “adentra” nas
regiões intermediárias de transformação e obtém-se um teor menor
de martensita, mais algum outro tipo de microestrutura como a perita,
ferrita, cementita ou bainita.
A dureza final do material, é dependente do percentual da
martensita formada e também do teor de carbono. Quanto maior o
percentual de martensita e o teor de carbono, maior também será
sua dureza final. A relação entre os teores de martensita e carbono
sobre a dureza final do material, estão representados no gráfico da
Figura 7.

Figura 7 - Efeitos do teor de martensita e carbono na dureza final do material

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAcqgAD/tempera-martempera-
austempera?part=2. Acesso em: 29 jun. 2018.

Como existem diversos tipos de aços e ligas, é possível verificar


também que cada qual possuirá uma determinada temperabilidade,
característica esta que representa a capacidade de um material em
ser endurecido pela transformação em martensita. Um material que
possui alta temperabilidade, quando temperado, forma martensita
não somente em sua superfície, mas também em seu interior, logo, a
dureza interna também é reflexo da temperabilidade.
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Para aumentar a temperabilidade de um determinado aço,


basicamente, é necessário evitar a transformação da austenita em
ferrita, cementita, bainita ou perlita, com taxas de resfriamento mais
elevadas, ou com o deslocamento da curva TTT para a direita. Este
efeito pode ser obtido com a adição de elementos de liga, como o
enxofre (“S”), cobalto (“Co”) e o titânio (“Ti”), isso pode ser
observado na Figura 8 (sem influência de elementos de liga) e na
Figura 9 (com influência de elementos de liga).

Figura 8 - Curva TTT de aço 1050

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABYLkAJ/mat-eng-parte-ii?part=2. Acesso em:


29 jun. 2018.
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Figura 9 - Curva TTT de aço 4340

Fonte: http://www.inda.org.br/curva_ttt.php. Acesso em: 29 jun. 2018.

As taxas de velocidade de resfriamento podem ser obtidas


através de diferentes meios de extração de calor, os mais comuns
são: banho em salmoura (muito rápido), banho em água (rápido),
banho em óleo (média velocidade) e ventilação forçada (baixa
velocidade).

Revenimento
Assim como visto anteriormente, a martensita obtida através da
têmpera, possui características de alta resistência mecânica e dureza,
em contrapartida, pode se tornar frágil e quebradiça aos mínimos
impactos, principalmente na região externa, que é bastante suscetível
a formações de trincas, devido às tensões internas inerentes a
transformação metaestável da martensita. Desta forma, dificilmente
esta microestrutura é utilizada sem algum tratamento posterior.
Uma forma de contrabalancear o efeito negativo da martensita
é a utilização de um segundo tratamento térmico conhecido como
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revenimento, que objetiva a remoção dessas tensões internas do aço,


melhorando a tenacidade e ductilidade, porém, tornando-a um pouco
mais maleável, com melhor capacidade de absorver impactos.
O tratamento consiste em reaquecer o material, logo após a
têmpera, a temperaturas pouco inferiores à austenitização, entre 100
a 600ºC, e permanecer em tempo suficiente para obter mudanças na
microestrutura, mais próximas do estado de equilíbrio, com o
surgimento de precipitações de ferrita, cementita e carbonetos. O
processo característico do revenimento, pode ser visualizado na
Figura 10.
Figura 10 - Curva TTT com processo de têmpera e revenimento

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgaNAAL/tempera-revenido. Acesso em: 02


jul. 2018.

A microestrutura final é conhecida como martensita revenida,


com propriedades mais adequadas para utilização na engenharia e
construção, uma estrutura mais dúctil e ainda, com bons níveis de
resistência mecânica, tenacidade e regularização da dureza superficial
desejada. Veja a ilustração da microestrutura da martensita revenida
na Figura 11.
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Figura 11 - Micrografia da martensita revenida

Fonte: https://www.flickr.com/photos/metalog/5727536172. Acesso em: 02 jul. 2018.

Existem ainda outros dois tratamentos que são desdobramentos


da têmpera e revenimento, conhecidos como austêmpera e
martêmpera, ambos serão vistos com mais detalhes na sequência.

Martêmpera
Visando reduzir as tensões internas do material, característico
da têmpera convencional, e obter melhor homogeneidade de grãos,
utiliza-se o processo de martêmpera, que consiste na interrupção da
alta velocidade de resfriamento em temperatura pouco superior a de
início de transformação em martensita, desta forma, obtendo uma
transformação da martensita pouco mais retardada, com
uniformização da temperatura de transformação ao longo da
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espessura. Além disso, a martêmpera reduz as chances de


surgimento de trincas e empenamentos à peça temperada.
O resfriamento geralmente é realizado por banho de sal ou óleo,
enquanto que, a interrupção da velocidade de resfriamento é
geralmente realizada ao ar. Na Figura 12, é obtida a curva TTT com o
procedimento característico da martêmpera. Logo em seguida ao
processo, é realizado o revenimento para a regularização da dureza
superficial.
Figura 12 - Curva TTT com processo de martêmpera e revenimento

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgaNAAL/tempera-revenido. Acesso em: 02


jul. 2018.

Austêmpera
A austêmpera consiste em, ao invés de obter uma
microestrutura quase 100% de martensita, que é bastante instável e
frágil, como visto na têmpera convencional, transformar a austenita
em bainita, que possui boas propriedades mecânicas, similares a da
martensita revenida.
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O processo consiste no resfriamento rápido, após a


austenitização, com velocidade de resfriamento adequado para evitar
o “cotovelo” da curva TTT, até temperaturas pouco além do início da
transformação martensítica, temperatura está de transformação
bainítica (entre 250 a 400ºC). Depois a temperatura é mantida
estabilizada por tempo suficiente para transformar a austenita em
bainita, e finalmente, prossegue-se com o resfriamento rápido. Na
Figura 13, há a curva TTT com o procedimento característico da
austêmpera.
Figura 13 - Curva TTT com processo de austêmpera

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgaNoAG/ferros-acos-6. Acesso em: 03 jul.


2018.

A microestrutura bainítica obtida na austêmpera possui elevada


ductilidade, resiliência e dureza, podendo inclusive ser superior a
martensita revenida. Entretanto, existem certas limitações ao
processo, como por exemplo, a obtenção de aços de alta dureza para
aplicações em aços ferramenta (a faixa de dureza obtida é limitada).
Além disso, somente em um grupo de aços é possível obter a
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estrutura bainítica por austêmpera, não sendo aplicável a todos os


aços.

Recozimento
O tratamento de recozimento consiste no reaquecimento do
material, seja para reduzir tensões internas, reduzir a dureza,
melhorar a usinabilidade, regularizar grãos e reduzir o encruamento
por trabalho a frio. É possível subdividir o recozimento em dois tipos
básicos:
 Recozimento pleno;
 Recozimento subcrítico ou para alívio de tensões.

No recozimento pleno, o material é aquecido acima da


temperatura crítica de austenitização e seguido por resfriamento
lento. O resfriamento pode ser realizado de duas formas: por
transformação isotérmica (com interrupção da velocidade de
resfriamento) ou por resfriamento contínuo (resfriamento bastante
lento e progressivo), sendo este último, geralmente realizado no
interior do forno, ou pela redução progressiva da temperatura do
forno, ou pelo desligamento da fonte de calor. Os processos de
resfriamento estão demonstrados na Figura 14 e Figura 15.
Figura 14 - Curva TTT com processo de recozimento isotérmico
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Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASikAC/tratamentos-termicos. Acesso em:


03 jul. 2018.

Figura 15 - Curva TTT com processo de recozimento com resfriamento contínuo

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASikAC/tratamentos-termicos. Acesso em:


03 jul. 2018.
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Dependendo do controle da temperatura de austenitização e


das taxas de resfriamentos, pode-se obter microestruturas como
cementita, ferrita e a perlita.
No recozimento subcrítico, ou para alívio de tensões, o processo
é similar ao descrito anteriormente, com exceção da temperatura de
aquecimento, que é trabalhada abaixo da temperatura crítica de
austenitização. É utilizado para aumentar a ductilidade de peças
encruadas, com alta dureza e baixa ductilidade por trabalhos a frio.
Também pode ser usado para alívio de tensões, como por exemplo,
em casos de soldagem ou outros processos de fabricação que causam
tensionamentos ao material.

Normalização
A normalização é um processo similar ao recozimento pleno
com resfriamento contínuo, com a peculiaridade de ser resfriado ao
ar, após a austenitização. É utilizado para o refino da microestrutura
grosseira, resultante de alguns processos de fabricação como
fundição ou outros processos, com grãos excessivamente grandes,
tornando-os menores e mais homogêneos, o que contribui com o
aumento da resistência mecânica e tenacidade. Também pode ser
utilizado para melhorar a usinabilidade e o trabalho a quente.
A microestrutura obtida é ferrítica e perlítica, porém, não é
recomendado a utilização da normalização em aços de alta
temperabilidade, pois estes podem temperar com o resfriamento ao
ar, transformando a microestrutura em martensita. Além disso, a
velocidade de resfriamento deve ser controlada, dependendo das
dimensões da peça e espessura, para que se obtenha os resultados
desejados.
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Esferoidização
A esferoidização é um processo menos utilizado por ser mais
oneroso e demorado, sendo este similar ao recozimento, com
algumas peculiaridades. Um dos processos para se obter a
esferoidização é a utilização de diversos ciclos de aquecimento e
resfriamento, entre temperaturas abaixo e acima da zona crítica de
austenitização, com mudança cíclica entre as fases austenita e a
perlita, conforme pode ser visualizado esquematicamente na Figura
16.
Figura 16 - Tratamento esquemático de esferoidização por processo cíclico
de aquecimento e resfriamento

Fonte:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18589/000730298.pdf?sequence=1.
Acesso em: 04 jul. 2018.

A esferoidização produz forma esférica aos grãos de cementita,


conferindo melhor uniformidade a perlita formada. A microestrutura
obtida reduz a alta dureza da cementita, melhorando sua
usinabilidade, sendo bastante indicado para aços de alto teor de
carbono.
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Bibliografia

CALLISTER JR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência de engenharia


de materiais: uma introdução. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

COPAERT, H.; Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns;


4.ed. São Paulo: Blucher, 2008.

ROHDE, Regis A.; Metalografia – Preparação de Amostras – Uma


abordagem prática; Versão-3.0; LEMM: Laboratório de Ensaios
Mecânicos e Materiais; URI: Universidade Regional Integrada do alto
Uruguai e das Missões. Rio Grande do Sul, 2010.

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