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Engenharia Mecânica
joao.matias@iff.edu.br
Referências Bibliográficas
➢ Ciência e Engenharia de Materiais, uma Introdução.
Callister; Rethwisch. 8ª edição, Editora gen|LTC.
(Capítulos 7, 9, 10 e 11)
Bibliografia complementar:
➢ Aços e Ligas Especiais. Costa e Silva; Mei. 3ª edição, Editora Blucher.
➢ Metalurgia Mecânica. Dieter. 2ª edição, Editora Guanabara Dois, 1981.
➢ Ensaios de Materiais. Garcia; Spim; Santos. 2ª edição, Editora gen|LTC.
Diagramas TTT
Diagramas TTT – Introdução
• Normalmente, o equilíbrio para os sistemas sólidos é atingido somente com
taxas de resfriamento extremamente lentas, o que é inviável na prática.
• Na realidade, os processos de soldagem e conformação mecânica e os
tratamentos térmicos conferem aos aços microestruturas fora do equilíbrio
(metaestáveis).
• Tais modificações microestruturais são representadas de maneira
conveniente por diagramas que incorporam transformações de fase em
função do tempo e da temperatura de processamento.
• A aplicação destes diagramas permite o planejamento e a realização
adequada de tratamentos térmicos, com o objetivo de conferir ao material
as propriedades mecânicas desejadas.
Nucleação e Crescimento de uma Fase
Nucleação e Crescimento de uma Fase
Nucleação e Crescimento de uma Fase
• Uma transformação isotérmica (mesma temperatura) não ocorre
instantaneamente. É necessário um certo tempo para que a reação aconteça
totalmente (ou parcialmente). Este efeito é observado nas chamadas curvas “S”.
Diagramas TTT – Introdução
• A dependência da fração transformada da nova fase em relação ao tempo de
processamento (cinética da transformação) é de fundamental importância nas
modificações microestruturais resultantes. Geralmente, a cinética da
transformação é medida com a temperatura constante (transformação
isotérmica).
• A maioria das transformações de fase exige um tempo finito para se processar
por completo. A taxa de transformação na condição de equilíbrio é tão lenta que
microestruturas no verdadeiro equilíbrio raramente são obtidas.
• Para transformações em resfriamentos e aquecimentos fora das condições de
equilíbrio, as transformações são deslocadas para temperaturas mais baixas
(super-resfriamento) ou mais altas (superaquecimento), respectivamente, do que
aquelas indicadas pelo diagrama de equilíbrio. O deslocamento das
transformações depende da taxa de variação da temperatura.
Diagramas TTT – Introdução
• Exemplo: Influência da temperatura na taxa de transformação da austenita em
perlita (reação eutetoide) para um aço eutetoide (0,77 %C).
Diagramas TTT – Introdução
• Em temperaturas imediatamente
abaixo da eutetoide (727°C), isto é,
pequenos super-resfriamentos, a
taxa de reação é muito lenta. Por
exemplo, a 700°C são necessários
longos tempos (105 s) para que 50%
da reação ocorra.
Formação da Perlita (Transformação Perlítica)
• Em aproximadamente 620°C, a
transformação perlítica se
inicia no ponto C (~ 3,5 s) e se
processa isotermicamente,
estando concluída no ponto D
(~ 15 s).
Perlita
• A microestrutura da bainita
consiste nas fases ferrita (α) e
cementita (Fe3C) e, dessa forma,
processos difusionais estão
envolvidos na sua formação.
Bainita
• A bainita se forma em temperaturas
abaixo das quais a perlita se forma.
• As curvas TTT geralmente
apresentam formato de “C” e um
joelho (ou nariz) no ponto N, onde a
taxa de transformação é máxima.
• Enquanto a perlita se forma acima do
joelho da curva (entre 540 e 727°C), a
bainita se forma abaixo deste
patamar (entre 215 e 540°C).
Bainita
• As transformações perlíticas e
bainíticas são, na realidade,
concorrentes entre si, e uma vez
que uma dada porção de uma liga
tenha se transformado em perlita
ou bainita, a transformação no
outro microconstituinte não será
possível sem um reaquecimento
para formar austenita novamente.
Bainita
• A bainita se forma como agulhas ou
placas, dependendo da temperatura
de transformação.
Cementita
• Os detalhes microestruturais da
bainita são tão finos que sua
resolução só é possível usando
microscopia eletrônica. Ferrita
• Logo, qualquer difusão que por ventura ocorra resultará na formação das fases
ferrita e cementita.
Martensita
TCC
• Na transformação martensítica, a austenita CFC (cúbica de
corpo centrado) sofre uma transformação polimorfa para
martensita TCC (tetragonal de corpo centrado).
• Logo, todos os átomos de carbono permanecem como
impurezas intersticiais na martensita, formando uma solução
sólida supersaturada capaz de se transformar em outras
estruturas se aquecida a temperaturas nas quais as taxas de
difusão se tornam apreciáveis.
𝒄
= 𝟏 + 𝟎, 𝟎𝟒𝟔 . (%𝑪)
𝒂
TCC
CCC CFC
Fe
Fe c
a Fe
C C
a
a
Martensita
Martensita
• A tetragonalidade (c/a) da martensita aumenta com a quantidade de
carbono no aço.
Martensita
• A tetragonalidade (c/a) da martensita aumenta com a quantidade de
carbono no aço.
Martensita
• Os grãos da martensita assumem a aparência
de placas ou de agulhas (ripas).
γ (CFC) → M (TCC)
• Trata-se de uma reação adifusional,
resultante de um resfriamento rápido a
partir do campo austenítico.
Variação de Mi e Mf com o
%C dissolvido na austenita
Martensita
• A transformação ocorre no intervalo
entre as temperaturas Mi e Mf .
Variação de Mi e Mf com o
%C dissolvido na austenita
Propriedades Mecânicas
da Martensita
• Dentre as várias microestruturas que
podem ser produzidas nos aços, a
martensita é a mais dura e resistente,
porém a mais frágil.
• A ductilidade da martensita é
desprezível (aproximadamente zero).
• A densidade de discordâncias na
martensita é muito elevada, da ordem
de 1010 a 1012 cm/cm3.
Propriedades Mecânicas
da Martensita
• A dureza da martensita depende da
quantidade de carbono presente na
composição química do aço. Obviamente,
quanto maior o %C aprisionado, maior a
distorção causada pelo mesmo quando
temperado.
• No entanto, a dureza do aço temperado
apresenta uma pequena queda para teores
maiores que 1,2%C, devido ao aumento da
quantidade de austenita retida.
• Normalmente o teor de carbono mínimo
necessário para formar 100% de martensita
é aproximadamente 0,35 %C. Logo, aços
baixo carbono (%C < 0,35) não são
temperáveis. Nestes casos, haverá sempre
uma mistura de martensita e ferrita, por
mais rápido que seja o resfriamento.
Propriedades Mecânicas da Martensita
Martensita
• A austenita é ligeiramente mais densa
(compacta) que a martensita e, portanto,
na transformação de fases durante a
têmpera, ocorre um aumento de volume
(de 2 a 4%).
• Consequentemente, quando peças
grandes são temperadas, trincas podem
se formar como resultado das tensões
internas.
Os elementos de liga, via de regra, Outro efeito dos elementos de liga é abaixar as
retardam as reações difusionais, ou seja, temperaturas Mi e Mf dos aços (de início e fim da
deslocam as curvas TTT para a direita. transformação martensítica, respectivamente).
Influência dos Elementos de Liga
Classificação dos Aços
Sistema de Classificação dos Aços
Sistema de Classificação dos Aços
Classificação Composição
10XX Aços Carbonos comuns
Aços de usinagem fácil, com alto
11XX
enxofre (S)
40XX Aço-Mo (0,25% Mo)
Aço-Cr-Mo (0,4 até 1,1% Cr; até
41XX
0,35% Mo)
Aço-Ni-Cr-Mo (1,65 até 2% Ni;
43XX
0,4 até 0,9% Cr; 0,2 até 0,3%Mo)
Liga metálica Componentes Característica Uso
Latão Cobre e Zinco Resistente à corrosão Navios, tubos
Bronze Cobre e Estanho Resistente à corrosão Moedas, sinos
Navios, utensílios
Aço Ferro e carbono Resistente à corrosão
domésticos
Talheres, utensílios
Aço inoxidável Aço e Cromo Resistente à corrosão
domésticos
Canhões, material de
Aço -Níquel Aço e Níquel Resistência mecânica
blindagem
Brocas, pontas de
Aço-Tungstênio Aço e Tungstênio Alta dureza
caneta
Aço, alumínio, níquel e Propriedades
Alnico Fabricação de imãs
cobalto magnéticas
Mercúrio, prata e
Amálgama Resistência à oxidação Restauração de dentes
estanho
Alta ductibilidade e
Ouro 18 quilates Ouro e cobre Jóias
maleabilidade
Utensílios domésticos,
Prata de lei Prata e cobre Aumento da dureza
ornamentos
Electron Mg, alumínio, Resistência mecânica
Peças muito leves
Liga de magnésio manganês, zinco e térmica
Diagramas TRC
Diagramas TRC – Introdução
• Os diagramas TTT representam apenas transformações isotérmicas. Contudo, a maioria
dos tratamentos térmicos realizados nos aços envolve o resfriamento contínuo até a
temperatura ambiente.
• Assim, os diagramas são modificados para as transformações que ocorrem conforme a
temperatura é variada constantemente ao longo do tempo.
• O controle sobre a taxa de variação da temperatura é feito através do meio de
resfriamento.
• No resfriamento contínuo, o tempo necessário para o início e o término da reação são
retardados. Dessa forma, as curvas isotérmicas são deslocadas para tempos mais
longos e temperaturas mais baixas.
• Assim são formados os diagramas de transformações por resfriamento contínuo
(Diagramas TRC).
• Ou, em inglês, CCT (Continuous Cooling Transformation).
Diagramas TRC
• Sobreposição dos diagramas TTT e TRC
para o aço eutetoide.
• A bainita não irá se formar quando um
aço eutetoide (na prática, em nenhum aço
carbono comum) for resfriado
continuamente até a temperatura
ambiente.
• Isso ocorre porque toda a austenita já terá
se transformado em perlita antes. Assim,
toda a região da transformação da
austenita em perlita termina
imediatamente abaixo da inflexão (joelho)
da curva.
Diagrama TRC do
Aço Eutetoide
• Para qualquer curva de resfriamento que
passe através de AB, a transformação será
interrompida no ponto de interseção.
Com a continuação do resfriamento, a
austenita que não tiver reagido começará
a se transformar em martensita após o
cruzamento com a linha M(início) ou Mi.
Temperatura
• Os aços com médio e alto carbono (> 0,3%) e com microestrutura composta de
perlita grosseira ainda podem ser muito duros para serem convenientemente
usinados ou deformados plasticamente.
• Por ser subcrítico, não ocorre nenhuma mudança de fase, mas somente uma
redução do limite elástico.
• A velocidade de resfriamento na
têmpera está relacionada à
composição química do material.
Têmpera
Têmpera
• A severidade do resfriamento na
têmpera faz surgir gradientes
térmicos acentuados entre o centro
e a superfície da peça, uma vez que
a superfície resfria-se mais
rapidamente que o centro,
originando assim tensões residuais
na têmpera.
Têmpera
Têmpera
Têmpera
• Para uma mesma peça, os gradientes de temperatura serão tão maiores quanto
mais severo for o meio de têmpera. Por outro lado, para um mesmo meio de
têmpera, os gradientes serão maiores nas peças de maior espessura.
• Peças fabricadas com aços mais ligados são mais temperáveis, mas são também
mais susceptíveis à trincas e empenos, por possuírem mais baixa condutividade
e, dessa forma, serem propensos a elevados gradientes de temperatura durante
o resfriamento.
Severidade do Meio de Têmpera (H)
Meios de Resfriamento e Microestruturas
➢ Neste exemplo:
(Pavanati, 2010)
Temperabilidade
•A barra cilíndrica é
austenitizada e em seguida
resfriada por um jato de água
em condições padronizadas.
• Quanto mais deslocada para a direita for a curva TRC, ou seja, quanto mais
retardadas forem as reações difusionais da austenita em ferrita, perlita e bainita,
mais temperável será o aço.
➢ Tamanho de grão:
➢ Tamanho de grão:
Austenita Prévia
Martensita
Limitações na Temperatura de Tratamento
AISI 4340
➢ Composição química:
AISI %C % Cr % Ni % Mo
1040 0,40 - - -
5140 0,40 0,85 - -
8640 0,40 0,50 0,55 0,20
4140 0,40 1,00 - 0,20
4340 0,40 1,85 0,80 0,25
• Variação do teor de
carbono (%C) em aços ligas
da série 8600.
Influência da Composição Química na
Temperabilidade do Aço
• Curva de revenimento
do aço AISI 1045:
Revenido
• Curva de revenimento
do aço AISI 4140:
Revenido
• Sendo a martensita uma estrutura metaestável, o aquecimento em temperaturas
inferiores a A1 age em favor do estabelecimento do equilíbrio, ou seja, a formação
de uma estrutura de ferrita mais carbonetos (Fe3C, M7C3, M23C6).
• A microestrutura da martensita
revenida é composta pelas fases
estáveis ferrita e cementita e
consiste em partículas de
cementita extremamente
pequenas e dispersas em uma
matriz contínua de ferrita.
• Em aços de mais alta liga, o tempo de tratamento deve ser maior, podendo chegar
a 2 horas por polegada.
Revenido
• Exemplo:
Martensita
Endurecer o material,
(Em aços média e alta liga, além
porém com um nível menor Dureza/Res.Mec
de martensita, consideráveis
MARTÊMPERA Ver figura 1 de tensões internas, Ductilidade
quantidades de austenita retida e
minimizando a incidência Tenacidade
carbonetos não dissolvidos
de trincas e empenos.
podem estar presentes)
Tratamento isotérmico Bainita superior ou inferior
AUSTÊMPERA para produção de bainita Produzir aços bainíticos (conforme a temperatura Ver figura 3.
(ver figura 2) escolhida)
• Muitas vezes, é interessante produzir peças com alta dureza superficial com um
núcleo que tenha uma dureza mais baixa e, consequentemente, maior
tenacidade.
• O desgaste dos materiais ocorre na superfície, logo, quando o desgaste for uma
solicitação importante no componente mecânico, a dureza elevada tende a ser
requerida, porém, somente na superfície.
• Exemplo: Engrenagens.
• Vídeos.